Os frutos da dedicação e do amor a agricultura

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 5 | nº 37 |Setembro| 2011 Palmeira dos Índios - Alagoas

Os frutos da dedicação e do amor a agricultura A maior parte dos adolescentes que vivem no semiárido cresce com uma idéia feita na cabeça. Quando ficar maior de idade conseguir um emprego e ir embora pra São Paulo. O que se passava na cabeça do jovem Edson Soares não era diferente, já estava decidido, iria em busca de emprego e do sonho que leva muitos jovens a se aventurar nas grandes cidades. Felizmente, conta Edson, apareceu em sua vida a oportunidade de participar de um curso sobre a cultura da pinha na região. Este foi o primeiro passo para a transformação da cabeça e da vida de Edson. O curso foi ministrado pelo agrônomo José de Barros Moura, especialista em pinhas, que na época trabalhava para a Secretaria de Agricultura do estado. Segundo Edson, foi o grande responsável por fazê-lo acreditar que ele não precisava deixar o semiárido pra ter uma vida digna. Edson mora na comunidade Alto Vermelho Velho, no município de Palmeira dos Índios, região Agreste do estado, onde se cultiva uma grande quantidade de fruteiras, sendo uma das principais a pinha. Mas os pais de Edson cultivavam apenas o feijão e o milho durante o inverno, por isso o jovem não via na propriedade dos pais as condições de ter sua renda. No curso sobre a pinha, ela aprendeu técnicas básicas para o plantio e manejo das pinheiras, como regras de espaçamento, fertilização do solo, poda e defensivos para as pregas. O curso aconteceu no ano de 2001 e foi ai que Edson começou a cultivar sua nova paixão. Uma das grandes dificuldades encontradas por ele no início foi o problema com água, mesmo assim Edson não desistiu. Seu esforço foi percebido e reconhecido pelos técnicos que acompanhavam sua plantação. Graças a esse esforço e dedicação, Edson conquistou um projeto para escavação de um poço artesiano em sua propriedade. Apesar da água encontrada ser salobra deu pra continuar o plantio. “Também tive uma experiência negativa no início, que foi com os venenos” conta Edson ao lembrar que foi hospitalizado com uma grave intoxicação causada pelos defensivos químicos que usou na plantação. Hoje, o agricultor usa apenas receitas naturais, como o extrato de nim, para fertilizar o solo e para combater as pragas que surgem na plantação. Seu plantio de pinhas ocupa quase toda a área de sua propriedade, que tem 3 tarefas e meia. Neste espaço ele mantém hoje, cerca de 400 pés de pinha, que dão duas safras ao ano e produzem uma média de 100 caixas por safra. Cada caixa corresponde a 25 quilos de pinha.

Alagoas


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