Descobrindo nova vida com a Agroecologia

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 5 | nº 32 |Julho| 2011 Inhapi - Alagoas

Descobrindo nova vida com a Agroecologia Geraldo Reis Guerra é um agricultor em conversão. “Antes eu só sabia destruir. Sempre fui agricultor, mas antes eu praticava uma agricultura predadora, exploradora”. Essas são as palavras de um homem que está aprendendo de novo a fazer o que sempre achou que já sabia. Aprendeu com o pai. Não havia do que duvidar. Tirava, tirava e nada plantava. Carvão vendeu demais e dava lucro. Transportava também bagaço de cana. “No tempo que fui vendedor cheguei a vender 400 mil sacas de carvão”, conta seu Geraldo. Ele nasceu no município de Inhapi, onde mora até hoje, na comunidade Maracujá. Seu pai sempre praticou este tipo de agricultura. Desmatando, queimando, produzindo grandes quantidades de carvão. Mas, vieram as conseqüências. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, o IBAMA chegou até eles. No ano de 1995, a família foi obrigada a reflorestar parte do que destruiu e pagar uma multa pela grande devastação. Mas não foi a punição do IBAMA que mudou a visão de seu Geraldo. “Meu pai ainda pensa do mesmo jeito, só não continua desmatando como antes por conta da fiscalização”, diz seu Geraldo. Na mesma época em que começaram os problemas com o IBAMA,Seu Geraldo sofreu um grave acidente de caminhão quando transportava uma carga de carvão. Na UTI ganhou uma Bíblia e muito tempo para refletir. Ficou 8 meses sem poder andar, mas começou aí sua nova caminhada. Recuperado do acidente, passou a viver uma nova fé e uma nova prática. Entrou para o associativismo para ajudar sua comunidade na luta pela energia elétrica, mas conseguiu bem mais que isso. Conheceu uma forma sadia, responsável e harmônica de se praticar a agricultura. Descobriu o prazer em trabalhar com a terra e para a terra. Seu Geraldo tem cerca de 30 tarefas de reflorestamento com mata nativa. Um espaço onde ele cultiva plantas como a aroeira, quixabeira, mororó, catingueira, bom nome, craibeira, entre outras. Para conseguir essa variedade ele levou três anos de plantio. Seguindo sempre os princípios da agroecologia. Sem desmatar, sem queimar, usando adubos e repelentes naturais. “A terra voltou a ter vida. Aqui tem soim, tem camaleão, tem teiú, voltaram alguns pássaros como o sabiá”, conta seu Geraldo. Apesar de trabalhar sozinho na propriedade, ele sonha em aumentar essa reserva.

Alagoas


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