O recomeço de uma nordestina que chegou de São Paul

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REÇO'MEÇO DE UMA NORDESTINA QUÊ C'HEGOU DE' SÃO PAULO _Wênia Patrícia da silva tem 32 anos e é mãe de Victor José de 13 anos. Sua família é de Caraúbas, cidade situada na região semiárida do Rio Grande do Norte, distante 300 quilômetros de Natal, mas logo que Patrícia nasceu, sua mãe, Maria do Socorro Oliveira Silva e seu pai José' Moreira da Silva, decidiram abandonar a agricultura para tentar a vida no interior de São Paulo. Em 1978 eles se mudaram para uma çidade chamada Cosmópolis. No sudeste, seu José começou trabalhando como ajudante de uma firma de gás e depois de alguns anos, conseguiu o cargo de vigia, melhorando um pouquinho a vida. Nesse período, nasceram outros dois irmãos de Patrícia, Maria Neuma da Silva e José Wagner da Stlva.

Wênia Patrícia mudou para São Paulo quando nasceu

Com muita peleja, seu José conseguiu dar os estudos aos filhos, podendo, inclusive, mandar Patrícia para alguns cursos técnicos de computação e auxiliar de escritório. Aos 18 anos de idade, Patrícia se casou com Ailton Alves Pedrosa, depois que se descobriu grávida. Porém, eles só moraram um ano juntos. Depois de se separarem, ela voltou a morar na casa dos pais. Nesse tempo, ela conseguiu um emprego' de operadora de caixa numa rede de supermercados e, depois de três anos, passou a trabalhar no escritório. A vida não estava ruim, mas desde que era criança, ouvia o pai dizer que quando se aposentasse voltaria a morar no Nordeste. Seu José se aposentou antes do previsto, por motivo de doença e assim que pode, trouxe de volta a família para Caraúbas, primeiro' para passear, mas também tentar se adaptar de novo à região. Só Patrícia ficou em Cosmópolis. Quando entrou de férias, em agosto de 200-7, ela veio a Caraúbas conhecer o lugar onde tinha nascido. Assim que chegou, se apaixonou pela cidade e pelo povo. Quando voltou à São Paulo, 'já foi decidida a' fazer um acordo com a empresa onde trabalhava e com o dinheiro recomeçar a vida no Nordeste. E assim o fez, chegando a Caraúbas em março de 2008. /

Recém chegada não encontrou emprego, mas tão logo, Lourdes, sua vizinha, a convidou para freqüentar as reuniões do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras

Wênia e sua mãe, dona Socorro

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Rurais de Caraúbas, Ainda em 2008, seu José, o pai de Patrícia, comprou um pequeno sítio na comunidade de Cachoeira e se associou à associação local. Numa das reuniões no Sindicato, Patrícia' conheceu Antônia Neta, conhecida como Netinha, que mora na comunidade de Abderramant. A nova amiga falou da existência da Feira da Agricultura Familiar de Caraúbas. Netinha explicou que era um espaço onde.as famílias agricultoras podiam comercializar aquilo que sabem produzir ou fazer em casa. Em São Paulo, Patrícia e sua mãe, Maria do Socorro, aprenderam a fazer bolos, salgados e outras comidas. Foi então que ela pensou em aproveitar O que sabia para oferecer lanche aos sábados na Feira.

Patrícia atendendo a uma cliente na Feira

Com a-ajuda de dona Socorro, Patrícia começou a fazer rosquinhas.beiiu, pão de macaxeira, pastel de macaxeira, pudim de macaxeira e muitas outras coisas, a partir dos produtos da região e,' principalmente o que é produzido no terreno da família. Depois de vender na feira, Patrícia começou a atender encomendas. , ' , Ela conta que ainda não dá para viver só da vendadessas produtos, mesmo assim, ela vai procurarse aperfeiçoar ainda mais, porque acredita que .essa atividade vai dar certo. Tudo que Patrícia faz é com produtos agroecológicos. Ela conta que o seu alimento é saudável, justamente por nãoconter produtos químicos, como os que são vendidos nas padarias convencionais. Ela também disse que esse trabalho ajudou muito a construir, um círculo de amizade que até pouco tempo ela não tinha. Para ela, a feira é uma grande família que ela não troca por nada. ,

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Hoje, Patrícia é presidente da ASFEPAC - Associação dos Feirantes Agroecológicos de Caraúbas e a , cada dia empolga-se com o projeto, pelos resultados obtidos. Com isso objetiva fortalecer a produção e comercialização da produção agroecológica no município e região. A feira foi inauqurada em 17 de janeiro .de 2009, um projeto articulado' pela ATOS, Projeto Dom Helder Câmara; Diaconia; STTR Caraúbas e entidades parceiras,

Wênia Patricia é hoje muito feliz em Caraúbas

, Patrícia é muito feliz com a sua vida atual e não pensa mais em voltar para São' Paulo. "Quero' agradecer a Antonio Carlos e a Netinha, que foram os primeiros que me indicaram para vir para a feira, aos feirantes que estão até hoje me ajudando e me apoiando, ao pessoal da ATOS que estão sempre me ajudando, 'ao pessoal do Sindicato e atados esamíqos.e arniqas que conheço e em especial a minha famllla, que é a base de tudo", concluiu Wênia Patrícia. . Realização:

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__ Programa Uma Terra e Duas Águas

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www.asabrasii.crq.br

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