Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 3 | nº 40| Junho | 2009 Soledade- Paraíba
Duas Caririzeiras Guardiãs da Galinha Gogó de Sola Maria Jose Gonçalves de Araujo e Raquel de Fátima Araujo são filhas do agricultor familiar e vaqueiro Afonso Vitorino de Araujo, mais conhecido na região por Afonso Tomé e da agricultora Lídia Gonçalves de Araujo. Fazem parte de uma família de quatorze irmãos, sendo oito mulheres e seis homens. Elas são agricultoras, moram em uma propriedade de 50 hectares, herdada dos seus pais, na comunidade Manoel de Sousa, localizada 10 km da Cidade Soledade, no Estado da Paraíba. Dona Lídia, mãe de Maria e Raquel começou com a criação da galinha gogó de sola desde a década de quarenta. Quando crianças elas aprenderam a cuidar e a conservar estas galinhas, pois sua mãe dizia que era muito importante manter vivas estas espécies, assim como os ensinamentos herdados Raquel e Maria guardiãs da galinha gogó de sola de seus pais sobre o manejo das criações e da agricultura. Maria e Raquel contam que a galinha gogó de sola é uma raça muito importante e bonita. Elas são graúdas e volumosas, possuem poucas penas e engordam com facilidade. São bastante poedeiras, têm crescimento rápido, sua carne rende mais e tem um sabor especial. A sua beleza também pode ser encontrada nas diversas cores de suas penas: pedrez amarelo, pedrez azul, vermelha e branca. Além das galinhas gogó de sola elas criam outras raças que também são muito boas. Lamentam terem perdido algumas raças como, a sura de gogó de sola sem cauda e a arrepiada de penas nas pernas. Todos os animais criados por elas são manejados com muito carinho, cuidado e sabedoria. O saber cuidar da galinha gogó de sola ocorre desde o nascimento dos pintinhos. Ao nascer são separados para ganhar resistência, só após oito dias são soltos no campo. Das fêmeas desde pequenas até à primeira postura, elas retiram as penas da cauda para acelerar a formação. As galinhas velhas, após dois anos de vida, são consumidas pela família.
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Galinha gogó de sola comendo milho no quintal
A alimentação ofertada as galinhas é saudável e vem do próprio sítio: é feita a base de milho, resto de comidas, verduras e frutas. As galinhas são criadas soltas no campo. O poleiro fica a céu aberto, é suspenso do chão e as galinhas têm acesso por meio de duas escadas. Quanto à postura, esta é feita em cestos, dento de casa e em abrigos de pedras no quintal. Este cuidado no momento em que as galinhas vão pôr, favorece a qualidade, conservação e durabilidade dos ovos. Segundo Maria e Raquel suas galinhas nunca tiveram problema de saúde, porque elas sempre tiveram muitos cuidados. Fazem a prevenção das doenças com casca de plantas nativas, como pereiro (bom nome) e aroeira. Mantém constantemente água suficiente para as galinhas beberem.
Hoje o plantel de gogó de sola é de aproximadamente 20 galinhas e dois galos, além de outras 20 galinhas mestiças. A produção é destinada à alimentação da família principalmente os frangos. Quanto aos ovos, uma parte é consumida e ainda conseguem vender semanalmente aproximadamente 50 ovos na cidade. Além da criação de galinhas, elas juntamente com seu irmão cultivam na propriedade algumas plantações como, milho, feijão, melancia e jerimum. Cultivam também a palma consorciada com a finalidade de produzir forragem para os animais. Vale destacar que a principal atividade é a criação animal, criam 20 cabeças de gado, em torno de 20 ovelhas e cinco porcos. Em todo o processo de produção, seja com a finalidade de produzir alimentos para a família ou para os animais e em tudo que fazem não usam o veneno. Tanto Maria como Raquel se sentem felizes em serem agricultoras e de terem herdado dos seus pais conhecimentos que valorizam “o trabalho na comunidade e na lida com os animais e com a agricultura”. Variedade de galo pedrez amarelo Dicas importantes de Maria e Raquel: 1.Evite que as galinhas poedeiras subam em locais alto para não quebrar as ovas; 2.Para deitar as galinhas escolhas ovos redondos e vermelhos eles são mais resistentes e o pinto abri a casca com mais facilidade; 3.No período de seca, manter um ambiente úmido para controlar o calor das galinhas; 4.Ensinar o caminho do poleiro logo cedo para os franguinhos; 5.Galinhas chocas presas junto com o galo, larga o choco mais rápido; Quem não tem a raça da galinha gogó de sola procure adquirir. E quem tem continue preservando com carinho. Maria Jose Apoio:
Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
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