Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 3 | nº 62 | Julho | 2009 Castelo do Piauí - PI
Experiências de Intercâmbios Agricultoras põem em prática o que aprendem e colhem os frutos plantados no quintal de casa. O que Dona Vitória, Dona Miúda e Dona Joana, agricultoras da comunidade Manoel dos Santos, em Castelo Piauí têm em comum? As três colhem o que plantam, tudo fresquinho, no quintal de casa. Há alguns anos essa era uma realidade difícil de se imaginar, mas hoje as três já têm água em casa para beber e plantar e relembram sem nenhuma saudade da época em que tinham que caminhar bastante para poder pegar água para beber e cultivar seus canteiros. Vitória Soares da Silva, de 65 anos, Dona Vitória como é conhecida, moradora da comunidade desde os 10 anos de idade conta que sempre trabalhou de roça para ajudar a família. Aos 21 anos casou com José Raimundo da Silva e com ele teve sete filhos, duas mulheres e cinco homens. Dona Vitória diz que trabalhar na roça Dona Joana, Dona Miúda e Dona Vitória, agricultoras sempre foi sua maior felicidade, mas que no da comunidade Manoel dos Santos, Castelo do Piauí. verão a dificuldade era muito grande devido à falta de água. Como gosta de plantar, ela conta que sempre cultivou um canteirinho no quintal de casa, mesmo com o sofrimento de ter que carregar lata d'água na cabeça para poder aguar suas plantinhas. Com a morte do marido, há 11 anos, a dificuldade aumentou, Dona Vitória se viu sozinha para cuidar dos filhos e por isso teve que trabalhar como merendeira no Colégio Municipal André Pereira da Silva para poder dá de comer para os filhos. Mas hoje a realidade é outra, Dona Vitória diz que com a implantação da Cisterna de 16 mil litros do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) a família já conta com água para o consumo e com a construção da Cisterna Calçadão do Projeto Uma Terra e Duas Águas (P1+2), ela pode voltar a fazer o que mais gosta e ter seu canteirinho o ano todo. Curiosa e com muita vontade de aprender, Dona Vitória participou dos Intercâmbios desenvolvidos pelo P1+2, foi nessas viagens para as trocas de experiências que ela conheceu vários tipos de canteiro e formas de cultivar a terra, esperta foi testando em suas terras o que via nas viagens, e hoje possui em seu quintal frutas, verduras e legumes que utiliza para a alimentação da família. Maria do Desterro Soares Galvão, de 33 anos, conhecida como Dona Miúda, é outra moradora da comunidade Manoel dos Santos que foi beneficiada com a Cisterna do P1MC e P1+2. Casada há 15 anos com Francisco de Jesus Sobrinho, também de 33 anos e mãe de quatro filhos, ela tem em seu quintal pés de laranja, acerola, manga, goiaba, milho. Em seu canteiro ela planta cebola, abóbora, tomate, pepino e alface além das plantas medicinais vick, boldo, hortelã e penicilina que recebeu do Programa P1+2. Dona Miúda também diz que foi nos intercâmbios que conheceu o canteiro plantado no chão, “eu achei foi bonito esses canteiros arrudiados de pedra e resolvi experimentar porque pedra aqui é só o que tem, agora ta aí, uma beleza”, conta.
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