Cisterna-calçadão: esperança para famílias no Semiárido

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 4 | nº66| 2010 Ocara - Ceará

Cisterna calçadão gera esperança em famílias Cearenses Maria de Fátima Ferreira Duarte, 51 anos é casada com Antônio Elias Duarte, 57 anos. Eles têm quatro filhos, moram na comunidade Carnaúbas, localizada na Região do Maciço de Baturité, a 24 quilômetros da sede do município de Ocara no Ceará. São agricultores e vivem do que produzem. Fátima e sua família moravam na Capital (Fortaleza), vendiam verduras, tendo como principal o cheiro verde (coentro e cebolinha). Saíram de Fortaleza para o interior pensando em plantar. Como tantos agricultores, Antônio e Fátima também plantam feijão, milho, mandioca, batata doce, cajueiro... Principais culturas trabalhadas. “Aqui a gente planta um pouco de cada coisa para garantir a alimentação da família”, diz Fátima. A família reconhece os benefícios da cisterna calçadão

Mas, a família de Fátima e Antonio não se contentou só com as plantações no período chuvoso. Pensaram em retomar a atividade que executavam na cidade grande (venda das verduras). Mas, como plantar sem água? Este foi o primeiro questionamento dos dois. Membros da Associação de Moradores da comunidade, com as reuniões comunitárias e a participação nas atividades locais, Fátima tomou conhecimento do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). A Organização Barreira Amigos Solidários (OBAS), que é Unidade Gestora do P1+2 chegou na comunidade e reuniu com as pessoas para a implantação do Programa na localidade. Das pessoas que foram beneficiadas, Fátima e Antônio foram umas delas. Eles já haviam sido contemplados com a cisterna do Programa Um Milhão de Cisternas P1MC, também da ASA. E agora com a do P1+2.

Fátima cuida da horta

Fátima conta que no inicio nem acreditava. E quando soube que as cisternas ainda não eram para todas as famílias da comunidade, chegou a pensar que a sua ainda não seria desta vez. Mas

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depois de cadastrada no Programa, fez o Curso de Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos (GAPA), fizeram a escavação do buraco e já foi chegando o material para a construção.

A participação e organização comunitária é que dão espaços para as conquistas Ela conta: Quando eu tava participando do GAPA as pessoas diziam que não ia vir e que mesmo que viesse era difícil de construir, mas ia ter a cesta básica para alimentação dos pedreiros e ai ficava mais fácil. Eu disse: com cesta ou sem Plantio de coentro e cebolinha cesta, se eu receber o material vou construir e o rapaz da Obas Alailson) tava perto e escutou. Ele disse que gostou da minha conversa e que seria parceiro nesta construção. Depois a cisterna construída e já com água, Fátima e Antônio realizaram o sonho de plantar na sua área verduras para o consumo familiar e vender o sobrar. Foi o que fizeram. Prepararam a terra com adubos naturais (esterco de gado, esterco de galinha, esterco de ovelhas) e fizeram seu plantio. Plantou coentro, cebolinha, pimenta de cheiro, pimentão, tomate, entre outros. Também já têm pé de graviola, mamão, acerola, coqueiro, entre outros.

A cisterna ainda nem sangrou, mas o desejo de plantar é tanto que nem esperaram o inverno chegar. Com a pequena cisterna de 16 mil litros e o pouco de água das primeiras chuvas, regam as plantas e elas vão sendo implementos na sua alimentação. A família está esperançosa. Fátima quer aumentar a área, plantar alface, melancia abobora; produzir mais tanto para o consumo familiar, como para dar a vizinhança e continuar a vendinha que tinha sido parada devido a falta de produtos e comprado não dava para ter lucros. Com o Programa P1+2 vão receber mudas para plantar, mais orientações e ainda querem criar pequenos animais como galinhas. Mesmo ainda pequena a horta de Fátima tem rendido muitos beneficio. Tiram para comer e ainda distribuem com outras famílias da comunidade. “teve gente que já quis até comprar”, diz a agricultora.

Na horta tudo é orgânico, não usam veneno e cuidam da terra sem agredi-la com o fogo. Para o equilíbrio das pragas usam a calda da pimenta passada no liquidificador: meio quilo de pimenta com um litro de água e 300 ml de cachaça. Para proverizar pega dois litros de água e um copo da calda da pimenta e mistura na máquina, ai está pronto para jogar nas plantas.

Apoio:

Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

www.asabrasil.org.br


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