A benção da água

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 3 | nº 58 | agosto | 2010 Massapê do Piauí - Piauí

A bênção da água Com criatividade, família garante água sempre em casa Em Massapê do Piauí, uma família começou a se formar quando o João José Gomes conheceu Ana da Anunciação Carvalho na igrejinha das Caraíbas. Logo no dia seguinte os dois começaram a namorar, e a fé de Joãozinho foi tão grande que iria se casar com Ana, que desde já comprou a terra e começou a levantar a casa. Essa história começou há 15 anos e gerou três meninas – Angelina, Joselina e Aurelina – e um rapaz – Ismael. Logo que o casamento aconteceu, houve a mudança para a propriedade de 28 hectares na comunidade Conselho, distante 13 quilômetros da cidade. O problema que teriam que enfrentar era a falta de água nos períodos de seca. Tem Joãozinho e Ana com Aurelina e Ismael um pequeno riacho que passa pela propriedade, mas que não garante água o ano todo porque é pequeno. O jeito era andar cerca de quatro quilômetros até o rio da comunidade Angical. Que, mesmo assim, não era todo tempo que tinha água. “No verão a gente tinha que ficar cavando buraco no rio para apanhar água. Aqui era lugar de sofrimento”, conta dona Ana. Ela fala que o alívio foi a chegada da cisterna de 16 mil litros do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) que veio não só trazer água para beber para a família, mas também saúde. Ela relata que uma criança morreu na comunidade por causa da água contaminada. E ela mesma só vivia na farmácia com as crianças com diarréia. Mesmo com as dificuldades de cavar um buraco numa região de lajeiro, a família não se deixou abater. Ana, com sua força de mulher sertaneja, conta que chegou um momento que a família não conseguia mais quebrar as pedras. “Aí eu dei a idéia de pegar uns angicos e colocar fogo. Depois que a gente tirou o carvão quebrou mais fácil. Tirei cada pedra que todo mundo se espantou”.

No plantio da família, frutas e verduras são diversificadas

Primeiro veio cinco cisternas para a comunidade que se reuniu para construí-las em mutirão. E as mulheres foram braço forte nessa construção, como prova a perseverança de Ana em buscar alternativas para quebrar os lajeiros. E não ficou aí, ela e mais a Ana do Jacinto colocaram água

Piauí


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