Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Projeto Piloto
Ano 2 | nº 1 | set | 2008 Matina- Bahia
Tradição agroecológica gera segurança alimentar em Bumba Na comunidade de Bumba, a cerca de 70 quilômetros de Matina, a água para consumo humano ainda é muito difícil. Há um tempo atrás as famílias reservavam água da chuva em tambores de 220 litros. A segunda opção é o tanque da comunidade, que fica próximo à capela. Há uma rede encanada, mas a água é salobra. Em 2004, a Comissão Municipal da Água Matina incluiu a comunidade no Programa Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semi-Árido - Um Milhão Cisternas Rurais (P1MC), da Articulação Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil).
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A família de Antônio e Dauci de Souza é uma das beneficiadas pelo P1MC. A cisterna de consumo Antônio aprendeu com o pai o jeito de plantar a palma. trouxe melhorias de vida. As filhas Cristina e Janaína têm mais tempo para estudar e ajudar os pais na horta e criação de pequenos animais. Seu Antônio de Lôro, como é conhecido, está com mais tempo para o trabalho na roça. Filho de agricultor “pé rachado”, Antônio morava com o pai e desde que adquiriu a terra com a família, em 2003, vem inovando no manejo sustentável da terra e da água para a produção de alimentos. As principais atividades de Antônio são o cultivo da mandioca e do feijão e a criação de animais. Dauci e as filhas cuidam da horta e toda a família zela do pomar.
Frutas e folhas orgânicas A família de Dauci e Antônio mantém logo atrás da casa um pomar com diversas árvores frutíferas para consumo próprio. Tudo natural, como dizem. É que a irrigação vem das chuvas de novembro a fevereiro. Tem de tudo um pouco: romã, banana, acerola, abacate, limão, laranja, carambola, umbu, manga, mamão, siriguela, cana, liricuri, goiaba e até uva. São todas bem adaptadas ao semi-árido.
Restos da extração de fumo. Ao fundo, pés de laranja.
Entre uma árvore e outra, ainda encontramos mamona, urucum e ervas. A manona serve de ração para os animais e a semente do urucum é usada para fazer corante de alimentos, uma herança dos povos indígenas. Dauci aproveita boa parte das frutas para fazer sucos e doces.
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