Ano 8 • nº1700 Dezembro/2014 Poço Verde
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Seu Antônio, um inventor de tecnologias de conviência com o Semiárido Eu sou Antônio, da Malhada Grande, filho de Rosalvo Barbosa e Andrade, Sou Casado com Maria Neusa de Jesus Farias Andrade e tenho 04 filhos, todos 04 homens, um é Adauto o outro é Alan, José e Marques. Meu estudo é 3ª serie e nem sei nem a 1ª. Sou um agricultor muito lutador, não gosto de comprar nada. Gosto mais de inventar alguma coisa que seja melhor pra mim. Aí apareceu uma «plantadeira» aqui há uns 10 anos atrás, e aí eu achei que dava muito bem pra gente inventar pra trabalhar mais fácil. Aí não tinha ferramenta, mas inventei alguma coisa e fiz uma foi aprovada, desta uma que fiz, já consegui fazer mais umas 10, algumas pessoas iam encomendado e eu ia fazendo e agora a gente trabalha com muita facilidade. A máquina eu construo ela com madeira, uso uma pequena peça de um trator chamada camisa de bomba, uso um pouco de parafuso e as outras coisa são simples da roça, quase nada de fábrica. Ela possui duas rodeiras que eu mesmo faço. Como eu mesmo faço aproveitando as coisas o custo de produção sai em torno de R$400,00 e eu vendi por R$ 800,00, se hoje eu for fazer ela sai pra vendo em torno de R$1.200, mesmo assim ainda sai mais barato do que uma comprada na loja, que custa hoje mais de Dois mil Reais e ocupa duas pessoas para fazer o plantio e é bem mais pesada, o animal não consegue trabalhar o dia todo com ela e a pessoa pega muito peso. Com essa que inventei, só trabalha uma pessoa «amontada» no animal, faz a manobra na roça sem precisar de ninguém pra pegar na rabisca e a outra tem que ter um na rabisca.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Sergipe
Essa plantedeira consegue plantar em torno de 4 a 5 tarefas num dia, ela planta e aduba. Acoplado a essa máquina tem o riscador que a gente usa pra limpar e eu faço ele também, o riscador imita o arado, a diferença é que o arado tem enxada e o riscador é um bico, a importância do riscador é ajudar na limpada por que como a gente não usa veneno pra matar o mato, se for só de enxada é mais devagar. Também inventei uma forrageira pra corta palma, ao invés de usar o facão eu uso ela, além de reduzir o perigo com corte de facão por que a navalha já fica bem mais distante da mão da gente, a palma cortada aqui já sai direto no coxo e é bem melhor pro gado comer por que ela já sai mais triturada. E acho que a gente faz as coisas bem mais fácil, por que na vez do cara da comida a duas rezes ela dá a 10 com mais facilidade. Essa forrageira é feita de madeira, uns 20 ou 30 metros de barrote, um pedaço de mola de carro que é navalha. Além disso eu também mecho com criação de abelha. Apareceu aquí um rapaz com um criatório de europa, eu inventei que ia fazer as caixas, eu mesmo fiz, faço, não compro nada, eu vejo assim pelo as que vem de fábrica eu imito, não faço igual mas imito e assim eu vou vivendo, pra mim mais fácil do que o que eu vivia. Embora que criar abelhas é muito difícil por que ela é meio agressiva, não é em todo canto que se cria, e eu to dependendo muito é de local pra criar por que hoje com esses venenos ta matando demais. Eu antes tirava duas colheita ou três por inverno, por que aqui a gente colhe é no inverno, mas esse anos mesmo é só tirei uma e me “à queixo” muito do veneno. Eu como já disse, não gosto muito de comprar nada, então eu também guardo minhas sementes, de feijão de milho e de tudo que gosto de plantar. Eu sou uma pessoa que mexe de tudo um pouco, o trabalho da roça a gente já nasceu nesse ritmo. aqui na verdade todo mundo é agricultor. Minha esposa, eu e os meninos, e se não fosse eles seria bem pior pra mim. Em toda vaga que eu estou eles estão também, eu não vou pra roça sozinho, se eu for e eles ficarem deitado eu boto eles em mal costume e se eles não forem eu também não vou, a gente só trabalha todo mundo unido. Meus filhos tem um que já concluiu o 2º grau, tem outro que esta estudando e 02 pararam. Esses dois trabalham mais comigo na roça, e o mais velho trabalha na Dakota, empresa de confecção de calçados. Assim eu me considero um agricultor, apicultor e inventor que mexe com tudo.
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