A produção de tomates cereja de Dona Lúcia

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Ano 8 • nº1822 Novembro/2014

São Miguel do Tapuio Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

A produção de tomates cereja de Dona Lúcia Lá na comunidade Carnabauzinho, no município de São Miguel do Tapuio, vive a família de Dona Ana Lúcia Soares. Casada com o agricultor Francisco Miguel Campelo Bezerra, o casal tem três filhos adolescentes: Francisco Romário Soares, Francisco Ronaldo e Laianny Soares. A família vive do que produz em sua área, mas agora a agricultora conta que com a água da cisterna, que é utilizada para a produção de verduras e hortaliças no quintal de casa, ela também começa ajudar no orçamento da família vendendo seus tomates cereja e cheiro verde. Dona Lucia afirma que antes ela não tinha verduras nem para comer. A cisterna de 52 mil litros do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) foi um incentivo para que ela começasse a produzir e vender seus tomates cerejinhas, um tomate azedinho que ela comprou em São Miguel do Tapuio e plantou as sementes em casa. Quando começou a brotar ela percebeu que era ótimo para fazer suco e, por ser pequenino, também chamava a atenção das clientes. Além dos tomates ela está produzindo cheiro verde e o pimentão, que a agricultora pretende vender futuramente para as clientes que já conquistou com a venda dos tomates. A comunidade tem um poço que eles chamam de bebedouro e que servia para tudo: banhar, lavar roupa, dar água aos animais, mais em cima no local onde está localizado o poço tem um olho d'água permanente que é onde a comunidade pega água para beber. Hoje a família usa a água da cisterna pequena, como eles chamam a cisterna de 16 mil litros do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais, para cozinhar e para o consumo de casa, a água da cisterna calçadão é só para a horta. Dona Lúcia mostra os tomates que colheu. Do seu lado direito a filha Laianny e do outro a pequena Ana Alice.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

As cisternas fazem parte do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), que além de oportunizar a família ter água para beber e para a produção de alimento, as capacita em gestão de água e sistemas de irrigação baratos e fácil de fazer. O Programa também disponibiliza o caráter produtivo, que é um incentivo às famílias para começar ou potencializar alguma produção na propriedade. Dona Lúcia escolheu a horta como caráter produtivo, porque galinhas ela já cria, e diz que com a horta ela não precisa ficar comprando, assim economiza e também sabe de onde vem o que a família dela está comendo. “O que vem de fora a gente nunca sabe como é plantado, se usam veneno, aqui eu tiro na hora pra colocar na comida, nem preciso colocar na geladeira”, diz.

Dona Lúcia mostra os pimentões que plantou no quintal de casa.

Laianny colhe os tomates plantados pela mãe.

Como ainda está iniciando seu negócio, Dona Lucia vende o que produz por encomenda e ainda não parou para somar o lucro, mas pretende aumentar sua produção e vender também cheiro verde e pimentão. O filho Francisco Romário é técnico em agropecuária e auxilia a mãe na lida com o quintal, na prevenção de pequenas pragas, por exemplo. Ela acredita que hoje as pessoas estão mais preocupadas em comer alimentos saudáveis e que isso facilita a venda. “A vantagem nossa é que essas coisas produzidas no interior, as pessoas dão muito valor, porque sabe que não uso agrotóxico e que é tudo fresquinho”, diz.

Cuidar da sua pequena horta é também uma terapia, diz a agricultora. Ela conta que chega às vezes seis e meia no local e só sai às nove horas quando sol começa a esquentar, o que indica que é hora de fazer o almoço. “A gente esquece o tempo, fica pensando na vida, é bom pra pensar, é uma terapia de verdade”, diz a agricultora.

Ana Alice mostra os tomates colhidos pela tia.

Dona Lúcia ao lado da cisterna calçadão, que para ela: «foi uma maravilha conquistada!»


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