Ano 8 • nº2011 Novembro/2014
Nova Russas Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Família de Nova Russas se transforma em exemplo de como usar tecnologia social para conviver com o semiárido Rosália Soares Lima Pires e o esposo Antônio Pires Magalhães utilizam cisterna-calçadão na produção de alimentos.
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Fotos: Janes P. Souza
localidade de Cachoeirão, em Novas Russas, no Sertão dos Inhamuns, uma família tem demonstrado como utilizar a tecnologia social implementada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) para viver de forma satisfatória. Maria Rosália Soares Lima Pires, de 42 anos, e o esposo dela, o agricultor Antônio Pires Magalhães, 50 anos, utilizam os alimentos produzido pela cisterna para o consumo familiar e o que sobra, eles vendem ou realizam doações, o que não pode é desperdiçar. “Temos aqui mamão, banana, acerola, laranja, melancia e muito mais. Quando estão no período de produção, é muita coisa, colhemos para nossa alimentação, o que é de uma grande ajuda (financeira). Quando tem muito, aí meu marido leva para vender, mas se não conseguir vender, doamos os alimentos, o que não pode é jogar fora alimentação”, enfatiza a agricultora Maria Rosália Soares. A ação de se preocupar em não desperdiçar as frutas e legumes, doando eles para outras famílias, demonstra a solidariedade do casal. Maria Rosália Soares Pires e Antônio Pires Magalhães têm dois filhos, Daniel Lima Pires, 15 anos, e Daniele Lima Pires, 19, que sempre ajudavam os pais no cultivo. “Recentemente minha filha casou e foi morar na cidade (Sede do município de Nova Russas), mas sempre mandamos ou levamos coisas produzidas aqui, já meu filho tá fazendo um curso técnico (Técnico em Agropecuária) e toda vida que vem passar os dias em casa quando tem folga, chega cheio de ideias para no quintal produtivo”, afirma Rosália Pires.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará
“Muito bom também é o calçadão, pois nele posso colocar as sementes para secar”, aponta Antônio Pires ao se referir do retângulo de cimento construído para possibilitar a melhor captação de água da chuva. O agricultor também destaca que a construção de um poço distante alguns metros da cisterna tem ajudado a manter a tecnologia sempre cheia. “Não é fácil não, não lembro de ver uma seca dessas, se não fosse a água do poço, já tínhamos diminuído o número de plantas, pois seríamos obrigados a poupar ao máximo a água para não acabar”, relata o agricultor. A boa utilização da cisterna que foi construída em 2011 e o pensamento agroecológico (não utilizar venenos) e solidário fez com que a família fosse escolhida para compartilhar seus conhecimentos com outros agricultores que irão receber tecnologias sociais implementadas pela ASA por meio da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetraece). Uma das visitas para intercâmbio que o casal recebeu foi de agricultores e agricultoras familiares do município de Monsenhor Tabosa, que estão recebendo neste ano de 2014 tecnologias sociais para conviver com o semiárido. A delegação de Monsenhor Tabosa foi acompanhada pela agricultora e indígena Luíza Canuto, que já foi sistematizada pela Fetraece/ASA. “Legal, vamos ganhar um jornalzinho igual o da senhora Luíza. Muito bonito ele!”, finaliza o agricultor Antônio Pires.
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