Ano 8 • nº2045 Setembro/2014 Aracatu
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Jovem do município de Aracatu potencializa trabalho de sua família na Agricultura Ter estabilidade financeira sempre foi algo que Marcelo idealizou e sonhou em sua vida, contudo, assim que terminou seus estudos e aos 21 anos de idade resolveu sair da casa dos seus pais, Dona Eva e Seu Adenilson, na Lagoa da Roda comunidade rural do município de Aracatu, para tentar conquistar seu sonho na cidade de São Paulo. Lá, ele trabalhou em um restaurante onde aprendeu uma profissão diferente ao lidar com alimento. Ganhava bem, mas o padrão de vida também era alto, assim, quase não conseguia se estabelecer e nem conquistou o que tanto sonhava. Marcelo em seu quintal produtivo Depois de 7 anos de trabalho em São Paulo, Marcelo sofreu um pequeno acidente e devido a isso precisou retornar para casa dos seus pais no município de Aracatu. Após sua recuperação, Marcelo percebeu que sua mãe Dona Eva precisava de ajuda em seus quintais produtivos, pois a vontade de produzir hortas da família foi despertada nos cursos de GAPA e SISMA, oferecidos pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Lá eles perceberam que era possível produzir bem e ampliar as variedades de frutos da sua terra. Dona Eva produzia hortaliças para o consumo da família e ainda vendia para os amigos e vizinhos, dessa forma a demanda era grande e dona Eva não dava conta sozinha, pois além de cuidar da família e do trabalho da casa, ela trabalhava com seu Adenilson na lavoura. Com a ajuda de Marcelo Dona Eva passou a produzir muito mais, ampliou a quantidade de canteiros, a qualidade dos produtos e a variedade. As hortas não foram construídas em um lugar adequado, segundo Dona Eva, mas mesmo assim hoje em dia a maior parte da renda da família de Marcelo é retirada das hortas produzidas no quintal. Enquanto Dona Eva ficou responsável pela venda do produto bruto, como: couve, alface, coentro, alho, abóbora entre outras coisas, Marcelo passou produzir com a ajuda da mãe um tempero pisado (uma mistura batida de alho, coentro e sal) e vender para várias regiões do município de Aracatu. “Com a venda do tempero eu consigo tirar cerca de R$ 1.500,00 de lucro por mês, então hoje eu estou bem Seu Adenilson, dona Eva pais de Marcelo.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia
aqui não penso em voltar mais para São Paulo, o que eu aprendi lá trouxe para cá, é como uma corrida de Fórmula 1, o ponto é aqui, você dá uma grande volta, mas ponto de chegada é de onde você saiu”, segundo Marcelo. A demanda do tempero que Marcelo produz é tão grande que pra dar conta do recado ele necessita buscar materiais em outras localidades. Os temperos são produzidos todos os dias e toda semana ele vende cerca de 60kg. Foi aí que ele percebeu o quanto sua terra era rica, mas precisou passar pela experiência em São Paulo e observar bastante as coisas que as outras pessoas faziam, assim ele teve várias ideias e hoje consegue fazer maravilhas em sua terra, percebeu também que para ser feliz não precisa ir muito longe, “minha alegria sempre esteve do meu lado e eu só percebi quando senti falta de casa”, segundo Marcelo. É uma alegria para dona Eva ver seu filho em casa e feliz ganhando seu dinheiro sem ter necessidade de sair para outro município para realizar um sonhe que sempre esteve tão perto dele. Marcelo que depois dessa venda passou a conhecer tanta gente, pretende ampliar o seu negócio e assim que conseguir fará uma homenagem para a sua mãe, colocará o nome do produto “Tempero da Dona Eva”.
Família de Marcelo e produção do tempero pisado.
Realização
Centro Comunitário da Paróquia São Pedro Aracatu-BA Convivendo com o Semiárido
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