As Plantas de Dona Santa

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Ano 9 • nº 1848 Janeiro/2015 Flores do Piauí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

As plantas de Dona Santa As dificuldades de antigamente hoje são contadas com um sorriso no rosto. As coisas parecem ter mudado para dona Maria Rodrigues Oliveira (dona Santa) e seu Luiz de Sousa Nogueira, mas mudado para melhor. Eles têm dois filhos e moram na comunidade Vereda, município de Flores do Piauí. A casa é simples e a vida é de muita humildade. Mas quem chega é recebido com um cafezinho quente, convidado a sentar na varanda, e para completar vem um bejú com carne de porco assado no fogão à lenha. “Matamos um porquinho esses dias. Podem comer à vontade”, diz seu Luiz. Uma família unida e feliz é o que se vê. Atrás da casa um quintal produtivo, de onde a família tira parte de sua renda para se sustentar. A outra parte vem da aposentadoria de um dos filhos que nasceu com uma deficiência. “Vamos lá no quintal conhecer minhas plantas”, nos convida dona Santa. Ela leva todos para ver seu quintal, e a alegria dela contagia quem está do seu lado. “Aqui planto meus tomates, meus coentros, minhas alfaces, minhas cebolas. Aqui eu venho aguar todos os dias e todo sábado vou vender na feira de Flores”, afirmou dona Santa. Dona Santa e seu Luiz contam como mesmo morando tão perto da cidade, cerca de 7 quilômetros, a dificuldade de chegar lá para vender as hortaliças era grande. “A gente acordava de madrugada e saia numa bicicleta pra chegar lá cedinho pra arrumar um lugar na feira. Hoje as coisas mudaram. A gente tem nossa moto e graças a Deus tem asfalto, rapidinho a gente tá lá”, conta seu Luiz.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

As dificuldades podem até serem contadas hoje com tom de brincadeira, mas dona Santa lembra que era difícil, principalmente pela falta de água. Mas a cisterna da primeira água, e a Cisterna Calçadão que eles vão receber agora, enche de orgulho e esperança a família. “Fiquei feliz quando fui contemplado com essa cisterna. Tenho pouco lugar pra guardar água. A cisterna pequena uso mais para beber. Agora com essa grande vou aumentar minhas plantas, quero vender mais pra ganhar mais dinheiro”, afirmou dona Santa. Dona Santa e seu Luiz são daquelas pessoas que mantêm a tradição. Guardam sementes para o próximo inverno. “A gente aprende com nossos pais a guardar essas sementes em litro. Mas mesmo com a nossa vivência de roça desde criança a gente sempre aprende mais com vida. Viajei pra o Festival de Sementes em Pedro II e lá aprendi várias coisas que hoje eu faço aqui”, disse dona Santa.


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