União, produção e renda ao redor da cisterna- calçadão

Ano 7 • nº1117 Setembro/2013

Castelo do Piauí

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

União, produção e renda ao redor da cisterna-calçadão A Professora Maria do Socorro Silva e a agricultora Maria Madalena da Silva, moradoras da comunidade Barreiras, no município de Castelo do Piauí se uniram para produzir verduras, frutas e hortaliças para comercializarem e gerarem renda extra do quintal de casa. Há alguns anos atrás esse seria uma realidade difícil de imaginar em uma comunidade que sofreu bastante com a dificuldade no acesso a água, mas hoje através da tecnologia cisternacalçadão, conquistada com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), as duas mulheres trabalham juntas e produzem com a água da cisterna.

A cisterna pertence à Professora Maria do Socorro, que há 15 anos vive na comunidade Barreiras. Ela veio de Teresina para trabalhar na localidade e lá constituiu família. A professora é casada com o agricultor Luis Francisco da Silva, com quem tem dois filhos: Luis Henrique, 12 anos, e Ana Luisa, de 11 anos. “Eu vim morar em Castelo e fiz um concurso para professora, aí tinha esse lugar que ninguém queria vir, eu disse: eu quero é trabalhar, não tem lugar ruim pra quem quer trabalhar. Pois num é que casei aqui, tive meus filhos aqui, arranjei tudo aqui, então pra mim aqui na comunidade Barreiras não encontrei barreiras, encontrei foi solução”, brinca a professora.

Mesmo gostando de morar na comunidade, ela conta que a dificuldade no acesso a água sempre foi um problema para os moradores que se viam obrigados a caminhar cerca de 2km até o rio Poty para carregar água, que as vezes, principalmente nos meses de estiagem, era de má qualidade. Essa realidade começou a se transformar com a chegada dos programas de cisternas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). Através das tecnologias de captação de água da chuva as famílias passaram a beber da água que acumulava na cisterna de 16 mil litros do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).

Já a cisterna-calçadão possibilitou para as famílias produzirem no quintal de casa frutas, verduras e legumes, iniciarem ou potencializarem sua criação de galinhas.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

A Professora Maria do Socorro conta que na época de escolher o caráter produtivo optou pelas hortas por achar que as galinhas dariam muito trabalho para cuidar, e como ele leciona no período da manha e da tarde não teria tempo de se dedicar as duas coisas.

Por isso hoje a Professora conta com a preciosa ajuda da amiga e vizinha Maria Madalena. “Como ela não tem nenhuma cisterna, porque chegou depois, eu convidei ela para me ajudar com a horta, porque como lecionar me toma muito tempo, se eu fosse cuidar sozinha da horta, uma das coisas sairia mal feita”, explica.

Dona Maria Madalena afirma que ficou muito feliz com o convite da amiga, pois sempre gostou de mexer com a terra. Segundo ela, um divertimento e uma terapia que a ajuda a se sentir melhor e a relaxar. A sociedade das duas mulheres deu tão certo que hoje o que produzem é suficiente para o consumo das famílias e até sobra para a venda. No quintal elas produzem cebola, coentro, pepino, tomate, pimentinha, beterraba, alface e pimentão. Por enquanto elas contam que só vendem a cebolinha e o coentro, mas já chegaram a vender alface e pimentão.

Para quem está começando um negócio as duas mulheres avaliam como positivo as vendas. “O lucro agora basicamente vai todo para a compra de mais sementes, porque nem sempre dar para esperar colher a semente do que a gente produz, por exemplo, o coentro é bom vender novo, antes de aflorar, se formos esperar as sementes a gente não vende”, explica Dona Madalena.

As agricultoras tem perspectivas de aumentar a produção futuramente. Mas a falta de chuva e o inverno ruim preocupa, por isso pedem uma ajudinha do céu para que chova logo e a cisterna volte a ser abastecida. Mas enquanto não chove as duas vão administrando bem a água da cisterna. Elas utilizam técnicas simples como cobertura morta, sistema de gotejamento com garrafa pet, canteiros econômicos. Técnicas que demonstram bem qual arma do sertanejo para vencer a estiagem: guardar e cuidar para não acabar até chegar as próximas chuvas.

Realização

CENTRO REGIONAL DE ASSESSORIA E CAPACITAÇÃO

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