Ano 7 • nº1354 Agosto/2013
Assunção do Piauí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Cisternas que guardam água e mudam vidas! Um lugar no meio do nada, onde ainda ao longe já se avista um quintal bonito, verde e que se destaca no meio de um sertão de sol e paisagem seca, é ali que vivem há mais de 40 anos Maria Antunes Araujo de 60 anos e Raimundo Alves Araujo, de 59 anos, o casal de agricultores mais conhecidos como Dona Vilanir e Seu Margarida. A propriedade de 55 hectares fica localizada na comunidade Queixada em Assunção do Piauí. A primeira impressão é que o local é rico em água e que não enfrenta problemas com a falta dela, o que não é de todo verdade, mas hoje a possibilidade de guardar a água transformou a vida do casal de agricultores. Quando resolveram morar na serra, depois de se casar e comprar a propriedade, o casal sabia da dificuldade que teriam para ter acesso à água, mas resolveram enfrentar as dificuldades pela felicidade de poder morar em uma propriedade que pudessem chamar de sua. E assim vivendo de buscar água em um poço que ficava a mais de uma légua (6km) de distância em um jumento, ou pegando água para beber na sede do município de Assunção, Dona Vilanir e Seu Margarida conseguiram criar seus três filhos. Com muita persistência o casal afirma que nunca precisou sair do local, mesmo no período mais seco do ano. Apesar das dificuldades sempre conseguiram produzir o feijão e criar algumas cabeças de bode para a alimentação da família, mesmo tendo que viver buscando água para sobreviver. Dona Vilanir conta que quando chegaram na localidade com uma história de construção de cisterna para guardar água para beber, ela não pensou duas Dona Luiza hoje cria galinha e porcos em seu quintal produtivo. vezes.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí
Sabendo que no período de chuva o sertão tem água em abundância, mas não tem onde guardar, ela diz que viu a cisterna do P1MC (Programa Um Milhão de Cisterna) como uma benção. Em seguida a família conquistou a cisterna-calçadão, uma tecnologia social que armazena a água da chuva para a produção de alimento, através do P1+2 (Programa Uma Terra e Duas Águas). Com a água para beber e para produzir no quintal de casa, a família não perdia mais tanto tempo na busca de água e a produção no quintal de casa cresceu. Hoje no quintal da casa de Dona Vilanir e Seu Margarida existe vários pés de caju, também tem manga, acerola, goiaba e laranja, alem dos canteiros de pimenta, pimentão, cebola que deixam mais gostosa a comida de Dona Vilanir. Lá eles também criam porcos, galinha e bode. Mas Seu Margarida explica que o segredo não é só ter água, as técnicas simples de conservação do solo, de aproveitamento e conservação da água são importante para que o liquido precioso dure durante todo o período de estiagem.
2
Neste ano o feijão plantado não nasceu “a seca foi brava” conta Seu Margarida. “A chuva mal deu para encher a cisterna, “desde o ano passado que não chove o suficiente pra essas bandas”, conta com tristeza Dona Vilanir. As cisternas vêm sendo abastecidas pela Defesa Civil, o que garante às famílias nas comunidades de Assunção do Piauí água para o consumo. “A cisterna é muito boa, porque se não chove tem a água da defesa civil, porque se não tem a cisterna não tem onde colocar a água”, explica Seu Margarida. Hoje os três filhos do casal moram na sede da cidade de Assunção do Piauí, mas o casal continua na localidade, mesmo com a estiagem prolongada eles alimentam a esperança de que chova logo, enquanto isso, vão economizando, vão aproveitando a água e cuidando do seu pedaço de terra. “Eu gosto de morar aqui, eu sempre gostei, até quando não tinha água, as pessoas procuram outro lugares pra viver melhor, mas pra mim não tem nada melhor que a casa da gente, que a gente cuida, que a gente ver crescer, não vejo felicidade em outro lugar”. afirma Seu Margarida.
Realização
CENTRO REGIONAL DE ASSESSORIA E CAPACITAÇÃO
Patrocínio