Ano 7 • nº 1421 Julho/2013 Dormentes
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Horta orgânica transforma vida de casal no Semiárido Pernambucano. Na comunidade de Chapada do Sergipe, localizada no município de Dormentes (PE), vive o casal Maria de Lourdes Brito Araújo, conhecida como dona Lourdinha, e José de Brito Rodrigues Irmão ou Zé Zito como é chamado. Dona Lourdinha, tem 56 anos e nasceu na comunidade de Satisfeito, em Petrolina (PE). Já seu Zé Zito, também com 56 anos, nasceu e se criou na própria comunidade onde vivem. Eles têm 10 anos de casados e sempre viveram da agricultura convencional. Logo no início da convivência, o seu Zé Zito passou por difíceis problemas de saúde, ficando impossibilitado de trabalhar em serviços que necessitassem de certos esforços. Foi nesse momento que o casal teve a iniciativa de vivenciar a primeira experiência orgânica no próprio quintal da casa em apenas dois balcões. O que era produzido ali servia para o consumo da família e o excedente era vendido na própria comunidade. Entusiasmado com o excelente resultado da pequena horta, o casal sempre teve a preocupação de se aperfeiçoar buscando os conhecimentos necessários para a ampliação da comercialização. A nossa horta é distante de casa para evitar a aproximação de animais que possam transmitir doenças como é o caso do gato que através de sua urina pode trazer riscos à nossa saúde.
“Ela é toda cercada para evitar o contato direto dos sapos com os canteiros”, comentou Zé Zito. Na horta, eles produzem coentro, alfaces, tomate, mandioca, abóbora, pimentão, cebolas, berinjelas, pimentinhas e pepino saladas. E todos esses produtos são orgânicos, livres de qualquer tipo de agrotóxico ou adubos químicos. Além de sua comunidade, a produção deles é vendida em outras localidades de Dormentes e nos municípios de Afrânio e Petrolina. Com seus próprios investimentos, construíram um barreiro (tipo trincheira) para o acúmulo de água para ser utilizada na irrigação da horta, além de um barreiro no modelo de uma piscina, no qual utiliza um plástico para a água não ser absorvida pelo solo. A água deste barreiro lonado é utilizada no período de estiagem, uma vez que a água do barreiro trincheira não suporta todo o período de seca. É nesse momento que seu Zé precisa contratar carro-pipa para colocar água na cisterna e assim poder fazer o mantimento dos plantios. Com isso, as despesas aumentam bastante, chegando a investir 90% do apurado na compra da água, das sementes nas mãos de outros agricultores e empresas, algumas despesas de mão de obra e dos defensivos orgânicos. Na propriedade do casal, há uma cisterna de 16 mil litros, para o consumo humano. Segundo seu Zé, na época em que ela foi construída quase ninguém tinha cisterna, então todos os vizinhos da comunidade usufruíam da água acumulada na cisterna. Agora eles aguardam ansiosos pela chegada da cisternacalçadão, que será construída pela ASA. “Com a chegada dessa implementação, vamos ampliar e fortalecer cada vez mais a nossa horta, com a plantação de fruteiras a exemplo de bananas e mexericas. Nossos gastos irão diminuir, pois a água acumulada vai estar bem protegida, e assim podemos assegurar melhor nossa principal fonte de renda”, comenta o casal.
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