Ari e sua poupança, graças à barragem subterrânea

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 • nº1956 Janeiro/2015

entrevistaram a gente, foi muito legal”. Hoje, Ari e sua família tiram o sustento da terra onde vivem. Lá, se encontra cana, mandioca, capim de corte, com o qual é feito silagem com o objetivo de guardar alimento para os animais. Também são produzidos milho e batata, que complementam a alimentação das vacas e também vão para a cozinha de casa. As vacas fornecem leite que é vendido na vizinhança e na feira da cidade, e com o qual também é feito queijo e requeijão. E tem também a cachaça, com a qual Ari faz a “poupancinha” todo ano. Antes, Ari fazia cachaça na propriedade de outras pessoas, mas hoje ele tem o seu próprio engenho. Assim, toda vez em que as canas estão no ponto, os bois puxam a moenda pra obter a garapa que vai fermentar e alimentar o alambique construído artesanalmente. Ele conta que este ano ele vai produzir mais do que em anos anteriores. “Ano passado produzi pouquinho porque tinha só um pedacinho de cana plantada, mas nesse ano acho que vai dar uns 1000 litros, talvez um pouco mais”, conta. A produção é toda vendida rapidamente, na porta de casa, pois a procura é grande na região. E é assim, cultivando alimentos para o próprio consumo e venda e provendo a alimentação dos animais, além de preservar a tradição local de produzir cachaça, que Ari e sua família levam uma vida com qualidade no Semiárido baiano. Com o auxílio da barragem subterrânea, eles conseguiram melhores condições de vida e, segundo Ari, a família não tem a menor vontade de ir morar em outro lugar. “Com a barragem, eu produzo comida pra minha família e os meus animais, que é de onde tiro o leite pra beber e fazer requeijão, tiro as canas pra fazer a cachaça, então com a barragem não teria quase nada do que tem hoje aqui. Com ela, eu mantenho a rede, pois uma coisa vai sempre ajudando a outra”. Um exemplo de convivência com o Semiárido.

Realização

Apoio

Brotas de Macaúbas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ari e sua poupança, graças à barragem subterrânea A zona rural do município de Brotas de Macaúbas,localizado na parte noroeste da Chapada Diamantina (também conhecida por alguns como Chapada Velha), possui uma interessante variedade dentro de sua agricultura familiar. Entre elas, é notável a existência de pequenos engenhos movidos a gado, que produzem cachaça artesanal, que são em sua maioria vendidas localmente. Um desses pequenos agricultores que produzem cachaça em Brotas é Aurivaldo Araújo Oliveira, mais conhecido como Ari. Aos 42 anos, ele trabalha na sua terra junto de sua família desde a infância, vivendo na mesma região da comunidade Andiroba. “Eu morava num povoado chamado Lagoa do Viana, tenho uma propriedade lá. Quando foi pra colocar os meninos na escola, eu vim aqui pra Andiroba, comprei uma terra na mão de um homem daqui e comecei a trabalhar, isso já faz uns 8 anos”, conta Ari, que tem 2 filhos. A terra adquirida por Ari tem 22 hectares, e não havia nenhuma estrutura construída, apenas mato. “Aqui não tinha nada. Era apenas uma área aberta, e tinha muito mato. Eu fiz tudo na mão, fiz a casa e, aí, eu fui tocando a parte que hoje tem palma. Meu pai me ajudou, mas a maior parte eu que cuidei e, às vezes, pagava alguém pra trabalhar, quando podia”, relata Ari, que foi pouco a pouco organizando o pedaço de terra junto de sua família. Nos primeiros dias em sua nova morada, Ari iniciou o cultivo com a palma. Com o passar do tempo, limpou outras áreas do terreno para plantar milho e um pouco de cana-de-açúcar, mas que não vingou como ele esperava devido à falta de água para manter a plantação viva. O mesmo aconteceu com o capim plantado na mesma época.


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