Rosana Palazyan

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Rosana Palazyan

Rosana Palazyan

Rosana, independente e moderna, desde de cedo recusou os ensinamentos profissionais de sua avó, professora de bordado na Armênia. No final da década de 1980, já formada em arquitetura, preferiu matricular-se no Parque Lage, onde exercitava-se nas técnicas do desenho e da pintura. Já, nesta ocasião, mostra, em seus trabalhos sobre tela, estranhamente, a marca de traços e figuras que só podem ser percebidos de perto, passados em branco na observação à distância da obra. Já mostra clara preferência pela dramaturgia dos pequenos detalhes, um gosto especial pela cartografia, mapas e biografias. Pela busca. (...) Continuando, Rosana Palazyan formou-se e mudou-se para seu primeiro ateliê, no Estácio. E decide arriscar. Toma, ao longo da década de

por Heloisa Buarque de Hollanda

1990, algumas atitudes perigosas: opta pelos suportes banais e quase infantis, pelo desprestigiado caminho da narrativa visual e da palavra, pela subversão dos talentos e linguagens 'femininas', e, até diria, opta pela arte como pretexto de investigação ou, formulando de forma mais científica, pela arte como categoria de análise. Começo pelo terreno onde piso mais confortavelmente à 'sensibilidade feminina'. Rosana não é exatamente o que poderíamos chamar de minimalista. O que ela parece propor e mesmo exigir é uma estratégia do mundo dita 'feminina': o close reading. Ou seja, a leitura sintonal do particular, a recusa da abordagem totalizante, a desconfiança sistemática na evidência empírica. Sugere a provocação da escrita que para ser completa impõe a observação micro-angular, impõe uma efetiva aproximação do olhar. Como nas Iluminuras. HOLLANDA, Heloisa Buarque de. In.: PALAZYAN, Rosana, Rosana Palazyan. Catálogo. Textos Paulo Herkenhoff, Frederico Morais e Heloisa Buarque de Hollanda. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2002, p. 68.


Rosana Palazyan

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3


Rosana Palazyan

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3


Rosana Palazyan

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3


Rosana Palazyan

Sem título, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3

Azedinha, série Daninha?, 2006-2010 impressão a jato de tinta e hot stamp sobre papel de algodão 28 x 23 cm ed. 1/3


Rosana Palazyan

Sem título, da série Rua, 2012 grafite e tinta a óleo sobre tela 20 x 25 cm


Rosana Palazyan

Sem título, da série Rua, 2012 grafite e tinta a óleo sobre tela 20 x 25 cm


Rosana Palazyan

Por que Daninhas?, 2006/2011 linha e fios de cabelo sobre tecido e plantas 25 x 20 cm

Commelina erecta L., série Minha Coleção de Sementes Daninhas, 2011 bordado com linha de algodão e fios de cabelo sobre voil, sementes. 16.5 x 12 x 5.5 cm


Rosana Palazyan

Rosana Palazyan Exposição no Armazém Fidalgo, Janeiro de 2013

Rosana Palazyan apresenta no Armazém Fidalgo uma video instalação que dá prosseguimento as questões que permeiam seu trabalho, dentro de um processo de pesquisas e promovendo trocas e aproximação com o Outro (principalmente aquele que não tem escuta social). Com mais esta obra, delicadamente amplia e potencializa a reflexão sobre “definições e rótulos que transformam seres vivos em daninhas”. Mesmo que de forma mais sutil, também aqui, a artista mantém presente o paralelo entre as definições encontradas nos livros de agronomia e frases que usualmente são relacionadas às pessoas que se encontram em situação de exclusão social (como exemplo pessoas que vivem em situação de rua e o processo de “higienização” dos centro urbanos). E tendo apresentado a obra num espaço que tradicionalmente seria uma vitrine de loja dentro de um shopping, também a relaciona com questões ligadas ao valor que é designado as coisas e as pessoas - consumo e mercado. A ideia da vídeo instalação deu inicio com um vídeo que tem como base a obra “rosa daninha?” (um livro objeto em tecido bordado em pequenas dimensões, que cabe na palma da mão). E durante o processo de montagem no espaço Armazém Fidalgo, a artista funde as três questões (livro-objeto, vídeo e videoinstalação) em uma só obra: “O estudo n.1 - para o jardim das daninhas”, proposto no livro-objeto, intensifica o questionamento que permeou sua pesquisa com agrônomos e em livros de agronomia e surge aqui com imagens e frases transformadas pela obra em poesia visual: ... rosa daninha?... ...qualquer espécie pode ser considerada daninha... ...quando nasce onde não é desejada... ...e retira os nutrientes de culturas economicamente produtivas... Ao subverter a escala diminuta do livro-objeto, e acrescentar poeticamente elementos inesperados, o vídeo se transforma em obra autônoma:


Rosana Palazyan O que aconteceria se estivéssemos folheando as páginas do livro real, surge no vídeo como uma passagem de tempo, com a qual, ora inicialmente a Rosa surge linda e vencedora, e como num flashback, passo a passo, nasce e cresce no meio de plantas “consideradas daninhas” (a Azedinha); Ora a Azedinha é quem aparece sozinha como se conseguisse ter eliminado a Rosa. E finalmente em imagens que foram produzidas somente para o vídeo, as duas convivem juntas, mas só até que o vídeo (em looping) reinicie novamente... Dentro desta poética a artista propõe ao espectador que se depare em uma situação sem verdades e sem repostas absolutas. Na instalação, um emaranhado de linhas verdes forma um desenho abstrato, sutil e delicado dentro da vitrine dando continuidade ao vídeo e como que prosseguindo em movimento, as linhas pendem para fora da vitrine até se deitarem sobre uma pequena planta no piso externo da galeria. Com isso, a vitrine, não é mais apenas o que está dentro. Espaços interno e externo fundemse na mesma obra, como numa passagem poética do virtual para o real. Com a usual forma sutil de trabalhar o espaço, a artista cria mais uma vez uma instalação que pede aproximação do espectador. Surpreendido com os elementos que estão fora da vitrine de forma inusitada (as linhas, a planta e o som do vídeo que percorre o corredor externo da galeria ao longe), pouco a pouco o espectador vai descobrindo cada pequeno detalhe e se descobre capturado e envolvido pela obra.

Rosa Daninha?, 2013 vídeo instalação 1'40'' Vista da exposição no Armazém Fidalgo, Rio de Janeiro, Brasil


Rosana Palazyan

Rosa Daninha?, 2013 (detalhe) Vídeo instalação 1'40''

Rosa Daninha?, 2013 (detalhe) Vídeo instalação 1'40''

Rosa Daninha?, 2013 vídeo instalação 1'40'' Vista da exposição no Armazém Fidalgo, Rio de Janeiro, Brasil


Rosana Palazyan Biografia

Nasceu em 1963. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Exposições individuais 2013 Armazém Fidalgo, Rio de Janeiro, Brasil. 2010 Casa França Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. 2006 Galeria Leme, São Paulo, Brasil. 2004 O Lugar do Sonho, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasil. 2002 Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. 2000 Museo de Arte Contemporâneo Rufino Tamayo, Cidade do México, México. 1998 Bedtime Stories, George Adams Gallery, Nova York, EUA. Galeria Thomas Cohn, São Paulo, Brasil. 1996 Thomas Cohn Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil. 1995 Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, Brasil. 1994 Galeria Macunaíma / Funarte, Rio de Janeiro, Brasil.


Rosana Palazyan Exposições coletivas 2013 O Abrigo e o Terreno. Arte e Sociedade no Brasil I, MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil. 2011 A Rua, Festival Europalia Brasil, Museum van Hedendaagse Kunst Antwerpen, M HKA, Antuérpia, Bélgica. Vieira da Silva/Arpad Szenes e Rupturas do Espaço na Arte Brasileira, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil. 2010 Paralela 2010, Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, Brasil. 2009 Pretty Tough: Contemporary Storytelling, The Aldrich Contemporary Art Museum, CT, EUA. 2008 Paralela 2008, Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, Brasil. 2007 Um Atlas de acontecimentos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal. 2006 A imagem do Som: Futebol, St. Elizabeth Kirche - Berlin, Alemanha. - Manobras Radicais, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasil. 2005 Rampa: Signaling New Latin Art Initiatives, Arizona State University Art Museum, Arizona, USA. 2003 Arte e Sociedade: Uma relação polêmica, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil. 2002 Magic Expeditions tour with mysterious feelings Museum Folkwang, Essen, Alemanha.

Arte Contemporânea, coleção CGS, Novas aquisições, Culturgest, Lisboa, Portugal. 1999 Os 90, Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil. 1998 The Present Absent, Centre Gallery, Miami Dade Community College, Miami, EUA. 1995 Infância Perversa, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro e Bahia, Brasil. 1993 13º Salão Nacional de Artes Plásticas (Prêmio Aquisição), Palácio da Cultura, Rio de Janeiro, Brasil;

Bienais Internacionais 2009 7º Bienal do Mercosul, Fundação Bienal Mercosul, Porto Alegre, Brasil. 2004 26º Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasi.l 1997 1º Bienal do Mercosul, Fundação Bienal Mercosul, Porto Alegre, Brasil. El Individuo y su Memória, Sexta Bienal de La Habana, Havana, Cuba.


Rua Siqueira Campos 143 ljs. 147/150 2ยบ piso Copacabana Rio de Janeiro RJ Brasil 55 21 2549-6278 I arturfidalgo.com.br


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