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papel do espac;o ern relac;ao a sociedade tern sido freqi.ientemente minirnizado pela Geografia. Esta disciplina considerava o espac;o mais como teatro das ac;oes humanas. Lucien Febvre (1932:37) salientava que o encaminhamento dos ge6grafos parte em geral do solo e nao da sociedade. Isso porque, como lembra R. E. Pahl, a Geografia Social desenvolveu-se lentamente ("ja que, ate recentemente, a ideia de que 'os ge6grafos partem do solo e nao da sociedade' (1932:37) era amplamente mantida pela maioria dos ge6grafos, e na verdade ainda e mantida por algun s, fica muito f:k il entender por que a Geografia Social se desenvolveu tao lentamente") 1 • Pode-se d izer que a Geografia se interessou mais pela forma das coisas do que pela sua formar;ao . Seu dornfnio n8.o era o das dinamicas

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Tradu<;iio d e "Society and Space : Social Formation as Theory and Method", Antipode, 9/1, pp. 3 -13, Jan.-Feb. 1977. 1. "[ ... ] since the idea that 'geographe1's start fro m soil, not from society' {1932:37) was until recently widely held by most ge ographers; and is indeed still h eld by some, it is easy to understand why Social Ge ography has been slow to develop" . R. E. Pahl (1965:81 ).

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1 . 1. A C ATEGORI A DE FoRMA<;:Ao SociAL sociais que criam e transformam as formas, mas o das coisas ja crist alizadas, imagem invertida que impede a apreensao cia realidade se nao Foi lembrado que a categoria de FES\ apesar de sua importanc~a se faz intervir a Historia . Se a G eografia deseja interpretar o espa<;o humano como o fa t o hist6rico que ele e, somente a hist6ria da socieda- M oara o estuclo clas sociedades e para o metodo marxista, durant e urn de mundial aliada a sociedade local pode servir como fundameritO da ~\ longo periodo nao mereceu estudos e cliscussoes que levassem a ren o 3 compreensao da realidade espacial e permitir a sua transforma<;ao a .,~_;, var e aperfei<;oar o conceito • Ela teria fica do, segundo V. Gerratana serv1<;0 do homem. Pois a Hist6ria nao se escreve fora do es aco e nao . (1972, 197 3:46-47), "numa zona de penumbra discreta, como uma _______________t.!i..?_<2.C:0..c1?.:9_~~~-~L~_9 e_spaco, ele mesmo e social p , :: expressao desprovida de significa<;ao especial. Sereni (197 0, 1974:23 ) Da! a categoria de Form;c~o-·-E·-c-o---:~. ·----"--'·· -- .---l--(-'---)--------------t -·-·· --censura aos-tl'la:rxista-s-d~c2.:-"-lntemacionat--o-fate -de--ru3:0-t:er-em-eem--·-------. nom1ca e 5 oc1a FES parecer-nos 1~' preendido esta no<;ao, exce<;ao feita a Antonio Labriola e Franz M ehrin g. a mais adequada para auxiliar a forma<;ao de uma teoria valida do 0 longo reinado de St alin no K remlin, o centralismo democd.t ico dos esp_~s:o. Est a categ()ri_§l diz r:;sp~ito _a evolu<;ao_diferenfi~l_das sociedapartidos comunistas ocidentais, a ascensao de Hitler ao poger e a guer- _ __ 1, des, no seu quadro proprio e em rela<;iio com as for<;as externas de ra fria, juntos ou separadamente, tern concorrido contra toda reno va~ <;ao, part icularmente par a esta categoria cujo desenvolvimento foi reonde mais freqi.'tentemente lhes provem o impulso. A propria base da "'Cl

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explica<;ao e a produc;ao, isto e, 0 trabalho do homem para transformar, segundo leis historicamente determinadas, o espac;o com o qual o

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tardado4. 56 recentemente- ha menos de vinte anos - retomou-se o deb ate. Varios autores consideram que devemos a Sereni a r eabilita<;ao cia ca-

grupo se confronta. Deveriamos ate perguntar se e poss!vel £alar de Forma<;ao Economica e Social sem incluir a categoria do espac;o .

Homem-Natureza . Natureza e Espac;o sao sinonimos, desde que se

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considere a Natureza como uma natureza transformada, uma Segunda Natureza, como Marx a chamou. Nao e nosso prop6sito engrossar ainda mais o debate semantico sobre as FES, mas sugerir uma nova dimensao que nc:is parece essencial e que seria uma alt=ernativa no quadro desta-nova corrente de pensa- -mento da qual nos fala S. Barrios (1976:1), que propoe " uma concep<;ao do espa<;o que ultrapasse as fronteiras do ecol6gico e abranj a toda a problematica social" .

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tal qual foi interpretada ate hoje. Aceita.-la sem levar em conta o espa<;o levaria a aceitar o erro da interpreta<;ao dualista das relac;oes

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Trata-se, de fato , de uma categoria de Forma<;iio Economica, Social e Espacial mais do que de uma simples Forma<;ao Economica e Social,

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2. A noc;ao de FES fo i elaborada por Marx e Engels (Marx, 18 Brumaire, 0 Capital; Marx e Engels, L'ideologie allemande; Engels, On Social Relations in Russia, Anti-Diihring) . Lenin retom a o tema ut ilizando-o para fins cientificos e po!fticos em L'impot en especes, Ce qui sont les amis du peuple, e Le developpemen t du capitalisme en R ussie. Nao se pode esquecer igualmente os estudos de Plekhanov, N os desaccords; C hayanov, The Theory of Peasant Economy; Kautsky, La question agraire . 3. A m ultiplicidade de definic;6es de FES levo u urn dos seus te6ricos, Ph. Herzog (1974:89 ), a renunciar a produzir urna definic;ao a mais . Acrescenta ele que mais vale aprofundar a pesquisa hist6rica sabre o capita lismo para melhor cornpreender o conceito, em vez de apris ionar esse conceito em definic;oes. As definic;oes t erminam por orientar ou desorientar os pesquisa dores, sobretudo em periodos como o nosso, o nde a crise geral da urn valor definitive aos argumentos de autoridade. De faro, vivemos u~~_nova Idade Media, com o Umberto Eco (1974) ironica mas sistematicamenre o demonstrou . --·-4. So bretudo quando se ad mire, por meio de Bagaturia e de outros, que l\1ar:x nao reve tempo de desenvolver a noc;ao de maneira m ais explicita e que a ela borac;ao de Lenin clava conta de urn periodo hist6rico ja ultrapassado. Conrudo, a Lenin e nao a Marx, segundo Bagaturia, e q ue se deve a elevac;ao da categoria de FES a urn Iugar central ha doutrina do rnaterialismo hist6rico . Ivlas Sereni (1971, 1974 ), sem menosprezar a comribuic;ao de Lenin, fez remomar a lvlarx a explicitac;ao do co nceito.

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tegoria5 • Para Labica (1971a, 1971b:95), este esfor<;o representaria uma verdadeira "higiene te6rica", enquanto Glucksmann (1974:56) poe em ..relevo a distin<;:ao, feita por Sereni, entre modo de pr:oduc;:ao e formac;:ao soc ial, contrariamente ao marxismo da 2.n Internacional e de Ph:!khanov, que ele critica por confundir os dois conceitos . Segundo Texier (1 9 74:79-80), Sereni nos ofereceu uma interpretac;:ao das FES que teria escapado ao proprio Lenin. Para Sereni, a categoria expressa a unidade e a totalidade das diver-

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de uma sociedade e de urn progresso". P ara Lenin, seu estudo deveria, de maneira "concreta" , cobrir "todas as formas do antagonismo eco-

nomico na Russia" e "trac;:ar urn quadro de conjunto da nossa realidade como urn sistema determinado de relac;:oes de produc;:ao" · ':· 0 conceito de FES, disse V. Gerratana (1973:46), "e superfluo para quen1 se ocupa da sociedade em geral". Isso e verdade se forem visualizados aspectos essencialmente gerais, tfpicos de paises com o r: mesmo estagio de desenvolvimento hist6rico, como se encontra em --.::s>ras--esferas--=--econ&mica-;-social:;-p-oliriccr,-rulmr.rl-=-da--vil:brde ·uma--~Ie e Kovalson{·19f3:41}:-S-e1.q:Jap--ff·e-j·mme-rrre-p-errnitir"·-a--d.·eter-- ------- sociedade, daf a unidade da continuidade e da descontinuidade de seu minac;:ao especifica (para urn modo de produc;:ao definido} das variadesenvolvimento hist6rico. Para ele (1974:19 e 24-25), e preciso por c;:oes da existencia hist6rica det erminada" (Althusser, 1965:19 ). Quanos dados estruturais sempre em relac;:ao com uma prodw;;ao determ inad o · examinamos o problema da soc;iedade, escreveu Bukharin "0 da, 0 que explica que todo modelo de formas;ao economica e social e (1972:235), "encontramos a nossa £rente tipos hist6ricos definidos de n urn modelo fundado sobre a totalidade estruturada (Sereni, 19 74:15 ). 0 sociedades. Isso significa que nao ha uma 'sociedade em geral', mas > 0 Nisto se aproxima de Lukacs (1960), para quem o estudo hist6rico das .., que uma sociedade existe sempre sob urn inv6lucro hist6rico determi"' sociedades opoe, a primazia do econornico, a primazia da totalidade. nado. Cada sociedade veste a roupa de seu tempo". Ai esta a distinc;ao ""'.., Nao e a "sociedade em geral" que 0 conceito de FES se refere, mas > entre FES e sistema social, podendo este segundo conceito ser aplicado a 0 a uma dada sociedade, como Lenin (1946 [1894]) fez a respeito do qualquer forma de sociedade. > ., capitalismo da Russia. Globot assinala (1967:8 , junho) que "Marx 0 interesse dos estudos so bre as FES esta na possibilidade que tais c ;; pode fundamentar o metoda cientffico em Hist6ria precisamente porl: estudos oferecem de permitir o conhecim ento de uma sociedade na sua > que soube isolar de inicio os raciocfnios 'hist6rico-filos6ficos' sobre a ,. totalidade e nas suas frac;:oes, mas sempre como um conhecimento es0 'sociedade em geral' e se propos a dar so mente uma analise cientifica "'c pedfico, percebido num dado memento de sua evoluc;:ao. 0 estudo n > genetico permite reconhecer, a partir de sua filias;ao, as similaridades r n entre FES; mas isso nao e su ficiente. E preciso defin~r a especificidade 0 5 . Apesar de outras pub1icac;:6es consagradas explicita ou impliciramenre a quesrao, ;:: 0 de cada formac;ao, o que a distingue das outras, e, no interior da FES, a como os estudos de M. Dobb (1 947}, N .S. Dzunnosov (1960}, E. Hobsbawm (1964}, < t:J Losada Aldana (1967) e Luporini (1966}, o artigo de Emilio Sereni (1970} e que ::> apreensao do particular como uma frac;:ao do todo, urn momento do "0 _, reabriu o debate sobre a categoria de FES (publicado em 1971 na Critica Marxista, "'> 0 todo, assim como o todo reproduzido numa de suas fras;oes . com uma schie de artigos sabre o mesmo rema, bern como em La Pensee n . 159, < our. 1971; e publica.,:oes variadas em espanhol, com uma parte ou totalidade dos "'0 n _Nenhuma sociedade tem_fun<;6es p ermanentes, neJil urn nivel de 0 < artigos e, as vezes, acrescidos de outros estudos: em 1973 "La Categoria de ;:: 0 forc;:as produtivas fixo, nenhuma e marcada p or formas definitivas de _, 0 Formaci6n Econ6mica y Social", Mexico , Roca ; "EI Concepto de Formaci6n < ;:: fEcon6mico-Social", Cuadernos de Pasado y Presente, 39 (Cordoba, Siglo XXI}. .,. propriedade, de rela~6es sociais. "Etapas no decorrer de um proces0 fEm 1974, a revista Economia y Ciencias Sociales, 13 (1-4}, da Universidad Central 0 so", como Labriola as definiu, as FES na o podem ser compreendi das 0 < de Venezuela , publicou um numero especial onde, aos arrigos acima mencionados, 0 0 · senao no quadro de urn movimento totalizador, no qual todos os seus foram acrescidas contribui~6es de Luporini, Cordova e Losada Aldana . 0 debate prosseguiu na Italia com numerosos arrigos, enrre os quais aqueles de V. Gerrarana elementos sao variaveis que interagem e evoluem juntas, submetidas a 0:< ~

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(1972, 1973}, De Palma (1973), G. Prestipino (1972), La Grassa (1972) .

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~ao seria apenas uma possibilida de de realiza~ao e somente a FES seria a possibilidade realizada 10 • Como Rudner (1973:45) disse, comicamente:

lei do todo. A sociedade evolui sistematicamente, como "urn organismo socia l coerente cujas leis sistemicas [... ] sao as leis supremas, a medicla-p~dl~a_'? para todas as outras regularidades, mais especificas '' (V. Kusmin, 1974:72) . A noo;:ao de FES como etapa de urn processo hist6rico, que preocu l f d . d . , d _ pou M arx e urn os e ementos un amentms e sua caractenzacao 6 .

"Evidentemente, pretender que uma entidade tenha uma disposic;:ao para manifestar uma propriedade, ou que ela possa manifesta-la potencialmente, nao e a mesma coisa que pretender que esta propriedade se manifeste efetiva" !i . d.lZer que uma casa e- com bu stzve . l - , · mente. Afmal, nao e, ev1dentemente, a mes1 O desenvolv1mento da forma~ao economlCa da soCJedade e ass1m1lavel .. f, ma coisa que dizer que ela esta ardendo em chamas. Claro, pode acontecer a marcha da natureza e de sua hist6ria ", dizia Marx, no prefacio da '( que entidades que tem certas propriedades em potencial nunca cheguern a ---·-·--·------p.ritnei.t:a..edi~ao-de...O-Cap.ital,.-conlO--par.a.da.r-a.o-desen:v.ohrirnento-his~--J-- mns.tr.a.=@s_,_llm._t;Qrs_a_Q_d~<;;.(t_~.ill-,_q_~nl)_s_aJinnamos._c_QJJJ ..r,;n:.t.~za_q_u.e.Ls:olu:::______ ___ _ t6rico e as suas etapas 0 Iugar central na interpreta~ao das sociedades. ~ vel, p~de jamais ser dissolvido (e para que a afirrnac;:ao seja correta nao e · M . · · " · . b d necessano que ela se reahze); por exemplo, ele pode evaporar-se em uma expearx quena ev1tar o matena11smo a strato as c1enCias ' C om 1sso, riencia atomica ou consumir-se em cinzas" . n.:a~_llra is" ' op.~e ~- ci_e~_el?-_vol_yimento _l".~~t6r icg ' nao e considerado "'0 (Jakubowsky, 1971:43) nas suas causas e conseqiiencias, m esmo quanA no~ao de FES e ind issociavel do concreto representado por u ma do nao eo caso de delimitar as formao;:oes sociais de maneira extremasociedade hist oricamente determinada . Defini-la e produzir uma defi"'0 ,. mente precisa. E todo o problema das transi~6es 7 e das crises que esd. 0 nir;ao sintetica da natureza exata da diversidade e da natureza especifi"' assim colocado, como urn problema maior do materialismo hist6rico e ca das rela~oes economicas e sociais que caracterizam uma sociedade "' da pratica p o litica . n uma epoca determinada (M . Godelier, 1971: 107; 1972:81). Esta exi,."' Aqu i, a distin~ao entre modo de produ~ao e formao;:ao social apare0 gencia de concreticidade, sobre a qual insistiu Sereni (1974:44-45 ), > ce como necessidade metodol6gica 8 • 0 modo de produ~ao seria o "genao q uer de modo algum dizer que se possa apreender elementos con., 0 nera" cujas formac,:oes sociais seriam a s "especies" 9 ; o modo de producretos isolados como uma coisa em si p ropria. Uma FES e "urn objeto "' "

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Ler sobre esse assunto A. Roies, 1 974 :55; G . Prestipino, 1974:15; Ph. Hugon, 1974:426-428 . 7. Ler a esse respeito Ch. Glucksmann, 1971:55-56, para quem a noc;:ao de teoria das FES, no tempo de Lenin , nao e outra senao uma teoria de transic;:ao, e isso tanto em 1 894-1898 como em 1917-1922. 8 . Seren i considera como grave negligencia dos marxist as da 2 ." Internacional o faro de nao fazerem distinc;:ao entre modo de produs:ao e formac;:ao economica e social. 9 . A formac;:ao social subdesenvolvida rem merecido born numero d e estudos te6ricos sobretudo na America Latina, notadamente Maza Zavala (1964), Salvador de la Plaza (1970),- H. Malave Mat a ( 1972, 1974), J.A. Silva e H . Michelena (1974), A. Aguilar (1971, 1972, 1973). 0 estudo mais complero de nossos dias eo de Florestan Fernandes (1975). Out ros estudos, como os de Ph. Rey (1 971) e H ughes Bertrand (1 975), sao consagrados a Africa. Os estudos m ais gerais sao devidos a C . PaL'< (1972), S. Amin (1971); P. Salama (1972 ), 0. Sunkel (1 967); Ph. Rey (1973),Jam es Petras (.1973) . A respeito do modo de produs:ao colonial na America Latina, podem-se citar S. Bagu, 1949; M . M ala ve Mata, 1972:73-108; Garavaglia, 1974. Para a Africa, B. Datoo, 1 97 5 .

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Modo de produo;:ao, forma~ao social , espao;:o - essas tres categor ias sao interdependentes. Todos OS processos que, juntos, form am 0 modo

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10. "0 conceito de modo de produc;:ao esta ligado a urn modelo explicativo, isto e, urn conjunto coerente de h ip6reses nascidas d a considerac;ao d e elementos comuns a uma serie de sociedades q ue se consideram pertencentes a urn mesmo tipo. Pelo contr:irio, o conceito de FES esta sempre ligado a uma realidade concrera, suscetivel de localizac;:ao hist6rico-temporal" (J.G . Garavaglia, 1974:7). 11. G . Prestipino (1972:78) sublinha o faro de que, em rela<;ao ao conceito de modo de produ<;ao, o de forma<;:ao social e "ainda mais ader ente ao concreto hist6rico".

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de produc;:ao (produc;ao propriamente dita, circulac;ao, distribuic;ao, Daf, igualmente, a hist6ria espacial ser seletiva (Santos, 1972). Antes consume)_sao hist6rica e es?acialment_e deter_:ninados num movimendo atual perfo~o- tec.~ol6gico_, ~~stos ~egmentos de espa?o ~ud~ram to de conJ unto, e tsto atraves de uma tormac;ao social. ~· escapar ao dommw, curew ou mrurer:o, ao modo de produc;ao aominanA formac;:ao social compre~nd~ria uma estrutura produtiva (P. L. ~. te, o u foram_ apenas atingidos por feixe~ de de~erm~n~c;:6es limitadas. . Crosta, 1973) e uma estrutura tecruca (G. La Grass a, 1972:93 ). Trata-se : As r elac;oes entre espac;o e formac;ao social sao de outra ordem, de uma estrutura tecn ico-produtiva expressa geograficamente por uma ~1 pois elas se fazem n um espac;:o p articular e nao num espac;:o geral, tal certa d istribuic;:ao da atividade de produc;ao. Se a noc;:ao de formac;ao soqual para os modos de prodU<;ao. Os modos de produc;ao escrevem a Hist6ria n o tempo, as formac;oes sociais escrevem-na no espac;o . cial, segundo G. La Grassa (1972:103), deve "conter" o complexo das ~ __,...dtferenre-s-fo-rm~rnecniccrs·e-·orgarrizacionais-de--_p-roeess-o-preaut;wo,--qHe-:c-·--·--=femada -indi¥id.u.almen-te,....cada--fui-ma-gwgr-a£ica-e-r.epresenta-t-i¥a- - -correspondem as diversas relac;oes de produc;:ao existentes", ela nao ~ de urn m odo de produc;:ao ou de urn de seus mementos. A hist6ria dos pode ser concebida sem referencia a noc;ao de espac;o. 4 modos de prodw;:ao e tambem, e sob este aspecto precise, a hist6ria da - As diferenc;as entre l uga.r:es sao o resultado do arranjq espacial d os < sucessao_das formas criadas a seu servic;o. A hist6ri'!! da formac;:ao somodes de prodU<;ao particulares. 0 "valor" de cada local depende de ~, cial e aquela da sup erposic;:ao de formas criadas pela sucessao de mo"'0 nfveis qualitativos e quantitativos dos modos de produc;:ao e da manei- ; dos de produc;:ao, da su a complexidade sobre seu " territ6rio espacial", "' "> ra como eles se combinam. Assim, a organizac;ao local da sociedade e -~ para empregar, ainda que lhe dando urn sen t ido novo, a expressa o de ""' do espac;o reproduz a ordem internacional (Santos, 1974:8). 4 Jean Brunhes (1913). 0 modo de prodw;ao e, segundo A. Cordova "' .,"'"' Os modos de prod uc;ao tornam-se conc retes sobre uma base ~ (1974:118), " uma forma particular de or ganizac;:ao do p rocesso de pro> <> territorial historicamente determinada . Deste ponto de vista, as for- i d uc;:ao destinada a agir sobre a natureza e obter os elementos necessa0 rios asatisfac;:ao das necessidades da sociedade" . Esta sociedade e "sua" m as espaciais seriam uma linguagem dos modos de produc;:ao. Dai, na 7 .,> ,.0 sua determinac;ao geogr:ifica, serem eles seletivos, reforc;:ando dessa ~ natureza, isto e, a porc;:ao da "natureza" da qual ela extrai sua produ;:: > maneira a especificidade dos lugares. : c;ao, sao indivisfveis e, conjuntamente, chamam-se " formac;:ao social " . <> > 0 A localizac;ao dos homens, das atividades e das coisas no espac;:o ':: Said Sha (1973) escreveu que a formac;:ao social e ao m esmo tempo "'0 explica-se tanto pelas necessidades "externas", aquelas do modo de ,. uma totalida de concreta e uma totalidade abstrata . Seu ponto de vista r> > ,... produc;ao "puro" , quanto pelas necessidades "internas", representa- '1· deve reaproximar-se do de Ph. Herzog (1971 : 88-89), para quem modo r> 0 das essencial.wente pela estrutura de todas as procuras e a estrut ura de p roduc;:ao e form ac;:ao social devem ser pensados teoricamente ao ;:: 0 das classes, isto e, a formac;ao social p ropriamente dita. ' mesmo tempo. Para este ultimo, "o modo de produ~ao e a unidade, a .,-l 0 formac;ao economica e social, a especificidade", mas, acrescenta ele, 0 modo de produ~ao expressa-se p ela luta e por uma interac;:ao i "> entre o novo, que domina, e o velho. 0 novo procura impor-se por . "nao ha movimento de unifica~ao que, ao mesmo tempo, nao reproduza '"r> toda parte, porem sem poder realizar isso completamente. 0 velho eo [_ ----sobre bases novas as especificidades", regra q ue evitaria julgar 0 m o d o 0 ;:: modo de produc;:ao anterior, mais ou menos penetrado pelas formas ' de produc;:ao como uma essencia, e a FES como urn simples fenomen0 12_ 0 ;:: sociais e pelas tecnicas que correspondem ao modo de produc;:ao novo, "'-l 0 mas sempre comandado pelo modo de produc;ao novo. Daf chamar-se 0" 12. Para Althusser {Lire le Capital), "um a FES depende de urn modo de produ~ao a esse modo de produc;:ao "atual", em plena existencia, um modo de determinado"; ela e uma "conj un~ao", uma combina<;iio concreta real dos modos produc;:ao puro: ele nao se realiza completamente em parte alguma . de prod u~ao hierarquizados {citado por Glucksmann, 1974:55-56) . Ele par te da

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menta e, em grande parte, func;:ao das condi~oes existentes no m01nento inicial. De fato, o espa<;o nao e uma simples tela de fundo inerte e

Nao seria, pois, merecida a critica enderec;:ada a Sha por H . Michelena (1975:21 ), de nao haver fugido completamente ao dualismo dos conceitos d~ modo de produc;:ao e de formac;:ao social. De fa to, a formac;:ao social, totalidade a bstrata, nao se realiza na totalidade concreta senao por uma metamorfose onde o espac;:o representa o primeiro papeL 1.3. 0

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neutro . . Cada combinac;:ao de formas espaciais e de tecnicas correspondentes constitui o atributo produtivo de urn espac;:o, sua virtualidade e sua limita<;ao. A func;:ao da forma espacial depende da redistribuic;:ao - a cada momento hist6rico, sobre o espa<;o total - da totalidade das func;:o~s _que uma for~ac;:ao social ~ chamada a realizar. Esta redistri-

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darmos a questao sob o angulo de determinac;:6es especificas que a tornam concreta, essas determinac;:oes especificas tornar-se-iam uma mera pot encia, uma simples v ocac;:ao. Elas tornam-se realidade pelo espac;:o e no tempo. Em sua Geografia, Estrabao ja aconselhava a levar em considerac;:ao que os atributos de urn lugar sao devidos a natureza, porque, pensava ele, "eles sao permanentes, enquanto os atributos superpostos conhecem mudanc;:as"; de fato, hoje podemos corrigir: os dois estao destinados a mudar. Mas tambem, acrescenta ele, esta clara que e preciso levar em coma os atributos nao-naturais que sao destinados a permanecer e que transformam o trabalho do homem em uma especie de atributo natural de urn lugar. A realizac;:ao pratica de urn dos momentos da produc;:ao supoe urn loca l proprio, diferente para cada processo ou frac;:ao do processo; o l?cal_torna-~e assim, a ca~a n:_omento hist6r!~o, dotado de uma significac;:ao ~articular. A locahzac;:~o nu!TI d2do smo e num dad~ momenta das frac;:oes da totahdade soc1al depende tanto das necess1dades concretas de realizac;:ao da formac;:ao social quanta das caracterfsticas pr6prias d o sitio. 0 uso produtivo de urn segmento de espac;:o num mo-

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distin<;ao entre conceitas te6ricos, que definem os "objeros fo rmais abstraros", e conceitos empfricos, que sao as determina<;oes da existencia dos objetos concretes . Mas M. Harnecker (1973:147) recusa a defini~ao das FES como " rotalidades sociais abstratas". Para ele, a FES encerra urna realidade concreta, "hisroricamente determinada", estruturada a partir da -forma com que se combinam as diferemes relac;oes de prodLt~ao que coexistem no nlvel da esrrurura economica (d. Poulantzas, 1968 :13-14).

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organizado, como ao atual, ao presente, representado pela ac;:ao do modo de produc;:ao ou de urn dos seus momentos. 0 movirnento do espac;:o , isto e, sua evoluc;:ao, e ao mesmo tempo urn efeito e uma condic;:ao do movimento de uma sociedade global. Se nao podem criar formas novas ou renovar as antigas, as determinac;:oes sociais tern de se adaptar. Sao as formas que atribuem ao conteudo novo provdvel, ainda abstrato, a possibilidade de tornar-se conteudo novo e real. 0 valor atual dos objetos geograficos no interior da FES nao pode se< dado por seu valor pr6pdo no que diz respeiro a heran'a de urn modo de produc;:ao ultrapassado, porem como forma-conteudo. Esta e dada, em ultima analise, pelo modo de produc;:ao tal como ele se realiza na e pela formacao social. As modificac;:oes do papel das formas-conteudo - ou simplesmente da fun~ao cedida a forma pelo co~teudo - sao subordi~ad as, e ate determmadas~ pelo ~odo de pr~duc;:ao tal como ele se reahza na e p~la formac;:ao soc1al. Ass1m, o mov1mento do espac;:o supnme de mane1ra pratica, e nao somente filos6fica, toda possibilidade de oposic;:ao entre Hist6ria e estrutura. As defasagens da evoluc;:ao das variaveis particulares opoe-se a simultaneidade de seu funcionamento no interior de urn movimento global, que eo da sociedade. Daf a unidade dos processos sincronicos e diacronicos (Santos, 1974 ). Esta unidade da continuidade e da descontinuidade do processo hist6rico da formac;:ao social (Sereni, 1974) e largamente evidenciada na forma<;ao espacial. A defasagem com a qual os modos de produc;:ao .:.

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impoem seus diferentes vetores sobre os diversos segmentos de espa~o espac;o. 0 espac;o construfdo e a distribui<;ao da populac;ao, por exeme responsavel pelas diferentes idades dos multiples elementos ou vaplo, nao tern urn papel neutro na vida e na evolu~ao das formac;oes riaveis do espa~o em questao. De resto, a assincronia esta na base da _ economicas e sociais. _ 0 espa~o reproduz a totalidade social na medida em que essas transevoluc;ao espacial, mas o fa to de varia veis atuarem sincronicamente, isto e, em ordem combinada no interior de uma verdadeira organizaformac;oes sao determinadas por necessidades sociais, economicas e polfticas. Assim, o espa~o reproduz-se, ele mesmo, no interior da totac;ao, assegura a continuidade do espa<;o. De fato, a unidade da continuidade e da descontinuidade do prolidade, quando evolui em func;ao d o modo de produ~ao e de seus mocesso hist6rico nao pode ser realizada senao no espac;o e pelo espa~o. mentos sucessivos. Mas o espa~o influencia tambem a evoluc;ao de ---~-------------A--evoluqao-da-formac;aer-s-oeia-l-esci-con-diciona-da-pela-o-rgan:iz-a~a-o-do- --- 0 ucras-estn:xtn·ra-s-e;----per-isso,-t:erna-se-um--<::GHl-ponent-e--funda-mentaLda----------espa<;o, isto e, pelos dados que dependem diretamente da forma<;ao rotalidade social e de seus movimentos 14 • ,...... . 'I I social atual, mas tambem das FES permanentes13 . Os objetos geogd.ficos aparecem nas localizac;oes correspondentes .I1 aos objetivos da produc;ao_ num_9ado momento e, ~m _seguida, pelo ! 1.4. ESPA<;:O E TOTALIDADE fa to de sua propria presenc;a, influenciam-lhes os momentos subseqiien0"' 15 tes da produc;ao . "'0 > lvlais do que uma expr essao economica da hist6ria, as FES sao uma Entretanto, esse papel do espa<;o passa freqiientemente despercebi,,, 0 "' organiza~ao hist6rica (A. Labriola, 1902:29). Este conceito abarca "a do ou nao e analisado em profundidade 16 • Deverfamos perguntar-nos, "' "'"'., totalidade da unidade da vida social" . > Quando se fala de modo de produc;ao, n ao se trata simplesmente de 0 14. 0 pro blema ja tinba atraido a aren<;ao de outros especialistas. Estudando a urbani> relac;oes sociais que tomam uma forma material, mas tambem de seus zac;:ao como uma fonre de comradic;:6es sociais, D. Harvey (1975:161) fez alus:io ., 0 ao compromisso a Iongo prazo representado pela criac;:ao do espac;:o construido aspectos imateriais, como o dado p olitico ou ideol6gico. Todos eles "'>~ {long term commitment which creating built environment entails), mas considera tern uma influencia determinante nas localiza~oes e tornam-se assim que o papel exercido por este dado, assim como pelas formas particulares que ele > 0 urn fator de produc;ao, uma forc;a produtiva, com os mesmos direitos assume a qui e a li, e algo que exige ainda muitas pesquisas e analises. 15. "Somos assim levados a nos interrogar sobre a relac;:ao hist6rica entre o espac;:o e a "'0 que qualquer outro fator. sociedade global: como as normas d o espac;:o e da ocupa<;ao efetiva do territ6rio 0 dado global, que e o conjunto de relac;oes que caracterizam uma ...> responderam a sucessao e a transforma~ao dos modos de produc;:ao, as quais foram no curso da hist6ria os mecanismos centralizadores da sociedade; mas precisamos 0 dada sociedade, tern urn significado particular para ca da lugar, mas 3: tambem nos perguntar qual foi o papel do esp a<;o no processo social. " (Paul Vieille, "'< 0 este significado nao pode ser apreendido senao no n fvel da totalidade. <.:> _, 1974:3.) 0 espa<;o e, pois, sempre conjunmra hist6rica e forma social que recebe ::> _, "' De fato, a redistribui<;ao dos papeis realizados a cada novo momenta 0 dos processes sociais que se expr essam atraves dele. 0 espa<;o e susceseu sentido 0 < "'> tivel de produzir, em contrapartida, efeitos especificos sobre os ourros dominies da do modo de produ~ao e da forma<;ao social depende da distribui<;ao conjuntura social, pela forma particular de atticulac;:ao das instancias estruturais 0"' "' __ < quantitativa e qualitativa das infra-estruturas e de outros atributos do que se constiruem (Castells, 1971, "Conclusion", La Question Urbaine). 0 0

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13. "0 enfoque espa<;o-temporal e particularmente uti] ao estudo da realidade social das regioes subdesenvolvidas, pois e 0 unico que permite apreender sua heterogeneidade estrutural e compreender a maneira como, em cada Iugar, articula m-se, segundo uma 16gica funcional, varia veis ligadas a diferemes tempos hist6ricos." (S. Barrios, 1976:20. )

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"[...) o meio nao e, realmente, un1a variavel independente nem urn fator constance. E uma variavel que se transforma tambem sob a ac;:ao de urn sistema economico e social, mas em todo caso e urn fator limitative, urn conjunto de sujei<;oes." (M. Godelier, 1974:32) 16. E-nos impossivel esrar a par de rodos os trabalhos consagrados as rela<;6es entre espa<;o e formac;ao social publicados em d iferent es lfnguas e paises. :E, pois, arriscando-nos a cometer injusti<;a que damos essas referencias. Entre os escudos

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como Sartre (1960:202), a respeito da materialidade, por que "niio se tentou absolutamente estudar esse tipo de ac;:ao passiva que exerce a materialidade como tal sabre os homens e sabre sua hist6ria, devolvendolhes uma praxis voltada sob a forma de uma contrafinalidade" . 0 espa<;:o e a materia trabalhada por excelencia. Nenhum dos objetos sociais tern uma tamanha imposi<;:iio sabre o homem, nenhum esta tao presente no cotidiano dos individuos. A casa, o lugar de trabalho, os pontos de encontro, os caminhos que unem esses pontos sao igual--------------m - e-nte elementos pa-s sivos que condlcTonam a ·atividade dos homens e ---·

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comandam a pratica social. A praxis, ingrediente fundamental da transforma<;:ao da natureza humana, e urn dado socioeconomico, mas e tambern tributaria dos-·iinperativos espaciais. Como disse Caillois (1964:58), o espa<;:o imp6e a cada coisa urn conjunto particular de rela<;:6es porque cada coisa ocupa urn dado espa<;:o. Repetimos, com Sartre (1963): "Se o pratico-inerte rouba minha a<;:iio [... ] ele imp6e frequentemente uma contrafinalidade" . Quando se trata do espa<;:o humano, a questao niio e mais de pratico-inerte, mas de inercia dinamica. A representa<;:ao e tambem a<;:iio e as formas tangiveis participam do processo enquanto atrizes (Morgenstern, 1960:65-66). Voltemos ao que Marx escreveu na segunda parte de sua teoria da mais-valia: "Tudo o que e resultad o da prodU<;ao e, ao mesmo tempo, uma pre-condic;:iio da produ<;:ao" (cap. vm, 5, 465) . Ou ainda, o que se encontra na terceira parte do mesmo livro: "Cada pre-condi<;:ao da produ<;:ao social e, ao mesmo tempo, seu resultado, e cada urn de seus

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17. "A realidade espacial e uma dimensao que permanentemente esta ocupada em reajustar-se as influencias da realidade economico-social, mas que, ao mesmo tempo, exerce sua influencia sobre ela." (A. R ofman, 1974:18) Urn documento do Centro de Esrudos de Desenvolvimemo da Universidade Central da Venezuela postula que "as forma<;oes sociais de urn pals qualquer seriam condicionadas, a cada momenta hist6rico, pela heranc;a hist6rica, por fat o res externos a por seu espa<;o ffsico" (CENDES, 1971, T. ul; 23). De faro, como Paul Vieille (1974:32) escreveu recememente, "o espa<;o e bern uma categoria constitutiva do modo de prodw;:ao; geneticamente, o processo de cria<;iio do espac;o e do modo de produ<;iio sao inseparaveis. Este nao pode ser compreendido sese faz abstra<;iio daquele [ ... )". Agora que o funcionamento do capitalismo nas suas relac;oes com o espa<;o cornec;a a ser melhor conhecido, somos fo r<;ados a acreditar, com Calabi e Indovina (1973 :4 ), quando dizem que ha "da parte do capital, um 'uso' do territ6rio que e diver se e submetido a modifica<;oes em rela<;ao as diversas fases do desenvolvimento do processo ca pitalista". 18. Nicole Mathieu (1974:89 ) urilizou a expressao "forma<;ao espacial" para identificar, p arece, regioes homogeneas, segundo as formas de rela<;:6es cidade-campo e a organizac;iio do espac;:o correspondenre.

empfricos de aplicac;ao a uma realidade nacional da categoria de FES apreciamos particularmente os de Alejandro Rofman e L. A. Romero (1974), Sonia Barrios (1976), CENDES (197 1), rodos consagrados a America Latina. Ler-se-a com igual interesse o livro de D. Slater (1975), especialmente a segunda p ane, e tambem os arrigos de Doherty (1974), sobre a Tanzania; C. Paix (1972), sobre o Lfbano; J. Suret-Canale (1969), sabre a Guine. D entre os esrudos te6ricos: Coraggio (1974), S. Barrios (1976, 1977), P. L. Crosta (1973), S.A. de Val (1974), G. Ferrari (1974), CENDES (1973), ].A. Silva e H. Michelena (1974), B. Poche (1975), Santos (197 5a, 1975b).

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5, XV, 919) 17• Como pudemos esquecer por tanto tempo esta inseparabilic!_ade das realidades e das noc;:oes de sociedade e de espac;:o inerentes a categoria da forma<;:ao social? S6 o atraso te6rico conhecido por essas duas no~6es pode explicar que niio se tenha procurado reuni-las num conceito unico. Nao se pode falar de uma lei separada da evolu<;:iio das forma18 ~oes espaciais. De fa to, e de forma<;:6es s6cio-espaciais que se trata •

REFERENCIAS BIBLIOGRAFI CAS

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