JU523

Page 1

Jornal daUnicamp www.unicamp.br/ju

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012 - ANO XXVI - Nº 523 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Nesta semana, o reitor Fernando Costa completa três anos à frente da Unicamp. Esta edição mostra os avanços de sua gestão em todas as áreas da Universidade. Em entrevista ao Jornal da Unicamp, o reitor faz um balanço do triênio.

IMPRESSO ESPECIAL 1.74.18.2252-9-DR/SPI Unicamp

CORREIOS

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Fotos: Antoninho Perri / Antonio Scarpinetti


2

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Fotos: Antonioo Scarínetti

ARTIGO

por: Pedro Paulo A. Funari

Livre pensar: os estudos avançados na Unicamp

reflexão livre e desinteressada está na origem do pensamento ocidental. Os antigos gregos souberam aproveitar-se da liberdade proporcionada pela cidade para procurar explicar, de maneira racional, pela observação e sem temor de condenação por uma autoridade superior, o funcionamento e as transformações do mundo e da sociedade. A matemática e a música, ancoradas nos conceitos numéricos, logo permitiram que proliferassem interpretações, algumas delas conosco até hoje, como o teorema de Pitágoras (que, nem por isso, deixava de ser um místico!). A reflexão era também o resultado de um ambiente coletivo, derivado do tempo livre (skholé, de onde deriva nosso termo “escola”), da interação de pessoas de diferentes lugares e do destemor ante as tradições e verdades aceitas. Em certo sentido, esse tem sido o espírito dos Estudos Avançados, desde a criação do Instituto em Princeton, em 1930. Mas, a qual necessidade os Estudos Avançados respondem? Ou, como perguntou Florestan Fernandes, o grande patrono das Ciências Sociais no Brasil, avançado em quê? São questões pertinentes e mesmo fundamentais, pois sem elas não se pode entender bem sua razão de ser, finalidades e relevância para a sociedade. Para isso, retornemos, por um minuto, às origens das instituições de ensino superior. Surgidas no seio do mundo feudal, a universitas studiorum (“reunião dos estudos”) e o collegium (conjunto de estudiosos) representavam o anseio de entender o mundo, ainda que sob o jugo nem sempre leve do dogma e das lealdades políticas e religiosas. Mesmo assim, essas instituições buscavam o conhecimento universal. Com a criação da moderna universidade, a partir de fins do século XVIII, outras necessidades fizeram-se sentir, em particular um domínio técnico do mundo muito mais profundo e especializado. Universidades e escolas superiores tornaram-se voltadas a especializações: não mais se almejava o livre conhecimento de tudo, como nas origens gregas, mas o manejo de um conjunto limitado de técnicas. Essas tendências mantêm-se até hoje e, cada vez mais, o cientista conhece mais sobre menos, devendo saber tudo sobre quase nada e quase nada sobre tudo o mais. Os estudos avançados surgiram para contrapor-se a algumas das consequências do modelo científico contemporâneo: sua superespecialização, sua ênfase na aplicação imediata e em resultados relevantes no curto prazo. Não por acaso, Abraham Flexner, fundador do Instituto de Princeton, intitulou seu grito de guerra pelos estudos avançados: “a utilidade do conhecimento inútil”. Nada de imediatismo e curto prazo, nem de submissão a critérios de relevância estabelecidos pelos pares, na medida em que a defesa do conhecimento atual será sempre um

empecilho para ousadias que resultem em avanços e mesmo quebra de paradigmas. A necessidade, portanto, não é interna aos campos científicos, capazes de produzirem conhecimentos cada vez mais aprofundados sobre os temas mais especializados. Ela advém da sociedade, pois são as pessoas, no geral, que se beneficiam do pensamento livre, desinteressado e não sujeito a limitações de ordem epistemológica ou corporativa. Com isso, chegamos ao sentido do avanço, “ir adiante”: não se trata de aprofundar-se em um tema especializado, indo cada vez mais fundo, mas em permitir que o conhecimento mais

cinco décadas, tornou-se a primeira universidade brasileira em produção científica per capita, detém a maior nota média nacional em seus cursos de pós-graduação, o maior número de patentes, e pode ser considerada, por tudo isso, com particular vocação para o desenvolvimento de Estudos Avançados no seu sentido mais genuíno, como gerador de conhecimento prenhe de potencialidades. O CEAv estruturou-se em torno de grupos de estudos, que tratariam de temas

fundamental e médio foi também muito tardia, tendo se universalizado o básico apenas no final do século XX. Em plena segunda década do século XXI, o ensino médio claudica e o superior ainda fica muito atrás, em percentagem de alunos da faixa etária escolar, não apenas dos países ricos, como daqueles em desenvolvimento e com renda per capita comparável ou menor do que a brasileira. O sonho de um país de classe média, colocado como meta desde a redemocratização do país, depende de um sistema de ensino superior muito mais vigoroso, tanto em número de alunos, como em termos qualitativos. O Grupo de Estudos em Educação Superior, coordenado pelo professor Renato Pedrosa, tem trazido grandes especialistas brasileiros e estrangeiros, patrocinado eventos e cursos, além da publica-

A partir da foto à esq., em sentido horário, Eric Dunning, Ignacy Sachs, Iris Litt, John Douglass, Liz Reisberg e Kimberly Schimmel, especialistas estrangeiros trazidos pelo CEAv: reflexões acerca de questões atuais

amplo leve a novas searas. Ir adiante, em busca de conhecimento fora das amarras disciplinares, numa retomada das ambições universais dos gregos antigos. A partir desse ponto de vista, os Estudos Avançados difundiram-se, em particular, nos últimos anos e já no novo século XXI, como complementação necessária e urgente à especialização interessada das ciências. Não à toa, no Simpósio Internacional sobre Estudos Avançados, em março de 2011 na Unicamp, o diretor-científico da Fapesp, professor Brito Cruz, ressaltou o imperativo da pesquisa desinteressada e ao abrigo da pressão do “publicar ou morrer” (publish or perish). Este foi o espírito que esteve na origem do Centro de Estudos Avançados da Unicamp, projeto do professor Fernando Costa desde o início da sua gestão, e que começou a ser implementado já em setembro de 2009, tendo sido formalizado em março de 2010. A Unicamp, em pouco menos de

transversais e que se poderiam beneficiar, de forma acentuada, de um ambiente aberto à ousadia. Já de início, dois grandes temas germinaram, por sua premência: ensino superior e esporte. A sociedade brasileira, marcada por séculos de escravidão e relações patrimoniais, tardou a desenvolver o ensino superior. As escolas de direito de Olinda e São Paulo datam de 1827, séculos depois das universidades ibero-americanas. A primeira universidade com esse caráter universal e abrangente de cursos superiores só surgiria em 1934, com a Universidade de São Paulo. A expansão do ensino

ção Ensino Superior Unicamp, revista trimestral que publica, ainda, a versão portuguesa do International Higher Education, do Boston College. Essa revista está disponível on-line, além de ser publicada em papel. Em julho de

sobre o tema, pela editora Springer, com contribuições de estudiosos da Unicamp, como a professora Elizabeth Balbachevsky, fellow do CEAv. O Grupo de Estudo Avançado em Esporte, coordenado pelo professor Paulo César Montagner, buscou grandes nomes que pudessem atuar como pesquisadores visitantes e produzissem obras de peso, como resultado da sua estada e interação com os colegas. Assim, o professor Eric Dunning, clássico da Sociologia do Esporte, atuou em 2011 e será lançado o livro Esporte e violência, ainda em 2012. Kimberly Schimmel também esteve aqui e tratou do impacto dos grandes eventos esportivos na sociedade e será publicado um volume sobre o tema. Jorge Bento, da Universidade do Porto, virá em junho de 2012 e também deixará um livro como legado. Assim, além dos seminários e outras atividades, ficarão disponíveis reflexões de fôlego, como resultado do esforço coletivo do grupo. Em 2011, dois novos grupos formaram-se: sobre as relações entre Brasil e China e sobre os desafios do contemporâneo. A China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, mas falta uma maior interação e conhecimento mútuos. O Grupo de Estudos Brasil/China, hoje coordenado pela professora Leila Ferreira, surgiu de um projeto do professor Carlos Pacheco, que o liderou até assumir, em fins e 2011, a reitoria do Instituto Técnico da Aeronáutica. O grupo conta com a larga experiência de um fellow renomado, o professor José Augusto Guilhon de Albuquerque e, além de seminários, tem planejada a publicação de estudos seminais, tanto em português como em inglês e chinês. A produção de documentos em mandarim começará em maio de 2012. O Grupo de Estudos do Contemporâneo, coordenado pelo professor Alcir Pécora, tem congregado estudiosos que refletem, de uma perspectiva ampla, sobre os desafios da nossa época, como foi o caso de Ignacy Sachs, recentemente. O CEAv, além do seu portal, publica artigos na Revista Estudos Avançados Unicamp online e produz programas de televisão, tornados disponíveis não apenas no portal da RTV Unicamp, como no Youtube, com número elevado de downloads. Os resultados obtidos, em pouco mais de dois anos, permitem augurar um futuro promissor para o CEAv. As perspectivas são as melhores, por dois grandes fatores: pela necessidade e relevância dos estudos avançados para a Universidade e para a sociedade brasileira, mas também pela excelência dos quadros da Unicamp que dão substância ao projeto. Sem isso, nada seria possível.

Ir em busca de conhecimento fora das amarras disciplinares 2012, será ministrado um curso sobre ensino superior, coordenado pela professora Liz Reisberg (Boston College) e ainda em 2012 será lançado um livro

Pedro Paulo A. Funari é professor titular do Departamento de História (IFCH) e coordenador do Centro de Estudos Avançados.

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas Reitor Fernando Ferreira Costa Coordenador-Geral Edgar Salvadori De Decca Pró-reitor de Desenvolvimento Universitário Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo Meyer Pró-reitor de Pesquisa Ronaldo Aloise Pilli Pró-reitor de Pós-Graduação Euclides de Mesquita Neto Pró-reitor de Graduação Marcelo Knobel Chefe de Gabinete José Ranali

Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju. E-mail leitorju@reitoria.unicamp.br. Twitter http://twitter.com/jornaldaunicamp Coordenador de imprensa Eustáquio Gomes Assessor Chefe Clayton Levy Editor Álvaro Kassab (kassab@reitoria.unicamp.br) Chefia de reportagem Raquel do Carmo Santos (kel@unicamp.br) Reportagem Carmo Gallo Neto Isabel Gardenal, Maria Alice da Cruz e Manuel Alves Filho Editor de fotografia Antoninho Perri Fotos Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Coordenador de Arte Luis Paulo Silva Editor de Arte Joaquim Daldin Miguel Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à imprensa Ronei Thezolin, Felipe Barreto e Patrícia Lauretti Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon Everaldo Silva Impressão Pigma Gráfica e Editora Ltda: (011) 4223-5911 Publicidade JCPR Publicidade e Propaganda: (019) 3327-0894. Assine o jornal on line: www.unicamp.br/assineju


3

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

GRADUAÇÃO

Foto: Antoninho Perri

adianta a pauta

Nível de ensino é objeto de ações e iniciativas inovadoras que valorizam suas atividades e ampliam seu grau de excelência

O pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel: “Precisamos estar sempre no centro do debate”

critérios de mérito e abrangência dos projetos, bem como os impactos que eles proporcionariam ao desenvolvimento das atividades de graduação. Além disso, a proposta orçamentária da Universidade para o ano de 2012 trouxe uma dotação de R$ 7,5 milhões destinada à construção da primeira fase do Ciclo Básico 3, prédio que abrigará laboratórios de ensino que serão utilizados de forma compartilhada por todos os cursos de graduação. O complexo de laboratórios, com um total de 7.450m2, ficará localizado na Praça Central do Básico, perto do CB1. O CB3 foi projetado para oferecer, ainda, espaços de socialização que intensifiquem o uso da Praça Central da Universidade para o convívio e o lazer. Paralelamente as esses investimentos, assinala Knobel, foram empreendidos esforços para a valorização efetiva da atividade docente. Como resultado desse trabalho, em novembro do ano passado o Conselho Universitário (Consu), órgão máximo deliberativo da Unicamp, aprovou por unanimidade a proposta de criação do prêmio Reconhecimento Docente pela Dedicação ao Ensino de Graduação. A partir de 2012, a premiação será concedida a um professor de cada uma das 22 unidades de ensino e pesquisa da Universidade. Os contemplados receberão um diploma e o equivalente a um salário-base nível MS-3.

MANUEL ALVES FILHO manuel@reitoria.unicamp.br

o longo dos últimos três anos, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Unicamp desenvolveu uma série de ações voltadas à valorização desse nível de ensino. Entre as iniciativas que merecem destaque estão a melhoria das condições de infraestrutura, a qualificação do quadro docente, apoio a atividades discentes e o incentivo ao uso dos espaços reservados às atividades de graduação também para o desenvolvimento de pesquisas, especialmente as de caráter inovador. “Penso que medidas como estas, associadas à contínua reflexão sobre os rumos do ensino, são indispensáveis. A Unicamp sempre esteve na vanguarda do ensino superior brasileiro. Uma instituição com esta característica necessita discutir cotidianamente os seus rumos. Precisamos estar sempre com a pauta adiantada, estar sempre no centro do debate”, afirma o pró-reitor de Graduação, professor Marcelo Knobel. No âmbito do aprimoramento da infraestrutura, a PRG lançou editais voltados à valorização dos espaços de ensino de graduação. Nos anos de 2009, 2010 e 2011 foram publicadas chamadas nos valores de R$ 500 mil, R$ 4 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente. Objetivo dos investimentos foi proporcionar as condições necessárias à implantação de projetos relacionados à qualificação e melhoria dos ambientes de ensino. Os itens priorizados foram equipamentos, mobiliários e sistemas de informática. A seleção dos contemplados observou

A valorização das atividades de graduação compreendeu também o lançamento do programa Professor Especialista Visitante, que traz para a Universidade pessoas com destacada atuação na sua área profissional, nos diferentes campos do conhecimento. O convidado, que pode se brasileiro ou estrangeiro, não precisa ter titulação mínima, mas deve cumprir no mínimo

INFRAESTRUTURA - GRADUAÇÃO Unidade

Valorização 2011

Valorização 2012

CEL

R$

86.400,00

R$

Farmácia

R$

96.400,00

FCA

R$

76.800,00

FCM

R$

FE

R$

FEA

R$

FEAGRI FEC

Total/Unidade

72.475,00

R$

158.875,00

R$

-

R$

96.400,00

R$

108.178,00

R$

184.978,00

322.279,00

R$

70.826,00

R$

393.105,00

61.500,00

R$

89.320,00

R$

150.820,00

156.537,52

R$

46.200,00

R$

202.737,52

R$

-

R$

105.296,00

R$

105.296,00

R$

190.094,16

R$

106.105,00

R$

296.199,16

FEEC

R$

438.555,08

R$

73.760,00

R$

512.315,08

FEF

R$

106.369,00

R$

62.500,00

R$

168.869,00

FEM

R$

182.500,00

R$

86.425,60

R$

268.925,60

FEQ

R$

109.499,80

R$

78.250,00

R$

187.749,80

FOP

R$

267.350,00

R$

75.000,00

R$

342.350,00

FT

R$

172.900,00

R$

115.100,00

R$

288.000,00

IA

R$

316.937,97

R$

70.103,00

R$

387.040,94

IB

R$

99.302,00

R$

144.826,60

R$

244.128,60

IC

R$

199.805,00

R$

84.500,00

R$

284.305,00

IE

R$

102.440,00

R$

57.990,00

R$

160.430,00

IEL

R$

70.500,00

R$

88.813,62

R$

159.313,62

IFCH

R$

133.600,00

R$

38.000,00

R$

171.600,00

IFGW

R$

293.027,00

R$

106.000,00

R$

399.027,00

97.100,00

IG

R$

R$

45.015,82

R$

142.115,82

IMEEC

R$

-

R$

94.675,50

R$

94.675,50

IQ

R$

256.560,00

R$

62.000,00

R$

318.560,00

1.881.360,14

R$

5.717.816,64

R$

3.836.456,50

R$

60 horas junto aos alunos de graduação, ao longo de cinco meses. Nesse período, ele precisa ministrar no mínimo uma palestra e participar de uma disciplina obrigatória ou eletiva. A este professor especialista é oferecido um salário equivalente ao do docente MS3 durante sua permanência na Unicamp. Até aqui, já foram lançados três editais de chamada relacionados ao programa, que contemplaram 17 participações. O pró-reitor de Graduação destaca igualmente a criação do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA)², órgão subordinado à PRG. A missão do (EA)² é promover ações que visem a aprimorar o ensino de graduação nas diversas unidades da Unicamp, disponibilizando recursos técnicos e ferramental teórico. Também é responsável por organizar fóruns e criar oportunidades para a realização de debates sobre o processo de ensino e aprendizagem, de forma a contribuir para o desenvolvimento profissional de dos docentes e para a formação dos alunos. “O (EA)² será um órgão que centralizará, no momento oportuno, todos os projetos que se referem à graduação. Penso que ele constituirá um passo importante para a Universidade”, prevê Knobel. O crescente apoio ao Programa de Apoio Didático (PAD), que consiste na concessão de bolsas destinadas a alunos de graduação que exercem monitoria, é outro ponto que merece ser lembrado, segundo o dirigente. Somente para o primeiro semestre deste ano, o PAD contará com a participação de 358 bolsistas e 125 voluntários. Durante todo o ano de 2001, como parâmetro de comparação, foram ofertadas 344 bolsas. De acordo com o pró-reitor, todos os que vivem a experiência da monitoria ampliam os conhecimentos e concluem seus cursos melhor preparados para iniciar a carreira, seja na academia ou fora dela. As atividades discentes também foram objeto de apoio no decorrer do triênio. Foram lançados diversos editais para financiar a participação dos estudantes de graduação em eventos acadêmicos, culturais, tecnológicos e

Foto: Antonio Scarpinetti

Atividade de alunos selecionados para o Profis: programa contempla a inclusão social e a formação geral do estudante

esportivos, tanto internos quanto externos. No primeiro semestre de 2012, por exemplo, foram publicadas quatro chamadas, que totalizaram recursos da ordem de R$ 100 mil. No período, foi criado, ainda, o programa Aluno Artista, que tem por objetivo levar manifestações artísticas a estudantes, professores, funcionários e visitantes dos campi da Unicamp em Campinas, Limeira e Piracicaba. A inscrição é aberta a qualquer estudante de graduação regulamente matriculado na Universidade, e não apenas aos da área de artes. Aqueles que têm projetos selecionados recebem uma bolsa-trabalho, além de apoio financeiro para eventuais gastos extras, como aluguel de equipamentos. “No período, nós também tivemos a consolidação do Serviço de Apoio Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante (Sappe), a criação de diversas bolsas de permanência, administradas pelo SAE [Serviço de Apoio ao Estudante], o fomento de programas de mobilidade internacional e a alteração no formato do vestibular, que tem recebido, ano após ano, um número crescente de candidatos. Isso sem falar de projetos voltados à reflexão de temas relacionados ao ensino, como o Conversando sobre a Graduação e Aulas Magistrais, que buscam colocar a graduação na ordem do dia”, elenca o pró-reitor de Graduação.

ProFIS Uma das iniciativas mais inovadoras concretizadas pela Unicamp nos últimos três anos, e que está vinculada Foto: Reprodução

Maquete do CB3: prédio abrigará laboratórios de ensino que serão compartilhados por todos os cursos de graduação

à PRG, foi a criação do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), que recebeu em 2012 a sua segunda turma de estudantes. O ProFIS oferece 120 vagas aos jovens que cursaram o ensino médio em escolas públicas de Campinas. A seleção não é feita através do vestibular, mas sim com base na nota obtida por eles no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O mérito, portanto, continua sendo priorizado. O currículo do ProFIS inclui disciplinas das áreas de ciências humanas, biológicas, exatas e tecnológicas, distribuídas por dois anos de curso. O objetivo é oferecer aos alunos uma visão integrada do mundo contemporâneo, capacitandoos para exercer as mais distintas profissões. “O ProFIS contempla dois aspectos fundamentais, que são a inclusão social e a formação geral do aluno. Embora ainda tenha pouco tempo de existência, já é possível identificar alguns bons frutos do programa. O rendimento dos estudantes, por exemplo, tem superado as nossas expectativas”, analisa Knobel. Ainda em relação à graduação, a Unicamp iniciou 2012 como a melhor universidade pública do país nesse nível de ensino. Tal posição foi alcançada logo na primeira participação da instituição no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), do Ministério da Educação (MEC). Embora seja cuidadoso ao analisar resultados de rankings – “normalmente somente o primeiro colocado gosta”, diz -, Knobel considera que esse tipo de liderança decorre obviamente de um conjunto de ações voltadas à melhoria das atividades. “Estamos trabalhando na direção correta, mas algumas iniciativas ainda necessitam ser consolidadas, bem como outras precisam ser adotadas. Precisamos estimular, por exemplo, a maior participação do corpo docente nas discussões sobre o futuro da graduação. Afinal, são os professores que farão as eventuais mudanças. Nesse sentido, estamos promovendo workshops em áreas específicas, trazendo especialistas de fora e fazendo visitas a grandes universidades. Temos que estar atentos ao que existe de melhor tanto no país quanto no restante do mundo”, sustenta Knobel.


4

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Foto: Antonio Scarpinetti

PÓS ESTÁ ATENTA

às novas demandas PRPG investe na criação e na atualização de programas LUIZ SUGIMOTO sugimoto@reitoria.unicamp.br

a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, o pró-reitor Euclides de Mesquita Neto apresenta indicadores de que a Unicamp vem mantendo o nível de excelência dos seus cursos nos últimos três anos, ressalta a preocupação com a atualização e criação de programas frente a mudanças na área de pesquisa e das novas demandas do país, e também aponta os desafios que estão colocados à frente. “Mantemos nosso status quo na pós-graduação, nossa posição de destaque no cenário nacional, que é reflexo de uma política continuada e acertada adotada ao longo das últimas gestões para a valorização das atividades acadêmicas em todas as instâncias da Universidade.” O triênio também se caracterizou por um crescimento leve do número de alunos regulares nos programas de mestrado da Unicamp. No ano de 2009, o número de estudantes matriculados era de 5.280, enquanto em 2011 chegou a 5.323. Em 2000, esse número era de 4.481, o que evidencia crescimento moderado, porém constante. “A maturidade de nossos programas de doutorado está claramente caracterizada. Desde 2003, a Unicamp apresenta mais pós-graduandos matriculados no doutorado do que no mestrado. No triênio 2009-2011, esta tendência foi confirmada, partindo-se de 5.495 alunos em 2009 para 5.783 em 2011.” Este crescimento do número de pós-graduandos vem acompanhado do aumento das bolsas disponibilizadas pelas principais agências de fomento: Capes, Fapesp e CNPq. Em 2009 o sistema de pós-graduação da Unicamp era financiado por 4.195 bolsas, sendo 1.978 de mestrado e 2.217 de doutorado. Uma ação qualificada junto a algumas agências permitiu elevar este número para 4.835 bolsas – 2.198 de mestrado e 2.637 de doutorado – em 2011. Recorrendo ao Anuário Estatístico da Unicamp, Mesquita Neto observa que foram formados 871 doutores em 2009, 826 em 2010 e 818 em 2011, dentro da média histórica de 800 titulados por ano. “No final de 2010, tínhamos 1.710 docentes com o título de doutor. Se dividirmos os 789 doutores formados no ano passado pelo total de docentes, chegaremos ao índice de 0,48 tese/ano por docente. Nenhuma universidade brasileira possui indicador tão alto. Em relação às dissertações de mestrado, foram defendidas 1.221 em 2009, 1.245 em 2010 e 1.354 em 2011, num crescimento continuado.” Segundo o pró-reitor, também contribui para a qualificação da pós-graduação o fato de a Unicamp estar sempre atenta às avaliações periódicas da Capes. “Na última avaliação, do triênio 2007-2009, tivemos 46,8% dos nossos programas com notas 6 e 7 (nível de excelência), a maior proporção atingida por uma universidade brasileira até agora, e 37% com a nota 5. Isso significa que 84% dos nossos cursos foram classificados pela Capes como acima da média.”

Mesquita Neto afirma que é pequeno o número de notas 4 e que a Universidade possui uma política de não manter cursos nota 3 por longos períodos, seguindo a dinâmica de avaliação da PRPG e da Comissão Central de Pós-Graduação (CCPG). “No caso de programas que mostram dificuldades na avaliação da Capes, criamos mecanismos de suporte para aprimorá-los ou mesmo reformatá-los. Já tivemos programas antigos reformulados em novos mestrados e doutorados.” No que se refere à atualização das linhas de pesquisa, o pró-reitor menciona alguns dos cursos criados recentemente, como de mestrado e doutorado em ciências de produtos bioativos, do Instituto de Biologia (IB); mestrado em ciências de nutrição e suporte ao metabolismo, na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA); doutorado em relações internacionais, um programa interinstitucional envolvendo o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Unesp e PUC de São Paulo; mestrado e doutorado em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC); e doutorado em gerontologia, na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Defesas de tese de Ceno Pietro Magnaghi no Instituto de Física (acima) e de Almir Côrtes no Instituto de Artes (ao lado): Universidade mantém média de 800 titulados por ano

Fotos:Antoninho Perri

Internacionalização

Minter-Dinter

O reconhecimento deste esforço da Unicamp para manter esta excelência vem da própria Capes, por meio de prêmios concedidos anualmente às melhores teses de doutorado nas várias áreas do conhecimento, considerando os quesitos originalidade e qualidade. “Em 2009, recebemos seis Prêmios Capes, entre 43 concorrentes de universidades públicas, sendo dois Grandes Prêmios, além de cinco menções honrosas; na versão de 2010, foram oito prêmios, de um total de 45, e sete menções honrosas. Desde 2006, acumulamos cinco Grandes Prêmios Capes.” A Unicamp tem participado fortemente nos projetos de Mestrado e Doutorado Interinstitucional (MinterDinter), promovidos pela Capes. No triênio 2009-2011, a Unicamp manteve quatro programas na modalidade Minter e nove na modalidade Dinter, envolvendo diversas instituições de ensino superior de vários estados. “A importância desses programas reside no fato de que a excelência dos nossos cursos contribui para a formação de recursos humanos de alta qualificação em regiões menos desenvolvidas em C&T no país.”

Estágio Docente

De acordo com Euclides de Mesquita Neto, sua Pró-Reitoria está dando ênfase e gastando energia e recursos no Programa de Estágio Docente (PED), por causa da sua importância para a qualificação do pós-graduando. “No PED, o aluno aprende a realizar atividades didáticas junto à graduação preparando-se para uma vida que pode ser a de professor. Mas acho que o contato com o ensino é uma experiência que rende bons frutos e melhor qualificação para todos os alunos, independente da carreira que se vai seguir.” A barreira dos mil estagiários do PED foi rompida em 2007, com 1.018 bolsistas e voluntários, indo a 1.082 em 2008, 1.149 em 2009, 1.188 em 2010

dar para a pós-graduação”, endossa o pró-reitor.

O professor Euclides de Mesquita Neto, pró-reitor de Pós-Graduação: “O contato com o ensino rende bons frutos e melhor qualificação para todos os alunos”

e saltando para 1.309 em 2011. Em conjunto com a Pró-Reitoria de Graduação, foi implementada uma atividade de aperfeiçoamento didático dos alunos envolvidos no PAD e no PED. “A perspectiva é de continuar crescendo, pois esta administração tem sido sensível ao programa e alocado recursos também de forma crescente. Estamos investindo principalmente no PED ‘C’, em que o pós-graduando dá suporte às atividades de ensino na graduação: ele se qualifica ao mesmo tempo em que dá suporte.” No período de 2004 a 2011, cerca de 7.600 alunos participaram do PED. Quanto aos docentes, 60% já atuaram como supervisores de projetos. “Na proposta orçamentária para o ano de 2012 estão destinados R$ 3,5 milhões para financiar atividades do programa. Estes recursos irão viabilizar a participação de aproximadamente 1.300 estagiários, bolsistas e voluntários.” Outra novidade, já aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), é a permissão para que funcionários da carreira Paepe (Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão), que possuam a qualificação de doutorado, atuem como professores plenos na pós-graduação, o que antes era vetado. “A medida resulta do fato de que o quadro de funcionários não docentes se qualificou bastante e que muitos deles têm contribuições a

Mesquita Neto lembra que a PRPG participou intensamente no processo de internacionalização da Unicamp no triênio 2009-2011. Entre as atividades, destaca a coordenação – em parceria com PRP, PRG e Cori – do Grupo de Trabalho instituído em 2009 para estabelecer as estratégias para o setor. Em parceria com a PRP, foi lançado o Edital de Visita de Pesquisadores, entre o final de 2009 e o início de 2010. “O programa financiou 26 visitas de pesquisadores estrangeiros, oriundas de 18 unidades, por períodos de 15 dias a 60 dias, em alguns casos acompanhados de um pesquisador júnior. Os visitantes vieram de 11 países da Europa e das Américas do Norte e do Sul. Devido à grande demanda e ao sucesso obtido, o programa teve uma segunda chamada em 2011: nesta, a visita dos estrangeiros também pôde ser acompanhada de uma visita do anfitrião da Unicamp ao grupo do visitante no exterior.” Os programas de cotutela com duplo-diploma com boas universidades do exterior têm sido estimulados. A partir de 2009, cerca de 30 novos acordos foram firmados, com importantes instituições da França, Portugal, Itália, Suécia, Finlândia, entre outras. Em termos de convênios que envolvem o intercâmbio de pós-graduandos e a realização conjunta de projetos de pesquisa, uma boa expansão vem sendo obtida junto a conhecidas instituições do Reino Unido, Bélgica, Portugal, Alemanha, Canadá, Espanha, Suécia, Itália e França, além de várias na América Latina. Uma importante novidade para 2012, aprovada pela Comissão Central de Pós-Graduação (CCPG), é a possibilidade de as teses serem escritas integralmente em inglês ou espanhol, dependendo somente de um acordo entre orientador e orientado. Da mesma forma, as defesas das teses podem ser realizadas nas duas línguas, mediante anuência dos membros da banca. “Dentro da proposta de intensificar o processo de internacionalização dos quadros docente, discente e técnico, achamos que a medida é um forte atrativo para que alunos estrangeiros venham desenvolver suas teses na Unicamp.”

Redefor

As atividades de extensão, ofere-

cendo um serviço mais direto à sociedade, também merecem atenção especial da PRPG, ressalta Mesquita Neto, que faz menção especial ao programa Redefor – Rede São Paulo de Formação Docente, do governo estadual. “A Unicamp tem atuação destacada nesse programa voltado à qualificação de professores do ensino fundamental II e médio. Participamos de cinco áreas: educação física, física, história, língua portuguesa e matemática. O primeiro módulo, que já está no final, contemplou quase 3.500 professores; no segundo módulo serão quase oito mil, totalizando cerca de 12.000 profissionais.”

Infraestrutura

A PRPG tem participado regularmente dos editais Pró-Equipamentos da Capes, que é uma linha de financiamento para equipamentos destinados a pesquisas em programas de pós-graduação. “Existe um teto, baseado no número de cursos de cada instituição, mas temos acertado a mão nos pedidos e recebido quase a totalidade dos recursos: foram 1,9 milhão de reais no primeiro edital, 2 milhões em 2010 e 2,75 milhões em 2011. Este sucesso pode ser atribuído à colaboração de todos os programas e unidades, que apresentaram projetos de alta qualidade”.

Difusão de teses

Uma das formas de difundir a forte produção científica, tecnológica e artística da Unicamp é através da divulgação das teses e dissertações produzidas. Para isso adotaram-se estratégias para aumentar o contingente de teses e dissertações disponibilizadas pela Internet, garantindo-se a rastreabilidade da informação. “A Biblioteca Digital da Unicamp finalizou em outubro de 2009 a primeira etapa de seu projeto, com a digitalização de 100% das teses defendidas – somos a primeira instituição do país a ter todas as suas 36.730 teses com acesso via Internet. Esse trabalho gerou, entre 2009 e 2011, um total de 2,6 milhões de downloads.”

Programa PPPD

O Consu aprovou, em março último, a criação do Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado (PPPD), que visa dar um vínculo acadêmico aos pesquisadores doutores que desejam complementar sua formação acadêmica em atividades de pesquisa, orientação e participação em atividades de ensino na Unicamp. “A adesão ao programa é obrigatória a todo pesquisador doutor que obtiver financiamento para desenvolver seu plano de pós-doc em tempo integral na Universidade. Como contrapartida, ele receberá uma identidade acadêmica que lhe facultará acesso a diversos benefícios, como bibliotecas e restaurantes, e ao final de sua estada como pesquisador, um certificado detalhando as atividades aqui desenvolvidas.”


5

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Fotos: Antoninho Perri

PESQUISA

antevê o futuro Entre as ações estruturantes, destaca-se o investimento maciço em laboratórios

Acima, obras do Laboratório Central de Tecnologia de Alto Desempenho; na parte inferior da página, desenho mostra como ficará o Lactad: serviços em biologia molecular, bioinformática, genômica e proteômica

LUIZ SUGIMOTO sugimoto@reitoria.unicamp.br

o longo dos últimos três anos, a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) promoveu uma série de ações estruturantes para que a pesquisa da Unicamp passe a ter projeção ainda maior no cenário científico mundial. “O que se espera, agora, é que consigamos atacar problemas de grande importância, seja no contexto universal ou local, despertando a atenção da comunidade científica como um todo”, afirma o pró-reitor Ronaldo Aloise Pilli. Entre as ações estruturantes, Pilli começa destacando a construção de três importantes laboratórios de pesquisa. O primeiro deles é o Laboratório de Bioenergia, fruto de convênio com o governo estadual, a Fapesp e as três universidades públicas paulistas. “Recebemos cerca de 15 milhões de reais, com os quais estamos renovando o antigo Centro de Tecnologia – são três mil metros quadrados para laboratórios e a construção de um mezanino onde ficarão os escritórios e um auditório. Ao lado, a construção do edifício-sede, abrigando a administração e outros laboratórios e auditórios. As obras devem estar concluídas na virada do ano. Ao mesmo tempo, lançamos edital para a contratação de cinco docentes da área de bioenergia.” O segundo grande projeto a cargo da PRP é a construção do Laboratório Central de Tecnologia de Alto Desempenho (Lactad), que vai oferecer serviços em biologia molecular, bioinformática, genômica e proteômica. “O prédio também está em fase final de construção e iniciaremos agora a licitação para mobiliários e sistemas de exaustão. São mil metros quadrados para reunir os laboratórios que atuam nessas quatro áreas, com auditório para cursos e treinamentos. Esperamos ter o prédio acabado no próximo ano.” O pró-reitor explica que, enquanto isso, o Lactad está prestando serviços de forma descentralizada, tanto para usuários da Unicamp como externos, já que o projeto é parcialmente financiado pela Fapesp dentro do Programa de Equipamentos Multiusuários. “Foi financiada a compra de três sequenciadores, citômetro de fluxo, microscópio confocal e a parte de bioinformática. Estamos oferecendo cursos de bioinformática aos estudantes e serviços de biologia celular, citometria de fluxo e microscopia focal. Dois sequenciadores já instalados logo entrarão em operação. Já os serviços em proteômica serão em parceria com o Instituto de Química, que possui os equipamentos e a expertise para isso.” O Laboratório Integrado de Pesquisa (LIP) é o terceiro projeto, que está em fase de licitação da parte de fundação e infraestrutura, com investimento previsto de R$ 30 milhões e conclusão para daqui a dois anos. É um conjunto de três prédios, cada qual com 2.000m2 e área total para abrigar dezenas de laboratórios. “A ideia surgiu de uma consulta aos docentes para identificar aqueles que demandavam espaços adicionais de pesquisa; cerca de 250 responderam que estavam insatisfeitos com os espaços de laboratórios disponíveis.”

terceiro edital do Programa Professor Visitante Estrangeiro, que vem participar de disciplinas de pós-graduação por um período de 15 a 60 dias, com direito a trazer um aluno. Também financiamos a ida do nosso professor ou aluno ao laboratório do visitante, dando oportunidade para que esses parceiros elaborem projetos a serem apresentados a agências de financiamento de lá ou daqui. O terceiro edital fica aberto até 31 de maio”, informa Ronaldo Pilli. A PRP, particularmente, idealizou o Programa do Professor Visitante do Exterior, a fim de atrair docentes que atuam em outros países, brasileiros ou estrangeiros, mas para fixação no quadro permanente da Unicamp. “A unidade indica um professor de alta qualificação e se compromete a abrir concurso público para que ele concorra à vaga. A bolsa é de um ano, renovável por mais um ano. Já temos sete pesquisadores nesta modalidade, distribuídos pela FCM, IFGW, IMECC e FT, e estamos analisando mais quatro indicações”. Pilli observa que a PRP colabora com várias outras ações de internacionalização, a exemplo das Cátedras Francesas, com o Consulado da França, e do Programa Top USA, do Banco San-

Segundo Ronaldo Pilli, visitas feitas a laboratórios dos Estados Unidos, Europa e outros países contribuíram para embasar o conceito do LIP, que é o de reunir especialistas de diferentes áreas em um mesmo ambiente. “Os melhores laboratórios que visitamos proveem um espaço em que as ideias se disseminam livremente, sem barreiras departamentais ou de áreas do saber. Já abrimos o edital para que nossos docentes e pesquisadores concorram a espaços no LIP, seja para grupos que estão iniciando suas atividades na Unicamp e não contam com estrutura adequada, seja para grupos consolidados interessados em desenvolver pesquisas multidisciplinares que não podem ser abrigadas nos espaços atuais.” Ainda em relação à infraestrutura de pesquisa, o pró-reitor lembra as parcerias com a Pró-Reitoria de PósGraduação (PRPG) no lançamento de editais para modernização das instalações físicas dos laboratórios de pesquisa. “Sem se sobrepor às agências de fomento na compra de equipamentos ou material de consumo, o apoio é para a renovação da parte elétrica, hidráulica, climatização, etc. Já executamos um primeiro edital de R$ 6 milhões, outro de igual valor está sendo encerrado em março e pretendemos lançá-lo novamente no próximo ano.” Outro edital, que está aberto até 31 de maio, visa à contratação de técnicos de nível superior para apoiar atividades de pesquisa em grupos consolidados com projetos temáticos ou equivalentes, desenvolvendo experimentos, operando equipamentos e se responsabilizando por técnicas sofisticadas. “Ele será o braço direito do coordenador do projeto dentro do laboratório.”

Jovens docentes Ao longo desses três anos, conforme o pró-reitor, tem sido crescente a dotação da Unicamp para o Faepex (Fundo de Apoio à Pesquisa e Extensão), que aumentou de R$ 4 milhões para R$ 5 milhões. “Com isso pudemos implementar novos programas e aperfeiçoar outros, como o Programa de Auxílio à Pesquisa para o Docente em Início de Carreira (Papdic) que é composto de um auxílio inicial no valor de 12 mil reais, mediante submissão de um solicitação de auxilio à pesquisa a agência de fomento; no caso de aprovação do projeto, o docente pode ainda pleitear uma bolsa de mestrado por dois anos. Também criamos o Programa de Auxílio ao Pesquisador em Início de Carreira (Papic). Tudo isso reflete a preocupação da administração em apoiar seus novos quadros, que vêm sofrendo ampla renovação nos últimos anos.” Também visando ao jovem docente, Ronaldo Pilli adianta que será lançado em abril um programa de incentivo ao pós-doutorado no exterior. “Embora o índice geral de docentes com estágio de pesquisa no exterior (de no mínimo seis meses) seja de 74%, ele cai bastante entre os contratados nos

últimos dez anos. Isso nos preocupa, pois as colaborações com laboratórios estrangeiros são importantes para inserir mais rapidamente o pesquisador no circuito internacional. Como uma dificuldade é a carga didática, que impede a liberação do professor, agora a unidade poderá contratar um substituto durante seu afastamento; e, quando ele retornar, terá auxílio do Faepex para implantar linha de pesquisa baseada na experiência em outro país.”

Desempenho O pró-reitor de Pesquisa avalia que a Unicamp, nesses três anos, manteve o alto nível de produção acadêmica no que se refere a publicações, teses e patentes. “A Universidade apresentava certa estabilidade no quadro docente até 2010 e já vinha com desempenho destacado. São 4,2 mil publicações em periódicos ao ano, uma média de 2,6 artigos por docente, a maior produção per capita do país – e 70% dos trabalhos estão indexados na base ISI [Institute for Scientific Information]. No ano passado, fomos reconhecidos pela Editora Elsevier com o prêmio de maior produção per capita na base de dados Scopus. E também estamos liderando no número de patentes e licenciamentos junto ao Inpi [Instituto Nacional de Propriedade Industrial].” Ronaldo Pilli salienta, finalmente, que a PRP tem concentrado esforços e alcançado sucesso na expansão dos Programas de Iniciação Científica, tanto para o ensino médio como para a graduação. “Passamos de 180 para 300 alunos do ensino médio. Na graduação, tivemos um aumento para 950 bolsas ao ano, sendo que a Fapesp concede outras 500 à Universidade: considerando que oferecemos 3, 4 mil vagas no Vestibular, a taxa de cobertura do programa de IC é bastante alta.”

Recursos Faepex 2002-2011

Internacionalização Um trabalho em parceria com a PRPG e a Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori) é o estímulo à internacionalização das atividades de pesquisa. “Estamos no

tander. A Pró-Reitoria também responde pelas bolsas do Programa Ciência sem Fronteiras destinadas por meio do sistema de cotas pelo CNPq. “Por outro lado, visitamos e recebemos várias instituições do exterior. Recentemente, estivemos em Harvard e Cambridge, no Reino Unido, discutindo cooperações nas áreas de biologia de sistemas e de química. Discutimos, ainda, editais de mobilidade direcionados a universidades parceiras, como aqueles já realizados com as universidades Brown e Northeastern, ambas nos Estados Unidos, e Livre de Berlim e Técnica de Munique.”

O professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa: “Os melhores laboratórios que visitamos proveem um espaço em que as ideias se disseminam livremente, sem barreiras departamentais ou de áreas do saber”

MÉDIA DE PUBLICAÇÕES POR DOCENTES COM DOUTORAD0 Ano

Publicações Totais

Artigos

Docentes com doutorado

Publicações totais/doc. MS

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

288 324 360 440 498 546 687 822 880 1.117 1.229 1.394 1.331 1.636 1.760 1.898 2.065 2.112 2.222 2.752 2.812 2.771 2.951

245 268 306 372 420 472 564 654 714 911 972 1.111 1.110 1.355 1.399 1.525 1.759 1.877 1.810 2.178 2.241 2.229 2.384

1.236 1.300 1.298 1.367 1.462 1.501 1.537 1.576 1.635 1.659 1.688 1.694 1.650 1.684 1.601 1.653 1.677 1.690 1.689 1.684 1.691 1.710 1.700

0,23 0,25 0,28 0,32 0,34 0,36 0,45 0,52 0,54 0,67 0,73 0,82 0,81 0,97 1,10 1,15 1,23 1,25 1,32 1,63 1,66 1,62 1,74

Receita /Ano

Dotações Orçamentárias

Taxas de Convênio

2002

R$ 1.982.791,00

2003

R$ 1.982.791,00

2004

R$ 1.982.791,00

2005 2006 2007

Aplicações Financeiras

Total

R$ 571.460,72

R$ 51.183,87

R$ 2.605.435,59

R$ 723.162,74

R$ 288.017,42

R$ 2.993.971,16

R$ 764.622,15

R$ 161.903,17

R$ 2.909.316,32

R$ 2.091.845,00

R$ 1.186.136,03

R$ 106.699,58

R$ 3.384.680,61

R$ 2.091.845,00

R$ 1.099.467,20

R$ 239.771,41

R$ 3.431.083,61

R$ 2.291.844,00

R$ 1.072.420,91

R$ 156.890,83

R$ 3.521.155,74

2008

R$ 2.487.518,00

R$ 1.154.543,93

R$ 212.316,51

R$ 3.854.378,44

2009

R$ 2.848.208,00

R$ 971.350,31

R$ 207.549,84

R$ 4.027.108,15

2010

R$ 3.079.482,00

R$ 1.201.325,64

R$ 41.075,60

R$ 4.321.883,24

2011

R$ 3.362.794,00

R$ 1.572.422,82

R$ 116.877,27

R$ 10.052.094,09*

* Este total inclui R$ 4 milhões repassados pela Reitoria e R$ 1 milhão pela PRPG como complemento para o Edital de Infraestrutura.


6

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Entrevista: Fer

Triênio rende indicadores ac RACHEL BUENO rbueno@reitoria.unicamp.br

alorização do ensino e busca dos melhores docentes para a Unicamp. Foram essas as prioridades máximas de Fernando Costa em seus três anos à frente da Reitoria, completados nesta semana. O reitor também privilegiou a concessão de benefícios e a qualificação dos funcionários, o apoio à pesquisa e à extensão e o incremento da infraestrutura da Universidade. Entre as principais realizações de sua gestão, ele destaca a criação do inovador Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), do Programa Professor Visitante do Exterior, de programas de apoio ao ensino e à pesquisa e do Centro de Estudos Avançados (CEAv) da Unicamp; a reestruturação da carreira dos funcionários, a avaliação periódica e a universalização do vale-alimentação; e o planejamento e execução de 295 obras em todos os campi da Universidade, entre reformas, ampliações e novas construções. “É quase uma nova universidade em três anos”, afirma. A comparação não é exagerada. Segundo a Coordenadoria de Projetos e Obras (CPO), vinculada à Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), as 295 obras, das quais 95 já foram concluídas e 58 estão em andamento – as demais se encontram em fase de licitação, de desenvolvimento de projeto, de licitação de projeto ou em planejamento –, perfazem um total de 208 mil metros quadrados. Essa metragem corresponde a aproximadamente 40% da área construída do campus de Barão Geraldo em 2008, ano anterior ao da chegada de Fernando Costa à Reitoria. Se forem consideradas apenas as obras já concluídas e as que estão em andamento, chega-se a uma área total superior a 101 mil metros quadrados. São cerca de 35 mil metros quadrados a mais do que a soma das áreas construídas dos outros cinco campi da Universidade em 2008. Afora crescer fisicamente, a Unicamp tornou-se cada vez mais conhecida e respeitada no exterior. “Hoje, o reconhecimento da Unicamp como uma universidade muito importante é claramente internacional e abrangente”, ressalta Fernando Costa. Os desdobramentos mais significativos desse novo posicionamento da Unicamp no cenário internacional ocorreram agora em março: o estabelecimento de uma parceria entre a Agência de Inovação Inova Unicamp e sua similar na Universidade de Cambridge – a Cambridge Enterprise –, no início do mês; e a entrada da Universidade na Worldwide Universities Network (WUN), prestigiosa e seleta rede de universidades de pesquisa que ainda não tinha membros na América Latina, formalizada no dia 20. Por trás do aumento da visibilidade da Unicamp no exterior estão os esforços da Reitoria para ampliar o grau de internacionalização da Universidade, combinados a indicadores de excelência acadêmica cada vez mais expressivos. “Nos últimos anos, fruto de décadas de atuação da Unicamp na busca da excelência acadêmica, a Universidade viu todos os índices relacionados à graduação, à pós-graduação, à pesquisa e à extensão elevarem-se aos níveis mais altos da sua história”, destaca o reitor. Leia abaixo o balanço que Fernando Costa fez de sua gestão em conversa com o Jornal da Unicamp:

Ensino

Demos excepcional ênfase ao ensino, principalmente ao de graduação. Uma de nossas realizações mais emblemáticas foi a criação do ProFIS, um curso inovador de formação geral que já chamou a atenção da publicação americana The Chronicle of Higher Education, especializada em ensino superior. Com o ProFIS, introduzimos uma nova forma de ingresso na Unicamp que privilegia a inclusão social sem abandonar o critério da seleção por mérito. Os resultados para o primeiro ano foram excelentes, o que nos deixa muito esperançosos com relação ao futuro do curso. Também promovemos uma mudança significativa no formato do vestibular – o caminho tradicional para o ingresso na Universidade. Por um lado, era preciso adequar o exame à atual estrutura curricular da educação básica, dividida em grandes áreas do conhecimento. Por outro, havia a necessidade de torná-lo mais seletivo na primeira fase, em razão do aumento progressivo do número de inscritos. Para o vestibular de 2012, por exemplo, inscreveram-se 61,5 mil candidatos, um recorde na história do exame. Convém ressaltar que a essência do vestibular da Unicamp, considerado referência em todo o país, foi preservada. Continuamos procurando selecionar alunos que, além de dominar os conteúdos do ensino médio, saibam pensar de forma crítica, raciocinar logicamente e expressar suas

ideias com clareza. Outra ação que considero importante foi a criação do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA)2, cujo maior objetivo é contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de graduação em toda a Universidade. Além de ajudar professores e participantes dos Programas de Estágio Docente (PED) e de Apoio Didático (PAD) a preparar-se melhor para o desempenho de suas atividades, o novo órgão tem a incumbência de estimular a reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem – algo fundamental para que este seja aprimorado. Gostaria de destacar, ainda, o Projeto Aulas Magistrais, que consiste na gravação em vídeo e posterior divulgação na internet de aulas sobre temas de interesse geral ministradas por professores da Unicamp; o Programa Aluno-Artista, que procura incentivar a disseminação da arte e da cultura nos campi da Universidade por meio da concessão de bolsas a alunos de graduação com talentos em áreas como música, dança e teatro; o recém-lançado Projeto Estante Literária, pensado para estimular o hábito da leitura entre os alunos de graduação, com prêmios para os melhores leitores da Universidade; e a criação do prêmio Reconhecimento Docente pela Dedicação ao Ensino de Graduação, que será entregue pela primeira vez neste ano a um professor de cada uma das 22 unidades de ensino de pesquisa da Unicamp.

Atração de docentes

Atrair os melhores docentes para a Unicamp também foi uma de nossas grandes preocupações nesses três anos de gestão. Para isso, ampliamos a divulgação dos concursos regulares para a carreira MS e criamos o Programa Professor Visitante do Exterior, por meio do qual professores altamente qualificados e com sólida experiência internacional, sejam eles estrangeiros ou brasileiros, recebem uma bolsa para exercer atividades de ensino e pesquisa na Unicamp por até dois anos. Primeiramente, publicamos anúncios sobre essas oportunidades nos principais veículos internacionais de divulgação científica, como Science, Nature e outras revistas direcionadas a áreas específicas, e encaminhamos os currículos dos interessados às unidades de ensino e pesquisa. Com o passar do tempo, as próprias unidades também começaram a apresentar candidatos de seu interesse à coordenação do programa, a cargo da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). Nossa intenção é fixar os professores visitantes no quadro docente da Unicamp. Por isso, exigimos de todas as unidades o compromisso de que elas abrirão um concurso regular após os dois anos de duração do programa na área de cada professor visitante cujo desempenho for considerado satisfatório, para que eles possam ter a chance de concorrer a uma posição permanente na Universidade. Os resultados têm sido muito bons: dos sete professores visitantes

O reitor Fernando Costa, cuja gestão completa três anos nesta semana, durante a primeira apresentação de 2012 do Música no Campus, em 23 de março: “Hoje, o reconhecimento da Unicamp como uma universidade muito importante é claramente internacional e abrangente”

que já atuam na Unicamp, entre estrangeiros e brasileiros, três já estão em seu segundo ano no programa. Paralelamente a esses dois esforços, temos o programa de reposição docente, que nos está permitindo, dentro das possibilidades orçamentárias, repor mais que 50 professores por ano. Além disso, implantaremos neste ano um programa de incentivo para que as unidades organizem comitês de busca de novos docentes.

Funcionários

Temos feito um grande esforço para melhorar a qualidade de vida e incentivar a qualificação dos funcionários da Unicamp, cujo trabalho é fundamental para o bom funcionamento da Universidade. Entre outras ações, promovemos a reestruturação da carreira de Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe), passamos a premiar anualmente os funcionários técnicos e administrativos que mais se destacam em todas as unidades e órgãos da Unicamp e universalizamos o valor do auxílio-alimentação. A partir de junho, todos os trabalhadores da Universidade receberão um auxílio mensal de R$ 600, o que representa um aumento médio de quase 80% em relação os valores pagos em janeiro deste ano. Além disso, as avaliações de desempenho referentes a 2010 e 2011 contemplaram 75% dos mais de 6 mil funcionários participantes com mais uma referência na carreira.


Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

rnando Costa

7

e projeção internacional, cadêmicos expressivos e DE ÁREA FÍSICA Foto: Antonio Scarpinetti

Internacionalização

Temos trabalhado intensamente para ampliar o grau de internacionalização da Unicamp, pois esse é um passo fundamental para que ela atinja o mesmo nível de excelência das grandes universidades de classe mundial. Os resultados desse esforço já podem ser notados. Além de ter havido um incremento no intercâmbio de alunos de graduação, de pós-graduação e de professores, o número de visitas de delegações de universidades estrangeiras interessadas em firmar convênios e estabelecer parcerias com a Unicamp cresceu consideravelmente nos últimos três anos. Muitas dessas visitas já tiveram desdobramentos concretos, como foi o caso do acordo assinado no fim de março com a Brown University, uma das melhores instituições de ensino superior dos Estados Unidos, para o intercâmbio de professores por períodos de curta duração. Mas a maior prova de que a Unicamp já é reconhecida no exterior como uma universidade importante foi o fato de a WUN, uma das redes de universidades de maior prestígio em todo o mundo, tê-la escolhido para ser sua primeira parceira na América Latina. Em maio, estarei com o professor Leandro Tessler [coordenador de Relações Institucionais e Internacionais da Unicamp] na reunião anual dos membros da WUN, durante a qual esperamos aprender mais a respeito das possibilidades de cooperação na área de pesquisa no âmbito da rede. Antes disso, irei a Chicago para falar sobre a experiência da Unicamp no estabelecimento de cooperações internacionais bem-sucedidas aos participantes do Global University Summit, importante encontro anual sobre ensino superior que reúne líderes de grandes universidades de todo o mundo.

Arte e Cultura

Infraestrutura dos campi

Ao longo desses três anos, investimos pesadamente em infraestrutura básica – ruas, parte hidráulica, parte elétrica – em todos os campi da Universidade, e também em novas construções, reformas e ampliações de espaços já existentes. Entre as obras de maior relevância, cito a consolidação do campus da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira; a continuação da construção do novo prédio do Instituto de Geociências (IG) e o início da construção do teatro do Instituto de Artes (IA); a reforma do ginásio e de todas as quadras da Faculdade de Educação Física (FEF); a revitalização da praça do Ciclo Básico; a construção do Museu de Artes Visuais da Unicamp; as reformas feitas no Hospital de Clínicas (HC), com destaque para a climatização de todos os consultórios médicos, que era esperada desde a fundação do hospital; a construção de dois Centros de Vivência no campus de Barão Geraldo, cada um com duas quadras de esportes, inaugurados entre o fim de março e o começo de abril; e a construção de mais dois restaurantes universitários: um em Limeira, em funcionamento desde agosto do ano passado, e outro em Campinas, aberto há duas semanas.

Infraestrutura de ensino e pesquisa

Os investimentos em infraestrutura para o ensino de graduação incluem a reforma do Ciclo Básico II e a construção do Ciclo Básico III, que já estava prevista no projeto original da Unicamp. O novo prédio abrigará um complexo de laboratórios de ensino de uso compartilhado sem similares no Brasil, além de espaços idealizados para favorecer a socialização entre os alunos. Todos os laboratórios contarão com equipamentos de ponta e poderão ser adaptados para atender às necessidades de diferentes cursos de graduação. No que diz respeito à pesquisa, lançamos dois editais no valor total de aproximadamente 10 milhões para atualização e reforma de laboratórios já instalados. Além disso, estamos construindo mais dois grandes laboratórios, e há um terceiro cuja obra está em fase de licitação. Um dos laboratórios em construção é o de Bioenergia, resultado de um convênio entre o governo de São Paulo, a Fapesp e as três universidades públicas estaduais. Esse laboratório integrará o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia e também receberá pesquisadores da USP e da Unesp. A outra obra em andamento é a do Laboratório Central de Tecnologia de Alto Desempenho (Lactad), um laboratório multiusuário que desde o ano passado já presta serviços de análises

de alta complexidade de forma descentralizada. Finalmente, temos o Laboratório Integrado de Pesquisa (LIP), que deverá ficar pronto daqui a dois anos. Trata-se de um conjunto de três prédios projetados para suprir as necessidades de espaço para pesquisa de parte dos docentes da Universidade.

Pesquisa

Os investimentos em infraestrutura para pesquisa foram complementados por outras ações importantes, como o aperfeiçoamento do Programa de Auxílio à Pesquisa para o Docente em Início de Carreira (Papdic) e a criação do Programa de Auxílio ao Pesquisador em Início de Carreira (Pappic). Ambos os programas concedem uma ajuda inicial de R$ 12 mil a professores e pesquisadores recém-contratados que submeterem pedidos de auxílio à pesquisa a agências de fomento. No caso do Papdic, os professores cujos projetos forem aprovados podem, ainda, solicitar uma bolsa de mestrado de dois anos. Também merece destaque o lançamento, agora em março, de um edital para contratação de técnicos de nível superior para apoio a projetos de pesquisa financiados por agências de fomento ou empresas. São profissionais que exercerão tarefas relacionadas à operação de equipamentos sofisticados e à realização de experimentos.

Procuramos dar continuidade aos grandes programas já estabelecidos de promoção da arte e da cultura, como a Agenda Cultural da Unicamp, aprovada antes do início de cada ano, e o Programa Artista-Residente, que já trouxe artistas das mais variadas áreas para diferentes unidades de ensino e pesquisa, com excelentes resultados. Ao mesmo tempo, criamos a Comissão de Ação Cultural com a finalidade de avaliar a política artística e cultural da Universidade e propor novas ações para essas áreas. Com base nos trabalhos da comissão, criamos o Programa Aluno-Artista, hoje vinculado ao Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), e o Programa Arte no Campus, que leva espetáculos artísticos a diversas partes do campus. Alguns desses espetáculos são apresentados no Ciclo Básico II, onde montamos uma estrutura que estabelece os limites próprios de um palco. Outros, no entanto, são apresentados em lugares que não foram projetados para receber um grupo de dança ou uma peça teatral. É o caso, por exemplo, do gramado do Instituto de Biologia (IB), que desde as comemorações dos 45 anos da Unicamp, em outubro do ano passado, tem sido palco de apresentações mensais de música. A Orquestra da Unicamp, para a qual temos dado grande apoio, também participa do Arte no Campus, além de desenvolver outras atividades que incluem apresentações fora da Universidade. Outra contribuição importante da Comissão de Ação Cultural foi a proposta de criação do Museu de Artes Visuais da Unicamp, já em fase de implantação. O acervo do museu será composto inicialmente pelo acervo da galeria do Instituto de Artes (IA) e por peças doadas pelo professor emérito da Unicamp Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Merece menção também a extensa programação cultural feita pela Pró-Reitoria de Extensão, principalmente na Casa do Lago e no Centro de Inclusão Social - CIS-Guanabara.


8

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Novos paradigmas na Fotos: Antoninho Perri

O professor Mohamed Habib, titular da Preac até janeiro deste ano: profunda mudança conceitual

PAULO CESAR NASCIMENTO pcncom@bol.com.br

atividade de extensão na Unicamp consolidou-se como a via de mão dupla capaz de proporcionar a professores, funcionários e alunos a oportunidade de atender demandas da sociedade, e que também faz retornar à Universidade novos conhecimentos e informações obtidos da interação com o meio externo. De modo eficaz, um conjunto de ações vem permitindo à instituição e às comunidades atendidas atuar em conjunto na busca da superação de problemas e da realização de suas aspirações. Nesse contexto, a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) tornou-se a interface facilitadora e catalisadora das atividades de extensão da Universidade, envidando esforços ao longo dos últimos três anos no sentido de promover a difusão e a disseminação do saber acadêmico na sociedade por meio de programas culturais, sociais, tecnológicos e educacionais. Conforme faz questão de lembrar o professor Mohamed Habib – pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários até janeiro deste ano –, a trajetória da Preac está solidamente ancorada em um plano de institucionalização da atividade de extensão na Unicamp posto em marcha ainda em 2005. A iniciativa, de acordo com ele, redesenhou e ampliou o papel da extensão, até então limitado à prestação de serviços mediante remuneração. “Romper com esse vício, com essa cultura então dominante, tornou-se um desafio. Enfrentamos um inferno de resistência e foi preciso muita coragem”, reconhece o docente. A ação resultou em um novo paradigma, que para se estabelecer necessitou de um conjunto de regras destinado a normalizar as atividades de extensão na Unicamp. Mohamed observa que a implantação dessa profunda mudança conceitual não foi obra individual, mas fruto do empenho de uma parcela significativa de docentes e de profissionais de apoio técnico e administrativo e também de estudantes de graduação e pós-graduação. “Com o respaldo desse grupo, que tem uma consciência muito clara da importância da extensão universitária, pudemos redefinir o conceito da atividade, entendido por nós como um palco sobre o qual a academia interage com a sociedade. E para interagir, de fato, não basta prestar serviço; é imprescindível assumir o compromisso de disponibilizar os conhecimentos técnico-científicos gerados pela ciência para atender demandas dos mais diferentes setores da população”, argumenta o professor, “pois a Unicamp tem a obrigação institucional de retribuir à sociedade o que dela recebe.” Para ele, é desse modo que a Universidade contribui para a formação não só de recursos humanos altamente qualificados, mas também de cidadãos brasileiros socialmente comprometidos.

Plano de institucionalização redesenhou e ampliou o papel da Preac Foto: Antonio Scarpinetti

Campinas Café Festival, um dos eventos promovidos pela Preac no CIS-Guanabara: parcerias com instituições públicas e privadas

Editais

A institucionalização pavimentou o terreno no qual a Preac conduziu seu trabalho. A conclusão do histórico ciclo de mudanças foi o lançamento, em 2011, do Manual de Extensão, contendo a legislação interna e as normas que regulamentam as atividades de extensão. Ainda no plano institucional-acadêmico foram criadas duas disciplinas relacionadas à extensão comunitária, uma voltada a participantes de projetos de extensão e outra a integrantes do Projeto Rondon. Contabiliza-se também o fundamental estímulo à participação de docentes e discentes da Universidade nos editais públicos de fomento à extensão universitária, destacando-se o Programa de Apoio à Extensão Universitária do Governo Federal (Proext), do MEC e do Ministério da Cultura; os Editais Capes – Novos Talentos, e os Editais PET – Programa de Educação Tutorial, do MEC, além dos Editais Preac para Projetos de Extensão Comunitária (PEC). Voltados à inclusão social de grupos menos favorecidos, ao desenvolvimento de práticas e estudos que contribuam para a implementação de políticas públicas, os Editais Preac abriram possibilidades de participação também para servidores não docentes em projetos que promovam ações de natureza social, artística, cultural, desportiva ou educativa junto a segmentos da população de baixa renda ou grupos específicos (minorias, grupos étnicos, portadores de necessidades especiais, por exemplo). Lançados em 2007, os Editais Preac englobam o montante de R$ 290 mil ao ano e concedem o valor máximo de R$ 10 mil por projeto aprovado.

Parcerias e ações internas

No biênio 2009-2011 a pró-reitoria celebrou parcerias com instituições públicas e privadas, com a finalidade de promover importantes eventos acadêmicos, culturais e educativos. Destacamse, entre as ações nesse campo, o Festival Internacional de Leitura de Campinas (FILC); o 1º, 2º e 3º Projeto Sustentar - Cidade Sustentável; a realização do Campinas Décor, que possibilitou a restauração da antiga Estação Guanabara, que abriga o Centro Cultural de Integração e Inclusão Social (CIS – Estação Guanabara); e a realização do 1º, 2º e 3º Campinas Café Festival. No plano interno, houve considerável aumento do escopo de trabalho da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), tanto em termos quantitativos quanto em qualidade, salienta o professor João Frederico Costa Azevedo Meyer, o Joni, sucessor de Mohamed na Preac e até então coordenador da CDC. O professor João Frederico Costa Azevedo Meyer, atual pró-reitor: incremento das atividades culturais No Centro de Convenções, os três palcos foram redimensionados permitindo uma necessária circulação de ar com vistas, inclusive, à eliminação de umidades; os recursos de infraestrutura passaram por processos de atualização, limpeza Desde 2005, quando o Projeto Rondon teve seu reinício, até julho de 2011, a Unicamp esteve e manutenção; novos telões e presente em 17 operações, atuando em 25 municípios pertencentes a 15 estados, com um contingente projetores foram adquiridos, e constituído de mais de 200 pessoas, entre professores, alunos e técnicos. foi feita uma primeira revisão A experiência inspirou a Preac a criar, no final do ano passado, o RondonCamp, voltado aos das lâmpadas; reformas de municípios da região de Campinas. A versão regional do projeto é uma parceria da Unicamp com trechos dos pisos e a revitalios governos locais e setores empresariais para o atendimento de questões sociais em Campinas e zação da sala para recepcionar nas cidades vizinhas. Um diferencial importante será o tempo de trabalho das equipes: enquanto visitantes e palestrantes foram cada operação do Rondon dura uma quinzena, no RondonCamp aluno e professor ficarão um efetivadas com sucesso. semestre inteiro dedicados ao trabalho. No Ginásio MultidiscipliO início das atividades do RondonCamp está previsto para o segundo semestre. Até lá, a openar, cabe destacar os sucessivos ração estará sendo estruturada pela Preac, com a identificação de demandas regionais junto às aumentos anuais de atividades prefeituras e a busca de parcerias com empresas interessadas em apoiar financeiramente o projeto. esportivas: 14 em 2009, o dobro da registrada no ano anterior; e

RONDONCAMP ATUARÁ NA REGIÃO

51, em 2010. É importante observar que esse incremento se deu sem que outras atividades acadêmicas e sociais tradicionais (UPA, Feira de Talentos, Congresso Interno de Iniciação Científica, formaturas, entre outras) sofressem qualquer redução. Em paralelo, medidas importantes foram tomadas para reformas necessárias no teto, nos banheiros, na acessibilidade e, sobretudo, no piso da quadra poliesportiva. Prefeitura, CPROJ, Deman e CCUEC foram alguns órgãos da Universidade que se tornaram parceiros da Preac nessa empreitada que, de acordo com Joni, exigiu nos últimos três anos investimento muito próximo dos R$ 2,5 milhões. Ele cita ainda outra iniciativa fundamental no âmbito da CDC: a renovação e a capacitação continuada da equipe, com o intuito de manter os níveis de excelência na prestação de serviços.

Projeto em construção

Nos dois últimos anos o Espaço de Arte da CDC também se fortaleceu, abrindo oportunidade para a exposição de trabalhos de artistas novos e consagrados. Esta atividade se tornou mais abrangente quanto ao público alcançado com a abertura de novos espaços no auditório do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP), do Núcleo de Estudos Populacionais (Nepo) e nas salas de espera do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom). Desse modo, a CDC somou seus esforços aos do Espaço Cultural Casa do Lago (Ecult) na divulgação de trabalhos de artes plásticas. Vale mencionar que as ações da Preac em relação à Casa do Lago – que completa 10 anos em 2012 – compreenderam a expansão do atendimento na área cultural e artística do local enquanto espaço de extensão universitária, o que intensificou a participação das comunidades universitária e externa, seja como público, expositores, artistas e ou como oficineiros. “A extensão universitária, nas mais diferentes áreas do conhecimento, cresceu substancialmente na Unicamp, desde que a institucionalização foi posta em prática há sete anos. Mas trata-se de um projeto ainda em construção, que vem sendo continuamente aprimorado, aspecto que esperamos seja levado em consideração pelas próximas gestões”, pondera Mohamed, ele próprio à frente de uma ambiciosa proposta para um dos serviços mais estratégicos da Preac na relação da Universidade com a comunidade. O plano consiste em obter do governo federal autorização para transmitir em sinal aberto a programação da TV Unicamp, hoje captada em canais pagos. Desde 2004 subordinada à Preac, a Rádio e Televisão Unicamp (RTV) foi contemplada no último biênio com uma série de reformas e aquisições que elevaram o patamar de qualidade de seu trabalho e diversificaram sua atuação, com a implantação de novas frentes de divulgação, como a web rádio e a web tv. A abertura do sinal seria o merecido coroamento desses esforços em prol da comunidade. Atividades realizadas no CIS-Guanabara Eventos

2006

2007

2008

2009

2010

Espetáculos Culturais

8

3

5

10

Oficinas em Parceria

1

3

6

Oficinas

4

2 1(1)

0(2) 0(2)

1

3

Cursoa Ministrados

5

9

0(2) 0(2)

3

3

Público Participante

650

444

0(2)

35.000

Eventos Externos

8

5

15

25.000 20(3)

(1) Organização e realização sem a participação da Unicamp. (2) As atividades não foram oferecidas devido à realização da mostra do evento Campinas Décor (3) Com a participação da Unicamp - nove dias FILC.

23


9

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Foto: Antonio Scarpinetti

CARREIRA DOCENTE CGU retoma e �inaliza importantes projetos, entre os quais o da avaliação institucional Foto: Antoninho Perri

Relatório da Avaliação Institucional é apresentado no Consu: diagnóstico envolveu 24 comissões internas das unidades e outras 20 da Cocen

LUIZ SUGIMOTO sugimoto@reitoria.unicamp.br

Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), nesses três anos de gestão, teve condições de desenvolver inúmeras iniciativas e avançar em relação ao passado, retomando projetos que a Unicamp não pôde realizar por fatores alheios à vontade de administrações anteriores. “Restrições orçamentárias acabam frustrando planos e projetos. Para nossa satisfação, temos conseguido navegar por águas tranquilas, graças a um equilíbrio orçamentário positivo, levando adiante um conjunto de projetos que há tempos aguardavam pelo momento propício”, avalia o professor Edgar Salvadori De Decca, coordenadorgeral da Universidade. Já um projeto recente a cargo da CGU, que teve impacto significativo na vida dos professores, na opinião de Edgar De Decca, foi de reestruturação da carreira docente na Unicamp. “Criamos um nível intermediário entre MS-3 e MS-5 e mais dois níveis entre MS-5 e MS-6. A carreira agora começa em MS-3.1, passando para MS-3.2 e, mais à frente, vêm os MS-5.1, MS-5.2 e MS-5.3, até o MS-6. Os interstícios aumentaram e a carreira ficou mais longa para os ingressantes, enquanto aqueles que já pertenciam ao quadro tiveram seus direitos garantidos.” O coordenador-geral observa que, desde outubro do ano passado até agora, 64% dos docentes que pediram promoção já foram contemplados. Esta gestão também tem conseguido assegurar a reposição do quadro docente, com uma média anual de 50 novas contratações na carreira MS. “Já realizamos quatro chamadas e teremos outra a partir de junho. Ao final da nossa administração, chegaremos a 250 ingressantes, sem contar as 75 vagas aprovadas pelo Conselho Universitário para a criação do corpo docente da Faculdade de Ciências Aplicadas. Nesse ano, fizemos também uma chamada inédita para contratação de pesquisadores para os centros e núcleos.” Uma premissa adotada pela CGU, conforme o coordenador-geral, foi o direcionamento das novas vagas para cobrir as aposentadorias compulsórias em todas as unidades, sendo que nenhuma ficou com o quadro desfalcado. “Ainda dentro da promoção na carreira MS, foram feitas quatro chamadas para vagas de professor titular, o que dá mais de 120 concursos. Isso

representa uma enorme qualificação do nosso quadro, atendendo a pressão principalmente dos antigos MS-5, que possuíam currículo mas não encontravam disponibilidade de vagas.”

em língua estrangeira. Estão programados dois workshops dedicados exclusivamente à escrita de trabalhos científicos”.

Bibliotecas

Avaliação institucional No dia 27 de março último, os membros do Consu receberam o relatório da Avaliação Institucional, referente ao período 2004-2008, resultado de quase dois anos de trabalho sob a coordenação técnica da CGU. O diagnóstico abrangente e minucioso envolveu 24 comissões internas das unidades e outras 20 comissões da Coordenadoria de Centros e Núcleos (Cocen), somando 360 docentes, pesquisadores e funcionários. Um parecer adicional sobre o funcionamento das unidades veio de 133 avaliadores externos. A Avaliação Institucional tem o objetivo de identificar aspectos que devem ser melhorados e aqueles que efetivamente contribuíram para a melhoria das atividades acadêmicas e administrativas, bem como seus resultados. “É um dos processos mais importantes vivenciados pela Universidade, difícil e demorado, pois trata de avaliar todos os cursos de graduação e de pós-graduação, a pesquisa, os centros e núcleos, a extensão e a gestão administrativa”, ressalta Edgar De Decca. Ele atenta que a avaliação serve de base para o planejamento estratégico da Universidade, que por sua vez é peça fundamental para orientação de políticas futuras. “É a avaliação que permite visualizar nossas ações para o período de 2011 a 2015. O documento será levado ao conhecimento não apenas dos docentes e funcionários, como do Conselho Estadual de Educação, dos parceiros USP e Unesp, e também da Assembleia Legislativa, como forma de prestação de contas para a sociedade.”

Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Universidade: “Levamos adiante projetos que há tempos aguardavam pelo momento propício”

Uma grande diferencial desta Avaliação Institucional em relação à anterior (1999-2003), segundo De Decca, foi o aperfeiçoamento da coleta de informações com o desenvolvimento de uma nova ferramenta computacional. “Perdia-se muito tempo no levantamento dos dados quantitativos. Agora, a captação ficou praticamente por conta da CGU e as comissões de avaliação puderam concentrar seus esforços na análise qualitativa. Os Centros e Núcleos da Cocen foram incorporados ao processo, mediante alguns ajustes, o que padronizou a avaliação.”

Projetos do CT-Infra Em 2001, a Finep institui o Fundo de Infraestrutura (CT-Infra) para viabilizar a modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa em universidades públicas, financiando reformas de laboratórios e compra de equipamentos, entre outras ações. Nesta gestão, a CGU encaminhou três projetos, sendo dois já aprovados, no montante de R$ 18,3 milhões. “Enviamos a terceira proposta em março, que deve

Vagas Atribuídas 2009-2011 2009

2010

2011

Total

Prof. Doutor I

50

50

52

152

Prof. Titular

35

32

31

98

Recursos - CTI - Infra 9.800.000,00 9.600.000,00 9.400.000,00 9.200.000,00 9.000.000,00 8.800.000,00 8.600.000,00 8.400.000,00 8.200.000,00

CT-Infra 01/09

CT-Infra 02/2010

ser apreciada em maio, solicitando 20 milhões de reais – a expectativa é de recebermos pelo menos metade desse valor, somando 30 milhões em recursos apenas da Finep nesses três anos,” prevê o coordenador-geral. O primeiro projeto do CT-Infra destina R$ 8,3 milhões para a construção da Biblioteca de Obras Raras (Bora) e R$ 416 mil para digitalização do acervo e informatização do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio (Cedae). O segundo projeto visa à construção do Laboratório Integrado Engenharia Molecular (R$ 3,6 milhões), do Centro de Medicina Translacional (R$ 2,5 milhões) e do Herbário e Museu de Zoologia (R$ 3,3 milhões). “São projetos de grande impacto na Universidade. E ainda estamos executando obras que vêm desde 2001, com repasses da Finep da ordem de 7 milhões de reais”.

O Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) vem merecendo dedicação especial da CGU, por meio do incremento da aquisição de periódicos e livros, seja com recursos orçamentários ou através do projeto FAP Livros da Fapesp. “Estamos promovendo a migração de parte desse material bibliográfico para a base de periódicos da Capes, o que vai resultar em boa economia para a Universidade. Por outro lado, a Biblioteca Central está aperfeiçoando cada vez mais os serviços aos usuários. Acabamos de instalar dois equipamentos que permitem o autoempréstimo de livros, eliminando a intermediação de um funcionário – IFGW, IFCH, IEL e IMECC também receberão esta máquina, que custa 40 mil reais.”

Fóruns Permanentes

Concebidos pela CGU, os Fóruns Permanentes estão consolidados como espaços de interação entre academia e sociedade na prospecção e discussão de temas abrangentes, como Arte, Cultura e Educação, Ciência e Tecnologia, Desafios do Magistério, Empreendedorismo e Inovação, Ensino Superior, Esporte e Saúde, Meio Ambiente e Socidade e Extensão Universitária. Foram organizados 111 fóruns de 2009 a 2011, que atraíram quase 20 mil participantes – e mais 64 eventos estão programados para 2012. “Os fóruns começaram a ser transmitidos via Web a partir do ano passado, mas esperamos torná-los acessíveis a todos Espaço da escrita até o final da gestão, inclusive aqueles No âmbito acadêmico, Edgar De que estão gravados”. Decca destaca a criação do Espaço da Escrita, onde são oferecidos serviços UPA de tradução e assessoria aos docentes, Promovida anualmente para mosno intuito de facilitar e estimular a trar o funcionamento da Unicamp publicação e apresentação de seus a alunos e professores do ensino trabalhos em revistas científicas e confundamental e médio, a UPA – Unigressos internacionais. “O crescimento versidade de Portas Abertas – é uma da procura pelo serviço tem sido exponencial. Os trabalhos são traduzidos das atividades prioritárias da CGU. A majoritariamente para a língua inglesa, edição de 2011 teve cerca de 60 mil vimas também para o francês, alemão, sitantes nos dois dias de programação. “A UPA continua sendo um evento espanhol e italiano.” importantíssimo por apresentar a UniDe 2008 a março de 2011, o Espa- versidade para o potencial candidato ço da Escrita traduziu 1.248 trabalhos ao nosso vestibular, e tem crescido de acadêmicos, sendo que 34% deles fo- forma acentuada. Devemos, inclusive, ram publicados. Descendo à minúcia, realizar mudanças em 2012, visando chega-se a um total de 6,3 milhões diminuir transtornos que esse gigande palavras traduzidas. Ao mesmo tismo tem causado dentro do campus tempo, houve a realização de cinco e nos arredores da Universidade, como workshops em parceria com a Fapesp congestionamentos em rodovias. Mas e a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). são transtornos que, afinal, demons“Outra medida na qual investimos é a tram o sucesso da iniciativa”, conclui oferta de cursos de redação científica Edgar De Decca.


10 Vida Teses da semana Painel da semana Teses da semana Livro da semana Destaques do Portal da Unicamp

aa c dêi ma c

Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Painel da semana  Fórum de Desafios do Magistério – Evento será realizado no dia 18 de abril, no Centro de Convenções da Unicamp. Discutirá o tema “Ensino médio e parceria universidade-escola”. A organização é da Faculdade de Educação (FE). Mais detalhes no link http://foruns.bc.unicamp.br/magis/ magis36.php  Fórum de Ciência e Tecnologia - “Questões Éticas no Uso de Animais”. Este é o tema central do Fórum Permanente de Ciência e Tecnologia. O evento ocorre no dia 19 de abril, a partir das 9 horas, no Centro de Convenções. Mais informações na página do evento http://foruns.bc.unicamp.br/tecno/ tecno49.php  Minicursos gratuitos - (EA)² abre inscrições para diversos minicursos gratuitos. Saiba mais detalhes no link http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2012/04/09/ ea-abre-inscricoes-para-diversos-minicursos-gratuitos

Eventos futuros  Vestibular 2013 – A Comissão Permanente para os Vestibulares recebe, a partir de 23 de abril, pela Internet, os pedidos de isenção da taxa de inscrição do vestibular. Prazo vai até 31 de maio.  Propriedade intelectual - A Unicamp sedia de 24 a 27 de abril, o Curso Avançado de Gestão em Propriedade Intelectual, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O curso é gratuito e organizado pela Agência de Inovação Inova-Unicamp, por meio do projeto InovaNIT. Outras informações: http://www.inova.unicamp.br/paginas/ inovanit/curso48_inscricao.php  Doador Universitário - No dia 25 de abril, das 8 às 12 horas, no Estacionamento da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), acontece a segunda coleta de sangue da edição de 2012 do Projeto Doador Univer-

sitário. Para efetuar a doação, o voluntário deve apresentar documento de identidade com foto (RG) e endereço completo (inclusive CEP). A doação é um ato voluntário de amor, de solidariedade e de garantia de vidas. O ato de doar não acarreta qualquer risco ao doador. As doações também podem ser feitas no Hemocentro, de segunda a sábado, inclusive feriados, das 7h30 às 15 horas. Conheça o cronograma de coletas no link http://www.unicamp.br/unicamp/ unicamp_hoje/sala_imprensa/cronograma2012.php  Lançamentos - No dia 25 de abril, às 15h30, no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), serão lançados os livros “História Militar do Mundo Antigo – Guerras e identidades”, “História Militar do Mundo Antigo – Guerras e representações”, “História Militar do Mundo Antigo – Guerras e Culturas” e “Jesus Histórico”. Pedro Paulo Funari (IFCH), André Chevitarese (UFRJ) e Cláudio Umpierre Carlan (Unifal) são os organizadores das publicações.  Fórum de Esporte e Saúde - Evento com o tema “Estudos Avançados em Esporte Adaptado” será realizado no dia 26 de abril, no Centro de Convenções da Unicamp. Programação e outras informações podem ser obtidas na página eletrônica http://foruns. bc.unicamp.br/saude/saude43.php  A democratização das instituições – No dia 26 de abril, das 9 às 12 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, acontece o seminário “A democratização das instituições e a luta por uma sociedade justa e democrática”. O seminário é organizado pelo Departamento de Saúde Coletiva e o Coletivo de Estudo Apoio Paidéia. Participam como debatedores o médico epidemiologista da Unicamp, Gastão Wagner, e a socióloga da USP, Helena Singer Não é necessário inscrição. Entrada gratuita. Mais detalhes: 19-3521-8968.  Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque - Livro de Fernanda Roveri, doutoranda pela Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, será lançado no dia 27 de abril, às 16h30, no Salão Nobre da FE. No evento haverá uma mesa-redonda com as professoras Carmen Lúcia Soares (FE), Helena Altmann (FEF) e Cláudia Trevisan, da Prefeitura Municipal de Campinas. A publicação é da Editora Annablume. Outras informações: ferdth@yahoo.com.br  Escola São Paulo de Estudos Avançados - A Unicamp está recebendo inscrições para a Escola São Paulo de Estudos Avançados. Trata-se de um seminário de uma semana, que abordará “A Globalização da Cultura no Século XIX”, entre os dias 20 e 24 de agosto, em Campinas. A Escola São Paulo permitirá que estudantes de pós-graduação travem contato com renomados especialistas da área, aprofundem seus conhecimentos sobre a circulação transatlântica dos impressos e discutam seus próprios projetos de pesquisa. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) financia o seminário e oferece passagens e diárias aos estudantes selecionados. Mais detalhes no site http://

www.espea.iel.unicamp.br  Pós-graduação em Neurociências - O Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) recebe, até 30 de abril, inscrições ao processo seletivo para o curso de pós-graduação (lato sensu) em divulgação científica e saúde: neurociências 2012/2013. Mais detalhes no link http:// www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ sala_imprensa/neurociencias.doc

Tese da semana  Alimentos - “Avaliação das propriedades físico-químicas e funcionais no processamento integral de Umê (Prunus mume)” (doutorado). Candidato: Ernesto Quast. Orientador: professor Flávio Luís Schmidt. Dia 16 de abril, às 9 horas, no Espaço Gourmet da FEA.  Biologia - “Caracterização molecular de domínios funcionais de miosinas de Drosophila melanogaster” (mestrado). Candidata: Carla Cristina Polo. Orientador: professor Mário Tyago Murakami. Dia 18 de abril, às 14 horas, na sala de defesa de teses do IB.  Computação - “Ontologias folksonomizadas - uma abordagem para fusão de ontologias e folksonomias” (mestrado). Candidato: Hugo Augusto Alves. Orientador: professor André Santanchè. Dia 16 de abril, às 15 horas, no auditório do IC (sala 85 - IC 2). - “Métodos fotométricos para visão computacional” (doutorado). Candidato: Rafael Felipe Veiga Saracchini. Orientador: professor Jorge Stolfi. Dia 18 de abril, às 16 horas, no auditório do IC (sala 85 - IC 2).  Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo - “Desenvolvimento e análise de desempenho de um quebra-mar construído a partir de garrafas de politereftalato de etileno (PET)” (mestrado). Candidata: Luana Kann Kelch Vieira. Orientador: professor Tiago Zenker Gireli. Dia 20 de abril de 2012, às 9h30, na sala de videoconferência do CCUEC.  Engenharia Elétrica e de Computação - “Composição automática de serviços web semânticos - uma abordagem com times assíncronos e operadores genéticos” (doutorado). Candidato: Neil Paiva Tizzo. Orientador: professor Eleri Cardozo. Dia 16 de abril, às 9 horas, na FEEC.  Engenharia Química - “Análise da influência de variáveis operacionais de um sistema de trigeração sobre o desempenho termodinâmico e a distribuição das utilidades” (mestrado). Candidato: Lucas Do Nascimento Martins. Orientador: professor José Vicente Hallak D´Angelo. Dia 20 de abril, às 9 horas, na sala de defesa de teses da FEQ.  Física - “Estudo e identificação de Hadrons em Câmaras de Fotoemulsão” (mestrado). Candidata: Elaine Cristina Farinchon de Pádua Vicente. Orientador: professor José Augusto Chinellato. Dia 16 de abril, às 14 horas, no auditório Méson Pi do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia do IFGW.

Livro

 Geociências - “Circuito espacial produtivo das confecções e exploração do trabalho. Nexos com os dois circuitos da economia urbana nos bairros do Brás e Bom Retiro (SP)” (doutorado). Candidata: Silvana Cristina da Silva. Orientador: professor Márcio Antonio Cataia. Dia 20 de abril, às 14 horas, no auditório do IG.

da semana

 Linguagem - “Leitura e coautoria em ‘A rainha dos cárceres da Grécia’, de Osman Lins” (doutorado). Candidata: Carolina Duarte Damasceno Ferreira. Orientadora: professora Maria Eugênia da Gama Alves Boaventura Dias. Dia 18 de abril, às 14h30, na sala de defesa de teses do IEL. - “Entre aprender e ensinar língua(s) estrangeira(s): (re)construindo identidades “ (mestrado). Candidata: Lígia Francisco Arantes de Souza. Orientadora: professora Maria José Rodrigues Faria Coracini. Dia 20 de abril, às 10 horas, na sala de defesa de teses do IEL.  Matemática, Estatística e Computação Científica - “Um modelo de resposta ao item para grupos múltiplos com distribuições normais assimétricas centralizadas” (mestrado). Candidato: José Roberto Silva dos Santos. Orientador: professor Caio Lucidius Naberezny Azevedo. Dia 19 de abril de 2012, às 14 horas, na sala 253 do Imecc.  Medicina - “Importância da ultrassonografia na predição de malignidade e sua correlação com os fenótipos luminal, Her 2 overexpression e triplo negativo nos nódulos de mama classificados na categoria BI-RADS 4” (mestrado). Candidato: Rodrigo Menezes Jales. Orientadora: professora Sophie Françoise Mauricette Derchain. Dia 18 de abril, às 13 horas, no anfiteatro da CPG/FCM. - “A eritropoietina protege a função sistólica de corações neonatais submetidos a isquemia e reperfusão regional – trabalho experimental em suínos” (doutorado). Candidato: Karlos Alexandre de Sousa Vilarinho. Orientador: professor Orlando Petrucci Junior. Dia 19 de abril, às 9 horas, no Anfiteatro do Departamento de Cirurgia da FCM. - “Fatores prognósticos de pacientes com metástase de carcinoma de mama no fêmur tratados cirurgicamente” (mestrado). Candidato: Guilherme Grisi Mouraria. Orientador: professor Orlando Petrucci Junior. Dia 19 de abril, às 9 horas, no Anfiteatro do Departamento de Cirurgia da FCM.  Odontologia - “Tomografia computadorizada de feixe cônico: estudo comparativo entre as medidas lineares verticais para implantes em mandíbula obtidas a partir de dois diferentes equipamentos” (doutorado). Candidata: Luciana Barreto Vieira Aguiar. Orientadora: professora Glaucia Maria Bovi Ambrosano. Dia 17 de abril, às 14 horas, na Congregação da FOP.  Química - “LIBS e nanopartículas fluorescentes: novas estratégias para determinação de íons Cu(II) em águas” (doutorado). Candidata: Klecia Morais dos Santos. Orientador: professor Ivo Milton Raimundo Junior. Dia 18 de abril, às 9 horas, no Miniauditório do IQ.

O sonho de Eistein

Em busca da teoria do todo Autor: Pietro Greco Tradução: Letizia Zini Ficha técnica: 1a edição, 2011; 152 páginas, formato 14 x 21 cm ISBN: 978-85-268-0950-5 Área de interesse: Divulgação cultural e científica Preço: R$ 36,00 Sinopse: Chama a atenção um aspecto comum aos inúmeros estudos dedicados à vida e à obra do cientista mais famoso do século XX e, provavelmente, de todos os tempos, Albert Einstein. Todos os autores falam com admiração profunda do gênio científico de Einstein. E com razão. Entretanto, quase todos, quando falam de sua admiração por Einstein, referem-se à atividade que o cientista alemão realizou em pouco mais de dez anos, no início de sua carreira, entre 1905 e 1917, época em que: elaborou a teoria da relatividade; contribuiu para o surgimento da física quântica; consolidou a teoria atômica da matéria. E ignoram quase completamente a atividade científica que Einstein realizou nos 40 anos seguintes, como se, a partir de 1918, ele tivesse deixado de interessar-se pela física e tivesse voltado sua atenção para outras coisas. Mas... Autor: Pietro Greco, formado em química, é jornalista científico do diário l’Unità, colaborador da agência Zadig e vice-diretor do Mestrado em Comunicação da Ciência da Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), de Trieste. Dentre seus livros mais recentes, citamos Hiroshima. La fisica conosce il peccato (1998); Le origini dell’Universo( 1998); Evoluzioni. Dal Big Bang a Wall Street: la sintesi impossibile (1999). É consultor científico e coautor do programa televisivo “Pulsar. Storia della scienza e della tecnologia del ‘900”, transmitido pela emissora italiana RAI.

DESTAQUES do Portal da Unicamp

FEF inaugura laboratório com infraestrutura de ponta no país 11/04/12 – A Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp inaugurou no último dia 11 o Laboratório Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão. O empreendimento possui infraestrutura esportiva que deve ser referência no país. O Laboratório está preparado, inclusive, para oferecer suporte a delegações internacionais que virão ao Brasil disputar as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, afirmou o diretor da FEF, Paulo Ferreira de Araújo. Ele participou da inauguração do prédio, ao lado do reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, e de membros da administração central, docentes, alunos e funcionários. O espaço, segundo Paulo Araújo, possui cerca de 2 mil metros quadrados de área construída e acessibilidade total. Os investimentos podem chegar a R$ 5 milhões, entre a construção do prédio, entorno e equipamentos. Destaque para o Laboratório de Ginástica, o primeiro do Brasil com infraestrutura adequada para treinamentos olímpicos. “Os equipamentos são os mesmos utilizados nas Olimpíadas de Londres”, revelou

Foto: Antoninho Perri

Vista do Laboratório Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão: referência no país

o professor da FEF, Marco Antônio Coelho Bortoleto. O diretor Paulo Araújo explicou ainda que o edifício está dividido em três áreas interligadas: coleta de avalia-

ções físicas, práticas corporais e lutas, e ginástica olímpica. “O Laboratório possui uma concepção interdisciplinar de modo a promover a pesquisa científica por meio da interface entre a graduação

e extensão”, disse. O reitor Fernando Costa agradeceu o empenho de diretores, ex-diretores e funcionários para a conclusão do espaço. “Quero parabenizar a todos da FEF pela inauguração do

Laboratório, uma conquista importante no que diz respeito à infraestrutura para o ensino, pesquisa e extensão da educação física no país”. Durante a inauguração, ex-alunos, atletas e jovens da região – campeões em diversas modalidades esportivas – fizeram apresentações ao público. Os docentes Marco Antônio Coelho Bortoleto, José Irineu Gorla e José Julio Gavião de Almeida explicaram as concepções e objetivos de cada uma das áreas do Laboratório. Também participaram da solenidade os ex-diretores, Roberto Rodrigues Paes – atual prefeito do campus; e Paulo Cesar Montagner, que responde, no momento, pela direção executiva da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). O projeto do Laboratório Integrado foi desenvolvido pela Coordenadoria de Projetos (Cproj) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC). A obra foi gerenciada pela Coordenaria de Projetos e Obras (CPO), órgão da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU). (Silvio Anunciação)


Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

11 Fotos: Antonio Scarpinetti

Parcerias garantem

MAIOR INSERÇÃO Convênios e intercâmbios consolidam reputação de universidade de pesquisa de classe mundial

PAULO CESAR NASCIMENTO pcncom@bol.com.br

esponsável por auxiliar a Unicamp a fortificar sua presença internacional, a Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori) intensificou no triênio ações para ampliar a exposição da Universidade no exterior, objetivando uma nova perspectiva de posicionamento global para a instituição. A promoção de workshops científicos em parceria com respeitadas universidades estrangeiras e o ingresso em redes de universidades de ponta contribuíram para intensificar a mobilidade e a troca de experiência acadêmica de docentes e estudantes, e contribuíram para elevar a reputação da Unicamp como universidade internacional de pesquisa, como demonstra, por exemplo, o expressivo crescimento de visitas de delegações ou de representantes de instituições estrangeiras a Unicamp. Nos últimos meses, a Cori viu quadruplicar o número de visitas de delegações estrangeiras a Unicamp. Em fevereiro, por exemplo, a Universidade recepcionou nada menos que 22 delegações. “Isso é resultado em grande parte da visibilidade alcançada pela Unicamp no exterior. As pessoas querem vir conhecer a instituição”, afirma o professor Leandro Tessler, coordenador do órgão. Em paralelo aos esforços para a internacionalização das atividades de pesquisa da Unicamp desenvolvidos por pró-reitorias como as de Pesquisa e Pós-Graduação, a Cori adotou estratégias com o intuito de ampliar a exposição da instituição no exterior. Uma delas foi intensificar a participação da Universidade em eventos internacionais de educação superior. Entre os benefícios da iniciativa está o incremento de convênios e intercâmbios estudantis além daqueles nos quais a Unicamp já possui tradição, como os programas com Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, no contexto da AUGM (Associação das Universidades do Grupo Montevidéu), e com redes formadas por universidades europeias no âmbito do programa Erasmus Mundus.

Workshops

Para expandir as relações internacionais da Unicamp, a Cori também participou de missões ao exterior, mirando, sobretudo, universidades potencialmente parceiras nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. As visitas têm resultado em acordos bilaterais de cooperação com algumas das instituições visitadas, como a

D������� �� ���������� �� ��������� �� U������

universidade canadense McMaster, a Brown University, a Universidade Tecnológica de Munique e a Universidade Livre de Berlim. Outra novidade foram os eventos denominados Workshops Unicamp, encontros científicos organizados pela Cori em conjunto com instituições estrangeiras parceiras a partir de contatos estabelecidos por Leandro e outros docentes da Universidade em eventos internacionais. “Identificamos assuntos de interesse mútuo e promovemos um evento para apresentar as pesquisas afins que realizamos, proporcionando uma rica oportunidade de interação dos nossos docentes e estudantes com os professores que trazemos de fora”, explica Leandro. Dois encontros já foram organizados no campus, um com a participação de pesquisadores da Universidade Yale (sobre temas como saúde pública, saúde global e doenças tropicais) e outro com acadêmicos da Universidade McMaster (abordando fotovoltaicos, fotônica, nanotecnologia e água). Para setembro, está prevista a viagem de um grupo da Unicamp à instituição canadense. “O programa tem sido uma excelente oportunidade não só para o intercâmbio acadêmico como também para a troca de experiências e para o fomento de atividades de pesquisa conjunta. O objetivo é alcançar todas as áreas do conhecimento”, salienta Leandro. “A expectativa é que os workshops se transformem em um instrumento eficaz de criação de laços de longo prazo da Unicamp com universidades do exterior por meio de projetos de pesquisa comuns.”

Instituto Confúcio

Em outra frente de trabalho, a Cori tem atuado no sentido de valorizar a importante referência em que a Unicamp se transformou no intercâmbio estudantil na América Latina, especialmente na pós-graduação. “O nosso principal contingente de alunos estrangeiros é de latino-americanos. Portanto, estamos firmando mais a posição da Unicamp como receptora desses estudantes, priorizando alguns projetos de intercâmbio dentro do continente”, informa Leandro. Ao mesmo tempo, revela, a Cori tenta dar passos rumo a outros continentes. Atualmente, negocia acordos para trazer também pós-graduandos das mais relevantes universidades africanas lusofônicas. Segundo o coordenador, contatos nesse sentido já estão bem adiantados com instituições de Cabo Verde e Guiné-Bissau. “Pretendemos realizar também com eles um workshop de pesquisas e fomentar a troca de experiências e de pessoal”. Do mesmo modo, a Unicamp, via Cori, busca estabelecer laços com instituições chinesas. “Assim

I�����������

Alemanha 55 Argentina 33

Peru 149

como achamos que é estratégico para os próximos anos uma aproximação com a África, entendemos ser fundamental nos aproximarmos também da China”, argumenta Leandro. A primeira iniciativa nessa direção está sendo o estabelecimento de uma parceria com a Beijing Jiaotong University (centro de ensino e pesquisa focado em transporte e engenharia) para a criação na Unicamp daquela que viria a ser a quarta unidade brasileira do Instituto Confúcio, tradicional entidade voltada à promoção da língua e da cultura da China e ao apoio ao ensino da língua chinesa em todo o mundo. Para o atendimento da crescente demanda de internacionalização na Unicamp foi necessário elaborar um plano de reestruturação da Cori, observa Leandro. As atuais instalações da unidade, junto ao complexo da Reitoria, serão transferidas para um novo prédio de 400 m2 anteriormente ocupado pela marcenaria da Universidade e que foi reformado para abrigar a nova função, quadruplicando o atual espaço físico do órgão. O posto de atendimento aos estudantes localizado na Biblioteca Central (BC) também deverá mudar para uma área maior e com melhor funcionalidade hoje ocupada pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic) no piso térreo da própria BC. “Com o novo espaço teremos condições de funcionar adequadamente dentro da demanda atual, que é muito grande”, afirma o coordenador de relações institucionais e internacionais da Universidade. Ele observa que, qualquer que seja o parâmetro de avaliação, constata-se o significativo crescimento da internacionalização da Unicamp na gestão do reitor Fernando Costa – conforme revelam indicadores como o aumento do número de intercâmbios e o maior prestígio desfrutado pela Universidade no cenário mundial –, fruto não só de iniciativas da Cori, mas como consequência de um processo global da instituição. “Não estávamos prontos para essa demanda, e o que temos conseguido fazer, da melhor maneira possível, nessa fase de transição, de adaptação, é fruto do esforço pessoal da nossa equipe”, salienta, revelando que o número de funcionários também deverá ser ampliado como parte da reformulação em curso. “Já houve uma melhora nesse sentido, pois quando assumi a equipe se resumia a um coordenador e dois assessores, o que não era compatível com o volume de atividades. O número de assessores, por exemplo, dobrou”.

O����� �� ���������� ������������ �� P��-G�������� Argentina 31

Chile 31

Paquistão 17 México 13

Espanha 18

Cuba 12 Equador 11

EUA 18

Portugal 11 Alemanha 9 Bolívia 9 Espanha 9 Itália 8

Canadá 15

México 12

Uruguai 8

Itália 11 Chile 10 Outros 7

Dinamarca 6 Uruguai 5

Outros 62 Colômbia 183

O professor Leandro Tessler, coordenador da Cori: “As pessoas querem vir conhecer a instituição”

Reestruturação

Portugal 25

França 165

Estudantes da Unicamp que foram para o Reino Unido

França 6

EUA 7 Angola 6 Cabo Verde 6

R���� �� �����

O fortalecimento de alianças entre a Unicamp e universidades internacionais reconhecidas por sua alta qualidade de ensino e pesquisa, por meio da participação em redes de instituições de elite, foi outra ação fomentada pela Cori no conjunto de esforços empreendidos pela maior inserção internacional. O mais recente exemplo do reconhecimento internacional da posição da Unicamp como uma universidade de ponta foi seu ingresso, em março, como o 19º membro – e o primeiro na América Latina – da Worldwide Universities Network (WUN), uma das mais renomadas e seletas redes de universidades do mundo. Das 18 universidades que compõem a WUN atualmente, cinco estão no Reino Unido e quatro, nos Estados Unidos. Há ainda duas na Austrália, duas na China e uma na África do Sul, no Canadá, em Hong Kong, na Noruega e na Nova Zelândia. O Brasil é o terceiro país emergente com um representante na rede. A participação em uma rede prestigiosa como essa era uma conquista há muito almejada pela Unicamp para o seu projeto de internacionalização, enfatiza Leandro. Como membro da WUN, a Unicamp terá direito a participar dos “Global Challenges”, programas que reúnem dezenas de grupos de pesquisa interdisciplinar vinculados à rede em torno de assuntos de interesse mundial, como mudança climática e segurança alimentar; saúde pública; reforma do ensino superior e da pesquisa, entre outros. A Universidade poderá ainda estabelecer colaborações para o intercâmbio de pesquisadores e alunos de pós-graduação com as demais instituições integrantes da rede, além de compartilhar recursos para ensino e concorrer aos financiamentos oferecidos pela WUN.


12 Jornal daUnicamp Campinas, 16 a 22 de abril de 2012

Fotos: Antoninho Perri

Foto: Antonio Scarpinetti

Progressos são expressivos nas áreas de infraestrutura, recursos humanos e gestão administrativa Restaurante da FCA, inaugurado no ano passado em Limeira: obras do campus estão em fase de conclusão

QUALIDADE

O pró-reitor Paulo Rodrigues da Silva: somente em obras físicas, foram investidos cerca de R$ 300 milhões nos últimos três anos

Renovação

MANUEL ALVES FILHO manuel@reitoria.unicamp.br

Unicamp experimentou nos últimos três anos progressos expressivos nas áreas de infraestrutura, recursos humanos e gestão administrativa. A expansão física da Universidade, por exemplo, foi uma das maiores da história, graças à disponibilidade de recursos orçamentários proporcionada pelo aumento da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no período e ao apoio das agências de fomento e organismos públicos. Foram investidos durante o triênio cerca de R$ 300 milhões em obras, de variadas dimensões. Destaque para a construção do campus da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira, que está em fase de conclusão. “De maneira geral, nós ampliamos a infraestrutura, aperfeiçoamos as rotinas, investimos na qualificação de pessoal, renovamos e modernizamos o quadro de funcionários, avançamos em relação à questão salarial e de benefícios para docentes e servidores e aprimoramos a segurança. Não fizemos mais porque os recursos obviamente são limitados”, avalia o titular da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), professor Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva. No âmbito das obras físicas, conforme o pró-reitor, tornase difícil elencar todas as realizações, justamente por causa do grande número de projetos executados ou em execução em todos os campi. Atualmente, estima Paulo Rodrigues da Silva, estão em andamento perto de 60 obras, todas elas com recursos devidamente reservados. “É praticamente impossível andar pelo campus de Barão Geraldo sem deparar, a cada quadra, com uma delas”, diz. Entre as intervenções que estão sendo realizadas, o dirigente evidencia a construção do prédio que abrigará a Biblioteca de Obras Raras e Coleções Especiais (Bora), que conta com recursos também da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); a edificação do Ciclo Básico 3, que contempla salas de aulas, laboratórios e espaços para o convívio e o lazer da comunidade interna e visitantes; e a reurbanização da face norte do campus. “Isso sem falar das obras que entregamos recentemente, como os dois centros de vivência, dotados com quadras poliesportivas, assim como o novo restaurante universitário”, acrescenta Paulo Rodrigues da Silva. Se cresceu em tamanho, no último triênio a Unicamp também evoluiu no que se refere às atividades ligadas à Administração Geral. De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, todas as áreas passaram por processos de modernização. “Um entre muitos exemplos é a DGRH [Diretoria Geral de Recursos Humanos], cuja gestão foi sensivelmente aprimorada. Graças à competência da coordenadora, a doutora Patrícia Maria Morato Lopes, muita coisa foi mudada para melhor. Atualmente, apenas a título de exemplo, qualquer servidor pode obter informações sobre procedimentos ou acerca da sua vida funcional na página eletrônica da DGRH, sem qualquer demora ou burocracia”, pontua. O mesmo processo de aperfeiçoamento, segundo ele, atingiu a Diretoria Geral da Administração (DGA).

Além de apurar as rotinas, o órgão foi o que mais renovou seu quadro de pessoal nos últimos tempos. Cerca de metade dos funcionários tem menos de dez anos de Unicamp. “O que ocorreu não foi uma substituição pura e simples de pessoas que se aposentaram por gente nova. Como os concursos públicos promovidos pela Universidade são muito concorridos – para algumas funções a relação candidato/vaga é parecida com a do vestibular –, nós estamos atraindo servidores cada vez mais qualificados, muitos deles com nível superior e que dominam um segundo idioma. Atualmente, o quadro funcional da instituição está assim dividido: 40% dos trabalhadores das áreas técnicas e administrativas têm nível superior, 40% têm nível médio e somente 20% tem nível fundamental, sendo que este último tende a desaparecer com o tempo. Esse corpo de funcionários com boa formação contribui decisivamente para que a Unicamp desempenhe com alto grau de excelência todas as suas atividades”, analisa o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário. Nos últimos três anos, esclarece Paulo Rodrigues da Silva, a Unicamp empreendeu significativos esforços para manter o poder de compra dos funcionários. Os reajustes salariais ficaram frequentemente acima dos obtidos pela maioria das categorias profissionais e, não raro, superaram os índices oficiais de inflação. No período de junho de 2000 a maio de 2011, os salários na Universidade foram reajustados em 137,93%, contra uma inflação de 90,14 %, medida pelo IPCFipe. Como consequência dessa política, enfatiza o dirigente, os salários têm se mantido acima da média de mercado. Ademais, o leque de benefícios sociais tem sido ampliado. “Nós certamente gostaríamos de ter feito mais, mas está comprovado que a instituição não pode comprometer mais do que 85% do orçamento com a folha de pagamento. Os outros 15% constituem o mínimo necessário para que façamos o custeio da instituição. A observância a esses índices vem dando muito certo, desde o início da autonomia universitária, obtida em 1988. Se a Unicamp está bem, é justamente porque todas as gestões, sem exceção, trataram essa questão com muita responsabilidade”. No que toca aos trabalhos de manutenção da infraestrutura física, urbana, de comunicação e de equipamentos, bem como a gestão ambiental, o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário faz observações importantes. Segundo ele, um ponto bastante sensível, que é a segurança, foi fortemente melhorado nos últimos anos. Um importante avanço foi a instalação de um sistema de monitoramento por câmeras, que praticamente zerou o número de delitos praticados no campus de Barão Geraldo. Paralelamente, a Unicamp encontrou uma alternativa eficiente e mais barata para ampliar o seu quadro de vigilantes. Isso foi feito em parceria com a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), que assumiu parte dos serviços, em composição com o corpo de segurança da própria Universidade. Na prática, detalha Paulo Rodrigues da Silva, é como se a Unicamp tivesse feito uma terceirização interna, dado que a Funcamp já atua como braço executivo da instituição no que se refere a convênios com empresas e organismos públicos e privados. “Essa saída foi muito interessante porque

Quadra poliesportiva em centro de vivência recém-inaugurado: mais opções de lazer

a Funcamp, diferentemente de empresas privadas que atuam no segmento de terceirização, não visa lucro. Assim, ela pode cobrar menos pelo serviço prestado, ao mesmo tempo em que pode remunerar melhor os trabalhadores”. Além de contribuir para cuidar da segurança, a Fundação administra todos os almoxarifados da Universidade. “Agora, a Funcamp também está ampliando as atividades de manutenção predial. Uma das equipes trabalhou nas reformas da Moradia Estudantil e em outras edificações da Unicamp. A parceria tem dado muito certo”. A área de Tecnologia da Informação, avalia o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, conheceu igualmente avanços significativos, especialmente em tempos mais recentes. Anteriormente, assinala, o Centro de Computação respondia praticamente sozinho pelos assuntos relativos à TI. “Hoje em dia, temos muitas plataformas de atendimento. Quase todas as unidades de ensino e pesquisa e órgãos contam com uma equipe de suporte técnico. Com isso, o Centro de Computação passou a exercer uma função mais normativa e de administração dos equipamentos de grande porte que ainda estão em operação”.

Saúde

Paulo Rodrigues da Silva reconhece que a Unicamp teve dificuldades de investimento na saúde, em razão das características da área. Ele observa que a inflação no campo da saúde é sempre muito maior do que a inflação geral, isso tanto no Brasil quanto no restante do mundo. Além disso, o segmento está sempre incorporando novas tecnologias, sem abandonar os recursos mais antigos. “Temos sempre que correr atrás quando o assunto é atualização”, atesta. No entendimento do dirigente, uma alternativa para tentar superar as dificuldades enfrentadas pela saúde seria adotar um novo modelo de gestão. “Há três anos tentamos transformar a área da saúde em autarquia. Isso daria mais autonomia ao setor e faria com que ele crescesse sem depender do orçamento da Universidade”, defende. A despeito dos problemas, o pró-reitor considera que houve avanços na saúde, graças ao esforço orçamentário da instituição e aos recursos obtidos por meio de convênios firmados com o Ministério da Saúde e a Secretaria do Estado da Saúde, que culminaram com a realização de obras, compras de equipamentos e melhorias nos procedimentos do complexo médico-hospitalar da Unicamp. No último dia 29 de março, por exemplo, o Hospital da Mulher Prof. José A Pinotti/Caism inaugurou um novo bloco operatório. No espaço, que tem 1.100 m2, serão realizados todos os procedimentos cirúrgicos e anestésicos nas áreas de neonatologia, obstetrícia, ginecologia e oncologia ginecológica e mamária. O investimento total foi de R$ 3 milhões. Os recursos vieram do Ministério da Saúde, do orçamento da Universidade e de emendas parlamentares estaduais. Outro ponto positivo em relação ao tema saúde, finaliza Paulo Rodrigues da Silva, refere-se à atuação da Universidade como gestora do Hospital Estadual de Sumaré (HES) e de seis Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), instalados nas cidades de Piracicaba, Limeira, Santa Bárbara D’Oeste, Rio Claro, Mogi Guaçu e São João da Boa Vista, este último inaugurado em meados de fevereiro último. “Esse modelo tem sido extremamente positivo. Estamos colocando o nosso conhecimento e experiência a serviço da população. Tanto no HES quanto nos AMEs, os usuários encontram ótima estrutura, profissionais altamente qualificados e equipamentos modernos, o que faz toda a diferença quando se está com alguma enfermidade”, avalia o dirigente.

O novo restaurante universitário, entregue no início de abril: aprimorando o atendimento da comunidade


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.