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editorial
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Ops... erramos!
E setembro chegou... Época de renovação, bem-vinda com o início da Primavera. Para nós, essa renovação acontece quase que diariamente. Todo dia buscamos nos reinventar e inovar, para trazer sempre um conteúdo de qualidade para você, leitor. Seja através de matérias, entrevistas e ações. Falando em inovar, agora toda edição terá um editorial de moda, que dará às novas estações um colorido todo especial. Ainda mais com a novidade: um ensaio é infantil... Maravilhoso, pois criança é símbolo de vida, alegria e pureza. E dessa vez fomos longe para trazer a você uma entrevista com um dos maiores publicitários do Brasil, João Ciaco, sanjoanense que está à frente do marketing da Fiat em nosso país e na América Latina. João foi um dos escolhidos para representar o Brasil no júri do Festival de Cannes, o maior festival publicitário do mundo. É talento de São João para o mundo. Preparamos uma matéria especial também sobre os dois anos do Atua na TV, que surgiu como um braço da revista e, hoje, graças à competência e à visão de diversos profissionais, já tem vida própria e está colhendo os frutos do sucesso. Completando a homenagem, nossa capa traz Camila Fernandes, apresentadora desde o início no programa. E não para por aí. A revista ainda traz dezenas de artigos de colunistas sobre os mais diversos temas, de saúde até história, passando por educação e estilo. Espero que aprecie e curta nossa edição de nº 20, dê sua opinião em nosso site, facebook ou twitter, pois você é nosso principal motivo de existir. Boa leitura e até nossa próxima edição!
Na edição de junho, a matéria de psicologia com o título “Como lidar com as perdas” (página 36 e 37) foi publicado com vários trechos cortados, fazendo com que o texto perdesse o sentido em diversas partes. Devido a essa falha, e a pedido da autora, publicaremos novamente o material na íntegra, inclusive com a mudança na ilustração. Pedimos desculpas a psicóloga Ângela Maineri Corvello pela nossa falha. No texto do making of da edição de Junho, informamos que o modelo da capa, Vinicius Santos Luz, não é sanjoanense. Na verdade, ele nasceu na grande São Paulo, em São Bernardo do Campo. Obrigado à Rafaela Perim, que nos passou a correção via Facebook.
A Revista Atua (ano 5, número 20, Setembro de 2012) é uma publicação sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial - Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista-SP. Tel. 19 3634-4300. Sua distribuição é gratuita e dirigida, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 4 mil exemplares Editora-chefe Ângela Loup Pessanha | angela@acesaojoao.com.br
Ângela Loup Pessanha Editora-chefe
Jornalista responsável Luiz Gustavo Gasparino - MTb. 47.333 | imprensa@acesaojoao.com.br Revisão João Sérgio Januzelli de Souza | jscoaching@ig.com.br Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br
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12 Moda primavera / verão
64 Segurança pública
14 O pontencial dos acessórios
78 Turismo
18 Não descuide do rosto
80 Atua na TV
20 Cuidados com as mãos
86 Aprendendo com os haitianos
22 Humanos e gatos
90 Particula de quem?
28 Agito
94 Carga tributária no Brasil
36 Perdas... contingências da vida
98 Revolução de 1932
40 Psoríase, o que é?
108 Não me planejei, e agora?
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116 Seus arquivos nas nuvens
Mal de Alzheimer
Venda de espaços publicitários Patricia Maria Rehder Coelho | patricia@acesaojoao.com.br Publicidades Alexandre Pelegrino | alexandre@acesaojoao.com.br Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br Fotos publicitárias Fabiano Barbosa - 35 9134-8176 Fotos sociais Davis Carvalho - 19 8210-9499 Capa Modelo: Camila Fernandes Cabelo, maquiagem e foto: Fabiano Barbosa Veste: Boutique Navarro - 19 3631-1926 Agradecimentos: Raphael Medeiros, Luciany Martins, Luciana Junqueira, Farmácia Art’Ervas e TV União Impressão Gráfica Ideal (Campinas/SP) - 19 3729-3030 Siga a Revista Atua nas principais redes sociais:
44 Galera
122 A fuga de Hitler
48 Entrevista
128 Cinema
facebook.com/atuarevista
58 São João Decor
130 Literatura
@atuarevista
60 O Crepuscular do Pacífico
134 Cantores da noite
Atua Revista
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cartas
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Cartas para esta seção Podem ser enviadas para o email falecom@atuarevista.com.br, para o fax 19 36344306 ou para a rua São João, 237, Centro, São João da Boa Vista/SP. Por motivo de espaço, as cartas selecionadas para publicação poderão sofrer cortes.
Semana Assad “Gostaria de aproveitar esse espaço para parabenizar publicamente os organizadores da Semana Assad. São João precisa de eventos como esse, que fomentam a cultura. Mas mais do que isso, precisamos valorizá-los. A Semana Guiomar Novaes, por exemplo, é um evento ímpar, de enorme importância, um dos maiores do estado, e nós sanjoanenses não damos a atenção devida a ele. Ou seja, fora a Semana Guiomar Novaes, Semana Assad e a antiga Semana Fernando Furlanetto recebem grandes destaques, e aqui, passam despercebidas. Precisamos mudar isso!” Manuel de Andrade
Entrevista
Maçonaria
“Achei a escolha de Alencar Burti como entrevista central da edição de Junho da Revista Atua muito boa. Já havia tido a oportunidade de vê-lo em um programa da TV Cultura e o achei um personagem muito interessante, embora não concorde 100% com as opiniões dele. Também gostaria de ressaltar a indicação da Privataria Tucana. Isso mostra a imparcialidade da revista indicando um livro que grande parte da mídia finge que não existe. Isso é muito bom para a nossa cidade!”
“A matéria publicada na última edição da Revista Atua, intitulada A história por trás da Ordem, foi uma das melhores que a seção ‘curioso’ da revista já publicou. Temas relacionados com a Maçonaria são muito interessantes. Eu acho até que a Atua poderia dedicar uma matéria especial contando um pouco sobre a história da Maçonaria em São João da Boa Vista, uma vez que a história dessa ordem é muito rica e também se funde muitas vezes com a própria história de São João. Abraços!”
Igor Alberto
Roger de Souza
“Muito legal os editoriais de moda da última edição. As locações onde as fotos foram feitas são muito lindas! Vocês estão de parabéns pelo belo trabalho!” Juliana Andrade
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Dúvida cruel.. O site Ceticismo Aberto foi criado e é mantido por Kentaro Mori. Seu principal objetivo é questionar fenômenos ditos paranormais, mas ele é aberto às mais diversas opiniões sobre temas do paranormal e da ufologia, desde que haja embasamento científico. Embora não passe por atualizações frequentes, o site possui um grande volume de artigos sobre os mais diversos temas. Olhe lá depois: www.ceticismoaberto.com
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Boutique Anna Belly A Boutique Anna Belly é uma loja que se define atual sem deixar de lado sua delicadeza. Em nossas coleções, assumimos o desafio de surpreender as mulheres que gostam de moda com um toque de romance criativo e inovador. A boutique Anna Belly trabalha hoje com moda causal. O telefone da Boutique Anna Belly é (19) 3631-1353. O perfil no facebook é “annabelly” e o e-mail é annabellyboutique@hotmail.com.
Foto: Fabiano Barbosa
Bia Salaar Beatriz Salaar, ou Bia – como gosta de ser chamada –, inaugura seu espaço em São João da Boa Vista, trazendo para o público feminino de diferentes idades, tamanhos e estilos, a primeira Loja “ponta de estoque multimarca” de moda feminina e calçados. Tem como ponto alto: qualidade, preço e atendimento personalizado. Lá você também encontra produtos de tamanho Plus Size e um preço muito atrativo, o que é a principal característica do sistema de vendas da “ponta de estoque multimarca”. Visite-nos. Bia Salaar está localizada à Praça Roque Fiori, n°.15, no Centro. O telefone é (19) 4129-0293.
Foto: Fabiano Barbosa
Doroti Modas & Acessórios A Doroti Modas & Acessórios está cheia de novidades. Estamos na época mais florida do ano e as estampas florais são peças chaves da estação. As cores da coleção Primavera/Verão são fortes e vibrantes, mas também se apresentam delicadas e românticas. Aliadas com a leveza dos tecidos e das rendas, deixam a mulher elegante e atraente. Venha nos visitar e conhecer a nova coleção. Os lindos vestidos, moda praia e acessórios que deixarão seu guarda-roupa colorido e atual. Doroti Modas & Acessórios está localizada à Rua 14 de julho, 555 – Vila Conrado. Tel: (19) 3623-4343 – em São João da Boa Vista. Novo horário: De segunda à sexta-feira, das 8h40 às 18h, e aos sábados, das 8h40 às 17h30.
Foto: Fabiano Barbosa
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A apresentadora do programa Atua na TV, Camila Fernandes, é o destaque nesta edição de setembro. A jovem de apenas 21 anos é a protagonista de um dos maiores sucessos da TV União, que completou dois anos no último dia 19. Além da capa, você confere na página 80 uma matéria especial sobre os bastidores do programa. Por isso, aproveite aqui os detalhes de um trabalho magnífico, feito pelo fotógrafo Fabiano Barbosa, para deixar Camila Fernandes mais linda do que já é...
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moda
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Saias e vestidos para o verão Tendência trazem cores vivas e estampas carregadas de cores quentes e suaves O mundo da moda está passando por reformas e sempre surgem grandes novidades que prometem fazer sucesso. Agora, o foco principal é a próxima estação, que é das coleções primavera/verão 2012-2013. A principal novidade nas tendências promete agradar as mulheres, pois as cores mais fortes continuarão fazendo parte do guarda roupa feminino. Cores conhecidas como cítricas (laranja, rosas e verdes nas tonalidades de neon) e as neutras (nude, tons de cinza, ocre, bege e off-white – branco mais escurecido) dificilmente sairão de moda. Para Arlete Azevedo, proprietária da loja Coisas do Brasil, as cores do momento estão vibrantes e cheias de excessos, principalmente os tons mais fortes. “Vermelho, azul,verde-limão, amarelo ácido, laranja e rosa chegam como aposta, além de conferir um toque enérgico ao visual”, salienta. Quanto as cores neutras, Arlete ainda acrescenta os tons metalizados (dourado e prateado), que podem ser usados de dia e à noite, e dá a dica: “para quem deseja usar de dia, prefira uma peça com apenas um acabamento ou detalhe; já, para a noite, aposte em ousar e brilhar”, destaca. A moda ainda irá mudar nas modelagens, aparecendo mais amplas, como, por exemplo: calças tipo alfaiataria retas e folgadas, e modelos como boca-de-sino, boyfriend e pantalona, em vários tecidos e de diferentes padronagens. “As calças sequinhas ou pantalonas virão estampadas. A saia-lápis também será a 12
queridinha da estação e os vestidos estarão com a cintura marcada e a saia rodada, meio com cara de anos 50, mas extremamente feminino”, ressalta Arlete. Variações – As saias e vestidos não deixarão de compor o look das brasileiras, mas os modelos ganharão um pouco mais de comprimento, continuando ainda acima do joelho. Alguns modelos no meio da panturrilha e outros podem chegar ao tornozelo. As estampas florais e o cetim também farão parte dos vestidos, e modelos com um pouco de transparência e em tons nude farão sucesso entre as mulheres. “As estampas também são apostas, com diferentes padronagens e carregadas de cores quentes. Florais, geométricas ou mesmos em listras, o cetim virá sempre super colorido”, garante Arlete. Já a transparência, na opinião de Arlete, será a protagonista da estação. “Ela virá também nas camisas amplas e coloridas. Além da elegância, dará um toque de frescor ao visual feminino”, afirma.
per em alta. Porém, na primavera/verão essas tendências aparecem repaginadas. Arlete Azevedo acredita que, neste final de ano, haverá uma grande mistura de tendências. O segredo para apostar em cada uma delas é, em sua opinião, equilibrar. “Procure manter sempre a harmonia de cores e a coordenação de estampas, pois assim você estará sempre na moda e extremamente elegante”, finaliza. O melhor da moda é que você pode criar a sua própria e inventar uma mistura de tendências e estilos na hora de compor seu visual. O que vale mesmo é a sua criatividade de reinventar e criar novas tendências. Não seja escravo da moda, faça a sua. Ouse, crie, invente e use a sua criatividade. A
Muda ou não muda? – Muita coisa no inverno ainda permanecerá no verão, como os tons pastéis e a moda color block, que estão su-
Cores - Vermelho, azul, verde-limão, amarelo ácido, laranja e rosa chegam como grande aposta da estação, aliados ao fato de conferir um toque enérgico ao visual.
Foto: Divulgação Checklist
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www.havaianas.com.br
moda
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O potencial dos acessórios Saiba quais modelos estão em alta, quando e como utilizá-los no dia-a-dia por Mafê Murad
Os acessórios são os melhores amigos de uma mulher quando o assunto é visual. São capazes de enriquecer looks básicos, indicar estilos e ser versáteis. Deixam a mulher atualizada e reforçam a sua personalidade, além de desempenhar um papel muito importante na comunicação visual. As mulheres inteligentes e antenadas sabem o valor e a importância de um bom acessório e como utilizá-lo a seu favor, destacando suas qualidades e imprimindo seu estilo pessoal. São ótimos investimentos, pois mesmo com a mulher engordando ou emagrecendo, ainda servirão perfeitamente. Existem os acessórios que nunca
caem de moda, atemporais e clássicos, e aqueles que roubam toda a atenção e seguem sempre as tendências mais atuais. Portanto, não subestime a importância dos acessórios e não saia de casa sem pelo menos um deles. E, na escolha de um, tenha em mente sua personalidade e seu gosto pessoal. Mais importante do que seguir a moda é sentir-se bem e bonita. Como dizia Coco Chanel, “a moda passa e o estilo fica”. A vez dos “máxis” – Os maxis colares já foram eternizados desde o verão passado, mantiveram-se no inverno e ainda continuam com tudo. Para combiná-los é fácil: podem ser usados tanto de dia quanto à noite. O
importante é combinar a roupa com a mesma cartela de cores do colar ou, para as mais abusadas, usar cores totalmente opostas para dar um ar de collor blocking (bloco de cores), que também está super em alta. Para o verão, também vale a pena apostar nos maxis brincos, utilizados com cabelo preso para destacar o rosto; os anéis ocupando o dedo todo, como os anéis triplos, de falange (os que se usa no meio do dedo) e os anéis articulados; os cintos com pedras ou couros coloridos; e muitas tachas, spikes e mistura de materiais. As cores para os acessórios, sejam eles colares, brincos, anéis, cintos, bolsas ou sapatos, vão dos 8 aos 80, mas o momento são das cores neon e fosfores-
Máxi colar - Usados desde o ano passado com toda a força, os maxis colares podem ser utilizados tanto de dia como a noite. O importante é combinar a roupa com a mesma cartela do colar, ou ainda para as mais “abusadas”, usar cores totalmente opostas - para dar um ar de color blocking - e que também está em alta. Na foto ao lado, o modelo Cleópatra, criado e desenvolvido pela designer de joias Mafê Murad. Outros modelos podem ser vistos em seu site, que é o www.mafemurad.com.br.
Foto: www.mafemurad.com.br
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cente, além dos tons pastel e cítrico. O brilho se expande aos tecidos metálicos. Como tivemos um inverno colorido, os acessórios da estação do frio seguem para o verão e a tendência maxi permanece convicta. Porém, existem acessórios que podem ser usados apenas no inverno, como as botas, as boinas e gorros. Claro que não há regras rígidas, pois cada um faz sua própria moda e veste o que se sentir bem. Exagero? – A palavra “exagerada” para os acessórios pode ser relativa. Atualmente, a moda está colorida, grandiosa e divertida, sendo atribuídas a ela peças autênticas e de personalidade forte. Para compor seu visual, é preciso ter atenção aos acessórios para que eles não ‘briguem’, como, por exemplo, usar um maxi colar junto a um
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Chapéus e bolsas A bolsa é essencial em um look. Difícil ver uma mulher sair de casa sem ela. Pode ser grande, média, pequena ou até a clutch (bolsa de mão), e usada da maneira que quiser. Só não vale sair de mãos abanando sem ela. Já o chapéu é um acessório difícil para as brasileiras, que ainda não têm o costume de usá-lo. Ele pode fazer a diferença em um look, podendo transmitir personalidade, senso de humor, sofisticação e elegância, ou ainda pode destruir a roupa se usado de uma maneira inadequada. O segredo é ter cautela. Como é um acessório para proteger a pessoa do vento e do sol, deve ser usado até às 18 horas. Mas para utilizá-lo, é necessário ter estilo, ser criativo e se sentir bem.
maxi brinco. Não se deve vestir todas as tendências em um look só. Hoje em dia, o que pode ser considerado exagero é combinar bolsa, cin-
to e sapato, o que antes era considerado essencial. Vale a pena abusar das texturas dos couros e das cores, sem se prender a combinações.
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Não descuide da pele do rosto Parte do corpo necessita de cuidados diários para se manter bem tratada e sempre bela Para você que gosta de manter a pele do rosto impecável e – o mais importante de tudo – saudável, é preciso sempre fazer uma limpeza para remover as células mortas. Independente se ela for realizada em casa ou em uma clínica de estética, você pode conseguir resultados profissionais, se for feita adequadamente. A pele do rosto necessita de cuidados diários para se manter bem tratada. Algumas dicas, como utilizar sempre produtos específicos para o seu tipo de pele, remover a maquiagem antes de dormir e evitar espremer cravos e espinhas, são essenciais para quem quer ficar sempre bonita. Claudete Nascimento Peres, esteticista sanjoanense formada no Centro Técnico Edna Baldo, em Campinas, destaca os benefícios de uma esfoliação bem feita. “A renovação das células evita pelos encravados e previne os indesejáveis cravos e espinhas. Além de facilitar a entrada de princípios ativos colocados na pele após a esfoliação”, diz Claudete. E para uma esfoliação em casa, ela passa algumas coordenadas. “Com um sabonete específico para cada tipo de pele, você faz uma esfoliação em movimentos circulares, o que faz remover as células mortas. Usar um tônico também é importante, porque normalmente a pele fica um pouco vermelha e o produto equilibra o pH da pele. Faça uma máscara e deixe por uns 10 minutos. Ao retirar, use um bom creme ou gel creme”, explica Claudete. Com clientes dos 11 aos 85 anos, homens e mulheres procuram, hoje em dia, os cuidados estéticos, princi18
palmente pela vaidade. Porém, Claudete ressalta que é importante conscientizar, desde a infância, o cuidado diário com a pele. E dicas comuns são importantes. “Evite passar mão suja na pele; não cutuque cravos ou espinhas para não marcar, pois quanto mais manipularmos, mais glândulas sebáceas serão produzidas; tomar muita água, banhos rápidos e mornos, e, durante o dia, lavar o rosto com água fria”. Filtro solar – O uso diário de um bom filtro solar, pelo menos três vezes ao dia, é extremamente importante, na opinião da esteticista. “Mas sempre lave o rosto ao reaplicá-lo e nunca passe o filtro por cima do que já está na pele”, afirma.
O mercado da estética oferece, atualmente, produtos de altíssima qualidade. Mas, de acordo com Claudete, não passe, por exemplo, creme de pernas no rosto. “Existem inúmeros filtros, inclusive para cada tom de pele, além de cremes para todas as áreas do corpo. A mulher sai de casa linda, maquiada e cuidada”, ressalta. Lembre-se – Nada de fazer uma limpeza de pele no dia daquele encontro especial, pois a pele pode ficar marcada e avermelhada. Também não é indicado fazer limpezas sempre, pois mexer demais nos cravinhos pode estimular a atividade das glândulas sebáceas, ou seja, quanto mais você tirar, mais irão aparecer. A
Foto: Reprodução Internet
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beleza
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Cuidados com suas mãos Produtos específicos evitam aparecimento de manchas e envelhecimento precoce Foto: Reprodução Internet
Além de cuidar da aparência do corpo e do rosto, uma atenção especial às mãos também é de extrema importância. Se não tratadas com cuidado, podem surgir nelas manchas e denunciar a idade que, principalmente as mulheres, batalham tanto para esconder. Vítimas de mudanças bruscas de temperatura e de agentes agressores que podem afetar a maciez, elas não podem contar com uma cirurgia plástica para reparar a ação do tempo. Mas alguns tratamentos agem de maneira certeira para minimizar manchas, rugas e flacidez. “O principal fator do envelhecimento e da melanose solar nas mãos é a exposição ao sol”, relata a dermatologista Sonia Maria Manfredi Cossi. O sol é o principal responsável pela destruição das fibras de colágeno, tornando a pele flácida e sensível. Quanto mais clara a pele, mais suscetível a pessoa está de apresentar alterações. “A melhor maneira de prevenir as manchas é utilizar filtro e bloqueador solar sempre, além de luvas, dependendo da intensidade da exposição”, ressalta Sonia. Emagrecimento intenso e alimentação pobre em nutrientes também podem ser associados ao envelhecimento das mãos. Envelhecimento e manchas – Quando o assunto é flacidez, as mãos contam com o avanço da cosmetologia. Temos cremes hidratantes ativos que formam uma película protetora, 20
além de ácidos e despigmentantes associados a fotoprotetores, todos altamente absorvidos pela pele. Procedimentos como preenchimentos, volumizadores, rádio-frequência, CO2 fracionado, pixel, luz pulsada, peelings químicos, peelings de cristal ou diamante e hidratações também ajudam. Contra as manchas, a médica destaca as duas principais fórmulas para minimizar ou acabar de vez com elas. “Existem cremes clareadores que diminuem o excesso das manchas, ou elas podem ser retiradas através de processos que utilizam o laser”, afirma Sonia. Quando se preocupar – A partir dos
25 anos já é possível ver os sinais do tempo (e do sol) em profissionais que se expõe mais ao sol, como surfistas, carteiros ou trabalhadores rurais. E não há estágios das manchas, segundo a dermatologista. “A pessoa pode ter muitas ou poucas manchas. Tudo isso depende da exposição solar de cada um”, garante Sonia. Além de ficarem expostas a ação dos raios ultravioletas, as mãos são lavadas várias vezes ao dia com produtos muitas vezes agressivos. Por isso, hidratar o corpo também significa usar cremes nas mãos. Nunca se esqueça deles, pois, juntamente com os pés, são as partes consideradas as mais secas do corpo humano. A
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seu pet
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A relação entre seres humanos e gatos Ao contrário do que se pensa, o gato não é um ser anti-social O gato doméstico é considerado por muitos um ser anti-social, capaz de não se apegar a pessoas, mas somente ao território. Porém, várias pessoas que possuem o felino em casa não concordam com essa ideia. Pesquisadores da Universidade de Viena descobriram, há alguns anos, que o tipo de relacionamento mantido entre homens e gatos pode estar mais próximo da relação inter-humana do que se pensava. Segundo o estudo, a ligação desses animais com seus donos depende diretamente da personalidade, sexo e idade de ambos, dos sentimentos pontuais e do tempo de convivência entre os dois – características essas verificadas nos relacionamentos entre seres humanos. A verdade é que a junção entre gatos e donos é baseada em um verdadeiro jogo de interesses. São relações complexas, em que há contribuições emocionais de ambos os lados. Constatou-se também que o humor e a personalidade dos donos afetam a forma como o gato reage, recolhendo-se ou aproximando-se. Outros resultados mostraram que, curiosamente, gatos parecem se dar melhor com mulheres, independente do sexo do animal. Idade e personalidade do animal
também influenciam a relação. Com as informações obtidas, os pesquisadores estão seguros de que a relação entre dono e gato envolve certos tipos de interação que fazem um, de fato, entender o que o outro está sentindo, como antes só tinha sido verificado entre humanos. Mudança – O que ocorre entre a segunda e a sétima semana de vida do gato – período de sociabilização primária – influi profundamente no comportamento dele por toda a vida. É nessa fase que o gato deve aprender a conviver com o ser humano e com os animais com que terá contato a vida toda. Gatos podem desenvolver um bom convívio até com ratos. Após esse período, o gato apresentará uma grande dificuldade para interagir socialmente com qualquer outro animal a cuja convivência não tenha sido exposto. Já se quisermos que o gato seja sociável com estranhos, devemos habituá-lo a diversas pessoas, e não somente a seus proprietários. Felinos que conviveram com apenas uma pessoa tendem a ser tolerantes com aquela pessoa específica, enquanto que gatos expostos à convivência com quatro ou mais pessoas tendem a aceitar e interagir com qualquer estranho. A
Sociabilidade - Se o gato doméstico fosse um animal estritamente anti-social, era de se esperar que, sem a influência humana, ele fosse completamente solitário. Mas não é o que se observa.
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tendências
Sandália Anabela nude - La Única
Brinco e anel ágata de fogo com madeira e olho de tigre Tuca Semi Joias
Camisa Bobstore Chiquita
Vestido Chopper - Rainha Store
Sandália meia-pata branca com spykes - La Única
Colar em tons de rosa - Pink Biju Short Chopper - Rainha Store Calça Le Lis Blanc - Chiquita
Sapatilha dourada Luz da Lua Scarpe
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tendências
Brinco Raolita pink - Tuca Semi Joias
Sapatilha lima com caveira Schutz - La Única
Sandália colorblocking Schutz - La Única
T-Shirt Le Lis Blanc - Chiquita
Shorts Le Lis Blanc - Chiquita
Bolsa pink Luz da Lua - Scarpe Bracelete colorido - Pink Biju
Clout laranja Luz da Lua - Scarpe
Esmaltes em cores cítricas - Pink Biju
Sandália azul Colcci - Scarpe Sandália trisse multi Colcci - Scarpe
Brinco ágata azul Tuca Semi Joias
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Jaqueta Chopper - Rainha Store
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agito
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relação
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Foto: Reprodução Internet
Será que vale a pena se reconciliar? É essencial viver esse momento como uma verdadeira separação
por Rosemeire Zago
Após uma separação conjugal, é comum lembrarmos mais dos momentos bons e esquecermos as causas que fizeram o relacionamento não mais existir. Dificilmente alguém decide se separar de maneira impulsiva, sem pensar muito. Por isso, dificilmente há o arrependimento. Mas depois de analisar alguns fatos, obter algumas respostas, várias pessoas podem chegar à conclusão de que é melhor voltar a um passado infeliz, mas seguro, do que enfrentar um futuro incerto, apesar de, quase sempre, muito melhor. 30
Essa voz que lhe diz para ligar, procurar, passar por cima de suas mágoas e sentimentos, fazendo-o olhar esse passado com lágrimas nos olhos pode estar apenas representando seu medo de acreditar em si mesmo e ser capaz de superar essa dor. Negar o que está acontecendo ou sentindo, com medo de sofrer demais, não ajudará em nada. Separar-se não significa não haver mais nenhuma possibilidade de voltar atrás e reconciliar-se. Significa simplesmente que, por enquanto, a relação acabou e esta é a única certeza que possui. Algumas vezes acontece que, depois de uma separação, o casal volte a unir-se, superan-
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borar esses sentimentos que deseja nunca mais sentir, obtendo assim condições internas para reconstruir tudo que foi destruído. Comece a fazer coisas que não fazia mais. Coma tudo aquilo que deixou de comer porque o outro não gostava, reveja amigos que não vê há anos, vá a lugares que deixou
do as dificuldades e acima de tudo aprendendo com cada uma delas. Porém, muitas vezes, por carência, solidão, algumas pessoas pensam numa reconciliação, esquecendo-se dos motivos reais que as levaram a tomar tal atitude. Viver na esperança e na expectativa de que isso aconteça pode ser muito destrutivo. Por isso, é preciso tomar cuidado com esses momentos de recaída, pois se voltar sem deixar que o tempo lhe traga a certeza de sua atitude, poderá, em curto espaço de tempo, estar sofrendo tudo de novo. É essencial viver esse momento como uma verdadeira separação, a fim de que todo o sofrimento tenha algum sentido de ter existido e tenha deixado algum aprendizado, para que assim, algumas mudanças possam ocorrer. Sentimentos – A culpa também é outro sentimento que pode nos fazer querer voltar para refazer o que não fizemos. Algumas pessoas tendem a assumir toda a carga da responsabilidade para si devido ao sentimento 32
de inferioridade ou baixa autoestima, sentindo que não foi capaz de manter a relação; outras tendem agir ao contrário, não se responsabilizando por nada do que ocorreu. Nem sempre a busca por culpados é o melhor caminho. O certo é entender o que aconteceu, evitando apontar o dedo para quem quer que seja. Foram precisos duas pessoas para começar a relação e também para terminá-la, por mais que um dos dois não quisesse que isso ocorresse. Mas não se deixe esmagar por condenações e culpas, com a certeza de que cada um naquele momento fez o melhor que conseguiu fazer. Ter uma visão clara do que ocorreu não é uma conquista imediata, e para que as primeiras reações emocionais possam ser compreendidas, levará algum tempo. Não é possível determinar quanto tempo, pois cada pessoa reage de maneira diferente, principalmente devido ao seu histórico de vida. Dê a si mesmo carinho, atenção, e ouça cada um de seus sentimentos, sem desprezá-los ou ignorá-los, para que aos poucos comece a ela-
de ir, procure fazer tudo diferente do que fazia quando acompanhado, ou ainda, respeite seu luto, sua dor, e fique por um tempo só para cuidar apenas de si mesmo. Pense em quantas coisas deixou de fazer, pense como pode ser positivo ter sua liberdade de volta, quanta coisa poderá realizar e que, de alguma forma, havia desistido. E nos momentos de tristeza profunda, se quiser, escreva tudo que sentir para que possa colocar para fora, chore tudo que quiser chorar, mas tenha certeza de que toda essa dor irá passar, ainda que fique uma cicatriz, ela é necessária para lembrar-se do quanto foi capaz de superar e aprender. E somente depois de estar de bem consigo mesmo, irá sentir aquela vontade imensa de viver, mas com alguém que lhe valorize por tudo que você é. Com certeza, amor não é sinônimo de sofrimento, lágrimas, tristeza, solidão, egoísmo. Amor é, acima de tudo, transparência, troca, crescimento. E se não foi isso que acontecia, pode ser que aquilo que você chamava de amor só tinha esse nome porque você não sabia o que era ser amado de verdade, mas você poderá descobrir quando encontrar alguém que, em vez de lhe fazer chorar e sofrer, lhe faça sorrir e ser simplesmente feliz. Alguém que em vez de fazer ter vontade de morrer, lhe faça viver!
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Ciúme entre irmãos Saiba os motivos que levam crianças e adolescentes a ter esse sentimento em casa por Maryá Rehder Ambroso
O ciúme infantil é um tema comumente apontado pelos pais e inevitável na maioria das famílias. Privilégios e precedências, em geral, geram inimizade entre os irmãos. O nascimento de um ente mais novo, o número de filhos e a posição na ordem dos nascimentos são outros geradores de rivalidade. O ciúme infantil convenciona-se principalmente no desejo da criança em ter o amor e a atenção dos pais, visto que, inconscientemente, os pais evidenciam o favoritismo e suas preferências por um dos filhos, o que pode gerar o sentimento de ciúme, inveja, rivalidade, hostilidade e competição entre os irmãos. Mas como lidar com esse conflito? O primeiro passo é saber identificar as manifestações de condutas ciumentas demonstradas pela criança. É cerFoto: Reprodução Internet
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to que existem diferentes modos de como a criança manifesta e exterioriza o ciúme, pois cada uma é um ser humano único provido de suas singularidades, mas tem o comportamento regressivo como forma mais comum de manifestação. Ele se caracteriza pela retoma de comportamentos que já tinham sido abandonados pela criança, como por exemplo, a regressão da linguagem, chupar o dedo ou a chupeta, fazer uso de mamadeira, voltar a fazer xixi na cama, ter medo de dormir sozinha, entre outros. Nestes casos, é importante que os pais reprimam essas ações para que os filhos não abandonem conquistas que já haviam sido adquiridas no decorrer do crescimento. É importante conscientizar a criança de que ela não precisa voltar a ser um bebê para garantir atenção, amor e carinho dos pais.
Motivos – Outros aspectos que conotam o ciúme são demonstrações de irritabilidade, agressividade, nervosismo e sentimentos ambivalentes, onde, em algumas vezes, a criança age de uma maneira dissimulada, em uma combinação de amor e ódio para com o irmão. A própria desvalorização também atua como mecanismo passivo do ciúme. É onde a criança se anula e pode vir apresentar reações depressivas e autodestrutivas. Frente à manifestação dessas condutas, cabe aos pais colocar em evidência os progressos de cada criança e as suas qualidades em diferentes áreas, sobretudo nas atividades que constituem as suas especializações, sempre tomando a própria criança como referência. Pretende-se, com isto, valorizar o seu progresso em determinada situação, aumentando a sua autoestima. O ciúme passa por várias etapas do desenvolvimento infantil. O filho primogênito, o do meio, o caçula, os gêmeos, o adotado, cada um possui seus motivos para sentir ciúme e os desentendimentos entre irmãos fazem parte do crescimento. Trata-se de uma fase difícil e dolorosa para alguns pais, mas para as crianças é uma forma de encarar desafios e vencê-los. E para que esses conflitos não se transformem em estágios patológicos, é essencial que os pais e familiares cumpram seus papéis de maneira imparcial, respeitando as individualidades e valorizando cada criança como um ser único e essencial. Demonstrando a ela que não há diferenciações entre os filhos, e
sim amor suficiente para cada um deles. Caso contrário, pode gerar-se um ciclo vicioso e traumatizante para a criança. Portanto, o equilíbrio de elogios e estímulos é uma excelente alavanca para fortalecer e ajudar os irmãos a suportarem suas diferenças. Nesse momento, é importante deixar de lado as comparações, utilizar de palavras amorosas, demonstrar afeto, carinho, atenção, enumerar pontos positivos, elogiar cada um de seus filhos e elaborar atividades e brincadeiras entre os irmãos, para que assim, haja cada vez mais harmonia e amizade entre eles. Por conseguinte, é fundamental que os pais ensinem os filhos a transformarem suas vivências de rivalidade em uma aprendizagem de vida em grupo, tornando assim a relação familiar solidária ao bem comum. Porque irmãos são os melhores amigos que alguém pode ter.
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psicologia
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Perdas... contingências da vida Mais ou menos dolorosas, é necessário enfrentá-las. Como? por Ângela Maineri Corvello Psicóloga e Psicoterapeuta
Quando falamos em perda, a primeira coisa que nos vem à mente é a morte das pessoas que amamos e o medo que temos de que isto aconteça. Mas o assunto é muito mais vasto. Você já parou para pensar com quantas perdas lidamos todos os dias, desde que acordamos até a hora que vamos dormir, e mesmo enquanto dormimos? Ao longo da vida, passamos por muitas perdas, algumas tão dolorosas que não entendemos como conseguimos não sucumbir a elas; outras nem tanto; outras ainda quase nada; outras nada mesmo. Tudo depende da Foto: Reprodução Internet
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importância que tem para nós o que estamos perdendo. Perdemos por abandonar e por sermos abandonados; por mudar e deixar as coisas para trás para seguir nosso caminho; perdemos sonhos, expectativas de realização; ilusões de liberdade, poder e segurança; nosso corpo jovem que pretendemos imune às rugas... Em qualquer idade enfrentamos perdas e elas são sempre difíceis e dolorosas. Não se trata de fazer apologia ao sofrimento, pois ninguém é capaz de eliminá-lo. E esta é a questão: “isto não é possível”. O mundo em que vivemos implica nesta dialética constante prazer/desprazer, ganhos/perdas, alegria/tristeza, bom/mau, vida/morte...
Vale também lembrar que estes pólos não se confundem, não se anulam e nem se compensam. Eles coexistem numa sucessão infindável que se faz necessária à renovação; ao nosso crescimento; desenvolvimento de força e competência. O que fazer então? - Muitos tentam driblar o sofrimento lançando mão de tentativas mambembes de controle de si, do outro e das circunstâncias, num delírio de poder e onipotência, elegendo fugas como comer, comer, comer; beber, beber, beber; comprar, comprar, comprar; jogo, sexo, uso e abuso de drogas e medicamentos; cirurgias plásticas, distanciamento afetivo, individualismo, fumo, redes sociais (a lista é enorme); tudo numa busca compulsiva de solução para a aflição, e de prazer intenso e imediato. O resultado? Sofrimento, talvez outro, mas ainda assim sofrimento, pois em algum lugar em nós aquilo de que tentamos fugir persiste, sobrevive, ainda que aparentemente silencioso. Algumas das coisas citadas como fuga, e outras ainda, são também recursos importantes em nossa vida e fontes de prazer e alegria. A questão pode não estar na coisa em si, mas no uso que fazemos dela, pois como disse Paracelsus, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Temer a morte e o sofrimento não só é normal como também nos ajuda a preservar a vida. Outra possibilidade diante do
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sofrimento é enfrentá-lo. Nesses anos de vida e ofício, venho aprendendo por teoria, técnica e experiência que só enfrentando também nossas perdas podemos nos tornar seres humanos plenamente desenvolvidos. Aprendi ainda que nossos ganhos estão também diretamente ligados à maneira como enfrentamos estas perdas, e que muitas vezes tentando não perder, diminuímos ou perdemos a chance de ganhar. Viver plenamente implica risco e isto exige coragem, que aliás não é ausência de medo como pensam muitos, e sim capacidade de enfrentá-lo. Do mesmo modo penso que força e competência não estão na capacidade de evitar o sofrimento, e sim em conseguir enfrentá-lo, suportá-lo e atravessá-lo sem sucumbir. “Isto é possível”. Sempre saímos de uma experiência como esta mais fortalecidos. A
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condição para esta travessia difere de pessoa para pessoa, já que resulta de fatores individuais que residem também em nossa história de vida. Para as que encontram mais dificuldade, há a possibilidade de buscar ajuda de profissionais habilitados para se fortalecer. Para todos nós, uma dose de autoconhecimento é muito importante. Saber da própria história, dos nossos desejos, clamores internos, paixões; nossa força e fragilidade; enfim, do ser que somos, é fundamental. Essa consciência nos permite enfrentar as perdas relativas ao confronto com as limitaçoes do nosso poder e encarar as necessárias renúncias aos sonhos ideais em favor da nossa realidade humana e de todo o nosso potencial criativo. Assim, não ficamos presos e congelados no passado. Por isso, amplie na sua vida o espaço para o prazer e para a alegria. Cuide
de sua saúde, faça uma atividade física, pois ela ajuda o organismo a produzir os hormônios reguladores do humor; tenha uma ocupação que lhe traga realização e gratificação; curta os amigos, sorria, cante, ame... Enfim, volte sua atenção para as oportunidades de felicidade, pois elas estão sempre ali, esperando que você as note, mesmo quando tudo parece escuro. Siga com a vida, porque ela segue apesar de você. Finalizo citando Carlos Drummond de Andrade: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. Obrigada Drummond, e a você, leitora ou leitor.
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saúde
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Preocupe-se com a psoríase Doença não tem suas causas conhecidas; fatores genéticos e psicológicos influenciam por Lígia Nasser Rezende
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A Psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa e de causas ainda não totalmente esclarecidas. Sabe-se que fatores genéticos, psicológicos, estresse, uso de alguns medicamentos, exposição ao frio, ressecamento da pele e ingestão de bebida alcoólica podem influenciar na causa e evolução da doença.
pois de cada banho, pela vida toda. O ressecamento da pele pode desencadear o aparecimento de novas lesões. Entre outras dicas, estão: exposição moderada e controlada ao sol (com orientação do dermatologista); se houver desgaste emocional, procure a ajuda que considerar necessária para se sentir melhor; e não evite o contato com outras pessoas, pois a Psoríase não é contagiosa e o convívio com outras pessoas pode fazer muito bem.
Casos leves ou graves – Os tratamentos variam de acordo com o tipo clínico. Para casos mais leves e localizados, cremes e pomadas podem ser indicados pelo médico, além de hidratação da pele e exposição controlada à luz ultravioleta, natural ou em cabines próprias para tratamento. Já em casos mais graves, o tratamento é sistêmico, com medicamentos de uso oral ou injetável. Geralmente, apresentam efeitos colaterais indesejáveis e, por isso, o uso é restrito. Para manter a pele sempre hidratada, evite banhos quentes e prolongados. Além disso, use hidratantes de-
Tipos – Existem diversos tipos de psoríase, cada uma com sua identificação. Todas podem ser acompanhadas de coceira. Entre as principais, citamos a “vulgar”, que apresenta lesões avermelhadas com descamação espessa e esbranquiçada; a “gutata” destaca lesões menores, que geralmente aparecem após infecções; a eritrodérmica ressalta lesões mais finas, acometendo quase todo o corpo. Na “artropática”, lesões podem estar presentes, junto com inflamação de articulações; a “pustulosa” apresente lesões com bolhas e vesículas, que não são causadas por infecções.
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saúde
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Mal de Alzheimer atinge 6% dos idosos brasileiros Apoio da família e da sociedade é fundamental para a melhora do paciente por Adriano Teixeira de Oliveira
O Mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, que acomete o córtex cerebral (ocorrendo a morte das células cerebrais, ou seja, os neurônios), com piora progressiva e contínua com o passar dos anos. Os sintomas são muito variáveis e diversificados, mas todos caracterizam o quadro clínico que denominamos “Demência”. A doença acomete pessoas acima dos 60 anos e, infelizmente, ainda não tem cura definida. Não é todo idoso com queixa de dificuldade de memória que apresenta um quadro da doença. Entre as diversas causas e formas de demências, o Alzheimer é a mais comum, mais estudada e mais conhecida. No Brasil, são estimados cerca de 1,5 milhão de pessoas acometidas do problema. São três estágios distintos em relação à perda de memória: envelhecimento normal do cérebro (idoso capaz de se autoadministrar); declínio cognitivo leve (vive com certas dificuldades e tem sua vida pessoal independente prejudicada); e demência (necessita de ajuda de outras pessoas para suas atividades de vida diárias). Para se chegar a um diagnóstico, é necessária uma história clínica adequada feita pelo médico especialista, além de testes simples feitos em consultório médico e o exame neurológico de rotina. Na dúvida diagnóstica, devem ser feitos 42
testes neuropsicológicos mais aprimorados, além de exames de imagem (como tomografia de crânio) e outros subsidiários. Há necessidade ainda de se fazer um diagnóstico o mais breve possível, para que se possa iniciar o tratamento medicamentoso precocemente.
Imprecisões – Existem muitas dúvidas a respeito da Doença de Alzheimer ainda não elucidadas pela ciência. Não se conhece exatamente qual a causa, mas existem várias teorias, sendo que as mais importantes são a alteração no metabolismo da Proteína TAU e o
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depósito de proteína Beta-Amilóide. O que se conhece bem é que há um problema em um neurotransmissor cerebral chamado Acetilcolina e, na doença de Alzheimer, começa a haver sua redução, visto que a morte dos neurônios ocorre em células que a produzem naturalmente. O Alzheimer é mais suscetível em pessoas com vida sedentária, com baixo nível de escolaridade, com casos da doença na família, com predisposição genética e pessoas que tenham a Síndrome de Down. A maior parte dos casos é da forma chamada Esporádica (95%), e os casos genéticos ou hereditários são minoria (5%).
Como cuidar – O tratamento da doença de Alzheimer compreende a assistência médica, onde é possível prescrever medicamentos que têm utilidade para reduzir a velocidade de progressão da doença, promovendo o aumento da Acetilcolina, além de outros para controlar sintomas de agitação, agressividade e insônia. Compreende também todos os cuidados inerentes à equipe multidisciplinar que deve acompanhar em conjunto ao doente, como Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Terapia Ocupacional, Assistente Social, Dentista, Educador Físico e Psicóloga.
A dica básica para lidar bem com o paciente é nunca contrariá-lo, para evitar atritos e discussões, pois ele não tem consciência do que está fazendo. Contorne a situação despistando o assunto ou mudando o foco da conversa, tentando novamente em alguns minutos. Alzheimer é uma doença que prejudica não só o paciente, mas toda a família tem que se mobilizar para cuidar de seu familiar. Há uma mudança, tanto de trabalho como de desgaste emocional, na rotina dos familiares envolvidos, que se tornam “cuidadores”.
Mutação dá nova pista contra mal de Alzheimer Segundo a Folha de S. Paulo, a descoberta de uma mutação genética (alteração no DNA) que tem o efeito de proteger contra o Mal de Alzheimer pode ajudar cientistas na busca de uma droga contra a doença. A pesquisa foi liderada pela empresa deCODE, da Islândia, que estudou as informações genéticas por meio de sequeciamento de DNA de 1.795 nativos do país-ilha. Eles viram que a incidência de Alzheimer era muito menor entre os portadores de uma mutação específica que funciona como uma proteção dos neurônios. A alteração rara foi encontrada nesse gene (batizado
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pelos pesquisadores de APP), que contém a receita para a produção de uma proteína de função ainda mal conhecida. No estudo da “Nature”, os autores descrevem como diferentes alterações nesse gene originam versões distintas de moléculas amiloides, umas mais nocivas que outras. Aquelas envolvidas no mal de Alzheimer são as beta-amiloides. Essas moléculas, quando se unem em grandes quantidades, formam fibras que sobrecarregam e matam os neurônios de diferentes áreas do cérebro, ocasionando a perda das capacidades de memória características do paciente de Alzheimer.
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galera
Ana Paula Moreira 21 anos - estudante
Como você se define? Apaixonada. O que mais gosta de fazer? Viajar, estar com quem amo e viver. Perfume: Floratta – O Boticário. Música: Better Together - Jack Johnson. Filme: Diário de uma Paixão.
Daniela Stremel 18 anos - estudante
Como você se define: Uma pessoa bem humorada, amiga e extrovertida. O que mais gosta de fazer: Compras (risos). Perfume: Floratta in Gold. Música: Sertanejo universitário.
Franciely Costa Borba 19 anos - estudante
Como você se define: Uma pessoa sonhadora, que busca os seus objetivos. O que mais gosta de fazer? Comer. Perfume: Acordes - O Boticário. Música: Pagode.
Marcela Zazini Cambaúva 26 anos - assistente contábil
Como você se define? Geniosa. O que mais gosta de fazer? Assistir a filme, ir ao shopping, fazer churrasco e estar com a família, namorado e amigos. Perfume: 212 Sexy. Música: Cowboy Take me Away – Dixie Chicks e Sertanejo. Filme: Comédia, romance, ação e desenho.
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Livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Comida: Massas e japonesa. Medo: Perder quem eu amo. Viagem dos sonhos: Seychelles e Dubai. Hobby: Fotografar. Ídolo: Meus pais. Não vive sem: Minha família, meus amigos, meu namorado e maquiagem (risos). O que precisa para lhe conquistar? Ter caráter, ser sincero e determinado. Um sonho: Conhecer o mundo. Como pensa estar daqui a 10 anos? Com saúde, realizada profissional e pessoalmente.
Filme: Uma prova de amor. Comida: Mineira. Livro: Nada é por acaso. Medo: Perder as pessoas que amo. Viagem dos sonhos: Conhecer nosso lindo Brasil. Hobby: Ler. Ídolo: Deus. Não vive sem: Minha família. O que precisa para lhe conquistar: Ser verdadeiro, carismático e humilde. Um sonho: Ser feliz. Como pensa estar daqui a 10 anos? Alcançar todos meus objetivos, tanto pessoais quanto profissionais.
Filme: O livro de Eli. Livro: A Crônica da Casa Assassinada. Comida: Conchiglione (italiana). Medo: Filme de terror. Viagem dos Sonhos: Caribe. Hobby: Musculação. Ídolo: Minha própria pessoa. Não vive sem: Minha família e meus amigos. O que precisa para lhe conquistar: Carisma, educação e caráter. Um sonho: Ter três filhos. Como pensa estar daqui a 10 anos? Estabilizada profissional e financeiramente.
Livro: Nunca desista de seus sonhos; O Monge e o Executivo; A Chave do segredo; Pai Rico Pai Pobre. Comida: As que mais engordam, tipo massa. (risos) Medo: Perder as pessoas que amo. Viagem dos sonhos: Europa (Veneza, Londres, Paris, Barcelona, Berlin, Lisboa, Milão, Roma e Amsterdã). Hobby: Caminhar e assistir a filmes. Ídolo: Meus pais e o Padre Fabio de Mello. Não vive sem: Família. O que precisa para lhe conquistar: Sinceridade, companheirismo e romantismo. Um sonho: Me realizar profissional e pessoalmente. Como pensa estar daqui a 10 anos? Realizada, com saúde, bom emprego, casada e com filhos.
André Luís Santos 29 anos - analista de e-marketing Como você se define? Um cara tranquilo, com alguns picos de estresse. Tudo bem... com muitos picos de estresse. O que mais gosta de fazer? Jogar futebol, tocar violão e ser, por alguns minutos, o barman da festa. Perfume: Ladro (L’acqua di Fiori) e Malbec (O Boticário). Música: Gotta be Somebody (Nickelback). Filme: A Rede Social.
Bruno Mejiolário Secco 23 anos - autônomo Como você se define? Uma pessoa boa, mas com os pés no chão. O que mais gosta de fazer? Sair com a galera. Perfume: Absolut. Música: Um pouco de todas. Filme: 60 Segundos. Livro: Não gosto.
Livro: Pés no Chão e Cabeça nas Estrelas (Dr. Lair Ribeiro). Comida: Massas. Medo: Altura. Viagem dos sonhos: Circuito europeu. Hobby: Violão. Ídolo: Jesus Cristo. Não vive sem: Minha família. O que precisa para lhe conquistar: Cumplicidade. Um sonho: Prosperar e muito no meu ramo de atividade. Como pensa estar daqui a 10 anos? Casado com Aliny Plácido, com alguns “pequenos” para cuidar e traçando novas metas de vida, na certeza de já estar superadas as atuais.
Comida: Lasanha e batata frita. Medo: Fracasso. Viagem dos sonhos: Alemanha. Hobby: Carros. Ídolo: Ayrton Senna. Não vive sem: Sôssego. O que precisa para lhe conquistar: Sinceridade. Um sonho: De não perder as pessoas que sempre me fizeram bem. Como pensa estar daqui a 10 anos? Fazendo o que gosto e sempre trabalhando.
Raphael Lima 23 anos - estagiário de RH Como você se define? Extrovertido, companheiro, agitado e de bem com a vida. O que mais gosta de fazer? Reunir a galera para um churrasco. Perfume: Malbec. Música: Sertanejo e de tudo um pouco. Filme: O curioso caso de Benjamin Button. Livro: O Segredo. Comida: Da minha mãe (risos).
Willian Silva 23 anos - estudante Como você se define? Feliz e vitorioso. Na maioria das vezes sou da maneira que agrada aos outros, pois senão acabo sendo excluído de qualquer grupo social. O que mais gosta de fazer? Estar entre amigos e familiares. Perfume: Ferrari Black. Música: Charlie Brown Jr. - Pontes Indestrutíveis; Rosa de Saron – Chance.
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Medo: Perder minha família e amigos. Viagem dos sonhos: Cancun. Hobby: Curtir a vida. Ídolo: Deus. Não vive sem: Companhia dos amigos e família. O que precisa para lhe conquistar: Ser sincera, companheira e de bem com a vida. Um sonho: Ficar rico (risos). Como pensa estar daqui a 10 anos? Bem sucedido na profissão, com uma boa estabilidade financeira e curtindo a vida com a família.
Filme: Piratas do Caribe. Livro: A Minha missão é montar - Adriano Moraes. Comida: Bife à Parmegiana. Medo: Perde pessoas amadas. Viagem dos sonhos: Conhecer mais belezas do Brasil. Hobby: Música. Ídolo: Jesus Cristo. Não vive sem: Pessoas amadas. O que precisa para lhe conquistar: sinceridade, ser fiel, amiga e querer sempre estar ao meu lado. Um sonho: Construir uma família. Como pensa estar daqui a 10 anos? Realizado profissional e pessoalmente e ser um grande médico veterinário.
entrevista
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“Publicidade brasileira está entre as melhores do mundo” É o que afirma João Ciaco, um dos maiores publicitários do Brasil por Luiz Gustavo Gasparino e Mateus Ferrari Ananias
Precisaremos de algumas linhas a mais para dizer quem é e o que faz o sanjoanense João Batista Simon Ciaco: diretor de marketing da Fiat para o Brasil e América Latina, sendo responsável pelo planejamento estratégico e branding da marca; desenvolvimento e implantação das estratégias de internet e interatividade em redes sociais; ações de marketing de relacionamento; e implantação, no Brasil, do projeto CRM (Customer Relationship Management), bem como as estratégias e iniciativas de comunicação publicitária e mercadológica da companhia. João Ciaco é graduado em engenharia e administração de empresas, com pós-graduação em marketing pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS), mestre em administração de empresas pela Fundação
Qual a sua ligação com São João da Boa Vista? São João é minha cidade natal, onde moram meus pais, irmãos, minha família, onde ainda encontro bons e antigos amigos, e minha referência de infância e adolescência. Eu, que morei em tantos lugares e que viajo sem parar, quando me perguntam qual é a minha cidade, São João é sempre a minha resposta. Quais os principais momentos do seu passado em nossa cidade? Vou sempre que posso a São João, muito menos do que gostaria, mas sempre apareço para rever familiares e amigos. São muitos os momentos bons da infância e adolescência na cidade, desde 48
Getúlio Vargas (EAESP-SP) e doutor em comunicação e semiótica pela PUC São Paulo. Além disso, é presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). Atuou nos departamentos de marketing e vendas da Unilever por oito anos. Na sequência, ocupou por cinco anos a diretoria de marketing da Kodak, de onde saiu em 2001 para ingressar na Fiat. Não é pouco. Em pesquisa feita pela reportagem em vários textos e entrevistas, João Ciaco faz questão de citar São João da Boa Vista por ser, segundo ele, sua referência. “Hoje tenho a chance de conviver com pessoas de muitas nacionalidades, liderar grupos multiculturais, viajar por muitos países, falar outras línguas, estar em tantos lugares. Mas nesta multiplicidade toda é necessário e fundamental ter sempre uma referência, um ponto de partida que me relembre sempre quem eu sou. E esta minha referência é São João”.
os tempos de colégio no “Ginasinho” e no Joaquim José, os festivais de música, a Semana Guiomar Novais, os carnavais, as cachoeiras na serra, a fazenda Cachoeira, o pôr do sol, a Mantiqueira... Como você analisa o atual momento da publicidade e propaganda no Brasil? A publicidade brasileira é certamente uma das melhores do mundo. Podemos constatar isso durante os festivais de comunicação, nos quais as agências, os anunciantes e as campanhas do Brasil estão sempre em destaque. Basta ver os 79 leões que o Brasil trouxe este ano de Cannes, número recorde para a publicidade brasileira. Vivemos um bom momento, com um
sólido pensamento e boa execução dos trabalhos de marca, um fortalecimento da comunicação do varejo, maturidade da publicidade online e estabilidade do modelo brasileiro de comunicação, com o fortalecimento da autorregulamentação do setor, capitaneada pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação) e a hegemonia da liberdade de expressão comercial que nosso mercado sempre objetiva. Na perspectiva mais técnica, acho que o momento é de pensarmos na integração da comunicação para usarmos todos os meios de forma eficaz, gerando soluções de comunicação que atendam a esse mercado consumidor em constante mudança.
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Foto: Divulgação
“ Os cursos que formam profissionais de publicidade e propaganda precisam se atualizar. A verdade é que, hoje, eles aprendem esse dinamismo apenas no dia-a-dia do mercado ”
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Fotos: Divulgação Fiat
Mio - Nas fotos, um dos maiores feitos da montadora, o Fiat Mio. O veículo conceito foi concebido a partir das ideias enviadas pessoas comuns, que eram analisadas e estudadas por engenheiros da Fiat. “Vamos criar um novo modo de se pensar o futuro dos carros”.
Quais os maiores desafios em criações para as grandes marcas, no mercado atual? A criação não é um trabalho independente; ela, para ser eficaz e relevante, precisa partir de um bom trabalho de planejamento e ser finalizada com a adequada estratégia de mídia. Assim, independentemente do tamanho da empresa e da força da marca, a criação deve ser sempre realizada em cima de estudos sobre o público-alvo e com objetivos bem definidos, o que vai permitir o estabelecimento de processos eficientes de mensuração dos resultados conseguidos pelo movimento criativo. A inovação é um pilar muito importante para uma marca atingir destaque em suas criações. Vivemos em um mercado de competição acirrada em que a inovação e criatividade são fundamentais para conquistar o consumidor. O filosofo francês Gilles Lipovetsky diz que, no mundo atual, “tudo o que é novo apraz”, o que acredito totalmente. Nosso desafio em marketing é justamente construir o novo, a inovação e a novidade nas nossas rotinas de comunicação. E não é por acaso que minha tese de douto50
rado busca compreender exatamente como se constrói esse novo na comunicação contemporânea. Como foi ser jurado no Festival de Criatividade de Cannes, um dos mais importantes eventos no mundo da publicidade? Participo do Festival de Cannes há 10 anos como delegado brasileiro, sendo que no ano passado também tive a experiência de ser palestrante no seminário do evento, mostrando ao mundo publicitário o nosso case brasileiro do Fiat Mio, carro conceito desenvolvido colaborativamente e em inovador processo de crowdsourcing. Esse ano foi a primeira vez que estive como jurado da competição, em Creative Effectiveness, uma categoria nova no Festival. No júri, avaliamos o quanto uma iniciativa criativa trouxe de resultado para a marca, produto ou serviço anunciante. A qualidade criativa da comunicação já foi atestada, uma vez que para participar da categoria é necessário que esta comunicação já tenha conquistado Leão ou tenha ficado no shortlist do Festival no ano anterior. Nosso olhar foi para as criações que geraram resultados po-
sitivos. Participar deste júri me permitiu conhecer diferentes trabalhos, vindos do mundo inteiro, e pude fazer um paralelo entre o que temos visto no Brasil, identificando pontos positivos e aqueles em que ainda precisamos evoluir. O que você trouxe de aprendizado desse festival para seus futuros projetos? Todo festival é sempre muito importante para agregar aprendizados. Como disse anteriormente, pude ver exemplos de cases que se destacaram no seu planejamento. O Grand Prix da categoria, “Axe Excite”, realizado pela BBH Londres para o desodorante da Unilever, é um bom exemplo de ação que gerou bons resultados. A campanha foi veiculada em mais de 100 países, desenhando a mulher dos sonhos como uma mulher angelical. Acredito que o maior aprendizado é trazer um olhar novo para a questão da mensuração de resultados não apenas do ponto de vista da comunicação, mas para o negócio efetivamente. Este é um desafio para o marketing brasileiro hoje. Como você analisa as ações de comu-
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nicação das empresas brasileiras em sites de redes sociais? As redes sociais ganharam muito espaço e consequentemente muita importância para todas as marcas. Muitas empresas já estão utilizando essa ferramenta para estreitar o relacionamento com os consumidores. Ainda há muito a se fazer, algumas empresas já conseguem resultados positivos com essa interação, mas é preciso melhorar esse relacionamento e criar uma estratégia para conversar com o seu consumidor. As empresas têm todos os seus processos de interação com o consumidor desenhados para a esfera privada, em relações individualizadas (o que eu gosto de chamar de “um monólogo a dois”); com as redes sociais as empresas estão sendo obrigadas a repensar todas as suas rotinas, já que a interaFoto: Divulgação
ção social se processa no âmbito público, em relações plurais e coletivas. Qual trabalho a FIAT tem desenvolvido para reforçar sua marca nestes sites? A Fiat possui canais no Twitter, Facebook e YouTube para estreitar o relacionamento com o nosso consumidor. Nós sabemos da importância dessas ferramentas e por isso temos uma equipe especializada para cuidar de toda a estratégia da marca, avaliando o conteúdo que vai para essas redes. Nossa grande preocupação é fazer com que o consumidor veja as redes sociais como um canal transparente de comunicação e relacionamento com a empresa. Como foi para você fazer parte de um projeto tão audacioso e inovador como o Fiat Mio? Esse projeto é o re-
sultado de um trabalho de integração e inovação que estamos trabalhando na Fiat desde 2001. Fomos a primeira montadora no mundo a convidar a comunidade virtual para participar da concepção de um carro conceito, mandando sugestões para que compuséssemos aquilo que seria um protótipo do carro do futuro. O aprendizado que tivemos com o Fiat Mio fez com que esse modelo de interação com consumidores permeie atualmente todas as nossas conversas. Participar desse projeto foi muito importante e me trouxe muitos aprendizados. Essa iniciativa foi um grande passo para a companhia e para o mercado como um todo. Qual o retorno que este projeto trouxe para a Fiat? Foram enviadas 11 mil ideias, mais de 17 mil participantes em mais de 160 países. Por congregar opiniões tão diversas e gerais, e para permitir a correta utilização de uma criação coletiva, fomos buscar a homologação do Creative Commons, que permite que qualquer pessoa, marca ou empresa venha a utilizar as ideias coletivas originadas no Fiat Mio.Na edição de 2011 do Festival de Cannes, apresentamos o case brasileiro ao mundo, reconhecido pelo seu sucesso e grande repercussão. Os resultados obtidos com o Fiat Mio aproximaram ainda mais as áreas da Fiat como, por exemplo, o Centro Estilo e a área de marketing. O projeto foi fundamental para pensarmos novas ações inovadoras da marca, de uma forma transversal, e para entendermos que hoje o consumidor tem essa vontade de falar com as marcas, de opinar na concepção de produtos que um dia eles possam vir a comprar. Aprendemos que nada se faz dentro da fábrica sem entender a fundo os anseios do consumidor. Os 35 anos de Brasil da Fiat gerou uma
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grande repercussão entre os consumidores. Você considera que essa campanha está entre os principais projetos de sua carreira? A comemoração dos 35 anos da Fiat no Brasil foi um marco na história da companhia. Por meio da campanha, conseguimos passar o que está por trás da história de uma empresa que conquistou seu espaço e hoje é uma referência para os brasileiros. A confiança do consumidor foi fundamental para traçarmos nossa trajetória de inovação e pioneirismo. Quando falamos que somos movidos por brasileiros, reforçamos que buscamos entender as peculiaridades do nosso país para oferecer produtos adequados. A liderança de mercado, conquistada por 10 anos, mostra que temos nos aperfeiçoado nisso. Como é ser premiado em eventos tão importantes na área da publicidade e propaganda, como o Caboré, em 2010, e o Grand Prix de Comunicação Integrada do Prêmio About, em 2005? Conquistar prêmios é resultado de um trabalho muito sólido de toda uma equipe, em parceria com as agências. Conseguimos fortalecer, cada vez mais, a presença da Fiat no mercado por meio da nossa comunicação, e conquistar esses prêmios é
um reconhecimento do mercado. Quando cheguei à Fiat, em 2001, tinha uma missão muita clara: estruturar nossa área de internet e definir um planejamento estratégico da marca no Brasil de forma a reescrevê-la, reposicioná-la no novo cenário digital e dentro da expectativa do novo consumidor automotivo que se desenhava. O reconhecimento
volvimento do mercado publicitário. Quando falamos em internet, por exemplo, acho que o Brasil é uma referência. O nosso público consumidor tem uma facilidade muito grande em aderir às novas ferramentas que aparecem, e o mercado apropria-se disso. O que precisamos buscar ainda é o aperfeiçoamento das ferramentas de mensuração para
do mercado me dá a sensação de estarmos no caminho certo, porém ainda com muitos desafios pela frente.
mostrarmos a efetividade da comunicação para o negócio. Acredito que este seja um primeiro passo para alcançarmos outro objetivo do marketing hoje, que é o de reconquistar seu papel de prestígio dentro das organizações.
Como presidente da ABA – Associação Brasileira de Anunciantes –, como você define o atual momento da publicidade no Brasil? Vivemos um bom momento da publicidade brasileira, um momento de consolidação e amadurecimento, com estruturas fortes, um modelo de negócios coerente e com resultados mundialmente reconhecidos. Hoje não temos tantas disparidades em relação ao que vemos sendo feito na Europa, nos EUA e no Brasil. É claro que o momento de cada país, seja econômico ou mesmo as características de sua sociedade, faz com que o mercado publicitário apresente algumas diferenças. Mas nada que coloque o Brasil em outro patamar no que diz respeito ao desen-
Por que o brasileiro é tão criativo? O profissional da nossa área precisa antecipar tendências, decodificar a realidade com precisão e entender as relações que se constroem entre pessoas e marcas – e o brasileiro sabe bem fazer isso. A criatividade está em nosso DNA e um bom exemplo disso é o número de publicitários brasileiros que atuam em agências em diferentes países. Em sua opinião, os cursos de publicidade e propaganda formam profissionais aptos para o mercado atual, dinâmico e multi meios, ou ainda for-
Festival de Publicidade de Cannes O Festival de Publicidade de Cannes (ou Cannes Lions International Advertising Festival) foi criado pela SAWA (Screen Advertising Worlds Agencies), e é realizado anualmente na França. Desde sua primeira edição, em 1953, se tornou o mais importante prêmio da publicidade mundial. Os prêmios são divididos em Grand Prix, Leão de Ouro, Leão de Prata e Leão de Bronze. Cada categoria tem um chefe de júri, composto por publicitários de vários países escolhidos, sendo estes os que têm maior participação em inscrição de peças no festival. Em 2005, foi criado o Titanium Lions, categoria criada para premiar as ideias mais inovadoras e audaciosas em comunicação.
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“ A antecipação de tendências e principalmente a velocidade da tomada de decisão definem o contorno dos homens e mulheres de marketing e comunicação do século XXI.”
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mam publicitários focados nas mídias tradicionais? A maioria dos cursos ainda é tradicional, mas essa é uma realidade que vem mudando. Nos últimos anos, vimos uma evolução das universidades para acompanhar o mercado, mas ainda é preciso uma mudança muito maior. Os cursos que formam profissionais de publicidade e propaganda precisam se atualizar. A verdade é que hoje eles aprendem esse dinamismo apenas no dia-a-dia do mercado.
Foto: Divulgação
Quais as grandes competências você considera que um publicitário deve possuir hoje? O publicitário, além de criativo, precisa estar conectado a todas as mídias. O grande diferencial hoje é enxergar tendências. O mercado está em constante mudança, pois enquanto estamos criando uma ação que parece super inovadora, novas mídias estão sendo estudadas. Por isso é preciso que o publicitário faça constantes reciclagens no seu aprendizado. Conhecer o consumidor também é fundamental. Um bom publicitário não fica entre quatro paredes criando. Precisa ir às ruas para entender o dia-a-dia do público com quem ele quer falar. Antes bastava conhecer as relações que os consumidores desenvolviam com as marcas; hoje, é preciso ir além e entender as relações que se desenham entre os consumidores, entre as pessoas, independentemente das marcas. Se eu puder dar um conselho a um publicitário que quiser voltar à universidade para uma pós-graduação, recomendaria que ele estudasse Sociologia, Psicologia, Filosofia ou Semiótica para conhecer mais profundamente 56
como se desenham as relações, as linguagens e os pensamentos na sociedade contemporânea. No ano passado, a Fiat completou seu décimo ano como líder do mercado automobilístico brasileiro. A que você atribui essa liderança e crescimento? Em 2011, a Fiat completou 10 anos de liderança no mercado com 754 mil automóveis e comerciais leves emplacados. E esse reconhecimento é um resultado decorrente de lançamentos importantes e campanhas que deram o tom a este momento único que o Brasil está passando. Em 2011, além do aniversário de 35 anos, que reforçou a identificação dos brasileiros com a marca, tivemos ações envolvendo o Novo Fiat Cinquecento, Freemont e Novo Palio. Neste ano de 2012, estamos buscando nosso 11° ano de liderança do mercado brasileiro – e esperamos chegar lá.
Antes de transferir-se para a FIAT, você teve uma passagem pela Kodak. A concordata da empresa, em sua opinião, talvez tivesse a ver com a “miopia estratégica” em relação ao mercado digital? Recebi a notícia da concordata da Kodak com muita tristeza. A revolução digital modificou muito o mercado fotográfico. A crise econômica mundial foi um fator que contribuiu para que a empresa chegasse a esse ponto, mas o fato é que a Kodak não acompanhou a evolução do mercado, que passou por grandes mudanças nos últimos 15 anos. Nos anos de 1990, a empresa foi pioneira em projetos de digitalização e compartilhamento de fotos, percebendo uma mudança no relacionamento do consumidor com o produto, mas não foi adiante. O mercado estava muito dinâmico e a Kodak precisava ter tido coragem de ir além, olhar, conversar e acompanhar as necessidades do consumidor, mas infelizmente não conseguiu. Não me parece que seja um caso de miopia, já que a empresa sabia claramente o que precisava ser feito. Mas a mudança do químico para o digital era praticamente construir uma nova empresa, baseada em outros valores e modelos de negócio e de lucratividade totalmente diferentes, o que eles não conseguiram fazer em tempo. Vai-se um dos grandes ícones do marketing do século XX e fica a certeza de que a compreensão clara do consumidor e das suas relações sociais, a definição de sólidos modelos de negócio, a antecipação de tendências e principalmente a velocidade da tomada de decisão definem o contorno dos homens e mulheres de marketing e comunicação do século XXI.
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Arte dentro e fora de casa Terceira edição da São João Decor vai de 26 de outubro a 25 de novembro, em São João Estão a todo vapor as obras da 3ª edição da São João Decor – Mostra de Arquitetura, Decoração e Paisagismo de São João da Boa Vista e região – que neste ano terá início no próximo dia 26 de outubro, com término em 25 de novembro. Para quem aguardava ansioso o evento, que já está marcado no calendário oficial da cidade, em breve poderá conferir mais de 40 ambientes criados pelos melhores profissionais sanjoanenses, do Leste Paulista e Sul de Minas Gerais, entre outros. Ao final da 2ª edição, em 2011, chegou a ser cogitada a possibilidade do evento se transferir para Poços de Caldas/MG, intercalando o evento às duas cidades, em anos alternados. Porém, o grande número de pedidos para que
o evento continuasse na “terrinha” fizeram com que a artista plástica Vânia Palomo, organizadora da Mostra, mudasse de ideia. “Chegamos a visitar várias casas em Poços, mas aqui apareceram três ótimas opções. Além disso, profissionais e pessoas ligadas ao evento destacaram a importância da Decor continuar na cidade, principalmente pelo ótimo momento econômico e o crescimento que São João atravessa”, destaca Vânia. E a mansão escolhida para 2012 está localizada em um dos bairros mais nobres do município: Avenida Durval Nicolau, no Parque Colinas da Mantiqueira, pouco à frente do clube de mesmo nome. “Quem olha a casa de fora, não imagina o quão imensa que ela
é por dentro”, ressalta a organizadora. Com um partido arquitetônico bem resolvido e agradável, a casa da Decor 2012 consegue traduzir o que chamamos de humanização com muito bom gosto. Segundo Ricardo Ciacco, arquiteto responsável pelo evento, a residência tem como principal característica a valorização do convívio familiar. “É uma casa totalmente integrada, onde todos os ambientes se voltam para a área de lazer, que é um dos destaques”, afirma Ciacco. Contando com uma privilegiada vista da Serra da Mantiqueira, Ciacco acredita que todas as tendências da arquitetura, design de interiores e paisagismo estarão reunidas em um só lugar. “A casa sintetiza de maneira inteligente todas as Foto: Fritz Nagib / Fritz Foto
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Foto: Fritz Nagib / Fritz Foto
qualidades da real arquitetura contemporânea brasileira, características poucas vezes reunidas em um só lugar”. O evento – A São João Decor já se tornou um evento de destaque em São João da Boa Vista, com o objetivo de reunir bom-gosto, profissionalismo e as novidades que o mercado oferece. “Trata-se de um acontecimento organizado para oferecer aos profissionais da área uma oportunidade de mostrar ao público seus trabalhos, alinhados à criatividade, conforto e às últimas tendências de cada segmento”, relata Vânia. Nas duas primeiras edições do evento, mais de seis mil pessoas de São João da Boa Vista, região e diversas cidades do Estado de São Paulo e Minas Gerais visitaram as casas: em 2010, no Recanto do Lago (Rua João Arten) e em 2011, no Centro (rua Ge-
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túlio Vargas, na famosa Casa Vittória). Além dos profissionais, o evento reúne parcerias com empresas e prestadores de serviços nos mais diversos segmentos, proporcionando uma grande oportunidade de destacar seus produtos e marcas, somando-se ao trabalho dos expositores e profissionais do setor. E, finalmente para o público, a São
João Decor é mais do que uma Mostra, e sim uma experiência, de acordo com Vânia. “É um momento único para admirar os detalhes e a criatividade dos ambientes, de conhecer as empresas e os profissionais que estão por trás de cada projeto e ainda proporcionar muita inspiração para renovar-se a cada dia”, conclui Vânia. A
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Foto: Reprodução Internet
O crepuscular do Pacífico O sanjoanense que ajudou a escrever a história da aviação militar brasileira por Lauro Augusto Bittencourt Borges
Com um sobrenome desse ele poderia só flanar pelos elegantes salões da cidade. Mas ele queria mais. Queria mais altura que as montanhas da Mantiqueira. No escritório da confortável residência, localizada no centro da cidade, junto com a simpática esposa Tereza Ribeiro de Oliveira – Dona Tê –, Christiano Osório de Oliveira Netto – o Tiano –, um crepuscular de família tradicionalíssima, me recebe para contar histórias de um decantado passado. Ainda molecote, pelas mãos do instrutor do aeroclube local, Sebastião Carvalho – que fora motorista da sua tia, 60
Dona Beloca –, Tiano voou pela primeira vez nos ares da região. Os passeios aéreos com o espirituoso aviador fizeram que o flerte com os céus virasse paixão. No início dos anos 40 do século passado, engajado na Aeronáutica e servindo no paulistano Campo de Marte, ele começava a realizar o devaneio adolescente. Já no primeiro ano do preparatório de piloto, Tiano pôde conduzir solando o pequenino Sterman, uma aeronave para calouros. O sanjoanense conta uma peculiaridade da sua admissão: “O médico da Base só aprovou o meu ingresso na carreira militar depois que operei de uma hérnia”. Da Paulicéia desvairada para o pam-
pa gaúcho. Com indisfarçável orgulho, ele me mostra a espada recebida às margens do Guaíba, que lhe conferiu o posto de aspirante a oficial e a formatura como piloto de caça da Força Aérea Brasileira. Da solenidade marcante em Porto Alegre, Tiano deixa escapar uma ponta de mágoa: “Fui o único formando que não teve ninguém da família presente. Nem minha namorada foi”. Dona Tê, atenta ao papo, justifica: “Naquele tempo eu morava em Catanduva e nós namorávamos por correspondência. Era uma época em que moça nenhuma viajava sozinha”. Ela conclui, resignada: “Ninguém da família quis me levar”. Nos exercícios de guerra no firma-
mento do Rio Grande do Sul, o jovem militar já “brincava” com o avião que foi um bombardeiro clássico na 2ª Guerra Mundial: o N.A. – cognome de North-American. Seguro no manche, ele manobrava dando rasantes no litoral: “Era pra fazer barulho e assustar submarinos”. Em 1945, baseado na unidade de Santa Cruz no Rio de Janeiro, casou-se com a amada, numa cerimônia quase secreta em Aparecida. O comando aeronáutico não via com bons olhos o casamento de integrantes de esquadrilhas de caça. Dona Tê lembra que não só os superiores do quartel reprovavam as núpcias: “Os parentes não desejavam uma viúva na família, falavam para esperar o fim da guerra. Jovens e apaixonados, não ouvimos ninguém. Sabe o que é gostar, né?” Sei, Dona Tê, e como sei! No período fluminense, ajudou a escrever um
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capítulo antológico da aviação militar brasileira. Tiano e mais 32 pilotos do chamado 2° Grupo de Caça, bem preparados, corajosos e com o natural êxtase da juventude, ofereceram-se para uma missão no Pacífico, onde combateriam as forças japonesas. Salgado Filho, então ministro da Aeronáutica, ficou sensibilizado com o gesto de galhardia do grupo dos 33. E prometeu: “Se o presidente decidir enviar a FAB para combater no Pacífico, vocês serão os primeiros”. O destemor do grupo, que voava nos intrépidos P-40 Warhawk, entrou para a memória do país depois de retratado na célebre revista O Cruzeiro, em reportagem assinada pelos consagrados jornalistas Jean Manzon e David Nasser. O Brasil conheceu a história na edição de 7 de julho de 1945, na matéria intitulada Os ‘33’ do Pacífico.
O fim do conflito mundial, meses depois, frustrou a ida dos “33” para o teatro de operações no Pacífico, mas Tiano não demonstra tristeza: “Ficamos felizes com o término da guerra”. No ano seguinte, 1946, o tenente-aviador Christiano pediu baixa da caserna e foi para Pirassununga tocar a propriedade agrícola da família. Tempos depois, brincadeira do destino, o governo desapropriou uma área vizinha às suas terras para construir a hoje conhecida Base Aérea daquela cidade. Entre fotografias, recortes de jornais e relatos orgulhosos das proezas dos netos e bisnetos, Tiano, 86 bem vividos, relembra uma recente visita à Base de Pirassununga. Depois de questionado pelo Brigadeiro de plantão se teria algum objeto para doar ao memorial da FAB, ele sapecou com espírito de galhofa: “Tem eu!”
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A vez da segurança pública Conseg sanjoanense é a melhor forma da população protestar , não só contra a violência por Nelson de Barros O’Reilly Filho
A Constituição Federal, no Capítulo da “Segurança Pública”, especificamente no art. 144, dispõe o seguinte: a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I – polícia federal; II- polícia rodoviária federal; III – polícia ferroviária federal; IV – polícias civis; V – polícias militares e corpos de bombeiros militares (os grifos são nossos). Ora, é o único caso em que um dever do Estado é também direito e responsabilidade de todos! Isto significa que o tema “Segurança Pública” não deve ficar apenas sob o encargo dos órgãos tradicionalmente conhecidos no trato da questão, ou seja, Polícia Civil, Polícia Militar, Promotoria de Justiça e Poder Judiciário. Cabem às demais instituições públicas, às instituições privadas e ao próprio cidadão responsabilizarem-se pela “Segurança Pública”. E como? Ainda que muito relutante, o Poder Público Municipal se evidencia como uma das entidades com maior incumbência disso, e não seria pela Guarda Municipal (às vezes tão “sonhada”, mas que não faz parte daqueles cinco incisos e não pode ser reconhecida como órgão de “Segurança Pública”, além do que fica à mercê de uma Pre64
feitura, nada afeta à matéria), mas pela atuação correta e eficiente de se inserir nos locais problemáticos, não deixando que lazer, saúde e assistência social fiquem à cargo da criminalidade; numa urbanização adequada, com transporte público pontual e seguro; numa iluminação decente; na interação com os órgãos próprios de “Segurança Pública”; traçando metas, dando e recebendo apoio; na expedição de atos normativos e leis que contribuam para o controle preventivo da violência (como, por exemplo., fixar horário e local para comércio de bebidas alcoólicas, normatizar o exercício de mototáxi e motoboy etc.) e fazendo cumprir a lei, mediante fiscalização e punição. As instituições privadas podem (e devem) também trazer ideias e participar dos processos de prevenção e de trato dos problemas oriundos da violência e criminalidade, o que acontece até mesmo com as entidades beneficentes de acolhimento de crianças, drogaditos, alcoólatras etc. Enfim, o cidadão pode (e deve) cuidar da “Segurança Pública”, não só tomando as cautelas próprias para não ser vítima de crime (não deixando portas abertas, carros destrancados, valores à mostra, que constituem a prevenção primária), como também ajudando outrem a não ser vítima de algum ato ilícito e, principalmente, participando das ações e políticas de prevenção.
Aliás, uma das melhores formas de participação, e que em São João tem ganhado muito corpo, é se inserir no CONSEG, que significa ‘Conselho Comunitário de Segurança’, que não é municipal, mas órgão do Estado e diretamente ligado à Secretaria de Segurança Pública. Referido Conselho é composto pelo seu presidente, um cidadão de escolha dos ‘conseguianos’, diretoria escolhida nos mesmos moldes e pelos membros natos, que são da Polícia Civil (Delegado de Polícia) e da Polícia Militar (oficial ou graduado). A Promotoria de Justiça participa de forma voluntariosa. Durante as sessões, os presentes podem se dirigir diretamente à mesa (composta pelo presidente, pelas polícias e pela promotoria), levando seus problemas, reivindicações e sugestões, que ficam registrados em ata. Por meio dessa participação popular e de também de outras instituições (de ensino, religiosas etc.), chega-se a uma melhor coleta de dados e consecução de projetos, isto sim democraticamente, porque se lida muito mais com prevenção, deixando para última hipótese o serviço de repressão policial. Espera-se que a próxima administração municipal acorde e se sensibilize com a questão, participando efetivamente do CONSEG (as reuniões realizam-se à segunda terça-feira dos meses, no auditório da ACE, e são abertas ao público em geral).
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Os direitos da criança Toda criança do mundo deve ser protegida. Contra os rigores do tempo, contra os rigores da vida. Criança tem que ter um nome, criança tem que ter lar, ter saúde e não ter fome, ter segurança e estudar. Não é questão de querer, nem questão de concordar, os direitos das crianças todos têm de respeitar. Tem direito a atenção, direito a não ter medos, direito a livros e a pão, direito de ter brinquedos. Mas criança também tem o direito de sorrir, correr na beira do mar, ter lápis de colorir... Ver uma estrela cadente, filme que tenha robô, ganhar um lindo presente, ouvir histórias do avô. Descer do escorregador, fazer bolha de sabão; sorvete se faz calor, brincar de adivinhação. Morango com chantilly, ver mágico de cartola, o canto do bem-te-vi, bola, bola, bola, bola! Lamber fundo de panela, ser tratada com afeição, ser alegre e tagarela. Poder também dizer não! Carrinhos, jogos, bonecas, montar um jogo de armar, amarelinha, petecas e uma corda de pular. Um passeio de canoa, pão lambuzado de mel, ficar um pouquinho à toa... Contar estrelas no céu... Ter tempo pra fazer nada, ter quem penteio os cabelos, ficar um tempo calada... Falar pelos cotovelos. E quando a noite chegar, um bom banho, bem quentinho, sensação de bem estar... De preferência, um colinho. Uma caminha macia, uma canção de ninar, uma história bem bonita, então dormir e sonhar... Embora eu não seja rei, decreto, neste país, que toda Criança tem direito a ser feliz!
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Camisa xadrez e bermuda – Piccola Societå Mochila Adidas e tenis Puma - Cia do Esporte Kids
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Vestido fustão liso e vestido estampado – Piccola Societá Sapatilha Hobby e sandália Pampili - Cada Passinho
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Moda infantil: Piccola Societá - (19) 3631-6873 Calçados infantis: Cada Passinho - (19) 3631-2755 Cia do Esporte Kids - (19) 3635-2036 Modelos: Gustavinho, Bruno, Lara e Mariana Fotos: Falcão Foto & Arte - (19) 3641-1392
Pijamas e camisolas – Piccola Societá Sandálias Nike - Cia do Esporte Kids
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culinária
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por Francisco José Gallego (Restaurante Barracão)
Bobó de peixe com camarão Ingredientes • ½ kg. de filé de merluza; • ½ kg. de camarão médio descascado e limpo; • 06 tomates bem vermelhos; • 02 cebolas médias; • 01 vidro de leite de coco; • 01 kg de mandioca amarela; • 01 dente de alho; • 02 folhas de louro; • ½ xícara de chá de óleo de soja; • 01 colher de sobremesa de colorífico; • Sal a gosto; • Suco de 01 limão; • Pimenta do reino a gosto; • ½ xícara de chá de cheiro verde picado; • 02 copos de leite integral de vaca.
Modo de preparo Picar o peixe em pedaços de, mais ou menos, cinco centímetros. Junte-os com os camarões, tempere com sal, limão
Foto: Fabiano Barbosa
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e pimenta do reino, e reserve. Picar os tomates e a cebola em cubinhos. Em outra panela, aqueça o óleo e frite o dente de alho fatiado. Em seguida, adicione o colorífico, o tomate e a cebola picados, e aguarde até começar a formar líquido. Em seguida, coloque o cheiro verde e o louro, e, na sequência, adicione o peixe e o camarão. Cozinhe a mandioca, tire a fibra do meio e bata no liquidificador com o leite integral e o leite de coco, até ficar um creme. Quando estiver com 15 minutos de cozimento, adicione o creme e mexa durante cinco minutos. Adicione mais cheiro verde e sirva com arroz branco e batata palha. Rende 4 porções. Um pouco de história... A origem do prato é africana, sendo típico da Bahia, o estado mais africano do Brasil. Um prato tão baiano quanto o som de um berimbau. Ele pode ser servido quente, morno ou frio, como prato principal ou como acompanhamento. O atual bobó de camarão, prato de renome, também tem, entre seus ingredientes, mandioca e leite de coco.
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culinária Foto: Fabiano Barbosa
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por Milene Mafra (cake designer)
Cupcake de chocolate, com cobertura de Nutella e Kit-kat Ingredientes Massa: • 125 gr. de manteiga; • 125 gr. de farinha; • 125 gr. de açúcar; • 02 ovos; • 01 colherzinha pequena de fermento em pó; • 1/2 xícara de leite; • 01 xícara de chocolate. Cobertura: • 02 potes grandes de Nutella; • 04 pacotes de chocolate Kit-kat. 74
Modo de preparo Bata a manteiga com o açúcar até formar uma pastinha branca. Coloque os ovos, um a um, e bata bem. O segredo para ter um cupcake fofinho é batê-lo super bem nessa fase. Depois, coloque os outros ingredientes alternados. Forre a assadeira com as forminhas próprias para cupcake e distribua a massa até a metade. Rende 12 cupcakes grandes ou 15 mini cupcakes. Fique de olho! Graças ao destaque que recebe em cenas de filmes hollywoodianos, como O Diabo Veste Prada e Sex and the City, o cupcake virou febre e está ganhando espaço nas festas infantis, chás de bebê e casamentos.
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Joias quase desconhecidas Águas da Prata - aqui ao lado - oferece dezenas de cenários e belezas naturais por Rafael Eduardo Gomes
O Turismo Sustentável pode ser compreendido como um segmento do Turismo que tem apresentado altos índices de crescimento, sendo uma tendência atual em Águas da Prata e região. Isso implica em uma demanda crescente de turistas para áreas naturais, em busca de um maior contato com a natureza. Ecoturismo é a forma de fazer turismo na qual as pessoas preferem visitar áreas naturais, relativamente intocadas, compartilhando com as populações locais seus valores e tradições. Em 1994, o Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR –, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, produziu a primeira conceituação de Ecoturismo oficial no pais: “Segmento da atividade que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca formação de uma consciência ambientalista através de interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações”. Buscas – Águas da Prata, São João da Boa Vista e região oferecem cenários e belezas naturais para esta prática de ativi-
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dade e aventura, valorizando seu patrimônio natural, histórico e cultural. A semente foi plantada e cresce cada vez mais. As comunidades acreditam no potencial turístico; os empresários investem nos segmentos, hotéis, pousadas, restaurantes e comércio; e o poder público se interessa mais pelo potencial do turismo sustentável, gerando outra economia, principalmente para Águas da Prata. Na região – Criada por guias locais em 2004, a Prata Expedições Ecoaventura é a primeira operadora de ecoturismo e turismo de aventura estabelecida em Águas da Prata e São João da Boa Vista. Ela trabalha com base nos conceitos do ecoturismo sustentável, que promovem a conservação do patrimônio natural e cultural, proporcionando o bem-estar das populações envolvidas. Oferece aos participantes a oportunidade de praticarem atividades de aventura como: Trekking (caminhadas), Escalada (subida de paredes rochosas), Rapel (descida por cordas), Cascading (rapel em cachoeira), Voo Livre (parapente) e Tirolesa (travessia por cordas), em cenários de rara beleza.
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especial
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Os bastidores do Atua na TV A evolução e os novos desafios do programa, em seus dois anos de história e sucesso No mês em que completa 2 anos, comemorado no dia 19 de setembro, o programa Atua na TV, uma parceria entre Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista e TV União, exalta sua evolução em mais de 90 programas inéditos já transmitidos, com assuntos dos mais variados temas e entrevistas de excelente nível. E claro que a Revista Atua não poderia ficar de fora desta festa. Além de uma entrevista com a apresentadora Camila Fernandes, a reportagem visitou os bastidores de gravação do programa e acompanhou todo o trabalho de uma equipe unida para apenas um propósito: deixar o programa ‘redondinho’ e de qualidade para o público em casa. A cada dois meses, representantes da ACE e da TV União realizam reunião de pauta para definir futuros temas e assuntos para o programa. A semana de trabalhos começa na sexta-feira,
onde Camila e sua produtora, Carla Galli, se reúnem para debater os temas e fazer um pré-contato com os entrevistados. Na segunda-feira, são feitas as pesquisas e a produção do material que será utilizado nas gravações, além da confirmação de presença dos participantes e a escolha das roupas e acessórios, com os parceiros Rainha Store, Scarpe e Pink Biju. Terças e quartas-feiras são os dias utilizados para gravações, começando pela manhã, com a maquiagem e o penteado, no salão JM. Após a finalização da produção visual, começam as gravações em estúdios, com entrevistas e chamadas do que acontecerá no programa. Após alinhar com a agenda
Preparação - Enquanto o cinegrafista Danilo Freitas (de costas) e David Ribeiro (à esquerda, que também é apresentador da TV União) preparam os últimos detalhes para a gravação, Camila Fernandes discute o tema que será abordado no programa. Neste dia, esteve presente no estúdio a professora de Antropologia do Unifae, Rosa Helena Carvalho Serrano, que falou sobre Folclore. Foto: Luiz Gustavo Gasparino
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da TV, Camila, Carla e um cinegrafista saem para gravar as matérias externas. Na quinta-feira, o material bruto vai para a edição, com a própria apresentadora auxiliando o editor na produção. Sexta-feira são checados os últimos detalhes para finalizá-lo. O programa inédito vai ao ar todos os sábados, a partir das 13h30, com reprises em diversos dias e horários da semana. Crescimento – Para a apresentadora Camila Fernandes, os 2 anos do programa mostram uma amadurecimento conquistado com muito esforço e trabalho, não só dela, mas de toda a equipe. E a percepção
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disso está na procura das empresas sanjoanenses em querer participar das gravações, com reportagens ou como patrocinadores. “No início, tínhamos que oferecer matérias para que os comerciantes e empresários pudessem acreditar no programa. Hoje, eles investem mais, pois veem que isso dá certo e o retorno é muito bom”, garante Camila. A apresentadora cita que essa conquista começa com a força do nome “Atua”. “Todo mundo vê a revista e comenta. Já são 5 anos de sucesso”, lembra. Outro fator positivo, segundo ela, é a rotatividade do programa, por ser semanal. “É muito raro repetirmos os assuntos, isso faz com que tragamos sempre coisas novas para o telespectador e faz com que a empresa acredite no nosso produto”. Para Camila, as pessoas voltaram a ter o hábito de assistir à TV regional, o que faz com que mais empresários invistam em propaganda, não só no Atua na TV. “Os programas são muito bons e a grade está repleta. Sabemos o que está acontecendo em São João e na região, quem está na mídia, e o povo gosta muito disso. E o empresário precisa apostar na divulgação, para ser conhecido e lembrado sempre”. Evolução – Que o Atua na TV evoluiu em 2 anos todo mundo já sabe. Mas e a apresentadora? Camila conta que nunca teve problemas em falar em público ou com câmeras, mas a jovem de apenas 21 anos sofreu e muito para gravar seus primeiros programas. “O começo é sempre um desafio. Tudo me deixava muito nervosa, suava as mãos e ficava sempre presa no que ia perguntar para o entrevistado. Nada era natural. Quando assisto ao primeiro programa hoje digo: ‘meu Deus, que coi82
Foto: Luiz Gustavo Gasparino
A hora da gravação - Toda uma equipe de editores, produtores, técnicos e cinegrafistas da TV União são deslocados para as gravações do programa Atua na TV. A produtora Carla Galli (de costas, à direita) comanda os trabalhos de orientação aos envolvidos.
sa horrorosa’ (risos)”, brinca Camila. Apesar do ‘sofrimento’, Camila garante que, atualmente, tudo é mais rápido. “Gravamos em uma hora o que antigamente fazíamos em um dia inteiro, além das matérias externas, que também demoravam”, ressalta. Mas as manias e os macetes que se adquirem com o tempo surgiram com o fruto do trabalho diário, mas também com o apoio de pessoas que Camila nunca irá se cansar de agradecer. “A Carla Galli [produtora da TV União] me ajudou muito e sempre esteve do meu lado. Em tudo o que precisava, ela me ajudava, pois são 8 anos de experiência em TV que ela tem. No começo, batíamos muito de frente, porque ela falava uma coisa e eu, teimosa, fazia o contrário. Hoje, conseguimos alinhar tudo certinho e o programa sai redondo.
Muito do que conquistei devo à Carla”, destaca a apresentadora. Nos dias atuais, o programa é gravado sem correria e stress, como ressaltou Camila e a reportagem da Atua pôde conferir na visita aos bastidores da gravação. “Tudo é muito mais natural e não fico mais presa às perguntas dos convidados. A evolução veio, mas ainda queremos mais”, garante. O que vem pela frente – “Sei que temos que melhorar sempre”. Nas palavras de Camila Fernandes, o desafio do futuro é a inovação. “Temos que ter a preocupação em buscar o que realmente é interessante e importante para o programa e para o público que o assiste. E para acrescentar ainda mais para o Atua na TV, o desafio é buscar coisas novas e diferentes, principal-
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Foto: Luiz Gustavo Gasparino
para nossos telespectadores. E sem estas duas forças trabalhando juntas, não alcançaríamos tão rápido os resultados que o programa vem colhendo em dois anos”, salienta Luciana. Para a diretora do programa, a equipe do Atua na TV sempre esteve disposta a inovar. “A TV União dá todo o respaldo para a evolução do programa; a diretoria da ACE apostou em um projeto inovador, que fez aumentar a grade de serviços da associação. Assim, atingimos mais uma vez o papel da instituição, que é dar possibilidades aos associados estarem sempre se atualizando e crescendo junto com a cidade”, conclui Luciana. mente em dar visibilidade a todos os empresários que investem e participam do programa”, finaliza. Luciana Junqueira é vice-presidente da ACE São João e é quem sempre esteve a frente do programa nesse período. Ela conta que este “projeto ambicioso” só foi possível graças a parceria entre a ACE, que apostou na ideia, e TV União que detém know how técnico. “O programa foi criado para ser atuante e moderno, trazendo sempre novidades
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Parceiros - E para um programa ter sucesso, é necessário ter – e manter – parceiros de qualidade. Desde o início do programa, em setembro de 2010, várias empresas acompanharam o trabalho e o crescimento do Atua na TV, investindo em um produto que sempre trouxe o retorno esperado. Às vezes até mais.
E a reportagem da Atua foi atrás das empresas que estão desde o início do programa, anunciando e apoiando essa evolução. Lembrando que os parceiros podem permanecer por seis meses, para que também haja uma rotatividade com as roupas, sapatos e acessórios utilizados nas gravações. Vanessa Mantelli Nogueira, proprietária da loja La única, sempre realizou desfiles de seus sapatos no programa e garante que o retorno conquistado é melhor do que qualquer outra mídia. “O programa é descontraído, mostramos nosso produto de uma maneira natural e isso cativa o público que o assiste, fazendo com que o retorno seja positivo. Sempre que tem coleção nova, procuramos o Atua na TV para divulgar”, ressalta. Já Gabriela de Carvalho Santos Domingues, farmacêutica e proprietária
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da Art’Ervas (primeira empresa anunciante do programa, e que continua até hoje), garante que o retorno para sua empresa não é só comercial. “Muita gente liga aqui na farmácia dizendo que assistiu ao programa, contando das dicas e pedindo mais explicações. Isso é ótimo para nós, pois mostra que a informação que levamos está sendo útil ao telespectador”, explica. Para o dono da empresa Zero%, Alisson Rogério Marques, a mostra de seus produtos naturais no Atua na TV tem trazido resultados positivos. “A propaganda só acrescentou para minha loja. As pessoas comentam e levam em conta as informações, que são sempre relevantes e confiantes. Até antigos programas são lembrados, o que mostra que a população realmente assiste ao programa”, destaca. De acordo com João Luis, cabe-
leireiro na empresa JM, o trabalho feito em todos os programas nas “madeixas” da apresentadora tem trazido um reconhecimento profissional não esperado por ele. “Chega a ser engraçado, pois muitas mulheres pedem para montar o cabelo do jeito que a Camila usa no programa (risos), além dos elogios que a gente recebe. Para o profissional, esse retorno faz a diferença”, ressalta João. E concluindo, Davis Simões Mesquita, sócio-proprietário das empresas Regina Presentes e Cada Passinho, conta que o formato do Atua na TV é bem legal, pois “deixa claro” o que se quer transmitir ao pessoal que está em casa. “O programa é bem dinâmico e há uma troca de informações bem interessante. O pessoal das lojas gosta muito do programa e nosso retorno tem sido bem bacana”, cita Mesquita. A
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Aprendendo com os haitianos Sejamos como eles ao lidar com desafios no trabalho; usemos mais a capacidade natural por João Sérgio Januzelli de Souza
Lendo sobre a chegada de haitianos em Sampa, penso. E logo escrevo. Antes, para eles, o Brasil do que Cuba ou Libéria! Não me preocupam mais clientes para as news Crackolândias. Ou centros de vodu. Yes! Temos boas políticas antidrogas, não temos? – e macumba demais. Foco na capacidade desses haitianos – Novos Baianos revisitados? – de enfrentar as tragédias, como o terremoto de 2010, e sem perderem a motivação e a alegria. Motivou-me a fala de um professor do Haiti e falante de três idiomas. Aqui, ele trabalhará na instalação de cabos elétricos. Sua crença em dias melhores me fez pensar em “Resiliência”, conceito usado pela psicologia do trabalho, que veio importado da Física. Fisicamente, diz o Aurélio: resiliência é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo de-
formado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica. Lembra-se dos restos do mal explicado, ou talvez imaginário, disco-voador do The Roswell UFO Incident, nos EUA? Amassados voltariam ao normal! Da Física e para a Psicologia, father dos burros inglês explica: habilidade de voltar rapidamente para o seu usual estado de saúde ou de espírito depois de passar por doenças, dificuldades etc.: resiliência de caráter”. Eis os hatianos! Então, faça o que escrevo, e faça o que eu procuro fazer a cada dia e também aconselho. Dica de Coah: sejamos mais haitiano ao lidar com os desafios no trabalho. Usemos mais a capacidade natural – que pode ser adquirida também, de lidar com os problemas do dia a dia. Ops? Que tal variáveis? De acordo com Paulo Sabbag, professor e pesquisador da Escola de Administração da FGV, resiliência é a
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Foto: Reprodução Internet
Exemplo - Na foto, um haitiano toca guitarra em meio aos escombros da catedral de Port au Prince. A capacidade de superação dos haitianos e invejável: após terremoto, um surto de cólera e um furacão, a populaçao local ainda encontra bom humor para seguir adiante, em um dos países mais pobres do mundo.
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habilidade mais importante para se enfrentar os desafios empresariais e pessoais e fazer sucesso na carreira profissional na metade do século XXI. Ele afirma que ela pode ser adquirida em qualquer momento. Segundo Deepak Chopra, guru indiano que curou o câncer no seio de Olívia Newton-Jonh, em sua obra As sete leis do Espírito: “até o aparente caos do trânsito é resultado da criação da consciência cósmica”. É criação nossa, ok? Então, no trânsito caótico da empresa, ao invés de buzinaço, palavrão, confrontos desnecessários, perda de bons colaboradores, demissão... resiliência! Na literatura organizacional, autores tratam o fato como a tomada de decisão. É comum se ver diante de cenário contraditório – ou pessoas contraditórias? – onde a tensão
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do ambiente e desejo de vencer imperam. E tal fato deve sim propiciar energia à pessoa para enfrentar a adversidade. É somatória de fatores que oferecem meios para se enfrentar e superar as variáveis. Para isso, existem dicas válidas. Uma estratégia que eu gosto e pratico nas profissões desafiadoras e divinas de professor universitário e Personal & Professional Coach – e é socrática – é questionar, antes da explosão, além de contar até mil. Então, resiliência, pergunte: Se eu agir sem ser resiliente, o que eu perco? E se eu agir com resiliência, o que ganho? Realidade ainda nas empresas brasileiras é a falta de liderança e sobra de gerentões Magnun 44. “Eu te mando embora, pro inferno”. E para você não ser morto em duelo desle-
al, fica dica de livro que ainda não li, mas pesquisei: Resiliência: como superar pressões e adversidades no trabalho, de Ricardo Piovesan, consultor e palestrante. É melhor que o abuso da regra três, “onde menos vale mais”, como diria Toquinho, músico e cantor brasileiro. E, assim, super amigo(a) leitor(a), em tempo de cenário caótico nas organizações, devido a tantas inovações tecnológicas e comportamentais, entre outras, lembre-se de sua Gestão de Conhecimento. E a inteligência emocional é uma de suas ferramentas. E resiliência, também! E, então, sejamos mais, na boa, haitianos e talvez menos vikings! E com licença para a paráfrase Gilbertiana Gil, porque “o Haiti pode ser aqui”, não pode? E resiliência e sucesso sempre!
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ciência
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Partícula de quem? Conheça a razão pela qual há quem insista em trocar Higgs por Deus por Dulcidio Braz Jr.
Desde que começou a operar, em setembro de 2008, o LHC – Large Hadron Collider, que pertence ao CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), com sede em Genebra (Suíça), vem chamando a atenção da mídia especializada ou não em Ciência. E é fácil entender a razão desta enorme popularidade: este acelerador/colisor de prótons e íons, o maior e mais complexo experimento científico já construído pelo homem, prometia choques com energia recorde, nunca antes alcançada, e capaz de nos revelar alguns segredos íntimos da matéria. Aceleradores são como microscópios que espiam as profundezas do átomo. Eles não veem, mas detectam partículas usando diversas técnicas. E, quanto mais energia, mais “fundo” nas entranhas da matéria podem ir. A mais esperada tarefa do LHC, dentre muitas outras, era a de comprovar a existência do Bóson de Higgs, a partícula subatômica que muita gente ainda Foto: Alan Walker / Universidade de Edimburgo
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insiste em chamar de “Partícula de Deus”. Não gosto deste termo e só o reproduzo aqui para explicar a sua origem equivocada. Leon M. Lederman, laureado em 1988 com o Nobel de Física, publicou em 1993 um livro (ainda sem tradução para o português) cujo título original era The Goddamn Particle (A Partícula Maldita), que contava a história da Física de Partículas para leigos com ênfase na partícula de Higgs. O editor achou que o nome não era bom e, pensando em turbinar a venda da obra, sugeriu que o título fosse trocado por The God Particle (A Partícula de Deus). E assim foi
Importância - O Bóson de Higgs é peça fundamental para explicar a razão pela qual todas as outras partículas subatômicas têm massa. Em outras palavras, ele nos revela o segredo de onde vem a massa do Universo onde vivemos. É a última partícula a ser confirmada de um total de 61previstas no quebra-cabeças do Modelo Padrão de Partículas Elementares que explica como as partículas interagem para formar a matéria. Na foto, Peter Higgs no túnel do LHC - Grande Colisor de Hadrons, no CERN em Genebra, Suíça.
feito. Estava armada a confusão e uma avalanche de desinformação. A coisa vai tão longe que já me perguntaram se os cientistas do LHC estão tentando provar a existência de Deus! Nada a ver! A Ciência se baseia em experimentos rigorosos e universais. A Religião está ancorada na fé ou, no máximo, em experiências pessoais, que não podem ser compartilhadas de forma universal. Ciência e Religião são coisas diferentes, com propósitos diferentes. Uma não invalida e nem confirma a outra. Coexistem e têm, cada qual, a sua importância para as pessoas. No entanto, o uso da palavra Deus soou desrespeitoso para alguns religiosos que não gostaram nem um pouco. Enquanto isso, a mídia sensacionalista, que não quer informar e só pretende vender mais em cima de polêmicas
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baratas, aproveitou-se para criar manchetes dúbias. Lamentável sob todos os aspectos e uma perda tanto para a Ciência quanto para a Religião. Por que Bóson de Higgs? – Peter Higgs, físico britânico ainda vivo, sugeriu em 1964 uma partícula, um bóson, que posteriormente levou o seu nome. Falando de uma forma simples, sem muito requinte teórico, esta partícula estaria ligada a um campo universal e onipresente que, ao interagir com as outras diversas partículas subatômicas, poderia lhes conferir massa. Assim, uma partícula com interação nula com o campo de Higgs não teria massa enquanto outra partícula com forte interação com este campo teria massa significativamente maior. Esse mecanismo consegue justificar a enorme e estranha discrepância entre as massas
das subpartículas atômicas já detectadas e cientificamente confirmadas. Achou abstrato? Também acho. Afinal, como não vivemos neste mundo subatômico, nada disso nos é familiar. Mas todos temos uma massa macroscopicamente mensurável através de balanças, pois somos feitos de átomos que por sua vez são constituídos de subpartículas que “ganharam” massa por este mecanismo peculiar. A ideia de Higgs foi bem aceita pela comunidade científica e passou a fazer parte do modelo teórico conhecido como “Modelo Padrão das Partículas Elementares” (ou Standard Model). A partir de então, físicos experimentais de partículas buscam por esta peça fundamental no contexto do modelo. Praticamente comprovado – No último dia 4 de julho de 2012, cientistas
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do CERN divulgaram resultados que confirmaram a descoberta de um novo bóson que tem características compatíveis com o que se esperava da partícula de Higgs. O resultado tem certeza estatística de mais de 99,9%. Como a Ciência não se baseia na fé, mas em experimentos universais muito bem controlados, por excesso de zelo, os cientistas do CERN ainda não confirmam que acharam o Bóson de Higgs. Mas tudo indica que a caçada de quase cinco décadas terminou. Tanto que Peter Higgs, que mora na Escócia, estava presente em Genebra (Suíça), no pronunciamento oficial do CERN, e se emocionou com o resultado divulgado. Se confirmado este novo bóson, Peter Higgs será, certamente, laureado com o Nobel de Física. Vamos aguardar o que já é quase certo.
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Sanjoanense recebe prêmio de Higgs Flavia de Almeida Dias é sanjoanense e, atualmente, faz doutorado pelo IFT – Instituto de Física Teórica da UNESP e é pesquisadora do SPRACE – Centro de Pesquisa e Análise de São Paulo. Ela participou em agosto de 2012 do 69th Scottish Universities Summer School in Physics, na Escócia, onde apresentou um trabalho de pesquisa original, que foi julgado por uma comissão de especialistas muito importantes na área de Física de Partículas, dentre eles Peter Higgs, do qual a jovem recebeu, no último dia 22 de agosto, um prêmio pela qualidade dos estudos e da apresentação. “Fiquei muito honrada em ter sido escolhida para o prêmio de melhor trabalho em física experimental apresentado na escola, devido à ótima qualidade de todos os trabalhos expostos”, disse Flávia, que completou. “O reconhecimento mostra que a qualidade da pesquisa que fazemos no SPRACE é competitiva com instituições cuja excelência é reconhecida internacionalmente”.
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economia
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A evolução da carga tributária no Brasil Em um aumento contínuo, cada vez mais a sociedade transfere recursos para o setor público por Gilberto Brandão Marcon
O assunto é novamente a carga tributária, que pode ser entendida como o percentual total que o governo transfere da sociedade para os seus cofres. Trata-se da somatória da tributação incidente sobre a renda do trabalho, tais como salários e honorários, em torno dos quais recai o IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) e o INSS, associado à previdência e saúde, assim como as contribuições sindicais; trata-se de recolhimentos diretos sobre a renda. Entretanto, não é só isso; além do cidadão já ter parte de sua renda destinada a este fim, irá, no momento que for consumi-la novamente, pagar sobre o consumo através dos denominados impostos indiretos, ou seja, quando o consumidor paga por um produto ou serviço, no seu preço estarão incluídas parcelas referentes a vários recolhimentos. São os denominados impostos indiretos, identificados por siglas tais como: PIS, COFINS, Contribuição Social, IRPJ, IPI, ICMS e ISSQN. Mas ainda não sendo suficientes para o governo, após deixar um tanto no ganho da renda, outro tanto no consu-
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mo e conseguir poupar o suficiente ou tomar um financiamento para constituir seu patrimônio, o cidadão também continuará a pagar tributos sobre ele: tem imóvel urbano, o IPTU; tem imóvel rural, o ITR; tem automóvel, paga o IPVA. Além disso, acresçam-se o ITCMD e o ITBI. Também paga taxas inerentes às eventuais transferências patrimoniais. Isto não sendo suficiente, paga, conforme o lugar, algumas taxas extras, tais como a de coleta de lixo, taxa para a limpeza pública, taxa para emitir documentos, taxa para manter aberta qualquer tipo de atividade – o tal alvará – e somem-se a isto, eventualmente, contribuições para iluminação pública. Ou seja, de modo conclusivo, podemos dizer que a carga tributária será um percentual onde o total de recursos transferidos para o governo é dividido pelo total de riquezas produzidas no país no mesmo período identificado pelo PIB (Produto Interno Bruto); o resultante de tal divisão será o percentual da carga tributária. Escalada - O que ocorre é que a tal carga tributária vem apresentando, ao longo das últimas décadas, um aumen-
to contínuo, ou seja, cada vez mais a sociedade transfere recursos para o setor público. Para se ter ideia, a partir de informações fornecidas pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), ao longo do governo José Sarney a carga flutuou de 20% até 22,66%, o que transposto para os dias do ano, tomando o ano de 365 dias, significaria que se trabalhou de 73 a 82 dias no período para arcar com a transferência de recursos ao governo, ou seja, algo entre 2,5 meses a aproximadamente pouco menos de 3 meses. Dito de outra forma: concentrando o pagamento, até o mês março se trabalharia meramente para arcar com a carga tributária. A partir do Governo Collor-Itamar, temos um aumento da carga que flutua entre o mínimo de >
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24,66% até o máximo de 29,86% , ou seja, mínimo de 90 dias e máximo de 109. Agora o mínimo é de três meses, e já avançam meados de abril os dias trabalhados para sustentar o Estado. No primeiro governo FHC, a carga praticamente se estabiliza no pico do período anterior, o mínimo é 27,40% e o máximo de 29,04%, ou seja, entre 100 a 107 dias; porém, em seu segundo mandato, vai estabelecer um crescimento progressivo, iniciando com 31,51% em 1999 e terminando em 36,44% em 2002, quantificados em dias de 115 dias para 133, ou seja, do final de abril para abocanhar recursos inerentes até meados de maio. Trabalhistas no poder - Iniciado o governo Lula, a expansão desacelerou-se, mas continuou a acontecer. Assim,
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a partir em 2003 é de 135 dias, com 36,99%, e terminou seu primeiro mandato com 39,73%, portanto 145 dias, ou seja, de meados de maio para última semana desse mês. Já em seu segundo mandato, a partir de 2007, inicia-se com um pequeno crescimento e parece se estabilizar em torno 40 a 40,5%, o que implica dizer que aproximadamente cinco meses de carga tributária. Eleita Dilma em 2011, parece agora manter-se constante num patamar, bastante alto, porém, com uma tendência ainda de pequeno aumento. Panorama - De modo geral, o que vemos foi que se considerarmos os anos 1970 que, segundo o IBPT, tiveram uma média de 76 dias correspondendo à carga, que ainda apre-
sentou valores aproximados nos anos 1980. Foi um profundo acréscimo, já que hoje nos aproximamos dos 150 dias, e por muito pouco, não podemos dizer que a carga tributária dobrou, ou dito de outra forma que antes pagávamos em torno de 2,5 meses de carga, mas passamos a recolher praticamente 5 meses. A pergunta que se faz é a seguinte: já que aumentou o seu custo, como tem sido a retribuição do Estado, através do governo, em benefícios tais como educação, saúde, transportes e segurança? Algo é certo, a qualidade destes não melhorou, o que dirá ter dobrado. Seja lá como for, tivesse se mantido a mesma qualidade, se poderia dizer que dobrou de preço, se piorou, a situação é mais dramática, subiu mais do que o dobro.
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A Revolução de 1932 A vida se renova; e a história se completa... por Clineida Jacomini
Sobre esse importante movimento de teimosos, cívicos e idealistas brasileiros de São Paulo ouvi na rádio local, dia 9 de julho p.p.: “Perdemos a guerra, mas ganhamos um feriado!” Esse tom jocoso, ainda que verdadeiro, não condiz com todo o triste episódio que marcou a nossa região. Escrevi há tempos (e saiu num jornal chamado Revolução 1932, editado pelo também idealista Francisco Varanda) essa crônica que, por ser histórica e verdadeira, tomo a liberdade de transcrevê-la nessa revista. Tenho que escrever sobre a Revolução de 1932, tema predileto de Francisco Varanda. Porque minha mãe viveu essa epopéia e quer que eu a retrate; pelo que conheço de ouvir falar; especialmente por esse feriado tão atípico, porquanto é só nosso, dos paulistas.
Nasci em 1945, mas sempre ouvia histórias, pitorescas umas; tristes outras, sobre a insurreição dos paulistas que queriam porque queriam uma Constituição, por verem desrespeitados seus direitos de cidadãos livres. Em maio, dia 23, morreram na Praça da República, em São Paulo, quatro jovens: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, MMDC, que reivindicaram isso. Deflagrada a Revolução, a Fazenda Bela Vista, de minha avó, ficou bem no meio do fogo cruzado entre paulistas e mineiros. Com medo, justificado, minha avó largou tudo para trás e foi se refugiar em sua outra propriedade, Fazenda Santa Teresa, na hoje famosa Serra da Paulista (minha eterna dúvida: tem esse “da” ou não?). Ela sofreu muito com medo dos soldados que tinham fama de arruaceiros, baixos e ruins. Então, olhando uma cruz que ali havia, coberta pelas flores roxas de São Miguel, lembrou-se de Cristo, foi se acalmando, mas no começo não saia do quarto de tanto pavor.
Foto: Reprodução Internet
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Quando voltou para a Prata, passado o conflito, não achou uma coberta, das centenas que tinha, feitas no tear, com lã pura. Meu pai ficou sem uma troca de roupa. Teve que comprar às pressas tudo de novo. Galinhas, porcos, jóias, enfeites, louças, talheres... tudo foi levado. Meu pai contava – rindo muito – que os mineiros, gente simples da roça, dos fundões das Gerais, nunca tinham visto privada. Ao depararem com aquela providencial “pia”, com cordinha para puxar, lavavam o rosto e até bebiam daquela água limpinha. Quando eu era menina, logo que chegava na Bela Vista, ia ver uma bala que ficara encravada no guarda-comida de minha avó. Agora só ficou o buraco, mas ele ainda ali está. Uns soldados ficavam aquartelados no Sertãozinho, (altos da Prata); os outros, na estaçãozinha aqui em frente de casa, no Tajá. Meu tio Samuel,
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que servia o exército à época, contava que entre Grama e Sapecado, hoje Divinolândia, se travaram diversas batalhas e a artimanha usada pelos paulistas, a pé de munição, tendo somente ânimo e coragem, era a de usar matracas, dessas que eram usadas na igreja, uma tabuinha com ferrinhos que, virada, fazia o som de uma metralhadora, para fingir que tinham esse tipo de arma. Isso funcionou várias vezes. Minha outra avó, Elisa, morava em Cascavel, hoje Aguaí. Não quis sair dali, mas, zelosa, mandou suas filhas moças para o sítio dos Nazários. Dizia sempre que tinha sido muito bem tratada pelos soldados que lhe deram bolachas, doces etc. Sua filha mais velha, já casada, minha esperta e eficiente tia Augusta, morando na fazenda São João de Cima, entre Grama e Poços, também se viu envolvida entre as duas forças.
Destemida e obstinada em não perder o que tinha sido tão difícil de ganhar, guardou tudo, mas tudo mesmo, debaixo do assoalho. Retirou as tábuas e foi pondo roupas, louças, calçados, mantimentos, cobertores... Os porcos, aves, vacas, bezerros... amoitou-os todos, no fundo do mangueiro, num lugar de difícil acesso. Ela mesma, seu marido Neca, filhos, parentes e vizinhos, por lá se esconderam também, até que o pior passasse. Quando os soldados chegaram, não encontraram nada e, por isso, também não levaram nada do que era dela. Por que escrevo isso? Para contar às novas gerações o que foi passado, mesmo que eu não tenho vivido nessa época; para mostrar que há atitudes e atitudes; que uma ação gera uma reação; que os pontos de vista diferem uns dos outros e que tudo é válido para se tirar lições de vida para a vida.
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Eu bem sei que te chamam Pititica linda criança que encanta ao seu jeito de ser... Moda infantil: Maria Pititica - (19) 3633-5963 Calçados infantis: Cada Passinho - (19) 3631-2755 Cia do Esporte Kids - (19) 3635-2036 Modelos: Miguel Quebradas Santos Pereira Felipe Mazetto Pella Peres Maria Luiza A. Mafra de Andrade Lorena Zanetti Figueiredo Costa Valentina Zanetti Figueiredo Costa Produção de moda: Fabiano Barbosa e Patricia Rehder Cabelo e maquiagem: Fabiano Barbosa Fotos: Fabiano Barbosa Locação: Condomínio Lago do Prata Agradecimentos: Bruna Zanetti
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Valentina veste vestido de algodão rosa. Maria Luisa veste jardineira de algodão estampado. Lorena veste vestido de algodão azul – Maria Pititica Sapatilha rosa Toke, sapatilha nude Pampili e sandália Pampili - Cada Passinho
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Miguel veste short peixe de algodão e camiseta de aplicação peixe. Felipe veste short listrado e camiseta de aplicação balão – Maria Pititica All Star branco e tenis Nike - Cia do Esporte Kids
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Macacões com aplicação – Maria Pititica Sapatilha rosa Pampili, sapatilha Pampili e sandália branca Pampili - Cada Passinho
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Maria Luiza veste maiô em algodão estampado. Lorena veste biquini estampado. Valentina veste maiô em algodão listrado – Maria Pititica
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agito
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seu bolso
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Não me planejei, e agora? Fique atento: a inadimplência pode ser uma dor de cabeça para você Parece estranho dizer isso, mas muita gente que está com o “nome sujo na praça” não o fez de propósito. Embora exista um mito de que quando falamos de inadimplência estamos falando de consumidores mal intencionados, isso não corresponde à verdade. Segundo o temido SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, mais da metade das pessoas que foram inclusas no sistema só deixaram de pagar suas contas devido à perda do emprego ou problemas graves de saúde na família. “Existe uma mistificação de que todo o devedor é mau pagador. Claro que são casos e casos, mas é sempre importante lembrar que por trás de uma dívida que não foi paga pode existir um problema familiar maior, que levou o consumidor
Meu nome já está sujo
não pagas, títulos protestados e cheques sem fundos. Esses dados são públicos e usados constantemente por todo o mercado na hora de concessão de algum financiamento. Dessa maneira, as empresas que acessam os bancos de dados se protegem dos devedores que não pagaram as dívidas no prazo combinado.
Restrições - O consumidor inadimplente passa por uma série de problemas, isso porque as informações sobre devedores são reunidas em diversos cadastros. O maior deles é o SCPC, que possui informações sobre mais de 350 milhões de consumidores. As informações desses bancos de dados sobre o crédito incluem dívidas
Dicas - Como você percebeu o fato de estar com o nome incluído no cadastro pode trazer dificuldades e barreiras. Pensando nisso, a Revista Atua preparou um guia básico para orientar você sobre como evitar ou contornar a inadimplência. Nas próximas páginas, conheça dicas simples, que podem ajudar a encontrar a saida dessa situação.
Só tem um jeito de retirar o seu nome do banco de dados ou lista de devedores: pagando a dívida. Por isso, a primeira providência é procurar o credor – empresa, loja, banco, supermercado – para pagar ou negociar a dívida em outras condições. Você também pode procurar a Associação Comercial e através do Serviço de Reabilitação de Crédito negociar sua dívida, eliminando juros e combinando prazos para baixar a prestação, tudo com o objetivo de facilitar o pagamento. Esse é o meio mais prático e o que gera menos dor de cabeça para ambas as partes. Portanto, existe nessa etapa uma grande chance de resolver o caso definitivamente e da forma mais simples. Não deixe escapar essa possibilidade. Depois de paga ou renegociada a dívida, a empresa irá providenciar a retirada do nome do inadimplente do SCPC em até sete dias úteis. Se a renegociação for feita na Associação Comercial, seu nome é limpo automaticamente. Para buscar mais informações sobre como limpar seu nome, entre em contato com a Associação Comercial, através do telefone (19) 3634-4300. Ilustração: Boa Vista Serviços
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à inadimplência”, explica Anselmo Moreira, gerente da Associação Comercial de São João da Boa Vista. Ele explica ainda que, além do desemprego e de gastos imprevistos, muitos deixam de pagar suas contas por causa de coisas simples, como a falta de organização de gastos e o não planejamento do orçamento familiar.
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Ilustrações: Boa Vista Serviços
Faltou dinheiro
Para evitar
Quando você vê que o mês ficou maior que o salário, seja prático: escolha bem o que pagar. Comece pelas contas que têm as maiores multas, taxas de juros e/ ou aquelas em que o atraso possa causar transtornos para sua família, como, por exemplo, a conta de energia elétrica. Existem dois tipos básicos de despesas: as fixas, como aluguel, mensalidade escolar, luz; e variáveis, que normalmente referentes a créditos como o cheque especial, carnês de financiamento e fatura de cartões. Normalmente, essa segunda categoria são as que possuem maiores taxa de juros e multas em caso de atraso. Por isso, elas devem estar no topo da prioridade de pagamento. Se não for possível pagar o valor todo, negocie, evitando a chamada “bola de neve” criada por um atraso atrás do outro.
Entender a movimentação do seu dinheiro é o primeiro cuidado que você precisa tomar para não se endividar. Para saber como organizar o seu orçamento e se planejar, você precisa anotar o quanto ganha e o quanto gasta. Existem várias maneiras de fazer isso e o importante é não deixar para depois. Só assim você consegue prever situações inesperadas, entender para onde está indo seu dinheiro e, dessa forma, você terá mais controle sobre ele. Imprevistos acontecem, mas o mais importante é estar preparado para eles. A família toda precisa estar unida para conseguir colocar tudo que entra e tudo que sai no papel.
Entidades se mobilizam para reduzir a inadimplência Várias instituições financeiras têm realizado ações visando à educação e orientação do consumidor. Em nossa cidade, a Associação Comercial realiza um trabalho diferente, buscando negociar as dívidas dos inadimplentes, tudo para que ele possa limpar seu nome. A filosofia da entidade é mostrar ao consumidor que aquele que cuida do seu nome ganha muito: é reconhecido como um bom cliente nas lojas e pode ter acesso a melhores parcelamentos e empréstimos, realiza seus sonhos e vive mais tranquilo. E esse trabalho já esta colhendo resultados positivos: em menos de cinco meses dessa ação, já foram recuperados mais de R$ 60 mil em dívidas no comércio local. Ilustração: Reprodução Boa Vista Serviços
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Maria Eduarda veste Le Lis Petit para Boutique Chiquita Sapatilha Pampili - Cada Passinho
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Debaixo dos
caracóis
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Moda infantil: Chiquita - (19) 3623-3535 Calçados infantis: Cada Passinho - (19) 3631-2755 Modelo: Maria Eduarda Mourão Galvani
Produção de moda: Fabiano Barbosa e Patricia Rehder Cabelo e maquiagem: Fabiano Barbosa Fotos: Fabiano Barbosa Locação: Estação Ferroviária de São João da Boa Vista Agradecimentos: Raphael de P. Medeiros e Departamento de Cultura
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Maria Eduarda veste Le Lis Petit para Boutique Chiquita TĂŞnis Pampili - Cada Passinho
Maria Eduarda veste saia John John Kids e Le Lis Petit para Boutique Chiquita Tiara - Cada Passinho
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Maria Eduarda veste Le Lis Petit para Boutique Chiquita Rasteira OrtopĂŠ - Cada Passinho
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tecnologia
Seus arquivos nas nuvens Hoje, é possível acessar arquivos e executar tarefas pela internet, em qualquer lugar por Alexandre Pelegrino
Para se entender melhor o que é esta tecnologia em uma linguagem que todos possam compreender, o armazenamento de arquivos em nuvens é como se fosse um HD virtual que funciona através da internet, mas não é necessária instalação de nenhum programa para acessá-lo. O termo “computação nas nuvens” é a possibilidade de acessar arquivos e executar distintas tarefas pela internet. Quer dizer, você não precisa instalar aplicativos no seu computador para tudo, pois pode acessar diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que os dados não se encontram em um computador particular, mas sim em uma rede. Foto: Reprodução Internet
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Quando conectado ao serviço online, é possível curtir suas ferramentas e salvar todo o trabalho que for feito e acessá-lo depois de qualquer lugar. E é justamente por isso que seu computador estará nas nuvens, pois você poderá acessar seus dados a partir de qualquer computador que tenha acesso à internet. Por isso, saber quais serviços são gratuitos e quais apresentam maior espaço disponível é essencial, sobretudo, porque nem sempre é fácil encontrar bons serviços e aplicativos estáveis. Disponibilizamos alguns aplicativos para sua escolha e qual deles pode suprir suas necessidades: Dropobox, Google Drive, Cloud Drive, GMail Drive, Ubuntu One, Cloud Experience, 4Shared, ADrive, Windows Live
SkyDrive, SugarSync, MP3Tunes, Gladinet Cloud Desktop, DivShare, Cubby beta, SteekR, Mozy Remote Backup FlipDrive, MediaFire e Box. Vantagens e desvantagens – A sugestão de HD virtual evoluiu para uma CPU virtual. Além de apresentar um ambiente para armazenar os arquivos, é possível abrir diversos formatos, editar os documentos mesmo sem os softwares que os criaram, compartilhar o arquivo entre computadores, tablets e smartphones e mandar o link do arquivo por e-mail em vez de enviar um anexo. Como pode perceber, as vantagens que são proporcionadas pela computação em nuvens são variadas. Uma delas, talvez a mais importante para a maior parte das pessoas, é a não necessidade de ter uma máquina potente, uma vez que tudo é executado em servidores remotos. Outro benefício é a possibilidade de acessar dados, arquivos e aplicativos a partir de qualquer lugar. Basta uma conexão com a internet. No entanto, tudo tem seus contras. O armazenamento nas nuvens ainda gera muitos receios, principalmente no que se refere à segurança, pois muitas pessoas não se sentem à vontade para armazenar dados com algum grau de sigilo e relevância. A proposta é manter informações importantes em um ambiente virtual e que não há dúvidas de que a computação em nuvens é uma realidade cada vez mais sólida.
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dicas
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por Hélinho Fonseca
Num período em que ocorreram bons lançamentos, nossas dicas procuram ser bem variadas e diversificadas, visando sempre agradar o maior número de leitores da Revista Atua. Todas as dicas de DVDs também podem ser encontradas em CDs. E-mails com sugestões e críticas serão sempre bem vindos a esta coluna.
Filme / Música - DVD
Diogo Nogueira Ao Vivo em Cuba
Música - CD
A. A. A. - Arnaldo Antunes Acústico
Erasmo Carlos - 50 Anos de Estrada
A soma e o resto A Soma e o Resto - Um Olhar Sobre a Vida aos 80 Anos é uma oportunidade para o leitor conhecer a visão de Fernando Henrique Cardoso sobre as incríveis mudanças pelas quais passam o Brasil e o mundo.
Marisa Monte - O que você quer saber de verdade
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Civilização Brasileira - 196 Págs.
Rita Lee - Reza
Cristianismo na mira
Zezé di Camargo e Luciano 20 Anos de Sucesso
Tony Bennett - Duets II
A trama de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada parte de um acontecimento perfeitamente documentado no fim do século XIX. Um padre no sul da França descobre nas fundações de uma igreja documentos contendo as revelações sobre a figura de Cristo. BAIGNET, LEIGH e H. LINCOLN Ed. Nova Fronteira - 410 Págs.
Um olhar sobre a vida O blog da sanjoanense Stefani Costa reune um acervo de textos escritos por essa jovem escritora. Segundo a definição dela, “os meus textos são vozes de memórias vividas na realidade ou dentro da minha própria ilusão. A intenção não é criticar, e sim apenas observar o que está ao redor de mim”. Dê uma lida com calma: www.asmaosdojoalheiro.wordpress.com 120
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curioso
A fuga de Adolf Hitler Não há evidências sólidas de sua morte, o que pode apontar para uma possível fuga A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito militar que o mundo já presenciou. A guerra, que começou com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, se espalhou e envolveu quase 100 países e cerca de 30 milhões de soldados, que lutaram desde os desertos africanos às frias costas da Noruega; das praias francesas, até as densas florestas tropicais do Oceano Pacífico. Seu saldo foi amargo: quase 50 milhões de pessoas morreram, em pouco mais de seis anos de conflito. Em abril de 1945, com Berlim cercada e ocupada por tropas russas, um dos principais líderes do conflito, Adolf Hitler, o então führer (que significa algo como guia) da Alemanha nazista, cometeu suicídio junto com sua amante, Eva Braun, dentro de um bunker
(um abrigo subterrâneo à prova de bombas) que existia abaixo de um dos prédios da chancelaria. O corpo foi então queimado e encontrado por tropas russas. Dias depois, a Alemanha se renderia às nações aliadas. O que muita gente não sabe sobre essa versão oficial é que ela é repleta de furos e inconsistências. O principal deles é que nunca houve confirmação positiva do corpo encontrado, sendo - talvez você fique perplexo ao saber - possível que o maior criminoso de guerra que o mundo já viu tenha vivido tranquilamente até os 73 anos, nas cercanias de San Carlos de Bariloche, na Argentina.
Escape of Adolf Hitler (Lobo Branco: A Fuga de Adolf Hitler - tradução literal), a forma que conhecemos a história está intencionalmente errada. Após consultar inúmeros documentos e fontes, os autores afirmam que Hitler fugiu da Alemanha poucos dias antes da queda de Berlim, à bordo de um comboio de submarinos, com destino à Argentina, que na época era “um enclave fascista e pró-nazista”, que abrigou também Adolf Eichmann, Erich Priebke e Joseph Mengele, notórios criminosos de guerra. Mas existem argumentos para sustentar as afirmações de que o führer tenha fugido?
Ocultação – Para os escritores britânicos Gerrard Williams e Simon Dunstan, autores do livro Grey Wolf: The
Evidências – Menos de 24 horas após a ocupação de Berlim, o exército russo vasculhou toda a região do bunker e analisou os restos humanos encontrados na busca pelo führer e de outros
Queda - Ao lado, imagem do que restou da chancelaria do Reich, após a tomada de Berlim pelas forças russas. Abaixo, Adolf Hitler e Eva Braun, que teriam fugido e forjado o suicídio para fugir da captura por forças aliadas.
Fotos: Reprodução Internet
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oficiais nazistas que teriam se suicidado. Curiosamente eles declararam não terem encontrado nenhum cadáver do ditador alemão. Horas mais tarde, Josef Stalin líder da União Soviética, denunciou ao mundo que Hitler havia conseguido fugir. O próprio estado alemão só considerou Hitler como morto quase 11 anos depois, em 1956, por presunção de falecimento. Ou seja, legalmente para a Alemanha Hitler estava vivo depois de 1945. E não só vivo – não era um homem condenado pela Justiça; não havia ordem de captura emitida, nem processo judicial. Ao mesmo tempo, os serviços de inteligência britânico e americano forneceram informações sobre ligações da Argentina com os nazistas. Alguns deles chegam a mencionar a possibilidade da fuga de Hitler para aquele país e divulgaram fotos com montagens de possíveis visuais que o führer poderia ter adotado. Em 1957, o governo russo deu uma súbita guinada e afirmou que possuía a única evidência física da morte de Hitler no abrigo de Berlim. Era um fragmento de crânio com um bura-
co de bala, que foi exposto no museu da guerra por mais de 50 anos, que acabava com as especulações sobre a suposta fuga. Neste mesmo ano a CIA – agência americana de inteligência – recebeu relatórios que faziam referência a um encontro realizado na Colômbia entre Phillip Citroen e um homem que lembrava muito Adolf Hitler, que chegou a ser chamando de der führer pelos presentes. A especulação sobre a possível fuga de Hitler saiu dos círculos de inteligência e veio a público somente em 2009, quando um grupo de pesquisadores da Universidade de Connecticut teve acesso ao crânio e realizou testes de DNA, comprovando que a única prova da morte era falsa. Controvérsias – É importante lembrar que toda a história que conhecemos sobre a morte de Hitler e Eva Braun se baseia em um relatório feito com depoimentos orais de oficiais alemães, colhidos pelo historiador britânico Hugh Trevor Roper, que cinco meses depois publicou o livro Last Days of Hitler a pedido do serviço secreto britânico. Muitos pesquisadores questionam a validade desses depoimentos, apon-
tando inconsistências de datas e locais, com até meses de diferença. As dúvidas só aumentam quando se soma a falta de evidências sobre a presença do führer em Berlim nos últimos dias. Não há filmes, nem fotos ou registros de sua voz, não há corpo, não há nada. O escritor italiano Carlos di Napoli e o jornalista argentino Juan Salinas consideram essa ausência de provas como uma evidência circunstancial de que Hitler talvez não estivesse em Berlim durante a queda do Reich, mas sim em Berchtesgaden, nos Alpes da Baviera. Sunrise – Berchtesgaden é uma pequena cidade no sul da Alemanha onde Hitler possuía uma casa de campo, apelidada de “o ninho da águia”. Nessa região também existia um grande complexo de bunkers e fortalezas, muito bem guardado por tropas da SS. Segundo di Napoli, de lá Hitler comandava o exército nazista que já se encontrava em trapos. Paralelamente, acontecia a Operação Sunrise, uma série de negociações secretas entre altos membros do partido, oficiais da inteligência aliada e a Cruz Vermelha, visando a rendição da Alemanha. Fuga – Para Di Napoli, Adolf Hitler então fugiu de Berchtesgaden em di-
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Documentos - O FBI divulgou dezenas de páginas de relatórios que fazem referência a rumores sobre submarinos e a presença de altos oficiais nazistas na Argentina nos anos seguintes à II Guerra. Todos estão disponíveis para consulta no website vault.fbi.gov/adolf-hitler Muitos delas estão completamente pintadas de preto, a fim de ocultar informações e nomes considerados - ainda - secretos.
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Foto: Reproduçao /Uboat.net
Rendição - Na foto, U-977 que sob o comando de Heinz Schaeffere, se rendeu a base naval argentina de Mar del Plata, em 17 de Agosto de 1945. Atribui-se a um submarino semelhante, o U-530, o torpedeamento em 4 de julho, dois meses após a rendição alemã, do cruzador brasileiro Bahia. Documentos dos serviços de inteligência americano fizeram várias referências a submarinos que teriam aportado em regiões pouco povoadas da Patagonia.
reção a uma base de submarinos na Noruega, e de lá para a Argentina. Essa versão da fuga encontra respaldo em diversos fatos. Os principais são memorandos da inteligência soviética, que afirmavam que líderes nazistas tentariam escapar a bordo de submarinos partido de portos noruegueses. Essa história se confirma com a deserção do submarino alemão U-977, que se rendeu na base naval argentina de Mar Del Plata. Somam-se também os relatos de habitantes de localidades no sul da Patagônia, Miramar e Mar del Sur, que informaram que submarinos aportaram na costa, onde sua tripulação teria desembarcado e, posteriormente, afundado os barcos.
Nessa fuga, teriam sido torpedeados por outros submarinos alemães uma corveta norte-americana e o cruzador brasileiro Bahia, deixando 336 mortos e deflagrando a maior tragédia naval brasileira. No entanto, contra todas as evidências, ambos os casos foram tratados como acidentes. No caso do Bahia, a causa do naufrágio é atribuída há uma falha de seus tripulantes, mas os Estados Unidos seguem sem reconhecer essa versão, considerando, inclusive, que os quatro rádio-operadores americanos abordo do cruzador foram os últimos norte-americanos mortos pelos nazistas. Conclusão – Embora sua morte seja plausível e existam muitas provas cir-
cunstanciais que podem apontar para uma fuga e, até para conivência dos Estados Unidos e da Inglaterra, nada se sabe ao certo sobre o destino de Hitler. Também nada se sabe sobre a identidade dos dirigentes nazistas desembarcados em costas patagônicas. Nem o destino das vastas transferências de dinheiro para a Argentina em forma de ouro ou ações de empresas criadas pouco antes da guerra terminar. Ainda que com as informações disponíveis não pareça sensato acreditar que Hitler e seus próximos tenham podido viajar naqueles nos submarinos, ninguém sabe o quê ou quem desembarcou nas praias de Miramar ou Mar del Sur. E são justamente essas dúvidas e as muitas brechas e erros na história oficial que mantém vivo o mito da fuga de Adolf Hitler para a America do Sul. A
Jornais - A imprensa deu grande repercussão ao afundamento do Bahia. Declarações informais colhidas por diversos jornais junto a oficiais da Marinha difundiram a história do torpedeamento, que foi negada posteriormente de forma oficial.
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cinema
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Procurando Nemo Filme em desenho animado, que encantou crianças e adultos, volta às telonas em 3D por Franco Junior
De volta à caçada! Essa é a sensação que os fãs do famoso, pequeno e atrapalhado peixe-palhaço, Nemo, terão. Isso porque o filme, que foi sucesso de bilheterias em 2003, está de volta às telonas no mês de outubro. O longa teve produção da Pixar Animation Studios, estúdio famoso também pelo desenvolvimento de animações como “Toy Story” (1995, 1999 e 2010), “Carros” (2006 e 2011), “Monstros S.A.” (2001), “Os Incríveis” (2004), entre outros. Além disso, a distribuição foi da Walt Disney Pictures, que o creditou ainda mais como sucesso. “Procurando Nemo” encantou crianças e adultos. Com isso, conquistou o Oscar de Melhor Longa Metragem Animado em 2004, além de ter sido indicado aos de Trilha Sonora, Edição de Som e Roteiro Original. História – A animação conta a jornada de um peixe-palhaço, super-protetor, chamado Marlin e seu filho Nemo. Os dois acabam separados na Grande Barreira de Coral, quando Nemo é inesperadamente levado para longe de sua casa no oceano e vai parar dentro do aquário do consultório de um dentista. Apoiado pela amizade com Dory, uma gentil, mas desmemoriada peixe blue tang do Pacífico, Marlin embarca em uma perigosa jornada e se vê como o herói de um épico esforço para salvar seu filho, que também arma alguns planos ousados para retornar a salvo para casa. Apesar de ser um desenho, o filme tem um elenco de vozes de primeira. Na versão norte-americana, a dublagem de Nemo foi do ator-mirim Alexander Gould, que além de participações em séries de TV como “Supernatural” e “Law & 128
Foto: Divulgação
Order”, foi responsável por emprestar a voz ao veado “Bambi”, na animação “Bambi II” (2006). Já na brasileira, quem dubla o peixinho-palhaço é Gustavo Pereira, ator que fez participações em diversos filmes da Xuxa e atualmente atua na novela “Avenida Brasil”. Saindo do papel – Um segundo “Procurando Nemo” é estudado pelos produtores da Pixar e, provavelmente, o projeto deve sair do papel e estrear nas telonas em 2016. O que já gera expectativa aos fãs é que a direção será de Andrew Stanton, mesmo diretor do anterior. Com isso, os amantes de “Nemo” podem esperar ansiosos pela nova animação. Enquanto 2016 não chega, o jeito é se deliciar novamente com a primeira aventura do peixe-palhaço, que é dono da segunda maior arrecadação da Pixar – US$ 867 milhões – e assim como já aconteceu com “O Rei Leão” e “A Bela e a Fera”, será relançada em 3D.
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cultura
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Almas mortas, de Gógol Autor desempenhou papel fundamental no desenvolvimento da prosa russa por Francisco de Assis Martins Bezerra
Nikolai Vassílievitch Gógol (18091852) é considerado um dos pais da moderna literatura russa. Dentre os seus contos mais famosos podemos apontar “O nariz”, “Diário de um louco” e “O capote”. Gógol desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da prosa russa a partir do século XIX e influenciou uma geração de escritores russos, o que levou Dostoiévski a dizer a frase que se tornaria célebre: “Todos nós saímos do Capote de Gógol”. Segundo Tchekhov, ao ler o conto “A carruagem”, Gogol era o “maior artista russo”. A obra-prima de Gógol que iremos analisar é Almas Mortas. Ele não chegou a concluir esta novela, mas a mensagem que deixou nela foi tão completa e profunda que chega até nós plenamente atualizada. As grandes catástrofes humanas que se abateriam sobre a Rússia, o deslocamento de grandes massas hu-
História - Gogol é a primeira grande figura do realismo russo. Almas Mortas que, baseando-se num fato real, uma burla que consiste em comprar servos mortos para os hipotecar e obter assim um empréstimo. O livro é uma visão violentamente satírica da Rússia anterior à abolição da escravatura.
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manas das mais variadas etnias pelas suas vastas regiões e a miséria humana em que a servidão não conta, mas apenas serve aos interesses dos burocratas para o seu prestígio e poder, foram claramente denunciadas por ele. Pável Ivánovith Tchítchicov, personagem principal do livro, era um burocrata ambicioso, que percorria as aldeias para comprar almas mortas, ou seja, camponeses e artesãos já falecidos, mas que continuavam constando nas listas oficiais como vivos. Na época, quantas mais almas de servos possuísse um senhor rural, mais poder e riqueza ele ostentava. Era sinal de prestígio, mesmo que a propriedade estivesse em declínio. E Foto: Reprodução Internet
pagava impostos sobre estes servos mesmo estes estando mortos. Assim Tchítchicov, profundo conhecedor da alma humana, comprava dos senhores rurais decadentes estas almas mortas e ia construindo sua própria propriedade rural formada de pessoas que não mais existiam. Mesmo ainda sem possuir terras, ele as compraria mais tarde, pois não tinha pressa, e, assim, no futuro, tornar-se-ia também um grande proprietário rural, um autêntico pomiêchtchiki. Enfim, um senhor respeitável. Sempre que viajamos, em cidades e regiões que visitamos, quantas pessoas interessantes conhecemos. Dos mais variados e imprevisíveis tipos.
Todas com aspirações e sonhos, em busca de realizações que as tornem felizes ou menos tristes. Conhecemos imensos talentos desperdiçados, vivenciamos a prática cotidiana do descaso e da apatia, da aniquilação de valores e a supremacia da aparência e da esperteza. Esta servidão humana que se impõe às vezes silenciosamente e que cala vozes e mata sonhos está tão entre nós que nem a percebemos. As pessoas são transformadas em almas mortas, brilhantes, queridas e até saudosas, mas que aparecem apenas nas estatísticas oficiais. São apenas números. Quantas almas vagueiam pelas estepes da vida, massa de manobras dos pequenos senhores rurais modernos, dos burocratas, dos políticos corruptos, em que o ser humano não conta. Tais quais na antiga Rússia, as in-
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justiças sociais se abatem sobre nós com a mesma intensidade e é preciso um esforço imenso de toda a sociedade para combatê-las. Discursos vazios de responsabilidade social, em sua maioria mais instrumentos de marketing do que de ação efetiva de mudanças, não constroem um novo mundo, socialmente mais justo e com oportunidades para todos. Abismo - As enormes desigualdades existentes entre as diversas regiões do nosso país e a criminosa distribuição de renda que temos exibem os mais variados tipos de servidão impostos às pessoas nos nossos tempos, disfarçados e sutis, e que convivem harmoniosamente conosco em um estado de letargia, de indiferença e de insensibilidade gritantes, aniquilam toda sorte
de tentativa de romper os grilhões que matam sonhos e esperanças. Tais quais servos russos. Esta novela de Gógol nos apresenta o mesmo cenário, as mesmas situações, apenas ambientados na velha Rússia czarista. Aponta para que devemos continuar lutando por mudanças estruturais em nossa sociedade, dando a cada um e à sua maneira a valiosa colaboração, quer seja denunciando injustiças, quer seja contribuindo decisivamente para a melhoria das condições em que vivemos em seu sentido mais amplo. Não podemos nos transformar em uma grande massa de almas mortas. Fazemos parte desta imensa massa humana e nos compete não deixar os Tchítchicov da vida andando impunemente por aí.
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Informe Publicitรกrio
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música
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Qualidade ou banalização na música da noite? Cantores sanjoanenses possuem opiniões diferentes sobre o atual espaço musical Nos últimos anos – e cada vez mais –, bares, lanchonetes, pizzarias e restaurantes de São João da Boa Vista, e de outras cidades da região, estão abrindo espaço para artistas musicais, de todos os estilos, mostrarem seus talentos. Sertanejo universitário, pop-rock, MPB, internacional... há ritmos e locais de todos os tipos e para todos os gostos. Por um lado, é a chance de muita gente boa apresentar a qualidade que tem na voz e no som. Contudo, aqueles que cantam só por “esporte” desvalorizam o trabalho dos verdadeiros profissionais, cobrando cachês a “preço de banana”. Sem contar a falta de qualidade de muitos que aparecem por aí. O cantor pratense Marquinhos Mistura considera o trabalho de cantar na noite como a de um “vendedor de um produto qualquer”, mesmo não se pagando os valores que alguns realmente merecem. “Se seu produto for bom e tiver qualidade, vai vender mais. Assim, o pouco acaba se tornando muito, ou pelo menos suficiente. Mas tem que trabalhar pra melhorar cada dia mais e batalhar na venda”, brinca.
Para Mistura, o crescimento exagerado de músicos e cantores tem um lado positivo. “A concorrência é que faz a gente trabalhar mais e ter um produto melhor para poder vender. Aqueles que param no tempo, que brincam de cantar ou tocar, logo se autoexcluirão do meio”, relata. A cantora Marcela Picinato destaca que sua motivação vem do amor pela música e na alegria que leva às pessoas que procuram por diversão na noite. “Todos têm a chance de mostrar seu trabalho, mas quem decide se você é bom ou não é o público que, muito exigente, reclama quando não gosta e elogia quando merecemos”. Já Flávia Jorge, também cantora, ressalta que a arte em si é o que lhe motiva a estar na noite. “Só quem tem a música correndo nas veias entende a necessidade de estar se expressando dessa forma”. Porém, ela é mais crítica. “Sinto uma banalização da música em São João. Existem os que acham que são músicos e acabam tirando o lugar de muitos que estão há vários anos batalhando por espaço. O que comanda isso é o leilão de cachê, que é muito desleal. Muitas vezes o dono do bar não pensa na qualidade dos que estão no palco, e sim no quanto terá que dispender para pagar”, afirma. O mercado – Marquinhos acredita que o mercado em São João e região está em alta nos dias de hoje, comparando com um tempo não muito distante. “Não havia tantos estabelecimentos com música ao vivo. Como já
Foto: Arquivo pessoal
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Dois pontos - Flavia Jorge (foto ao lado) diz que muitos que se “acham” cantores tiram o lugar daqueles que há anos batalham por espaço; já Marquinhos Mistura (foto da página ao lado) afirma que a concorrência é positiva, o que faz o cantor trabalhar mais para ter um “produto bom para vender”.
Foto: Arquivo pessoal
disse, trabalhando direitinho, sempre haverá espaço”. Marcela também diz que não há o que reclamar. “Querendo, todos podem trabalhar. São João tem muitos bares e restaurantes e o pessoal da cidade gosta de música de qualidade. Tem sido prazeroso trabalhar aqui e na região”, ressalta. Flávia já vê o mercado com outros olhos. “Existe muita gente boa por aí, mas se os músicos se unissem, seria bem melhor do que tratar a noite com concorrência”, comenta. O que motiva – Para Marcela, carisma, alegria e prazer no que faz são adjetivos primordiais neste tipo de trabalho. “Nossa cidade tem espaço para todos os estilos e é bom saber que temos tantos talentos. E quando você trata seu trabalho com carinho e dedicação, o retorno é sempre positivo. É isso que me motiva
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ser cada vez melhor”. Marquinhos Mistura ressalta que amar sua profissão e fazê-la com alegria e determinação, como qualquer outro tipo de trabalho, é o ponto para se dar bem na carreira. “Trabalhando com amor, com certeza o resultado final será sempre satisfatório para quem o fez
e para quem o comprou”. Concluindo, Flávia Jorge salienta o que precisa ter um cantor da noite, além de material e saber cantar. “É preciso paciência, gostar muito do que faz no palco e ter a música como filosofia de vida. Se não for assim, o cantor não passa de um repetidor de canções”, finaliza. A
história
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Sabor perdido na memória São João já teve fábrica e distribuídora de cervejas artesanais, no início do século XX por Ana Lucia Finazzi
No início da Idade Média, a fabricação de cerveja era ainda doméstica e ficava a cargo das mulheres, assim como o pão. Com o domínio da igreja, na época, os monges monopolizaram o mercado, diversificando os tipos de cerveja. Mas a cerveja era também produzida em porões de prefeituras germânicas e, já em fins do período, começaram a surgir as primeiras cervejarias alemãs, com a cerveja alcançando uma produção em escala industrial. No Brasil, a história da cerveja começa no início do século passado, com D. João VI trazendo na bagagem tonéis da bebida, que foi importada até 1888, quando surgiu a primeira fábrica brasileira: a Manufatura de Cerveja Brahma. Dois anos depois viria a Antártica. Hoje, estas empresas fundiram-se para formar a AMBEV (Companhia de Bebidas das Américas).
História - Abaixo, os rótulo da cerveja “Poker”, distribuída pela Companhia Cervejaria Paulista e da Cervejaria Antonio Rubo. Ao fundo, a casa de Daniel Rickhem, que resiste ao tempo. Lá era produzida a cerveja preta “gasosa”.
Cerveja em são joão e região – Na década de 1890, um imigrante alemão, Emílio Weiss, montava em nossa cidade uma indústria de cerveja alemã. No começo do século XX, o também alemão Daniel Rickhem fabricava a cerveja preta, no prédio anexo à sua casa. Além da cerveja, produzia “gasosa”, que envasilhava em garrafas inglesas. A casa ainda existe e fica à rua Saldanha Marinho, nº. 276, tendo sido construída em fins do século XIX, pelo empreiteiro construtor Nicolau Rehder para José Jahnel, serralheiro, formado na Alemanha. Posteriormente foi vendida para Benedito Kull, sogro de Daniel Rickhem. Segundo consta, o médico Dr. Alípio Noronha recomendava a seus pacientes em convalescença que tomassem a cerveja preta do “Seo Daniel”, para recuperarem as energias perdidas. Algum tempo depois, Antônio Rubbo montou uma cervejaria no local, onde hoje está a casa que dá lugar à nova agência do banco Itaú, e que servia São João e região. Muitos anos depois, seu filho, Amadeu Rubbo, trazia para nossa cidade o chopp fornecido pela Companhia Paulista, de Ribeirão Preto. Foi o chopp que contribuiu para que o popular Bar Rubbo ficasse inesquecível para todos os que viveram esta época.
Fotos: Jaime Splettstoser
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empresas
Para facilitar mais sua vida, reunimos aqui a lista das empresas que anunciaram nesta edição, com endereço e telefone, email e website. Com isso, essa página serve como um guia rápido para consulta, para facilitar sua vida!
Agropesca Marcondes Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, 1.520 Fone 19 3633 5093 Água Viva Av. João Osório, 543 – Jd. Bela Vista Av. 13 de Maio, 125 – Jd. Santa Edwirges Fone/fax 19 3631 1329 / 19 3631 0474 Site www.piscinasaguaviva.com.br Alkimia Modas Rua Saldanha Marinho, 505 – Centro Fone 19 3635 1919 Arezzo Av. Dona Gertrudes, 38 – Centro Fone 19 3623 3503 Site www.arezzo.com.br Artesanatos Donni Praça Cel. José Pires, 28 – Centro Fone 19 3623 3109 Auto Beti Rod. SP-342 – S. João / A. da Prata, km 229 Fone 19 3622 3811 Site www.autobeti.com.br Bar do Russo Rua Quatorze de Julho, 741 Vila Conrado Fone 19 3623 2107 Beatriz Salazar Rua 14 de Julho, 328 – Vl. Conrado Fone 19 3056 3810 Boutique Anna Belly Av. Dona Gertrudes, 167 – Centro Fone 19 3631 1353 Buffet Cristal Rua João Pessoa, 222 – Vila Oriental Fone 19 3631 5534 Cada Passinho Rua Benedito Araujo, 155 – Centro Fone 19 3631 2755 Casa das Meias Rua Gabriel Ferreira, 27 – Centro Fone 19 3623 3893 Casa Decore Av. Dr. Oscar Pirajá Martins, 1286 – Jd. Sto. André Fone 19 3635 2350 Caulim Porcelanas Rua Oscar Jason, 138 – Centro Fone 19 3633 2143 Center Luz Av. Durval Nicolau, 523 – Jd. N. São João Fone 19 3633 7978 Chiquita Av. Dona Gertrudes, 72 – Centro Fone 19 3623 3535 Cia do Esporte Av. Dona Gertrudes, 66 – Centro Fone 19 3623 4238 Rua Saldanha Marinho, 465 – Centro Fone 19 3633 1660 Cia do Esporte Kids Av. Dona Gertrudes, 114 – Centro Fone 19 3635 2036
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Coca-Cola www.cocacola.com.br Comercial São João Rua Julio Michelazzo, 15 – N. Sra. De Fátima Fone 19 3622 3489 Dent System Rua Carolina Malheiros, 385 Vila Conrado Fone 19 3633 1826 Site www.dentsystem.com.br Depósito Vanzela Rua Henrique Martarello, 761 – Vila Brasil Fone 19 3633 3022 Site www.depositovanzela.com.br
Kids Buffet Rua Mato Grosso, 440 – V. Fleming Fone 19 3633 4480 Lojas Veneir Rua Santa Maria, 684 – DER Fone 19 3633 5153 Av. Brasilia, 1057 – Jd. Leonor Fone 19 3633 3775 Love Brands Rua Getúlio Vargas, 199 – Centro Fone 19 3635 1559 Maria Pititica Rua Ademar de Barros, 528 – Centro Fone 19 3633 5963
Doroti Modas e Acessórios Rua 14 de Julho, 555 – V. Conrado Fone 19 3623 4343
Marilene Martins Rua Getúlio Vargas, 738 – Centro Fone 19 3631 8836
Dr. Douglas Moretti Rua Conselheiro Antonio Prado,632 Fone 19 3623 2466
Milene Mafra Cake Designer Av. Rubens Grespan, 120 – Pq. das Nações Fone 19 3056 1886
Dr. Flávio Moratti Av. Dr. Oscar Pirajá Martins, 121 – São Lázaro Fone 19 3623 2273
Nucai Site www.nucai.com.br
Dr. Luiz Ramos Junior Rua Dr. Teófilo R. de Andrade, 308 – Sala 44 Fone 19 3623 5021 Dr. Rovilson Ferreira dos Santos Rua Dr. Octavio da Silva Bastos, 3458 – Riviera de S. João Fone 19 3631 8211 Espaço Básico Kids Av. Dona Gertrudes, 247 – Centro Fone 19 3652 1340 Fortes Estética & Beleza Rua Carlos Chagas, 110 – V. Loyola Fone 19 3633 3563 Farmácia Art´Ervas Rua Cel. Ernesto de Oliveira, 99 – Centro Fone 19 3623 4112 Site www.artervas.com.br Luis Fernando Misa Arias Rua Benedito Araujo, 411 – Centro Fone 19 3631 7550 | 9652-5848
Odontologia Especializada Rua Napoleão Laureano, 602 – Jd. Sto. André Fone 19 3623 3482 Óticas Carol Rua Ademar de Barros, 87 – Centro Fone 19 3631 8441
Salão Mania de Beleza Rua João Pessoa, 642 – V. Loyola Fone 19 3100 0090 Saúde dos Pés Rua Cap. Vitor Dias, 64 – Centro Fone 19 3633 6372 Senac Rua São João, 204 – Centro Fone 19 3366 1100 Site www.sp.senac.br/saojoaodaboavista Sequóia Empreendimentos Imobiliários Av. João Batista Bernardes, 1150 – Jd. Boa Vista Fone 19 3633 3197 Site www.sequoia.imb.br Serralheria Ebenezer Dr. Oswaldo Oliveira Silveira, 710 - D. Industrial Fone 19 3056 3180 Shirley Presentes Rua Henrique Cabral de Vasconcelos, 1646 – Jd. São Nicolau Fone 19 3633 3869
Oxigeniu´s Cel. Ernesto de Oliveira, 49 – Centro Fone 19 3633 3018
Silvia Mello Calçados Rua 14 de Julho, 647 – Vila Conrado Fone 19 3623 5419
Pakalolo Rua Maria Esther C. de Alvarenga, 1320 – B. Alegre Fone 19 3631 3618
Skill Idiomas Rua Benedito Araujo, 155 – Centro Fone 19 3622 3510
Patydú Rua Cel. Ernesto de Oliveira, 153 – Barrinha Águas da Prata – SP Fone 19 3642 2157 Peres Motos Av. João Osório, 431 – Centro Fone 19 3634 1400 Site www.peresmoto.com.br
Fino Conceito Av. Dr. Durval Nicolau, 676 – Jd. Canadá Fone 19 3623 4241
Pet Empório da Serra Av. Durval Nicolau, 956 – Jd Santarém Fone 19 3631 5515
Forguaçu Av. Sen. Marcos Freire, 730 – Vila Brasil Fone 19 3633 1848
Piccola Societá Av. Dona Gertrudes, 182 – Centro Fone 19 3631 6873
Germinari Seguros Rua Pereira Machado, 337 – Centro Fone 19 3623 5432
Ponto Alto Rua Henrique C. de Vasconcellos, 270 – DER Fone 19 3623 1961 Site www.pontoaltoacabamentos.com.br
Junqueira Consultoria Av. Durval Nicolau, 765 – Jd. N. São João Fone 19 3631 0052
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