Revista Atua - Novembro 2021

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sumário da edição Foto: Leo Beraldo / Cromalux

A Revista Atua, ano 13, número 49 (novembro de 2021), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial de São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares

www.revistaatua.com.br @atuarevista

@revistaatua

Presidente Luis Fernando de Melo Diretor de redação Cândido Alex Pandini Gerente Luciana Castilho Editor Mateus Ferrari Ananias - mateus@acesaojoao.com.br Jornalista responsável Ana Laura Moretto - Mtb. 87609 / SP - imprensa@acesaojoao.com.br Repórteres Bruno Manson Daniela Prado Lethycia Costa Matheus Lianda Nicolas Santos

MATÉRIA DE CAPA

028 Sanjoanenses de convicção

Revisora Durceli Braz

Eles acreditaram em seus sonhos e hoje usufruímos dos projetos concretizados. Da fundação da cidade a instituições como Santa Casa, Catedral e Theatro Municipal, descubra quem são os nomes e os benfeitores por trás de cada obra. Na foto, Matildes Rezende Lopes Salomão responsável por criar e instalar o Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira e do Arquivo Histórico Municipal, este batizado em sua homenagem em 2003, onde estão guardados todos os documentos históricos do município, que serviram de base para a produção dessa matéria.

Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias Departamento Comercial comercial@acesaojoao.com.br - (19) 3634-4311 Produção de anúncios Gabriel Henrique Paschoal Garcia - gabriel@acesaojoao.com.br Agência u/ysses - www.agenciaulysses.com.br Fotos Leonardo Beraldo / Cromalux - www.cromalux.net Produção e direção de arte Bruna Ribeiro - brunaribeiro@321economiacriativa.com

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A leitura como um instrumento de aprendizado

Estagiários Aléxia Melissa Leticia Bonareti Lorette Mayquele Loiola

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada no ano de 2020, apontam que nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores. Pensando em mudar esse cenário de desinteresse pela leitura, a escola Domingos Theodoro de Oliveira Azevedo criou o projeto de leitura Resgatando Fantasias e Sonhos.

OUTROS DESTAQUES:

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moda e beleza

022

de pai para filho

072

saúde

016 020

natal em São João

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esporte

078 086

educação

doação de sangue

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culinária

figura que atua

Professores orientadores Ana Paula O. Malheiros Romeiro Maria Isabel Braga Souza José Dias Paschoal Neto Foto de capa Arquivo familiar - Matildes Salomão

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moda e beleza

Como montar looks com cores vibrantes sem exagerar A dica é usar o círculo cromático para combinar cor com cor de forma harmônica no look POR PATRÍCIA JIMENES

A montagem do look não depende apenas das peças, os acessórios são importantes e a escolha das cores também é fundamental. Há quem tenha medo de usar tons vibrantes e quem se sente desconfortável em usar os mais escuros. A consultora de moda, Camila Cavalcante, explica sobre esse universo colorido das peças. Segundo Camila, tudo começa ao descobrir nossa própria paleta de cores. A consultora conta que ao identificar as combinações, nós abrimos um leque de opções para valorizar a beleza natural e deixar a pele com um aspecto jovem, saudável, iluminado e uniforme. E será que após essa descoberta nós podemos usar tons que não estão em nossa paleta? Camila diz que sim. “Ao descobrir a cartela, a intenção não é deixar de usar completamente essas cores que não fazem parte dessa seleção, mas sim, ter a consciência de quais são, e passar a usá-las de forma mais estratégica, fazendo o uso da maquiagem com as tonalidades da sua cartela, para amenizar os possíveis efeitos negativos que uma cor que esteja de fora, pode causar”, explica.

sem passar dos limites. “Podemos usar o círculo cromático para combinar cor com cor de forma harmônica no look, aproveitando que o color blocking e as cores mais vibrantes vão estar super em alta nessas coleções de primavera/verão. Fazer composições de harmonias monocromáticas, usando um look completo com peças da mesma tonalidade, pode ser uma excelente opção, pois a harmonia monocromática além de alongar a silhueta tem uma mensagem forte de elegância”. Camila revela que combinar cores análogas também é uma ótima opção. Essa combinação consiste em usar tons vizinhos do círculo cromático, como o vermelho com pink, verde com azul, laranja com

amarelo e lilás com azul. Se você tem uma cartela neutra, Camila desmistifica algumas questões sobre o tema: “Na verdade, não existe uma cartela totalmente neutra, as cartelas estão sempre associadas a uma temperatura de subtom quente ou frio. Quando dizemos que uma cartela é neutra, isso significa que a temperatura não é a principal características daquela cor, e sim a profundidade ou a intensidade, mas mesmo a cartela neutra fria ou neutra quente, possui cores específicas que vão valorizar mais a sua beleza”, explica. Além de valorizar a beleza natural, Camila Cavalcante explica que a cor é um dos elementos mais importantes na nossa comunicação verbal e que ao serem captadas pelo nosso sistema vi-

TONS VIBRANTES Já sobre os tons vibrantes, a consultora de moda dá dicas de como combinar

PODER DAS CORES

É possível que você já tenha ouvido por aí que determinadas cores emagrecem, correto? Em geral, as pessoas utilizam as tonalidades escuras para garantir esse efeito, como é o caso do preto, do azul-marinho e do cinza. Somente com essa informação, já conseguimos imaginar o poder que as diferentes tonalidades têm para ajudar a criar os mais variados resultados em nosso look. Foto: Divulgação

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Por que a paleta de cores é diferente para cada pessoa? Poucos sabem, mas derme é composta por três tipos de substâncias: a melanina, o caroteno e a hemoglobina. De acordo com o organismo de cada indivíduo, tais componentes podem se apresentar em quantidades distintas, e tudo dependerá dos seus traços genéticos. Juntos, esses elementos são os responsáveis por formar o chamado subtom — o tom que fica sob a nossa pele. Dito isto, e de acordo com a cor de roupa que usamos no dia a dia, a luz pode atingir essa “tonalidade de fundo” e refletir de uma maneira especial, criando assim, impactos diferentes em cada tipo de pessoa. Esse efeito é ainda mais intenso — e perceptível — em nosso rosto. Por essa razão, na hora de descobrir qual a paleta de cores pessoal de cada indivíduo, os profissionais da área de consultoria de imagem costumam comparar diferentes tecidos coloridos bem perto da face do cliente. Dessa maneira, é possível verificar se a pessoa apresenta um subtom quente, neutro ou frio. É também nessa fase em que são analisadas as dimensões das suas feições. Essas informações são importantíssimas para identificar os elementos que melhor combinam com o perfil de cada um. Bacana, não é?

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sual, são transformadas dentro do nosso cérebro em sensações, sendo capazes de atrair, repelir, conectar ou intimidar as pessoas que nos cercam. A consultora de moda reforça dizendo que aprender a usar os tons em nosso favor é uma estratégia para expressar o que queremos comunicar visualmente. Falando em expressão, Camila dá dicas de como montar um look com cores vivas, sem “extrapolar”. “O verão está chegando e as tonalidades vibrantes estarão em alta. Quem deseja um visual cheio de personalidade com o uso de tons vibrantes, porém com alguma discrição e elegância, é importante evitar de combinar esses tons mais vivos com o branco puro e preto puro, pois ao invés de neutralizar e acalmar os tons cheios de vida, eles têm o poder de destacar e dar ainda mais vida a eles. Já para quem não é adepta de combinações tão vibrantes, vale sempre apostar nos tons neutros que tem o poder de neutralizar e acalmar essas cores como: areia, cinza, caramelo, rose, azul jeans e azul marinho, são excelentes neutros”, finaliza a especialista. A


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lançamento de coleção - Arezzo

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empreendedorismo

Perfil dos empreendedores POR LETHYCIA COSTA

As mulheres lutam por igualdade social e espaço no mercado de trabalho há anos. Neste cenário, o empreendedorismo é uma porta para a independência financeira. No ano de 2018, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) realizada pelo IBGE, mostrou que cerca de 9,3 milhões de mulheres estavam à frente de negócios no Brasil. Com a pandemia, essa realidade mudou e o número de mulheres empreendendo, no Brasil, já somam mais de 30 milhões, conforme dados divulgados na Rede Mulher Empreendedora. O empreendedorismo no setor alimentício vem sendo um caminho, devido às suas várias vertentes e ao baixo investimento financeiro. Este foi o caminho que a empreendedora Thalita Westin começou a trilhar em 2019. Foto: Revista Atua

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Como nasceu o Donuts da Tha? Tudo começou em 2019. Na época eu estava trabalhando em Espírito Santo do Pinhal e não conhecia muita gente, como sou extrovertida, me via entediada e queria que as pessoas de lá soubessem da minha existência. No mesmo ano, em setembro, numa das muitas noites de insônia, tive a ideia de criar o Donuts da Tha e na hora já desenhei o logo e mandei para o meu noivo. Me lembro que eu tinha uns 245 reais no meu ticket alimentação, alguns ingredientes na despensa da casa da avó do meu noivo e uma batedeira antiga, e foi com isso que comecei. Passei a estudar mais sobre gastronomia, e em meio aos livros e após ter ido a uma feira do Instagram em São Paulo, voltei com a sensação do que eu queria realmente para minha vida, entreguei nas mãos de Deus, e comecei a levar amor para as pessoas por meio das nossas caixinhas da alegria e aos poucos, comecei a dar vida para os Donuts da Tha.

contrassem aqui no interior, o lugar mais próximo que existia donuts era Campinas, mas ainda assim a minha proposta era outra, porque os donuts que são vendidos em Campinas são industrializados, eu queria que as pessoas tivessem uma experiência única e personalizada.

Porque escolheu Donuts? Eu queria entregar para as pessoas algo que elas não en-

Quais seus planos para o futuro do Donuts da Tha? Queremos levar nossos produtos e sonhos para mais lugares,

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Como você faz a divulgação do seu negócio? Nosso principal pilar de divulgação são os clientes satisfeitos. Eles são a base de qualquer negócio de sucesso, sem eles não existe nada. Nossos seguidonuts são muito engajados e sempre postam as caixinhas que compram. Aliado a isso, hoje nossa principal rede social é o Instagram, em que postamos nossos produtos, nosso dia a dia, dicas e curiosidades. Tudo de forma bem descontraída e próxima do público, como se fosse da minha casa para a deles. Utilizamos também tráfego pago, marketing digital, plataformas de divulgação, Facebook, Google Ads e WhatsApp.


adoçando a vida e as cidades. Estamos estudando as melhores formas para fazer isso, mas deixamos já um spoiler. Em breve teremos uma doce novidade para a região. Como você driblou a pandemia e seguiu empreendendo? Tínhamos acabado de vir para São João da Boa Vista, em março de 2020, alugado uma casa bem maior do que a casa dos meus pais, porque nossa cozinha era pequena e o fogão de casa só tinha 4 bocas. Estávamos fazendo bastante sucesso na Feira Gastronômica e contávamos com isso para pagar nossas novas despesas, mas com a pandemia tudo mudou, tivemos que nos reinventar, começamos a vender pelo iFood, trabalhar todos os dias, o que não era nossa realidade, porque, anterioremente, atendíamos duas vezes por semana. Essa mudança acabou nos impactando em um primeiro momento, mas ela acabou nos ajudando, porque as pessoas estavam o tempo todo conectadas e a internet se tornou nossa vitrine principal. Isso fez com que as pessoas ficassem cada vez mais próximas de mim e dos donuts, especialmente nas redes sociais, o que se converteu em vendas.

Quais os desafios de ser uma empreendedora? Empreender é matar um leão por dia, todos os dias temos que nos reinventar, temos que nos manter ligados nas mudanças que acontecem diariamente no on-line e entender sobre as necessidades dos nossos clientes. Não é fácil, mas é muito gratificante criar algo do zero e fazer acontecer. Além de poder ser exemplo para outras pessoas e ajudá-las a construir sonhos, esse impacto positivo não tem preço. Qual dica você daria para quem sonha empreender no setor de alimentação fora do lar? Pesquise bastante, evite coisas óbvias, tente inovar sempre. Escute seu futuro cliente, veja do que ele sente falta, o que ele gostaria de ter na cidade. Não tenha medo de começar pequeno. É melhor começar aos poucos e testar a aceitação do seu produto do que dar um salto grande e não agradar. O sucesso é a soma de pequenas vitórias. E o mais importante, nunca deixe a qualidade e o bom atendimento de lado. Quem tem esses dois pilares, com certeza, já começa ganhando.Acredite nos seus sonhos e não tenha vergonha de pedir ajuda.

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

O número de novos dentistas cresce a cada ano e a oferta de cursos de graduação em odontologia também. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Odontologia, o Brasil é o país com mais dentistas no mundo. Diante deste cenário, fica evidente que para se estruturar no mercado odontológico, é preciso inovar e quando se trata de inovação, a Cristalle Odontologia não deixa o assunto em segundo plano. Inaugurada em 2019, a Cristalle Odontologia é fruto da sociedade dos cirurgiões dentistas: Bernardo Santana e Rafael Carvalho, ambos com 28 anos. Como nasceu a Cristalle Odontologia? A Cristalle nasceu em 2011, na Universidade Federal de Alfenas (Unifal), o Rafael e eu sempre fomos dupla de trabalhos na faculdade, sempre fomos muito amigos. Depois de formados, fui para São Paulo trabalhar e o Rafael foi para São Sebastião da Grama, trabalhar com seu pai. Em determinado momento já estava cansado da rotina de São Paulo e decidi voltar para o interior, então fui dar uma pesquisada no que dava para fazer. 13

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No começo fui atender em alguns consultórios na região de São João da Boa Vista, mas sabendo do poder da odontologia, queria investir num projeto próprio, inovador para resgatar o poder da profissão. Quando começamos a estruturar a cultura da empresa, decidimos focar na experiência do paciente, então investimos em tecnologia e excelência. Antes de realizarmos o investimento financeiro, fizemos uma consultoria em parceria com o SEBRAE, para vermos em qual cidade iríamos abrir a Cristalle. > REVISTA ATUA | NOVEMBRO DE 2021

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Qual a importância do sorriso para um paciente? O sorriso abre todas as portas, quando você está conversando com uma pessoa e ela te dá um sorriso, está te convidando para entrar no mundo dela, e a falta dele é ruim, ele acaba com a autoestima. O sorriso não é só a questão estética, ele muda a vida das pessoas. O sorriso é a porta da alma, ele tem total importância na vida das pessoas. Quais são seus planos para o futuro da Cristalle? Nosso plano é mudar a odontologia no mundo, queremos quebrar paradigmas, para isso já temos um curso online, para replicar essa nova odontologia para outras pessoas. O objetivo do curso é mudar essa imagem que as pessoas têm da odontologia, por meio da informação. Nossa clínica é multidisciplinar, temos tudo aqui na Cristalle, para que as pessoas não tenham que procurar fora, estamos sempre buscando melhorar e progredir sempre para melhor atender nossos pacientes. Quais os desafios de ser um empreendedor no ramo da odontologia? O maior desafio é o aprendizado, quando formamos não temos noção de como empreender, somos treinados para sentar e ficar realizando procedimentos. Não aprendemos sobre fluxo de caixa, marketing, investimento, e isso a gente aprende mais na prática. Essa é a parte mais difícil, por ser uma profissão totalmente prática, a odontologia não nos prepara para administrar nosso empreendimento.

Como vocês driblaram a pandemia? Foi complicado, inauguramos a clínica em maio de 2019, e fizemos um investimento grande, o capital de giro era reduzido, o mercado no início é muito difícil. Em 2020, quando tudo começou a fluir, veio a pandemia, tivemos que nos reinventar e otimizar nossos processos, buscamos empresas parceiras para termos capitais de giro. Botamos a cara e fomos buscar, a pandemia veio, mas odontologia é saúde, e saúde começa pela boca, explicamos mais para as pessoas a importância da saúde bucal. A questão de caixa foi difícil, tudo ficou mais caro e alguns itens básicos ficaram em falta, como a máscara, mas a palavra é reinvenção, a partir dela conseguimos continuar crescendo no mercado. Qual o propósito da Cristalle? Mudar a vida das pessoas por meio da odontologia. Nada melhor que mudar a percepção de pessoas que tiveram experiências ruins com dentistas, e vê-las saindo sorrindo daqui. Não se trata apenas de tratamento dentário, se trata de sonhos e realizações, tem gente que tem sonho de ter carro, casa e tem gente que tem sonho de sorrir. Qual diferencial da Cristalle? O nosso maior diferencial é o atendimento personalizado, porque cada sorriso é uma história, então buscamos entender as queixas, e dificuldades, olhamos para nosso paciente como únicos. A

Foto: Reprodução Internet

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natal

São João volta a ganhar as cores do Natal Mágico Com o arrefecimento da pandemia, a cidade voltará a receber a tradicional decoração POR ALÉXIA MELISSA SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Ainda de forma tímida, o Natal começa a ocupar espaços na propaganda, nas primeiras decorações e, em especial, nos projetos das famílias que sonham em retomar os momentos únicos de abraços e celebrações com as casas enfeitadas e muita alegria. Se é possível idealizar estes encontros familiares, ainda com todos os cuidados necessários, no caso dos espaços públicos as orientações sanitárias de não aglomeração, uso de máscaras e distanciamento social continuam sendo fundamentais para o combate da pandemia do coronavírus. Mas mesmo com as restrições, as cores e o brilho estarão presentes no Natal Mágico, que enfeita o centro e outros pontos da cidade. Assim como aconteceu no ano passado, não haverá a Parada de Natal, para não atrair milhares de pessoas da cidade e região. A decisão de suspender o desfile foi dos organizadores do evento, Prefeitura Municipal e Associação Comercial (ACE). “Esperamos que em 2022, São João possa retornar com a Parada de Natal”, afirma, esperançosa, Rose Vasconcellos, diretora do Departamento de Turismo. Realizado há mais de 10 anos pela parceria Prefeitura e ACE, o pro-

jeto do Natal em São João, exige muito planejamento desde o começo do ano, e diante das incertezas sobre a vacinação, os organizadores decidiram trabalhar com mais foco na segurança e decoração, “para que as pessoas se sintam abraçadas”, como comenta Rose. “Montaremos alguns cenários espalhados pelas Praças Governador Armando Salles e Cel. Joaquim José. Tal medida foi tomada para que não haja aglomeração, principalmente no momento em que pessoas tiram fotos”, reforça a diretora, que coordena todo o projeto da decoração natalina, desenvolvido na Pasta do Turismo e montado com apoio de outros departamentos da Prefeitura e também da ACE. “Como este ano não teremos a Parada, estamos mais próximos do departamento para auxiliá-los”, explica o presidente da ACE, Luis Fernando de Melo. A inauguração da decoração Natal Mágico está prevista para o dia 21 de novembro. COMÉRCIO ANIMADO A decoração de Natal de São João impacta positivamente no comércio pelo significativo aumento de pessoas que visitam a cidade na melhor época do ano. “Estamos com muitas expectativas de vendas, presentear é muito bom e o brasileiro adora!

Foto: Leandro Gulin / O Município

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Foto: Leandro Gulin / O Município

Vamos decorar a loja para o Natal, como fazemos todos os anos. É sem dúvida a melhor época para as vendas em geral, mas pode ser melhor ainda se o sanjoanense realizar suas compras no comércio local, temos lojas ótimas em todos os ramos na cidade”, relata Márcia Nogara, da loja Distak. Para Ana Cecília, da Morana Acessórios, “o Natal será do reencontro e retomada. As pessoas vão querer retribuir ao próximo todo esse afeto, e isso pode ser feito com uma lembrança. Estou muito animada para a decoração das lojas, esse espírito natalino faz toda a diferença. Preparamos tudo com muito carinho, com o objetivo de tornar sempre acessível para todos. O período também é ótimo para a geração de empregos”. Luis, da ACE, também comenta o grande impacto do Natal Mágico nessa perspectiva: “a proposta de realizar o projeto é consolidar a cidade como um centro regional, atraindo pessoas de diversas cidades para cá, o que também contribui com a economia da cidade, especialmente nesse momento em que vivemos uma queda no poder de consumo”. A chefe do Departamento, Rose Vasconcellos, considera o evento como “carro-chefe da pasta, trazendo muitas pessoas para apreciarem nosso Natal'. É importante para todos os equipamentos turísticos da cidade, como lojas, restaurantes, hotéis, pois fomenta a economia da cidade e gera renda e empregos para a população”. COMUNIDADE ENVOLVIDA O projeto que dá luzes e cores natalinas para São João foi inspirado nas festividades de Gramado, conhecida pelo seu Natal de Luz. A empresária Ana Cláudia Carvalho que, em 2009, presidia a ACE, lembra que a ideia era fazer algo que incentivasse o movimento na cidade. Além da visita na cidade gaúcha, uma das idealizadoras da Parada de Natal participou da abertura dos Jogos Panamericanos de 2007. “Aprendi muito sobre coreografia de massa, já pensando em montar a Parada”. Números mais recentes mostram o sucesso do evento, que em 2018, atraiu mais de 25 mil pessoas e em 2019, último ano de realização, apresentou o tema A Fazenda Encantada do Papai Noel. Assim como todos, Ana Cláudia torce muito para que as condições de saúde permitam a volta da Parada de Natal, porque ela envolve toda a comunidade. “98% dos participantes são crianças e jovens das escolas de dança e artes da cidade. É a comunidade fazendo a festa”. Luis completa dizendo do trabalho de costureiras, serralheiros, seguranças, diversos profissionais e mais de 200 pessoas que desfi18

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lam. "Sem dúvida nenhuma é o maior evento público e gratuito realizado em São João da Boa Vista”. MEMÓRIA E EMOÇÃO O Natal traz memória e emoção. Para o casal José Estevam Matielo, de 75 anos, e Vera Lúcia Matielo, de 66 anos, a data é especial desde que se conheceram, em 1980: “a saudade dessa época é muito grande, mas o Natal sempre traz uma esperança boa de que tempos melhores virão. Todo ano comemoramos em família. É como se a chama natalina nunca se apagasse. E eu não abro mão da decoração lá de casa!”, destaca Vera Lúcia. “Seo” José Estevam conta que lembra de sua juventude: “Passávamos aqui em São João e o ‘ar’ da cidade ficava até mais bonito. Todo mundo ficava ansioso pelos presentes, era muita animação e alegria. ‘Ô’ tempo maravilhoso. Esses momentos nunca vão se perder da memória”. Ele finaliza dizendo que após muitos anos, depois que vieram os netos, a felicidade é triplicada: "O Natal é muita união”. A

Foto: Leandro Gulin / O Município


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nossa cidade

Doação de sangue salva vidas Um único indivíduo, ao doar sangue, pode salvar até 4 vidas de sanjoanenses POR NIKCOLAS SANTOS

Dizer que doar sangue salva vidas pode, por vezes, parecer um clichê, apenas mais uma frase de efeito. Mas para quem sentiu na pele, a doação ganha um significado mais sério. A manicure e pedicure, Melyssa Cazzarotto Domenciano foi atropelada por um carro em 2016, aos 11 anos de idade. Na ocasião, a menina ia até a casa de uma amiga, quando o motorista, que estava embriagado, capotou o veículo e atingiu Melyssa. Ela teve fratura exposta no fêmur, quebrou os dois joelhos e fraturou a bacia. A vítima precisou ser internada na Unidade de Terapia Semi-Intensiva e como o estado de saúde era grave, foram necessárias muitas bolsas de sangue. Amigos, familiares e até pessoas de outras cidades se mobilizaram. E deu certo: Melyssa foi salva. Hoje, aos 16 anos, ela fala sobre a gratidão de ter sobrevivido. “Eu fico muito emocionada em saber que hoje eu estou viva pela doação de sangue e que tem muitas pessoas que fizeram isso por mim. Teve muita campanha, vieram pessoas até de cidades vizinhas pra poder doar (...)É muito gratificante, porque não tem nada melhor que isso: saber que fui salva por outras pessoas que doaram, simplesmente por um ato de amor”, contou. Depois de sofrer o acidente, a jovem tornou-se uma doadora de sangue. Inclusive teve de superar o medo de agulha para poder ajudar a salvar vidas. Agora, ela incentiva outras pessoas a também adotarem essa prática. “Gente, pra quem não doa sangue ainda, eu queria dizer: vão doar, vão fazer esse ato de amor ao próximo, porque se um dia for você que precisar, outras pessoas estarão lá por você”, ressaltou.

Pfizer e Janssen tem que esperar pelo menos sete dias para poder realizar a doação”, explicou Andreza. COMO SER UM DOADOR Além de obedecer aos critérios relacionados à covid-19, há outros requisitos estabelecidos que o doador precisa atender. “O candidato a doador tem que estar em boas condições de saúde, apresentar documento oficial com foto, ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos e ter um repouso mínimo de seis horas na noite anterior”, salientou a enfermeira responsável. Para doar sangue, também é necessário não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores; não fumar pelo menos 2 horas antes da doação; evitar alimentos gordurosos; não ter realizado nenhuma cirurgia recentemente; não ser portador de doenças infectocontagiosas; não ser usuário

BANCO DE SANGUE Apesar de ser um ato tão nobre, o Banco de Sangue de São João da Boa Vista tem registrado queda no número de doações nos últimos meses. Segundo a enfermeira responsável, Andreza Arcuri, os estoques estão 40% abaixo do ideal e os tipos sanguíneos que mais estão em falta são os negativos, principalmente o O. A enfermeira responsável aponta que um dos principais motivos para essa queda nos últimos meses é a pandemia da covid-19, porém ela garante que todos os protocolos de higiene são seguidos. Mas a proliferação do coronavírus e a vacinação alteraram os requisitos de doação. “Quem contraiu a covid-19 tem que esperar, pelo menos, 30 dias após acabar todos os sintomas para realizar a doação. Já quem tomou a vacina da covid, tem que aguardar um prazo de, pelo menos, dois dias, caso tenha tomado a Coronavac. E se tomou as outras vacinas como AstraZeneca, Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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Foto: Leo Beraldo / Cromalux

de drogas; não estar com febre, gripe e diarreia; não ter feito tatuagem ou colocado piercing há menos de 1 ano. Cumprindo os requisitos, basta ir até o Banco de Sangue, localizado na Avenida João Osório, 701, ao lado Santa Casa Dona Carolina Malheiros. Os horários de coleta das doações são de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h, e aos sábados, das 7h às 11h30. Vale destacar que menores de 16 e 17 anos precisam levar uma autorização por escrito dos pais ou responsáveis. Os homens podem doar a cada dois meses e são permitidas quatro doações por ano. Já as mulheres estão autorizadas a fazer uma doação a cada três meses, com limite de três doações anuais. CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO Preocupado com o baixo número de doadores, o Rotary Club de São João da Boa Vista iniciou, no ano passado, uma campanha para incentivar a doação de sangue. O grupo tem publicado vídeos em suas redes sociais com personalidades sanjoanenses reconhecidas em

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nível nacional pedindo que a população vá ao Banco de Sangue. O narrador esportivo Luís Roberto de Múcio e a atriz Giovana Lancelotti estão entre os participantes da campanha. Além desse movimento, o Rotary fechou parceria com a Associação Comercial (ACE) para distribuir banners, panfletos e camisetas nos estabelecimentos comerciais para incentivar a doação de sangue. “A ideia já foi passa-

da para a ACE e já estamos planejando quando fazer [a ação] (..) porque um dia só não resolve, aí vai dar aquele ‘boom de doadores’, depois para de novo. A ideia é sempre ter doadores, mesmo porque o sangue tem uma validade, então não dá para ficar estocado por muito tempo. Então a ideia é fazer essa divulgação todo mês, usando todos os recursos que temos”, salientou o presidente do Rotary Club, Waldran Réggio Pereira. A

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negócios

De pai para filho Sucessão familiar gera resultados positivos nos negócios; quase 80% das empresas abertas no Brasil são consideradas familiares.

POR DANIELA PRADO

Ao observar alguém que, independente da profissão, optou por seguir a carreira dos pais, é inevitável a curiosidade ou mesmo a comparação entre pais e filhos. Como diz um ditado norte-americano, “uma maçã nunca cai longe da árvore”’ , é natural que o amor e admiração despertem nos filhos o interesse em seguir a carreira dos pais ou mesmo avós. É o caso da sorveteria Milk Moni, que já está na terceira geração e atualmente é comandada por Luiz Guilherme Ramos de Souza, administrador/ empresário e responsável pela administração da fábrica e sua irmã, Ana Cecília Ramos de Souza Tabarim, advogada/empresária e responsável pela administração da sorveteria. “Começou com meu avô Hélcio, depois passou ao meu pai, Luiz, e seu irmão Alcino. Após o término da sociedade, restou meu pai e, agora, mais recentemente, eu e minha irmã Cecília”, explicou Luiz Guilherme. Ele recorda que a Milk Moni está no mercado desde 1967 e sempre na permanente busca da melhor qualidade,

pois a sorveteria trabalha com leite in natura e matérias-primas, como polpas, doces e frutas, de produtores locais, o que ajuda no desenvolvimento comercial de nossa região, refletindo-se em um produto final diferenciado. “Com meus pais, e desde meus avós, com quem pouco convivi, aprendi sempre a ser honesto, trabalhador e a fazer tudo com muita dedicação e amor. E vivencio isso desde os primeiros meses de vida, está no DNA. O resultado está aí: em tempos de pandemia, só temos a agradecer o percentual de aumento e o quanto os clientes elogiam os produtos”, disse. E enfatiza que a meta [da Milk Moni] é manter a qualidade e elevar/ inovar onde for possível. “Somos a primeira fábrica de sorvetes da região alimentada por energia fotovoltaica, mas sem perder aquela pe-

SORVETERIA TRADICIONAL

Há mais de 50 anos no mercado, a sorveteria Milk Moni está na terceira geração da família: "Muitos comentam que a Milk Moni fez parte da infância, outros dizem que certos sabores, como o picolé de Coco Queimado, têm o mesmo sabor de 50 anos atrás. São coisas muito legais de se ouvir”, comenta Luiz Guilherme, neto do fundador da empresa.

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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gada tradicional e nostálgica. Muitos comentam que a Milk Moni fez parte da infância, outros dizem que certos sabores, como o picolé de Coco Queimado, têm o mesmo sabor de 50 anos atrás. São coisas muito legais de se ouvir!”, exclamou Luiz Guilherme. CHOPP TRADICIONAL Se, ao invés do sorvete, o desejo é tomar aquele chope geladíssimo, outro estabelecimento que passou de pai para filho é o Bar do Russo. Luis Américo de Lucas e seu irmão mais velho, Paulo Roberto, são os responsáveis pela “casa” desde 2002, época em que o pai, João Batista de Lucas, passou essa função para eles. “Meu pai foi marceneiro e eu sempre trabalhei junto com ele no bar, desde moleque. Comecei trabalhando meio período e depois dos 16 anos, o período todo”,


Foto: Leo Beraldo / Cromalux

FAMÍLIA NO BALCÃO

lembrou Luis Américo. Indagado se o fato do pai ter tido a mesma profissão influenciou na decisão dele, a resposta é afirmativa. “Com meu pai aprendi que temos que enfrentar as dificuldades. Às vezes, dá até vontade de desistir, mas continuamos em frente. Por exemplo, até hoje sou eu que corto os lombos para fazer os baurus [o carro-chefe do bar] e desde novo, sempre ajudei meu pai a fazer isso”, comentou ele, concluindo que atualmente, segue neste mesmo trabalho. INSPIRADA NO PAI Há momentos da vida, porém, que os filhos, por sua vez, resolvem ter o próprio negócio, ainda que seguindo as "pegadas" dos pais, no mesmo ramo. Raquel F. Fonseca da Silveira é um desses exemplos. Bacharel em ótica e optometria, Raquel recorda que seu pai, Olair Fonseca (foto ao lado), tem toda uma vida dedicada ao ramo ótico. Raquel conta que seu pai começou a trabalhar com ótica aos 15 anos de idade e, aos 25, foi sócio de Paulo Roberto Vicente, seu colega de trabalho. Sua ótica se chamava Ótica Rio Branco e se localizava na rua Prudente de Moraes, próximo à Avenida Dona Gertrudes, em São João da Boa Vista. Em 1985, na cidade de Aguaí, Olair fundou a Ótica Shalom, que administra até hoje, num total de 36 anos de atua-

O Bar do Russo, um dos redutos mais famosos da boemia local está na segunda geração da família: Luis Américo de Lucas e seu irmão mais velho, Paulo Roberto, são os responsáveis pela “casa” desde 2002, época em que o pai, João Batista de Lucas, passou essa função para eles.

ção neste empreendimento. Raquel, por sua vez, começou a trabalhar com o pai, na Ótica Shalom, quando tinha 17 anos de idade e ali permaneceu por 10 anos, experiência que ela reconhece ter sido engrandecedora, importante e muito válida para sua formação profissional. A opção por abrir sua própria loja surgiu porque pai e filha desejavam atender melhor os clientes de São João da Boa Vista. “Atendíamos em domicílio, muitas vezes fora do horário comercial

e nossa agenda estava sempre cheia. Vimos assim, uma oportunidade de melhor atendê-los e também de expandir nossos negócios. Além disso, ter meu próprio negócio sempre foi um objetivo meu!”, revelou. Ao se lembrar do tempo em que trabalhou com seu pai, Raquel sente saudade da parceria e da companhia dele durante o trabalho, todos os dias da semana. “Além de ter aprendido muito sobre ótica com ele, aprendi que precisamos valorizar o bom relacionamento hu-

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Foto: Arquivo pessoal

FAMILIA UNIDA

“O negócio em família tem vantagens, lógico, porque você está em grupo, você tem liberdade de comentar sobre as dificuldades, tem liberdade para dialogar, principalmente quando as ideias não batem. Cada um tem a sua responsabilidade e as dificuldades que encontramos são as mesmas que teria qualquer pessoa nesse setor”, observou Lucia Bruno Coelho, proprietária da Residencial Modas.

mano, saber lidar com os clientes, sempre proporcionando um bom atendimento e solucionando o problema deles, da maneira mais justa e correta”, enfatizou ela. Sobre o apoio recebido de Olair, quando decidiu ser dona do próprio empreendimento, Raquel destaca que a ideia e incentivo até partiram do pai, que a apoiou incondicionalmente. “Depois de adquirir muita experiência e conhecimento com ele, propus uma sociedade: montarmos uma ótica em São João, afinal tínhamos muitos clientes que atendíamos em domicílio ou se deslocavam até Aguaí. Mas partiu dele a ideia e incentivo para que eu abrisse sozinha, surgindo assim, em 2012, a Ótica Boa Vista. Ele sempre foi e continua sendo o meu principal mentor e, mesmo cada um à frente do seu próprio negócio, continuamos trabalhando juntos”, justificou a empresária.

FAMILIA QUE TRABALHA UNIDA Na Residencial Modas, a família se reuniu em torno da loja, que tem 12 anos de existência e, cada um cuidando de um detalhe, contribui para o sucesso da empresa. Lucia Bruno Coelho, a proprietária, conta com a ajuda de todos: a filha Amanda Coelho, jornalista profissional, é responsável pelas mídias sociais (online) da loja; o filho Rafael Coelho e sua esposa Mayara cuidam da loja kids e o marido, André

BOUTIQUE FORRÓ

A Sanjoanense Haleina Percinoto também foi precursora de uma história iniciada dentro de casa, na 14 de Julho, há cerca de 40 anos - a Boutique Forró. “A Boutique Forró começou comigo e com a Grô, Roseli Lorette Rodrigues. Nós começamos a vender roupas, na minha casa, primeiro dentro da sala, que era pequena, depois passamos para os quartos e por fim, como foi progredindo, eu acabei construindo três cômodos no fundo do quintal”, contou dona Haleina.

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Coelho responde pela parte financeira, além das colaboradoras. “O negócio em família tem vantagens, lógico, porque você está em grupo, você tem liberdade de comentar sobre as dificuldades, tem liberdade para dialogar, principalmente quando as ideias não batem. Cada um tem a sua responsabilidade e as dificuldades que encontramos são as mesmas que teria qualquer pessoa nesse setor”, observou Lucia. Para manter tudo sob controle, ela pondera que a orientação é simples e básica. “É bom os filhos conhecerem o lado do empresário, quais as dificuldades que a gente tem, porque ser líder hoje,

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também no comércio, é uma experiência única. E para eles está sendo um aprendizado. Graças a nós, pais, aqui, que já temos um pouco mais de experiência, eles se sentem mais seguros e motivados a aprender. E é muito positivo porque, futuramente, independente de onde eles estiverem ou, talvez, se forem trabalhar em outros setores, vão entender que numa empresa existem patrão e funcionário, dois lados que devem estar em sintonia para o sucesso de qualquer empreendimento. Eu acho que o lado positivo é isso”, acentuou ela. TRADIÇÃO NO RAMO DA MODA Assim como Lucia, a sanjoanense Haleina Percinoto também foi precursora de uma história iniciada dentro de casa, na 14 de Julho, há cerca de 40 anos - a Boutique Forró. “A Boutique Forró começou comigo e com a Grô, Roseli Lorette Rodrigues. Nós começamos a vender roupas, na minha casa, primeiro dentro da sala, que era pequena, depois passamos para os quartos e por fim, como foi progredindo, eu acabei construindo três cômodos no fundo do quintal”, contou dona Haleina, lembrando que, paralelamente à venda de roupas, ela e Grô também davam aulas no Instituto de Educação [E.E. Cel. Cristiano Osório de Oliveira]. Após muitos anos de trabalho e com o sucesso começando a se fazer notar, chegou o momento de passar a Boutique Forró para o filho, Laucidio Cardozo, e a nora, Leonice Curtti. “Eu e a Grô ficamos quase 18 anos lá na 14 de julho, depois o meu filho começou a trabalhar junto. Aí eles resolveram comprar um ponto ali na Avenida e meu filho ficou mais uns tempos ali, trabalhando junto comigo e com a Grô. Quando eu estava já bastante cansada, com 62 anos, esgotada por causa das aulas e das viagens semanais para São Paulo, chegou o momento em que resolvi passar a loja para o meu filho, sem ficar com participação nenhuma. Dei a minha parte para ele e foi assim que tudo aconteceu”, narrou dona Haleina. Tempos depois, Laucidio e Grô separaram a sociedade e ele passou a cuidar sozinho da Forró. “Graças a Deus, o meu filho foi muito 26

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competente, ele com a esposa, levaram a loja adiante, aumentaram muito as vendas e tiveram bastante sucesso. A loja tem mais de 40 anos. Durante todo esse tempo, meu filho aumentou, construiu e conquistou muita coisa. E quanto aos valores, tanto familiares, como de sociedade, os maiores sempre foram a persistência e a honestidade. E sempre tratando os clientes muito bem, pois, para nós, são verdadeiros amigos. Esse legado foi dado ao meu filho, que toca a loja com grande sucesso e eu me sinto muito orgulhosa dele e da sua esposa, que são os responsáveis pelo grande progresso da Boutique Forró”, finalizou ela. A

Transição e transparência são fundamentais para a sobrevida das empresas familiares Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) mostrou que quase 80% das empresas abertas no Brasil são consideradas familiares. Segundo o mesmo estudo, só 25% delas conseguem passar o negócio com sucesso para outra geração e, mais, só 10% das empresas chegam à 4º geração da família. Nós sabemos o quanto é difícil para fundadores e líderes abrirem mão do controle do negócio, porém, de que outro modo as gerações subsequentes poderão se sentir capazes de assumir responsabilidades? Sem assumir esse risco, colocamos em xeque a longevidade da própria empresa e o seu legado. O ingrediente-chave na construção de empresas familiares sustentáveis ​​ e orientadas para o longo prazo é a comunicação. A sucessão precisa deixar de ser um tabu para que se estabeleça uma parceria bem planejada entre as gerações e a liderança, e assim o controle do negócio seja transferido em um processo passo a passo. Deste modo, a empresa permite a adoção tranquila de novos papéis e responsabilidades por todas as gerações. Outro ponto importante é adotar mudanças constantes – com uma visão de longo prazo – abrangendo desde volatilidade geopolítica, interrupções tecnológicas, incerteza econômica e política até a ascensão de novos desafiadores (como China, Ásia e mudanças demográficas). Os líderes de empresas familiares de sucesso desenvolvem e empregam seis importantes habilidades estratégicas e características pessoais que os ajudarão a liderar com clareza em tempos turbulentos, dentre elas, podemos destacar “objetivo”, que é clareza de pensamento e visão pessoal e direção para liderar a empresa. Além disso, é preciso ter resiliência, ou seja, um caráter forte e a capacidade de se recuperar rapidamente das dificuldades para gerenciar mudanças tumultuadas; lente de longo prazo para pensar e planejar estrategicamente; possuir capacidade de criar redes de conexões capaz de transmitir mensagens e mudanças relevantes de forma eficaz. É fundamental ter capacidade de adaptação e agilidade, preservando a harmonia e a paz na família sem bloquear novos pontos de vista e mudanças. Por último e não menos importante, deve-se cultivar uma liderança voltada para pessoas e cultura. Essa “autenticidade” é vital na construção de uma marca e na gestão estratégica.


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matéria de capa

Sanjoanenses de convicção Conheça a história de sanjoanenses – de nascimento ou coração – que acreditaram em seus sonhos e ajudaram a construir a cidade que conhecemos hoje. POR MATHEUS LIANDA

Nascer e crescer em uma cidade pode nos impedir de enxergar partes importantes de nossa própria história. Você já teve a experiência de, ao viajar para um lugar diferente, pesquisar seus pontos turísticos, datas comemorativas e principais personalidades? E ao chegar ao destino, reparar em características arquitetônicas, detalhes paisagísticos, comportamento de pessoas, aromas, cores? É muito provável que sim. Na Sociologia, isso é chamado de “olhar de estranhamento”. Ele é natural quando estamos diante de uma situação nova. Mas

quantas vezes fez o mesmo em sua própria cidade, onde cresceu vendo sempre as mesmas estruturas, padrões e pessoas? Muitos passam toda a vida em um certo local e nunca descobrem suas curiosidades – tão ou mais fascinantes quanto as de outros municípios. Você vai conhecer a história de figuras fundamentais para o nascimento e desenvolvimento de algumas instituições de São João da Boa Vista, símbolos palpáveis dos projetos nelas desenvolvidos. A ideia não é disponibilizar um relato histórico integral de cada tópico, somente contar um pouco sobre as personalidades que os representam e, talvez, despertar nos sanjoanenses mais interesse por essa gente de convicção; gente inovadora, pioneira, gente que fez (e ainda faz) muita diferença.

Monsenhor João Ramalho A fundação oficial de São João da Boa Vista aconteceu em 24 de junho de 1824, com a celebração da primeira missa. O cônego português João José Vieira Ramalho, que vivia em Mogi Mirim, é considerado o patrono da cidade. Foi ele o grande incentivador para que Antônio Machado doasse parte das terras de que havia se apossado nas margens do atual córrego São João, onde havia construído uma pequena capela para Santo Antônio. O cônego o convenceu a trocar o santo padroeiro para São João, o que posteriormente tornou o lugar conhecido como São João da Boa Vista, uma vez que a Serra da Mantiqueira, nesta região, era chamada de Serra da Boa Vista. Ele foi o responsável por estabelecer o perfil econômico do povoado e propiciar aos moradores condições para se estabelecer com sucesso no local. Ao vir para o Brasil em 1800, se apaixonou pela futura cidade e enxergou todo o potencial da região: seu objetivo era irradiar o progresso por atividades agropecuárias, industriais e rurais, com monjolos, moinhos, engenhos de serra e de cana-de-açúcar. Em duas assembleias paroquiais (1824 e 1846), foi escolhido como administrador da então freguesia. Além de celebrar missas, batismos, cerimônias fúnebres e matrimônios em São João, mesmo sem ser vigário da cidade, o pioneiro também batalhava por suas opiniões políticas e participou ativamente da Revolução de 1842. É também o fundador da Paróquia São João Batista (1838); em 1851, foi edificada a Igreja Matriz, de pau a pique e taipa, posteriormente reconstruída em tijolos em 1888. Durante a viagem para inaugurar o Ramal Férreo de Caldas, em 1886, o imperador Dom Pedro II e sua esposa, Dona Thereza Christina, fizeram uma grande doação para a continuidade das obras do novo templo. A imagem ao lado é uma representação artística, já que não há nenhuma pintura ou ilustração do monsenhor.

Joaquim Lourenço de Oliveira Vereador sanjoanense cuja lei de isenção de impostos incentivou a criação do Theatro Municipal. Segundo a determinação aprovada pela Câmara dos Vereadores em 15 de abril de 1912, quem construísse um teatro em São João, teria o benefício por 10 anos. O edifício não tem propriamente um fundador, visto que 113 acionistas da Sociedade Anônima Companhia Teatral Sanjoanense contribuíram para sua criação, presididos pelo Ten. Cel. Joaquim Cândido de Oliveira. O projeto foi feito pelo arquiteto italiano J. Pucci e a obra fiscalizada e executada pelo construtor Antonio Lanzac. 28

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Nicolau Rehder O alemão Nicolau Rehder foi o encarregado pela construção da Estação Ferroviária e do ramal de Caldas do Km 42 até o ponto final, em Poços de Caldas (MG), em 1883, sob supervisão do engenheiro Alexandre Brodowski – este ficaria famoso por conseguir resolver o problema da ascensão da via férrea na serra da cidade mineira. Nicolau era contrário às injustiças praticadas contra os negros na época; embora tenha utilizado mão de obra escrava por um tempo, libertou-os antes mesmo da assinatura da Lei Áurea, em 1888. Trouxe à região novas técnicas para substituir as paredes de taipa por tijolos e foi responsável pela edificação de importantes prédios, como o antigo Fórum e Cadeia (1887), hoje sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); a antiga Igreja Matriz (1890); e sua própria residência (1890), atual sede da Diocese de São João da Boa Vista. Muitas de suas obras foram projetadas pelo alemão Carlos Martens. Foto: Logradouros de São João da B. Vista/ Rodrigo Rossi Falconi

Carolina Augusta dos Santos Malheiros Vasconcellos No século XIX, os tratamentos médicos eram rudimentares. Em São João, doentes e feridos eram cuidados por pessoas não habilitadas ou médicos quase sem recursos. Com isso, alguns indivíduos começaram a elaborar um projeto para implantar um hospital que atendesse, com qualidade, sobretudo os menos afortunados gratuitamente: a Santa Casa de Misericórdia. O pontapé inicial foi dado por Carolina Augusta dos Santos Malheiros Vasconcellos, em fevereiro de 1891, com a doação de 30 contos de réis para a causa (o equivalente a quase 4 milhões de reais hoje em dia). Embora o valor não tenha sido suficiente para concluir a obra, foi o principal incentivador das futuras arrecadações. A “criadora” da Santa Casa faleceu no mesmo ano em que fez sua afortunada contribuição, então não pôde presenciar a inauguração do hospital em 1899.

Antônio Manuel “Machado” de Siqueira Antônio Manuel de Siqueira (em alguns documentos grafado como “Antônio Manuel de Oliveira”) também é considerado um dos fundadores de São João da Boa Vista, ao lado de seus cunhados Francisco e Ignácio Cândido. A história é muitas vezes incerta, mas o que se sabe é que ele foi o primeiro doador de terras para a formação do patrimônio da freguesia de São João da Boa Vista. Eles chegaram à região por volta de 1821 – alguns dizem que às vésperas do Dia de São João –, vindos de Itajubá (MG), três anos antes da fundação oficial. Machado apossou-se de terras próximas ao atual córrego São João até a Cascata das Macaubeiras e a atual Av. Dona Gertrudes; e Francisco e Ignácio se apossaram de terras mais para os lados do Rio Claro. Antônio Machado construiu uma capelinha devotada a Santo Antônio, a quem pedira proteção para ganhar uma demanda jurídica na qual se envolvera; o cônego João Ramalho, que percorria com frequência a região por ser proprietário da Fazenda São João dos Pinheiros, convenceu-o a doar parte das terras para construir uma capela maior e formar patrimônio. A via onde o posseiro construiu sua humilde casinha foi posteriormente denominada Rua Antônio Machado em sua homenagem.

José Peres Castelhano Natural de Santos – SP, morou em São João desde 1920, quando tinha 19 anos. Pioneiro da doutrina espírita na cidade, foi editor do jornal O Município e dedicou a vida a ajudar a população. Foi um dos fundadores da Sociedade de Estudos Espíritas João Batista e um dos responsáveis pela abertura do Albergue Noturno Bom Samaritano. Em sua homenagem, o > prédio da Câmara Municipal, o plenário e uma escola municipal levam seu nome. >

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Foto: EMEB José Peres Castelhano REVISTA ATUA | NOVEMBRO DE 2021

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Evolução da cidade Em 28 de fevereiro de 1838, o pequeno povoado foi elevado à freguesia e, em 24 de março de 1859, uma lei provincial a elevou a vila. Nos arquivos da Prefeitura, encontra-se a ata de sua instalação, em cerimônia realizada em 7 de setembro de 1859. Sem o incentivo e proteção do Monsenhor Ramalho, talvez o pequenino povoado nunca se desenvolvesse; o povo queria ser assistido pelo padre e sentia a necessidade de uma capelinha para a celebração da missa dominical e dos sacramentos. O município compreendia a própria sede (São João) e as vilas de Aguaí (então Cascavel), Vargem Grande e Prata que, com o decorrer do tempo, conseguiram autonomia e emancipação. Surgiu então a primeira escola municipal, cujos primeiros professores registrados foram o casal Sandeville. Ao lado, a foto do prédio onde foi instalada a chamada Casa da Instrução, na Praça da Matriz. O local também foi utilizado como Prefeitura e Escola Paroquial, mantida pelo Padre Josué de Mattos. Atualmente é o prédio do Banco do Brasil. Pouco a pouco, a cidade foi crescendo, espalhando-se pelos terrenos que margeiam o Jaguari, o Rio da Prata e o Córrego São João. Foto: Logradouros de São João da B. Vista/ Rodrigo Rossi Falconi

Octávio Bastos Nascido em Recife (PE), formou-se em Direito e participou da Revolução de 1930. Tornou-se promotor e trabalhou em vários cargos do governo até se aposentar. Mudou-se para São João da Boa Vista por motivos de saúde e, em 1963, foi eleito prefeito. Em sua gestão, foi criado o Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira. Foi sócio-fundador da Fundação Sanjoanense de Ensino, hoje Unifeob; um dos fundadores da Faculdade de Administração e Economia, hoje Unifae; fundou as faculdades de Direito, Filosofia e Ciências Contábeis e Administrativas; idealizou a Faculdade de Veterinária; e fundou, unido ao Prof. Milton Segurado, Dr. Octávio Pereira Leite e Francisco Roberto Almeida Júnior, a Academia de Letras de São João da Boa Vista (1971). Foto: Arquivo / Revista Atua Foto: Antonio Carlos Lorette

Dito Pito Dono de uma trajetória de luta contra o racismo, Benedito Antonio Lourenço recebeu o apelido pelo cachimbo que utilizou por boa parte da vida. Ao lado da esposa, Joana de Oliveira, participou ativamente do sistema social e religioso dominado pela elite sanjoanense. Exerceu os ofícios de carpinteiro, marceneiro, caçador e benzedor. O filho de ex-escravizados fundou, ao lado de colegas, o Clube Henrique Dias (homenagem ao militar, filho de escravos africanos libertos, considerado um herói da Pátria), em 1936, organização que promovia bailes de carnaval e integrava afrodescendentes da cidade às atividades culturais, dominadas pelos brancos na época. Na prática, foi o antecessor do Espaço de Cultura Afro Brasileira Luiz Gama (antigo Clube Recreativo Luiz Gama), criado em 1940 pela comunidade negra. Além do protagonismo no clube, o carpinteiro tinha um envolvimento grande com a comunidade religiosa da Matriz, o que era algo inédito. > 30

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Foto: Casa da Criança

Ziza Andrade Filha do Dr. Theophilo Ribeiro de Andrade, Olímpia de Oliveira Andrade era pianista, violinista e organista, bem como professora de música. Tocava na Igreja Matriz e participou de vários festivais beneficentes e comemorativos. Atuou ativamente na Revolução de 1932, na assistência aos combatentes, e foi diretora do Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira, para o qual doou muitas peças. Além de vereadora, religiosa e ativista pelos direitos dos mais pobres, Ziza também era adepta dos esportes: ginástica sueca, natação, tênis e basquete, por exemplo. Regeu o Coral Santa Cecília por muitos anos e fundou ao lado de Antônia Ferreira de Andrade, a Casa da Criança (box ao lado), em 24 de maio de 1942, cujo prédio atual foi finalizado em 1947. A principal finalidade da organização é amparar crianças carentes enquanto as mães trabalham fora.

Araci Braga Silveira A autodidata Araci Braga Silveira foi a fundadora do primeiro jardim de infância da história da cidade, na década de 1920, no salão social do templo da Igreja Presbiteriana da Rua Benjamin Constant. Foi pioneira na metodologia para ensino de pré-alfabetização e sua didática foi incorporada ao conteúdo das cartilhas escolares. Sua casa era como uma pousada, pois sempre acolhia hóspedes que a procuravam pelos gestos de amizade e conforto espiritual oferecidos por ela e seu marido, o advogado e poeta Jordano Paulo da Silveira. Em mesinhas para quatro crianças, seus alunos aprendiam desenho, pintura, artes, música, canto, dramatização, educação física, além de atividades extracurriculares, como piquenique, para aprenderem a socializar e receber convidados. Ademais, incentivava a higiene, as boas maneiras, o amor e respeito aos animais, à natureza e à religião cristã.

Fotos: Creche Chafica Antakly / Arquivo da família

Chafica Antakly e Lúcia de Andrade Conhecidas por sua caridade, as senhoras Chafica Antakly e Lúcia Lambert de Andrade fundaram, em 3 de dezembro de 1956, o Serviço de Assistência Social (SAS). O intuito era solucionar com urgência o atendimento e amparo ao segmento mais pobre e carente da sociedade. Após fazer um levantamento das prioridades e definir como seria a atuação, foi criada a associação beneficente. Chafica fazia parte do Clube da Amizade, em que esposas de rotarianos se reuniam para fazer enxovais para crianças necessitadas. Formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Lúcia veio a São João para lecionar e se apaixonou pela cidade – como diz o ditado, “bebeu da água do Jaguari” e por aqui ficou. Sempre trabalhou pelos mais necessitados, inclusive em diversos programas sociais da igreja católica.

Henrique Cabral de Vasconcellos Foi um dos homens mais atuantes de sua época e colaborou sobremaneira para o desenvolvimento da cidade. Após passagens como prefeito e vereador, foi reconhecido, entre diversos feitos, pela melhoria das finanças públicas e nas redes de água e esgoto. Entre suas principais obras, destacam-se a conclusão do edifício do Paço Municipal, em 24 de junho de 1942, sede administrativa da cidade; a inauguração da Casa da Criança; contribuições para a construção de dois seminários e para o Colégio Santo André; a instalação do Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo; reforma do jardim da Praça da Matriz; e, como abordado na matéria de capa da última edição da Revista Atua, o loteamento e fundação da Vila Tenente Vasconcellos, embrião do que conhecemos hoje como DER. Foto: Logradouros de São João da B. Vista/ Rodrigo Rossi Falconi

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O café como locomotiva das benfeitorias Em 1886, os trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro trouxeram um novo estímulo para o progresso, pois facilitavam o intercâmbio econômico e cultural com cidades mais desenvolvidas e com a capital da então Província de São Paulo. Isso gerou frutos: filhos dos cafeicultores começaram a ter acesso aos grandes centros, muitas vezes até estudavam no exterior. Ao retornar, essa nova geração de ricos trouxe uma visão mais moderna ao município; entre outras coisas, promoveram a criação de benfeitorias para a população – como grande parte das personalidades aqui citadas. Embora fossem ações paliativas, por conta da profunda desigualdade social da época (que, em alguns casos, persiste até hoje), amenizaram a disparidade. Ao lado, na foto superior, registro das obras de expansão da Casa da Criança em data ignorada. Abaixo, foto de Ziza Andrade, ao lado da placa em sua homenagem, também na Casa da Criança, em 1973.

Fotos: Casa da Criança

Tita de Oliveira Dona Maria Ignez da Silva Oliveira, filha de Joaquim José de Oliveira e Anna Gabriella da Silva Oliveira, adorava viajar. Conheceu diversas partes do Brasil e do mundo e sempre trazia objetos interessantes, expostos em vitrines em sua casa, onde queria montar um museu. De alma extremamente piedosa, humilde e caridosa, sempre tratou com o máximo respeito todas as pessoas e animais. Seguia à risca os preceitos da religião católica, prestava auxílio a diversas entidades filantrópicas e até mesmo bancava estudos de jovens sem condições financeiras. Doou à Prefeitura sua casa e todas suas peças para a criação do Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira, estadista que admirava profundamente. Também doou uma fazenda à Diocese de São João, com a condição de nela ser mantido um orfanato e uma escola rural. > Foto: Reprodução / Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira

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João Batista Merlin O engenheiro João Merlin foi uma referência na atividade de restauração. Entre outros, participou do restauro do Palácio do Catete, Teatro Municipal, Biblioteca Nacional, Palácio da Cultura e Museu de Belas Artes, todos no Rio de Janeiro. Em Brasília, alguns de seus trabalhos foram uma capela no Lago Paranoá, o Kartódromo de Guará, Palácio do Jaburu – residência oficial da Presidência da República – e reformas no Teatro Nacional, Granja do Torto e Palácio da Alvorada. Quando voltou a São João, cidade onde nasceu e viveu por toda a infância, iniciou uma campanha para restaurar o Theatro Municipal, embora não tenha participado do projeto. Ao vistoriar a Igreja Catedral, da qual também elaborou o projeto de restauro, encontrou diversas relíquias religiosas em desuso. Para preservá-las, teve a ideia de criar o Museu de Arte Sacra (1987), iniciativa acolhida imediatamente não somente por membros da igreja, mas também pela sociedade sanjoanense. Foto: José Marcondes

A capa desta edição Matildes Rezende Lopes Salomão foi a escolhida para ilustrar a capa desta edição da Revista Atua. Na infância praticamente não teve a oportunidade de estudar; seu pai entendia que não era necessário instruir mulheres. Mesmo assim, foi autodidata, passou a ler muito e desenvolver um grande talento para pesquisa. Só teve oportunidade de concluir os estudos formais na década de 1970, se formando, em 1981, como bacharel em Ciências Jurídicas, aos 75 anos. Além de seu admirável feito pessoal, Matildes coordenou a comissão responsável por criar e instalar o Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira e o Arquivo Municipal – este batizado em sua homenagem em 2003. Para o arquivo, doou raros documentos; um deles conta a fundação da primeira Câmara Municipal de São João, quando seus integrantes eram chamados de “homens bons”, e não “vereadores”. Reuniu muitos documentos de diversas localidades, e essa pesquisa foi essencial para a publicação do livro História de São João da Boa Vista, em 1976, por Maria Leonor Alvarez Silva. Matildes buscou informações como certidões, inventários e testamentos de arquivos das arquidioceses de São Paulo, São João Del Rey, Campinas, Mariana, São João, Pouso Alegre, paróquias de Caldas, Ouro Fino e Lavras. Vasculhou e salvou arquivos abandonados da Câmara de São João da Boa Vista, o que foi fundamental para a preservação da história de nossa cidade. Hoje, tudo está disponível no Arquivo Municipal. Também frequentou arquivos do Estado de São Paulo, onde fez amigos e correspondentes com quem trocava novas informações e descobertas.

Sem o trabalho desta predestinada mulher, a história de muitas das figuras que você acabou de ler não existiria; tudo teria se perdido no tempo. Graças a Matildes e outra dezena de historiadores locais, podemos contar um pouco da história de São João da Boa Vista. Ela faleceu em 2007, aos 90 anos, mas deixou um enorme legado preservado principalmente pelo interesse especial por História – além de incentivar toda uma geração de historiadores e entusiastas. Matildes é mãe da médica sanitarista Marta Salomão, ex-diretora do Instituto Adolfo Lutz, responsável por coordenar a resposta brasileira à epidemia da gripe H1N1, em 2009.

Foto: Arquivo familiar

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O Arquivo Histórico e o Museu Se você se interessou por essas figuras históricas, nossa sugestão é que você reserve um tempo para visitar o Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira e o Arquivo Municipal, que funciona no prédio do Centro Cultural Pagu (antiga biblioteca). MUSEU HISTÓRICO O museu foi inaugurado em 24 de junho de 1970. Seu acervo foi ampliado a partir de campanhas em escolas, incorporação do patrimônio municipal e doações esparsas de particulares e de instituições locais. Hoje, são mais de 10 mil peças. Ele está aberto de terça a sexta-feira, das 9h às 16h. O edifício está localizado na Praça Governador Armando Salles, 122 – Centro. É possível agendar visitas, pelo telefone (19) 36310314. O núcleo original é composto por peças colecionadas por Maria Inês da

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Silva Oliveira, a Dona Tita, um acervo eclético baseado em peças históricas de sua família, presentes de amigos e peças adquiridas em suas viagens pelo Brasil, Europa e Ásia na primeira metade do século XX. ARQUIVO HISTÓRICO Espaço público frequentado há 30 anos por leitores, estudantes e pesquisadores, o Centro Cultural Pagu passou por uma grande reforma e agora abriga o Arquivo Histórico Municipal. Lá podem ser consultados documentos em bom estado de conservação, como as Atas da Câmara de São João da Boa Vista desde a metade do século XIX, por volta de 1865. Embora esteja abrigado em um novo e amplo espaço, é necessário que a documentação passe por completa indexação, microfilmagem e digitalização; isso permitirá mais possibilidade de acesso à informa-

ção por parte da população, além de garantir que todas essas preciosidades não sucumbam ao tempo. O poder público e a iniciativa privada devem se unir para assegurar a ampla consulta e conhecimento desses documentos. Além do material impresso, há também fitas cassete, discos de vinil da antiga Rádio Difusora, VHS e DVDs que, em breve, integrarão um novo acervo próprio e disponível ao público. O Arquivo Público Municipal está situado na Rua Benedito Araújo, 44 – Centro, aberto de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h. É possível agendar visitas pelo telefone (19) 3631-0316. A Revista Atua agradece publicamente a todos os funcionários do Museu Histórico, Arquivo Municipal e ao historiador Jaime Splettstoser, por todo apoio e auxílio para a confecção dessa matéria. A

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te deseja

João Vitor usa Camisa e Bermuda Oliver, Sapatênis Gambo / Laura usa Vestido Lilimoon, tênis Diversão / Beatriz usa Vestido Colcci, Tênis Converse / Ana Beatriz usa Conjunto Lilimoon, tênis Diversão / Joaquim veste Conjunto Oliver e sapatênis Tip Toey Joey.

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amos um na

André usa Bata e Bermuda Oliver, tenis Bibi / Zoe usa vestido Kukiê, sandália Tip Toey Joey / Isis usa, vestido Mon Sucré, sandália Tip Toey Joey / Leticia usa vestido 1+1, sapatilha Gambo / Manuella usa vestido Petit Cherie e Sandália Menina Rio.

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tal muito f

Liz usa vestido A Fábula, sandália Tip Toey Joey / Gabriela usa vestido A Fábula, sandália Gambo / Mariah usa vestido A Fábula, sapatilha Tip Toey Joey.

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feliz e um a

Lara usa vestido Petit Cherie, sapatilha Contramão / Sophia usa vestido Petit Cherie, sapatilha Tip Toey Joey / Isabella usa vestido com sobreposição em saia tule Petit Cherie, sandália Menina Rio / Lorena usa conjunto Petit Cherie e sandália Menina Rio.

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ano novo il

Davi usa conjunto Oliver e sapatênis Gambo/ Pietro usa conjunto Banana Danger e tênis KLIN / Kaleb usa conjunto Banana Danger e botinha Gambo / Chiara usa conjunto Mon Sucré, tênis cano alto Diversão / Samuel usa camiseta polo e bermuda Colcci, sapatênis Gambo.

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luminado

Maria Vitória usa conjunto Mon Sucré, tênis sola alta Diversão / Rebeca usa vestido Mon Sucré e sapatilha Gambo/ Lorena usa vestido Mon Sucré, tênis e bolsa Bibi / Mariah usa vestido Mon Sucré e sapatilha Mini Sua Cia.

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esportes

Rota do vulcão promete movimentar cicloturismo regional Percurso de 350 km dará aos ciclistas a oportunidade de apreciar pontos turísticos POR NIKCOLAS SANTOS

Embora o Brasil seja conhecido como o país do futebol, outros esportes também são bastante apreciados pela população brasileira. E a pandemia da covid-19 trouxe destaque a uma modalidade específica: o ciclismo. Como a prática do esporte não exige contato direto, os praticantes consideram pequeno o risco de transmissão do novo coronavírus. Em novembro de 2020, a Semexe, plataforma online de compra e venda de produtos, fez uma pesquisa a fim de analisar como os hábitos dos brasileiros relacionados aos esportes foram impactados pela covid-19. O estudo aponta que 89% dos esportistas ouvidos

acreditam que pedalar ao ar livre é mais seguro que os exercícios realizados em aparelhos de academias; 61% dos entrevistados trocariam a academia pela bicicleta, neste momento, como alternativa à prática de atividade física e no estado de São Paulo, houve aumento de 11% no número de praticantes de ciclismo. No embalo dessa crescente, o cicloturismo passou a ganhar espaço. Afinal, é uma forma de as pessoas praticarem um esporte e, de quebra, conhecerem pontos turísticos. Segundo o Ministério do Turismo, existem cerca de 3,5 mil km de trilhas de longo percurso propícias para esse tipo de entretenimento no Brasil. A ideia do Ministério é aumentar a extensão para 10 mil km nos próximos

anos. Na região, a mais nova atração do cicloturismo é a Rota do Vulcão, criada pela Associação Ciclística de Poços de Caldas (ACPC). São 350 km de percurso, em que os ciclistas terão a oportunidade de conhecer as belezas de 14 municípios e distritos do Leste Paulista e do Sul de Minas Gerais. São eles: Poços de Caldas (MG), São Roque da Fartura (SP), Águas da Prata (SP), Andradas (MG), Ibitiúra de Minas (MG), Santa Rita de Caldas (MG), Caldas (MG), Pocinhos do Rio Verde (MG), Santana de Caldas (MG), Bandeira do Sul (MG), Botelhos (MG),Palmeiral (MG), Caconde (SP) e Divinolândia (SP). Futuramente, serão criadas extensões para São Sebastião da Grama(SP), São João da Boa Vista (SP), Ipuiúna (MG) e Campestre (MG). O fundador e presidente da ACPC, Arison Siqueira, explica que a definição do percurso levou em consideração a caldeira vulcânica existente na região. Até por isso, o trajeto recebeu o nome de Rota do Vulcão. “Nós identificamos quais as cidades que faziam parte dessa caldeira vulcânica e começamos a fazer um traçado, onde o ciclista pudesse ter uma distância máxima de 30 km de uma cidade a outra. Isso obviamente vai dar uma oportunidade para quem quiser fazer (a rota) e não tenha tanto fôlego pra fazer uma quilometragem maior”, contou. “E o traçado também foi bem pensado para desafiar o ciclista. Então nós temos grandes montanhas, uma altimetria muito alta acumulada durante o trajeto todo”, completou. Durante a Rota do Vulcão, os ciclistas poderão apreciar cachoeiras, mirantes, fazendas, igrejas, além da culinária. COMO TUDO COMEÇOU A ideia de desenvolver o trajeto surgiu a

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partir das experiências vividas por integrantes da coordenação da ACPC. “Esse foi um dos projetos pioneiros que a Associação Ciclística de Poços de Caldas planejou. Com a experiência de algumas pessoas da coordenação em fazer cicloviagens, percebemos que a região da Rota do Vulcão é uma das mais belas, pois conta com dezenas de atrativos. Com isso pensamos em atrair ciclistas de todo Brasil e do mundo para conhecer nossa região”, relatou Arison. LANÇAMENTO Apesar do trajeto já ter sido definido no começo de 2021, a Rota do Vulcão foi lançada, oficialmente, no dia 25 de setembro. Com o lançamento, quem percorrer o trajeto, poderá adquirir um diploma de conclusão e também camisetas, bonés e outros produtos personalizados. Vale ressaltar que a sinalização da Rota ainda será feita, mas o percurso já está disponível no Wikiloc, ferramenta de localização de trilhas utilizada por esportistas. Quem tiver interesse, já pode fazer a Rota. É só escolher um ponto de partida e pedalar.

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FOMENTO AO TURISMO REGIONAL Em maio de 2021, a ACPC apresentou a Rota do Vulcão para as cidades que integram o percurso. As prefeituras, por meio das Secretarias de Turismo e Esportes, ofereceram apoio e ficaram responsáveis pela instalação de placas de sinalização do percurso. Poços de Caldas também se comprometeu a divulgar a Rota do Vulcão e tem atuado para que o percurso seja conhecido no estado de

Minas Gerais. “Já estamos em conversa com a Secretaria de Cultura e Turismo do Estado de Minas, a qual tem conhecimento do projeto, e que também iniciará seu apoio de divulgação da Rota assim que ela estiver pronta. Então vários processos já se iniciaram. Eu acredito muito que, em breve, nós seremos referência em cicloturismo no país”, afirmou Ricardo Oliveira, secretário de Turismo de Poços de Caldas. A

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responsabilidade social

Quem precisa de ‘Algo Mais’ encontra pela Credisan Instituição criou programa para desenvolver e apoiar projetos sociais em toda região POR DANIELA PRADO

A Credisan (Cooperativa de Crédito com atuação no Leste Paulista e Sul de Minas Gerais) para oferecer soluções financeiras adequadas aos seus Cooperados, criou o Algo Mais. Trata-se de uma plataforma desenvolvida para pensar, planejar e executar ações sociais que beneficiem pessoas, instituições e comunidades que precisam de apoio, possibilitando que novos sonhos comecem a ganhar forma, para que uma nova realidade seja delineada. Na Credisan São João da Boa Vista, o Algo Mais surgiu por iniciativa de Valéria Maciel Pavim de Biazi, diretora administrativa, com o apoio do diretor operacional, Marcelo Augusto Urbano; do presidente do conselho de administração, João Gilberto de Souza e demais membros deste colegiado. Valéria esclarece que a entidade valoriza o ser humano, pois acredita que as pessoas fazem a diferença nos negócios. “Sendo assim, incentiva e reconhece seus colaboradores que realizam ‘Algo Mais’ em suas atividades e os próprios colegas elegem quem merece este destaque. Da mesma maneira, entendemos que podemos fazer isso na sociedade onde estamos inseridos”, observou. E acrescentou que, dessa forma, a cooperativa busca apoiar as pessoas por meio do esporte, saúde, educação, cultura, empreendedorismo, enfim, onde houver oportunidade, cumprindo seu papel social, por meio da plataforma Algo Mais. “Uma vez que está no nosso DNA a ótica ressaltada do lado humano em tudo o que faz, foi natural organizar uma forma de atuar na comunidade à nossa volta, pois pensamos que, com pequenas ações, podemos tor-

nar o mundo melhor dentro do que está ao nosso alcance”, enfatizou. OFERECER NOVAS OPORTUNIDADES A diretora administrativa também reforça que este ideal foi abraçado pelos colaboradores e não se limitou a uma ou outra categoria, faixa ou forma de atuação, justamente para permitir um olhar mais abrangente, no tocante às oportunidades. “Por exemplo, quando apoiamos o evento da Mulher Empreendedora, pro-

movido pela ACE de São João da Boa Vista, tínhamos um stand e levamos para lá, algumas mulheres artesãs que puderam divulgar o trabalho delas. Aproveitamos para criar uma peça publicitária, contando a história das participantes e o resultado gerou frutos”, comentou. Outro exemplo que Valéria lembra é quando levaram as crianças da Sociedade Integrada Gente Amiga - Siga, uma ONG de Divinolândia, para uma apresentação musical diante de convidados,

Foto: Divulgação / Credisan

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durante a inauguração das novas instalações da agência Credisan daquela cidade. “Foi um incentivo cultural emocionante para todos”, exclamou. QUEM TESTOU, APROVA A artesã Talita Lopes Medeiros conta que, desde muito jovem, acalentava o sonho de ser dona do seu próprio negócio. “Comecei cedo, sempre trabalhando muito e hoje sou empreendedora de uma loja online de personalizados”, disse. Talita reconhece que ‘se encontrou’ com o Algo Mais e está satisfeita. “Fui convidada pela Credisan para expor meu trabalho em um evento patrocinado pela Cooperativa e, por meio dessa oportunidade, conheci muitas pessoas, portas começaram a se abrir e eu consegui tirar do papel o sonho de ter a minha própria empresa. Hoje, graças ao trabalho sério que desenvolvo e dedicação diária,

feito tudo com muito amor, tenho muitas oportunidades na cidade [São João] e no Brasil todo”, comentou. E deixou o convite a todos que queiram conhecer seu trabalho, para acessarem o Instagram @mariaflorartespersonalizadas. COMO PARTICIPAR Para pleitear participação é preciso apresentar um projeto para apreciação de apoio pelo Algo Mais e as pessoas que porventura conheçam quem queira e busque incentivo, podem indicar a elas a plataforma social da Credisan.“A principal importância desse projeto é promover a cooperação entre as pessoas, afinal tudo é feito por gente. E viabilizar a prática do bem traz mais satisfação a quem dá do que a quem recebe”, finalizou Valéria. Mais informações sobre o Algo Mais podem ser obtidas no portal: https://algomais.org.br. A

Projetos de responsabilidade social ganham força e destaque em empresas POR LUANA LOURENÇO / MIGALHAS

Uma empresa socialmente responsável está constantemente envolvida em ações sociais, o que não se confunde com assistencialismo, e sim com total comprometimento da instituição com sua função social, razão primeira para a sua existência. A organização se responsabiliza pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, sempre adotando um comportamento ético, agindo com transparência e levando em consideração as expectativas de seus stakeholders. Os negócios são geridos em conformidade com leis, normas e diretrizes. Além disso, os processos são estruturados de forma integrada com todos os grupos de interesses. Vale ressaltar que não se trata de meras atitudes com vistas a prevenir sanções e a reduzir seus impostos, tampouco para atender à legislação vigente. Na verdade, os ganhos da empresa socialmente responsável são inestimáveis e alcançados a longo prazo, tema que será abordado mais adiante. Ações voltadas às áreas de saúde, assistência social, cultura, fomento à educação e à moradia, dentre outros, são exemplos de responsabilidade social. Estas podem ser voltadas tanto para o público interno, quanto para o externo, bem como para a comunidade na qual a empresa está inserida. Para que uma empresa exerça suas atividades com responsabilidade social, é importante que busque o engajamento de todos os colaboradores. Inclusive, seus familiares podem ser inseridos no processo, pois são partes relevantes para a instituição. O movimento também precisa englobar a comunidade. Todos funcionam como verdadeiros agentes multiplicadores de valores, formando a tríade: colaboradores, familiares e sociedade. O empresário, por sua vez, tem dupla responsabilidade ao conduzir um negócio, pois atua simultaneamente como pessoa física e como pessoa jurídica, o que dá ainda mais sentido ao tema. MAS QUAL PAPEL SUA EMPRESA PODE DESEMPENHAR NA SOCIEDADE? Em razão da função social que exercem, as organizações são chamadas a contribuir com a qualidade de vida e com o bem-estar social. Pois suas ações podem gerar inúmeros impactos na vida das pessoas, sejam eles positivos ou negativos. Um ponto interessante para ser trabalhado é questionar o impacto que sua empresa gera na vida das pessoas e na comunidade em nível local e global. Outra questão é saber se as políticas ambientais adotadas estão compatíveis com a realidade do negócio e do mercado.

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crônica

Mim Tarzan, You Tube Definitivamente, Tarzan não estava em seus melhores dias. POR MARCELO SGUASSABIA

Definitivamente, Tarzan não estava em seus melhores dias. Chegou à repartição meia hora depois do cacique, derrubou pó de guaraná na camisa branca e, como se não bastasse, o programa travou no meio da planilha. O relatório precisava estar pronto dali a duas luas, no máximo. Ficou olhando impotente para o mico computador, contando até 10 para não esmurrá-lo. Era todo de jacarandá, com uns detalhes em peroba rosa. Talvez por isso desse pau o tempo todo. Comprado de contrabando, veio escondido debaixo de um carregamento de mogno vindo do Amapá. O gabinete de Tarzan era no décimo oitavo andar da palmeira imperial 15, Asa Sul de Bem-Te-Vi. Lá vem ela: Jane. Aquilo não era uma mulher, era uma reserva natural paradisíaca. Assim ficava difícil se concentrar no trabalho. Funcionária nova, chegara ali transferida da Funai, depois de ter servido oito anos

na Sudam. Se aproxima insinuante e pergunta qual o melhor caminho pra voltar pra casa. Meu Santo, Daime forças pra resistir à tentação. Seria uma inesquecível transa amazônica... Tarzan explica que o caminho mais fácil é pegar o cipó 12, passar três estações, fazer conexão com o cipó 35, saltar na Avenida Vitória Régia e dali ir de canoa até sua oca. Com vestido de chita essa Jane fica um arraso, ele pensa. Mas, se abatesse a presa, teria que ser mais cauteloso do que com aquela gata vestida de oncinha, que levou para o meio do mato na semana passada. Por um descuido a conta do Moita’s Hot Night foi parar na fatura do cartão de crédito. Pra explicar em casa não foi nada fácil, o couro de jacaré comeu solto quando chegou na cabana. A reunião com a diretoria foi demorada. Pauta do dia: Alternativas para livrar a selva de pedra da extinção, detendo a devastação da cidade pela floresta e preservando os mananciais de CO2. "O

Foto: Reprodução Internet

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crescimento desordenado da mata nativa vem engolindo impiedosamente as chaminés das fábricas. Se não fizermos alguma coisa agora, não vai sobrar uma fumacinha para as próximas gerações", argumentava colérico o gerente de assuntos institucionais. E aí a discussão se estendeu com todo aquele papo de sustentabilidade, de responsabilidade ambiental, que a empresa precisa se mobilizar pra calar a imprensa e aplacar os ânimos da opinião pública, etc. Ao final, tudo combinado e nada resolvido. Saiu esgotado do blá-blá-blá e parou no bar para um Gin das selvas. Duplo. De volta à cabana, acessou amazon. com e encomendou o último lançamento do Ramos de Carvalho, que o Campos Nogueira havia recomendado para seu primo, Pinheiro da Serra. Aproveitou e comprou também um ensaio do Florestan Fernandes e um CD da Vanessa da Mata. Já na rede, pegando no sono, o celular toca. Era o Aníbal pedindo que lhe quebrasse um galho. E toca o tonto do Tarzan a se embrenhar floresta adentro, com a moto-serra nas costas, pra resolver o problema do amigo. Nisso já clareava o dia. Parou na banca de jornais, comprou A Voz Nativa e leu a reportagem sobre um projeto voluntário de crianças que derrubavam árvores para transformar em roçados de arroz e soja. A matéria também falava de um grupo de adolescentes que drenou um rio e seus peixes para enchê-lo de asfalto. As fotos mostravam as mães dos meninos chorando de emoção, o jornal elogiava o exemplo de cidadania, um representante da ONU veio condecorar a escola e os alunos pelo feito inédito e inspirador. Com os olhos marejados, dobrou o jornal e seguiu direto para a repartição, exausto e sem banho tomado, mas com o gratificante sentimento de que nem tudo estava perdido nesse mundo. A


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empreendedorismo

Produtora Jaguari Muito além de vídeos, uma comunicação com propósito, criatividade e inovação. Que as startups são tendências em todo o mundo nós já sabemos, agora, que em São João da Boa Vista, temos mais uma pequena notável ganhando seu espaço, você sabia? É ela, a Produtora Jaguari, que vem conquistando o mercado audiovisual. - AVISO DE SPOILER Já que o assunto é empreendedorismo, saiba que durante esta leitura você verá, novamente, o nome de dois empreendedores da nossa cidade que, hoje, são pessoas-chaves na criação e gestão de startups: Laerte Lelis e João Fornazieiro. A dupla juntou forças, desta vez, com o idealizador do negócio, Luís Eduardo Magalhães Teixeira Nogueira Mollo (25). Continue com esta leitura e não perca nenhum “tape” da história da Produtora Jaguari.

UMA PAIXÃO Muito antes de realizar o sonho de abrir o próprio negócio, Luís Eduardo já sabia qual era seu objetivo de vida: “a minha paixão pela comunicação social surgiu no meio do curso de jornalismo na ESPM-SP. Quando entrei na faculdade, ainda não era uma certeza, mas sabia que aquilo poderia ser um caminho para o que eu mais acredito, que a informação e o conhecimento pertencem a todos”. “Após formado, percebi que a minha principal missão como jornalista, ainda mais atualmente, é fazer com que isso aconteça de uma forma clara e transparente”, completou. Em sua trajetória profissional Luís Eduardo trabalhou nas emissoras TV União e ConecTV. E, durante este período, percebeu que a nossa região comportava uma empresa especialista em audio-

PARCEIROS

visual. Então, traçou um plano de ação e partiu em busca de seu sonho. OS SÓCIOS “Neste processo de pesquisa, para, de fato, abrir a Produtora Jaguari, fui contratar um serviço da empresa Hellomark, do Laerte Lelis e João Fornazieiro. O curioso é que ele (Laerte) estava com a mesma ideia e, em um segundo encontro, me fez um convite para uma sociedade. Naquele momento tive a certeza que estava no caminho certo, que minha visão de negócio era compatível com o momento”, diz Luís Eduardo. “Recebemos o Luís Eduardo para uma reunião, no caso, era para fecharmos um serviço pontual que englobava pesquisa de mercado, e, já estava fixa na minha cabeça a ideia de abrir uma produtora, tanto para suprir as demandas da Hellomark,

Luís Eduardo Magalhães Teixeira Nogueira Mollo (Dudu), João Fornazieiro e Laerte Lelis uniram forças para abrir a Produtora Jaguari, especialista na captação de imagens para promover a excelência da comunicação em detalhes. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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INFORME PUBLICITÁRIO Foto: Leo Beraldo / Cromalux

PODCAST

Luís Eduardo e os sócios têm desenvolvido o programa Give Talks – PodCast, realizado semanalmente em parceria com a Hellomark e a Octa Soluções. Disponível nas plataformas YouTube, Spotify e Deezer, o objetivo do programa é trazer uma conversa descontraída com empreendedores e influenciadores da região.

quanto para partir para cima do mercado regional. Então, vi a oportunidade perfeita”, diz Laerte Lelis. “Antes do Laerte falar com o Dudu, nós já tínhamos identificado a oportunidade de montar uma empresa de criação de vídeos e, também, captação de imagens, como a gente terceirizava estes serviços da Hellomark com outras empresas ou freelancer. Então, a ideia do Dudu caiu como uma luva, investimos pesado em equipamentos e, assim, nasceu a Produtora Jaguari”, diz João Fornazieiro. ASCENSÃO Nova no mercado, porém grande em seus projetos. Com apenas 6 meses de vida, a Produtora Jaguari já conquistou clientes em São João da Boa Vista, Mogi-Guaçu, Águas da Prata, Campinas, Uberaba e Uberlândia. E, em seu rol de clientes conta com: Fer-Alvarez; Clínica Médica-Veterinária Mascott; Cambuí Corporate – GNO; Prefeitura Municipal de Campinas entre outros. “Nosso diferencial está nos detalhes, somos especialistas na captação de imagens para promover a excelência da comunicação”, diz Laerte Lelis. “Cada projeto é único, pois atuamos desde a realização do briefing e análise da campanha, roteiro, captação de imagens, edição (animação, locução, trilha), pós-edição e entrega”, afirma Luís Eduardo. SERVIÇOS Hoje a Produtora Jaguari conta com uma vasta gama de soluções em audiovisual, como: filmagem com drone; foto aérea e de localização; vídeo em geral; animação 2D; motion graphics; além de contar com toda a estrutura necessária para gravação e edição de conteúdos para cursos / treinamentos e para EAD. E, a joia da coroa, fica logo abaixo… GIVE TALKS “Um fato que me agrada muito, que vem 51

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de encontro com o que disse no início desta entrevista (que a informação e o conhecimento pertencem a todos), é que a empresa está tomando o rumo de ser um grande veículo de comunicação para São João da Boa Vista, por meio do ‘Give Talks - PodCast’, um programa realizado semanalmente em parceria com a Hellomark e a Octa Soluções. O programa é apresentado por mim e pelo Laerte Lelis, com todo o auxílio do João Fornazieiro, que arrasa nos bastidores. Estamos assumindo essa nova responsabilidade e, através de um programa divulgado em várias redes sociais (YouTube, Spotify e Deezer), trazemos uma conversa leve, com grandes

empreendedores e influenciadores da nossa região”, finaliza Luís Eduardo. FUTURO Quando indagado sobre o futuro da empresa Luís Eduardo, nos disse: “Não gosto muito de falar de pretensões para o futuro, porém o meu sonho é que a Produtora Jaguari seja referência no mercado e que, com muito trabalho, possamos fazer com que ela se torne a principal produtora audiovisual da cidade e da região, sem desmerecer nenhuma outra.” E, para finalizar, ele deixou uma frase de impacto para refletirmos: "Eternize momentos com vídeos!". REVISTA ATUA | NOVEMBRO DE 2021

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psciologia

A vida pós pandemia Ansiedade social dificulta retorno às atividades no pós-pandemia. Saiba como enfrentá-la. POR LUIS CLAUDIO CALDAS

Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2017, 264 milhões de indivíduos vivem com algum transtorno de ansiedade no mundo. No Brasil, afeta 9,3% da população, fazendo do país líder do ranking. Veio então a pandemia de coronavírus e o isolamento e o distanciamento social, necessários para a contenção da disseminação do vírus Sars-Cov-2, começaram a fazer parte de nossa rotina. Com o convívio social restrito, casos de ansiedade social aumentaram, nos mais variados graus e faixas etárias, o que levou a uma maior procura por atendimento psicológico. Nos casos em que as pessoas já possuíam o problema, a pandemia acabou agravando os sintomas. Isso foi gerado pelo medo do contágio, mas também pela mudança de rotina e pelo luto, explica o psicólogo Danilo Ciconi. A previsão que especialistas fazem atualmente é que deve haver um aumento de diagnósticos de ansiedade social no pós pandemia. Mas seguindo exemplos de outras situações trágicas na história, em que as pessoas superaram as adversidades, eles dizem que há como enxergar pontos positivos. “O entendimento é que dois terços das pessoas tendem a ter um alto grau de resiliência, ou seja, de tirar forças sei lá da onde, mas conseguir enfrentar tudo isso, reorganizar sua rotina", esclarece Danilo. VOLTANDO A ROTINA E SOCIALIZAÇÃO Após mais de um ano em casa, fazendo trabalhos em home office ou estudando longe de uma vida social, as pessoas se preparam para voltar à ‘normalidade’ com o avanço da vacinação, o que deve se tornar em desafio para quem já convive com a ansiedade social. Os sintomas podem continuar durante algum tempo, mas na maio52

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ria dos casos eles tendem a diminuir e até cessar com o tempo. Para aqueles que precisam retomar suas atividades presenciais, Danilo orienta que a volta deve ser feita de forma muito segura , seguindo protocolos sanitários, e de maneira gradual, fazendo coisas e rituais a que esteja acostumado e que lhe dê segurança, organizando a rotina de modo que se sinta confortável. Já a ressocialização com amigos e parentes deve ser um pouco mais difícil pós pandemia, devendo ser aos poucos e de forma cautelosa, fazendo atividades onde haja menos pessoas., explica Danilo. CRIANÇAS E ADOLESCENTES Mas, não são só os adultos que sofreram com a ansiedade social. O número de casos entre crianças e adolescentes também registrou um aumento significativo na pandemia. O afastamento do convívio com colegas e amigos e a falta de outras atividades fora de suas casas representou um período árduo, como aponta um levantamento da Universidade de Calgary, no Canadá. Nestas faixas etárias houve um aumento de mais de 100% nos casos. No Brasil, segundo a pesquisa, 1 em 4 crianças e adolescentes apresentou ansiedade ou depressão durante a pandemia. Agora se preparam para a volta às escolas, e para Danilo, pais e professores podem ajudá-los a se sentirem melhores e também no enfrentamento ao problema. As dicas que ele dá, é que na retomada os pais devem organizar, na medida do possível, rotinas definidas para os filhos, para não gerar expectativas e medos. Além disso, a observação, o acolhimento e o hábito de escutar podem ajudar a identificar quadros de ansiedade social. BUSCA POR AJUDA E VIDA PÓS PANDEMIA Segundo Danilo, o aumento no número de casos de ansiedade social só pode ser observado por causa da procura por aju-

da. Isso só foi possível na pandemia por causa de uma maior ampliação e divulgação de canais digitais, conhecidos por telemedicina, mas também pelo agravamento de sintomas provocados em virtude da pandemia. Ele acredita que neste momento de retorno à ‘normalidade’, as pessoas tendem a procurar ainda mais apoio psicológico e psiquiátrico., Para além de ajuda médica e de tratamentos convencionais, outras estratégias podem ser boas aliadas no enfrentamento da ansiedade social. Esporte, lazer, atividades religiosas e até a tecnologia (redes sociais) podem ser alternativas para diminuir os sintomas da ansiedade. Também pode testar e aprender novas possibilidades e coisas. Outra estratégia que Danilo propõe é buscar exemplos que deram certo em crises anteriores e que podem ser replicadas no presente para superar as angústias do momento. Danilo dá ainda uma última dica, lembra que a pandemia não é um problema que podemos resolver, mas isso não significa que nós não podemos ficar bem. O QUE É ANSIEDADE SOCIAL? Qualquer tipo de desconforto, principalmente exagerado, nas situações de convívio social. Essa característica é comum na vida de todos nós e se apresenta em diversos graus, mas em casos extremos, é considerado um transtorno, a ‘Fobia Social’. O medo e a vergonha de serem julgadas ou humilhadas diante de outras pessoas (especialmente em lugares públicos), faz com que as pessoas fiquem mais vigilantes, com pouca espontaneidade e se sentindo até constrangidas. As causas podem ser diversas, podendo estar relacionadas a situações traumáticas, privações de convívio, superproteção ou exposição a situações interpretadas como risco. Os tratamentos incluem acompanhamento psicológico, terapias, e em casos mais graves, o uso de medicamentos.

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nossa região

Casa Branca é exemplo de investimento no turismo Atraindo visitantes com festivais e eventos relacionados à jabuticaba, cidade ainda oferece roteiros históricos e rurais, além de boas opções gastronômicas. Foto: Divulgação

POR BRUNO MANSON

Quando o assunto é turismo, Casa Branca está entre os principais roteiros da região. Rica em belezas naturais e históricas, a cidade tem tradição gastronômica e é reconhecida pelo forte potencial agrícola, em especial a cadeia produtiva de jabuticaba. Fundado em 25 de outubro de 1814, o município é um dos mais antigos do Estado de São Paulo e participou de fatos históricos como a Guerra do Paraguai, Revolução de 1932 e a passagem de D. Pedro II para inauguração da Estrada de Ferro Mogiana. Atualmente Casa Branca conta com os distritos de Lagoa Branca e Venda Branca, possuindo o total de 30.380 habitantes, segundo a estimativa mais recente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). DESTAQUE Casa Branca tem a economia baseada na agricultura e seu Produto Interno Bruto (PIB) agrícola é um dos maiores do Estado de São Paulo. Para se ter ideia, por sete anos consecutivos, a cidade se projetou como a maior produtora de laranja do Brasil e segunda produtora estadual de jabuticaba, fruta que tem impulsionado não só a economia, mas também o turismo local. CAPITAL ESTADUAL Em julho de 2013, Casa Branca recebeu o título de Capital Estadual da Jabuticaba. De acordo com estimativas da Casa da Agricultura, o município tem cerca de 21.820 mil pés em produção, distribuídos em 100 hectares com finalidade comercial. Por safra, estima-se 1.745.600 quilos colhidos da fruta. A Família Fagan 54

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é a maior produtora da cidade, chegando até a exportar o fruto para a Suíça. Diante da importância da jabuticaba, Casa Branca conseguiu alavancar eventos que, além de atrair visitantes e aquecer o comércio local, valorizam a produção e fomentam o turismo local. Exemplo disso é o Festival Florada da Jabuticaba, realizado em agosto e que reúne música e produtos derivados da fruta. Já durante a safra – entre setembro e outubro – ocorre o Festival da Fruta no Pé. Durante a programação, o público tem a oportunidade de conhecer os pomares e degustar os frutos diretamente na jabuticabeira. Outro destaque é o Festival Gastronômico da Jabuticaba, que acontece anualmente entre setembro e outubro, contando com

a participação de bares, restaurantes, cafés, sorveterias, lanchonetes, bistrôs e produtores locais. Durante a programação, o público tem a oportunidade de conhecer inúmeros pratos que levam a fruta como ingrediente principal ou nos acompanhamentos. Além disso, ainda são comercializados produtos derivados e a jabuticaba in natura. A 3º edição do evento, em 2019, contou com mais de 6 mil visitantes. Paralelamente a esses atrativos, ainda tem o Jabuticaba Rodeo Festival, promovido em outubro, em comemoração ao aniversário da cidade. AS MELHORES MASSAS Para quem gosta de comer, Casa Branca é a cidade ideal. Entre as opções desta-


ca-se a pizzaria Mamma Mia. Situada na rua Luís Piza, 353, a casa oferece um cardápio completo de massas, pizzas e pratos consagrados à la carte, em ambiente caseiro acolhedor e descontraído. ROTEIRO HISTÓRICO CULTURAL Com um patrimônio arquitetônico riquíssimo, Casa Branca possui um Roteiro Histórico Cultural que contempla 33 casarões do tempo áureo do café, além de pontos históricos com edificações que vão do colonial mineiro até o estilo Belle Époque. O roteiro foi lançado em 2018 e já recebeu mais de 10 mil visitantes, desde grupos escolares, melhor idade, arquitetos e turistas em geral, do Brasil e do exterior. Para uma experiência mais rica, o trajeto pode ser feito com acompanhamento de um monitor. O itinerário pode ser percorrido a pé ou de bicicleta. PATRIMÔNIO Entre os patrimônios da cidade está também o prédio centenário da Escola Estadual “Dr. Francisco Thomaz de Carvalho”, situada na Praça Dr. Carvalho. Popularmente conhecida como Instituto, a unidade foi edificada em três

pavimentos com biblioteca, anfiteatro e laboratórios, apresentando circulações internas voltadas para um pátio, guarnecidas de peitoris de elementos vazados. Destaca-se na paisagem por sua implantação privilegiada, defronte à praça, o que lhe favorece ampla visibilidade. RELIGIOSIDADE Além da beleza arquitetônica, o Santuário de Nossa Senhora do Desterro tem grande importância no contexto religioso de Casa Branca. O templo abriga os restos mortais e as relíquias do Irmão Roberto Giovanni, reconhecido como venerável pelo Vaticano. Falecido em 1994, foi enterrado no altar da igreja, a qual ajudou a cuidar por quase 60 anos. Com o encerramento do processo de beatificação diocesano no Brasil, o corpo foi exumado e os ossos foram transferidos para outro espaço do santuário. No local, também estão as roupas com as quais o religioso foi enterrado e que 27 anos depois estão praticamente intactas. Parte do caixão também foi preservada junto com registros da história dele. Tudo isso tem atraído um grande número de

fiéis, seja em busca de graças ou mesmo para agradecer alguma graça alcançada. ROTA RURAL Casa Branca possui uma ampla e exuberante área rural, com mais de 800 km de estradas que levam a cinco belíssimos roteiros. Ao explorar as rotas – que podem ser feitas a pé, bike, carro ou moto – os visitantes podem conhecer trilhas, produções orgânicas, propriedades centenárias, nascentes de água, cachoeiras, plantações, além de curtir passeios a cavalo e descobrir os costumes e culturas do município, bem como a culinária local e produtos típicos. VOÇOROCAS Outro atrativo são as voçorocas. São grandes rachaduras no solo causadas pela erosão, que lembram cânions. No município, estima-se que existam mais de 300 voçorocas. A mais visitada é a das Três Cruzes, que fica praticamente dentro da cidade. Com 50 metros de profundidade, 600 metros de largura e 1 quilômetro de comprimento, a fenda é um dos orgulhos dos moradores, os quais têm prazer em indicar aos visitantes a localização das várias formações. A

Foto: Divulgação

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negócios

Soufer: 55 anos de história e inovação Empresa surgiu em São João em 1966 e tem filiais em outros estados. Foto: Arquivo Soufer

POR NIKCOLAS SANTOS

A Soufer Industrial Ltda é uma das empresas mais tradicionais e conhecidas de São João da Boa Vista. Sua história começou a partir da iniciativa de Fernando de Souza. Nascido em Caracol (atual Andradas) (MG), o empresário mudou-se para São João da Boa Vista, onde começou a trabalhar em uma funilaria e serralheria. Em 1957, decidiu abrir sua própria oficina em uma pequena garagem na rua Padre José, em São João da Boa Vista. Com o apoio de seus irmãos, Agostinho de Souza e Antônio de Souza, surgia a Serralheria e Funilaria Souza. O empreendimento foi ganhando clientes, tornou-se conhecido, até que 56

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em 1966, Fernando Souza resolveu dar um passo adiante: mudou o nome do estabelecimento para Soufer, que significa “Souza Fernando”. E aí não se tratava mais de uma funilaria e serralheria, mas de uma loja de ferragens e materiais para construção, na Rua Coronel Ernesto de Oliveira. ATIVIDADE INDUSTRIAL Em 1970, Fernando adquiriu máquinas para produzir perfis: começava aí a atividade industrial. Nesse contexto, os dois filhos do fundador, Edson e Sérgio, passaram a se envolver na administração, quando ainda eram bem jovens. Inclusive, eles foram emancipados, ou seja, receberam autorização judicial para agir

como se fossem maiores de idade mesmo sem terem completado 18 anos. Esse envolvimento precoce foi fundamental, já que em 1985, Fernando de Souza morreu, aos 54 anos de idade. A partir daí, a dupla seguiu os ensinamentos do pai e passou a conduzir os caminhos da Soufer. DIAS ATUAIS Atualmente, a empresa trabalha com a fabricação de produtos siderúrgicos para aplicações variadas e usuais. Além disso, busca sempre inovações para o emprego de produtos siderúrgicos no Brasil na área industrial, agroindustrial e de construção civil. A matriz da Soufer fica no Distrito Industrial de São João da Boa Vista, onde também está instalada uma


Foto: Arquivo Soufer

das três filiais. As outras duas ficam em Pinheiral (RJ) e em Cambuí (MG). Na cidade mineira, está em andamento a construção de mais uma unidade.“Hoje, a empresa passa por um novo período de crescimento, que é a construção de uma unidade II em Cambuí para fabricação de tubos de grandes diâmetros. Isso vai permitir nós sermos a terceira empresa no Brasil com equipamentos para esse tipo de fabricação e isso vai dar uma oportunidade para que a empresa alcance outros mercados”, afirmou o diretor financeiro, Edmilson Cardoso.

DIFERENCIAIS Desde 2002 na Soufer, Edmilson avalia que o sucesso da empresa se deve a cinco fatores: visão empreendedora dos diretores, conhecimento do mercado, dinamismo no trabalho, atualização do parque instalado e preocupação com os funcionários. Sobre este último fator, o diretor financeiro destaca o trabalho feito durante a pandemia da covid-19. “A empresa teve casos de pessoas afetadas pelo coronavírus, mas não tivemos nenhum óbito, porque a empresa não mediu esforços em fornecimento de testes

e atendimento médico. Todo esse apoio acaba fazendo que a empresa atue como uma grande equipe, todos direcionados para o mesmo lado”, salientou. INOVAÇÃO Edmilson aponta que a Soufer sempre teve uma mentalidade inovadora, característica que segue acompanhando a empresa desde a sua fundação. Não à toa, os donos pensam em acompanhar as novidades tecnológicas. “Com a globalização, com a velocidade que as coisas se modificam, você tem que acompanhar. E pra que isso seja possível, tem que estar antenado em tudo o que acontece. Tanto é que hoje estamos atuando nos segmento de energia renovável, aperfeiçoando a participação no segmento de construção metálica, de construção civil(...) A gente tem que estar bem preparado para as mudanças para que não sejamos pegos despercebidos”, finalizou. O diretor financeiro avalia que cresceu profissionalmente por conta da diversidade de mercados em que a Soufer atua, e também por causa da mentalidade dos donos. “Esse dinamismo no processo de tomada de decisão, a possibilidade de construir um novo sistema de informação para que eles [proprietários da Soufer] possam tomar decisões acertadas e num rápido período de tempo, dá um diferencial grande. Isso contribui com o meu crescimento profissional”, concluiu. A

Foto: Arquivo Soufer

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live de lançamento da coleção Primavera-Verão 2021 com Lorena Queiroz

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sociedade

INFORME PUBLICITÁRIO

Alices no país das Feminices Projeto de extensão universitária aborda dignidade íntima e pobreza menstrual A UNIFAE lança projeto Alices no país das Feminices, com o objetivo de promover ações integradas e articuladas entre órgãos públicos, sociedade civil e iniciativa privada, destinadas à conscientização acerca da dignidade menstrual, educação em saúde e proposição de políticas públicas municipais voltadas à saúde, bem como à universalização do acesso a produtos de higiene, sobretudo para combater a pobreza menstrual. De acordo com relatório Pobreza menstrual no Brasil, “do ponto de vista de saúde emocional, a pobreza menstrual pode causar desconfortos, insegurança e estresse, contribuindo assim para aumentar a discriminação que meninas e mulheres sofrem”. O lançamento ocorreu em agosto, no auditório do Centro

Universitário, em parceria com o Conselho da Mulher Empreendedora da Associação Comercial e Empresarial (ACE), Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEHA), além do apoio institucional da Prefeitura e Câmara Municipal. Também são parceiros dessa ação: Rotary Club São João da Boa Vista, Farmácia Art’Ervas e Dra. Cherie. INICIATIVA NECESSÁRIA Para Ana Carolina Navarro, da Dra. Cherie, esta iniciativa é um exemplo que poderia ser seguido por outros municípios: “Muitas meninas sofrem em silêncio com esta falta de acesso a dignidade íntima, é uma honra para nós participarmos de algo tão significativo e que poderia ser replicado em outras cidades.”

O projeto tem como público-alvo meninas de 10 a 18 anos, estudantes do Ensino Fundamental e Médio, que estão vivendo a fase da primeira menstruação ou os anos iniciais de ciclos menstruais. Para Anita Bellotto Leme Nagib, vice-reitora e pró-reitora de assuntos comunitários e extensão, “a pobreza menstrual é uma evidente manifestação da desigualdade social”, e reforça: “as meninas precisam ter essas informações, conhecer o próprio corpo, saber de que forma podem promover a saúde e prevenir doenças, além de minimizar tabus e preconceitos que estão envolvidos em toda questão da menstruação”. ALICES NO PAÍS DAS FEMINICES Após apresentação da proposta aos dire-

Foto: Reprodução Internet

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Fotos: Divulgação / UNIFAE

tores e coordenadores de escolas estaduais sanjoanenses, a primeira fase contou com palestras de sensibilização acerca da dignidade menstrual e educação em saúde. O projeto envolve supervisão docente e participação de alunos dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia e Psicologia, bem como dos cursos de Direito Publicidade e Propaganda. A segunda fase, composta por oficinas diversas, aborda temas que vão desde anatomia e prática de exercícios para melhorar sintomas de TPM até empoderamento, para que as meninas sejam protagonistas do seu próprio desenvolvimento. Ao final do primeiro ciclo, está previsto o encontro Chá com Feminices, em um ambiente de descontração, atividades de beleza e acolhimento, onde serão distribuídos 100 kits com necessaire produzidos pela Dra. Cherie, mais absorventes e chás que aliviam dores de cólica a partir da colaboração de outros parceiros. DIREITO UNIVERSAL A higiene menstrual é um direito humano reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014, mas está longe de ser uma realidade. No Brasil, uma em cada quatro adolescentes não tem acesso a absorventes durante seu período menstrual, como mostra o relatório Livre para Menstruar, feito pelo movimento Girl Up. O estudo Impacto da pobreza menstrual no Brasil, encomendado pela Always e feito pela plataforma de pesquisas Toluna, aponta que 28% das mulheres jovens já deixaram de ir às aulas por não conseguirem comprar um absorvente. E 48% delas, ou seja, quase a metade das entrevistadas, esconderam que o motivo foi a falta de absorventes, segundo a pesquisa, divulgada em maio de 2021.

PROJETO EM DESENVOLVIMENTO

O projeto está sendo desenvolvido na rede de ensino pública do município de São João da Boa Vista. Segundo previsão de Anita Bellotto Leme Nagib, uma das coordenadoras do projeto, a expectativa é que a iniciativa atenda a cerca de 3.500 meninas em período de primeira mestruação, alunas da rede pública municipal e estadual.

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culinária

Mix de cogumelos INGREDIENTES • 15g funghi secchi (shitake) • 50g shimeji branco fresco • 25g paris fresco • 25g portobelo fresco • 400g molho branco • 450g fettuccine artesanal • 5ml óleo gergelim torrado • 5ml shoyo • 20ml azeite ou manteiga • cebolinha e sal a gosto MODO DE PREPARO Em uma frigideira alta e antiaderente, em fogo alto, acrescente duas colheres de sopa de azeite ou manteiga e o óleo de gergelim torrado, coloque primeiramente o shimeji previamente debulhado de seus ramos, refogue brevemente. Logo após, acrescente os demais cogumelos, mexendo sempre. Cerca de

dois minutos depois, ainda em fogo alto, os cogumelos estarão murchos, acrescente o molho shoyu e a cebolinha, diminua a temperatura para fogo baixo. Acrescente o molho branco. Deixe que os sabores se misturem neste momento, mexendo cuidadosamente para que o molho não levante fervura. Prove o sabor e corrija o sal se necessário, pois, lembre-se: você utilizou sal na confecção do molho branco e ele ainda está presente no molho shoyu! Acrescente cuidadosamente a massa e mexa em movimentos de baixo para cima a fim de que todos os ingredientes se ‘conversem’ e mostrem o que eles têm de melhor. Sirva logo após o preparo. Serve duas pessoas.

RECEITA INDICADA POR:

Bendita Massa

Telefone: (19) 99296-1102 Instagram: @bendita.massa10

Foto: Agência Junior / Unifae

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culinária

Spaghetti al mare INGREDIENTES • 50g anéis e tentáculos de lula • 50g vôngoles descascados • 100g tentáculos de polvo • 100g camarões médios limpos • 80g cebola branca • 20g pimentões vermelho • 50ml vinho branco seco • 400g fettuccine artesanal cozido al dente • 400g molho sugo 100% natural • salsa, sal, azeite e pimenta do reino a gosto MODO DE PREPARO Em uma frigideira alta e antiaderente, aqueça duas colheres de sopa de azeite, acrescente a cebola e o pimentão vermelho, previamente cortados em cubos bem pequenos, deixe dourar. Em fogo alto, coloque os tentáculos de polvo, os anéis e tentáculos

de lula, os vôngoles e, por fim, os camarões. Você perceberá a mudança de cor dos frutos do mar e a maciez dos tentáculos do polvo; na dúvida, espete-os com um garfo para conferir o ponto. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto, acrescente o vinho branco seco, deixe evaporar seu teor alcoólico a fim de saborizar os elementos presentes por cerca de um minuto. Já com o fogo baixo, acrescente o molho sugo, ferva por dois minutos para que os sabores se desprendam, acrescente a salsa picada a gosto e, por fim, junte delicadamente a massa, mexendo de baixo para cima até que esteja envolvida pelo molho. Sirva em seguida. Serve 2 pessoas. RECEITA INDICADA POR:

Bendita Massa

Telefone: (19) 99296-1102 Instagram: @bendita.massa10

Foto: Agência Junior / Unifae

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Modelo: Guilherme Godoy

em meio à realidade:

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Nesta edição, a fotógrafa sanjoanense Lara Aline Merlin, conhecida em seu meio profissional como “Kemp von Sellessen”, apresenta algumas das inúmeras fotos de seu acervo artístico, explorando um de seus temas prediletos: guerreiros vikings.

incomparáveis, além de sua extraordinária competência na construção de barcos e amplo domínio de técnicas de navegação. E foram justamente a cultura arrojada e a distinta criatividade desse povo que despertaram o interesse da fotógrafa.

Sua propensão ao tema não se deve à ferocidade, agressividade ou hostilidade características desses lendários conquistadores os quais destacaram-se como os mais brutais e destemidos de sua era. Embora popularmente sejam associados tão somente às pilhagens e conquistas violentas, a civilização viking é descrita na literatura como progressista e revolucionária, uma vez que notabilizaram-se como artesãos habilidosos, comerciantes sofisticados, estrategistas

O requinte e diversidade do vestuário viking caracterizado pelo uso abundante de peles, couros, cores vívidas, joias, acessórios ousados e pedras entalhadas, que variavam segundo a classe social e atividade exercida, é algo que agrada entusiasticamente a fotógrafa, reforçando seu impulso e fascínio pelo tema.

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Com a peculiaridade de seu trabalho fotográfico, Lara Merlin destaca o mais excelente, diferenciado e exótico artesa-

nato escandinavo, bem como acentua o detalhismo e minuciosidade com que elaboravam suas vestimentas, seus acessórios e os adornos de suas armas e embarcações. Confira, nas próximas páginas, alguns de seus trabalhos inspirados nesta intrigante civilização que invadiu, explorou e colonizou grandes áreas da Europa e das ilhas do Atlântico Norte a partir do final do século VIII até ao século XI. Para conhecer mais sobre o trabalho da artista sanjoanense Lara Aline Merlin. acesse:

www.kempvonsellessen.com @kempvonsellessen


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Modelo: Alan Banaskiwitz

Modelo: Carlos Gullo

Modelo: Melissa G. Santos


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Modelo: Francisco Mateus e Ana Luisa Zampollo

Modelo: Melissa G. Santos


Modelo: Jeslaine Spindler Modelo: Jeslaine Spindler

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Modelo: Alberto Mezzetti

Modelo: Nirvana Rodrigues

Modelo: Luan Benher


Modelos: Alan Banaskiwitz e Sabrina Bento Banaskiwitz

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saúde

Dormir bem pode garantir uma vida mais saudável O sono REM é fundamental para o descanso do corpo, e um dia a dia com mais vitalidade. POR LETÍCIA BONARETI LORETTE SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Quem já não viveu uma noite daquelas? Rodando na cama e nada de sono. E no dia seguinte, se sentiu desanimado, e sem muita energia! Se reconhece nesta situação? Pois saiba que não é só você. De acordo com a Associação Brasileira do Sono, 75% dos brasileiros apresentam dificuldade para dormir e não atingem a média de oito horas recomendadas de descanso, por noite. Pesquisas indicam que o sono tem quatro estágios: leve fase 1, leve fase 2, profundo e REM. Os três primeiros são mais comuns, porém é fundamental para quem quer repousar de verdade. “O sono REM (movimento rápido dos olhos) é caracterizado por in-

tensa atividade cerebral. Nessa fase acontecem os sonhos, a fixação da memória e o descanso profundo. É o responsável para a recuperação da energia física para acordar disposto”, explica Dr. Nelson Antônio Filho, Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Santa Casa de São Paulo e docente de psiquiatria do curso de medicina da UNIFAE. Alisson Serrano costuma dormir em média 4 horas por noite e sente que isso afeta diariamente seu dia. “O máximo de tempo que consigo dormir são 6 horas. Muitas vezes acordo cansado e me sinto sonolento durante todo dia. Meu humor também é afetado, muitas vezes me sinto mais nervoso. Meu rendimento se torna mais baixo”, conta ele. Fadiga, falta de energia, perturbações do humor,

dificuldades com as funções cognitivas, como falta de atenção e concentração, são alguns dos principais malefícios de uma noite de sono ruim. Dr. Nelson define insônia, da seguinte maneira: “É agrupada em situacional, recorrente ou persistente. As principais causas são estresse, a ansiedade, doenças prévias (refluxo, dores incontinência urinária), estilo de vida desregrada, alguns tipos de medicamentos, outros distúrbios do sono como apneia e roncos, além de ingestão de álcool, café ou tabaco”. O tratamento inicial são as medidas de higiene do sono, ou seja, criar uma rotina calma e simples antes da hora de dormir. “As principais são evitar olhar constantemente para as horas ao deitar-se; não fazer refeições pesadas ou inge-

Foto: Reprodução Internet

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rir grande quantidade de líquidos à noite; evitar cafeína, nicotina e álcool de 4 a 6 horas antes de dormir; manter o ambiente calmo, escuro, seguro e confortável para se deitar; evitar o uso prolongado de TV, tablets, computadores ou celulares antes de dormir; não praticar exercícios vigorosos 3 a 4 horas antes de se deitar; e não dormir durante o dia, especialmente se durar mais de 20 a 30 minutos”, orienta o professor de psiquiatria. Em alguns casos, a higiene do sono pode não funcionar e aí é hora de buscar um médico especializado no assunto. “Somente este poderá receitar algum tipo de remédio, os chamados psicofármacos. A classe dos benzodiazepínicos (Clonazepam, Alprazolam e Diazepam) podem levar à dependência e abuso; os benzodiazepínicos (Zolpidem) podem aumentar o risco de sonambulismo e amnésia. Ambas as medicações podem alterar a arquitetura do sono em usos prolongados que ultrapassam 1 ano”, adverte o doutor. Alguns fitoterápicos são indicados para aqueles que buscam opções mais leves, sendo estres feitos à base da melatonina, componente presente no sono. A

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Os riscos de usar medicamentos para dormir por conta própria Embora possa parecer uma boa opção, tomar remédio para dormir ou calmante sem indicação médica pode trazer diversos malefícios para a saúde. De nível imediato, os efeitos colaterais podem permanecer durante o dia, provocando sedação, sonolência, lentificação da mente e dos reflexos. Em idosos, esse estado pode provocar quedas e fraturas ósseas, gerando consequências graves. Após alguns meses de uso, os pacientes se tornam dependentes dos remédios para dormir e não conseguem mais pegar no sono sem a ajuda desses medicamentos. A crise de abstinência se caracteriza por uma ansiedade elevada, crises de psicose e distúrbios do sono. O uso de benzodiazepínicos por mais de três meses já foi associado à aceleração do declínio cognitivo e instalação de um quadro de demência mais cedo, com sintomas de confusão mental, agitação, perda de memória e mudanças de personalidade. A overdose de benzodiazepínicos em uso isolado é rara, mas quando esses medicamentos são combinados com outros depressores do sistema nervoso central, como o álcool, o efeito pode ser fatal. Levando em conta estes malefícios, recomenda-se sempre que a insônia seja vista em sua totalidade e tratada por meios comportamentais, a fim de limitar o uso dos medicamentos a um curto período de tempo e reduzir seus efeitos colaterais.

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saúde

Cuidado com sua saúde bucal É essencial que o processo de escovação seja realizado da maneira correta e desde a infância Foto: Divulgação / Unifae

POR MAYQUELE LOIOLA MEIRELES SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Ao longo de nossas vidas, desejamos sempre estar saudáveis. Fazemos o possível para melhorar a nossa qualidade de vida e de quem amamos. No entanto, a correria do dia a dia dificulta darmos atenção a cuidados importantes, como a higiene bucal. Muitas pessoas não sabem, mas essa atividade é fundamental para a promoção da saúde do corpo inteiro, não estando atrelada apenas às questões estéticas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo são afetadas por doenças bucais, isso porque, a má higienização transforma a boca no ambiente propício para a proliferação de fungos e bactérias. Segundo o Dr. Eduardo Buozi Moffa, coordenador do cur74

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so de Odontologia da Unifae, os danos gerados devido à falta de higiene bucal variam entre os estágios mais simples, como por exemplo o aparecimento de cáries, até os mais graves, como o surgimento de doenças restritas à cavidade oral ou problemas sistêmicos. “É possível desenvolver inflamações como a gengivite (inflamação da gengiva - estágio inicial), a periodontite (doença crônica gengival), e até mesmo perder alguns dos dentes. Ainda podemos citar problemas mais graves como a endocardite bacteriana (infecção grave das válvulas cardíacas ou das superfícies do coração), risco cardiovascular aumentado, parto prematuro em mulheres grávidas, doenças pulmonares e até possíveis complicações do diabetes”, afirma o dentista. Conforme um estudo realizado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil é o país com o maior número de

dentistas em atividade no mundo, atualmente, o número de profissionais é de 336.149, de acordo com dados de 2021. Contudo, o nosso país ainda enfrenta muitos empecilhos relacionados à saúde bucal da população. Cerca de 11% dos brasileiros nunca foram ao dentista, em termos de distribuição territorial ainda há áreas com poucos profissionais, e devido a fatores socioeconômicos, parte da população não é capaz de arcar com os custos de higiene bucal básica. Diante deste quadro, se faz necessário o incentivo de campanhas que estimulem o cuidado oral e promovam o fornecimento dos itens básicos de higiene bucal à população. “Isso acontece porque ainda falta educação sobre saúde bucal no país. As campanhas de conscientização são de extrema importância para que a população brasileira compreenda que a higiene bucal não é apenas

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Foto: Reprodução Internet

um cuidado básico e sim a solução para a grande maioria dos problemas odontológicos. As campanhas devem ser realizadas constantemente, com o intuito de arrecadar doações de produtos de higiene bucal, já que grande parte das famílias brasileiras não têm condições de adquirir escovas, pasta de dente e fio dental”, declara Moffa. Atenção aos sinais de problemas Para identificar se existe algo errado com a higienização bucal, é preciso ficar atento: “ao mau hálito e ao aparecimento de feridas na cavidade bucal e língua, que indicam o acúmulo de restos de alimentos na boca. Os dentes mais amarelos e ásperos, e o surgimento de manchas brancas, marrons ou pretas, podem ser indicativos de crescimento de bactérias na superfície do dente, que levam ao desenvolvimento de cárie. Dentre os sintomas mais comuns está o sangramento na gengiva, que nem sempre indica um problema bucal de má higiene, ainda assim, não deve ser ignorado”, alerta o Dr. Eduardo. A forma mais eficaz de evitar que esse tipo de situação se torne recorrente é mudando alguns hábitos. Ações preventivas simples e eficazes podem ser aplicadas ao nosso cotidiano garantindo a saúde bucal. “É essencial respeitar a higienização oral, incluindo a escovação regular dos dentes, três vezes ao dia ou após as principais refeições, e o uso do fio dental. Assim, eliminamos os resíduos alimentares que ficam agarrados entre os dentes e evitamos a formação da placa bacteriana, diminuindo a possibilidade de doenças de origem bucal. É recomendável, também, visitar o seu dentista regularmente para realizar uma limpeza completa e profissional”, orienta o coordenador do curso de Odontologia da Unifae. ESCOVAÇÃO: DA INFÂNCIA À VIDA ADULTA Você já faz tudo isso? Ótimo, mas ainda temos outros pontos a conversar. Apesar de muitas pessoas acreditarem que realizam todos os processos de cuidado com a higiene bucal da maneira correta, é comum erros básicos na escovação, como explica o Prof. Moffa: “trocar a escova pelo enxaguatório bucal, não fazer uso do fio dental, não escovar a língua, escovar o dente muito rápido ou colocar 76

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muita força na escova, são erros frequentes que podem tornar a escovação ineficaz deixando os dentes mais sensíveis e expostos às bactérias”. Por esse motivo, se torna essencial que o processo de escovação seja realizado da maneira correta e desde a infância, como orienta o dentista, “é nessa fase que estamos expostos às novas experiências e adquirindo aprendizados que vamos levar para o resto das vida. Ao ensinar, desde cedo, os hábitos de higiene bucal, eles se tornam mais fáceis de pertencer à rotina da criança e perdurar

até a fase adulta. Os pais podem iniciar a escovação a partir do nascimento do primeiro dente, que geralmente surge entre o quarto e o sexto mês de vida da criança. A falta de correta higiene infantil pode acarretar o desenvolvimento de cáries no dente de leite e, por falta de conhecimento dos pais, quando essas crianças são levadas ao dentista, os dentes já estão “perdidos” e precisam ser removidos. A perda antes da hora causa problemas imediatos na mastigação e também futuros, como o surgimento de dentes tortos”, acrescenta Dr. Eduardo. A

Escovação consciente O primeiro passo para manter os dentes e gengivas saudáveis, é realizar a escovação adequada. Pensando nisso, pedimos ao Dr. Eduardo, uma lista ensinando como escovar os dentes. Veja as dicas e cuide de sua saúde bucal: • Para começar, escolha um creme dental com flúor, use escova de cerdas macias e não esqueça de substituí-la a cada três meses; • Para escovar os dentes de forma correta, faça-o durante pelo menos dois minutos usando a técnica recomendada, que inclui 30 segundos de escovação em cada secção da boca (superior direita, superior esquerda, inferior direita, inferior esquerda); • Segure a escova em um ângulo de 45 graus com a superfície do dente e escove com movimentos que vão da gengiva à ponta dos dentes. Escove as superfícies voltadas para a bochecha dos dentes superiores e, depois, dos inferiores; • Escove as superfícies internas (voltadas para a língua) dos dentes superiores e, depois, dos inferiores. Em seguida, escove as superfícies de mastigação • Para ter hálito puro, escove também a língua, local onde muitas bactérias também ficam alojadas.


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educação

A leitura como um instrumento de aprendizado Projeto Resgatando Fantasias e Sonhos dá asas à imaginação de alunos do ensino público. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

POR LETHYCIA COSTA

O hábito de leitura no Brasil está cada vez mais raro. Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada no ano de 2020, apontam que nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores. Esta realidade também é comum entre alunos do ensino fundamental e médio, o que torna o contexto preocupante, pois de acordo com um levantamento da PUC Campinas, os alunos mais engajados em Língua Portuguesa possuem melhor aproveitamento em outras matérias. Pensando em transformar esse cenário de desinteresse pela leitura, manter a sala de leitura operante e integrar disciplinas, a escola pública Domingos Theodoro de Oliveira Azevedo, também conhecida como Ginasinho, localizada em São João da Boa Vista, criou o projeto de leitura Resgatando Fantasias e Sonhos. “A leitura enriquece o vocabulário do aluno, desenvolve a capacidade de argumentação do estudante, estimula o leitor a pensar, pois apresenta um novo universo na narrativa e aprimora a capacidade de escuta e apreciação de um contador de histórias e todos esses benefícios vêm somando na bagagem dos nossos estudantes, por meio do projeto Resgatando Fantasias e Sonhos”, conta Maria Stella Pellis, professora de língua portuguesa, responsável da sala de leitura da escola Domingos Theodoro de Oliveira Azevedo. O projeto tem como objetivo incentivar a prática e o “encantamento” pela leitura, mostrar, por meio da interpretação, como ler um livro pode ser interessante, estimular o hábito da leitura dos alunos, melhorar as habilidades de interpretação de texto, além de contex78

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COORDENADORA

Acima, a professora Maria Stella Pellis. curadora do projeto Resgatando Fantasias e Sonhos. Segundo a professora, o projeto tem como objetivo incentivar a prática e o “encantamento” pela encenação teatral, buscando estimular ou criar o hábito da leitura dos alunos.

tualizar com diferentes matérias na área de linguagens e integrar outras disciplinas no processo promovendo a interdisciplinaridade. Resgatando Fantasias e Sonhos, acontece por meio de reuniões semanais, e vem cumprindo seus objetivos indo além do ato de ler um livro. Durante os encontros os alunos, que também participam dos grupos de teatro e dança que existem há mais de 20 anos na escola, leem os textos, preparam peças teatrais e coreografias que serão apresentadas nos eventos e datas co-

memorativas da escola, que acontecem pelo menos a cada dois meses. “Todos os alunos participam ativamente do projeto, cada um atua e se desenvolve do jeito que se sente mais à vontade, alguns são protagonistas nas peças teatrais e atuam como atores, tem também os integrantes da equipe técnica e os ouvintes, que são os alunos que integram a plateia viva, e prestigiam seus colegas durante as apresentações”, explica Maria Stella Pellis. Com o início da pandemia e das aulas online, em março de 2020, o projeto teve que ser suspenso devido aos proto-


Fotos: Leo Beraldo / Cromalux

colos sanitários que proibiam o funcionamento da sala de leitura. Já em 2021, quando o ensino passou a ser híbrido e a escola tornou-se PEI (Escola de Período Integral), notamos o quanto os alunos se sentiam carentes com a ausência dos projetos, buscamos uma alternativa para suprir a falta que o Resgatando Fantasias e Sonhos causava na vida estudantil dos alunos e passamos a trabalhar com audiolivros, além de criar uma biblioteca virtual. Apesar do incentivo à leitura ser importante e os alunos sentirem falta dos projetos, os protocolos de segurança são seguidos à risca. Somente no mês de agosto o empréstimo de livros foi liberado e a sala de leitura reativada. Para que o ambiente seja seguro, a escola segue as regras do protocolo sanitário nacional. Quanto ao empréstimo de livros, foi elaborado um meio seguro para que ele aconteça, sem a possibilidade de ser um meio de contágio, quando o aluno devolve o livro, este tem que ficar em quarentena de 15 dias antes de ser devolvido ao acervo ou ser novamente utilizado. “Seguir valorizando a leitura em meio a pandemia, é um ato de amor, pois a leitura é libertadora, transforma vidas. Abre, na nossa frente, a possibilidade de adentrar mundos desconhecidos. É um exercício que enriquece e exercita o cérebro. Quando lemos, viajamos sem sair de casa, temos o poder de conhecer as pessoas de outras épocas, desbravamos mundos com a imaginação - ficamos mais criativos” finaliza a professora. A

Dados do Inep mostram que 55% das escolas brasileiras não têm biblioteca ou sala de leitura Das 180 mil escolas brasileiras, 98 mil ou 55% não têm biblioteca escolar ou sala de leitura. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e foram apresentados pelo coordenador-geral dos Programas do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Lauri Cericato, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Para que a lei de universalização das bibliotecas escolares possa ser cumprida, o representante do FNDE sugere que escolas que tenham até 150 alunos possam disponibilizar acervo de leitura na própria sala de aula, com supervisão do professor. “Uma escola que tem até 150 alunos provavelmente só tem uma sala no espaço físico. Demoraria muito para que a gente conseguisse ampliar a estrutura dessas escolas, e nós temos urgência em colocar o acervo na mão dos professores”, disse.

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sociedade

Redescobrindo o passado Elaine Cristina Carvalho da Silva é natural de São João e, entre seus trabalhos, realizou pesquisas sobre os impactos ambientais em Brumadinho (MG)

POR DANIELA PRADO

Quando se fala em arqueologia, logo vem à mente alguns filmes como Indiana Jones e Jurassic Park, cheios de aventura e curiosidade em descobrir do que podem ser indícios aquelas pegadas, pinturas rupestres ou sinais demarcados sobre algum território. Poucas pessoas talvez se deem conta de que a profissão de arqueólogo vai muito além do que os filmes retratam. Elaine Cristina Carvalho da Silva, sanjoanense que reside em Águas da Prata, escolheu seguir essa carreira e sabe muito bem a importância dela na vida das pessoas e da nossa sociedade. Recentemente, ela participou de um projeto de tentativa de ressignificação de um território impactado pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 2019, e trabalhou intensamente no Córrego do Feijão, distrito desta cidade mineira.

“Apesar do diagnóstico catastrófico devido aos graves impactos socioambientais, a região do Córrego do Feijão é muito rica, não apenas em termos ambientais, principalmente em quantidade de água, mas também em recursos culturais. Foi a partir das informações ligadas às memórias afetivas dos moradores que identificamos alguns bens que fazem parte da história e da cultura local”, conta Elaine. Entre as memórias registradas pela arqueóloga está a existência de edificações monumentais em pedra seca, que são datadas do período colonial, localizadas em uma fazenda que, possivelmente, pertenceu ao inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto. “Há ainda muito material para ser estudado nessa região, principalmente estruturas edificadas relacionadas às atividades de mineração pretérita - arrimo, catas, mundéus, canais de água- e como tudo isso modificou a paisagem

Foto: Arquivo Nexus Arqueologia, 2020

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local, não somente através das cicatrizes derivadas desse sistema de exploração, como pelo crescimento populacional dela decorrente”, destaca. Este projeto, como Elaine observa, além de realizar descobertas incríveis, ressalta a importância da relação da comunidade com a cultura e história de um território. DESCOBERTAS DA ARQUEÓLOGA Elaine é bacharel em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP). O mestrado e o doutorado foi em Arqueologia, pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), da USP. Ela também é especialista em Geoprocessamento, pelo Centro Universitário Senac, e em Gestão e Perícia Ambiental, pela UNIFEOB. Natural de São João da Boa Vista, mudou-se para a vizinha Águas da Prata em fevereiro de 2020, após finalizar, na área central da cidade de São Paulo, um extenso trabalho arqueológico. “Sou arqueóloga e atuo, desde 2009, em pesquisas voltadas ao Licenciamento Ambiental. No final de 2018, abri minha própria consultoria, a Nexus Arqueologia e Patrimônio, sediada em Águas da Prata. Também sou professora universitária desde 2005, mas atualmente ministro aulas somente na pós-graduação em algumas linhas de pesquisa, principalmente em História Ambiental e Arqueologia da Paisagem”, diz Elaine. Sua experiência em atividades arqueológicas teve início exatamente em 1997, participando de pesquisas de campo durante sua formação acadêmica no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. “Em 1997, fiz meu primeiro campo, quando participei da campanha de escavações arqueológicas no Sítio Arqueoló-

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Foto: Arquivo pessoal, 2012

CONHECENDO O PASSADO

A arqueologia ajuda a entender a origem da humanidade e a evolução das civilizações. Ao lado da história, ela permite conhecer e estudar o passado. Isso possibilita aos estudiosos compreender como as culturas se transformam e, muitas vezes, prever mudanças na sociedade atual.

gico Ferraz Egreja (Complexo Arqueológico Cidade de Pedra), em Rondonópolis (MT). Esse sítio-escola, do tipo abrigo sob rocha, contém pinturas rupestres e material cerâmico pré-histórico. Essa campanha era parte do Projeto Franco Brasileiro de Pré-História e Paleoambiente da Bacia do Paraná (MT), desenvolvido conjuntamente por pesquisadores ligados ao Muséum National d'Histoire Naturelle, de Paris, e ao Museu de Arqueologia e Etnologia, da USP. Depois dessa experiência, tive certeza de que estava na profissão certa”, recorda. Elaine também destaca outra experiência, ocorrida em 2012, quando fez estágio doutoral na Unidade de Arqueologia, da Universidade do Minho, em Portugal. “Participei da campanha de escavações arqueológicas no Sítio Arqueológico Romano “-‘Igreja Velha de Cantelães”, no Concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga. Além da participação na pesquisa de campo, também tive a oportunidade de estagiar no Laboratório de Cartografia Histórica e SIG, do Instituto de Ciências Sociais daquela universidade portuguesa”, completa. Durante o mestrado, o interesse pelas temáticas da Arqueologia da Paisagem e da História Ambiental ( suas atuais especialidades dentro da área) surgiram na vida da arqueóloga sanjoanense. “É a partir dessas abordagens que podemos melhor interpretar o sentido dos vestígios analisados em um dado contexto, num determinado espaço e tempo. Por isso, me aproximei cada vez mais da área ambiental e, desde 2009, participo de pesquisas arqueológicas inseridas em projetos de Licenciamento Ambiental”, justifica. Segundo Elaine, essa prática, denominada Arqueologia Preventiva, se relaciona com a necessidade de agir preven82

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tivamente, minimizando os impactos sobre o patrimônio arqueológico local durante as atividades de implantação de empreendimentos de médio e grande porte, tais como: parques eólicos, usinas fotovoltaicas, hidroelétricas, linhas de transmissão, gasodutos, rodovias, portos, loteamentos, entre outros. “Graças à Arqueologia Preventiva, tive o prazer de atuar em quase todas as regiões do país e posso dizer que ele é muito rico em patrimônio cultural e ambiental”, conclui. Um dos muitos projetos em que ela atuou, foi o acompanhamento arqueológico das obras da SABESP, na região central da capital paulista. “Este trabalho de acompanhamento de obras de enge-

nharia para a atualização de instalações sanitárias no centro histórico de São Paulo permitiu a descoberta, coletas e estudos de um acervo com aproximadamente 5.000 fragmentos arqueológicos históricos e uma estrutura. Fragmentos que podem contar em detalhes a vida doméstica da população paulistana desde o século XVII até meados do século XX. Podemos vislumbrar a transição de aquisição de itens importados por itens nacionais, com o surgimento das grandes fábricas e a chegada dos imigrantes, as práticas de consumo de forma geral, as preferências de classes sociais distintas, os rituais sociais que acompanham objetos específicos, como a substituição do ritual do chá importado da Inglaterra pelo nosso tradi-

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cional café da tarde etc”, enfatiza Elaine. A respeito da estrutura encontrada nesta atividade, a arqueóloga revela que foi descoberta durante a escavação na rua Florêncio de Abreu, a 2m de profundidade, e era do tipo construtiva semicircular de tijolos, similar a um túnel. “Após pesquisas, descobrimos que era uma antiga estrutura de retificação e canalização do Ribeirão Anhangabaú, construída entre 1893 e 1894, pela antiga Comissão de Saneamento do Estado de São Paulo. E é de grande importância para a história da capital, pois apresenta uma das primeiras tentativas de manipular a paisagem em prol do desenvolvimento urbano. Desenvolvimento esse que foi tornando invisíveis rios e córregos ao longo do tempo. Por ora não existem opções para que a estrutura identificada seja exposta à população, mas ela permanece preservada in loco”, argumenta. O DESPERTAR, A MISSÃO Indagada sobre como despertou para essa profissão e o que esta representa em sua vida, a arqueóloga conta que, quando tinha 10 anos, lendo um livro sobre “civilizações perdidas”, sentiu interesse em realizar alguma pesquisa realizada pelo autor, que estava descrita no livro. “Foi aí que descobri que aquilo era Arqueologia. E botei na cabeça que era aquilo que iria fazer, só não sabia muito bem como seria essa caminhada. No período de vestibular só existia um curso de graduação em uma instituição privada no Estado do Rio de Janeiro. Então, decidi cursar uma área afim na graduação e que eu gostava muito também – História, já pensando numa pós-graduação no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE). No segundo semestre da graduação, já comecei a estagiar no MAE/USP e no terceiro, já estava no Programa de Iniciação Científica do CNPq. Isso foi muito

importante para minha formação”, lembra Elaine, sobre seus primeiros passos nesta carreira. Sobre a importância que a Arqueologia pode ter para o ser humano, Elaine aponta que, se considerarmos que o território, suas paisagens e o que nelas estão contidos, foram (e são) produzidos por grupos sociais, significa que o conceito de patrimônio ambiental compreende também o de patrimônio cultural. “Portanto, a noção de meio ambiente abrange todos os recursos naturais e culturais ligados à existência humana. A forma como a sociedade tem se relacionado com o meio ambiente —provocando degradação ambiental, rápido crescimento populacional, mudanças climáticas, entre outros — já levaram antigas sociedades a entrarem em colapso. E a Arqueologia tem papel significativo para entender esses eventos, buscando responder perguntas sempre atuais: “o que levou algumas civilizações antigas a entrarem em colapso?’ e “o que podemos tirar disso tudo?”. A própria prática da Arqueologia Preventiva no país tem trazido resultados importantes, não só para a geração de conhecimento sobre o passado de regiões muitas vezes inexploradas pela pesquisa acadêmica, como, também, tem incrementado e permitido a revisão de pesquisas acadêmicas anteriores. Daí a importância da conscientização sobre o risco de flexibilização dos projetos de licenciamento ambiental. Ainda mais

tendo consciência de que o patrimônio arqueológico possui um caráter cultural único, finito e não renovável. Uma vez destruído, o potencial informativo também não pode mais ser recuperado”, acentua a arqueóloga. Quanto a sentir a Arqueologia como uma espécie de missão, Elaine não considera necessariamente assim, mas acredita que preservar os recursos ambientais e culturais implica pensar em preservá-los como patrimônio das comunidades. “Considero importante minha atuação junto a ONGs e associações de moradores. Em São João, participo da ONG Planeta Plantar, que tem como uma de suas premissas a conscientização da população sobre a preservação do meio ambiente. Temos que olhar com respeito a nossa Serra da Paulista. Os incêndios que atingiram a serra e o bosque da Prata foram devastadores. A nossa sociedade possui um vínculo de memória muito recente com este solo, por isso é importante o trabalho de divulgação e conscientização sobre o nosso patrimônio, tanto ambiental, quanto cultural. A preservação desse patrimônio é extremamente importante para nossa comunidade, porque, intrinsecamente, ele representa quem nós somos, nossa memória afetiva, nossas vivências. Todos eles – desde um objeto, trincheira, prédio, a paisagem da serra, uma cachoeira - contam um pedaço da nossa história, isso tudo pertence e ativa memórias, nos lembrando do nosso legado indenitário”, finaliza Elaine. A

TRABALHO DE CAMPO

Na foto, Elaine participa da escavação no Sítio Arqueológico Romano Igreja Velha de Cantelães com a equipe de Arqueologia da Universidade do Minho, no Concelho de Vieira do Minho, Distrito de Braga, Portugal

Foto: Arquivo pessoal, 2012

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figura que atua

Almiro Grings, dos alimentos à fé Empresário gaúcho ganhou destaque com o Caminho da Fé e com loja de alimentos saudáveis Foto: Leo Beraldo / Cromalux

POR NIKCOLAS SANTOS

Uma vida de criações e paixões. Assim dá para se definir a trajetória de Almiro Grings. Nascido em Horizontina, no interior do Rio Grande do Sul, a primeira paixão de Almiro foi a produção de alimentos na fazenda comandada pelo seu próprio pai. Passada a infância no ambiente rural, Grings se graduou em Ciências Contábeis, em Porto Alegre e se mudou para São Paulo. Na capital paulista, por influência de um vizinho, surgiu a segunda paixão: a apicultora. Inicialmente era só um hobby, mas acabou virando uma importante fonte de renda. 86

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Buscando evoluir no cultivo de abelhas, Almiro vem para São João da Boa Vista e, nesse contexto de novas oportunidades, surge, em 1995, a primeira criação: a Grings Alimentos Saudáveis. "Eu sempre trabalhei junto com a minha família. Nós colocamos uma loja de produtos naturais, que ainda hoje existe em São João. Hoje é 'tocada' pela minha filha. Depois pusemos mais uma loja em São Paulo, que foi gerenciada pelo outro filho. A partir daí, nós começamos a embalar produtos naturais e isso também foi crescendo de tal forma que se tornou uma atividade importante comercialmente. A partir daí surgiu a Grings Alimentos Sau-

dáveis, que fica no Distrito Industrial de São João", contou Almiro. Com o passar do tempo, a unidade de São Paulo foi fechada. Atualmente está em funcionamento apenas a loja e a indústria em São João, mas os produtos são distribuídos em oito estados diferentes. Dentre os alimentos fabricados pela Grings estão a granola, a aveia, o arroz integral e o açúcar orgânico. A opção por esse tipo de produto se deu por causa da apicultura. "Nós estávamos com o mel, que foi o ponto de partida. E o mel você não pode jamais confundir com feijão, arroz, batata(...) com o mel só combina os produ-


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tos naturais", explicou. "E também uma tendência de família, nós sempre tivemos horta como hobby (...) na vida eu acho que a gente é levado. E nós fomos levados pela tendência aos produtos naturais, gosto pelos produtos naturais", completou. O CAMINHO DA FÉ A segunda criação de Almiro Grings - essa nacionalmente conhecida - é o Caminho da Fé. Almiro percorreu duas vezes o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Inspirado pelas experiências espirituais vividas, em 1998, resolveu criar algo semelhante no Brasil. Na ocasião, Grings era presidente da Associação Comercial, Industrial e Rural de Águas da Prata e pensava em alguma ação que fomentasse o turismo. Ele juntou, então, o útil ao agradável. "Quando você desenvolve um projeto, você tem que pensar na viabilidade econômica também. E pensando, meditando eu pensei que era algo [Caminho da Fé] que tinha que dar certo, não podia falhar. Eu juntei um grupo de amigos e expus a

ideia e eles toparam. Aí nós começamos a pôr no papel, desenvolver o projeto, fazer contatos, principalmente com prefeitos e párocos ao longo do Caminho. Nós traçamos uma linha de Águas da Prata a Aparecida, com o caminho mais curto. E os prefeitos, para surpresa de todo mundo, todos toparam", relatou. O Caminho da Fé foi oficialmente iniciado em 2003 e tem como destino a cidade de Aparecida do Norte, interior de São Paulo, onde fica o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Atualmente, existem 17 ramais, ou seja, pontos de partidas diferentes. Mas todas as rotas se encontram, em algum local, com o ramal principal, que é o de Águas da Prata. Em cada município que integra os percursos, há pousadas e hotéis para acolher os peregrinos. Fazer o Caminho é para alguns um momento de praticar a fé em Nossa Senhora. Para outros, é um momento de meditação ou até mesmo de buscar soluções para problemas. "Às vezes pessoas com depressão vêm aqui [Caminho da Fé] buscar uma solução, pessoas com problemas de saúde vêm

aqui pedir graça, casais em desarmonia vêm caminhar juntos para ver se acham uma solução. Então, isso realmente anima, me causa uma imensa satisfação. Foi o que de mais grandioso eu fiz na vida", declarou Grings. APOSENTADORIA Hoje em dia, Almiro Grings está aposentado da administração da Grings Alimentos Saudáveis e também do Caminho da Fé. Esporadicamente, ele dá uma assessoria financeira aos filhos na condução da loja. Como sempre foi amante da produção rural, Almiro ainda gosta de cuidar de uma horta e de brincar com o seu cachorro. "Eu tenho uma horta, passeio com meu cachorrinho, falo com ele, ele concorda com tudo que digo e não me contesta nunca", brincou. Antes de se aposentar, Almiro criou uma pousada em Águas da Prata para acolher e fazer o credenciamento dos peregrinos que iniciariam o Caminho da Fé. Agora, o estabelecimento está sob o comando do filho dele. A

HOMEM DE NEGÓCIOS

"Eu sempre trabalhei junto com a minha família. Nós colocamos uma loja de produtos naturais, que ainda hoje existe em São João. Hoje é 'tocada' pela minha filha. Depois pusemos mais uma loja em São Paulo, que foi gerenciada pelo outro filho. A partir daí, nós começamos a embalar produtos naturais e isso também foi crescendo de tal forma que se tornou uma atividade importante comercialmente. A partir daí surgiu a Grings Alimentos Saudáveis, que fica no Distrito Industrial de São João", contou Almiro.

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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olhares - José Luiz Arcuri

REDUTO VERDE No meio da mancha urbana de São João da Boa Vista, o Solário da Mantiqueira chama a atenção por ser uma ilha verde dentro da cidade. Na foto, um exuberante pôr do sol, contrastando com palmeiras imperiais no primeiro plano, visto de uma das propriedades daquele local. 90

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