Revista Atua - Abril 2020

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NOS ÚLTIMOS 25 ANOS Aprendemos... Que o estágio é fundamental para que o futuro profissional inicie. Que através das palestras é possível lapidar e recriar talentos, Que a realização de Concursos Públicos e Processos Seletivos requer um planejamento sintonizado. O IPEFAE atua na busca de soluções que possam ser efetivamente traduzidas em inovação, desenvolvimento, qualidade E MELHORIA NOS RESULTADOS.

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sumário da edição

www.revistaatua.com.br

@atuarevista

A Revista Atua, ano 12, número 45 (abril de 2020), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Presidente Candido Alex Pandini Diretora de redação Angela Bonfante Cabrelon Gerente Raphael de Padua Medeiros Editor Mateus Ferrari Ananias - mateus@acesaojoao.com.br Foto: Leo Beraldo / Cromalux

MATÉRIA DE CAPA

030 Flores em poucos cliques Durante um intercâmbio na Espanha, em 2006, o jovem Luiz Torres, que cursava um MBA em negócios na Universidade de Barcelona, queria comprar e entregar flores para a sua mãe, que estava em São João da Boa Vista, portanto, no Brasil. A empreitada não foi fácil, já que a floricultura não dispunha de sistema para aceitar uma compra remota por cartão de crédito, naquele momento. Diante desta dificuldade, Torres, contudo, viu uma oportunidade de negócio: conectar, por meio da tecnologia digital, floriculturas a clientes. Pouco tempo depois, em 2007, nascia a Isabela Flores, um e-commerce (loja online) para vendas de produtos comercializados em floriculturas.

Jornalista responsável Ana Laura Moretto - Mtb. 87609 / SP - imprensa@acesaojoao.com.br Repórteres Bruno Manson Daniela Prado Diandra Tonon Jeferson Batista Mirela Borges Pedrinho Souza Revisora Ana Lúcia Finazzi - analuciafinazzi@uol.com.br Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias Departamento Comercial Luciana Castilho - comercial@acesaojoao.com.br Produção de anúncios Francisco Malagutti - francisco@acesaojoao.com.br Fotos Leonardo Beraldo / Cromalux - www.cromalux.net Produção e direção de arte Adriana Torati e Renata Maniassi

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FIQUE DE OLHO!

Todas as crônicas publicadas pela Revista Atua são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos, localidades ou situações da vida real são apenas coincidências. Quaisquer dúvidas sobre a questão poderão ser dirigidas diretamente à redação da revista.

ERRAMOS

Na matéria publicada em nossa última edição sobre o grupo teatral Cena IV, a foto do elenco da peça Ontem e Hoje Primavera foi erroneamente creditada a Clovis Vieira. Na verdade, a foto é de Toni Gianelli e, o roteiro da obra, é de autoria de Clovis Vieira.

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Estagiários Aléxia Melissa Eduardo Henrique Jacob Letícia Bonareti Lorette Mayquele Loiola Meireles Professores orientadores José Dias Paschoal Neto Ana Paula O. Malheiros Romeiro Maria Isabel Braga Souza Foto de capa Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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moda & beleza

Maquiagens falsificadas: o barato pode custar caro Em busca de uma solução mais acessível, os consumidores acabam recorrendo às falsificações. POR MAYQUELE LOILOLA MEIRELES

O mercado dos cosméticos cresce a cada dia em escala mundial. De acordo com a empresa Euromonitor International, as vendas no setor de cuidados pessoais lucraram R$ 109,7 bilhões em 2018, e muito deve-se ao desenvolvimento das redes sociais, plataformas de streaming e e-commerces, que são grandes propulsores das mais diversas marcas. A internet como intercessora do mercado da beleza proporciona a um grande público a possibilidade de se reinventar, por meio dos famosos “tutoriais de makes”, por exemplo, que geralmente estão aliados à publicidade de determinados produtos, tendo como objetivo corrigir imperfeições e melhorar a imagem

e a autoestima dos visualizadores. E é aí que mora o problema! Nem sempre os artifícios divulgados pelos influenciadores são acessíveis. Grandes marcas como Dior, Kylie Jenner e Chanel têm um alto custo monetário e são difíceis de serem encontradas, devido às edições limitadas. Em busca de uma solução mais prática, os consumidores acabam recorrendo às falsificações, que têm uma grande capacidade de atração e fazem os olhos do público brilhar, com a proposta de um resultado eficaz a um preço bem menor que os produtos originais. O que muitos não sabem é que a grande maioria desses produtos, sendo 80% produzidos na China, não obedecem às legislações responsáveis por garantir segurança ao consumidor. A pira-

taria provém de trabalho escravo, realiza teste em animais e prejudica gravemente o meio ambiente, já que os resíduos não são descartados da maneira correta e a matéria prima também não é extraída com segurança. O BARATO CUSTA CARO Com a intenção de economizar na produção, os falsificadores substituem substâncias seguras por outras nocivas e baratas, cuja origem é incerta e gera ameaças à saúde do usuário. A falta de higienização dos locais onde as maquiagens são fabricadas também é uma realidade agravante, que contribui para uma maior chance de contaminação. A farmacêutica, Ana Paula Sendão explica que “cosméticos falsificados con-

Fotos: Reprodução Internet

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Arezzo São João da Boa Vista Av. Dona Gertrudes, 38, Centro | Tel 19 3623 3503 7

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tém matérias-primas contaminantes, alergênicas, além da presença de chumbo, metais pesados e altas doses de substâncias cancerígenas, as quais ocasionam sérias intoxicações no organismo. Não se sabe a composição e os possíveis efeitos desses produtos, e não há nenhum controle de qualidade. O uso contínuo pode acarretar sérios problemas”. No primeiro episódio da série documental da Netflix, Desserviço ao Consumidor, é possível entender um pouco mais do esquema de contrabando, apreensões e a fabricação das falsificações. São evidenciados ambientes insalubres e não regulamentados, além de relatos reais de consumidores que fizeram uso das piratarias e tiveram problemas. Uma realidade, até então encoberta, é esclarecida ao público. RISCOS DO PRODUTO FALSIFICADO A maquiadora profissional e ministrante de cursos profissionalizantes de maquiagem, Paula Ciacco, com um acúmulo de quase 200 mil seguidores nas suas redes sociais, assegura que é essencial tomar cuidado com compra de cosméticos. E acrescenta: “Já ouvi relatos de colegas maquiadores e de clientes que usaram produtos falsificados, como sombras e bases e tiveram reações, como alergia, inchaço nos olhos, irritação, vermelhidão e coceira. Existem os casos mais graves, de cegueira e manchas permanentes na pele, por exemplo. Isso é bem comum, e varia de acordo com a

sensibilidade de cada pessoa”. Paula alerta, ainda, sobre a proximidade entre as réplicas e os produtos originais; e afirma que as embalagens e os conteúdos estão cada vez mais sofisticados e parecidos, porém ainda é possível diferenciá-los. “A melhor forma de não correr o risco de ser enganado é comprando sempre de sites ou lojas confiáveis. Existem algumas maneiras de identificar se o produto é mesmo original, por exemplo, desconfiando do valor mais baixo. Também é importante olhar as informações de fabricação, detalhes na embalagem, a própria qualidade do produto, o odor e a textura. É legal sempre conferir, no próprio site das marcas, como é a apresentação do produto original”, instrui. COMO IDENTIFICAR PRODUTOS FALSOS? Cabe ao consumidor buscar as informações necessárias para realizar uma compra consciente, levando em consideração todos os prejuízos possíveis que o uso pode gerar. Uma solução seria o investimento em cosméticos nacionais. Os lançamentos desses produtos estão em evidência no momento e por um preço justo é possível adquirir um produto de qualidade, regulamentado e que cumpre o que promete.

Se um produto faz parte de uma edição limitada a venda geralmente é feita apenas em sites oficiais. É importante ficar atento a diferença de preço. O ideal é comprar de vendedores autorizados e licenciados pela marca. Compare os detalhes da embalagem oficial com a que está sendo vendida no outro site, observando as cores, fonte e grafia. Nos produtos falsificados, a embalagem costuma estar distorcida ou com cores saturadas. O cheiro do produto pode ser outra forma de verificar, já que as versões falsificadas não conseguem reproduzir. Mesmo que você não conheça o cheiro original, considere o fator que ele não deve cheirar mal. Desconfie também da consistência do produto. Os produtos originais possuem número de série nas embalagens e costumam aparecer junto com as informações referentes a empresa, próximo ao CNPJ. O número é fornecido pelo Ministério da Saúde e significa que foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Além de possuir informações sobre o laboratório em que o produto foi fabricado, como nome, local e telefone para contato . A atenção é uma enorme aliada para não comprar produtos enganosos. Preste atenção nos detalhes e garanta a sua segurança. A

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A melhor forma de não correr o risco de ser enganado é comprando sempre de sites ou lojas confiáveis. Existem algumas maneiras de identificar se o produto é mesmo original, por exemplo, desconfiando do valor mais baixo.

Fotos: Reprodução Internet

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moda & beleza Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Collab Dra Cherie X PatBo A marca sanjoanense de jalecos e vestuário profissional, Dra. Cherie, já é conhecida por sua inovação e criatividade. Todos os anos inicia com alguma grande novidade que movimenta o seguimento e estabelece novas tendências: Em 2018 foi o lançamento de collab com a Disney, em 2019, uma collab com a Barbie e agora, em 2020, desenvolveu uma coleção em parceria com a PatBO, marca da estilista Patrícia Bonaldi, uma das maiores estilistas do país e conhecida internacionalmente pelo seu trabalho singular e minucioso de estampas e bordados feitos à mão, além de acabamentos clássicos. Foram meses de muito trabalho para desenvolver toda a coleção com o tema Jardim Utópico, levando estampas com flores e libélulas. Os modelos contam com a cartela de cores total verão nos tons laranja, verde, rosa, azul, azul-marinho e branco. O bordado, a renda, a estampa, as cores e todos os 10

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detalhes que foram imprescindíveis para tornar essa coleção muito especial. Trata-se de uma coleção viva, lúdica e que vai movimentar bastante o segmento. “Essa collab foi uma honra para nós da Dra.Cherie. Contar com uma coleção exclusiva de oito modelos assinados pela própria Patrícia Bonaldi é algo surreal para nós. Para esses modelos, pensamos em peças surpreendentes, diferente de tudo que já fizemos, com uma carga de sofisticação e detalhe que só a alfaiataria e o handmade são capazes de trazer. Com peças deslumbrantes e imponentes, essa coleção se fundamenta na essência dessa parceria, ou seja, em tudo que ambas as marcas têm de mais característico, e vem para mostrar que a moda pode e deve estar no ambiente profissional”, ressaltam as irmãs Cici e Ana Carolina Navarro, sócias-fundadoras da marca.


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“Quando criança, meu sonho era ser médica, então quando eu recebi o convite da Dra Cherie para desenvolver uma coleção de jalecos e scrubs eu aceitei na hora. Amei o desafio de levar o DNA handmade da estamparia e do bordado da PatBO para looks funcionais para profissionais da saúde. É muito bacana ver a moda permeando por outros universos”, comenta a estilista Patrícia Bonaldi. Para celebrar o lançamento dessa parceria, foi realizado no dia 23 de janeiro um evento de lançamento com desfile das peças no badalado Rooftop do Restaurante Atípico em São Paulo, com a presença de convidados VIP e da própria Patrícia Bonaldi. Essa collab resultou numa parceria inédita e fabulosa, que está levando muito mais sofisticação e feminilidade para dentro dos consultórios. As peças estão disponíveis nas lojas Dra. Cherie e e-commerce. Agora só nos resta imaginar qual será a próxima novidade dessa marca que vem conquistando mais do que clientes: uma comunidade de fãs no Brasil e no mundo.

Foto: Rodrigo Zorzi

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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coquetel - Coleção de Inverno 2020 - Arezzo São João

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PREVIEW COLEÇÃO 2020 Através do olhar de Antonio Bernardo, a coleção Atmosfera recria o limite entre a superfície plana e o espaço. Entre a joia e a arte, revestimentos que surpreendem.

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crônica

Betão in concert Eu até que exijo muito pouco, só as toalhas e uma travessa de arenque com batatas. POR MARCELO PIRAJÁ SGUASSÁBIA

- Quero 32 toalhas brancas e bem felpudas no camarim. Uma para cada sonata que compus. Pode me chamar de supersticioso, mas é isso. O Mozart pede mulheres e caixas de absinto, antes e depois dos concertos, e ninguém fala nada. Eu até que exijo muito pouco, só as toalhas e uma travessa de arenque com batatas. Nenhuma excentricidade. - E o bis? Já escolheu o que vai ser? - Vai depender de como eu estiver na hora, não vou resolver isso agora, de jeito nenhum. - Mas Beethoven, a orquestra precisa saber para ensaiar. Como é que... - Eles que se virem. Todo mundo não me chama de louco? Deixa eu fazer jus à fama. Pode ser a Pastoral, mas não dou certeza. - Espera aí, uma sinfonia inteira como bis? O público vai cansar, são cinco movimentos. - Quem quer bis de dois minutos que vá assistir à Madonna. Chega de bisar com a Pour Elise e fazer merchandising gratuito pra Ultragas. Aliás, maldita a hora em que vendi os direitos dessa peça. Nem eu aguento mais aquele caminhão. - Tá, tudo bem. E quem abre o show? - Liga pro celular do Schubert e vê se ele está disponível, se bem que até anteontem ele estava em estúdio mixando uma trilha de novela. Mas fala pra ele pegar leve, alguma coisinha pouco barulhenta. O concerto é meu, não dele. Nada de roubar a cena e me entregar o público destroçado. - E a coletiva de logo mais, posso confirmar?

- Contanto que os benditos repórteres falem bem perto do microfone, pode. Tô de novo com aquele zumbido estranho no ouvido, preciso marcar um horário no otorrino pra ver o que é isso. - Bom, mudando de assunto, estou aqui com o layout que a agência de promoções enviou, divulgando o concerto em Praga, no dia 12. - Olha, que não me venham com aqueles trocadilhos infames que andaram criando ultimamente... “Beetho ven aí” ninguém merece!! Não sei onde estava com a cabeça quando aprovei aquela merda. - É, mas veio gente pra caramba. - Daqui pra frente quero espaços menores, shows mais intimistas, tipo banquinho e violoncelo. No máximo um conjunto de câmara, uma coisa mais unplugged, sabe como é? - Mas não podemos mudar isso agora, no meio da turnê. Só na orquestra temos mais de 150 músicos, todos com contrato assinado até setembro do ano que vem. - Antes que me esqueça, aqueles backing vocals na nona estavam muito esganiçados. Pode pôr na rua todas as sopranos e me traga gente nova, que não assassine meus hits. Respeito à partitura é bom e eu gosto. Tem outra: a tietagem na fila do gargarejo fica puxando fumo demais. Até eu fico maconhado por tabela e acabo errando a regência. Reforço de segurança neles. E, pelo amor de Deus, não me deixa ninguém subir ao palco pra rasgar minha roupa. - É o preço da fama, Betão. - Não me chama assim, ou então vai pra rua também. E aí, meu filho, o que vai te sobrar é um ou outro freela com o Haydn. Tá a fim? A Fotos: Reprodução Internet

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seu carro

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Agilidade das pistas da stock car direto para a oficina Com três anos de mercado, a Peral Car trouxe todo o conhecimento adquirido nas pistas para oferecer agilidade em manutenção e serviços. Qualidade, transparência, conforto e experiência definem o Centro Automotivo Peral Car, que há 3 anos se instalou em São João da Boa Vista e atua como prestadora de serviços mecânicos, tanto para carros nacionais quanto para importados, com uma equipe composta de profissionais experientes e sempre atualizados. A empresa nasceu do sonho do Wellington Peral Moreira, mecânico há mais de 30 anos com experiência na Stock Car, um dos maiores eventos automobilísticos do mundo. Apesar de toda a experiência com a correria e pressão dos boxes das pistas de corrida, o foco da empresa é nos serviços mecânicos gerais, como embreagem, revisão, troca de óleo, suspensão, serviços preventivos, injeção eletrônica, entre outros. “Além de contar com toda uma gama de equipamentos de última geração para os melhores e mais precisos resultados, nós ainda temos como diferencial para nossos um exclusivo serviço de logística:

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buscamos e levamos o veículo de nosso cliente para revisão, com toda qualidade e conforto, tanto na residência quanto na empresa, o que for preciso”, afirma Peral. A tecnologia é um dos grandes destaques: Hi-Tech, preparada para serviços

rápidos e o máximo de qualidade no resultado. O orçamento feito na hora para o cliente, também se torna um grande diferencial. “Nosso conceito de oficina é Hi-Tech, ou seja, mais conforto, rapidez e transparência para o cliente, um processo com o qual ele se sinta seguro, confiante. Prezamos pelo ótimo atendimento, sempre buscando agir com a competência e honestidade”. Com uma equipe de profissionais totalmente qualificada, a Peral Car busca melhorias constantes, sempre pensando no que será oferecido para os clientes: “Nós estamos sempre nos atualizando com cursos e palestras, nunca deixamos de aprender e nos aperfeiçoar. Costumo que dizer que não tenho funcionário e sim uma equipe muito competente e leal”. E ao final, Peral deixa uma dica para quem quer chegar longe: “Nunca desista dos seus sonhos: estude, trabalhe, dedicação ao máximo, pois ao longo do tempo você irá colher os frutos daquilo que plantou com muito esforço e honestidade. Acredite” finaliza o empresário.


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empreendedorismo

Perfil dos empreendedores POR DIANDRA TONON

Empreender, de acordo com o dicionário, deriva de tomar alguma iniciativa. E quando se trata de jovens que empreendem, logo vem à cabeça um estabelecimento que deu certo, a continuidade do empreendimento da família, ou algo que foi ideia do próprio jovem. Tomar alguma decisão por mais simples que seja gera um receio quanto ao que virá depois. E com a criação de um novo projeto, é assim também. Mas, não é porque você tem menos de 40 anos que não tenha a possibilidade de “alavancar” o sucesso de uma carreira. De acordo com um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), um em cada três empresários têm algum tipo de pensamento de empreendedorismo antes de completar 18 anos. No grupo de empresários com até 24 anos, 80% já cogitaram se tornar um empreendedor. Conheça a trajetória dos jovens empreendedores Paulo Jacob, Felipe Santamarina Moretto, Lucas Santamarina Moretto e Tamires Santamarina Moretto, os quais aproveitaram as oportunidades e dão continuidade aos negócios da família. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Família Jacob - Kiberia Jacob

E se você pensa que a iniciativa vem só de outros lugares do país, ou do mundo, se engana. Em São João da Boa Vista há jovens que buscam crescer no ramo do empresariado. Quem nunca passou pela Avenida Dona Gertrudes e se deparou com uma Kiberia de nome Jacob? A receita da família vem do Líbano. Dona Matilde Jacob, a matriarca, acrescentou alguns ingredientes brasileiros aos quibes, alguns tradicionais e outros com acréscimo de requeijão cremoso. Para concretizar o negócio, o filho Miguel Jacob, em 1992, abriu a quiberia para ofertar o salgado à população sanjoanense. O paladar incrível que o quibe traz , já completa 28 anos de sucesso. Paulo Jacob, formado em Educação Física, começou no negócio para ajudar na produção dos salgados e, por meio do convívio com os pais, aprendeu não só a produzir como também a atender o público e consequentemente administrar a empresa. Como a empresa começou? Meus avós tinham uma mercearia, no mesmo local onde é a Kiberia hoje, e aos sábados faziam quibe assado de bandeja, sendo que sempre teve muita procura. Em 1992, meu pai se aposentou como professor de português e inglês e, junto com minha mãe e minha avó paterna, Matilde Jorge Jacob, transformaram a mercearia em uma lanchonete de salgados árabes. Os salgados como quibes e esfirras eram receitas de 18

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minha avó, que tinha origem libanesa. A partir daí, originou-se a Kiberia Jacob. Quando você começou a trabalhar nos negócios da família? Comecei a trabalhar por necessidade de ajudar na produção dos salgados. Com o passar do tempo, por meio do convívio com meus pais, fui aprendendo não só a produzir, mas também a atender o público e consequentemente administrar


a empresa. Minha maior preocupação é o bom atendimento e, principalmente, a qualidade do que oferecemos.

abertas de carne e queijo, mas preferimos manter a tradição em salgados árabes.

E o padrão da empresa nos produtos fornecidos? Mantemos o padrão de qualidade. Hoje em dia, as pessoas valorizam mais os produtos artesanais e seu sabor. Eu pessoalmente, acredito que essa tendência irá continuar e até se intensificar.

Em relação a sua família, trabalham junto com você? Sou casado com Camila Mançano, tenho dois filhos: Marina e Pedro. Minha esposa também auxilia nos trabalhos da empresa, esporadicamente, porque nossos filhos são pequenos. Minha irmã, Michele Jacob Fernandes Cortez, e seu esposo, Luiz Carlos Fernandes Cortez Filho, abriram outra unidade da Kiberia Jacob, em 2009, na Rua Professor Hugo Sarmento também em São João da Boa Vista, como Kiberia Jacob II.

Divulgação? Você aposta nela? A divulgação sempre desperta o interesse nas pessoas, mas acredito que o mais importante é a propaganda “boca a boca”. Quais as inovações que você busca fazer na empresa? A inovação de quando começou até agora foram as esfirras

Qual a dica pra quem quer ter o próprio negócio? Ter conhecimento de todas as áreas do negócio. E sempre estar presente na empresa, vivenciando o dia a dia. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Os irmãos Felipe, Lucas e Tamires Moretto - Los Coxitas

Quando uma cidade tem início com um pequeno povoado, estradas de terra, logo alguém abre uma mercearia, uma quitanda daquelas que vendem de tudo um pouco e, consequentemente, também surgem os famosos bares. Foi assim que, há 45 anos, teve início o Bar Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. De início, João Moretto começou a servir salgados e bebidas, como é de praxe em um bar típico do interior, além de uma coxinha diferenciada, com o pedaço do osso da coxa do frango na base, o que a deixou famosa e com um sabor diferenciado. João Moretto faleceu há cerca de três anos e meio. Mas o bar continua com a direção da família, com a esposa Maria Sardeli Moretto e o filho Aloisio Moretto. Lucas, Felipe e Tamires Santamarina Moretto, são irmãos, netos do João e a nova geração do estabelecimento. Inspirados na tradição da família e no empreendedorismo jovial, resolveram abrir o próprio negócio, nascendo, assim, o Los Coxita, em São João da Boa Vista. Depois do bar, como foi abrir um novo negócio, em um novo local? Há seis anos, antes de abrir a empresa, nós já começamos a elaborar uns pacotes congelados de salgadinhos, oferecendo salgados pra festas, tudo lá no bar mesmo. Eu (Lucas), junto com minha irmã, começamos a inovar. Compramos os maqui19

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nários para o preparo das massas, e do nada resolvemos montar o negócio em outro lugar, querendo separar e criar a sociedade dos três irmãos. E no dia 17 de Junho de 2019 foi inaugurado o novo espaço. Fizemos todo um preparo antes. Foram oito meses mais ou menos pra abrir aqui, porque lá no bar não tinha espaço suficiente pra gente aumentar, devido à demanda. > REVISTA ATUA | ABRIL DE 2020

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O que chama a atenção no Los Coxita? Inovamos na variedade de recheios, como coxinhas de calabresa, provolone e a de costela, que já está fazendo sucesso na cidade. Então procuramos diversificar o sabor que tinha lá no bar e trazer mais opções de coxinhas pra esse novo lugar. Todos os salgados são em formatos de coxinhas, apenas os salgados de festa que têm seu padrão. O tamanho médio também é um diferencial nosso, porque ele não é aquele tipo grande que vende nos comércios. Tem a coxinha de churros. Fizemos no ano passado a semana do chocolate e tinha a coxinha de chocolate também. Como é feita a divulgação? Temos publicação no Facebook, usamos o telefone, Instagram e Whatsapp pras entregas, ou a pessoa vem aqui buscar. Geralmente não temos nada pronto, tudo é feito na hora, mas pode levar congelado ou frito, como o cliente preferir. E no futuro? Como vocês imaginam a empresa? Nós queríamos um local tipo uma lanchonete, com mesas e cadeiras, para as pessoas ficarem conversando. Queremos criar uma franquia dos nossos produtos. Sempre estamos buscando conhecimento na área. Esperamos realizar isso num futuro próximo. Trabalhamos muito pra isso. Quanto ao padrão de qualidade, como vocês investem nesse quesito? A gente faz o que ama. Estamos passando por um processo in-

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dustrial, mas não se pode perder o tradicional, como era vendido antigamente. Para isso, é lógico, erramos muito, só que toda vez que nós erramos tentamos no máximo conseguir consertar e melhorar. E não falhar com a população, porque todos os materiais, os recheios, como o de requeijão, por exemplo, precisam de muita qualidade. Jamais temos produtos baratos, para não cair a qualidade dos nossos produtos. Qual o tipo de planejamento da empresa? Inovamos com sabores. Coxinhas com recheios salgados, com recheios doces, também. Tentamos inovar de várias maneiras. Por exemplo, temos um lanche de coxinha que aqui em São João não foi visto ainda. Procuramos sempre outras formas de coxinhas. Tem o Coxita Burguer, que é composto por todos os ingredientes de um lanche tradicional, só que dentro da coxinha. Então buscamos dessas formas traçar nossas estratégias. E o horário para atendimento no local é de segunda a sábado, das 8h às 19h. A criação do nome, como aconteceu? Queríamos uma coisa nossa, não queríamos uma coisa que trouxesse o nome do bar. Então foram várias reuniões com uma agência de marketing. Eu tinha “encanado” com um nome de Senhor Coxita. Minha irmã falou: “não dá certo, não dá”. Aí na reunião do marketing abandonaram a ideia. Mas, depois deu o ar do mexicano e ficou Los Coxita. A entonação espanhola do Los, que em espanhol significa o, ou a, se juntou com o Coxita, para o nome ficar “diferentão”. E não é que pegou? A Coxita é sensação na cidade. A


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empreendedorismo

Lina perpetua marca com jovialidade e empreendedorismo Proprietárias da loja procuram manter o padrão, aliando-o à modernidade.

POR DANIELA PRADO

Desde a década de 80, talvez até antes, quem passa pela Avenida Dona Gertrudes, na esquina da galeria do antigo Supermercado Porto Real (hoje Forte Mix), não resiste a uma parada para olhar as novidades em calçados, bolsas e carteiras da loja Lina. A unidade permanece no mesmo local, ganhou loja nova, mais ampla e moderna, mas é sempre um convite, tanto para os saudosistas como para as novas gerações, que encontram ali sapatos e acessórios para diversas ocasiões. Há 14 anos, as irmãs Viviani Bertoloto Varzim e Graziela Tapis Bertoloto estão à frente desse empreendimento. Antes da Lina chegar à vida delas, as irmãs tinham, cada uma, sua profissão – Viviani era fonoaudióloga e Graziela lecionava, profissões que, desde que elas optaram pelo comércio, ficaram de lado, sem que ambas cogitassem retomar a carreira inicial. “O comércio sempre foi muito presente em nossa família. Talvez, por isso, sempre tivemos vontade de ter nosso próprio negócio. Tudo começou em 2003, quando abrimos a Caramelo, uma loja de brinquedos educativos. Em 2006 surgiu a oportunidade de comprarmos a Lina, e já tínhamos percebido que era o comércio que queríamos seguir. Resolvemos investir neste novo empreendimento”, conta Viviane, sobre como foi o começo à frente da loja, afirmando que acredita que esta mudança no perfil da loja, a partir do momento em que elas as-

sumiram, promoveu naturalmente o empreendedorismo, por serem de uma geração mais jovem. “Trouxemos uma linha mais moderna, marcas novas, o que influenciou em atingir este novo público, mas sempre nos preocupando em manter a clientela já existente”, ressalta a empresária. Sobre o desafio de “perpetuar” o nome da loja que atravessou gerações e se mantém firme, as irmãs enxergaram na Lina uma grande oportunidade, tendo como foco manter o nome e a tradição da marca. “Acreditamos que a única maneira de permanecer firme no mercado e obter sucesso é gostando do que se faz, ter determinação e trabalhar duro. Sobre driblar esta economia difícil, achamos que não podemos focar no problema. Lógico que olhamos para os números, mas não deixamos que isso nos paralise”, enfatiza Viviani. Turbulências acontecem, as irmãs empreendedoras sabem disso, mas decidiram permanecer firmes nesta escolha, pois entendem que fases difíceis sempre existirão, em qualquer profissão. Para se impor e se destacar em um mercado, às vezes competitivo, Viviani acredita que é fundamental estar antenada nas tendências de moda, buscando constantemente opções para os clientes, além do cuidado em manter uma loja acessível a todos. “Na nossa opinião, para ser um empreendedor no comércio, assim como em qualquer profissão, é preciso ter o perfil, ser extremamente organizado financeiramente e estar sempre traçando metas para seguir, tendo a consciência de que se terá muito trabalho pela frente”, finaliza ela. A

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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saúde

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matéria de capa

Flores em poucos cliques Com raízes sanjoanenses, diretor executivo do Grupo Flora se tornou referência no segmento ao implantar um novo modelo de negócio. POR JEFERSON BATISTA

Durante um intercâmbio na Espanha, em 2006, o jovem Luiz Torres, que cursava um MBA em negócios na Universidade de Barcelona, queria comprar e entregar flores para a sua mãe, que estava em São João da Boa Vista, portanto, no Brasil. A empreitada não foi fácil, já que a floricultura não dispunha de sistema para aceitar uma compra remota por cartão de crédito, naquele momento. Diante desta dificuldade, Torres, contudo, viu uma oportunidade de negócio: conectar, por meio da tecnologia digital, floriculturas a clientes. Pouco tempo depois, em 2007, nascia a Isabela Flores, um e-commerce (loja online) para vendas de produtos comercializados em floriculturas. A empresa deu certo. E cresceu. Hoje, Torres lidera, como sócio e diretor executivo, o Grupo Flora, que além da Isabela Flores, faz a gestão das marcas Flores Online (fundada em

1998, esta foi a primeira loja digital de vendas de flores do Brasil) e Uniflores. Com uma fatia estimada de 10% do mercado online de flores, o faturamento do grupo em 2019 foi de R$32 milhões, o que o torna uma das principais companhias do segmento. “Desde pequeno gostava do mundo virtual. A ideia, então, era colocar toda minha paixão pela internet para resolver um problema óbvio: as floriculturas não estavam preparadas para receber pedidos online”, comenta Torres, formado em Administração de Empresas pelas Faculdades de Campinas (Facamp). CIDADÃO E EMPREENDEDOR GLOBAL A ideia da empresa, que seria sediada em território brasileiro, surgiu na Espanha. Todo o projeto, elaborado durante um ano após o intercâmbio na Europa, foi colocado em prática no México, país em que o empreendedor morou por dois anos, durante seu primeiro casamento. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

OPORTUNIDADE

Diante da dificuldade de presentear a mãe que estava em outro país. Torres viu uma oportunidade de negócio e criou um e-commerce de flores para compras e entregas no mesmo dia. 30

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Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Na cidade de sua família, São João da Boa Vista, local onde Torres passou boa parte de sua infância e adolescência, ficava um pequeno escritório, na casa de seus pais. Para ele, foi um grande desafio manter uma empresa sem estar presente no dia a dia. As dificuldades estavam até mesmo no fuso horário diferente, “acordava de madrugada para acompanhar o horário comercial no Brasil”, revela. Viagens, mudanças e novas moradas, entretanto, sempre fizeram parte da vida do diretor executivo do Grupo Flora. Por causa do trabalho dos pais, nasceu em Apucarana, no Paraná. Morou em outras cidades até a família voltar à região de São João. Mais tarde, para estudar, antes de morar em Barcelona, passou um período em Seattle, nos Estados Unidos, viveu no México e atualmente mora com a esposa e suas filhas em São João da Boa Vista. Torres conta, ainda, que durante o período em que morou na Europa trabalhou em grandes empresas. Fazer parte de companhias internacionais era seu sonho. Contudo, percebeu que poderia ir além e criar um negócio com uma cultura empresarial de acordo com suas necessidades. INOVAÇÃO NAS VENDAS ONLINE Na primeira década dos anos 2000, quando surgiu a Isabela Flores, o acesso à internet não era mais algo tão exclusivo. Lojas de flores que utilizam a rede mundial de computadores já atuavam no Brasil desde o final dos anos 90, inclusive. Contudo, Torres trouxe um novo conceito de vendas que revolucionou o setor, diminuindo de forma significativa o tempo de espera. Enquanto outras empresas já estabelecidas entregavam os pedidos em três dias, o novo empreendimento do setor passou a entregar em apenas três horas. O modelo que possibilitou agilidade nesse processo é o chamado same day delivery (entrega no mesmo dia, em português). Para colocar em prática este padrão de distribuição, foi preciso estabelecer parcerias entre a Isabela Flores e as floriculturas locais, relembra Torres. Sendo assim, o cliente realiza a compra no site, o pedido é encaminhado para o 31

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Empresa cria plataforma online para auxiliar comerciantes durante pandemia Micro e pequenos empreendedores de todo Brasil estão sendo diretamente afetados com a pandemia de Covid-19. Desde que os estudos científicos têm apontado que o isolamento social é a melhor forma de conter a propagação acelerada do vírus, muitos negócios foram obrigados a fechar as suas portas para o acesso do público. Serviços essenciais como mercados, farmácias, açougues, quitandas e padarias, por exemplo, estão com alguns desafios para se adaptarem a esse momento. Observando esse cenário, o Grupo Flora, critou o market place Gingo (www.gingo.com). A plataforma usa a tecnologia e know how de sucesso da Flores Online, conectando compradores e vendedores e mostrando comércios próximos para entregas locais. “Estabelecimentos de bairro estão sofrendo muito com os impactos do cenário atual e, por meio do Gingo, encontramos uma forma de ajudar o pequeno empresário a se conectar com seus clientes sem custo algum”, explicou Luiz Torres. O site, totalmente responsivo, já está disponível. Nele, os lojistas poderão cadastrar seus produtos com fotos, preços, taxa de entrega e poderão, sempre que quiserem, ficar online para receber seus pedidos. “Nosso objetivo é ajudar o pequeno comerciante a atravessar esse período tão difícil e com nossa plataforma ele irá concentrar em um único local todas as solicitações de entrega, organizando a equipe e a demanda da loja. O envio e pagamento ainda fica a cargo do comerciante”, contou Torres. Para o cliente, a vantagem é poder fazer a compra através de uma plataforma robusta de comércio eletrônico, ao invés de ter que ligar ou pedir pelo WhatsApp. Além disso, ele também pode acompanhar o status do seu pedido, sabendo quando está em produção/separação e o momento em que saiu para entrega.

lojista mais próximo que se encarrega de preparar o produto e entregá-lo em um tempo bastante curto. Já os outros sites, concorrentes, tinham, naquele momento, um modelo de centralização de entrega, ou seja, todos os pedidos saíam de um centro de distribuição, o que alongava o período entre a chegada do pedido e o recebimento pelo consumidor. De acordo com Torres, a entrega no mesmo dia conquistou, sobretudo, os clientes de última hora, que deixam para comprar as flores no dia que precisavam presentear alguém, ou seja, se a pessoa está na correria do dia a dia, ela pode, em pouco cliques, pelo celular, comprar um buquê e presentear alguém, que receberá as flores em poucas horas. Logo o jovem empreendedor criou um marketplace de floriculturas: um mesmo espaço na internet que liga diferentes lojas a compradores. O conceito é o mesmo utilizado por grandes companhias, como a agregadora de hospedagens Airnb e a gigante no setor de varejo Amazon. Pelo sistema online, o comprador acompanha todo o processo logístico. As floriculturas são treinadas para entender o modelo de negócio e atender, com qualidade e agi32

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lidade, todos os clientes. CRESCIMENTO E ADESÃO DAS FLORICULTURAS No início, o mailing da Isabela Flores era composto por 300 floriculturas. Atualmente, a empresa conta com 4 mil lojas cadastradas em todo o território brasileiro, sendo que pelo menos 800 são ativas (recebem pedidos com frequência). São, em média, 700 pedidos diários. Em datas comemorativas, especialmente dia dos namorados e das mães, são realizadas até 2 mil vendas, por dia. A tecnologia sempre foi o coração do empreendimento. “Como eu já tinha alguma experiência em programação, eu mesmo desenvolvi o site da empresa, no começo. O fluxo de compra era muito rudimentar, mas o site rodava e recebi as primeiras compras”. Com o passar do tempo, porém, foi preciso investir na página. Segundo Torres, o fluxo de compra atual é responsivo, agradável e fácil de ser utilizado, características fundamentais para que o internauta realize a compra. Porém, mesmo com a melhoria, o desafio tecnológico é constante. Em busca de acompanhar exatamente o que

está acontecendo com o site, a empresa mantém seu próprio setor tech. “Trouxe para dentro da casa o conhecimento em tecnologia”, comenta o empreendedor. Com escritório em São João da Boa Vista e São Paulo (SP), além de um centro de distribuição, herdado da Flores Online e localizado na capital paulista, o Grupo Flora conta com 60 funcionários. Torres possui, hoje, alguns sócios no negócio. A queridinha nas vendas é a rosa vermelha, seguida das orquídeas. Mas tem muito mais: lírios, gérberas, astromélias, girassóis, margaridas, plantas em vaso e em arranjos, além de outros produtos, como cestas de café da manhã, caixas de chocolate, vinhos e queijos. O DNA nômade fez com que o negócio ultrapasse fronteiras, já que está presente em 32 países de diferentes regiões do mundo. A vontade de continuar expandindo e inovando não para. A expectativa de crescimento para 2020 é de 30%. Torres também afirma que está no radar do Grupo Flora o estabelecimento de parcerias com cooperativas de produtores de flores e, claro, o contínuo investimento em tecnologia. A


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feiras populares

Histórias de Feiras que conectam pessoas com artesanatos e sonhos Aparente modismo que torna cada vez maior a ocorrência de eventos neste formato traz consigo raízes de empreendedorismo. POR DANIELA PRADO

Se existe um tipo de evento que tem, cada vez mais, tomado conta das cidades é a realização de feiras, com participação de produtores, sejam rurais, artesãos, designers ou da área gastronômica oferecendo seus próprios trabalhos. Com os mais diversos nomes, essas manifestações sempre atraem grande público consumidor. Em São João da Boa Vista, esta análise pode começar pela própria Feira Livre, realizada semanalmente, em dias variados, como terça-feira no Jardim São Paulo (rua Henrique Martarelo) das 5h às 12h, quarta-feira no Pratinha (Rua dos Tavares) das 5h às 12h, quinta-feira no Durval Nicolau (Avenida Guilherme

Guerreiro) das 5h às 12h e São Benedito (galpão Ceagesp) das 16h às 22h, sábado no Jardim Tereza Cristina, das 5h às 12h e aos domingos no São Benedito (Ceagesp), das 5h às 12h. Segundo o Diretor do Departamento Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, João Gabriel de Paula Consentino, o principal intuito da feira livre é proporcionar alimentos frescos à população. “Além de benefícios aos comerciantes, as feiras livres são uma forma de estimular consumidores e produtores. Os interessados em participar da feira livre devem realizar a inscrição no Setor de Tributação da Prefeitura. Na ocasião, eles devem listar todos os itens que serão comercializados e o tamanho da barraca. Após a

inscrição, os interessados entram na fila de espera e a chamada ocorre conforme o surgimento de vagas. A inscrição é válida para todas as feiras”, esclarece Consentino. Ao serem convocados, os inscritos precisam apresentar a licença emitida pelo Departamento Municipal de Saúde com o respectivo curso de manipulação de alimentos, quando necessário. FEIRA JUNTÔ Mas as feiras de produtores de artesanato, dos mais variados segmentos, são outro modelo de comércio em expansão, que parece ter dado certo. Que o diga César Araújo, que atua na área de saboaria artesanal e é idealizador/ organizador da Feira Juntô, que ocorre todo segundo sábado do mês, na

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Foto: Leo Beraldo / Cromalux

ATRATIVO TURÍSTICO

Artesão na área de saboaria artesanal e idealizador da Feira Juntô, César Araujo organiza mensalmente na Praça da Catedral. Desde a primeira edição, a feira atrai turistas do Brasil todo.

Praça da Catedral e teve a primeira edição em julho de 2019. “Eu tive essa ideia para ajudar principalmente o artesão sanjoanense, pois eu via que aqui, a gente não tinha uma feirinha. E precisava mesmo de uma feira assim na cidade. Eu estou sempre em Poços, na Prata, Mogi, Campinas e, em São João mesmo, não tinha. E eu queria algo que fosse completo, não só para movimentar a cidade mas a região”, conta César, sobre como lhe surgiu essa ideia. A Prefeitura, ao receber seu projeto, que incluía mapeamento do ambiente, escolha da praça e alguns expositores convidados, ou seja, atendia a todos os requisitos exigidos para este tipo de evento, o apoiou logo de cara. Artefatos de feltro, crochê, produtos em patchwork, roupas, produtos para pets, plantas, produtos exotéricos, chopp, lanches que agradam aos mais diversos paladares, massas, brownies... a lista de opções que se pode encontrar na Juntô é inesgotável e está sempre crescendo, a cada edição. Para garantir um espaço, porém, César afirma que o artesão deve obedecer a algumas exigências, como se cadastrar com ele, em um prazo de dez dias, apresentando nome, endereço, descrição do tipo de produto a ser comercializado e como estes serão expostos – se em barracas, mesas e outros. “Eu faço a seleção de acordo com o segmento, pelo tipo de produto da pessoa, para haver equilíbrio. Por exemplo, no crochê, se eu tenho o limite de três

crochês e se futuramente um deles sair, eu não necessariamente vou colocar outro crochê. Posso ocupar essa vaga com produto de outro segmento. E esses três crochês também são diferentes – um é só tapete, outro só roupa e toalhinha, outro só bichinhos”, ressalta ele, completando que a qualidade e estrutura de cada produto, assim como a apresentação, são fundamentais para o candidato ser aprovado na Juntô. A fila de espera para participar, segundo o organizador, chega a ser de 130 pessoas, fator pelo qual, se algum expositor resolver deixar de participar, dificilmente conseguirá voltar. César considera que a grande importância de um evento assim é a possibilidade de mostrar sobretudo a cultura de São João, o que o sanjoanense produz, quem são os ‘nossos’ artistas, os quais

nem sempre seriam conhecidos, se não houvesse uma Feira desse porte. “Eu acho super importante, não só para movimentar a cidade, porque o sanjoanense tem essa cultura de viajar no final de semana, procurar cultura e diversão em outras cidades. Com a Juntô, ele passa a ter essa opção aqui mesmo, com música, boa comida, atrações e tudo o mais. E outro ponto muito importante é o turismo, pois, desde a primeira edição, trouxemos muita gente de fora, que não veio para a feira mas estava passando por aqui e aproveitou para conhecê-la. Eu tenho um bloquinho de notas e muita gente vinda de São Paulo comentou, teve até um elogio do Rio de Janeiro, em que a pessoa registrou que gostou tanto da ideia que vai adequar suas vindas a São João com as datas das próximas Feiras”, conclui ele, satisfeito. FEIRA SANTO JARDIM Stephanie Costa Gustavson, moradora de Águas da Prata é também idealizadora da Feira Santo Jardim, além de fazer

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ESTILO DIFERENCIADO

Stephanie Costa Gustavson, idealizadora da Santo Jardim, afirma que a ideia é fazer com que as pessoas vivam de uma forma diferente,vejam as coisas e tratem as pessoas de forma diferente.

o marketing e curadoria de seu evento – que teve a primeira edição em estilo ‘jardim de portas abertas’, em sua própria residência. “Apareceram mais pessoas do que eu esperava e o pessoal da Prefeitura ficou sabendo que eu tinha feito essa feira. Eu tive uma reunião com o prefeito e com a secretária de turismo, e tivemos a ideia de mudar a Feira para uma praça, até porque eu vi que minha casa não ía suportar um público maior, e para fazer uma coisa mais profissional. A ideia sempre foi a de que ‘Juntos somos mais fortes’, então reunimos o pessoal que fazia artesanato e não tinha muito espaço para expor, além de música, comida e dar esse espaço para o pessoal. Sendo em praça, a gente conseguiu abrir para mais gente”, Stephanie recorda. A princípio, a Feira Santo Jardim era na Praça José Moneda, mas atualmente, acontece na Praça Basílio Ceschin, em frente ao Bosque, cujo acesso é mais fácil, principalmente para turistas. Stephanie ressalta que a Santo Jardim é uma feira bem diferenciada e percebe que, mesmo que seja impossível agradar a todos, até por ser um evento vegetariano / vegano - filosofia que nem todos estão prontos para aceitar ou respeitar- no geral, o público tem reagido bem a esta proposta. “Muita gente que tinha resistência antes, já está indo e levando seu copo, 36

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sua caneca, separando o lixo orgânico do reciclável e mudando um pouco a forma de alimentação. O foco principal na Feira é justamente esse: trazer essa conscientização. Não é ganhar dinheiro, é fazer com que as pessoas vivam de forma diferente”, Stephanie destaca. E cita ainda outro detalhe, o de que, por se tratar de lanches vegetarianos ou veganos, muitas pessoas que, a princípio demostravam reserva em experimentar, achando que não ser ia bom, quando provam, se surpreendem e passam a consumi-los. Para ela, a energia que flui no local é determinante para que tudo transcorra em equilíbrio e o diferencial da Santo Jardim é que ninguém participe com o único objetivo de ficar famoso ou ganhar dinheiro, mas o de ser coerente e ter um comportamento, realmente, de acordo com a proposta da Feira. “O leque de oportunidade aumenta, sim, após cada Feira, pois em cada uma, a gente conhece mais pessoas e tem sempre mais gente querendo participar, mais gente que vem pela primeira vez e sai elogiando. Eu acho que estamos em uma fase em que a tendência é que essas feiras só cresçam”, finaliza ela. FEIRAS QUE INSPIRAM No ano de 2017, a curadoria do Espaço Cultural Boca do Leão, na Fonte Platina, começou a perceber a necessidade que

alguns artesãos locais sentiam, na hora de apresentar suas produções ao público e comercializá-las, de maneira que os deixasse confiantes em seus próprios trabalhos. Assim, a curadoria do Espaço resolveu reunir esses produtores de arte - de São João e Águas da Prata - para refletir sobre artesanato, sanar dúvidas e ‘ensiná-los’ a valorizar o que faziam, inclusive no tocante à precificação. A partir dessas reuniões é que foi delineada a Feira do Leão, considerada a ‘semente’ ou a precursora destas Feiras de Artesanato (inclusive a Juntô) de atualmente. A designer Carolina Araujo, que mantém a Casa da Arte, onde realiza esporadicamente algumas Feiras, também recorda que, mesmo que pareça algo recente, esses eventos tiveram início há cerca de dez anos. “Eu estava em São Paulo, no começo da minha carreira, e participava de muitas coisas lá, tanto de feiras menores e mais alternativas, como feiras muito grandes de design, de um nível que a gente nem imagina. Quando eu comecei a trazer feiras para cá, de certa forma era o reflexo do que eu vivia lá”, enfatiza. Para Carol, além do quesito ‘ter um local propício para expor e vender o que se produz’, essas feiras têm um propósito muito importante de conectar e incentivar pessoas, criando um intercâmbio e amizade entre elas. A


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esportes

Casal abaixo de zero Renan e Kaline fazem parte da primeira Seleção Brasileira de corrida de neve da história da modalidade. POR PEDRINHO SOUZA

São João da Boa Vista está aos pés da Serra, uma região recheada de montanhas. A cidade também é conhecida pelos maravilhosos crepúsculos e considerada uma das cidades mais quentes da região. Neve por aqui passa longe, mas o casal sanjoanense, Renan Rocha Campos e Kaline Fernandes, apaixonados por corrida, foram na contramão e encontraram um meio de unir as duas coisas: montanha e neve. A dupla integra a primeira Seleção Brasileira de Snowshoeing (corrida de montanha com raquetes de neve). Eles representariam o Brasil no Mundial do Japão, que foi realizado em fevereiro, em Myoko, mas por falta de verba não conseguiram participar. Contudo, a preparação está sendo para disputar mais uma vez a Copahue Extremo, que fica localizada no pé do Vulcão Copahue,

na Patagônia (Argentina), entre agosto e setembro. A competição dá vaga para o próximo Mundial de Snowshoeing, que ainda está em votação para saber qual país sediará. Em bate papo com o casal, Kaline contou as principais dificuldades em competir na neve. “O que mais pesa são as baixas temperaturas e o peso de todo material que a gente usa. Já para competir, encontramos dificuldade financeira, pois os treinos e campeonatos têm um alto custo. Mesmo com essas adversidades, somos gratos aos nossos apoiadores, pois sem eles não conseguíamos chegar tão longe”. VÍCIO E PAIXÃO Nos últimos seis anos, Renan corre em alta performance, já competiu em vários lugares do país com os melhores atletas da modalidade. A corrida para ele virou um estilo de vida. “Eu acordo pensando em corrida e vou dormir pensando em

corrida. Resolvi fazer do esporte a minha vida”, comenta. Renan passou das pistas para as trilhas; agora se dedica nas montanhas, que foi onde encontrou Kaline, outra fascinada por corrida. Juntos criaram uma rotina dura de treinamentos. “É uma prática diária bem pesada, normalmente são dois treinos por dia, alternando entre corrida, musculação, natação, pilates e ciclismo. Tudo com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Um apoia o outro, isso ajuda a motivar”, diz. SUPERAÇÃO Kaline tem uma história de vida emocionante e o esporte foi ferramenta fundamental para superar todos os desafios. Aos 13 anos ela teve uma meningite que, posteriormente, levou ao coma. Ficou três dias na UTI, os médicos diziam aos pais de Kaline que ela não sairia dessa. Deram 72 horas para acordar, caso contrário, sairia com algum tipo de

Foto: Arquivo pessoal - Renan Rocha Campos / Kaline Fernandes

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deficiência.“Foi uma época terrível, no terceiro dia de UTI eu acordei, mas eu não tinha movimentos da cintura para baixo. Minha família e eu passamos por situações difíceis, mas com muita fé superamos e aos poucos tive minha saúde totalmente restaurada. Tudo isso me deu muito sentido à vida”. CORRIDA DE NEVE A atleta enviou este relato para a organização da Copahue Extremo, na Argentina, o que agradou a organização que a convidou para fazer parte da competição, em 2018. No ano seguinte, o casal recebeu o convite para fazer parte da primeira Seleção Brasileira de Snowshoeing, por meio de análise de índice técnico, já que eram atletas de corrida de montanha. “Correr representando uma nação é muito maior do que a gente pensava, é uma responsabilidade muito grande, isso nos incentiva a querer treinar sempre mais”, completa Kaline. O ESPORTE O snowshoeing é um esporte conhecido

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Foto: Arquivo pessoal - Renan Rocha Campos / Kaline Fernandes

como corrida com raquetes de neve. Os atletas cruzam um percurso o mais rápido que podem enquanto usam um sapato especial, que lembra uma enorme raquete. O acessório funciona como uma ‘prancha’, que é acoplada nas botas para caminhar na neve. As raquetes distribuem o peso, assim o pé não afunda completamente, na pisada. O objetivo dos praticantes é de que a modalidade faça parte dos Jogos Olímpicos de Inverno. A


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psicologia

Arquitetura das emoções A Psicologia Ambiental que busca conectar conhecimentos psicológicos com projetos arquitetônicos. POR JENNIFER PEIXOTO E DANILO CICONI

O ambiente externo é campo onde projetamos a nossa subjetividade (tudo o que existe no nosso interior: ideias, pensamentos, sentimentos...). Buscamos encontrar, fora de nós, um pouco daquilo que trazemos dentro – nossas emoções e afetos. Cuidar do que está fora é, em certo grau, zelar pelo próprio interior. A Psicologia e a Arquitetura são modos distintos, mas complementares, de narrar e construir a história da humanidade e dos indivíduos. A Psicologia Ambiental é uma área de intersecção entre essas duas ciências, que procura aplicar conhecimentos e descobertas da Psicologia (sobretudo, na atualidade, de um campo chamado Psicologia Positiva) à composição de projetos arquitetônicos ou ao design de interiores. Deste modo, determinadas características do ambiente seriam otimizadas a fim de promover resultados

específicos nos comportamentos e nas emoções humanas. Diversos estudos em variados ambientes e populações sustentam o escopo teórico da Psicologia Ambiental. Intervenções simples na disposição espacial de objetos em creche, por exemplo, foram capazes de melhorar de forma recorrente o comportamento e a adaptabilidade de crianças no ambiente escolar (inclusive reduzindo condutas agressivas). Resultados similares foram encontrados em asilos, em fábricas, escritórios e, até mesmo, no ambiente doméstico. Fatos estes que podem ser validados pela expoente procura por arquitetos e designers para reestruturar ambientes corporativos. A paleta de cores, a disposição dos móveis e objetos no ambiente, a qualidade da iluminação, a propagação de ruídos e sons etc., são fatores ambientais que influenciam a promoção de estados de humor (vivências emocio-

nais) ou cognitivos (por exemplo, capacidade de manter a atenção e o foco, acesso a memórias, etc.) mais ou menos positivos. São ferramentas poderosas para quem busca organizar espaços de trabalho, por exemplo, que colaborem tanto com a produtividade quanto com a saúde mental e relacional dos colaboradores. Ou, ainda, para quem busca construir um ambiente doméstico que gere mais conforto, que favoreça o descanso e o relaxamento, que ajude a combater a ansiedade. CORES, ILUMINAÇÃO E ESPAÇOS Um dos elementos que pode influenciar diretamente no humor e no comportamento das pessoas é a iluminação. Quando um ambiente pede mais privacidade e descontração, normalmente tem uma iluminação mais amena, pontual e com cores quentes, como é o caso de diversos pubs. Já ambientes que necessitam de maior concentração

Fotos: Reprodução Internet

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e atenção precisam de mais iluminação, por exemplo, salas de aula, que têm, em sua maioria, luz branca. Ambientes com usos diversos podem contar com diferentes sistemas de iluminação: um quarto que possui uma área de estudos pode ter uma iluminação geral, uma voltada para a área de estudos (estimulando a concentração) e uma iluminação mais baixa (para momentos de descanso). As cores também têm papel fundamental na interação do usuário com o espaço. Cores em tons pastel trazem a ideia de tranquilidade, enquanto outros tons, como o vermelho, tendem a provocar certa agitação, a depender do tempo de permanência no local. Além disso, as texturas também podem mudar a percepção do espaço, evocando aconchego ou frieza. No ambiente doméstico, a disposição do mobiliário, dos objetos e até dos elementos construtivos influencia diretamente na percepção de espaço e sensorial dos moradores ou visitantes. Os ângulos das paredes e colunas podem criar ambientes claustrofóbicos

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ou amplos. Assim, também, os móveis podem ser organizados de uma forma ‘clean’ ou deixarem o ambiente pesado. Ainda quanto aos objetos, é importante que alguns sejam significativos para os moradores, trazendo-lhes sensação de felicidade e pertencimento. Deste modo, estimulam a liberação de neurotransmissores importantes, como a serotonina (um dos “hormônios da felicidade”), o qual ajuda a combater a depressão. Diante disso, ao construir, iniciar uma reforma ou decorar um ambiente, mais que vislumbrar o resultado material, cabe refletir acerca das crenças pessoais, dos pensamentos e sentimentos que estão envolvidos naquele projeto: desde as motivações que me levaram a iniciá-lo até os resultados que gostaria de obter através dele, no campo pessoal e social. De que modo aquela obra “conversa” com a minha identidade e subjetividade? Os espaços em que estou atuando estão promovendo saúde? Como posso deixar o ambiente eficiente e motivador para que eu possa realizar minhas atividades cotidianas com o máximo bem-estar?

É importante ressaltar que cada projeto é único, assim como cada ser humano. Portanto, as soluções que funcionam para uma pessoa ou espaço podem não caber em outros. O ideal é procurar orientação especializada para atender às demandas específicas daquele projeto, a fim de realizar um plano de trabalho individualizado. Os olhos treinados de um bom arquiteto ou designer (que, além dos ferramentais próprios da área - medições, cálculos, softwares etc., se incline diante da riqueza dos processos humanos e psicológicos) podem nos ajudar a imprimir no mundo, de fato, o que estamos gestando no nosso interior. Um bom psicólogo pode nos auxiliar a entender de que modos expressamos a nossa subjetividade no ambiente em que vivemos e atuamos e, ainda, como tal ambiente influencia as nossas vivências mais pessoais e subjetivas. A arquitetura e a psicologia podem servir, desta forma , para promover o melhor das potencialidades humanas, a prevenir mazelas e a construir, literalmente, saúde e alegria. A

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nossa história

Uma mulher, um hino e uma grande história Conheça Lucila Martarello Astolpho, educadora e autora do Hino de São João da Boa Vista. POR DIANDRA TONON

O ano era 1931, nascia em São João da Boa Vista, no dia 17 de junho, Lucila Martarello, filha de Jordano Martarello e Emma Gallo Martarello. Mais tarde passou a chamar-se Lucila Martarello Astolpho, seu nome de casada. A família residia em uma fazenda, próximo à cidade de Águas da Prata. Seu pai faleceu quando ela estava com dois anos e a mãe mudou-se para São João da Boa Vista com os oito filhos. Segundo Lucila, sua mãe vendeu propriedades do esposo para ajudar em casa e na formação dos filhos. “Ali numa casa do Largo das Palmeiras, minha mãe criou todos os filhos. Ela dizia que não

queria que trabalhássemos na terra, queria que estudássemos. E todos nós estudamos”, recorda, Lucila. Durante a época dos anos 60 e 70, onde poucos tinham oportunidade de estudar, Lucila conseguiu almejar seus objetivos, que eram os de ter um curso superior e poder lecionar. E tudo isso aconteceu depois do casamento com Ulysses Astolpho, tido por ela como um marido exemplar. “Quando eu me casei, meu marido não me impediu de continuar a fazer as coisas de que gostava. Eu lecionava bailado espanhol e castanholas, tinha 10 alunas. E até hoje, com as mãos cheias de artrite e artrose, ainda bato castanholas. Conheci meu marido dançando no

palco, ele estava atrás, me olhando... Ele passava, dava uma ‘olhadinha’, até nos conhecermos. Foi uma vida muita linda juntos, 61 anos de casados. Tivemos cinco filhos e sete netos. Vivemos muito bem, muito felizes”, ressalta. A mãe de Lucila gostava muito de ler e sempre ensinava alguma coisa para os filhos, ela acredita que isso tenha inspirado a família toda, quando menciona: “Todos os meus filhos e netos, felizmente, são bem-sucedidos.” Maria Fernanda agora se aposenta como Supervisora de Ensino. Tenho a Sílvia que é engenheira, e trabalha no Brasil todo. Flávia, que é psicóloga e advogada, mora em Florianópolis e o Ulysses Júnior, que é médico e mora no Rio de Janeiro”. Dona Lucila e o esposo Ulysses moraram durante 16 anos na Fonte Platina, em Águas Prata. Após o falecimento do marido, há uns meses, Lucila voltou para São João da Boa Vista. HINO DE SÃO JOÃO “Eu era amiga do senhor Otávio Pereira Leite, que era presidente e fundador da Academia de Letras da cidade, a qual eu também pertencia. Ele sempre pedia para que eu escrevesse alguma matéria para colocar no jornal e, naquele dia, o assunto deveria ser o do aniversário da cidade, pois era mês de junho. O pedido era para que fosse em forma de hino. Escrevi no intervalo das minhas aulas. No dia seguinte, eu viajei para o Rio de Janeiro, e não soube mais nada. Eu não sabia que era um concurso, achei que fosse uma matéria que eu deveria escrever, como sempre fazia. Quando voltei, minha sobrinha disse:- ‘Tia, a senhora ganhou!’ -‘Ganhei o quê?’ -O hino da cidade! Tinha sido um concurso e eu tinha vencido”! Lucila conta que ficou muito feliz

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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Foto: Arquivo pessoal - Lucila Martarello Astolpho

ARTISTA DE TEATRO

Em cena, Lucila Martarello Astolpho e Wanderley Perri, durante a peça O Casca Grossa.

por ter tido o prazer de ser a escolhida para perpetuar esse hino. “Eu fiquei muito contente. Todos fizeram muita festa”, lembra. A professora, explica que tudo foi muito rápido quando escreveu as estrofes que se tornaram, mais tarde, a letra da música da cidade, inspirada nos “crepúsculos maravilhosos” – o município é popularmente conhecido assim, pela beleza do céu entre o dia e o por do sol. “Eu fico muito feliz quando as pessoas lembram, quando ouço cantar nas escolas, e em apresentações solenes. Foi bem rápido, como se diz por aí, ‘numa sentada’, nos intervalos das aulas, olhando a beleza da cidade. Isso tudo me inspirou... A cidade, o pôr do sol, as montanhas, as pessoas...Tudo foi uma inspiração. E saiu o hino, com a graça de Deus”. O hino é escrito em forma de poema e nele foi inserida uma melodia para ser cantada. Fábio de Carvalho Noronha foi quem criou os percursos sonoros que fazem parte do álbum Rosa Encarnada, que foi lançado em 1986 por Luciano e Labareda. Segundo, Lucila, Nazareth Nogueira, com sua voz privilegiada, 47

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também participou da primeira gravação. “Fábio foi um amigo, ele era músico, fez também outras músicas, para alguns candidatos desse concurso do hino da cidade. Então nem fui eu quem pediu a ele que fizesse a musicalização. Dona Beloca era amiga dele, minha amiga também, foi quem pediu para colocar a música, ele colocou e deu certo”. Gabriella de Oliveira Costa, popularmente conhecida como Beloca, sanjoanense, primeira vereadora da cidade em 1932, trabalhou na Casa do Soldado, instituição organizada no município. Ela se dirigia até as trincheiras da revolução, para que nada faltasse aos combatentes. Produziu também muitos espetáculos teatrais infantis na cidade, no Theatro Municipal, entre eles Pinóquio e Os 3 Mosqueteiros. A banda da cidade leva o nome dela: , dedicada a sua constante luta pela cultura de São João. BANDEIRA DE SÃO JOÃO Além do Hino, Lucila escreveu um poema para a bandeira da cidade, de-

monstrando seu amor pelas terras sanjoanenses. “Um professor do Instituto de Educação, foi quem idealizou a bandeira de São João, levou até a prefeitura tornando-a oficial. A bandeira era toda verde com uma faixa branca no meio que representava o Rio Jaguari. Em uma determinada época, Dona Beloca, achou a bandeira muito simples e disse que iria mudá-la, eu falei: ‘Dona Beloca, não pode, a bandeira já está oficializada’. Ela disse: ‘Pode sim! Está muito simples’. Ela foi até São Paulo, comprou as coisas que precisava para ‘melhorar’ a bandeira com bordados dos desenhos que marcam as produções agrícolas na cidade”. Lucila foi professora titular da Cadeira de Filosofia da Educação na então Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de São João da Boa Vista. “Todos os dias foram encantadores nas escolas. Gosto muito das pessoas que trabalharam comigo. Sempre fomos muito amigos, os funcionários e alunos. Até hoje, quando eu os encontro cumprimento com muita alegria. Foi uma época muito feliz na minha vida, que marcou história.Tenho saudade”! > REVISTA ATUA | ABRIL DE 2020

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TEATRO ESCOLA O grupo teatral da cidade na época era conhecido com o nome de Teatro Escola. Lucila participava dele ativamente com o pároco da catedral São João Baptista, Padre Antônio David, coordenador do grupo: “Eu era ‘artista’, gostava muito de tomar parte das apresentações. Era o padre que acompanhava nossos ensaios e as pessoas mais velhas da cidade iam prestigiar as apresentações. Eu gostava muito disso, de dançar, e num dia chamaram uma dançarina de Campinas para fazer uma apresentação. No dia, ela ficou doente e não veio, então disseram: ‘A Lucila irá dançar’! E de última hora minha mãe improvisou uma roupa de balé pra eu me apresentar. Eu sabia um ‘pouquinho’ de dança, e lá fui eu. Nenê Farnetani, que era o músico, estava no pé do palco com sua banda. Foi tudo criado no momento. E o Nenê não parava de tocar... Morta de cansada, eu queria parar e não conseguia, porque ele não parava a música... Então eu pensei: existe a peça da morte do Cisne, então eu vou cair aqui, vou falar que o cisne morreu. Me abaixei, deitei no palco “de cansada” que eu estava. E alguém no fundo do palco gritou: ‘Chama o Balestrin’! [Balestrin, era o nome de uma empresa funerária na época em São João da Boa Vista] Foi muito engraçado. Aplaudiram, mas deram muitas risadas”. COMO É BOM EDUCAR O ano não é recordado, mas com alegria ela conta das aulas aos padres. “Ajudei a formar muitos padres, contribui um pouquinho na formação deles. Eles eram ótimos, estudiosos. Às vezes até aprendia com eles... Fiz palestras no Curso de Noivos como voluntária na igreja de São Benedito, - Localizada até hoje no Bairro São Benedito - algo que me agradava muito, porque depois que terminava o curso e eu encontrava alguns que já tinham se casado, eles vinham me dizer: ‘Olha, dona Lucila, quando vou me deitar me lembro da senhora”! Eu dizia: Por quê? “Porque a senhora sempre dizia que não podemos dormir brigados, temos que dormir de mãos dadas para no dia seguinte acordar bem’. “Que bom, né”! “Porque pelo menos eu pude contribuir com a felicidade de alguns”. Segundo Lucila, lecionando, sempre teve bons momentos e eles não eram só em português, o francês também a fazia 48

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feliz.“Na época da educação sempre aconteciam coisas agradáveis. Eu estudei no Colégio Santo André e depois de formada, eu fui lecionar lá também e meus filhos nasceram na época em que trabalhava lá. Sempre gostei muito das irmãs que lá viviam e vivem até hoje. Minhas professoras eram algumas belgas, então, o francês ali se falava. Eu tinha um ‘cachorrinho’ que ia sempre comigo para o colégio, e a professora francesa, brigava com ele em francês e ele entendia. Era tão engraçado! Fui muito feliz lá... Gosto muito das irmãs”. Trabalhou 34 anos na UNIFEOB, como professora universitária nas áreas de Filosofia da Educação e Didática. Aposentou-se lá como diretora. Além das aulas nas escolas, grupo de teatro e as aulas de castanhola, Lucila trabalhou também no Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando Salles de Oliveira. “Fiquei comissionada 14 anos

como diretora do Museu de São João, conheci muita gente e gostava de atendê-los”. AINDA É BOM SER LEMBRADA “Eu me dei muito bem com o ensino. Se eu tivesse que escolher uma profissão novamente, seria professora de novo. É muito agradável, á gente no fim da vida, ser lembrado”. A palavra lembrança no dicionário significa: ação ou efeito de lembrar-se. Com certeza, Lucila Martarello Astolpho é, e sempre será lembrada por gerações sanjoanenses como uma pessoa que fez e faz a diferença. Educar é uma tarefa difícil, mas não impossível quando a profissão é feita com amor. Em homenagem, o teatro localizado na Cidade das Artes - complexo cultural inaugurado em fevereiro deste ano-, por iniciativa da Prefeitura, recebeu o nome de Teatro Professora Lucila Martarello Astolpho - Cidade das Artes. A

Hino de São João da Boa Vista Letra: Lucila Martarello Astolpho Melodia: Fábio de Carvalho Noronha

Em momento de amor infinito, Foi que Deus com sublime emoção, Do pedaço de um solo bendito, Fez a nossa querida São João. Com ternura moldou lindas serras E, altaneiras, ao céu as ergueu. Pôs o rio Jaguari sobre as terras E, a sorrir, tudo isso nos deu. Oh! Terra encantada, Por nós adorada, De povo irmão Na mesma cadência, Vibra e palpita Um só coração. Realçando as belezas criadas, Fez o sol se esconder, majestoso, Coroando as tardes caladas, De um crepúsculo maravilhoso. Sempre hospitaleiro e querido O seu povo encanta e conquista Um recanto do céu desprendido,

Eis, aí, São João da Boa Vista! Oh! Terra encantada, Por nós adorada, De povo irmão Na mesma cadência, Vibra e palpita Um só coração. A cidade se desdobra e cresce Numa linha triunfal, ascendente. Testemunho de fé aparece Na história fiel de sua gente. O progresso de perto acompanha Sua inteligência e saber... É uma bênção viver nesta terra E uma Glória um dia aqui morrer. Oh! Terra encantada, Por nós adorada, De povo irmão Na mesma cadência, Vibra e palpita Um só coração.


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saúde

Atendimento Médico Domiciliar: forma de assistência humanizada Não só no tocante a dificuldades de locomoção que certos pacientes têm, mas ser assistido em sua casa aumenta a segurança emocional do mesmo. Foto: Divulgação

POR DANIELA PRADO

Antigamente, lá pelo século XVIII, havia a figura do “médico da família”, que não se limitava a atender os pacientes em seus consultórios, mas ia à casa destes, dar injeções, examinar, saber como estavam passando e analisar na recuperação das chamadas “moléstias”. Com o passar do tempo, a própria rotina de trabalho, repleta de horários e compromissos, aliada à nova realidade das grandes cidades, se encarregaram de redefinir a imagem do profissional de medicina, que passou a atender apenas em hospitais, clínicas e consultórios – e o paciente, ao invés de receber “o doutor” em casa, é que passou a ir até esses locais. Pois bem, esse capítulo da história, pouco a pouco, está sendo resgatado, com as atuais adaptações. E por inúmeros fatores, alguns destes profissionais estão aderindo ao atendimento médico domiciliar. Trata-se de uma modalidade de atendimento em que o paciente que, por alguma razão tem dificuldades de ir até a clínica, recebe em sua própria residência os mesmos cuidados que teria em um ambiente hospitalar. Em São João da Boa Vista, há cerca de cinco anos, o médico nefrologista Ruy Cesar S. S. Sckayer, acompanhado da enfermeira Thais G. Padial Bastoni Sckayer, têm realizado esse tipo de atendimento domiciliar. “Com o aumento da procura por esse tipo de atendimento, decidi oficializar esse trabalho, que anteriormente era realizado apenas no intervalo de outras ocupações. A ideia sempre foi promover conforto e qualidade de vida para os pacientes, evitando que se desloquem para receber atendimento, principalmente 50

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aqueles que estão debilitados fisicamente”, conta Ruy Sckayer, sobre como surgiu esse diferencial em sua carreira. Assim, tanto ele quanto Thaís argumentam que estão investindo no crescimento deste serviço, fazendo parcerias com profissionais de outras áreas, como pediatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e equipe de enfermagem. “O atendimento no domicílio promove maior bem-estar ao paciente. Ir ao consultório pode ser estressante em alguns casos e o deslocamento não é confortável para os pacientes que apresentam alguma limitação. Além disso, ser atendido em um ambiente familiar para ele, em que se sente seguro, faz toda a diferença”,

revelam os profissionais de saúde. Proprietários da Cuidar, eles destacam que a empresa atende a todos os tipos de patologias e todas as faixas etárias. “Porém, o maior número de pacientes acaba sendo de idosos, e em grande parte com alguma limitação, como Alzheimer, demência, problemas renais ou cardíacos”, conclui Thaís. Além da consulta médica, a Cuidar realiza ainda acompanhamento com enfermeira, caso necessário. QUEM UTILIZA, APROVA Algumas pessoas que têm tido a saúde assistida pelo médico em suas residências, demonstram estar bastante satisfei-

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AV. DONA GERTRUDES, 17 - CENTRO SÃO JOÃO DA BOA VISTA TEL.: (19) 3622-2464 (19) 9 7142.1902 REVISTA ATUA | ABRIL DE 2020

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tas. “Minha mãe foi paciente do Dr. Ruy Sckayer, fazendo atendimento domiciliar por um longo período, até seu falecimento, aos 90 anos de idade. Ela havia sofrido um AVC hemorrágico e estava acamada, com dificuldade de ser transportada para atendimento médico. Estava sendo atendida em casa por uma fisioterapeuta e uma fonoaudióloga, a qual nos informou que o Dr. Ruy Sckayer fazia atendimento médico domiciliar. Ficamos todos encantados com a atenção e dedicação do Dr. Ruy, um profissional extremamente competente, humano, que cuida de seus pacientes, na maioria idosos, com muito carinho”, recorda Márcia Mansur, também médica, na área de pediatra. Márcia acentua que, no caso de idosos ou de pessoas com dificuldade de locomoção, o atendimento domiciliar é imprescindível, pois oferece aos pacientes um tratamento mais humanizado, trazendo mais conforto e tranquilidade para aqueles que já se sentem vulneráveis fisicamente ou, às vezes, até mentalmente, dependendo da enfermidade que o aflige. “O Dr. Ruy e a enfermeira Thaís são pessoas iluminadas, além de profissionais muito competentes”, completa a médica, agradecida. Opinião parecida tem a professora autônoma Shirley de Abreu Stahl Pella, cuja mãe, Santa de Abreu Stahl, também recebeu de Dr. Ruy e de Thaís um atendimento considerado ótimo. “Um trabalho de muito profissionalismo, de disponibilidade de atendimento, que realizam com muito carinho e amor, com uma atenção especial à família, sanando qualquer dúvida ou insegurança”, diz Shirley. E acrescenta que a principal razão de optar por esse tipo de atendimento é manter o paciente em sua própria casa, onde já está acostumado e próximo das pessoas que ama. “Isso é menos sofrido para a pessoa acamada, que recebe um tratamento mais humanizado. Como já dito, os cui-

dados são mais específicos e o ambiente mais natural para o paciente, que por sua vez pode se sentir bem cuidado com o tratamento especial. Além disso, por sua natureza, os ambientes hospitalares podem trazer riscos ao paciente, como por exemplo, infecções, as quais não ocorrem no ambiente doméstico. E com esse cuidado em casa, não é necessário a locomoção do paciente para uma consulta em ambiente externo, seja hospital ou consultório. O trabalho do Dr. Ruy e da enfermeira Thais é totalmente de acordo com o conceito de humanizado”, finaliza Shirley.

Para ele, esse formato de atendimento tem crescido muito nos últimos anos, sendo que o perfil de público que procura por atendimento na Viver Bem, geralmente, é de idosos. “Também estão neste grupo aqueles que estiveram internados por motivo de cirurgia ou qualquer outro problema, mesmo que tenham melhorado a ponto de ter alta hospitalar mas que, em sua residência, precisem de auxílio para suas atividades diárias. Ou seja, ele temporariamente ficará dependente de cuidados, até sua completa recuperação”, aponta Jean.

DIFERENÇA COM HOME CARE Quando se fala em atendimento médico domiciliar, o termo é parecido, porém diferente de home care, que traduzido seria “Cuidado em Casa”. Jean Eli Bindez da Silva, fundador, sócio majoritário e diretor geral da empresa Viver Bem, que há sete anos atua em São João da Boa Vista, já tendo expandido para 10 cidades, explica por que. “Uma empresa de home care engloba todos os cuidados de saúde no âmbito domiciliar, com a equipe multidisciplinar completa, como por exemplo cuidador, técnico de enfermagem, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogos, nutricionista, psicólogo, médico, dentista e outros”, esclarece ele. Na Viver Bem, a média de visitas domiciliares aos pacientes é de no mínimo uma vez por mês, quando necessário. Mas Jean pontua que é no caso de avaliações – e não de urgência/ emergência.

UBER DA SAÚDE: MÉDICO NA PONTA DOS DEDOS A revista Exame trouxe, em maio de 2017, matéria a respeito de outra modalidade que pode ajudar nesse processo de atendimento domiciliar – o aplicativo Uber da saúde. São startups e apps como o Docway, por exemplo, em que os médicos cadastrados podem ser encontrados por quem procura atendimento, permitindo que se chame um médico com a mesma facilidade com que se pede um uber. É só baixar o aplicativo (disponível para Android e iOS), cadastrar-se, localizar a especialidade / preço do médico que precisa e agendar a consulta. No próprio aplicativo é possível efetuar o pagamento, por cartão de crédito e até pedir reembolso, caso o paciente tenha plano de saúde. Até àquela ocasião (maio de 2017), o Docway contava com cerca de mil médicos cadastrados e eram agendadas 200 consultas por mês. A

VIVER BEM

Desde 2013 ,atua em São João da Boa Vista, já tendo expandido para 10 cidades. Uma empresa de home care que engloba todos os cuidados de saúde no âmbito domiciliar.

Foto: Divulgação

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nossa região

São Sebastião da Grama: uma cidade com forte potencial turístico Com belezas naturais e fazendas históricas, município tem atraído visitantes pela sua hospitalidade e pela gastronomia diferenciada.

POR BRUNO MANSON

Privilegiada pelas belezas naturais, São Sebastião da Grama é um verdadeiro refúgio para quem busca a calmaria do interior e, principalmente, um contato mais próximo com a natureza. Localizada a uma altitude de 945 metros, a cidade atraiu imigrantes e empreendedores ao longo de sua história, principalmente pelo solo e clima propícios para a cafeicultura – para se ter ideia, atualmente o município é mundialmente conhecido pela produção de cafés finos. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), São Sebastião da Grama possui cerca de 12.100 habitantes. Apesar de pequena, a cidade tem atraído pessoas pela sua hospitalidade e qualidade de vida, não perdendo sua autenticidade, fatores que fazem com que tenha, hoje, 10% de seus imóveis urbanos para férias e veraneio. NATUREZA E HISTÓRIA Com magníficas paisagens, charme e muita beleza, São Sebastião da Grama é o lugar ideal para quem quer desfrutar momentos junto à natureza, assim como conhecer um pouco de seus patrimônios históricos e importância regional. Possui muitas fazendas históricas, além de oferecer trilhas para todos os gostos, com uma grande variedade de fauna e flora. Vale destacar ainda os pratos típicos e a sua gastronomia, re-

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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conhecidos nacionalmente. Com todos estes atrativos e forte potencial turístico, o município encontra-se na região turística Entre Rios, Serras e Cafés; e integra o Caminho da Fé. AGRICULTURA Além de atrair muitas pessoas que buscam por lazer, entretenimento, aventura e contato com a natureza, São Sebastião da Grama também chama a atenção pela sua agricultura e pelos conhecimentos científicos aplicados nas lavouras. Sua produção cafeeira é considerada uma das melhores do Brasil e faz parte dos Cafés Vulcânicos, da região de Poços de Caldas. O azeite de oliva da Fazenda Irarema está entre os melhores do mundo e atrai visitantes que vêm conhecer suas plantações, história e participar de degustações. Além disso, o município é também o maior produtor nacional de macadâmia e está agora investindo na produção de abacate. TRADIÇÃO E RELIGIOSIDADE A Festa de São Sebastião é considerada um dos eventos mais antigos e tradicionais da cidade. Realizada anualmente pela paróquia local, a festividade ocorre em janeiro e objetiva homenagear São Sebastião, o santo padroeiro do município. Segundo o padre Carlos Aloísio Marques da Silva, a festa reuniu este ano mais de 2 mil pessoas na praça central, atraindo turistas de toda a região e fomentando o comércio local. Pro-

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porcionando diversos atrativos, o evento conta com a participação das pastorais locais e o apoio de patrocinadores, além da Prefeitura. O evento tem uma agenda ampla e cheia de atrativos, com a apresentação de cantores e bandas nos fins de semana e, ainda, Praça de Alimentação – com comida de boteco e outros pratos –, área de recreação para as crianças e show de prêmios. A Festa de São Sebastião é marcada por muita fé e devoção, com a realização da novena ao padroeiro, onde ocorre a participação de padres de toda a região. Outro atrativo é a cavalgada, que reuniu, neste ano, mais de duzentos cavaleiros e amazonas, contando também com a adesão de carros de bois. Destaca-se, ainda, a campanha Gramense Ausente, uma iniciativa da paróquia que objetiva convidar conterrâneos ilustres que moram em outras cidades, para que venham, em um dia específico, reencontrar seus familiares e amigos na festa. CAPELA DE SANTA CLARA Um dos últimos projetos do arquiteto Oscar Niemeyer foi a Capela de Santa Clara, construída na Fazenda Rainha, propriedade do empresário Roberto Irineu Marinho, em São Sebastião da Grama, bem na divisa com Poços de Caldas. Construída a uma altitude de 1.350 metros, em uma paisagem cercada de cafezais e oliveiras, a pequena igreja tem em seu interior um altar simples, com o desenho ao fundo de uma pessoa contemplando a paisagem. A única imagem sacra presente é a de Santa Clara. A capela foi criada para atender um pedido dos trabalhadores da fazenda, que desejavam um local para fazerem suas orações. Durante as comemorações de 100 anos de Niemeyer, Mari-

CAPELA SANTA CLARA

Projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, criado para atender um pedido dos trabalhadores da fazenda. O proprietário Roberto Marinho comentou com o amigo sobre o desejo dos funcionários, e assim recebeu de presente o projeto da capela, que se tornou ponto turístico da cidade.

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nho comentou com o amigo sobre o desejo dos funcionários. Diante disso, o arquiteto – que foi responsável pelo planejamento arquitetônico de Brasília (DF) –, decidiu dar de presente a ele o projeto da capela, que se tornou ponto turístico, atraindo moradores e fiéis de toda a região. O MELHOR TORRESMO DA REGIÃO Quando se fala em São Sebastião da Grama, o Bar do Carlão é um dos primeiros nomes que vem à mente. Situado na Avenida Capitão Joaquim Rabelo de Andrade, 185, o local se tornou um verdadeiro ponto de encontro da cidade. Com 45 anos de fundação, o estabelecimento é comandado por Antonio Carlos Ranzani, o conhecido Carlão, que conta com a ajuda de sua esposa, Maria Terezinha Ranzani; e de seu filho, Adriano Renan Ranzani. Com muito carinho e dedicação, a família prepara os pratos e realiza o atendimento ao público. Carlão começou a fazer torresmos há cerca de 24 anos e, aos poucos, foi conquistando os paladares mais diversificados. Além do preparo especial, o sucesso gastronômico de seu torresmo também se deve à boa procedência da “matéria-prima” suína utilizada. E tudo isso tem refletido em suas vendas. Para se ter ideia, em apenas uma única semana foram mais de 415 quilos de torresmo comercializados. O sabor diferenciado tem rendido inúmeras reportagens em

jornais, revistas, sites e até mesmo na TV. Além do público gramense e dos turistas de toda a região, recentemente o estabelecimento recebeu chefs de cozinha internacionais para uma degustação. BARZINHO COM DECK Mais adiante do Bar do Carlão fica um dos barzinhos mais badalados de São Sebastião da Grama: o Capitão Jack Beer. Fundado pelo casal Felipe Adolfo Gonzalez Godinho e Larissa Farah Pacobello, o espaço fica na Avenida Capitão Joaquim Rabello de Andrade, 985, e chama a atenção pelo deck de madeira existente em sua frente. O Capitão Jack Beer era, inicialmente, uma loja de conveniência. Porém, como muitas pessoas estavam a procura de um ambiente acolhedor e ao mesmo tempo descontraído, os proprietários foram transformando o local. E com o crescimento do público, o cardápio também foi aprimorando para satisfazer a vontade dos clientes. Atualmente o barzinho destaca-se pelos seus lanches gourmet – com variados sabores, como quatro-queijos, costela e outros mais –, bem como seus lanches tradicionais, como o bauru. O espaço ainda conta com pratos a la carte e porções diferenciadas de peixes, bacalhau, camarão, bolinha tilápia com queijo, kibe de tilápia e isca. Já entre as bebidas, destacam-se o chope e a grande variedade de cervejas especiais, nacionais e importadas. > Foto: Leo Beraldo / Cromalux


SEU CARLÃO

Carlão começou a fazer torresmos há cerca de 24 anos e, aos poucos, foi conquistando os paladares mais diversificados. Além do preparo especial, o sucesso gastronômico de seu torresmo também se deve à boa procedência da “matéria-prima” suína utilizada. O sabor diferenciado tem rendido reportagens em jornais, revistas, sites e TV.

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PIZZAS ESPECIAIS A Chácara Pizza Bar é ponto obrigatório para quem gosta de um roteiro gastronômico. Fundado em novembro de 2007, o restaurante foi idealizado pelo casal Lucia Helena Alves de Sá Rossi e José Marcos Anadão Rossi. Trata-se de um casarão centenário, onde se encontram preservadas todas suas características originais e rústicas – inclusive a antiga tulha de café, que abriga o depósito e o terreiro que foi transformado em estacionamento.O ambiente é familiar e oferece uma variedade de pratos de entrada como brusquetas, carpaccio, corneccione, assim como porções de frango a passarinho, tilápia, bolinho de mandioca com carne seca, quibe e outros mais. As pizzas especiais possuem nomes que

remontam o tema rural, como “lavoura” (peito de peru), “cafezal” (berinjela), “casarão” (cebolinha caramelizada com queijo brie), “colônia” (queijo brie com geleia de pimenta), “horta” (alho-poró), “tulha” (carpaccio), “anhumas” (brócolis), “fazenda” (abobrinha com queijo brie), ”grama” (presunto parma), entre outras, além das tradicionais. As sobremesas também são diferenciadas: sorvetes de café crocante, abóbora com coco, gengibre com geleia de tomate e manjericão, pizzas de brigadeiro com sorvete, banana e outros quitutes. Entre as bebidas, vale destacar a variedade de cervejas, bem como a carta de vinhos e também as batidas de frutas. O Chácara Pizza Bar se localiza no Km 1 da Estrada Anhumas e funciona de quinta-feira a domingo a partir das 19 horas.

DA ITÁLIA PARA GRAMA O Queijos Roni está no ramo desde 1889, quando o patriarca da família, o senhor Pedro Talarico, veio da Itália – mais precisamente da região da Calábria – para o Brasil. Com ele veio também o conhecimento na arte de fabricar queijos artesanalmente, que logo passou a ser aplicado em um pequeno laticínio na cidade de São Lourenço, em Minas Gerais. Aos poucos, a produção tornou-se também conhecida em São Paulo, onde começou a ser comercializada na região do antigo mercado do Parque Dom Pedro. Em 25 de janeiro de 1933, com a inauguração do Mercado Municipal Paulistano, o “Mercadão” , os Queijos Roni passaram a ser vendidos por meio de Rocco Peta e Josephina Peta, a segunda geração da família. No final dos anos 60, o filho mais velho do casal, o senhor Miguel Peta, terceira geração, deu continuidade aos negócios da família com duas novas fábricas no Estado de São Paulo: uma localizada em Vargem Grande do Sul e outra em São José do Rio Pardo. Em 1976 foi inaugurada, em São Sebastião da Grama, uma unidade mais moderna, centralizando, assim, a produção dos Queijos Roni. Atualmente é o senhor Roni, da quarta geração da família que, com a ajuda do seu sobrinho Rafael, da quinta geração, administra e comercializa os produtos da empresa que tem como lema “Família, Tradição e Qualidade”. O Queijos Roni busca manter as mesmas características da fabricação de 1889, que os ancestrais da família trouxeram da Itália, sem a utilização de conservantes e corantes. Dessa forma, a produção é limitada, a fim de conseguir manter a qualidade e satisfazer o paladar de seus exigentes clientes. CAFÉ E SUSTENTABILIDADE Além de representar parte da história

CHÁCARA PIZZA BAR

Trata-se de um casarão centenário que se tornou uma pizzaria. As pizzas são especiais possuem nomes que remontam o tema rural. O local é preservardo com todas suas características originais e rústicas.

Fotos: Leo Beraldo / Cromalux

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Foto: Leo Beraldo / Cromalux

FAZENDA RECREIO

A fazenda é uma referência na produção de café de qualidade. A responsabilidade ambiental também é motivo de permanente treinamento dos seus colaboradores, visando a preservação dos 85 hectares de matas nativas e das áreas de preservação permanente.

gramense, a Fazenda Recreio é uma referência na produção de café de qualidade. Localizada na divisa de São Paulo com Minas Gerais, a propriedade foi adquirida em 1890 por Ignez Bernardina da Silva Dias, a qual iniciou o plantio dos cafezais. Em 1945, o recém formado engenheiro agrônomo, Joaquim José de Carvalho Dias, assumiu as lavouras de café da propriedade, reformulando conceitos, atualizando e inovando as técnicas de plantio, buscando e selecionando variedades – grande parte de bourbon amarelo que tem tido uma grande procura pelos importadores – juntamente com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC). No ano de 2006, a fazenda foi adquirida por Homero Teixeira de Macedo Junior, casado com Maria, a única mulher dos quatro filhos de Joaquim José. O casal conta ainda com a colaboração do filho Diogo Dias Teixeira de Mace-

do, também engenheiro agrônomo e que desde o ano de 2000 vinha trabalhando com o avô. A continuidade de gestão trouxe resultados positivos já em 2008. O novo proprietário Homero Teixeira de Macedo Junior recebeu prêmios como o Melhor Café no 7º Concurso de Cafés Especiais do Estado de São Paulo, campeão do 5º Concurso Nacional de Cafés Especiais da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) e vice-campeão no 9º Concurso de Cafés Especiais da Brasil

Specialty Coffee Association (BSCA). A preocupação com práticas socioambientais é constante na propriedade e uma de suas maiores conquistas foi a certificação UTZ Certified (Programa de Certificação). A responsabilidade ambiental também é motivo de permanente treinamento dos seus colaboradores, visando a preservação dos 85 hectares de matas nativas e das áreas de preservação permanente, além da correta aplicação de defensivos e proteção da flora e fauna. A

QUEIJOS RONI

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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Desde 1976 em São Sebastião da Grama, produz queijos artesanalmente. Com o lema “Família, Tradição e Qualidade”, busca manter as mesmas características da fabricação de 1889, que os ancestrais da família trouxeram da Itália, sem a utilização de conservantes e corantes.


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culinária

Pão de queijo de tapioca INGREDIENTES • 160g de tapioca granulada (1 xícara) • 240ml de leite (1 xícara) • 01 ovo • 2,5g de sal (1/2 colher de chá) • 80g de queijo mussarela relado • 55g de polvilho doce (1/2 xícara) • 50g de queijo parmesão ralado (5 colheres de sopa) • 01 colher se sopa de azeite de oliva MODO DE PREPARO Em um recipiente, misture a tapioca granulada com o leite e deixe descansar de 3 a 5 minutos até que a tapioca absorva o leite e fique bem hidratada. Em seguida bata o ovo e adicione à tapioca. Acrescente o sal, a mussarela, o polvilho doce e misture bem. Após misturar os ingredientes, adicione o queijo parmesão e misture novamente até homogenizar a

massa. Unte as mãos com o azeite e faça bolinhas no tamanho de sua preferência. Coloque os pães em uma forma anti-aderente e leve ao forno pre-aquecido em 180 graus por, em média, 20 a 30 minutos (vai depender do tamanho da porção). FIQUE DE OLHO! A tapioca é um ingrediente perfeito para quem tem alergia ou problemas com o glúten. Esse alimento é um ótimo substituto do pão francês, porque não possui glúten.

RECEITA INDICADA POR: Maria Tapioca Telefone: (19) 3622-3217 Av. Dr. Durval Nicolau, 252 - Mantiqueira

Foto: Amanda Leonardi/Unifae

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culinária

Foto: Amanda Leonardi/Unifae

Cartola Nordestina INGREDIENTES • 02 bananas prata (maduras, porém firmes) • 01 fatia com 1cm de queijo de manteiga ou queijo coalho, com tamanho suficiente para cobrir as bananas. • 01 colhe de sopa de manteiga • 01 colher de sopa de açúcar • Canela a gosto MODO DE PREPARO Coloque a manteiga em uma frigideira antiaderente e deixe derreter em fogo alto. Em seguida, corte as bananas ao meio no sentido do comprimento e coloque-as na frigideira para dourar dos dois lados. Se preferir, pode jogar um pouco de açúcar para caramelizar. Coloque as bananas no prato de servir e use a mesma frigideira com manteiga para dourar os dois lados do queijo. Após isso, coloque-o sobre as bananas. Agora é só misturar o açúcar e a canela e 64

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polvilhar sobre o queijo. VOCÊ SABIA? Quando a banana é verde, ela é rica amido e amido resistente. Quando amadurece, esse amido se transforma em açúcar. Por isso, mais de 90% da composição das bananas são carboidratos, e ela acaba tendo baixos níveis de proteínas e gorduras. Os açucares da banana — sacarose, frutose e glicose — quando combinados com sua fibra, promovem grande energia ao corpo.

RECEITA INDICADA POR: Maria Tapioca Telefone: (19) 3622-3217 Av. Dr. Durval Nicolau, 252 - Mantiqueira


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negócios

Pousada Soul Vegan: perfeita para conhecer a gastronomia vegana A Soul Vegan é um espaço onde natureza, hospitalidade, saúde mental e boa mesa se conectam. POR DANIELA PRADO

De uns tempos para cá, tem sido cada vez mais crescente o número de adeptos do veganismo , filosofia de vida que não se limita apenas à mesa e não ingestão de alimentos de origem animal (carne, leite e derivados, ovos e até mesmo mel), mas atinge outros segmentos, como o vestuário, já que um vegano não usa roupas de lã, seda ou couro. Por outro lado, se engana e muito quem pensa que os veganos não conseguem estar na moda ou comer uma deliciosa pizza, salgados, strogonoff, coxinhas, chocolates e tudo o que há de mais saboroso na gastronomia convencional. Sim, na Pousada Soul Vegan, localizada em Águas da Prata, à rua Sebastião Paiva, isso é possível e até os que fazem muita questão de comer carne podem desfrutar de adaptações incríveis e saborosas. “A Soul Vegan nasceu da ideia de alimentar as pessoas com amor, sem maltratar os animais e o meio-ambiente. Depois de três anos viajando pelo mundo e estudando a culinária de cada lugar que andei, voltei ao Brasil com o nome ‘Soul Vegan’ no coração. Conheci meu companheiro Mariano em minha cidade natal e fomos viajar mais um pouco, pois ele tinha acabado de entrar no Brasil”,

recorda Elenís, referindo-se ao italiano Mariano Calabrese, que junto com ela comanda as atividades da Pousada. Durante essa viagem, que durou alguns meses, o casal descobriu afinidades – ou que eram companheiros de vida e de cozinha. “Juntamos os temperos e saberes e começamos a inventar e reinventar pratos tradicionais, em versão vegana. Chegamos a Águas da Prata e sabíamos exatamente o que queríamos. Fizemos panfletagem e começamos a produzir marmitas veganas para a cidade e região. Um ano e meio depois, já estávamos fornecendo marmitas congeladas para São Paulo e organizando ‘jantares secretos’ em casa”, conta Elenís, destacando que ‘jantares secretos’ eram aqueles cujos ingredientes do cardápio só eram revelados depois que os participantes comiam.

SURGIMENTO DA POUSADA A idealizadora da Soul Vegan reconhece que, com a experiência adquirida nesse tempo, vieram outras ideias que não “cabiam” apenas em uma marmita - era necessário expandir. “Já morando neste local, tivemos a ideia de transformar nossa casa em pousada. Mas como sempre fomos cozinheiros por paixão, não queríamos que fosse simplesmente uma pousada e acabamos por inventar o termo ‘pousada gastronômica’”, revela. E acrescenta que o propósito dos idealizadores é levar os hóspedes a vivenciarem uma verdadeira experiência gastronômica vegana, algo que não se restrinja à parte da alimentação. “Mostramos abertamente nossa família como ela é, nosso estilo de vida e de viver bem, em paz com os animais, temos vivências de yoga sempre,

SURGIMENTO

Elenís Rhormens e Mariano Calabrese viajaram durante alguns meses, durante a viagem descobriram afinidades e tornaram-se companheiros de vida e da cozinha. Uniram temperos e saberes e começaram inventar e reinventar pratos tradicionais, em versão vegana.

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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Fotos: Leo Beraldo / Cromalux

quando fechamos pacotes de feriados e atividades que promovem o bem-estar e paz espiritual”, acentua Elenís. Convém frisar que a Soul Vegan não trabalha com sites de reservas, tudo é feito via whatssapp ou mensagens diretas, por meio das mídias sociais. Para efetivar a reserva, que é expressamente necessária e dela depende a hospedagem, os responsáveis pela pousada pedem o depósito de 25% do valor total e o restante pode ser pago em até 2x no cartão. “Temos três tipos de quartos e a hospedagem já inclui café da manhã, almoço, jantar e os sucos das refeições. Além disso, contamos um cardápio super variado de lanches, porções, drinks, entre outros”, destaca a chef da Soulvegan. Outras atividades promovidas no espaço são eventos culturais, que ocorrem de quatro em quatro meses, sendo o SoulVegan de portas abertas o mais conhecido deles, já na quinta edição e um público que cresce a cada evento. Comidas diferentes, expositores e terapeutas ocupando o jardim, aulas de yoga e palestras. Apresentações musicais ou teatrais são realizadas no decorrer do Soul Vegan de portas abertas, sempre com entrada totalmente gratuita, para que o público do entorno conheça de perto o espaço e passe agradáveis momentos, longe do stress cotidiano. “Agora a Soul Vegan começa uma nova fase, muito interessante para o pessoal da região. Estamos abrindo oficialmente como restaurante e, se antes era necessário reserva para desfrutar do prato do dia, agora as pessoas não precisam mais reservar. E estamos com um cardápio de pratos muito especial. O horário de funcionamento é das 12h30 às 14h para almoço e das 19h as 21h para jantar”, Elenís comemora a novidade e convida a todos para conhecer a pousada. SOBRE A FILOSOFIA VEGANA Em sua bagagem adquirida ao viajar pelo mundo, Elenís e Mariano, responsáveis pela SoulVegan, conheceram a história dessa filosofia, a qual adotaram como estilo de vida.“O britânico Donald Watson foi quem inventou o termo ‘veganismo’, em 1944. A filosofia não engloba somente uma dieta restrita de qualquer alimento de origem animal, mas uma vida ética e que não machuque ou explore os animais. Não usamos couro, seda ou produtos que fazem testes em animais. Não comemos mel e nem nos tratamos com o natural própolis, pois a indústria maltrata todos esses seres para que possamos usufruir de seus benefícios”, salienta Elenís. A pousada, por sua vez, tem total cuidado, não só com os alimentos que põe à mesa dos clientes, como também o de não usar nenhum produto de limpeza que faça tais testes. O casal observa que o veganismo é um mercado em ascensão, em que algumas pessoas têm aderido por consciência da exploração animal, outras por bem estar, já que a dieta vegana é muito saudável e benéfica para o ser humano – fato que Elenís e Mariano puderam perceber quando serviam marmitas na região. “Tínhamos muitos clientes não-veganos que gostavam de comer, pois sabiam que estavam se alimentando bem. De uma forma ou outra, os animais e o planeta se beneficiam desta escolha”, finaliza ela. A 67

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cultura

Vendo o mundo em altas perspectivas Benedito Bernardes Soares imaginava um determinado local visto de cima e com canetinhas hidrográficas registrava lugares que frequentava.

POR ALÉXIA MELISSA

Quem nunca na vida teve o desejo de voar? Ou até mesmo de poder observar o mundo de cima, como um pássaro no céu? Isso pode parecer meio impossível perante a condição humana, porém existiu uma personalidade em São João da Boa Vista que tinha esse “dom” espetacular. Com uma simples folha e canetinhas hidrográficas, o pintor Benedito Bernardes Soares registrava ambientes da cidade, como Praças, Igrejas e lugares que frequentava. A questão mais interessante em seus desenhos é o chamado “voo de pássaro”, uma habilidade rara em que o artista consegue imaginar um determinado local visto de cima. Bastava um passeio em volta da Catedral para quando Benedito, voltasse para casa, colocasse cada minúsculo detalhe no papel: desde edifícios, carros e pessoas, até árvores, objetos e expressões. O desenhista tinha problemas de alfabetização, escrevia frases desconexas e palavras erradas. Além disso, também era uma pessoa introvertida, com dificuldade em se socializar, sendo considerado por muitos como “um sujeito estranho”. O fato curioso é que a defasagem de Benedito Soares em alguns aspectos era compensada com uma memória fotográfica incrível, um talento por desenho indiscutível e uma genialidade enorme. Essas características se dão por conta da Síndrome de Savant (Savant significa “sábio” em francês), um distúrbio psíquico raro, onde o indivíduo possui graves défices intelectuais, como séria dificuldade em se comunicar, compreender o que lhe é transmitido e estabelecer relações interpessoais. No entanto, possui inúmeros talentos, principalmente ligados à

sua extraordinária memória. O pesquisador norte-americano, Bernard Rimland, afirma que, quando ocorre um dano no hemisfério esquerdo do cérebro, o hemisfério direito é compensado pela perda ocorrida. É por isto que Benedito dominava tanto certas habilidades e, outras, não. A síndrome é muito rara, um estudo da Universidade do Wisconsin prevê que existam menos de 100 indivíduos savants vivos atualmente no mundo. Quem soube dizer mais sobre o pintor foi o arquiteto e professor Antônio Carlos Lorette, que não chegou a possuir contato direto com Benedito, mas relata tê-lo visto em 1973, numa exposição de Arte. Na época, Lorette tinha seis anos, mas consegue recordar a primeira impressão sobre Benedito, como um sujeito excêntrico e totalmente fechado: “Porém, só conheci o trabalho do artista quando entrei na faculdade, entre os anos 1985 e

PERPÉTUO SOCORRO

Ilustração do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em São João da Boa Vista. Arte feita com caneta hidrocor e lápis de cor, em cartolina. Foto: Arquivo pessoal - Antonio Carlos Lorette

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1986. Um professor perguntou de que cidade cada aluno era, e quando eu disse São João da Boa Vista, ele logo lembrou de Benedito Bernardes Soares, referindo-se a ele como um “artista primitivo”. Isso aconteceu porque o pintor estava sendo representado no Museu de Arte Primitiva de Assis, em São Paulo. Neste momento, Lorette ficou interessado em conhecer mais do artista e começou a colecionar alguns desenhos de sua autoria. Se Benedito participou de exposições e eventos artísticos, foi graças ao grande incentivo de Maria Luiza do Amaral (mais conhecida como Maisa) - professora de Desenho do Instituto de Educação Cel. Cristiano Osório de Oliveira - que descobriu seu talento excepcional. Em 1969, ela o convida para participar do Salão Sanjoanense de Arte, promovido por Maisa e também por Fabio de Carvalho Noronha. Este é um grande marco


Foto: Arquivo pessoal - Antonio Carlos Lorette

do início do reconhecimento de Benedito Soares como artista, que começou a expor suas obras. Outra figura importante que atuou como um agente nesta história, foi José Marcondes - um pintor sanjoanense, e aluno de Maísa - que o visitava e levava materiais de arte, com o objetivo de estimular Benedito a não desistir de desenhar. Afinal, sua arte era rica em personalidade e peculiaridade. Houve muitos altos e baixos na vida de Benedito, um deles foi sua prisão, em Espírito Santo do Pinhal. A sua arte era considerada por muitos uma “loucura”, o que preocupou sua madrasta e fez com que ela procurasse por ajuda. Contando o caso do enteado para o pastor, o líder religioso recomendou que o artista parasse de desenhar, dizendo que aquilo era “do demônio”, pois era impossível alguém em sã consciência “ver o mundo de cima”. Isso foi a principal razão de Benedito Soares se afastar dos desenhos, em seu pensamento, nada valeria a pena. Nos últimos anos de vida, Benedito Bernardes Soares ficou recluso em sua

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PRISÃO DE BENEDITO

Cadeia Espírito Santo do Pinhal - onde Benedito foi preso, arte em caneta hidrocor e lápis de cor, em cartolina.

casa. Algumas pessoas levavam fotos 3x4 e ele as ampliava. “Certo dia encontrei com um familiar dele, e ofereci uma visita, levaria materiais de desenho para que ele voltasse a desenhar. Achei interessante quando o familiar disse que Benedito precisava caminhar no local e observar os detalhes, para só então poder colocar aquilo no papel”, comenta Antônio Carlos Lorette. O pintor faleceu dia 20 de agosto de 2017 e, infelizmente, não obteve o merecido reconhecimento enquanto vivo. Benedito é um dos Artistas Savants mais in-

teressantes do Estado de São Paulo, sendo tomado como referência, às vezes. Ao pesquisar o nome “Benedito Bernardes Soares” na internet, não temos acesso a nenhuma informação ou obra, por isso é dever do cidadão resgatar a própria cultura, que por sinal é demasiada rica. O artista nos deixou de herança seus desenhos, que retratam de forma única e perspicaz nossa região. Eles são uma experiência de voar sem sair do chão: basta apenas perceber os detalhes e imaginar um mundo em altas perspectivas, assim como Benedito um dia o fez. A

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figura que atua

Transformando projetos em realidade A produção de ações coletivas que prestigiem a atividade profissional da publicidade e da comunicação. POR BRUNO MANSON

Uma fábrica de ideias. Assim pode-se definir o publicitário Pedro Corsi Okabayashi, 43 anos. Natural de Campinas, ele tem uma longa trajetória profissional, marcada por uma capacidade criativa única. Atualmente mora em São João da Boa Vista, onde divide seu tempo entre os trabalhos em sua agência – o Estúdio Oka – e variados projetos culturais de expressividade nacional.Formado em Antropologia e Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2001, Pedro atuou neste período como pesquisador em uma consultoria chamada Andrade & Arantes. Nesta época chegou a participar de diversos projetos como a criação do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que é o principal instrumento para o registro de bens culturais, utilizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo, que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Além disso, ainda participou do Programa Artesanato Solidário, um projeto lançado pela então primeira-dama, Ruth Cardoso, em apoio às comunidades produtoras de artesanato.

Paralelamente, ele contribuiu para a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), da elevação das cotas de operação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Estado do Pará. Outro trabalho que esteve envolvido foi a exposição na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em comemoração aos 450 anos da cidade de São Paulo. ESTÚDIO OKA Em 2003, durante seu mestrado, Pedro começou a ministrar aulas nos cursos de Ciências Sociais e História do Centro Universitário Octávio Bastos (UniFEOB). Lá ele trabalhou como professor até 2013, quando interrompeu seus estudos e passou a se dedicar exclusivamente ao Estúdio Oka, uma agência de publicidade especializada na criação e gestão de projetos de sites, marcas, embalagens e campanhas publicitárias. “O estúdio era um projeto pessoal associado à minha atividade com desenho e design gráfico. Com o tempo e por demanda do mercado passei a atuar na área de publicidade”, comenta. Reunindo profissionais das áreas de comunicação, tecnologia e artes, o Estúdio Oka é hoje reconhecido por tornar acessível a projetos de diversos portes a melhor experiência

FÁBRICA DE IDEIAS

Pedro Corsi Okabayashi, publicitário, tem uma longa trajetória profissional, marcada por uma capacidade criativa única. Divide seu tempo entre os trabalhos em sua agência e variados projetos culturais de expressividade nacional.

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Foto: Leo Beraldo / Cromalux


em atendimento, tecnologia e design gráfico. A agência desenvolve projetos de comunicação totalmente integrados à linguagem e experiência de seus públicos e usuários, buscando a melhor solução para os desafios da criação, da tecnologia, do mercado consumidor e do grau de investimento de seus clientes. UNINDO IDEIAS Desde que iniciou as atividades do Estúdio Oka, Pedro vem reunindo colegas para a produção de ações coletivas que prestigiem a atividade profissional da publicidade e da comunicação. De acordo com ele, ao longo de anos criou-se o consenso de que se poderia adotar estratégias associativas já praticadas pelas Associações de Profissionais de Propaganda, como a APP. Com o auxílio valoroso da Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista, e, mais recentemente, com o apoio do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE) isto já é uma realidade e esta Associação já se encontra

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em fase de implementação. “A ideia é fomentar a produção criativa local, promover as boas práticas profissionais, elevar o grau de formalização e qualificação do setor”, explica o publicitário. Para isso, esta iniciativa já conta com as principais agências de publicidade e profissionais de comunicação de toda a região, como Vargem Grande do Sul, Aguaí, Espírito Santo do Pinhal e São João da Boa Vista. Entre as ações previstas para o primeiro biênio está a publicação do primeiro anuário, com os melhores trabalhos realizados na região, além da participação em eventos acadêmicos, como estímulo à formação de novos profissionais e promoção de formação continuada, bem como o fomento à pesquisa socioeconômica como base de informação. CENTENÁRIO DA SEMANA DE 22 Mesmo mergulhado nos trabalhos da agência, Pedro também se dedica a outros projetos paralelos. Exemplo disso é o website de Marilia de Andrade, fi-

lha do escritor, ensaísta e dramaturgo Oswald de Andrade, um dos nomes consagrados da Semana da Arte Moderna. E este não é o primeiro trabalho que o publicitário desenvolve para ela. “Trabalhei com Marília em alguns projetos no passado, junto com o seu marido e meu orientador na época, o antropólogo Antonio Augusto Arantes”, conta. Realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna – também chamada de Semana de 22 – ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais, sendo um marco na formação da cultura nacional. Para celebrar os 100 anos deste evento, diversos projetos culturais já estão em andamento. E Pedro também participará. “Em 2022, muitos projetos relacionados ao Centenário da Semana de Arte Moderna serão realizados e gostaríamos que Oswald de Andrade participasse das comemorações (risos). Um dos projetos é lançar o website dedicado à sua obra”, finaliza o publicitário. A

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cultura

De São João para o mundo Livro do escritor sanjoanense, Fausto Panicacci, está entre os mais vendidos na Amazon.

POR LETÍCIA BONARETI LORETTE

Em janeiro deste ano, o livro O silêncio dos livros”, do escritor sanjoanense, Fausto Panicacci, alcançou o terceiro lugar entre os mais vendidos na Amazon (mercado on-line) da Espanha. O autor aponta o prêmio como uma chance da cultura brasileira ser reconhecida de maneira positiva, internacionalmente. “Não é incomum, infelizmente, que sejamos retratados no Exterior de forma bastante negativa, e os estrangeiros acabem criando, sobre o Brasil, uma imagem distorcida, reduzindo-nos aos clichês de um país composto apenas por malfeitos e euforia. Tentei, ainda, nos poucos parágrafos dessa história, traçar algo diferente, fazendo uma releitura poética da nossa identidade, a partir da língua que falamos.” O grande sucesso veio após a internacionalização da obra, que passou a ser vendida na Espanha, Estados Unidos, México, Portugal, Austrália e Inglaterra. “Censura, manipulação genética e identidade são temas que ganham espaço no mercado internacional”, conta Panicacci. O silêncio dos livros, que se enquadra no gênero ficção literária e herança cultural, se passa em uma realidade fictícia, onde os livros são proibidos por serem considerados antidemocráticos. Com isso, os personagens Santiago Pena e Alice levam os leitores para acontecimentos misteriosos e bibliotecas fantásticas. O autor conta que a ideia para o livro surgiu durante seu período de doutorado em suas andanças por Vila Nova de Gaia e Porto, em Portugal. A pequena Alice surgiu de um fato cotidiano da mesma época: uma garotinha que, com um livro sobre a mesa, tentava sem sucesso atrair a atenção dos pais, os quais não se falavam e se distraiam mexendo no celular. Sobre o tema proibição de livros, Fausto pontua que “não é novo e, infelizmente, vem se repetindo ao longo da história,

mas quis trabalhá-lo de uma forma um pouco diferente, partindo da intolerância na esfera privada, para só depois projetá-la para o Estado e a proibição por lei.” Quando perguntado sobre sua expectativa para o futuro da literatura, o escritor se mostra positivo e acredita em um mundo onde os livros marquem presença, diferente do enredo de sua história. “Eu não me atenho muito às estatísticas, a realidade tem me mostrado que algo escapa a esses levantamentos. Há um número gigantesco, mesmo no Brasil, de grupos de leitura, blogs e outros perfis dedicados à Literatura e troca de informações sobre livros. Eu tenho sido diariamente surpreendido por pessoas, a maioria desconhecidos, que moram distantes, amam a Literatura e que ainda se encantam com livros. O gosto por ler não é algo que se adquire do nada, mas sim com incentivo que deve começar em casa e ser reforçado na escola. E é preciso que os livros colocados para o leitor sejam realmente capazes de lhes dizer algo. Há uma profusão de títulos no mercado que

parecem ser apenas cópias malfeitas de bestsellers, ou tentativas descuidadas de imitar algum escritor consagrado”. Fausto, que além de escritor é também Promotor de Justiça, diz que a leitura sempre esteve presente em sua vida. Na juventude escrevia de forma amadora, mas foi na vida adulta que levou o hobby a sério. Apaixonado por esse trabalho, relata que “escrever é algo maravilhoso por diversos aspectos. Por meio da escrita é possível observar o mundo por outros olhos (o dos personagens), transmitir experiências, dialogar com o outro (com os leitores, com outros autores, com outros livros)”. O sanjoanense conta que já está preparando novos livros e tem a intenção de lançar um ainda este ano. Mas adianta que seu próximo romance terá São João da Boa Vista e região como lugares importantes na história. “Se dá com uma viagem pelo interior do Brasil, os personagens cruzam nossa região, passando por São João da Boa Vista e algumas cidades vizinhas.” A

Foto: Divulgação

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IMAGENS ILUSTRATIVAS

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ciência

A partícula mais brilhante de São João da Boa Vista Conheça Flavia de Almeida Dias, a sanjoanense que faz história na ciência. POR MIRELA BORGES

O universo é infinito. É a soma do espaço, tempo, galáxias, planetas, estrelas... É, segundo o notável astrônomo Carl Sagan, “tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá”. E tudo o que há nele é formado a partir de conjuntos de partículas que, por sua vez, são unidas umas às outras por um elemento em especial: o bóson de Higgs. Também conhecido como a Partícula de Deus e a Partícula Essencial, sem ele o universo seria apenas fragmentos flutuando por aí. Para entender mais sobre esta importante partícula, devemos voltar a 1964, quando o bóson foi teorizado num estudo pelo físico britânico Peter

Higgs. Em sua tese, sugeriu que “quando o Big Bang ocorreu, todas as partículas eram iguais e não possuíam massa. Porém, conforme o cosmos foi esfriando, um campo invisível se formou”. Denominado Campo de Higgs, segundo ele, “todas as partículas do universo só começaram a ter massa no momento em que entraram em contato com esse campo”. O bóson é a partícula que compõe esta esfera. O Bóson de Higgs foi encontrado em 2012, pelos experimentos feitos no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, o CERN. E em 2013, Peter Higgs recebeu o Prêmio Nobel de Física. No ano da descoberta da partícula, Higgs entregou o prêmio de melhor trabalho em Física Experimental de Altas Energias

para uma sanjoanense. A física Flavia de Almeida Dias, na época aluna de doutorado, apresentou seu trabalho na 69th Scottish Universities Summer School in Physics, na Escócia. A escolha da melhor apresentação foi feita por uma comissão formada por diversos especialistas da área, entre eles Peter Higgs. Ela trabalhou junto ao experimento Compact Muon Solenoid, CMS, do Large Hadron Collider, um dos experimentos responsáveis pela descoberta do bóson. SONHO DE INFÂNCIA A vontade de Flavia de se dedicar à Física veio desde criança, quando leu pela primeira vez o livro Cosmos, de Carl Sagan. Ela se interessou em saber cada vez

Foto: Arquivo pessoal

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Foto: Arquivo pessoal

RECONHECIMENTO

Flavia de Almeida Dias e Peter Higgs durante a cerimônia do prêmio de melhor trabalho em física experimental de altas energias apresentado no 69th Scottish Universities Summer School in Physics, na Escócia.

mais sobre o universo e suas explicações e, por isso, em seus aniversários sempre pedia de presente livros sobre ciências. “Cada um desses livros é super fascinante. Poxa, eles contam a história do universo e da humanidade, como as coisas funcionam. Eu sempre falava para todos que queria ser física... astrônoma. E todo mundo falava: ‘ah é, e amanhã você vai querer ser arquiteta e depois de amanhã médica’. Mas eu nunca perdi o interesse e continuei lendo e fazendo projetos sobre”, explica. Chegou a prestar vestibular para Engenharia, a pedido dos pais. Porém, em 2005, começou a graduação em física pela Universidade de São Paulo, a USP, e chegou a sofrer preconceitos dentro da faculdade. “Apesar de atualmente ser melhor do que na época em que algumas das minhas professoras estudaram, a física é uma área predominantemente masculina e por isso eu tinha que mostrar, em dobro, o motivo de estar lá, me esforçar muito mais para ser ‘levada a sério’. Mas isso depende da cultura. Infelizmente, o Brasil ainda é um país muito sexista, então não era incomum o pessoal fazer comentários maldosos quando algumas das meninas eram melhores do que os rapazes da sala de aula. Geralmente diziam que ‘só conseguimos ir bem em troca de favores sexuais”. Para combater estes tipos de preconceitos, ela acredita que quanto mais mulheres houver neste meio, melhor será para elas no futuro. Pensando nisso, participa de programas de incentivo e divulgação para meninas do ensino médio, em que cientistas da CERN participam de vídeo conferências com alunos de escolas, em todo o mundo. CONQUISTAS Em seu último ano de graduação, após conversar com um de seus professores, demonstrou interesse e teve a oportunidade de trabalhar em um projeto do Large Hadron Collider, LHC. Pelo bom desempenho, conseguiu uma bolsa para estudar e 82

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trabalhar no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, CERN. Após a graduação, se dedicou a iniciar o doutorado pelo Instituto de Física Teórica da UNESP e, novamente, conquistou uma bolsa de estudos para a Europa. Foi pesquisadora Marie Curie na University College London e trabalhou com pesquisas em associação com a California Institute of Technology, Caltech. Após isso, concluiu o doutorado na Suíça, já com oferta para trabalhar na Escócia. “Eu fiquei quatro anos lá, e nesta época consegui completar meu primeiro pós-doutorado na Universidade de Edimburgo. Na época, Peter Higgs era professor lá e foi quando ele recebeu o Nobel. A Universidade ficou em festa e sempre que ele ia nos visitar pedíamos autógrafos (risos). Posteriormente, morei três anos na Dinamarca e conclui o segundo pós-doutorado. Agora irei trabalhar como professora, na Universidade de Amsterdã”, relembra Flavia. Seu campo de trabalho e pesquisa é a Ciência Fundamental e, como o próprio nome já diz, é de grande importância, como ela ressalta. “Tem muitas pessoas que pensam: ‘tá, mas para que isso me serve?’ Talvez, neste momento, não tenha muita serventia para todos, já que é uma descoberta relativamente nova. Mas, daqui a alguns anos, você irá ver a nova grande tecnologia que só foi possível baseada nesta descoberta. Assim, como quando Maxwell fez suas equações sobre eletromagnetismo, na época ninguém sabia para o que servia e, atualmente, ninguém vive sem. Ou quando Albert Einstein fez as teorias de relatividade e, hoje, o único motivo pelo qual o GPS funciona é por causa das correções da relatividade geral. Muitas destas coisas foram produzidas pelos trabalhos do CERN, tais como o World Wide Web (WWW), que é o sistema de informações usado para acessar sites na internet, o touchscreen e o Raio-X colorido em 3D. Nosso trabalho é muito importante para a sociedade”, conclui. A


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saúde

INFORME PUBLICITÁRIO

CDI: pioneirismo em diagnóstico por imagem há mais de 20 anos Os exames de imagem têm sido essenciais para o diagnóstico precoce de doenças, pois permitem analisar de modo não invasivo a anatomia e o funcionamento de diferentes órgãos do corpo humano. Os avanços alcançados no desenvolvimento desses métodos ampliam as possibilidades da prevenção nas diferentes especialidades médicas, tratamento de doenças com precisão e segurança cada vez maiores. Pensando nisso, e na comodidade dos pacientes locais, em 1998, um grupo de médicos criou a Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDI), que se tornou pioneira em serviços de diagnóstico por imagem de alta tecnologia na região. Instalada na Avenida Dr Duval Nicolau, sua sede possui amplas instalações, que buscam o conforto de seus pacientes, além de atender as rígidas regras para o funcionamento dos aparelhos de diagnóstico. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Contando com dois equipamentos, sendo um de campo fechado e um de campo aberto, a CDI oferece aos pacientes o que há de mais moderno em diagnóstico por imagem. A ressonância é um exame de imagem não invasivo e indolor que produz imagens de órgão internos e tecidos em 2D e 3D com alta definição. Ao contrário da tomografia, não emite radiação, e o contraste (quando necessário) é muito seguro e não costuma causar reações alérgicas. De acordo com médica radiologista Letícia Mauricio Pires Martucci, responsável técnica da CDI, os equipamentos da clínica são alguns dos mais modernos de toda a região. “Nossos equipamentos possuem alta resolução de imagem, permitindo diagnósticos precisos para estudo cerebral, de toda coluna vertebral, das articulações, órgãos abdominais e pélvicos”. Letícia explica também que a qualidade da imagem, somada as possibilidades de utilização, permitem diagnósticos de várias doenças, mesmo em estágios iniciais. “Isso, além de auxiliar o médico no diagnóstico, permitem tratamentos mais adequados e eficazes”, explica.

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ULTRASSONOGRAFIA Além da ressonância, a Clínica de Diagnóstico por Imagem também oferece para seus pacientes serviços de ultrassonografia, que utilizam ondas sonoras de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo. ATENÇÃO COM O PACIENTE O médico radiologista Carlos Eduardo Canevari, também faz questão de destacar que, mais do que exames modernos, o CDI buscar oferecer tratamento humanizado a seus pacientes. “Nós entendemos que nossos clientes são pessoas, que muitas vezes passam por situações delicadas por conta de suas doenças, então nós buscamos oferecer um tratamento humanizado, que vai desde o agendamento dos exames, que são sempre realizados com hora marcada, até a entrega dos resultados”. Além disso, segundo ele, os pacientes também podem consultar através do site www.cdisaojoao.com.br os resultados dos exames, oferecendo mais comodidade na entrega dos exames e laudos.


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história

A televisão em São João Os primeiros aparelhos chegaram à cidade nove anos depois da fundação da TV Tupi em 1950. POR FRANSCISCO ARTEN

O pioneiro da televisão brasileira, Assis Chateaubriand, o Chatô, esteve pelo menos uma vez em São João da Boa Vista. Veio trazer um presente especial para o recém fundado Aeroclube. Na época, o responsável pela primeira emissora de TV do Brasil, estava empenhado na campanha de unir o país através da aviação. Defendia, com entusiasmo, a ideia de que cada município do país tivesse seu próprio avião. Arrecadava fundos junto a empresários para adquirir as pequenas aeronaves e depois as distribuía. São João da Boa Vista foi contemplada com uma dessas aeronaves. Ele próprio veio pilotando, mas nem ficou na cidade por muito tempo. Outro avião pousou em seguida, no antigo Campo da Aviação, hoje Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo, para levar Chateaubriand de volta. Em 1959, Chatô é lembrado novamente, quando aqui chegaram os dois primeiros aparelhos de televisão. Um foi instalado à rua Getúlio Vargas 746, na casa de Rosário Mazzi e, o outro, na residência de Bogus Adib, que ficava na esquina da rua Saldanha Marinho com a praça Governador Armando Salles. Os primeiros aparelhos chegaram à cidade nove anos depois da fundação da TV Tupi, em São Paulo, no dia 18 de setembro de 1950. Foi a primeira emissora de televisão do país, a segunda da América Latina e a quarta do mundo. Rosario Mazzi merece

um capítulo na história de São João da Boa Vista. Após adquirir um dos primeiros aparelhos, assim como Bogus Adib, começou a trabalhar para a popularização da TV em São João. Conseguiu com o Monsenhor Antonio David, então vigário da Paróquia, um terreno no alto do Bairro do Pratinha, para a instalação da torre de retransmissão, uma das pioneiras do estado de São Paulo. Para se ter ideia do pioneirismo, São João iniciou o serviço na mesma época que a cidade de Campinas. Rosario Mazzi dirigiu a empresa de retransmissão até 1964. Neste ano, ele e os comerciantes interessados na venda dos aparelhos, doaram os equipamentos de retransmissão para a Prefeitura, que assumiu o serviço e instituiu oficialmente o Serviço de Televisão Municipal, que atendia não só a cidade, mas toda a região. Mesmo depois da doação, Mazzi continuou atendendo e socorrendo a Prefeitura para a manutenção do serviço. Quando instalado um novo posto, no Morro do Mirante, por diversas vezes ia para lá, no alto da serra, fazer os ajustes necessários para retransmissão. E chegar ao Mirante, naquela época, era uma aventura e tanto. Rosario Mazzi contava que, por diversas vezes, teve de dormir na mata para garantir a retransmissão, interrompida com muita frequência. Rosario Mazzi teve também uma vida política intensa, sempre ligado ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), militado na cidade por Miguel Jorge Nicolau, a quem devotou amizade e lealdade em toda sua trajetória política. Foi um vereador combativo, num período dos mais difíceis da política brasileira. A

Foto: Reprodução Internet

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olhares - Leo Beraldo

PONTE DO ARCO Desde o início das sociedades, marcos naturais e construídos contribuíram para forjar a identidade de uma população. É a identidade de lugar. Uma mistura de dialetos, costumes e também paisagem. Para mim, a ponte do arco é a representação mais forte de São João: tornou-se um ícone da cidade. 90

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