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VOCÊ ENCONTRA NA AV. DONA GERTRUDES, 17 - CENTRO | SÃO JOÃO DA BOA VISTA (19) 3631-0191 | (19) 97142-1902
sumário da edição
www.revistaatua.com.br facebook.com/atuarevista @atuarevista A Revista Atua, ano 10, número 39 (abril de 2018), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Presidente Candido Alex Pandini Diretora responsável Angela Bonfante Cabrelon Gerente Raphael de Padua Medeiros Jornalista responsável Franco Junior - Mtb. 81.193 - SP
Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
MATÉRIA DE CAPA
Jornalistas Daniela Prado Franco Júnior Pedrinho Souza Reinaldo Benedetti Revisão Ana Lúcia Finazzi - analuciafinazzi@uol.com.br
032 Energia que vem do sol A Solbras, empresa sanjoanense criada em abril de 2013, vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de energia solar fotovoltaica e, atualmente, já está entre os principais players de geração distribuída do Brasil.
Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias - mateus@acesaojoao.com.br Comercial Adrielli Souza - comercial@acesaojoao.com.br Publicidades Alexandre Pelegrino - alexandre@acesaojoao.com.br Fotos Leonardo Beraldo / Cromalux - www.cromalux.net
044 Figura que atua: Francisco Arten Vereador por seis mandatos consecutivos, advogado, jornalista, escritor, professor universitário e, atualmente, reitor do UNIFAE. Este é o currículo de Francisco de Assis Carvalho Arten, que credita todo crescimento de sua vida à participação efetiva, na infância, no Grêmio Estudantil do Instituto de Educação Coronel Cristiano Osório de Oliveira.
056 Paixão por ajudar o próximo A bancária aposentada, Glenda Maria Sabbag da Silva , de 68 anos, dedica-se a ensinar matemática a jovens de escolas públicas, principalmente focados em concursos públicos.
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Estagiários de jornalismo Luís Claudio Caldas Mirela Borges da Silva Sarah Boneti Estagiários de publicidade Paulo Victor Gomes Rodrigues Vinicius Lecchi Paiva Professores orientadores - estagiários José Dias Paschoal Neto Ana Paula O. Malheiros Romeiro Maria Isabel Braga Souza Capa Fábio Mucin Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux Produção / direção d: Adriana Torati Direção de arte: Renata Maniassi
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psicologia
Produção e direção de arte Adriana Torati e Renata Maniassi
Fernando Furlanetto
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moda & beleza
Cosméticos da vovó: quais usar e quais aposentar Produtos de beleza de marcas tradicionais no mercado disputam mercado com outras apostas do segmento estético.
POR SARAH BONETI
Há sempre novos lançamentos de cosméticos no mercado, mas nem sempre as melhores novidades conquistam algumas pessoas que fazem questão da fidelidade aos artigos de beleza de marcas mais antigas. Entretanto, a dúvida é se estes produtos dos “tempos da vovó” ainda são realmente bons e podem ser usados. A aposentada, Nair da Silva, viveu exatamente na época em que colônias, talcos e pomadas eram fundamentais para a beleza feminina. “Diferente da minha juventude, hoje o mercado dos cosméticos vem se modernizando para melhor atender à demanda de cada tipo de pele e pessoa. Nessa idade, uma das vaidades que mantenho é aplicar um creme de aveia para hidratar, acho importante”, conta. RECOMENDAÇÕES Na visão dos especialistas, o uso e a recomendação de cosméticos tradicionais é variável. Segundo a dermatologista, Carolina Soraya de Proença Dantas, alguns produtos acabam causando efeitos contrários do que prometem, ou até mesmo matando bactérias, quando a intenção não seria essa e sim manter as que seriam benéficas para nosso organismo. “Por exemplo, o Leite de Colônia e o Leite de Rosas são duas formulações que têm uma concentração de álcool. Tecnicamente são usadas como demaquilantes e como medicações para controle da acne. O álcool desidrata a pele e isso não resolve, mas causa desequilíbrio, ressecando excessivamente. Naquele momento em que você passa o produto, ele limpa, mas depois ele vai fazer a pele 6
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produzir uma quantidade maior de sebo, o que é ruim”, explica. A dermatologista alerta sobre os produtos com uma composição muito densa e oleosa, já que a tendência mundial atualmente é diminuir os cosméticos com componentes animais. “Eles costumam ter uma ação não higiênica no sentido de provocar mais reações. Estamos partindo para cremes vegetais que têm menos carga oleosa, são mais suaves. Pacientes jovens não têm indicação de produtos para o rosto ricos em óleo, porque podem se transformar em uma erupção acneiforme, ou seja, vai simular uma acne, entupir os poros. Este diag-
nóstico geralmente é de reações causadas por cosméticos muito utilizados na face”, finaliza. ANÁLISE O motivo desses produtos mais antigos se manterem fixos no mercado, até hoje, segundo a farmacêutica e professora do UNIFAE, Ana Paula Sendão, é justamente o sucesso que fizeram entre as outras gerações e foi passando de uma para outra. “São relativamente baratos, estão há muito tempo no mercado e foram consagrados pelo uso. Foram lançados em uma época, quando não tínhamos tantas opções”, aponta.
BENEFÍCIOS DOS PRODUTOS
Dona Nair acredita que o progresso da área cosmética só traz benefícios a todos: “Não é errado usar, mas entendo que a evolução foi importante para termos uma escolha e preferência entre outros, até melhores. Acho que tudo em excesso pode causar uma consequência negativa. Com os produtos do meu tempo, não é diferente”.
Foto: Sarah Boneti
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Leite de Rosas O produto contém álcool em sua fórmula, podendo causar o ressecamento da pele ou o efeito rebote (aumentar a oleosidade), em pessoas que possuem a pele oleosa.
Leite de Aveia É uma boa opção como hidratante corporal, com boa relação custo-benefício. Lançado em 1978 pela Davene, até hoje é um dos produtos mais tradicionais da empresa.
Polvilho Antisséptico Granado Eficaz para eliminar os odores da transpiração dos pés e axila. Possui ação antisséptica e antimicrobiana e secativa. Óxido de zinco, ácido bórico e enxofre são os princípios ativos responsáveis por essas ações. Não tem nenhuma desvantagem.
Rugol Tem alto teor de vitamina E que age sobre os radicais livres, combatendo o envelhecimento. Porém, possui uma formulação oleosa que não é indicada para alguns tipos de pele. O Rugol é produzido há mais de 90 anos no Brasil, pela empresa Alvim & Freitas, atual Laboratório Aclimação.
Hipoglós Muito eficiente na prevenção e tratamento de assaduras, contém retinol em sua composição, um composto que favorece a renovação celular. Possui também óleo de fígado de bacalhau, que é rico em vitaminas A e D.
Pomada Minâncora Contém óxido de zinco, um princípio ativo que possui funções antisséptica, anti-inflamatória e secativa. Pode contribuir para reduzir a inflamação e também atua como secativa de acne. É importante ressaltar que nos últimos anos houve uma evolução enorme no tratamento da acne, com a introdução no mercado de medicamentos altamente eficientes, que atuam tanto na prevenção como no tratamento dessa patologia.
Fotos: Divulgação
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O sonho de infância transformado na Maria Tangerina Projeto que surgiu por necessidade financeira se consolidou e produz bolsas artesanais e de maneira economicamente sustentável. POR FRANCO JUNIOR
De maneira despretensiosa, quando cursava o último ano da faculdade de Design de Produto, em 2013, Priscila Cortez, hoje com 26 anos, estava desempregada e precisava encontrar uma maneira de se manter em São Paulo, para concluir o curso. Foi aí que aproveitou a oportunidade, criada pela necessidade, para realizar um sonho de infância: possuir sua própria marca. Assim nasceu a Maria Tangerina, que, atualmente, além de se tornar cada vez mais popular em todo Brasil, é conhecida também por seu modelo de fabricação artesanal e socioeconomicamente sustentável. “Comecei fazendo bolsas para pastas A3, que os estudantes do curso precisam
levar para a faculdade, e quando vi já tinha encomendas de algumas amigas. Vendi algumas roupas usadas e comprei os primeiros tecidos para atender às encomendas. Com o incentivo e ajuda dos amigos, decidi transformar esse projeto em algo real. Aprendi pela internet a fazer mais um modelo de bolsa e lancei um site para vender as peças por encomenda, para quem tivessem interesse, e não só às amigas”, relembra a designer e empreendedora, fundadora da griffe. Após o início motivado pela necessidade, Priscila decidiu desenvolver seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre a marca. A partir do questionamento de um professor, a designer passou a analisar diversos modelos de negócios e encontrou o que analisou ser
ideal para seu projeto de faculdade e de vida: trabalhar com Empreendimentos da Economia Solidária (EES). Neste momento, a empreendedora foi apresentada ao Cardume de Mães – grupo de costureiras capacitado pela ONG Projeto Arrastão, de Campo Limpo (SP) – e descobriu a solução que unia a produção à sua conexão com as peças produzidas. “Sempre acreditei muito na energia das coisas que a gente faz e esse era um dos motivos pelos quais eu tinha tanto apegoà produção das bolsas. Mas quando conheci o ‘Cardume de Mães’, tive certeza de que a produção da Maria Tangerina estaria em ótimas mãos. Desde o primeiro momento fui muito bem recebida pelas meninas, sempre com um cafezinho e um sorriso no rosto. Hoje são quatro anos trabalhando Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
ECONOMIA SOLIDÁRIA
Motivada pelo seu trabalho de conclusão de curso, Priscila decidiu desenvolver a marca. A partir do questionamento de um professor, encontrou o que analisou ser ideal para seu projeto: trabalhar com Empreendimentos da Economia Solidária (EES).
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juntas, trocando muita ideia, aprendendo e também ensinando. Uma experiência riquíssima a que a gente dá muito valor”, conta Priscila Cortez.
expandir as vendas para outras lojas físicas em um futuro próximo, principalmente em São João da Boa Vista, onde funciona nosso escritório, agora”, prevê.
PRODUÇÃO E VENDAS A Maria Tangerina, agora, produz três diferentes modelos de bolsa, uma mala e uma mochila. A design explica que todas as peças seguem o movimento do Slow Fashion, onde se acredita que quanto mais clássico um produto, mais tempo ele continua sendo usado, ao invés de ser descartado e de gerar a necessidade de quem usa estar sempre comprando mais para se adequar à moda da estação. Por isso, Priscila salienta que as bolsas produzidas pela marca são as mesmas em todas as temporadas do ano, mudando apenas detalhes e cores, sem seguir um calendário de lançamentos. O principal meio de vendas dos produtos da Maria Tangerina é por seu site (www.mariatangerina.com.br), além da loja física localizada na Casa Jardim Secreto, situada à rua Conselheiro Carrão, 374, Bela Vista - São Paulo. “Pretendemos
CULTURA E ECONOMIA SUSTENTÁVEIS Priscila Cortez destaca que o resgate ao artesanal, proposto pela Maria Tangerina, é uma cultura e um movimento, não uma tendência de moda seguida de maneira temporária. Segundo ela, este tipo de resgate começou nos anos 80, na Itália, com o movimento Slow Food, que incentivava uma alimentação com ingredientes bons, limpos e justos - bom sabor, cultivado de maneira limpa, sem agredir ao meio ambiente ou aos animais e onde os trabalhadores recebiam de maneira justa pelo seu trabalho. Desde então, este termo foi adotado em vários segmentos e hoje denomina, de forma simpática, tudo aquilo que vai contra o fast (rápido), o mundo instantâneo; e que foi pensado para ser cada vez mais rentável. “É um movimento que vai contra a produção em série e pasteuriza-
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da, que prioriza o lucro sobre as pessoas e processos envolvidos. Resgatar o artesanal é respeitar o tempo, respeitar as particularidades de uma produção, das pessoas envolvidas e de aspectos como os materiais que são usados e como eles chegam até nós”, comenta a empreendedora. Em relação à economia solidária, adotada pela marca, a design frisa que este modelo de produção é de trabalho auto gestor, onde as pessoas envolvidas não trabalham de maneira hierarquizada, mas sim numa linha horizontal. Ela pontua, ainda, que falta aos demais empreendedores um olhar diferenciado neste tipo de ação. “Entre os novos empreendedores, já existe uma mentalidade de buscar a mudança no modo de trabalhar, sem que seja preciso nos pautar por preceitos antigos, a fim de viabilizar um negócio. Mas, muitas vezes, falta o olhar criativo pra buscar as mudanças que fazem sentido para cada negócio. As mudanças de atitude como empresa, hoje, podem ser diversas, mas é preciso lembrar que essas mudanças devem ser verdadeiras e não usadas apenas como publicidade”, finaliza a fundadora da marca Maria Tangerina. A
moda & beleza
Cabelos naturais em alta Estudos comprovam o aumento do número de brasileiras que preferem manter os cabelos naturais. POR MIRELA BORGES
“Eu me orgulho muito do meu cabelo, porque é algo muito meu, tem a ver com a minha personalidade, com minha essência, com quem eu sou!” É assim que a estudante de publicidade Mariane Lorentz se define ao falar dos cabelos. Ela, assim como outras mulheres, decidiu mantê-los naturais. Segundo uma pesquisa realizada pela L’Oréal Brasil, 56% das mulheres têm cabelo cacheado ou crespo, e 63% delas desejam tem o cabelo liso. Apesar do número ainda ser alto, este cenário está mudando graças ao empoderamento feminino, com atos que enfrentam os padrões sociais estabelecidos. Mariane Lorentz conta que chegou a sofrer intolerância social, principalmente por parte da família: “As críticas sempre partiam de dentro do meu círculo social e isso acontece até hoje, porém com menor frequência”. Mas que, apesar de algumas críticas, ela não pensa em alisar os cabelos: “Eu adoro meu cabelo do jeito que é. Acho que as mulheres devem manter seus cabelos como são, é sua identidade, acho lindo cabelos crespos e cacheados!” Apesar de não ter sido influenciada para deixar os cabelos naturais Mariane acredita que o empoderamento femini-
QUESTÃO DE IDENTIDADE
no é uma forma de ajudar as mulheres a se aceitarem como são: “Eu penso que, de certa forma, os movimentos feministas acabam por fazer com que as mulheres tenham força em suas atitudes, formas de pensar e ser. Eu sempre fui assim, dona de mim mesma, então acho que é algo natural da minha própria essência.” ME DESCOBRINDO “É poder ser quem eu realmente sou. Depois que eu assumi meu cabelo natural eu não mudei só por fora, mudei também por dentro, e poder sentir que a sociedade não faz mais escolhas por você é libertador”. A criadora do blog Me Descobrindo (joicearauujo.wixsite.com/ medescobrindo), Joice Araújo, contou como as práticas de empoderamento feminino a ajudaram na decisão de manter o cabelo cacheado: “o empoderamento me deu a coragem de tomar o poder sobre mim, entender que eu posso ser como eu
“Meu cabelo faz parte do meu corpo, e o corpo da gente é o nosso templo, por isso devemos respeitá-lo. Quando não conseguimos aceitar quem somos não vivemos bem, nem com as pessoas ao nosso redor e nem com nós mesmos”, disse Mariane Lorentz.
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quiser, usar o cabelo que eu quiser e me sentir bem, porque na verdade o que importa sou eu, o que eu acho, como eu me sinto sobre as minhas decisões”. Apesar de já ter usado cabelo liso, Joice afirma que depois que começou a usar o cabelo ao natural se sente mais confiante: “Decidi manter meu cabelo natural por um conjunto de fatores. Para não ser dependente das químicas de alisamento, pela praticidade e pela diversidade. Sem contar na liberdade que isso traz, pois, eu acho, que para a mulher o cabelo é uma das coisas mais importantes, e eu me sinto bem mais confiante com meu cabelo natural.” MEU CABELO É HISTÓRIA “Eu decidi voltar meu cabelo ao natural, tive progressiva por muito tempo, porque eu me descobri, eu vi que o que eu sou não é feio, apesar de não ser algo tão apreciado pela sociedade, é algo apreciado por mim.” Disse a auxiliar de recurFoto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal
AUTOCONHECIMENTO
“Se você está com seu cabelo ao natural, mas não está se sentindo bem, mude! Mas se você não está se sentindo bem por causa de pessoas que falam que ficaria mais bonita com cabelos alisados, não alise! Você tem que estar de bem consigo mesma, se for para mudar que seja por você e não pelos outros” aconselha Joice Araújo.
sos humanos, Lethycia Costa ao ser perguntada sobre o porquê de ter decidido manter o cabelo natural. Lethycia relata um episódio, na escola, em que sofreu descriminação por causa do cabelo: “Na minha formatura da oitava série eu havia feito relaxamento no cabelo, para controlar o frizz, e no momento de tirar as fotos dos formandos, uma moça perto de mim disse ‘É o dia da ‘negra do cabelo duro’ fazer chapinha’
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e após isso ela começou, todos os dias, a fazer umas provocações prejudiciais para a auto estima de qualquer um.” Mas atualmente ela ressalta que “seu cabelo tem uma história de aceitação e autoestima”. PADRÃO DE BELEZA MIDIÁTICA A mídia ainda exerce uma forte influência em relação ao padrão de beleza femi-
nino, entre estas características impostas pela sociedade está o cabelo liso. A professora e doutora em psicologia, Betânia Dell’Agli, ressalta a importância do padrão que a mídia estabelece e como isso influencia: “É impossível pensar nestas questões de estética e beleza sem reportarmos à questão da mídia e dos padrões que são estabelecidos como modelo de beleza a ser seguido. O empoderamento das mulheres vem justamente ao contrário desta questão, no sentido em que elas [mulheres] vão se tornar mais conscientes e críticas de quem são, de seu papel na sociedade e da valorização própria, e não apenas da estética”. Os cabelos cacheados e crespos foram sinônimos de moda nos anos 70 e 80. É o que explica o cabelereiro e proprietário do salão JM Cabelereiros, João Luís: “No fim dos anos 70 e começo dos anos 80 as mulheres usavam cabelos crespos porque era moda, claro que o ‘empoderamento feminino’ já existia, o que não existia era a informação em larga escala. Acredito que hoje em dia as mulheres estão bem representadas, informadas, conectadas e ante-
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nadas. E através dessa informação vem também os produtos que valorizam essas mulheres empoderadas”. As práticas de empoderamento feminino ajudam cada vez mais mulheres a se aceitarem do jeito que são, isso reflete também nos cabelos. E como mostram os dados divulgados pelo Google BrandLab. Entre os anos de 2012 a 2016 as pesquisas em que as buscas na internet por fotos, produtos e dicas que ajudem a deixar os cabelos cacheados mais bonitos e saudáveis cresceram 232%, sendo que 2016 foi o primeiro ano em que a pesquisa por cabelos cacheados superou a busca por cabelos lisos. O QUE É EMPODERAMENTO FEMININO? Segundo um estudo sobre tendências visuais, divulgado pelo site de banco de imagens, Shutterstock, o termo empoderamento feminino foi o mais procurado no Brasil, em 2016. Porém algumas pessoas ainda não conhecem o significado ou confundem com o feminismo. Feminismo é um movimento social e político, criado no início do século XX, que tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres. Atualmente este movimento está em evidência graças às redes sociais, que possibilitam o aumento da visibilidade deste ideal. Um dos principais problemas sociais que o movimento feminista visa acabar é a violência de gênero no Brasil. Os dados nacionais surpreendem, a cada 12 segundos uma mulher é violentada no Brasil, de acordo com uma
PRECONCEITO
Lethycia Costa já sofreu preconceito por causa do cabelo, mesmo assim não se deixou abalar e ostenta seus cachos naturais ”somos muito mais que primeiras impressões e opiniões alheias, somos muito mais do que padrões sociais impostos. Devemos nos amar e nos aceitar do jeito que somos, com nossas diferenças e singularidades”.
pesquisa da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal. Já empoderamento feminino, apesar de ser uma consequência do movimento feminista, é algo diferente. O verbo empoderar-se significa o ato de tomar poder sobre si, ou seja, é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres, garantindo que possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos. São as ações para desenvolver a igualdade de gênero, por meio do fortalecimento feminino. Atualmente, existem diversas ONG’s (organizações não-governamentais) e instituições que se dedicam ao empoderamento feminino, visando
A transição capilar A transição capilar nada mais é do que o processo em que seu cabelo dá “tchau” para a química, até que ele cresça totalmente ao natural. Vale lembrar que, acima de tudo, a transição também é uma forma de aceitação do seu fio. Se você fazia relaxamento, permanente, escova progressiva ou qualquer outro tipo de alisamento químico ou mecânico, e agora decidiu parar, isso significa que você está em “transição capilar”. É nesse processo de volta ao cabelo natural que muitas mulheres vão reconstruir a própria autoestima. Também é o período em que se defrontam com as várias faces do racismo: a resistência da família e dos próprios companheiros, além de pressões de amigas e colegas para alisar novamente o cabelo, etc.
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Foto: Arquivo pessoal
principalmente a igualdade de gêneros. A Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), desenvolveu, em 2010, uma lista com “7 princípios básicos do empoderamento feminino”, a fim de pôr em prática seus propósitos para um mundo melhor. São eles: estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível; tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação; garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa; promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres; apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing; promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social; medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero. Estas práticas de empoderamento devem ser desenvolvidas tanto pelas mulheres quanto pelos homens, para certificar que haja a igualdade de gêneros em nossa sociedade. A
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moda & beleza
Trench coat atravessa a história e permanece em alta Quem quer um visual clássico pode combiná-lo a outras peças, mas é um básico necessário em qualquer guarda roupa. POR DANIELA PRADO
Tudo começou com Thomas Burberry, na Primeira Guerra Mundial. Das trincheiras, o trench coat ganhou as ruas e telas do cinema, ao aparecer em clássicos como Casablanca ou, ainda, vestindo divas da época. A verdade é que, como observa Iza Graça, propietária da loja GlamUp, um casaco deste estilo é um clássico e é um item atemporal para se ter no guarda roupa tanto feminino quanto masculino. Uma peça extremamente elegante e indispensável a quem quer estar bem em qualquer ocasião. “Normalmente ele é usado como um sobretudo, para se proteger do vento e da chuva. Assim, independe da estação, não importando se é inverno ou verão, apenas se o dia está chuvoso, por exemplo - o que é apropriado para a peça”, sugere Iza. Sobre o uso deste estilo de casaco num país de clima tropical, como o Brasil, ou numa cidade como São João, em que os invernos são breves e moderados, Iza considera que é perfeitamente possível usá-lo, pois o tecido de um trench coat normalmente não é tão pesado. “É uma peça que você usa por cima de outra, então, se estiver muito frio, coloque-o sobre uma lã, assim ele vai impedir que o vento atravesse, agasalhando melhor. Se o clima estiver mais quentinho, apenas chovendo ou ventando, coloque o trench coat sobre uma peça mais leve ou mesmo uma regata”- outra dica que ela deixa ao leitor. E se você for baixinho(a) ou gordinho(a) mas admira um trench coat e quer usá-lo, o sinal está verde. “Nada foi feito só para as modelos altas e magras; tudo é questão de 16
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TRAJE IMORTALIZADO
Diversas produções de hollywoodianas imortalizaram o trench coat. Talvez, o seu maior ícone seja o personagem Rick, de Casablanca, de 1942.
proporção e se você é mais baixa e meio cheinha, não se preocupe - use o trench coat com uma calça mais justa ou reta, uma blusa sem muito volume por baixo, procure marcar a cintura com o cinto e deixar a silhueta em proporção. Quando você marca a cintura, visualmente aumenta o comprimento das pernas, o que deixa o corpo aparentemente mais alto e esguio”, aconselha Iza. Quanto às melhores cores e tendências, ela recomenda que, por ser uma peça atemporal, vale a pena investir em algo com um bom corte, em cores clássicas como bege, cinza e preto, fazendo com que este casaco permaneça em seu guarda roupa por muitos anos.
Foto: Reprodução Internet
HISTÓRIA O trench coat surgiu durante a Primeira Guerra Mundial e foi idealizado por Thomas Burberry, para uso especial dos soldados britânicos. Dessa forma, a marca do estilista britânico “Burberry” imortalizou a peça. Matheus de Oliveira Ferreira, graduado em Produção de Moda pela EnModa São Paulo e em Marketing de Moda pelo Senac, conta que, antes de se tornar trench coat, o casaco levava o nome de Tielocken. “Foi desenvolvido em 1895 e feito com gabardine, um tipo de tecido resistente, já que os soldados precisavam de uma roupa que apresentasse qualidade e bom desempenho. Após algum tempo, apenas
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Fotos: Tophams/ Topham Picturepoint / Press Association Images
os soldados da linha de frente faziam o uso da peça”, completa Matheus. Em 1914 a peça sofreu uma remodelagem, feita por Burberry, momento no qual a peça ganhou 10 botões e logo começou a invadir as ruas. “No ano de 1918, algumas personalidades, como o primeiro ministro Winston Churchill, o escritor Arthur Conan Doyle e a atriz Audrey Hepburn, começaram a fazer o uso da peça, mas foi nos anos 2000, principalmente depois de 2004, que o casaco atingiu seu auge”, narra Matheus. Segundo o produtor de moda, o cinema também contribuiu efetivamente para que este casaco caísse no gosto popular. “Além de Ilsa e Rick, o célebre casal de Casablanca, também tivemos a oportunidade de ver Sherlock Holmes; o inspetor Closeau, de A Pantera-Cor-de-Rosa e o detetive Dick Tracy fazendo uso do trench coat”, finaliza Matheus. A
CRIADO PARA A GUERRA
Traduzindo ao pé da letra, trecnh coat significa “casaco de trincheira”. Nada mais óbvio se levarmos em conta a origem militar da peça, feita com um tecido impermeável, para proteger as tropas do exército britânico do vento e da chuvas, nas trincheiras da I Guerra Mundial.
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lançamento de nova coleção - Arezzo
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seu pet
O maravilhoso mundo dos gatos Independentes e companheiros, os bichanos precisam de atenção dos donos e cuidados especiais. POR PEDRINHO SOUZA
Ser dono de um gato envolve bastante responsabilidade e aprendizado, pois esse animal vai depender de você por toda a vida. Por isso, valorize seu felino e dê a atenção que ele merece. Na edição de hoje, a equipe da Revista Atua bateu um papo com Angela Andrade, professora aposentada que possui quatro gatos; e com a veterinária Fernanda Fogaça, sobre a forma ideal de cuidar de um felino. SAÚDE A saúde do gato depende dos fatores físico, mental, comportamental e ambiental. Normalmente colocamos ao gato um modo de vida que não é um comportamento natural dos bichanos, por isso precisamos adaptar nossos ambientes para eles. “É importante oferecer um ambiente e condições variadas para que o gato possa se expressar verdadeiramente como gato, como explorar cheiros e lugares. Quanto mais elevado o nível de bem-estar que proporcionamos a eles, ficam menos estressados, mais saudáveis e preparados para os desafios que necessitem enfrentar”, enfatiza a médica veterinária Fernanda. Recomenda-se levar os gatos a cada seis meses ao veterinário. Os gatos necessitam de avaliações periódicas, mesmo quando estão saudáveis, para
CUIDADOS COM O PET
acompanhamento do desenvolvimento natural em cada idade, como ganho ou perda de peso e avaliação comportamental e odontológicas rotineiras. Existem técnicas para minimizar o stress tanto no transporte quanto no ambiente da clínica, e o manuseio adequado para a realização da consulta de forma agradável para o paciente. “É importante lembrar da prevenção no cuidado dos felinos, já que a maioria das doenças que apresentam são crônicas e silenciosas. A detecção precoce dos problemas facilita os tratamentos e melhora a qualidade e tempo de vida dos felinos”, revela a médica veterinária. Foto: Arquivo pessoal
As doenças nos felinos são, em sua maior parte, crônicas e silenciosas. Por isso, é importante que o dono esteja sempre atento a detecção de problemas e também a prevenção de doenças, explica a veterinária Fernanda Fogaça.
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HIGIENE O banho é um processo totalmente estressante e não recomendado para os gatos, exatamente porque são capazes de se auto-higienizar. O banho não traz relaxamento para os felinos, por mais que acreditemos e que eles fiquem “quietinhos”, na verdade, ficam paralisados num processo de medo, ansiedade ou frustração que podem comprometer o bem-estar e saúde deles. “O cheiro do gato é a identidade dele, tanto que observamos que após o banho os felinos tendem a se lamber freneticamente, numa tentativa de repor o seu odor característico.
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Origem dos gatos
Foto: Reprodução Internet
De acordo com um estudo genético realizado e posteriormente publicado na revista Science, o gato doméstico é descendente do Felis Silvestris Lybica, o qual nasceu do cruzamento entre cinco espécies selvagens distintas, ocorrido há mais de 100 mil anos. Os cientistas envolvidos nesta pesquisa descobriram, após amplas pesquisas que gatos selvagens com DNA idêntico ao dos gatos domésticos, em Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Arábia Saudita. A domesticação do gato pelos humanos começou quando os agricultores começaram a cultivar as primeiras variedades de cereais. É sabido que cereais atraem roedores e que os felinos são os melhores caçadores que a natureza criou. Desta forma, a adaptação dos gatos à caça dos roedores que invadiam os locais de armazenamento dos cereais foi uma evolução nascida da necessidade humana.
Apenas recomendamos o banho para tratamento de doenças dermatológicas específicas”, afirma Fernanda Fogaça. Em contrapartida, a escovação dos dentes dos bichanos é recomendada, diariamente. É orientado o uso de uma escova própria para pets ou escovas infantis com cerdas bem macias. Não é recomendada a utilização de creme dental humano por serem tóxicos aos gatos. É importante criar uma rotina prazerosa para a escovação dos dentes dos bichanos. “Pode parecer difícil, mas, inicie com o manuseio calmo e delicado da boca, gengiva e dentes, com o uso das próprias mãos. Conforme ele for se acostumando [pode demorar dias] podemos introduzir a escova e depois uma pasta própria para cães e gatos. E, para motivar nosso paciente, podemos utilizar petiscos, sachês ou brincadeiras como forma de recompensa”, destaca Fernanda. CAMA E NECESSIDADES “É fundamental entender que os gatos são territorialistas e gostam de dividir os ambientes para cada atividade de forma bem específica. Normalmente, não gostam de descansar ou se alimentar próximo aos locais onde defecam ou urinam. Por isso, é preciso planejar com calma os locais para cada atividade”, orienta a médica veterinária. Caixa de areia é o ideal para as necessidades do gato, mas é preciso limpar todo dia, para atrair o felino. Procure, pelo menos, dois pontos distintos, mais afastados e tranquilos da residência, longe da passagem de pessoas ou outros animais ,para a colocação da caixinha de areia. A única recomendação é evitar colocar próximo à máquina de lavar roupas. Já os arranhadores são recomendados próximos às portas, janelas, corredores e ambientes de passagem, pois são lugares onde os gatos gostam de deixar seu “cheirinho” ou sua marca. Também é uma forma de evitar que eles arranhem e destruam móveis e outros utensilios da casa. Já os locais onde se alimentam e bebem água, podem ser próximos aos locais de descanso ou brincadeiras: salas, quartos e cozinha. 24
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BRINCADEIRAS Os gatos parecem frios, mas gostam e necessitam de brincadeiras. Mesmo os mais preguiçosos e dorminhocos, quando motivados, tornam-se mais ativos e dispostos. As brincadeiras são uma forma de criar um vínculo maior com os gatos e uma atividade física para melhorar o bem-estar e saúde deles. Existem várias brincadeiras caseiras para divertir o bichano, como varinhas com ratinhos ou penas, bolinhas de papel ou pelúcia, caixas de papelão de variados tamanhos, fitas e luz de laser. O importante é que esses objetos não tenham peças pequenas que possam ser engolidas. Brincar todos os dias aliviará a necessidade de atenção dele. “É preciso estimulá-los e criar uma rotina diária para as brincadeiras. Os horários ideais são no início da manhã e da noite, quando eles são naturalmente mais ativos. Quanto mais variadas as brincadeiras, melhor”, comenta Fernanda. ALIMENTAÇÃO Aos oito anos, Angela Andrade ganhou da avó o primeiro animal de estimação, uma gatinha de nome Linda. Hoje, a professora tem 56 anos e a paixão pelos gatos só aumentou. Ela possui quatro (Bianca, a mais velha, tem 17 anos) e trata todos com amor e carinho. Na alimentação Angela oferece ração para gatos castrados. “Atualmente é recomendado oferecer dietas úmidas (sachês) como uma forma de incrementar a ingestão de água pelos gatos, podendo substituir em até 50 a 100% da ração seca que comem diariamente. Importante: as rações úmidas engordam menos do que as rações secas”, enfatiza Fernanda. Os valores podem variar bastante de acordo com o tipo de ração (úmida ou seca) e uso de medicamentos para controle de ectoparasitas (carrapatos, pulgas e ácaros). Mas o gasto com um gato, hoje em dia, fica entre R$ 100 e R$ 150 por mês. “Entre ração e areia, gasto aproximadamente R$ 150 por mês. As consultas, medicamentos e vacinas são itens esporádicos que não impactam no orçamento de uma maneira geral”, salienta Angela. >
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ADOÇÃO A quantidade de animais abandonados nas ruas é muito grande e é um problema para a Saúde Pública. O ideal é a adoção de gatinhos, tanto filhotes quanto adultos. Todos os gatos de Angela e Fernanda foram adotados. CASTRAÇÃO A castração é recomendada a partir dos seis meses de idade, tanto para fêmeas quanto para machos. A medida é considerada fator determinante no aumento da qualidade de vida e saúde dos gatos. “Nas fêmeas, diminui em mais de 90% o desenvolvimento do câncer mamário, quando realizada antes dos primeiros cios. Já nos machos, diminui o estímulo hormonal para acessar ambientes externos, diminuindo a transmissão de doenças infecciosas”, comenta Fernanda. “Todos os meus gatos foram castrados com poucos meses, sou muito entusiasta da castração, acredito que ela evita muito abandono e sofrimento”, pontua Angela. GATO X CACHORRO Os gatos têm expectativa de vida mais
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Número de gatos no Brasil cresce mais que de cachorros Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), mostrou que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo, com 22,1 milhões de felinos e 52,2 milhões de cachorros. A população de gatos se multiplica em maior proporção e deve predominar em menos de dez anos. Para se ter uma ideia da importância economica disso, existem no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 44,9 milhões de crianças de até 14 anos. Ou seja: há mais pets que crianças no país.
longa do que os cães. Se adaptam melhor a pequenos espaços, se comunicam mais por posturas corporais e expressões faciais, usam caixas sanitárias com facilidade e não necessitam de banhos. Os gatos também gostam de passar longos períodos sozinhos. Porém, são tão companheiros, carinhosos e dóceis quanto os cães. Angela vê bastante diferença. “Gatos são mais independentes e cachor-
ros mais submissos quanto à higiene. Os cães são mais bagunceiros e precisam de muito treinamento para adquirir bons hábitos. Gatos são limpos e ambos têm hábitos alimentares e de sono muito diferentes, também”.“Todos nós deveríamos ter a oportunidade de conhecer e conviver com um gato em algum momento de nossas vidas e ver o quanto especiais eles são”, finaliza a médica veterinária, Fernanda Fogaça.
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matéria de capa
Energia que vem do sol Empresa sanjoanense está entre as líderes nacionais do mercado de energia solar fotovoltaica. POR REINALDO BENEDETTI
Uma empresa sanjoanense, criada em abril de 2013, vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de energia solar fotovoltaica e, atualmente, já está entre os principais players de geração distribuída do Brasil. Desde 2017 instalada no Distrito Industrial de São João da Boa Vista, a Solbras atua nacionalmente e possui braços em Goiânia e Porto Alegre. São cerca de 20 colaboradores diretos e mais de 100 representantes espalhados em 22 estados no país. A Revista Atua foi conhecer de perto os projetos de energia solar fotovoltaica, gerada através de painéis com tecnologia de células de silício. Fábio Mucin, diretor de operações da Solbras, foi quem recebeu a reportagem na sede da empresa em São João e revelou detalhes de um mercado promissor no Brasil. Fábio explica que a Solbras começou a atuar logo depois que foi lançada a Resolução Normativa nº 482/2012, que regulamentou o setor em dezembro de 2012, o que faz dela uma das
empresas mais antigas deste mercado, no país. “Ela foi precursora porque quando a resolução apareceu, não havia muitas empresas, já que na prática o mercado não estava regulamentado. As concessionárias não estavam preparadas para receber os projetos. Quando a gente entrou, existiam menos de 80 sistemas instalados no Brasil. Era nada, algo incipiente”. Hoje, a empresa vem crescendo exponencialmente devido à forte atuação dos representantes comerciais, aliada aos convênios que vem firmando. Recentemente, fez parcerias com a Coopercitrus, em São Paulo, com a Copercampos, em Santa Catarina e com a Emater, no Rio Grande do Sul. “A Coopercitrus e a Copercampos são nossas parceiras na comercialização para o agronegócio nas regiões em que atuam. Isso dá uma musculatura grande para a gente. São suportados tecnicamente por nós e estão vendendo as usinas fotovoltaicas para os seus cooperados. Já no caso da Emater, possuímos um termo de cooperação técnica para difundir a tecnologia no meio rural”, conta. Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
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INSTALAÇÕES
Instalada no distrito industrial, em São João da Boa Vista, a Solbras possui mais de 20 funcionários, além de um centro de distribuição e também um escritório de engenharia em nossa cidade, onde são gerenciados os projetos e instalações.
A TECNOLOGIA A empresa sanjoanense desenvolve projetos de geração de energia solar para indústria, comércio, agronegócio e residências, sendo o foco nos três primeiros. Atua principalmente no mercado de geração distribuída, que são usinas fotovoltaicas com até 5 MW (megawatts) de potência. A RN-482, que foi atualizada com a Resolução Normativa nº 687/2015, regulamenta o sistema de compensação de créditos. O que é produzido a mais do que a energia consumida, vira créditos que são computados na conta de energia e podem ser usados para abatimento do consumo em até 5 anos. A tecnologia usada pela Solbras, ressalta Fábio, não tem nada a ver com aquecimento solar. As células de silício dos painéis recebem um tratamento que faz com que parte dos elétrons, ao receberem a luz solar, fiquem livres para circular no material. Ao se conectarem os painéis a uma carga, esses elétrons fluem, gerando corrente elétrica. Este é o efeito fotovoltaico em ação. De forma simples, o sistema que produz a energia é conectado no próprio quadro de distribuição, que é ligado ao medidor da casa ou empresa. Por ser uma tecnologia que demanda um investimento alto, Fábio Mucin vê, do ponto de vista de desembolso, um mercado mais favorável entre as pessoas jurídicas. “A pessoa física não tem um acesso ao crédito tão barato, e para ter uma usina solar, acaba tendo que pagar com recursos próprios. Um sistema pequeno para residência, por exemplo, custa de R$ 15 mil a 20 mil. Então isso é uma barreira para o mercado residencial, mesmo tendo uma ótima viabilidade econômica, devido às altas tarifas pagas”, aponta. Por outro lado, o mercado para in29
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dústria, comércio e agronegócio, apesar de ser um investimento ainda mais alto, possui um acesso ao crédito mais barato, o que acaba alavancando a possibilidade da empresa colocar um sistema desses, garante o diretor de operações. “Muitas vezes a parcela do financiamento é equivalente ao que se pagaria pela energia sem a usina. É como se você continuasse pagando a conta de energia e, no final do financiamento, você ganhasse a usina do banco”. E esse é, inclusive, um diferencial da Solbras, pois ela trabalha em três eixos. O primeiro é uma análise econômica/ financeira muito forte. “Não é qualquer sistema que é viável. Então nós fazemos uma análise de quanto você paga de tarifa, conjugado com os juros do financiamento bancário. E isso dá um resultado financeiro. Aí recomendamos para o cliente se vale a pena ou não fazer. Acontece algumas vezes de mostrarmos que não está na hora de implantar o sistema e que ele pode investir esse dinheiro em outra coisa e ter mais retorno”, explica. O segundo eixo é o do crédito, sendo que a Solbras possui um departamento dentro da empresa que faz essa viabilização das operações financeiras. E, por fim, o terceiro eixo é o da engenharia, com uma tecnologia que a empresa vem desenvolvendo e já domina desde 2013. SISTEMAS MAIORES O Brasil fechou o ano de 2017 com aproximadamente 20 mil sistemas de energia solar distribuída conectados à rede. Hoje, os sistemas comerciais são os que predo-
minam no mercado, representando cerca de 43,1% da potência total conectada à rede, seguido pelos residenciais, que representam 39,0% da potência conectada (e 78% do número absoluto de sistemas, já que são, em sua maioria, pequenos sistemas, com 3 kW (quilowatts) em média). Na sequência, estão as indústrias (7,8%), consumidores rurais (5,4%), poder público e serviços públicos (4,7%). Porém, Fábio Mucin diz que atualmente a Solbras tem como principal foco os projetos um pouco maiores, presentes no agronegócio, indústria e comércio. A maior parte das usinas fotovoltaicas instaladas pela empresa sanjoanense, em 2017, estão ao redor de 80 a 100 kW. E a Solbras acabou migrando para alguns sistemas ainda maiores. Por exemplo, a empresa acabou de finalizar uma usina de 1 MW em uma indústria de vidros no município de Cabedelo, na Paraíba. Isso significa cerca de 300 vezes o tamanho de uma residência padrão e é a maior usina de telhado do país nesta tecnologia. Projeto semelhante, também de 1 MW, foi inaugurado pela empresa em 19 de janeiro na Copercampos, em Campos Novos, Santa Catarina, sendo a maior usina de geração distribuída do sul do Brasil. Para se ter uma ideia, Fábio revela que uma usina dessas pode resultar em uma economia de cerca de R$ 60 mil por mês para a empresa. Se calcular que o custo para instalar o sistema foi de aproximadamente R$ 5 milhões, estima-se que o retorno do investimento virá em 6 a 8 anos. “O retorno também depende do financiamento, dos valores dos juros e da REVISTA ATUA | ABRIL 2018
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USINA SOLAR
A usina da Copercampos, em Campos Novos (SC), tem capacidade instalada de 1 MW e foi inaugurado pela empresa em janeiro. O custo de instalação foi de 5 milhões e estima-se que o investimento será amortizado em até 8 anos.
tarifa que ele paga”, aponta o diretor. Para residências e pequenos comércios, conectados em baixa tensão e que pagam tarifas mais altas, o retorno do investimento pode vir ainda mais rápido. Estima-se que um sistema desses pode ter um payback em cerca de 4 anos. “A economia pode chegar em até 95% da conta de energia. A conta não zera porque é obrigatório o pagamento da taxa de disponibilidade da rede”. MERCADO PROMISSOR Apesar de estar cerca de 15 anos atrasado em relação ao mundo quando o assunto é energia solar, Fábio Mucin vê com otimismo o crescimento do mercado, em um país com sérios problemas energéticos. “Tivemos um marco importante agora no final do ano, quando entraram em operação algumas usinas centralizadas e o Brasil ingressou no que chamamos de Clube do Gigawatt, que são os países que têm instalado mais de 1 GW (gigawatt) de potência em energia solar”, explica. E isso, diz Fábio, coloca o Brasil entre os 30 maiores países com energia solar do mundo. “O mercado solar no Brasil era completamente incipiente. Antes das usinas centralizadas entrarem em operação, tínhamos cerca de 160 MW instalados em geração distribuída, o que representava 0,1% de participação na matriz energética brasileira, quase nada. 30
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Hoje, aproximadamente 0,65% da matriz é em fonte solar. Avançamos, e precisamos avançar mais”. Porém, o cenário do mercado solar é completamente favorável, aponta Fábio. “Temos uma pressão grande sobre os preços das tarifas. Além de um rombo enorme de R$ 65 bilhões no setor elétrico que será pago pelos consumidores, o sistema elétrico brasileiro precisa de investimentos. Isso resulta em aumento de tarifas, e maiores viabilidades econômicas ao se implantarem as usinas solares”, conta. Projeções da própria Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apontam uma grande defasagem entre o que consume de energia e o que o país poderá disponibilizar com os projetos que entrarão em operação. Segundo a agência, até 2024 o crescimento da oferta de energia no país seria de 29% e o da demanda de 46%, um gap de 17% antes da crise. No cenário atual este gap será menor, mas ainda existirá. “Ou seja, o Brasil só não entrou num colapso energético porque entrou em crise econômica. Do ponto de vista do setor elétrico, para que o Brasil volte a crescer 2 a 3% ao ano, será necessário aumentar muito a oferta de energia”, aposta. “A energia solar é uma das melhores alternativas, a fim de reduzir o uso de térmicas, cujo custo de produção aumenta muito a conta de energia e aciona bandeira vermelha.” Nesse cenário em que a tendência
é subir o preço da energia, já bastante cara no país, Fábio acredita que a energia solar vai ter um papel importante. Primeiro, pela economia ao consumidor; segundo, porque a geração é próxima do consumo, não havendo perdas significativas por transmissão; terceiro, por ser uma energia limpa, o que vai ajudar o país a cumprir os acordos internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, como o Acordo de Paris (COP21). E os dados do mercado de geração distribuída já apontam para esta realidade. O número de empresas no setor chegou a 2.741 em 2017, um crescimento de 82% em relação ao ano anterior, algo expressivo. “Isso se deve a popularização dos sistemas, as pessoas perceberam que a tecnologia funciona. Em um país em crise econômica, esse setor vem crescendo 300%, 400% ao ano. As pessoas estão buscando alternativas, pois a energia está ficando mais cara”. ALTERNATIVA AO SETOR PÚBLICO Fábio Mucin, revela que os sistemas de energia solar são uma excelente alternativa para as prefeituras, que começam a se movimentar nesse sentido. “Já fizemos reuniões com algumas prefeituras. Não é nosso foco, mas para ajudar fizemos estudos e mostramos como é viável”, diz. Segundo ele, geralmente as prefeituras têm consumo alto, pois possuem muitos pontos de consumo, em sua maioria conectados em baixa tensão, ou
seja, pagam uma tarifa super cara. “É o caso típico para fazer um sistema fotovoltaico. E um nicho muito interessante, apesar de não focarmos nele”, reforça. O diretor de operações ainda esclarece que os créditos gerados por uma usina podem ser utilizados em outros locais. “Na modalidade de auto-consumo remoto, você pode gerar energia em um local, e o excedente de energia gerado compensar o consumo de outro ponto. É possível fazer uma usina só e compensar o consumo de uma escola, de um posto de saúde, de semáforos etc”, explica. E essa mesma alternativa para o setor público também pode ser aplicada para particulares. Um consumidor pode produzir energia em um local e compensar créditos excedentes em outro local de sua titularidade. Também já são permitidos modeloS de condomínios – em que uma usina na propriedade gera créditos para os moradores –, ou cooperativas (em que os créditos são gerados em um local e compensados em outros locais de consumo). A
A energia solar na matriz energética do Brasil Hoje, os números relativos à oferta dessa fonte de energia no Brasil são modestos. Poucas empresas instalaram painéis fotovoltaicos, embora milhares de residências utilizem essa energia, que se destina a atender a demandas familiares de água aquecida por períodos limitados. O país dispõe de condições favoráveis à energia solar, em especial nas Regiões Norte e Nordeste. Nela está a maioria dos 400 empreendimentos de energia solar cadastrados. Só na Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí estão 80% dos empreendimentos, com capacidade de geração de 8,5 mil MW. Para viabilizar a participação das fotovoltaicas, o governo prometeu fazer um leilão não competitivo, em que os preços serão diferentes para cada modalidade de energia. O teto, na energia solar, será de R$ 280 o MWh, considerado adequado pelas empresas. Em países desenvolvidos, a energia solar ganhou espaço, como na Alemanha, que tem políticas de incentivo à produção de energia renovável: a geração solar de 25 mil MW é subsidiada e os investimentos superam as expectativas. Até 2025, a meta é de que 40% da energia gerada na Alemanha provenha do conjunto de fontes renováveis. No Brasil, a meta é gerar 3,5 mil MW de energia solar até 2023, menos de 2% da capacidade instalada de fontes elétricas.
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psicologia
Por que é preciso falar sobre saúde mental? Saúde mental é essencial para enfrentar as adversidades da vida de forma estável e equilibrada.
POR MARYÁ REHDER AMBROSO
Nos dias de hoje, muito se fala em saúde física. O culto ao corpo tornou-se um dos assuntos mais debatidos entre a sociedade atual. A busca por uma alimentação e hábitos saudáveis nunca estiveram tão em alta. Por outro lado, a saúde mental continua sendo deixada de lado. É certo que já há indícios de que essa realidade esteja mudando, mas ainda falta existir uma maior conscientização sobre o tema visto que, para se obter uma saúde física, se faz necessário conquistar um bem estar psíquico, também. Mas, afinal, o que é a saúde mental? A OMS define como: estado de bem estar em que o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para sua comunidade. Ou seja, é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as exigências da vida, saber lidar com as boas emoções e também com as desagraváveis e, reconhecer seus limites e buscar ajuda, quando necessário. Mesmo que essa pareça uma definição simplista e de fácil entendimento, infelizmente ainda há um tabu perante o assunto. Por essa razão, faz-se necessário desmistificar o
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tratamento psicológico e caracterizá-lo, de uma vez por todas, como algo fundamental, para que haja a conquista do bem estar biopsicossocial de todos os indivíduos. Estar em acompanhamento psicológico é estar consigo mesmo, conhecendo-se, permitindo ter contato direto com suas alegrias e tristezas, angustias e felicidades, coragem e medos, limites e capacidades, etc. Estar em cuidado com a mente faz com que se conquiste uma prevenção do sofrimento possibilitando, assim, a preservação do equilíbrio emocional que é a base para um bem estar íntegro do ser humano. E diante dessa tentativa de ampliar a valorização do cuidado com a saúde mental, lançou-se o Janeiro Branco, uma campanha que nasceu em 2014 na cidade de Uberlândia, MG, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas e autoridades públicas para questões de ordem psicológica – existencial, incentivando-as a tornarem o início do ano como um ponto de partida privilegiado para pensarem sobre as suas condições psicológicas e investirem em mais saúde mental em suas vidas, ao longo de todo o tempo. Portanto, falar de saúde mental é falar de vida, pois onde há saúde mental há autoconhecimento, há atitudes positivas, há crescimento e desenvolvimento, há integração social e há muita harmonia entre o ser físico e o ser emocional de cada um. Quem cuida da mente, cuida da vida! A
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suas finanças
Estou endividado, e agora? Saiba como liquidar as dívidas e ter planejamento para facilitar organização das contas. POR LUÍS CLAUDIO CALDAS
O endividamento é algo que está muito ligado ao cotidiano dos brasileiros e tem dado dor de cabeça a muitas pessoas. As facilidades de crédito e de pagamento, preços atraentes e consumismo são algumas das situações que levam muitas pessoas ao acúmulo de dívidas, realidade que tem contribuído para índices expressivos de inadimplência no país. “Esse problema afeta a todos, mas quem sofre mais são as pessoas das classes que a gente chama C, D e E, por serem de menor poder aquisitivo. Todos querem ter acesso aos bens, por isso precisam do crédito que é grande fator para o endividamento”, explica o coordenador do curso de Ciências Contábeis do UNIFAE, Luis Carlos Evaristo. Mas, por onde uma pessoa endividada deve começar a se organizar para poder pagar todas as contas em atraso? Luis Carlos Evaristo indica que as melhores formas são: trocar a dívida por uma outra de juros menores, como por exemplo, os empréstimos consignados, pois têm menores juros e, assim, adequando a realidade do orçamento da pessoa ao pagamento. RENEGOCIAÇÃO Outra forma é a negociação direta com o credor. Isso pode trazer soluções e condições satisfatórias. “A pessoa tem uma possibilidade de adequar a parcela que vai pagar dentro do orçamento. Essa seria a fórmula ideal, então o que a gente indica é isso, dentro da renegociação veja a possibilidade do que vai sobrar no orçamento, assim é possível organizar melhor a situação, evitando sempre voltar à inadimplência”, complementa o professor. Já para aqueles que não conseguem se controlar, o cartão de crédito deve ser evitado, pois tem juros altos. Cartões de crédito, carnês e parcelamentos são as causas mais comuns 36
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no endividamento da população, mas o consumismo é outra causa que pode levar as pessoas a dívidas que crescem e se tornam uma bola de neve. A estudante universitária Valéria Pereira Viana Silva, admite que já comprou várias vezes por impulso e sempre que tem um dinheiro no bolso gosta de gastar. “Por exemplo, eu tenho uma conta numa determinada loja, vou, faço uma conta num mês e no outro mês acabo pagando as prestações, volto lá faço mais uma conta e várias prestações , ficam acumuladas, vários boletos para eu pagar e, de fato, fica muito pesado às vezes”, conta. Ela diz que nunca fez dívidas exorbitantes e tenta se controlar diante das tentações do consumo. Pensando no futuro, Valéria abriu uma conta bancária universitária e pretende organizar melhor o dinheiro dela. USANDO A TECNOLOGIA O endividamento causa uma série de malefícios, desde a queda do consumo até o encarecimento de produtos e serviços para a economia. Quem é empresário ou comerciante, além de conviver com a dívida dos clientes, também precisa saber se organizar para não cair no vermelho. “Sempre dou preferência às despesas do meu negócio, depois às minhas contas pessoais. Eu não misturo
um e outro”, afirma o empresário Aliffer Trebesqui Cassiano. Para administrar melhor a vida financeira, o professor de Ciências Contábeis, Evaristo, lembra que a tecnologia pode ser uma aliada “Hoje a gente tem uma série de ferramentas que podem colaborar nesse processo de organização – desde uma planilha em Excel, um controle manual ou mesmos alguns aplicativos que ajudem a ter este controle sobre as finanças”. Fazer um planejamento e ter organização são fundamentais, priorizando os gastos fixos e depois os excedentes. “Marcar quais as suas despesas fixas durante o mês, verificar sua receita e verificar qual é a sua sobra para um outro tipo de consumo. Se você adotar estas medidas, vai ter uma vida mais tranquila, vai colocar a cabeça no travesseiro toda noite com tranquilidade sabendo que não tem nenhuma dívida”. O empresário Aliffer sabe que isso é importante, portanto segue este exemplo de planejamento, tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal. “Eu separo tudo em planilha, tanto as minhas contas, quanto as contas do escritório despachante, quantas parcelas faltam, o que é a vista, quanto eu recebi este mês, quanto sobrou, quanto que eu vou gastar e vou guardar, faço tudo na planilha”. A
Meu nome está sujo? Uma opção para renegociar suas dívidas com empresas locais é procurar a Associação Comercial e Empresarial. Lá, com seu CPF e RG, é possível realizar a consulta de débitos em seu nome, disponíveis na base de dados do SCPC. Porém, além de consultar seus débitos, o consumidor poderá realizar acordos e negociar suas dívidas com empresas da cidade, sem dor de cabeça ou burocracia. Basta procurar a sede da entidade na Rua São João, 237 – Centro, ou se informar pelo telefone (19) 3634-4302
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empreendedorismo
Perfil dos empreendedores POR FRANCO JUNIOR
São cada vez mais comuns os sonhos pessoais que poderiam se tornar grandes negócios e que são deixados de lado devido à dificuldade de apoio e também à falta de oportunidades, em qualquer lugar do país. Mas empreender tem sido o caminho encontrado para que uma ideia possa se tornar realidade, seja lucrativa e, principalmente, faça com que um sonho se torne realidade. Visando trazer desejos “ao mundo real”, Nanci Fátima Bono, da Editora Bono, e Rafael Eduardo Gomes, da Prata Expedições, decidiram criar suas próprias empresas e hoje convivem dia a dia com a realização de seus sonhos. Confira abaixo: Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
Nanci Fátima Bono 67 anos, escritora
Nanci Fátima Bono tem 67 anos e é proprietária da Editora Bono. Atuando na área desde agosto de 2016, a iniciativa de ter seu próprio negócio surgiu pela vontade de publicar os livros escritos por ela mesma: Como surgiu a ideia de abrir uma editora? Eu tinha vários livros escritos desde 2006. Percorri muitas editoras e todas responderam que levaria de 4 a 5 anos para revisar, diagramar, fazer o projeto gráfico, etc. Em 2008, abri a Editora Pedr@Azul e lancei o meu primeiro livro, A Chave do Abismo – Relatos Impressionantes, que está esgotado. Com os incentivos fiscais aos microempreendedores, resolvi abrir uma MEI e ter o meu próprio negócio novamente, só que com mais segurança, experiência e voltada a outros escritores. Qual foi o maior desafio encontrado até o momento? O maior desafio foi encontrar uma gráfica que cobrasse um preço justo por cada unidade. Graças ao meu querido amigo Arrigo Nardini Neto, de Vargem Grande do Sul (SP), consegui superar esse obstáculo e lançar, em 2017, o livro O Samurai – 38
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Uma história de amor e dignidade, que é um grande e maravilhoso sucesso da Editora Bono. Qual foi a maior realização dentro de sua profissão? O carinho dos amigos sanjoanenses no evento do lançamento, assim como os comentários de incentivo nas redes sociais, como no Facebook, WhatsApp, Instagram e e-mails. Como escritora me sinto honrada com a receptividade dos leitores e feliz quando alguém compra o meu livro. Como empresária, acredito estar abrindo portas para novos autores lançarem os seus livros também. O que tem te ajudado a superar a crise econômica do país? Ter capital próprio é fundamental para fugir de empréstimos bancários a juros exorbitantes. Não pagar aluguel é essencial para se ter um pouco de lucro e investir no próprio negócio. E, ainda, fazer lançamentos literários em outras localidades. Como exemplo, eu fui convidada por Ilze Estefanes do Nascimento Costa, de Vargem Grande do Sul, a lançar O Samurai – Uma história de amor e dignidade no Espaço de Integração
Espírita. Evidentemente, cada livro vendido terá uma porcentagem para doação. Um ajudando o outro, todos saem ganhando e vamos superando essa crise econômica. Em sua opinião, o que tem ajudado a Editora Bono a alcançar sucesso no mercado? A propaganda sempre foi e será o ponto forte de qualquer empresa, além de amigos que estão sempre prontos para me ajudar no lançamento de um livro. Procuro fazer parcerias com o Clube do Livro, participar da Feira do Livro, expor o produto em livrarias, bancas de jornais, revistas e em todos os estabelecimentos que possam impulsionar as vendas. As redes sociais sempre devem ser abastecidas com fotos da autora com o leitor, como pode ser visto no meu Facebook. Isso ajuda a criar vínculos para futuros eventos, perpetuar a amizade de forma carinhosa e dar visibilidade a uma determinada obra. Você pensa em ampliar, ainda mais, a Editora Bono? A ampliação da empresa vem com o tempo. É preciso fazer parcerias com os profissionais da área editorial, sempre buscando qualidade com o menor preço e a gráfica manter uma
tarifa acessível para pequenas tiragens. Após o lançamento do livro, vários autores desconhecidos e com bons livros engavetados já estão entrando em contato comigo. Outro fator muito importante é que, em março, foi a primeira vez em que a Editora Bono, genuinamente sanjoanense, e levar para outro município o nome de São João da Boa Vista em seu banner. Você possui outros sonhos? O meu maior sonho é poder fazer parceria com a Prefeitura de São João da Boa Vista, através do Departamento de Cultura e com os empresários em geral, para criar, junto com outros autores e editoras, a Flisãojoão, ou seja, um Festival Literário aqui na cidade dos crepúsculos maravilhosos. A Academia de Letras da nossa cidade tem escritores excelentes, poetas arrebatadores e poetisas extraordinárias, mas pergunte para qualquer pessoa quem são e quais livros escreveram? Pouquíssimas responderão que os conhecem ou que leram suas obras. É só acreditar, trabalhar muito e receber incentivos governamentais, empresariais e particulares para que o sonho se torne realidade. Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
Rafael Eduardo Gomes 38 anos, especialista em turísmo de aventura
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Rafael Eduardo Gomes, de 38 anos, atua no segmento turístico há 15 anos. Após realizar diversos cursos, decidiu investir na sua profissão e ter sua própria agência de turismo de aventura. Com isso, há oito anos surgiu a Prata Expedições.
livre. Fiz também alguns cursos no SENAR, cursos de turismo rural muito bons, e cursos pelo SENAC. Foi quando resolvi investir na profissão, já pensando em abrir uma agência de Turismo de Aventura.
Como surgiu a ideia de montar sua própria agência de turismo? A ideia partiu do curso de técnicas verticais, que fiz em Águas da Prata, em uma agência chamada 100% Aventura, dos meus amigos Carlinhos e Rodrigo. Trabalhei com eles como monitor e acabei me apaixonando pela natureza e esportes ao ar
Qual o principal dificuldade que você enfrenta no dia a dia? Os desafios são vários, mas o maior desafio na área do turismo é mostrar para o poder publico, para empresários e para a própria população o potencial turístico que Águas da Prata e São João da Boa Vista possuem. >
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Qual foi sua maior realização? Acho que foi conquistar minha agência e os roteiros e pacotes disponíveis. E o conseguir espaço nesse mercado que é tão competitivo. O que tem te ajudado a se manter forte no mercado? Creio que é o fato de trabalharmos outras eventos alternativos e grupos, além de pacotes promocionais e divulgação da agência. Mas, além disso, bastante trabalho, persistência no projeto, sempre acreditando que um dia vai dar certo, nunca desistindo dos sonhos, ultrapassando os obstáculos que aparecem na vida e no trabalho. Quais os trabalhos realizados pela Prata Expedições? Hoje a Prata Expedições é a agência pioneira no turismo de aventura e ecoturismo na região. Trabalhamos com atividades e roteiros para todos os grupos, famílias, amigos e viajantes que queiram uma experiência ao ar livre, em meio à natureza. Temos 20 roteiros para oferecer, com pacotes de um até seis dias, com atividades de trekking, travessia, caminhadas ecológicas, escalada, cachoeirismo, canionismo, voo duplo de parapente, tour pelas cachoeiras e fazendas, cicloturismo e escalada em árvores. Estamos atuando no segmento da corrida de montanha, que cresce no Brasil e em todo o mundo. Em novembro de 2017, com a empresa TTRA, em que sou sócio junto com Renan e Thiago, realizamos a primeira corrida de montanha em nossa
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região, que teve um sucesso muito grande com mais de 500 atletas profissionais, amadores e iniciantes. O que você faz fora de seu ambiente de trabalho? Cuido do meu bebe, minha linda filha Helena. Gosto muito de praticar o canionismo, escalada em rocha, curtir a família, ainda mais que agora temos a Helena, de um ano. E também curtir com os amigos, conversar e tomar uma gelada. Qual seu grande sonho, hoje? Meu sonho é que as pessoas entendam que temos que preservar a natureza e ter a consciência dos nossos atos. Acredito que o ecoturismo traga justamente essa conscientização de preservação e de consumo conscientes. Você acredita que já houve melhora da conscientização da população nesse sentido? Com certeza, principalmente por parte das crianças, que estão cada vez mais preocupadas com a sustentabilidade. As novas gerações possuem um foco maior no meio ambiente e nas causas sociais, mais do que a geração anterior, que é muito consumista. O que você destaca como principal atributo para quem deseja trabalhar na área de ecoturismo? Precisa ter coragem de nunca desistir, sempre se organizar e, literalmente, se jogar de cabeça. A
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viagem
Os Encantos da Serra do Rio do Rastro Com muitos cânions e cachoeiras, é um dos cartões-postais de Santa Catarina. POR ANA LÚCIA FINAZZI
Viajar pela Serra de Santa Catarina é um prazer que se renova a cada curva, cada paisagem e recanto encravado em meio à natureza. De clima ameno nos meses quentes e frio rigoroso nos invernais, a serra oferece uma aventura turística para públicos de todas as idades. O caminho que leva ao topo da serra já é, em si, uma atração das mais incríveis, pois com cerca de 12 km de extensão, construído em cima de uma serra repleta de curvas, empresta um espetáculo à paisagem e um arrepio à espinha. É possível ter uma visão incrível de toda a Serra do Rio do Rastro no mirante que fica no topo da serra, a uma altitude de 1.460 metros. Trata-se de um local que possui amplo estacionamento e uma infraestrutura com banheiros, locais com venda de comida e lembrancinhas. O melhor horário para se visitar o mirante da Serra do Rio do Rastro é por volta das 11 horas da manhã até às 15 horas da
tarde, para fugir da serração. Se tiver um dia limpo e lindo de sol, você vai conseguir ter uma visão espetacular que pode chegar até 100 km de distância. A serra do Rio do Rastro faz parte de uma coluna estratigráfica clássica do antigo supercontinente Gondwana no Brasil, a Coluna White, tendo sido classificada como um dos sítios geológicos brasileiros, pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos. PONTOS TURÍSTICOS A cidade de Bom Jardim da Serra é a mais da famosa Serra do Rio do Rastro. Possui cerca de 4.500 habitantes e é uma pequena cidade do estado de Santa Catarina. Ela é chamada de “capital das águas” por ter um grande número de rios que nascem no município, com lindas cachoeiras. Além disso, a cidade é considerada a terceira maior produtora de maçã do estado, se aproveitando do frio da região da serra catarinense. A usina eólica de Bom Jardim da Serra, nas margens da rodovia SC-390,
produz energia destinada à iluminação da Serra do Rio do Rastro. Graças à regularidade e intensidade dos ventos, Bom Jardim da Serra foi selecionado como um dos três municípios catarinenses com potencial de exploração da energia eólica, ao lado de Laguna e Água Doce. Urubici (“pássaro brilhante” no idioma xokleng, tribo que habitava a região) pode não ser uma das cidades mais divulgadas da Serra Catarinense, mas sem dúvida é a mais bonita. Possui várias atrações naturais e por isso é o destino ideal para quem gosta de ecoturismo e turismo de aventura. Também é uma cidade muito fria e costuma registrar neve no inverno. Seus pontos turísticos são de fácil acesso e podem ser visitados em apenas um dia. O Morro da Igreja é um dos mais visitados. Ali situa-se uma unidade de Comando da Aeronáutica e para a visita ao morro é preciso uma autorização expedida pelo ICMBio, com sede na cidade. O procedimento é rápido e não toma muito do tempo do turista.
BELEZAS NATURAIS
Serra do Rio do Rastro, coberta pela mata Atlântica, com uma fauna bem diversa, é um dos mais belos cartões postais de Santa Catarina.
Foto: Ana Lúcia Finazzi
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Do alto do morro, nos dias sem neblina, avista-se a Pedra Furada, interessante formação rochosa. Roteiros turísticos incluem o Morro do Oderdenge, com pista para voo livre; a Cachoeira da Neve, O Morro do Avencal, onde são vistas inscrições ruprestes, cascata e um mirante com altitude de 1175m. Outros recantos de serra, cachoeiras, grutas, formações rochosas somam-se às atrações que a cidade oferece. Os cânions também são um espetáculo a parte. São Joaquim é a capital nacional da maçã. Para os amantes dos vinhos e das maçãs, é possível visitar vinícolas renomadas e packing houses, que classificam e embalam as melhores frutas. Já para os amantes da cultura e da natureza, o município orgulha-se de sua história e belas paisagens. Com sorte é possível ver a neve durante o inverno. O monumento a Manoel Joaquim Pinto e o Museu Histórico Municipal contam um pouco dos ciclos econômicos e a cultura da cidade. É possível visitar o Mirante dos Pinheiros, onde está o maior pinheiro da Serra Catarinense; o Parque Nacional da Maçã e a Exponeve, feira permanente de artesanato e produtos da terra. A
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BELEZAS NATURAIS
Fotos: Ana Lúcia Finazzi
Acima, a Rodovia SC-390. Ela é considerada uma das mais belas estradas do mundo. Localizada na Serra do Rio do Rastro liga os municípios de Lauro Müller e Bom Jardim. Abaixo, a vista de Urubici, no alto do Morro da Igreja.
figura que atua
Francisco Arten “Tudo que me tornei devo ao Grêmio Estudantil”, afirma Arten, que conta à Revista Atua detalhes sobre sua vida e carreira. POR FRANCO JUNIOR
Vereador por seis mandatos consecutivos, advogado, jornalista, escritor, professor universitário e, atualmente, reitor do UNIFAE. Este é o currículo de Francisco de Assis Carvalho Arten, que credita todo crescimento profissional, e também pessoal de sua vida, à participação efetiva, no Grêmio Estudantil do Instituto de Educação Coronel Cristiano Osório de Oliveira – popularmente chamada de Instituto. Foi nesta época, assim como ele relembra, que a vocação política e a vontade de brigar pelo bem comum afloraram. Além disso, foi neste período que as paixões pelo jornalismo e pela escrita surgiram. “O que marca minha vida em tudo que sou é o Grêmio Estudantil, pois me ajudou muito em todas as etapas da minha vida. O Instituto era uma escola ótima, que reunia todas as classes sociais. Nesta convivência aprendi a respeitar diferenças, pois dá para ver as dificuldades do pobre e o quanto ele é deixado de lado. E isso acontece até hoje. Este principio de combater esse tipo de coisa, o qual sigo até hoje, começou ali, quanto eu tinha apenas 13 anos”, recordou Arten. Nascido em Espírito Santo do Pinhal, em uma família de pai ferroviário e mãe dona de casa, Francisco Arten é o penúltimo dos nove filhos do casal. “Minha mãe era uma pessoa total-
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mente sociável. Ela teve nove filhos propositalmente, porque ela sempre quis muitas crianças. Ela criava muita gente, além de nós. Carregou isso por toda a vida e ia cuidando de todo mundo por onde a gente passava. Tanto é que criou os filhos e muitos dos netos, além das pessoas da rua que precisavam de ajuda”, contou. Já o pai, ferroviário, foi quem fez seu destino encontrar-se com São João da Boa Vista. Após passar também por Pontal (SP), Arten veio à cidade para mais uma etapa do trabalho do pai e acabou não saindo mais, elegendo o município
Advogado por formação e jornalista por paixão, Francisco de Assis Carvalho Arten é hoje reitor do UNIFAE, entidade que ele anseia transformar em uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil.
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como seu lar e colocando em prática, desde jovem, seu desejo de se tornar um jornalista - outra formação e paixão do reitor. “Lembro quando terminei o primeiro ano. A primeira coisa que fiz, por conta própria, foi um jornal mural. Tinha acabado de aprender a escrever e contei histórias das pessoas que eu conhecia. Acho que minha ligação com comunicação e jornalismo foi iniciada ali”, descreve. SONHO ADIADO Convicto em querer ser jornalista, Francisco Arten brincava com os amigos Luís Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
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Roberto de Múcio (hoje narrador da Rede Globo) e João Fernando Palomo (atual assessor Jurídico da Prefeitura de São João), com narrações de futebol. Enquanto assistiam aos jogos, eles se dividiam entre reportagens, comentários e narração e faziam a transmissão caseira das partidas utilizando latinhas no lugar dos microfones. “Luís Roberto era sempre o narrador e dava para ver que ia longe por conta do talento. Não é por acaso que está onde está, atualmente. Ele e eu queríamos fazer Jornalismo. Palomo também gostava, mas preferiu fazer Direito. Luís acabou ingressando na faculdade que ele queria e eu não consegui por falta de dinheiro. Cheguei a passar em primeiro lugar no vestibular da PUC Campinas, só que não tive condições de fazer o curso, mas mantive o sonho vivo e acabei fazendo muito tempo depois, quando eu já era, até mesmo, vereador”, comenta. Sem deixar o Jornalismo de lado, Arten ingressou no curso de direito do Unifeob e, ao mesmo tempo, trabalhava como jornalista. Neste período passou pelos jornais Opção e O Município, além da extinta rádio Mirante FM. Mesmo sem ser o que ele queria, o curso de direito fez com que ele vivesse mais uma etapa para sua forma-
ção pessoal e profissional: presidir o Diretório Acadêmico de sua graduação na faculdade. “Minha percepção de política também vem daí, além da política estudantil que vivi durante o Grêmio. Sempre gostei de política, desde pequeno, e deixava isso transparecer em mim”, explica. POLÍTICA Com as passagens pelo Grêmio Estudantil e Diretório Acadêmico, ingressar na vida política era questão de tempo, mas só foi acontecer muitos anos depois. Antes que isso ocorresse, Arten relembra da vocação que tinha para a área, quando criança. “Duas passagens marcantes, de que me lembro, foi de quando eu era pequeno. Em uma oportunidade, meu pai me chamou e disse ‘se você for político, jamais pegue um real de ninguém, porque o dia em que você pegar, isso nunca vai ter fim’. Lembro muito, também, de Jânio Quadros, e de uma vez em que ele veio a São João como candidato a governador. Eu ficava atrás dele e ele percebeu isso. Perguntei a ele o que deveria fazer para ser um bom gestor e, pacientemente, ele olhou pra mim e disse que para ser bom administrador é preciso saber definir prioridades e elencar bem quem irá te ajudar a executar. Outra pessoa que me estimulou para a carreia política foi o Dr. Octávio Bastos. Quando eu fazia direito e era presidente do Diretório Acadêmico, ficava horas falando com ele”, relembra. Depois dos estímulos, veio a oportunidade
POLÍTICA
Após passagem pelo Grêmio Estudantil do Instituto de Educação e pelo Diretório Acadêmico da Unifeob, o interesse político surgiu naturalmente no jovem advogado, que se elegeu vereador. Foto: Arquivo pessoal
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de se candidatar como vereador. E logo na primeira vez foi eleito, ficando no cargo por seis mandatos consecutivos até se licenciar para assumir a reitoria do UNIFAE. Como vereador, Francisco Arten aponta que sua maior qualidade era estar perto da população sanjoanense, seja andando pela cidade ou por meio da Câmara Itinerante (que circula pela cidade), instituída por ele. Uma das grandes contribuições que deixou como edil, assim como ele mesmo detalha, foi a ideia de os hospitais aceitarem acompanhantes quando os pacientes fossem crianças, situação que não ocorria antigamente. “O governo estava elaborando o estatuto do menor e do adolescente. Na mesma época, acabei indo visitar a Santa Casa e vi um absurdo, de que em determinada hora os pais, mesmo com os filhos pequenos, tinham que sair do hospital. Isso para mim era algo da Idade Média, as pessoas passavam no quarto tirando os pais de lá e as crianças ficavam chorando. Surgiu a oportunidade de ir a um Congresso de Municípios e levei a ideia de que a criança tivesse a companhia do responsável, enquanto estivesse internada. Recebi, uns dois anos depois, uma carta do gabinete do então presidente Fernando Collor, informando que minha sugestão havia sido acatada e seria colocada em prática. Isso me deu prestígio, porque muita gente, por vários anos, votou em mim por causa disso”, destaca. UNIFAE Anos após já ter se formado em Direito
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e feito pós-graduação em Comunicação, área pela qual é apaixonado, foi que Francisco Arten conseguiu realizar o sonho de se formar em Jornalismo. E, ao mesmo tempo em que o desejo foi concretizado, acabou criando laços com a instituição em que se tornou, anos depois, reitor: do UNIFAE. Arten iniciou a carreira de professor no antigo colégio Seletivo e foi se preparando para lecionar, também, na universidade. Foi então que surgiu a oportunidade de prestar concurso para professor do UNIFAE, no qual ele foi aprovado, iniciando os trabalhos nesta área. Desde o início da jornada como professor, no Centro Universitário, ele recorda de ter ajudado os reitores que passaram pela instituição. Até que apareceu a possibilidade de ser candidato a reitor. “Tínhamos um grupo de professores preocupados com o rumo que o UNIFAE estava tomando. Ele começou a dar prejuízo ano a ano, de um milhão, um milhão e meio. Toda reserva que havia em caixa foi consumida e víamos que não teria um bom fim. Ai surgiu uma candidatura de oposição. Quando assumi, sabendo da
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desconfiança que tinham em relação a mim, vi que precisaria provar o meu trabalho e ganhar o respeito me empenhando, me dedicando”, narrou. Em seus cinco anos como reitor – com ainda mais três pela frente – Arten coloca a instalação do curso de Medicina como o grande feito de todo o grupo que forma a atual administração do UNIFAE. Isso porque, de quase falida, a graduação fez com que o Centro Universitário se tornasse “a instituição mais sólida no Estado de São Paulo”. “Temos 33 milhões de reais aplicados no mercado financeiro, ninguém tem isso. O desafio de agora é saber gerir isso e progredir ainda mais”, complementa. FUTURO Em seu segundo mandato como reitor, Arten sabe que, ao final dele, terá que deixar a reitoria do UNIFAE. Sua meta é fazer com que o Centro Universitário seja uma grande instituição não só na região ou dentro do Estado de São Paulo, mas sim, em todo Brasil. “Essa obra não está terminada e não sei se concluo nos anos que ainda restam como reitor.
Por isso, de outra maneira, nem se for como conselheiro, vou querer concluir isso. Sei que estou deixando o Unifae infinitamente mais rico, infinitamente mais poderoso e infinitamente mais forte, porém, infinitamente mais complexo. Então, o UNIFAE vai requerer, de quem me suceder, muita dedicação e capacidade”, planeja. Ao deixar a reitoria, Francisco Arten garante que não pensa em voltar à política e revela que quer voltar a escrever. Ele, que já é autor de livros como O Prefeito e o Capeta e Nos Campos de São João, quer agora escrever mais sobre São João da Boa Vista. “Não penso em voltar à política, mas na minha vida as coisas nunca foram planejadas. Se um dia surgir a oportunidade, irei pensar, mas agora não há nada pensado. O que eu gosto de fazer, efetivamente, é escrever. Desde moleque faço isso e é algo que não tenho feito, o que me incomoda muito. Quero, rapidamente, assim que puder, voltar a escrever. A história de São João é muito linda e dá para escrever sobre o mundo falando de São João”, finaliza. A
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culinária
Salada fresca de atum Foto: Paulo Victor Gomes Rodrigues / Vinicius Lecchi Paiva
NGREDIENTES • 70g de atum a óleo ralado • 50g ou 5 folhas de alface verde • 60g de beterraba ralada • 60g de cenoura ralada • 10g de croutons • 30g de manga • 20g de queijo parmesão ralado • 03 tomates cereja MODO DE PREPARO Lavar as folhas de alface em água corrente, submergí-las em água fresca dentro de um recipiente e adicionar sanitizante próprio para verduras, (conforme especificações do rótulo). Deixar em repouso por 10 minutos. Secá-las e dispor as folhas em um prato. Ralar a quantidade de 50
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beterraba e cenoura e colocá-las em cima do alface, fazendo dois círculos com estas. Logo mais, abrir uma lata de atum a óleo, pesar 70 gramas deste, e colocar no centro do prato. Descascar uma manga e cortar em cubos e colocar nas laterais do prato. Cortar 3 tomates cereja ao meio, colocar estes separadamente no prato, a fim de ficar colorido e harmonioso. Logo mais pegar 10 gramas de croutons e 20 gramas de queijo parmesão e colocá-los dispersos em cima do prato. FIQUE DE OLHO O atum tem propriedades interessantes. Ele é fonte de proteínas, ômega 3, ferro, magnésio, potássio, fósforo, selênio, vitaminas B3, vitamina B6 e vitamina B12,
além de ter, em cada 100g, 108 calorias, 0,95 g de gorduras, 23 g de proteínas, e não possuir carboidratos ou fibras. E o atum em lata faz bem? Bom, ele não figura entre as opções mais recomendadas pelos nutricionistas, já que o alumínio presente nos enlatados é tóxico para o organismo. Apesar disso, o peixe de latinha pode ser uma boa opção para quem quer fazer um lanche rápido.
RECEITA INDICADA POR: Valentina´s (19) 3622-2224 facebook.com/valentinasvitaminas
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culinária
Salada de frutas especial Foto: Paulo Victor Gomes Rodrigues / Vinicius Lecchi Paiva
NGREDIENTES • 70g de abacaxi • 70g de banana • 70g de kiwi • 70g de mamão • 70g de morango • 70g de uva • 01 laranja • 10ml de groselha MODO DE PREPARO Lavar todas as frutas. Cortá-las em cubos ou de maneira que facilite o consumo das mesmas. Pegar uma laranja e espremê-la. Juntar todos os ingredientes em um recipiente, dispô-los de forma harmônica, acrescentar o suco de laranja e adicionar groselha. É só servir. 52
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UM POUCO DE HISTÓRIA A origem de saladas de frutas depende muito do que você entende inicialmente por “salada de frutas”. Elas são compostas de combinações diferentes: frutas secas, cristalizadas ou açucaradas, além de vegetais e frutas frescas. Este tipo de salada de frutas é originária dos tempos antigos. Os ingredientes e as receitas que são usados dependia do que estavam disponíveis no país, ou dos ingredientes da estação. Elas também dependem das atitudes sócio-culturais do povo para com os ingredientes, se os frutos foram socialmente considerado saudavéis ou não. A salada de frutas, como nós conhecemos hoje, é uma produção de meados do século XIX. Originalmente,
as saladas de frutas também era misturadas com álcool, de onde origina-se o termo “coquetel de frutas”. A variação não-alcoólica desta receita (e também a salada de frutas gelatinosa) ficou famoso na década de 1920. No período da II Guerra Mundial, saladas de frutas foram introduzidos ao mundo como um suplemento adequado de vitamina C, e foram, de fato, incluído na dieta americana. RECEITA INDICADA POR: Valentina´s (19) 3622-2224 facebook.com/valentinasvitaminas
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ponto de vista
Por fim, a salvo Sim, estava decidido. Escreveria o livro-casa. Ou construiria a casa-livro? POR MARCELO PIRAJÁ SGUASSÁBIA
Do tijolo maciço, também chamado de tijolinho, surgiu a ideia. O dia passava sem pressa nem novidades, quando reparou, numa construção perto de casa, que os tijolos possuíam gravados o nome da olaria que os produziu. Ali estava o que há tempos andava buscando. A obra perene, construída agora para consagração futura. Cada tijolo conteria uma frase, cuja continuidade estaria no tijolo seguinte da fiada. Cada capítulo corresponderia a um cômodo da casa. As janelas e portas, com seus vãos abertos na alvenaria, seriam as divisões em parágrafos, os respiros de leitura ou reviravoltas da trama. Deixaria instruções detalhadas, para quando chegasse a hora, sobre onde começar a escavação e resgatar com segurança o original, numa sequência lógica iniciada pelo prefácio - nos baldrames de alicerce, até chegar ao epílogo - no sótão. A remoção do reboco teria de ser feita com técnica e cuidado de arqueólogo, para que nenhuma palavra se perdesse e comprometesse o sentido da sentença. Sim, estava decidido. Escreveria o livro-casa. Ou construiria a casa-livro? Uma obra meticulosamente pensada, de conteúdo e forma irrepreensíveis e atemporais, já que não permitiria uma edição revista e atualizada. Assim teria de ser, caso contrário nem começaria a empreitada. Concluído o manuscrito em papel, na sua versão perfeita e definitiva, contrataria a produção cerâmica necessária. Teria de escrever sobre argila fresca, o que limitaria a produção a algumas dezenas de tijolos por dia. Trocaria a digitação no computador pelo trabalho artesanal na olaria. O papel esfarelar e apodrecer, o notebook enguiçar, as nuvens de dados explodirem: tudo o que pudesse acontecer não atingiria a obra final e perfeita de sua vida, a salvo para sempre, a menos que houvesse demolição ou terremoto. Começou. Mas em pouco tempo perce54
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beu que o que julgava definitivo há três ou quatro dias, carecia na verdade de alguns reparos estilísticos, substituições de palavras, eliminações de advérbios e outros acertos. Isso implicava na destruição, a golpes de picareta, de metros e mais metros já rebocados e secos. E em pontos diversos da construção, dependendo do trecho que queria alterar. O cronograma da obra, previsto inicialmente para dois anos e meio, acabou se estendendo por dezessete anos e onze meses. Quando, entretanto, chegou ao sótão, percebeu que o livro ainda estava inconclusivo. Por mais que aumentasse o tamanho desse último cômodo, mais o ponto final da trama se distanciava. Até que o sótão acabou por se tornar mais alto que a própria casa, criando um verdadeiro monstrengo arquitetônico. A solução seria erguer um “puxadinho”, que acomodasse os capítulos excedentes e não programados no projeto original. Concluído o “puxadinho”, ele partiu para uma edícula, depois para uma área de lazer com piscina, sauna, churrasqueira e forno para pizza. Um total de 1.348 metros quadrados de área construída, que armazenam em suas paredes um livro de 427 páginas. No momento, a obra aguarda liberação do “habite-se” na Prefeitura Municipal. A Foto: Reprodução Internet
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voluntariado
Paixão por ajudar o próximo Bancária aposentada dedica-se a dar aulas gratuitamente para pessoas carentes, em especial jovens que querem ser aprovados em concursos públicos. POR REINALDO BENEDETTI
O Brasil é um país conhecido por ter uma população que está sempre pronta a estender as mãos àqueles que mais precisam. E São João da Boa Vista tem o privilégio de ter por aqui uma dessas figuras generosas, que se preocupa verdadeiramente com as pessoas ao seu redor, que não fecha os olhos diante do sofrimento alheio. Essa é Glenda Maria Sabbag da Silva, que aos 68 anos demonstra vitalidade e espírito coletivo. Bancária aposentada, dedica-se, desde 2007, a dar aulas gratuitamente para pessoas carentes, em especial jovens que querem ser aprovados em concursos públicos. Assim que um edital é aberto, ela corre até as escolas públicas de São João e anuncia os horários das aulas que oferece às terças, das 16 às 18 horas, e às quartas, das 20 às 22 horas, em sua própria casa. A sua especialidade é a matemática e ela tem preparado jovens, principalmente, para concursos do Banco
do Brasil, Caixa Econômica Federal e Menor Aprendiz da Sabesp. Para se ter uma ideia da importância do seu trabalho, quinze dos seus alunos já conseguiram aprovação no Banco do Brasil e na Caixa, além de dezenas de aprovações para Menor Aprendiz, da Sabesp. Atualmente, Glenda está com uma turma de 20 alunos, os quais estão estudando para concursos da Prefeitura de São João e até para o Tribunal de Justiça do estado de São Paulo. E o mais bonito desta história é que o faz gratuitamente, faz por amor ao ensino e ao próximo. Mas a história de vida desta bancária aposentada revela que não é de hoje que ela possui essas qualidades, age assim desde a juventude. DAS COXINHAS À UNIVERSIDADE Nascida em Cabrália Paulista, na região de Bauru, Glenda é a mais velha de quatro irmãos (três mulheres e um homem). De família humilde, sempre seguiu os conselhos do pai e da mãe, os quais
exigiam dedicação nos estudos. “Meu pai falava que eu era a mais velha e que, por isso, tinha que dar o exemplo para os outros irmãos. Tinha que ser exemplo na escola, etc... Minha mãe era muito exigente”, conta a bancária aposentada. E, assim, foi se destacando nos bancos escolares e, ainda jovem, começou a dar aulas para seus colegas que tinham dificuldades. “Desde o ginasial dou aulas. Quem ensina aprende duas vezes”, aponta. Paralelo aos estudos, juntamente com as irmãs, saía às ruas para vender coxinhas e outros salgados, feitos pela mãe, a fim de complementar a renda da família. “A gente foi jovem, pobre, lutadora e venceu sem vergonha de ir para o mercado. E ter trabalhado com as vendas de coxinhas me ajudou muito na vida, me deu um espírito de negócios”, explica. Dedicada ao aprendizado, ela passou no vestibular e foi estudar ciência e matemática na Unesp de Marília. Como a família não tinha dinheiro para mantê-la naquela cidade, a jovem arrumou um
VOLUNTARIADO
A bancária aposentada, Glenda Maria Sabbag da Silva , de 68 anos, dedica-se a ensinar matemática a jovens de escolas públicas, principalmente focados em concursos públicos.
Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
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Foto: Arquivo pessoal
APOIO E APROVAÇÕES
Além de ministrar aulas gratuitas, Glenda também auxilia seus alunos a viajar aos locais onde são realizadas as provas e concursos. Com essa iniciativa, quinze de seus alunos já foram aprovados em concorridos concursos, como da Caixa e Banco do Brasil.
emprego e conseguiu se manter sozinha. Aliás, conseguia até enviar um pouco de dinheiro para o seu pai. A CHEGADA A SÃO JOÃO Ao terminar a universidade, Glenda foi dar aulas em Presidente Venceslau, onde conheceu o atual marido, Durval da Silva. Casou-se e se mudou para a cidade de Anápolis, onde o marido, funcionário do então Banespa, foi transferido. Passado algum tempo, o banco transferiu Durval para São João da Boa Vista e aí começou a relação dela com a cidade, em 1974. Por sete anos lecionou em escolas locais, como EMEB Antonio Dos Santos Cabral, EE. Teófilo de Andrade, EE. Joaquim José,
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EE. Domingos Teodoro de Oliveira Azevedo, etc. Porém, como era esposa de bancário, suas irmãs e seu irmão tornaram-se bancários, o que convenceu Glenda a também entrar na profissão. Então, começou a estudar para o concurso do Banco do Brasil. Mas, com dois filhos pequenos, os quais estavam de férias, teve dificuldades para se concentrar nos estudos. Foi quando teve a ideia de viajar até a casa de seus pais e pedir para que Antônia
Ferreira Rodrigues, menina de apenas 12 anos, que era criada pela sua mãe, pudesse vir para São João com ela, para brincar com seus filhos, enquanto estudava. “Eu pedi para minha mãe deixar eu trazer a Toninha. Ma ela, que criava a menina porque não tinha pai, falou que até deixava, mas que eu teria que pedir permissão para a mãe da Toninha, que morava na vila. Eu fui, e lembro como se fosse hoje. A mãe dela me disse: ‘pode levar
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sim, mas você cria a minha filha direitinho’”. Ela se lembra disso e diz que achou estranha a maneira dela se expressar. “Eu até perguntei se ela estava sentindo alguma coisa, se ela estava bem e ela me falou que não estava muito bem, não. E me disse que eu ia criar a filha dela”. Assim, Antônia vem para São João para passar janeiro e fevereiro, período das férias escolares. Mas o inesperado acontece: a mãe biológica de Antônia morreu 15 dias depois da sua chegada a São João; e Glenda assume de vez a criação da menina. Passado um ano, a irmã de Antônia, Amélia Ferreira Rodrigues, começa a ligar toda semana pedindo para ir morar junto com a irmã. Nesse período, Glenda já tinha sido aprovada no concurso do Banco do Brasil. “Eu já tinha passado no concurso do banco, então dava para eu sustentar um povo maior, aqui em casa. Aí eu trouxe ela também”, conta. A família da ex-bancária, assim, começou a crescer e chegou a sete pessoas, após Amélia engravidar e ter um menino. Moravam, na casa, Glenda com o esposo, os dois filhos biológicos, as duas filhas adotivas (que estudavam à noite)
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e o filho de Amélia, Guilherme. Sempre incentivando todos a estudarem e serem corretos, Glenda e Durval construíram uma família de pessoas que venceram na vida. Os dois filhos biológicos, Alexandre e Rodrigo, são fisioterapeutas em São Paulo. Alexandre fez pós-graduação na Escola Paulista de Medicina, fez mestrado e, atualmente, faz doutorado. Leciona no Mackenzie, na UNG e na FAM. Já, Rodrigo, tem paixão por hospital, fez pós-graduação na USP, passou em primeiro lugar para trabalhar no Hospital das Clínicas, na capital, e hoje está no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Antônia, uma das filhas adotivas, casou-se com o jogador de futebol sanjoanense, Cássio, e morou no Japão. Anos depois, retornando ao Brasil, passou por Santa Catarina e voltou a São João, onde está hoje morando com a família. Após tornar-se gerente do BB e instrutora da área de seguros do banco, Glenda aposentou-se em 2007. A filha mais velha, Amélia, pediu para que ela desse aulas para um grupo de amigos, para o concurso do Banco do Brasil. “Eu topei dar aula para ela e os ami-
gos. Nossa, naquele dia minha campainha começou a tocar e a casa encheu. Desde então comecei a dar aulas e não parei mais”, revela. Detalhe: a filha, por meio dos ensinamentos da mãe, conseguiu ser aprovada no concurso do Banco do Brasil e trabalha em São João. O filho de Amélia, Guilherme, também se formou em Fisioterapia e, hoje, trabalha em São Paulo. A VOCAÇÃO PARA LECIONAR Glenda não é uma cidadã comum. É uma cidadã de família simples que cresceu na vida e traz, desde a juventude, um espírito coletivo e de ajuda ao próximo.A história da família que criou resume um pouco da generosidade dessa bancária aposentada, que atualmente dedica-se a ensinar matemática a jovens de escolas públicas, principalmente focados em concursos públicos. E apesar de todo o esforço, Glenda, que coleciona belas histórias com jovens humildes que passaram pelas suas mãos, pede ajuda a voluntários que possam ensinar português e matemática financeira. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (19) 99772-6515. A
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TECNOLÓGICO
saúde
Coletor Menstrual: mais do que praticidade, ajuda a romper tabus Médica ginecologista esclarece como ele funciona e salienta que o coletor acaba por promover autoconhecimento feminino. Foto: Reprodução Internet
POR DANIELA PRADO
Atualmente muito se tem falado no coletor menstrual, acessório que substitui sobremaneira os convencionais absorventes higiênicos, internos ou externos, facilitando a rotina das mulheres, principalmente as que têm muitos compromissos. A médica ginecologista, obstetra e sexóloga, Luciana Maria Myczkowski, é também uma usuária e destaca algumas vantagens do coletor menstrual. “O coletor menstrual é um copinho cônico feito de silicone hipoalergênico e flexível, utilizado para coletar o sangue durante o ciclo menstrual, podendo substituir o uso de absorventes”, define Luciana. E enfatiza que a procura por ele tem sido grande. O coletor surgiu em 1937, inventado por uma mulher, a norte-americana Leona W. Chalmers, que disse ter encontrado a resposta para um problema “tão antigo quanto Eva”. Luciana explica que, em seu consultório, tem recebido muitas pacientes que pedem a opinião médica sobre o uso do coletor menstrual. “Eu acredito que esse aumento de procura seja, primeiro, por curiosidade mesmo, por ser uma novidade, algo bastante falado na mídia; e também porque ele apresenta vantagens reais”, conta. VANTAGENS Uma dessas vantagens é que, ao coletar maior quantidade de sangue menstrual, a mulher diminui o número de absorventes trocados ao dia – pois o coletor é reutilizável e basta fazer a higienização correta, sendo possível permanecer 12 horas com ele no corpo, caso a mulher esteja bem adaptada ao uso. “Isso dá bastante liberdade para pra62
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ticar esportes, ter uma vida social, para dançar e trabalhar. O coletor menstrual não se altera com o movimento e, se estiver colocado direitinho, a mulher não vai nem sentir que está menstruada, que está com algum tipo de absorvente interno”, acentua Luciana. O custo com absorventes também cai pois, mesmo que o investimento inicial em um coletor menstrual pareça mais alto, a ginecologista pondera que ele se paga em, mais ou menos, cinco ciclos. “Se a gente espera que uma mulher, ao longo da vida, vá usar, em média, uns dez mil absorventes [uma mulher possui mais de 500 ciclos menstruais durante a vida], o coletor vaginal pode durar até dez anos, dependendo do Ph da vagina, do tipo de higienização que é feita. Então, acaba saindo economicamente viável e melhor
para a maioria das pessoas”, analisa. AUTOCONHECIMENTO Outra vantagem que Luciana destaca, como ginecologista, é que o uso do coletor menstrual aumenta a intimidade da mulher com o seu próprio corpo, ao promover na usuária um autoconhecimento, seja no âmbito pessoal, para sua intimidade, ou mesmo para prevenção de doenças. “Acaba por ajudar na quebra de tabus e aumento da autoestima. Culturalmente, algumas mulheres, por questão pessoal, familiar ou religiosa, valorizam bastante o hímen. Logo, para essas, seria melhor optar pelo absorvente externo mesmo, pois colocar o coletor menstrual em mulheres que ainda não iniciaram a atividade sexual pode fazer com que o hímen se rompa”,
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alerta Luciana. E salienta que o acessório é recomendado para qualquer perfil de mulher, desde as de comportamento mais acomodado até as superesportistas, as que não dispensam uma balada ou trabalham muito, de adolescentes a mulheres mais maduras. “Para algumas mulheres é desafiador ter contato com o próprio sangue, que considera algo sujo ou nojento, mas isso é bastante cultural, o sangue não é contaminado. Na troca do coletor, o toque com o sangue vaginal é rápido e logo você vai se higienizar, não tem problema algum”, descreve a ginecologista. Com cerca de dois a três meses de uso do coletor, isso se torna um hábito e passa a ser corriqueiro desprezar o sangue no vaso sanitário, passar uma água com sabão para higienizá-lo e recolocá-lo corretamente. “O desafio não é só o contato com o sangue genital, mas o contato mais íntimo com o seu próprio corpo, o descobrimento da sua própria anatomia, o que é muito bom para a pessoa. Se a mulher se adapta bem ao coletor, provavelmente vai escolher usá-lo”, finaliza Luciana. A
Potencial “revolucionário” Em muitos países em desenvolvimento, onde o acesso a absorventes é caro e difícil, a menstruação impede garotas de irem à escola ou participarem de atividades sociais. Diversos projetos recentes, em países do continente africano, demonstraram que o uso de coletores menstruais por meninas em idade escolar teve um grande impacto tanto em sua educação como em sua vida pessoal. Para muitas delas, no entanto, o preço inicial do método o torna inacessível, a não ser que ele seja fornecido por organizações de caridade. Além disso, dificuldades de acesso à água limpa e problemas para manter a higiene do coletor podem facilitar a ocorrência de infecções.
Foto: Lauro Borges
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saúde
Suas pálpebras tremem à toa de vez em quando? Entenda por que A tremedeira involuntária raramente é maligna, mas quase sempre indica a necessidade de diminuir um pouco o ritmo da vida. POR FRANCO JUNIOR
constante na prática clínica”, explica.
Há muitas situações irritantes no dia a dia. Uma delas é quando sua pálpebra insiste em tremer e, neste caso, não há nada que você possa fazer, a não ser esperar passar. O nome médico deste tremor nas pálpebras é mioclonia ou mioquimia palpebral. Se isso acontece com você, com frequência, é preciso prestar atenção, pois na maioria dos casos está ligado a quadros de estresse. Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o tremor nas pálpebras é uma condição, geralmente, benigna. “Na maioria dos pacientes, a mioclonia palpebral é um sinal de cansaço crônico, de ansiedade, de consumo excessivo de cafeína ou de álcool ou ainda de deficiência de magnésio. Trata-se de uma queixa
QUAL A RELAÇÃO DO ESTRESSE COM O OLHO? Dra. Tatiana explica que quando estamos estressados, liberamos hormônios, como o cortisol, que vão para o sistema nervoso autônomo (responsável por controlar funções como respiração e digestão). “Lá, eles geram estímulos para as pálpebras e isso faz com que elas tenham contrações involuntárias e repetitivas das fibras do músculo orbicular palpebral”. Mas, não é só o estresse que pode fazer suas pálpebras tremerem. O consumo além da conta de café e álcool também têm relação com a mioclonia. Outra causa comum é a deficiência de magnésio, mineral ligado à transmissão de impulsos nervosos e às contrações musculares. O cansaço visual pode leFoto: Camaralenta / Thinkstock
var ao tremor. Horas em frente ao computador, falta de óculos ou lentes com graus inadequados também são causas da mioclonia, assim como o olho seco. GERENCIAMENTO DO ESTRESSE Não há nenhum tratamento para o tremor nas pálpebras. “O que é recomendado ao paciente é gerenciar o estresse, diminuir a ingestão de cafeína e álcool e trabalhar nos outros fatores de risco passíveis de prevenção, como reduzir a quantidade de horas em frente ao computador, consumir alimentos ricos em magnésio e assim por diante”, comenta a médica. OUTROS SINTOMAS DEVEM SER INVESTIGADOS A mioclonia pode durar alguns minutos e persistir durante semanas, principalmente quando ligada ao estresse.“Não há com o que se preocupar se não existirem outros sintomas relacionados. Entretanto, se o tremor persistir e outras manifestações surgirem, como contrações musculares nos braços e nas pernas, alteração da força, cansaço crônico, perda de peso, alterações visuais, no paladar, olfato, entre outros, é preciso procurar investigar”, finaliza Dra. Tatiana. A
SINTOMAS
Estresse, uso errado de lentes de correção, tempo demais na frente do computador e consumo excessivo de cafeína são os fatores que mais comumente levam aos tremores nas pálpebras.
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curioso
O número Pi intriga matemáticos até hoje Valor da razão entre o perímetro e o diâmetro de um círculo (3,14) é utilizado desde antiguidade. Conheça sua história. POR AFONSO RIBEIRO
A razão entre o comprimento e o diâmetro de uma circunferência é a mesma para qualquer círculo e, esse número, de valor um pouco maior que três, é conhecido como p (Pi). Além de ser constante (3,14), o pi é uma dizima periódica, ou seja, o número tem uma série infinita de algarismos decimais. O dia do p é comemorado em 14 de março, devido à semelhança entre a data (3/14 - em que, em inglês, o mês antecede o dia), e o valor da razão. Os primeiros indícios da existência são de aproximadamente 1900 a.C., mas o grego Archimedes (287 – 212 a.C.) é considerado o primeiro a calcular o valor de Pi com precisão. “Muitos processos de cálculos de comprimentos, áreas e volumes já eram conhecidos há séculos; eles vinham na forma de instruções de procedimentos e não como fórmulas, como, por exemplo, C = 2pr, A = pr2, V = 3/4pr3. Essas e outras fórmulas consequentes apareceram apenas a partir do Renascimento. Até aí a constante p não era o foco. Usavam-se valores aproximados como 3 e 3,14. O trabalho de Archimedes, para obter valores mais exatos de p, pode ser destacado como sendo um dos primeiros em que a preocupação era com o número p, em si. Com o tempo, este número rendeu inúmeros estudos matemáticos. Provou-se que ele é um número irracional; isto é, não existem números inteiros a e b, tais que = p. A expansão decimal de p não apresenta padrões elementares; é como se suas casas decimais tivessem vindo de uma caixa de surpresas”, afirma o professor Glenn Albert Jacques Van Amson, autor de matemática do Sistema Anglo de Ensino. A letra grega p, que vem da palavra 68
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perímetro, passou a ser usada para designar o número em 1707, pelo matemático galês William Jones. “As teorias elaboradas sobre o Pi geram muita ‘matéria prima’ para as mais diversas áreas na Matemática e Computação. Pode-se criar processos de criptografia para codificar mensagens, por exemplo”, diz Glenn. BUSCA INFINITA Por se tratar de um número irracional, o Pi apresenta uma série infinita de algarismos decimais e a tentativa de calcular o valor exato sempre fascinou os matemáticos. O cálculo mais preciso do Pi, antes da invenção do computador, foi feito por D.F. Ferguson que, em 1945, chegou a 620 dígitos. Desde então, o mundo da computação tenta resolver um problema insolúvel e aparentemente simples:dividir o comprimento da circunferência pelo seu diâmetro. Com a ajuda de compu-
tadores, em 1994, Fergunson conseguiu atingir 710 dígitos. Em 1999, o japonês Takahashi Kanada chegou a casa dos trilhões, com 206.158.430.000 dígitos, auxiliado por um computador. Em 2002, matemáticos da Universidade de Tóquio conseguiram registrar 1.241.100.000.000 dígitos (Um quatrilhão). Em 3 de outubro de 2006, Akira Haraguchi quebrou esse recorde, recitou’ o Pi, de cabeça, com 111.700 casas decimais. Em 2011, os engenheiros Alexander Yee, norte-americano, e Shigeru Kondo, japonês, calcularam os dez primeiros trilhões de decimais do pi. O computador deles levou quase um ano para completar as operações. Se eles decidissem escrever a sequência dos 12.1 bilhões de decimais encontrado com fonte Times New Roman de tamanho 12, o papel necessário para todos os números daria 60 voltas em torno da Terra. A Foto: Holger Motzkau
ENIGMÁTICO NÚMERO
Na foto, mosaico na frente do edifício de matemática na Technische Universität, em Berlim.
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prosa, rango & birita POR LAURO BORGES
Uma casa é nova, a outra, tradicional. Em comum, a boa comida originária de países que nada tem a ver com o passaporte dos donos.
Gringo Sushi & Bar Um venezuelano do Caribe —Ilha Margarita—, descendente de libaneses, fazendo comida japa no Brasil. Em São João da Boa Vista. No Mantiqueira. Trinta anos, Tarek El Ladin Hazime, filho de mãe brasileira, é o Gringo. Ele é mais um, entre milhares de seus compatriotas, que deixou a Venezuela para buscar oportunidades que lhe foram tiradas pelo desastre do Chavismo. Com uma referência de amizade nesta província crepuscular, Gringo desembarcou em janeiro de 2015 no aeroporto de Guarulhos. Tinha R$ 2,00 —isso mesmo, dois reais— no bolso e gana para dar uma virada na vida. O ônibus para São João foi pago com a venda de três camisetas que ele tirou da mala. Antes de arranjar um bico no Bento’s e um cômodo para morar, ele dormiu dois dias na praça Joaquim José. Ajudante de cozinha, garçom, mototaxista e segurança. Gringo se virou como pôde. Ralou, conseguiu relativa estabilidade, trouxe a mulher Emily e conta como fixou seu objetivo de vencer longe da terra natal: “Quero trabalhar 100 horas por semana, por 10 anos, no meu próprio sonho, ao invés de trabalhar 40 horas por semana, por 80 anos, no sonho de outrem”. Da paixão pela comida japonesa e dessa vontade de empreender, nasceu o Gringo Sushi & Bar, uma casa de essência nipônica, mas condimentada por temperos caribenhos. Uma coisa com uma pegada Tóquio-Jamaica. Um venezuelano do Caribe —Ilha Margarita—, descendente de libaneses, fazendo comida japa no Brasil. Repito o trecho do primeiro parágrafo para finalizar dizendo que de um cara assim tão fusion só poderia sair uma cozinha fusion. Respeitável cozinha fusion. Fotos: Arquivo pessoal
Rotisseria Tabarin Uma empresa familiar forjada por uma mulher —Rosineire Tabarin— que começou vendendo salgados de porta em porta. Hoje, da via mais movimentada da Vila Brasil, a rua Santa Maria, sai uma das melhores esfirras abertas da cidade. Sou fã há muito dos disquinhos da Rotisseria Tabarin. Massa fina, leve, borda tostadinha e recheio farto, condimentado na medida. Entre doces e salgados, são 29 os sabores. Não sou de viajar muito na variedade. Pago convicto e satisfeito a pechincha de R$ 1,50 nas tradicionais carne e queijo. Não à toa, eles vendem 24 mil esfirras por mês. Assadas na pedra, diga-se. O delivery, rápido, não estressa os esfomeados: 3623-2075. A 70
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literatura
O homem que preferia não fazer “O Escrivão” ou “Bartleby, o Escriturário” é uma novela do escritor Herman Melville POR DIEGO FRACARI
Sem dúvida, a obra mais famosa de Herman Melville, escritor nova-iorquino do século XIX que figura entre os autores da chamada Renascença Americana, trata-se de Moby Dick. O bojudo volume cuja narrativa leva o leitor a singrar os mares da baleia homônima, uma descomunal cachalote branca, repercutiu tanto ao longo dos anos — muito embora tenha sido um fracasso à época de sua publicação — que chegou a virar desenho animado da Hanna-Barbera e deu título a uma faixa do segundo disco da banda de rock Led Zepellin. Para os que se lembram, Moby Dick foi até nome de supermercado em nossa cidade. Mas, não obstante seu caráter popular, não é este o texto de Melville que será aqui abordado, pois... prefiro não o fazer. “Preferiria não fazer”, ou “I would prefer not to” e variações, constitui o bordão (tentação e desafio aos tradutores) de Bartleby, o escrivão, novela do escritor que saiu em livro no ano de 1856. Escrivão, escrevente, escriturário, amanuense. Uma personagem que protocola a sua influência junto às literaturas ocidentais não periféricas: Bartleby vai ecoar pelos labirintos burocráticos de Kafka e antecipar a desolação dos clowns de Beckett. A história é narrada em primeira pessoa por um advogado de Wall Street, o qual, ao assumir o cargo de Oficial do Registro Público, passou a necessitar de ajuda extra para o desempenho de sua atividade, anunciando assim uma vaga em seu escritório. Surge então Bartleby, que, no começo, exerce a sua função de copista com avidez extrema. Três dias após sua contratação, no entanto, recusa-se, de modo educado, a executar a simples tarefa de conferir um documento. Achava melhor não. Bartleby, ao contrário do que se pode esperar, não é demitido, em virtude
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das razões de seu chefe, ou em razão de suas virtudes, como ele mesmo apontaria: paciência e autocontrole face a uma ofensa. E a situação vai-se prolongando. Proferindo sua máxima aniquiladora, recusa-se cada vez mais, até ensimesmar-se de vez no hábito de estacar à janela e permanecer indefinidamente observando a vista cega de uma escura parede de tijolos da Rua da Parede, metáfora do impasse que constitui Bartleby: havia desistido em definitivo de realizar qualquer coisa que lhe fosse requerida naquele contexto. Na verdade, o narrador parece estabelecer com Bartleby uma relação de contraponto, talvez por vislumbrar, no fundo, as questões para as quais a atitude (ou a não atitude) de Bartleby aponta. O funcionário tinha a ver com ele “não mais do que com qualquer outra pessoa”. Bartleby é inconcebível, pois permeia o business como um fantasma; configura-se uma fissura na grande engrenagem dos meios de produção e nos faz refletir sobre o estado das coisas do mundo, incitando perguntas fundamentais referentes aos cursos da humanidade. O imbróglio tão cômico quanto trágico segue com o advogado tomando a proverbial medida de incomodado, mudar-se para um novo escritório. Bartleby, que já se encontrava morando no edifício de Wall Street, não abandona o posto mesmo com a chegada de novos locatários. Que fim se reserva ao nosso “lamentavelmente respeitável, extremamente desamparado” Bartleby? A novela de Mellvile, elaborada com primor, há um bom tempo vem se apresentando pertinente à atualidade: ótima leitura para um mundo onde se nada entre tubarões. A Recomenda-se a tradução, brevemente citada no artigo, de Irene Hirsch.
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a gente quer diversão e arte... em CDs, DVDs e Blue Ray
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Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
Fernando Furlanetto: a celebração da escultura POR ANTONIO CARLOS RODRIGUES LORETTE
São João da Boa Vista possui um dos mais belos cemitérios brasileiros. Entre alamedas arborizadas, estão reunidas obras-primas do maior escultor sanjoanense, Fernando Furlanetto. É uma galeria de arte a céu aberto, um patrimônio cultural que representa boa parte da memória de um povo. E a história tratou de ordenar o destino num fato acidental. 76
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O jovem italiano Antonio Furlanetto trabalhava numa marmoraria paulistana. Ao se casar, pretendeu montar seu próprio negócio e foi aconselhado a mudar-se com a família para Poços de Caldas, estância hidromineral em plena construção. Juntou ferramentas, algumas placas de mármore, associou-se a seu irmão Fernando e partiu de trem em direção à Mogiana. Ao percorrer o Ramal Caldas, o eixo do trem se quebrou
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JAZIGO DE ANGELINA E DINA BENVINDA
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Este é o conjunto escultórico que Fernando Furlanetto mais prezava. O jazigo representa o drama da mãe que perde uma menina, numa operação fracassada de apendicite. Diz a história, que pouco tempo após a morte da criança, ela teria vindo buscar a alma da mãe, que faleceu logo depois. REVISTA ATUA | ABRIL 2018
próximo à ponte da futura Sociedade Esportiva Sanjoanense (SES). O conserto demoraria horas. Na espera, decidiram conhecer a pequena cidade. Caminharam sobre os trilhos, atravessaram o saguão da estação e subiram a Rua São João. Entraram na Igreja Matriz, reconstruída em 1890, ornada com simples altares e imagens de madeira. Seguiram em direção à avenida, entraram no velho cemitério da Praça Joaquim José. Estava abandonado, aguardando seu desmonte. Viram poucos túmulos de pedra encomendados em Campinas e São Paulo. São João enriquecia vertiginosamente, conforme o número de seus pés de café. Incrível, nenhuma marmoraria concorrente! Resolveram ficar, instalando a Marmoraria Sanjoanense, em 1896, no começo da Avenida Dona Gertrudes (atual Relojoaria Dattoli). Para ajudar nos complexos relevos ornamentais, Antonio se associou ao escultor italiano Giuseppe Zarri, parceria que durou de 1896 a 1901. Porém, a estatuária de arremate dos túmulos continuava importada da Itália, do Atelier Ranieri, de Pietrasanta. Fernando Furlanetto nasceu em 5 de março de 1897, no chalé construído pela família numa chácara que mais tarde pertenceu à família Loyola. Era o primogênito de Maria Prisca Lanfranchi e Antonio Furlanetto.
O INÍCIO O talento despontara já na infância, em desenhos caprichosos realizados na sala de aula do Grupo Escolar Joaquim José e na astuta observação dos anjinhos de mármore, engradados em pino europeu. O jovem queria ser escultor. Em 1911, com apenas 14 anos, Fernando partiu para a Itália, para estudar no Instituto de Belas Artes de Pietrasanta. Foi junto com seu irmão Jacomo, o qual se especializou em ornamentação. Durante oito anos, Fernando aprendeu a arte de esculpir com os mais famosos professores da época. E o “menino americano” suplantou, em técnica e arte, os próprios italianos natos, conquistando o prêmio máximo do Instituto, a medalha de prata. Mas a guerra explodiu na Europa, interrompendo a carreira acadêmica de Furlanetto. Com medo do alistamento obrigatório de seus filhos, Antonio providenciou rapidamente seu retorno. Fernando e Jacomo foram recebidos na estação com “vivas” e banda de música. Fernando fixou atelier em sua cidade natal, no meio da Avenida Dona Gertrudes (atual Lojas Americanas), recebendo encomendas de toda região e pasmando a imprensa local por sua simplicidade e modéstia. Considerava como sua obra-prima o monumento funerário de Dina e Angelina Bueno, “A filha chamando a mãe”, subindo os
degraus do céu. Surgiram outras obras impressionantes, como a “Caridade”, para o jazigo da família do Cel. Joaquim Cândido de Oliveira; a “Pietá”, para o túmulo de José Pedro de Oliveira; e a monumental capela do Cel. Christiano Osório de Oliveira. PRODUÇÃO SACRA E ARQUITETURA Fernando não se dedicou somente à arte funerária. Apesar da raridade de monumentos cívicos nas praças de São João e de cidades da região, elaborou o expressivo retrato do venerando Padre Josué Silveira de Mattos. Sua produção sacra ficou praticamente restrita ao interior da Igreja Catedral, como a renovação dos altares laterais e um caprichoso portão para a Capela do Santíssimo. Podemos citar, também, os altares do Asilo de São João da Boa Vista e da capela da Santa Casa de São José do Rio Pardo. Fazendo parte do currículo de Pietrasanta, Furlanetto aventurou-se na arquitetura, deixando monumentos de cuidadosa composição fachadista e plantas bem articuladas, como o sobrado da Família Maringolo (Avenida Dona Gertrudes), o sobrado da Casa Blasi (Rua Getúlio Vargas), a simbólica Casa Águia de Ouro (Avenida, atualmente interditada), o Cine Teatro São João e a ampliação do Sobrado Westin
TRAJETÓRIA
Furlanetto realizou seus estudos de escultura, arquitetura, desenho e anatomia na cidade de Pietrasanta, na Itália. Lá recebeu Medalha de Prata em um concurso realizado pela Academia das Belas Artes Italiana. Com o advento da I Guerra Mundial, deixou a Itália e se estabeleceu definitivamente em São João da Boa Vista, onde faleceu aos 78 anos. Ao lado, documento original de identificação emitido pelo governo de Pietrasanta.
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Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux
OBRA PRIMA - PIETÁ
Jazigo da família de José Pedro de Oliveira, filho de Christiano Osório, falecido em 1935. Outra obra-prima de Fernando Furlanetto, numa fase mais expressionista. A fundição do bronze, diretamente da modelagem em gesso, permitiu toda essa carga expressiva, difícil de se conseguir na pedra. Outros truques foram utilizados, como as leves desproporções para correção de perspectiva. O efeito é belíssimo, tendo a escultura sido reproduzida diversas vezes.
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Fotos: Leonardo Beraldo / Cromalux
ALFREDINHO
No jazigo da família Oscar Pirajá, quem rouba a cena é o impressionante retrato de Alfredinho, que veio a falecer com nove meses, em 1923, após ingerir leite em pó estragado. Os detalhes da escultura são impressionantes e foram esculpidos com base em uma foto da criança – uma obra-prima da primeira fase de Fernando Furlanetto. No cemitério, em torno dessa imagem, criou-se uma lenda. As mães que desejavam que seus filhos largassem as chupetas, as deixavam aos seus pés.
(Praça Armando Salles). Nas residências, a planta foi destaque na época: o acesso a todos os cômodos sem o uso de corredores. Nas fachadas, Furlanetto colocou seu conhecimento acadêmico para compor um repertório de ornamentos moldados em argamassa. No plano urbanístico, o Cemitério São João Batista foi total responsabilidade dos Furlanetto, já que se tornara o depositário das mais representativas esculturas de Fernando. Ele reordenou caminhos, reforçou com meios-fios e macadames, criou alamedas de murtas como túneis do tempo. Seu grande sonho era ter mais tempo para se dedicar à “Arte Pura”, não subordinada a injunções financeiras de uma arte meramente “fúnebre”. As estatuetas de salão, que tanto lhe agradava compor, pouco se concretizavam. Algumas delas ainda enfeitam salas de visita. Das mais famosas, “Bailarina” é a própria música, na delicadeza dos gestos, entrelaçando-se ao vestido esvoaçante. O nu intitulado “Volúpia”, êxtase feminino no divã, foi de grande ousadia para a São João dos anos 30. “Para mim, o mármore é um fascínio. Eu não sei fazer outra coisa. A escultura tem sido a minha vida, e agora que os meus olhos já não me ajudam, sinto apenas tristeza”, disse em sua última entrevista, aos 78 anos de idade. O destino interiorano não lhe permitiu circular em grandes centros, resumindo sua carreira num virtuosismo de furtivas invenções. Festejou a vida, foi estudante exemplar, entusiasta da arte em todos os campos e da música de seu violino. Apaixonado pela escultura, pela primeira esposa Lélia Ranieri, pela segunda Mercedes Beozzo, pelos filhos Antonio, Maria Lina e Ana Lúcia, pelos fiéis amigos que conquistou através do futebol, das caçadas ou simplesmente pelo jeito de ser. Não enriqueceu financeiramente, somente a sua cidade natal. Fernando Furlanetto faleceu em 20 de abril de 1975. A 80
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Convidamos você a percorrer as alamedas do cemitério, conhecendo seus monumentos e história O Cemitério Antigo de São João da Boa Vista conta com um rico patrimônio, mas pouco reconhecido pela população sanjoanense. São mais de 300 túmulos, jazigos e capelas, de valor histórico, artístico e arquitetônico, além de seu contexto ambiental, com boa parte do muro original e ruas arborizadas. É um museu a céu aberto, com o melhor acervo de obras do escultor sanjoanense Fernando Furlanetto, além de vários outros artistas locais de renome. Confira as principais obras no guia abaixo:
ANJO COM TOCHA
Principais túmulos e mausoléus:
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O imponente anjo, em um dos túmulos mais antigos do cemitério, de 1895, onde está sepultado Francisco Osório de Oliveira, foi um dos poucos jazigos verticais que resistiu aos constantes relâmpagos, e acabou encontrando seu trágico destino na mão de vândalos.
01 Menino das Chupetas (Quadra 01 - Rua 2 - Nº.2)
20 Maria Umbelina Oliveira (Quadra 01 - Rua 5 - Nº.14)
02 Muro Secular (Rua da Saudade)
21 Menino Oliveiros (Quadra 04 - Rua 5 - Nº.64)
03 Santa Terezinha (Quadra 07 - Rua 2 - Nº.2)
22 Heróis Constitucionalistas (Quadra 07)
04 Capela Christiano Osório (Quadra 11 - Rua 2 - Nº.1)
23 Madalena (Quadra 13 - Rua 2 - Nº.5)
05 Gabriel Ferreira (Quadra 15 - Rua 2 -Nº.5)
24 Manoel dos Santos Malheiros (Quadra 12)
06 Manoel Caetano Menezes (Quadra 01 - Rua 2 - Nº.1)
25 Carolina Malheiros (Quadra 12)
07 Espaço dedicado ao futuro monumento à Furlanetto (Quadra 03)
26 Jacomo Furlanetto (Quadra 08)
08 Chiquinho (Quadra 04)
27 Joaquim Cândido de Oliveira (Quadra 05 - Rua 2 - Nº.5)
09 Capela do Cel. José Procópio (Quadra 01 - Rua 5 - Nº.1)
28 Dina Benvinda e Angelina Bueno (Quadra 01 - Rua 5 - Nº.5)
10 Pietá (Quadra 03 - Rua 6 - Nº.15)
29 Cap. Antonio Pinto Fontão (Quadra 09 - Rua 7 - Nº.4)
11 Professora dedicada (Quadra 08 - Rua 6 - Nº.6)
30 Gabriel José Ferreira (Quadra 15 - Rua 2 - Nº.24)
12 Quadra Cabral (Quadra 04 - Rua 5 - Nº.65) 13 Cristo ressuscitando Lázaro (Quadra 08)
31 Henrique Rehder (Quadra 15 - Rua 2 - Nº.23)
14 Gabriel Pio Loyola (Quadra 01 - Rua 5 - Nº.11)
33 Família Vaz de Lima (Quadra 13 - Rua 2 - Nº.12)
15 Capela Central (Quadra 07)
34 Gabriel Garcia Costa (Quadra 15 - Rua 2 - Nº.5)
16 Família Christiano Osório (Quadra 07)
35 Frederico Bassi (Quadra 09 - Rua 2 - Nº.8)
17 Joaquim José de Oliveira (Quadra 15 - Rua 2 - Nº.2)
36 Jesus Bate à Porta (Quadro 07 - Rua 7 - Nº.10)
18 Bom Pastor (Quadra 19 - Rua 2 - Nº.1)
37 São Vitor (Quadra 08)
19 Fernando dos Santos Mattos (Quadra 03 - Rua 5 - Nº.9)
38 Veteranos da FEB (Quadra 11 - Rua 7)
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32 Domingos Theodoro Azevedo (Quadra 13 - Rua 2 - Nº.10)
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