Revista Atua - Agosto 2016

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sumário da edição

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A Revista Atua, ano 9, número 35 (agosto de 2016), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial - Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Diretora Ana Claúdia Carvalho | anaclaudia@acesaojoao.com.br Gerente Executivo Anselmo Moreira | gerencia@acesaojoao.com.br Jornalista responsável Misael Mainetti - MTb. 73.171- SP misaeljornalista@gmail.com

Foto: Marcelo Horn/ GERJ

EMPREENDEDORISMO

Revisão Ana Lúcia Finazzi | analuciafinazzi@uol.com.br

072 A arte de fazer cerveja A cerveja é uma paixão mundial. E para agradar um público tão variado e com gostos diferentes, ela vem em formas, sabores, cores e aromas diversos. Nós vamos levar você para conhecer os tipos mais comuns de cerveja, pessoas que desenvolvem a bebida de forma artesanal e que têm ganhado dinheiro com isso.

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Um ensino para a vida

SEÇÕES

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Venda de espaços publicitários Patrícia Maria Rehder Coelho | contato@revistaatua.com.br Publicidades Alexandre Pelegrino | alexandre@acesaojoao.com.br

Capa Modelo - Márcia Vanzela Roupas e acessórios - Realce Boutique - (19) 3633-4656 Fotos - Gabriel Daibert - Two Moon Produção Criativa Cabelo e maquiagem - JM Cabelereiros - (19) 3633-8347 Impressão Grafilar - (14) 3812-5700

São João, capital do Mangalarga

São João da Boa Vista foi escolhida para ser palco do maior evento da raça no Brasil: a Exposição Nacional do Mangalarga. São esperados criadores de diversos estados brasileiros, de norte a sul, no Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo. Durante estes dez dias, os criadores e todos os presentes terão a oportunidade não só de conferirem a Exposição, mas, também, percorrerem o turismo local.

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Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br

Fotos publicitárias Two Moon Produção Criativa - www.twomoon.com.br

Conheça a trajetória das educadoras Selma Bertoli e Maria Cecília Martins de Almeida Perez, que fundaram, em 1986, o Colégio Experimental Integrado, com o objetivo de incorporar princípios pedagógicos inovadores que pudessem preparar as crianças e jovens para serem atuantes na sociedade.

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Jornalistas Bruna Mazarin Franco Junior Gabriela Uliana Wesley Colpani Pedrinho Souza

moda & beleza saúde & psicologia

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educação nossa cidade

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perfil & empreendedorismo cultura & eventos

Erramos Em nossa última edição, algumas das fotos utilizadas para ilustrar as matérias acabaram saindo sem os devidos créditos. Lamentamos profundamente essa falha.


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moda & beleza

Jeans: a melhor escolha para a estação Queridinho e mais democrático tecido já inventado, é a melhor aposta para a temporada outono-inverno. POR WESLEY COLPANI

Se existe um vestuário que não sai de moda, é o jeans! É uma unanimidade entre todos os estilistas e especialistas de moda. Seja em qualquer estação, outono, inverno, primavera, verão, ele domina a escolha de todas as tribos ou gêneros. Em sua definição, jeans são artigos de confecção têxtil que usam, como matéria-prima, tecidos denim. Fabricado pela primeira vez no século XVIII, em Nimes, na França, o tecido, por ser um pano robusto e durável, passou a ser usado em roupas para trabalhos mais árduos como agricultores e marinheiros. Mas a história do denim começou a mudar no século XIX, nos Estados Unidos. Na Califórnia, em plena ‘corrida do ouro’, aproximadamente no ano de 1853, o jovem empresário, Levi Strauss, que vendia lona para as carroças dos mineiros, percebeu que as roupas dos mesmos não aguentavam o desgaste proporcionado pelo trabalho. Foi então que ele teve a ideia de fabricar calças, com o mesmo tecido da lona, para vender aos mineradores. Assim foi criando o jeanswear. INOVAÇÕES Alguns anos mais tarde os rebites [aquelas tachinhas de cobre] foram adicionadas nas calças para dar uma maior resistência. Os pontos críticos das calças foram reforçados, tornando-as mais duráveis. O verdadeiro jeans [de coloração azul] surgiu somente no final do século XIX, quando Levi Strauss decidiu tingir as calças, que até então tinham coloração marrom. Mas a peça começou a se tornar um gosto popular graças à cultura norte-americana, quando teve seu 6

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uso popularizado pelos cowboys dos filmes estadunidenses e por astros do cinema e da música americana como: Marilyn Monroe, James Dean, Marlon Brando, Elvis Presley e, pelos hippies, como símbolo de contestação e rebeldia. Desde então, o jeans se transforma. Nas década de 60, uma moda unissex, 70, o famoso boca de sino, anos 80, mais ajustado ao corpo e 90, sua última grande transformação (em peças femininas), o cós baixo. Mas nessa temporada outono-inverno, o clássico de gerações vem como a mais forte tendência. As grifes apostaram alto em produções de jeans e em combinações que tornaram a peça sofisticada. JEANS EM ALTA As criações trazem jardineiras, casacos, saias, shorts, bermudas e, claro, calças.

Em suas mais novas versões, você pode sair do trabalho e ir direto para a balada, pois, o que vai dar o tom da seriedade ou despojamento serão as combinações da produção. Para as mulheres, a aposta é quebrar a rusticidade de um look total. Lenços de seda, brincos, pulseiras, anéis e um bom par de sapatos são os acessórios mais indicados pelos mais renomados sites de moda e estilistas. Os homens também podem ficar à vontade para apostar em peças de lavagem destroyed, produzindo um visual casual ou clássico, que combinado com camisa de bom corte e sapatos alinhados garantem mais elegância. De fato, o tecido mais democrático, já inventado, é o queridinho dentre todos e a melhor escolha para se manter elegante, sem perder a irreverência nesse outono-inverno. A Foto: Reprodução Internet


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moda & beleza

Eficiência do protetor solar Diversos fatores interferem na proteção contra a luz do sol e o mercado está cheio de produtos à disposição do consumidor que, muitas vezes, são deixados de lado. POR GABRIELA ULIANA

O protetor solar é item fundamental na mala das férias de verão, porém deveria ser indispensável durante o ano todo. Devido à angulação do sol nas estações mais quentes do ano, sentimos mais calor, o que nos faz lembrar do protetor solar com frequência. Mas o que muita gente não sabe é que, mesmo durante as estações mais frias, a radiação continua agindo sobre nós. A grande maioria dos produtos que estão no mercado atual oferece proteção contra os raios UVA e UVB. O UVB, mais incidente durante o verão e a primavera, é o grande responsável pela vermelhidão na pele após exposição ao sol. Mas o UVA é o grande vilão da saúde. Momentaneamente, a exposição ao sol sem o uso do protetor trará ardências pelo corpo e queimaduras. Mas em longo prazo, do ponto de vista estético, tomar sol de forma exacerbada gera envelhecimento da pele, além de sinais e manchas. O dano é silencioso, pois o UVA atinge a camada mais profunda da derme, resultando no envelhecimento cutâneo e, em casos mais graves, no câncer de pele. Seu perigo fica ainda maior, pois é emitido o ano todo e ao longo do dia. Ou seja, usar filtro solar deve ser parte da rotina durante o ano todo.

FATORES de PROTEÇÃO A proteção dos filtros solares pode variar de acordo com muitos fatores, além da mudança de estações. A quantidade de produto a ser aplicada sobre a pele é um desses fatores determinantes. Para o rosto, é indicada uma quantidade de 1g de filtro solar, o equivalente e meia colher de chá ou uma colherinha de café. Se a quantidade aplicada não chegar nessa medida, o Fator de Proteção Solar (FPS) do seu produto pode cair pela metade ou mais, e a pele não terá a proteção esperada. A forma de aplicação também faz diferença. Os especialistas aconselham que seja feita de forma antigravitacional, ou seja, de baixo para cima. Além do rosto, outras partes do corpo também estão expostas ao sol com grande frequência e precisam do mesmo cuidado. Nuca, colo, orelhas, dorsos das mãos e dos pés são esquecidos, mas devem ser protegidos. A quantidade indicada é de 2mg por centímetro quadrado, ou uma colher de sopa para cada região, como braços e mãos, pernas e pés. A reaplicação do produto durante o dia também vai aumentar a eficácia da proteção. É recomendado que a cada três horas seja feita uma nova aplicação do protetor solar. Esse intervalo de tempo

pode variar de acordo com o ambiente. Por exemplo, na praia há uma maior exposição ao sol e ao calor do que em um escritório, fazendo com que o intervalo entre uma aplicação e outra seja menor. Após todos os argumentos para o uso do protetor solar, é necessário lembrar que o organismo precisa de exposição à luz do sol para que seja capaz de sintetizar a vitamina D. A indicação dos especialistas é de que essa exposição seja feita antes das 9h e após as 17h. A vitamina D está diretamente relacionada à força dos ossos, funções musculares e sistema imunológico e, atualmente, estima-se que uma em cada três pessoas sofram da deficiência desse nutriente. PRECAUÇÕES ADICIONAIS Outra dica importante é que se deve sempre evitar passar o protetor já estando sob o sol. Segundo especialistas, o filtro solar deve ser aplicado de 15 a 30 minutos antes da exposição, para que a pele absorva o produto e para que se tenha o efeito químico de proteção desejado. E se esqueceu de passar e já está a caminho da praia ou da piscina? Hoje existem produtos de ação imediata, mas mesmo assim o ideal é passar esses produtos na sombra, um pouco antes de se expor ao sol. A

GUIA DE REFERÊNCIA PARA UTILIZAÇÃO DE PROTETORES SOLARES:

Foto: Reprodução Internet

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moda & beleza

Como comprar em brechós: vintage está na moda e sai barato Compre peças de qualidade com preço acessível e monte looks incríveis. Foto: Reprodução Internet

POR CLARA DAIBERT

Mais do que garimpar verdadeiros achados com uma pegada vintage, comprar em brechós permite que você renove seu guarda roupa sem gastar muito. Além disso, a prática de reutilizar ajuda nosso planeta e você ainda sai com roupas e acessórios únicos. Há muitas pessoas que possuem um pré-conceito, dizendo que em brechó só existe coisa feia. Um pouquinho de conhecimento fashion, e é fácil identificar ciclos da moda: as saias midi, que estão na moda agora no Brasil, são releituras do comprimento usado por muitas mulheres dos anos 40 aos anos 70, quando saias mais curtas ainda não eram bem vistas pela sociedade. Aposto que em algum brechó perto de você há alguma saia midi tão bonita quanto aquelas das lojas do shopping, talvez até mais bonita. Vale lembrar que muitos brechós não apenas revendem coisas ‘velhas’ mas selecionam cuidadosamente peças que podem ser reutilizadas em contexto atual. Se você quer se aventurar pelo mundo dos brechós, saiba agora dicas valiosas que vão te ajudar a garimpar as melhores peças e acessórios para deixar seu guarda-roupa com muito mais estilo, gastando pouco. Escolha o brechó O primeiro passo é saber o que deseja comprar. Se é uma peça de marca ou uma roupa mais descolada, o que para ajudar na escolha divide os brechós em duas categorias: label - mais caros, onde você encontra peças de marca e quase não usadas, vintage - peças antigas - ou de segunda mão - a marca não é tão importante, o que vale é se a roupa está em boas condições, se é descolada, única 10

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Tempo Vá sem pressa e leve amigas(os) com você. É preciso calma para não perder nenhuma peça incrível no caminho. Divirta-se experimentando roupas e acessórios e utilizando bastante sua imaginação. Criatividade Enxergue além da roupa, divirta-se com a ideia de customizar e ajustar! Aquele vestido que ficou grande, mas que você amou a estampa pode virar uma linda saia nas mãos da costureira do seu bairro. A jaqueta jeans pode contar com um toque a mais como tachinhas e/ou patches aplicados por você mesma, na sua casa. É um ótimo passatempo, além de transferir ainda mais estilo e identidade para sua peça. cuidados Não deixe de levar uma peça linda por conta de um pequeno desfiado na cos-

tura. Pense que tudo que uma agulha e uma linha possam resolver, resolvido está! Lembre-se que você está levando para casa roupas que têm história, por vezes não estarão intactas como as de lojas comuns, mas queremos o diferente, não é mesmo? Só não exagere, não leve nada que precise de uma reforma muito complexa, pense no custo-benefício para fazer escolhas sensatas. Seja original Lembre-se das peças que tem em casa, isso te ajudará a ampliar os horizontes na hora das compras. Combine peças que você já tem com as do brechó, principalmente se as do brechó forem roupas “datadas” que fazem referência clara a uma época. O casaco anos 60 ficará ótimo com o jeans que tem em casa, assim você monta um look cheio de estilo, sem parecer que está fantasiada de determinada década. A


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tendências

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moda & beleza

Maquiagem, passo a passo Preparamos dicas simples para você arrasar no seu dia a dia. POR GABI MAINERI

Muitas vezes ficamos em dúvida sobre qual cor de maquiagem fica melhor para o nosso tom de pele e, para as meninas de pele negra, essa dúvida é ainda maior. Para arrasar no make, a Revista Atua montou esse tutorial com dicas de maquiagem! A pele negra é um desafio para qualquer maquiador. Os erros e falhas mais comuns estão ligados à aplicação de cores que acabam ficando acinzentadas. Para você entender porque acinzentam, o princípio básico é o seguinte: se você jogar em qualquer superfície escura uma cor clara, esta superfície tende a ficar cinza; desta forma, o mesmo princípio vale para a

pele negra. Por isso, deve-se evitar o branco, pigmentos violeta, prata, perolado e outras cores parecidas, pois causam o efeito de acinzentando. Já os dourados, bronze, cobre, tons terrosos, avermelhados e cores mais quentes favorecem esse tipo de pele. Tons de marrom, berinjela e vinho, para fazer o côncavo, também caem muito bem. USAMOS na make: Sombra marrom matte

Sombra grafite matte

Sombra azul

PELE E CONTORNO A modelo apresenta uma característica muito comum nas mulheres de pele negra: a parte central do rosto é mais clara, e as extremidades mais escuras. Essa peculiaridade exige sempre que sejam realizados testes com várias cores de base, para achar as que mais se adaptam à pele. Nesse caso, foi necessário misturar dois tons de base: um bronze menos intenso e um bronze mais escuro (cerca de três tons acima que o primeiro). Para finalizar, apliquei o jogo de sombra e luz conhecido como técnica de contorno, para dar a ilusão de um rosto mais quadrado e fino. DICA: Também é importante verificar se a cor da pele do rosto difere da cor do colo. Caso ocorra essa diferença, é necessário que elas sejam igualadas, utilizando combinações de bases.

Utilizando o pó bronze, criei ângulos na testa, abaixo do maxilar, próximo à orelha e no queixo. Para afinar o rosto, marquei o contorno na área acima do maxilar, saindo da altura do ouvido e seguindo em direção a três dedos antes do canto da boca. Para obter o mesmo efeito no nariz, utilizei o pó bronze no local indicado pelas setas. Também apliquei um pouco desse mesmo pó na ponta e abas do nariz.

OLHOS - PASSO A PASSO

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(1) Utilizei marrom matte, mais escuro que a pele da modelo, visando para marcar o côncavo. Em seguida apliquei um dourado na pálpebra móvel (2), criando um ponto de luz no canto interno e descendo para a parte inferior dos olhos. Para o acabamento, com um pincel mais fino, passei uma leve sombra grafite matte (3) rente ao canto externo dos cílios inferiores e criei um leve esfumado.

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Para um toque mais moderno à make, apliquei um delineado azul: utilizando um pincel chanfrado fino molhado, apliquei uma sombra azul e fiz o delineado! Finalizei aplicando duas camadas da máscara de volume, nos cílios superiores e inferiores. DICA: Você pode aproveitar as dicas que demos na edição anterior para inovar na aplicação do delineador.

FINALIZANDO - BLUSH E BATOM

Para finalizar, apliquei um blush mais terroso e um batom com fundo dourado claro, para dar mais leveza a make. Para o toque final, utilizei um pó iluminador mais puxado para o cobre, nas áreas abaixo da sobrancelha e em alguns pontos de luz, como topo do nariz (lembre-se, na região entre os olhos e não em todo o topo do nariz), têmpora descendo um pouco para a maçã do rosto, região do “terceiro olho” e centro do queixo (não é o queixo todo!). No arco do cupido e canto interno dos olhos, apliquei o dourado da sombra, o que dá um super acabamento. Se você quiser tirar alguma dúvida ou sugerir algo, basta acessar meu blog, no link www.gabrielatagarela.com.br. Aproveite também para deixar dicas e sugestões para nossos próximos passo a passo. Até breve! A

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Telefone: (19) 3631-2755

Maitê veste vestido 1+1. Lucas veste camiseta e bermuda 1+1. Manuela veste jardineira e blusa Lilica Ripilica.

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Rua Benedito Araujo, 155 - Centro

São João da Boa Vista - SP


Lorena veste blusa e short Pituchinhu´s. Marcela veste blusa Pituchinhu´s e short Animê. Mateus veste conjunto Tigor T. Tigre.

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Maria Eduarda veste jardineira Lilica Ripilica e blusa Pituchinhu´s. Gabriel veste conjunto Tigor T. Tigre. Julia veste vestido Lilica Ripilica.

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Maria Luiza veste conjunto Lilica Ripilica. Nicole veste vestido 1+1. Davi veste conjunto Tigor T. Tigre.

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Ana Gabriela veste vestido Two In. Mariana veste blusa e short Pituchinhu´s. Gabriel veste conjunto Tigor T. Tigre.


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Larissa veste blusa e saia Pituchinhu´s. Catarina veste vestido Pituchinhu´s. Beatriz veste blusa Pituchinhu´s e short Lilica Ripilica. REVISTA ATUA | AGOSTO 2016


decoração

Exclusividade em alta O ladrilho hidráulico continua sendo a aposta em 2016. O revestimento confere beleza, versatilidade e agrada em cheio, por trazer um toque de originalidade aos ambientes. POR BRUNA MAZARIN

O ladrilho hidráulico vai continuar como tendência nesse ano, por sua forte pegada retro/vintage, que anda em alta na arquitetura e decoração e também devido ao seu poder de quebrar a monotonia do espaço, tornando-o exclusivo. Além disso, esse material tem como vantagem a durabilidade e a versatilidade. Os ladrilhos hidráulicos, sucesso nas décadas de 30 e 40, ganham cada vez mais espaço na decoração e na arquitetura. Com formas geométricas e florais, o revestimento alegra e dá charme a ambientes clássicos, rústicos ou mesmo aos mais contemporâneos. O arquiteto e designer Cioli Stancioli lista outras vantagens do ladrilho hidráulico: “Esse revestimento é extremamente ecológico. Usa-se apenas as mãos para produzi-lo. Além disso, é antiderrapante e fácil de aplicar. A beleza é outro atributo desse material. Com criatividade cria-se composições fantásticas de cores e desenhos”. Versáteis, ricos em detalhes e combinações de cores, as peças podem ser aplicadas em áreas internas ou externas, painéis, bancadas, paredes ou pisos, como um detalhe elegante ou em superfícies inteiras, com muita personalidade. Ele ainda traz uma dica para quem quer lançar mão desse revestimento: “É interessante trabalhar com a padronagem dos ladrilhos em móveis e objetos que contrapõem as estampas”, sugere. ORIGEM DOS LADRILHOS Sua origem é controversa, mas ele foi muito utilizado na decoração de palácios europeus do século 19, como revestimento de pisos e paredes. Chegou ao Brasil nos anos de 1920, quando a técnica de produção foi trazida da Europa por imigrantes italianos, sendo incorporado ao estilo colonial. São feitos com areia, 24

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cimento, pó de mármore, pedras e corantes minerais, em moldes de ferro, um a um, em um processo completamente artesanal. Ao final da produção, depois de prensado, o material permanece submerso em água por 24 horas, por isso leva o nome de ladrilho hidráulico. Eles são altamente resistentes e sua via útil pode chegar a 100 anos. É interessante saber que, diferente dos revestimentos comuns, quanto mais tempo de uso, mais bonito ele fica. Isso porque a peça possui meio centímetro de profundidade de cor. O retorno desse material está ligado à necessidade de criar ambientes aconchegantes, onde a tendência de misturar o antigo com o moderno re-

sulta em um espaço mais intimista. Sem falar de seu apelo artesanal – outro gancho de sucesso garantido. OPÇÃO MAIS BARATA Por serem peças praticamente exclusivas, o investimento de aplicação dos ladrilhos hidráulicos em grandes áreas será alto. Para deixar sua casa linda, sem gastar muito, uma alternativa acessível é a dos adesivos que imitam esse tipo de material. Ideal para quem não pode reformar o ambiente, mora de aluguel ou está com o orçamento no limite. Os adesivos já vêm recortados no tamanho 15 x 15 cm, então é só destacá-los da cartela e aplicar sobre o azulejo. A Foto: Reprodução Internet


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turismo

Pico do Gavião, mistura de diversão com beleza natural Competições de alto nível e shows com alta infraestrutura estão presentes no espaço localizado entre São Paulo e Minas Gerais. POR FRANCO JUNIOR

Feche os olhos e imagine um local bem perto de São João da Boa Vista, que transmita paz, possua belezas naturais, tenha uma vista rara de se encontrar e abrigue vários esportes radicais. Se você pensou no Pico do Gavião, acertou! Mensalmente milhares de esportistas e turistas visitam o espaço, que é localizado na divisa de dois Estados: São Paulo e Minas Gerais, mais precisamente nas cidades de Águas da Prata (SP) e Andradas (MG). Com aproximadamente 220 mil metros quadrados e infraestrutura completa e com acessibilidade, o Pico do Gavião é considerado um dos melhores lugares do mundo para a prática do Voo Livre (Parapente e Asa Delta). Ele abriga e atrai também praticantes de outras modalidades de esportes radicais como Mountain Bike, Montanhismo e Trekking, entre outras.

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Foto: Divulgação

ESTRUTURA Administrado pelo Clube Gavião, o local possui espaço destinado a agradar todos os gostos e fica a mais de 1.600 metros de altitude. A infraestrutura de estacionamento comporta até 300 carros. Além disso, o Pico do Gavião possui um mini parque para as crianças, fraudário, enfermaria, lanchonete e camping, o que é um dos fatores que tem atraído público para o local, além, é claro, da sensação de liberdade possível nos 30 mil metros quadrados de área gramada. “Temos trabalhado no sentido de atrair não só os praticantes dos esportes, mas também o público em geral. Famílias, grupos de amigos e casais, por exemplo, têm cada vez mais frequentado o nosso espaço”, destacou Pedro Dória Neto, diretor do Clube Gavião. CAMPEONATOS O Pico do Gavião é conhecido também por atrair competições do mais alto ní-

vel no quesito Voo Livre. Para este ano, já estão confirmados o Campeonato Brasileiro de Parapente e também o Campeonato Paulista de Asa Delta. Já em 2017, o mundo estará presente no Pico do Gavião. Isso porque o local será sede do Campeonato Mundial de Parapente, que deve ocorrer no mês de junho. “Recebemos os mais diversos tipos de torneios relacionados ao voo livre. Além disso, competições de Mountain Bike e outras modalidades também ocorrem no local”, comentou Pedro Dória. VOO LIVRE Voo livre é um esporte radical, com voo não motorizado, que utiliza as camadas de ar quente para realizar voos locais ou de grande distância. Essas faixas térmicas do ar possibilitam alterar tanto a velocidade quanto a trajetória, e ainda escolher o local de pouso. As duas principais modalidades são o parapente e


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Foto: Fadbrício da Silva

a asa-delta. No Pico do Gavião é possível que os interessados em conhecer esse esporte façam um voo pago com um instrututor. BLUES NA MONTANHA Completando as possibilidades de diversão no ambiente natural, a cada dois meses o Pico do Gavião realiza o chamado Blues na Montanha. Neste projeto, shows do estilo musical Blues são realizados no espaço, em palco montado para a apresentação das bandas, com a bela vista natural ao fundo. “Mais de mil pessoas vêm a esses eventos que ocorrem no período da tarde, indo até o pôr do sol. É mais uma maneira de fazer o local ser frequentado não só por esportistas, mas também pelo público de uma maneira geral”, ressaltou Pedro. AVISO IMPORTANTE Independentemente de sua escolha por acompanhar competições de esportes radicais, passar horas divertidas em família, em casal ou entre amigos, ir aos shows do Blues na Montanha ou qualquer outro motivo, a dica é sempre levar um agasalho para se proteger de eventual frio – e também para tirar fotos em grande estilo! Para mais informações entre em contato pelo (35) 3731-5537. E para conhecer mais o Pico do Gavião basta acessar o site www.picodogaviao.com.br. A Foto: Udo Matiello

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esporte

Em busca de um voo ainda maior Tucanos Rugby, equipe que representa São João na modalidade, projeta 2016 como um ano histórico na vida do time.

POR WILLIAN PEREIRA

São apenas 12 anos de vida, mas o Tucanos Rugby Club, equipe que representa São João da Boa Vista e região na modalidade, já tem muita história para contar. A mais recente e vitoriosa delas, aconteceu recentemente, em sua primeira participação em um campeonato paulista. O time garantiu o acesso e, neste ano, vai disputar a terceira divisão do Estado. “O campeonato foi uma espécie de filtro para ver quais equipes tinham condições de se manterem nas divisões superiores, diferente do Campeonato deste ano, em que a disputa é muito acirrada”, diz o ex-gestor geral e atual responsável pela comunicação da equipe, Cristiano Censoni. TAG RUGBY O Tucanos também deu um passo importante em relação ao desenvolvimento

do esporte. Uma das maneiras de iniciação à modalidade para as crianças, o Tag Rugby, é uma variante do jogo em que não há o contato. Os jogadores participam da partida com bandeiras penduradas ao calção. A posse de bola dependerá do adversário que conseguir arrancar ou não a bandeira. Justamente por minimizar o contato físico, o Brasil adotou o tag para trabalhar a modalidade nas escolas. E graças ao Tucanos, esta atividade será desenvolvida em São João da Boa Vista e região. O projeto começou no ano passado mas, de acordo com Cristiano Censoni, é neste ano de 2016 que o tag vai “explodir”. O Tucanos entrou no projeto ‘Vem pro Rugby’, da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) e terá um profissional contratado para trabalhar exclusivamente com São João e região, em 30 escolas. “Serão São João, Poços de Caldas (MG), Águas da Prata, Espírito Santo do

Pinhal e Aguaí. Tudo em torno do Tucanos”, explica Censoni. Para que fosse contemplado, o Tucanos passou por um processo de avaliação, onde se destacou pela sua estrutura, capacidade de realização, potência e referência regional, além do número de profissionais de educação física com Conselho Regional de Educação Física (CREF), ligados ao rugby. “Ainda não temos um número exato de escolas de São João que farão parte, mas o objetivo é trabalhar com o máximo possível”, afirma. O começo de uma equipe A ligação do Tucanos com São João da Boa Vista é forte, mas o time não nasceu na cidade. A equipe foi fundada em setembro de 2003 por Fábio Wey e Renato Padula, em Águas da Prata. A dupla de ex-atletas, com passagens pela seleção brasileira e pelo Pasteur, importante time Foto: Divulgação

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Foto: Divulgação

de rugby da capital paulista, veio para a região a fim de montar uma fazenda de avestruzes. Com o tempo, o amor pelo esporte e o desejo de montar um time se fez presente e Wey e Padula apresentaram os fundamentos do rugby aos amigos mais próximos, através de vídeos da Copa do Mundo de 2003. Isso foi o bastante para que o Tucanos Rugby Club desse seu primeiro passo na modalidade. A equipe começou seus treinamentos no Campo Municipal de Águas da Prata, onde também realizou diversos amistosos contra equipes importantes do cenário esportivo regional e de grandes centros, como o Keep Walking; Jequitibás Rugby, de Campinas; Poços de Caldas; Ilha Bela, entre outros. O primeiro campeonato veio em 2005, o Paulista do Interior. O time, com apenas um ano de vida disputou todas as etapas e encerrou o torneio em terceiro lugar. A partir daí, quando tudo indicava que o Tucanos alçaria voos mais altos, sem complicações, houve alguns imprevistos, no meio do caminho. Em 2010, por falta de apoio financeiro, o time encerrou suas atividades e ficou parado até

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2012, quando a vontade de jogar superou todas as dificuldades. Ex-atletas, ao lado de “Chino” Benitez, veterano jogador argentino, iniciaram uma nova jornada no Tucanos e deixaram Águas da Prata para pousar em São João da Boa Vista.Em solo sanjoanense, a equipe encontrou na Sociedade Esportiva Sanjoanense a parceria ideal. O plantel foi recomposto com novos e antigos jogadores, e o time venceu

sete dos nove amistosos que disputou. Além disso, sagrou-se campeão invicta de um torneio de seven. “A parceria com a SES foi um divisor de águas. Com eles subimos de patamar. Antigamente era difícil até de mandar jogos aqui, já que não tinham vestiário, água e banheiro. Hoje é diferente. Temos uma das melhores estruturas entre equipes de rugby do país”, declara Cristiano Censoni. A


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psicologia

Temperamento infantil Ele é um aspecto especial da personalidade e é oriundo da primeira infância. POR MARYÁ REHDER AMBROSO

- Nossa! Mas ele (a) tem um temperamento muito difícil! Não é raro ouvir uma expressão como essa quando o assunto está relacionado às relações interpessoais. Mas será que todos sabem o real significado desse termo tão utilizado no senso comum? O temperamento está vinculado à personalidade e tem início logo na primeira infância. Refere-se às características individuais advindas de aspectos hereditários, fisiológicos e ambientais, cuja função é sinalizar a emotividade. Além de possuir uma relevância nas interações sociais, é através dele que são originadas as respostas motoras e de atenção do sujeito em situações antagônicas. Algumas características do temperamento são: nível de atividade, que Foto: Flávia Coutinho / EBC

consiste no quão a criança é (hiper) ativa; sentimentos positivos ou negativos, que são avaliados pelo quanto a criança ri ou sorri na presença de outras pessoas e também pelo índice de frustração, tristeza, irritabilidade e medo; nível de atenção e de concentração e a reação ao desconhecido. Assim, considerando que o temperamento se trata de um aspecto especial da personalidade e é oriundo da primeira infância, é de fundamental importância que os estímulos que a criança recebe em seus primeiros anos de vida sejam adequados à sua natureza individual, para que haja, então, a construção da saúde mental, do desenvolvimento social, do índice de desempenho escolar e da criação do controle de ímpetos, pois embora as crianças nasçam com tendências a determinado temperamento, é possível

fazer com que elas aprendam a superar os aspectos mais desafiadores, através do gerenciamento dos impulsos. Exemplos de gerenciamento: crianças temerosas, ansiosas e retraídas tendem a enfrentarem com dificuldades novas situações ou pessoas desconhecidas. Propõe-se, aqui, a exploração de novos ambientes e de novas situações, onde os pais evitem a super proteção e orientem seus filhos impondo limites de forma gentil. Para crianças destemidas, os estímulos devem girar em torno da construção de um forte apego, pois esse irá ajudar no desenvolvimento da autoconsciência. Já para crianças impulsivas, vale o elogio ao bom comportamento e a amabilidade ao discipliná-las. E se a criança for desatenta, é importante dar apoio para que haja a realização da tarefa e para evitar frustrações. Deste modo, é através de abordagens flexíveis adaptadas a cada criança, que se faz possível dar sequência ao desenvolvimento das habilidades emocionais, fazendo com que elas se sintam seguras e providas de ganhos psíquicos e sociais. Portanto, não há temperamento difícil, mas, sim, temperamento que não perfez melhorias. Por isso, antes de julgar, é importante se permitir aprender e entender sobre o temperamento do indivíduo para, assim, se adaptar à sua maneira de agir e de exigir diante a ele, possibilitando, então, o desfrutar de um bom convívio onde a relação traga benefícios a todos. A

TEMPERAMENTO

Desde o nascimento, as crianças possuem sua própria personalidade. Algumas sorriem e são curiosas. Outras são irritadiças e temerosas. Mesmo bebês com poucas semanas de vida apresentam diferenças. O comportamento e as reações das pessoas a diferentes situações são influenciados, em parte, por seu temperamento.

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saúde

Frio traz dificuldades ao Hemocentro de São João Mitos e dúvidas diminuem números de doadores e não permitem que o município atinja média necessária para manter estoque com volume considerado bom. POR WESLEY COLPANI

Como em toda estação mais fria, a atual não é diferente. O Hemocentro de São João da Boa Vista enfrenta grandes problemas com o número de doares de sangue. Com o estoque reduzido, tipos sanguíneos chegam a uma situação crítica, com números baixíssimos de armazenamentos. No Brasil, são coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas por ano. Em São João os números são ainda mais preocupantes, atualmente. Para manter o estoque com um volume considerado bom, era preciso que, diariamente, fossem recolhidas de 30 a 40 doações. A média anualmente seria de 8.000 bolsas, mas não passa de 6.000. Mas, afinal, por que doar? Doar sangue é um ato de solidariedade, em que cada doação pode salvar a vida de até três pessoas. Andreza Cristina Dias Arcuri, enfermeira responsável pela triagem e coleta de sangue no Hemocentro sanjoanense, explica que o grande empecilho na hora de decidir entre doar ou não, são os mitos e as dúvidas. “Ainda existe aquele pensamento: ‘será que eu posso doar?’; ‘mas o sangue não fica mais ralo depois de doar?’ E também aqueles que acham que doar sangue engorda ou, por estar com acima do peso, não podem fazer a doação. Existem os que temem contrair alguma doença infecciosa durante a coleta. Embora essas questões pareçam mais que elucidadas por especialistas, ainda existem, e muito, esses pensamentos na sociedade. São mitos e dúvidas que precisam ser desconstruídos de vez”, explica Andreza. Para doar sangue é simples. Basta ir ao hemocentro mais próximo (o de São João funciona de segunda a sexta das 07h às 15h e, aos sábados, das 07h às 12h), apresentar um documento oficial 38

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com foto - RG, CNH, carteira de trabalho, certificado de reservista ou carteira do conselho profissional -, ter entre 16 e 69 anos (menores de idade somente mediante autorização de responsável), pesar mais de 50 kg, estar bem de saúde, não estar em jejum e responder um questionário. DESPERDÍCIO Mas os estoques poderiam ter níveis mais elevados se, em todo o país, ainda não houvesse outro grande problema, o preconceito. No Brasil ainda há restrições quanto à coleta de sangue de homens homossexuais (este grupo só pode fazer doação sanguínea se passarem um ano sem ter relações sexuais com outro homem). Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, o país conta com cerca de 101 milhões de homens e, deste total, 10,5 milhões são homo ou bissexuais. Considerando que, por ano, cada homem pode doar sangue até quatro vezes, a exclusão Foto: Reprodução Internet

dessa população proporciona um desperdício de mais 18 milhões de litros de sangue, todos os anos. Até 2004, homens que mantinham relações sexuais com outros homens eram proibidos de doar. A regulamentação, autorizando a doação por este grupo, só veio com a Portaria nº 2712, de 12 de novembro de 2013. O Ministério da Saúde explica que os 12 meses de abstinência sexual fazem parte de um conjunto de regras sanitárias estabelecidas para proteger quem irá receber a transfusão de possíveis infecções, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O Ministério ainda afirma que as normas não são discriminatórias. Porém, diferente desta afirmação, a realidade nos hemocentros é outra, pois, com a ajuda da Internet, são relatados cada vez mais os números de homossexuais barrados na hora da doação. A


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educação

Brincar de ler Estudos apontam que brasileiro lê apenas quatro livros por ano. POR GABRIELA ULIANA

A qualidade da educação está diretamente ligada à leitura. Os benefícios do hábito de ler são inúmeros: aumento de vocabulário, senso crítico, cultura, conhecimento, sem falar que quem lê mais escreve e fala melhor. Porém, a realidade do leitor no Brasil é bem diferente. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2012, entrevistou 93% da população brasileira com cinco anos ou mais e 85% dos entrevistados disseram que, nas horas vagas, gostam mesmo é de assistir televisão. Apenas 28% deles disseram que preferem ler um livro. Isso faz com que o brasileiro leia muito pouco, em média apenas quatro livros por ano. Os que preferem assistir televisão disseram que nunca foram presenteados com um livro e mais da metade deles nunca viram seus pais lendo. Aí fica clara a importância do estímulo externo para o hábito da leitura. TRANSFORMAR EM HÁBITO A leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia-a-dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. As crianças são alfabetizadas com aproximadamente cinco anos, mas é preciso inserir esta prática logo nos primeiros meses de vida. Para isso, deve ser aproveitada a observação infantil e imitação das atitudes dos pais. Não é preciso esperar as crianças saberem ler para gostarem de fazê-lo. Uma história na hora de dormir, um desenho para ilustrar a leitura, ou a interpretação cômica de personagens. Essas são algumas das maneiras de cativar a criança para um livro, sempre o adequando à sua faixa etária e o estimulando a entrar na brincadeira. 40

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INCENTIVO A professora Viviane Mucin é responsável pela sala de leitura da Escola Estadual Capitão João Urias da Silva, em São Roque da Fartura, e diz que a principal forma de manter o interesse das crianças nos livros é fazê-las participar com a criatividade. Muitos dos projetos da escola são realizados em parceria com o Instituto Ayrton Senna, por exemplo, o de enigmas. Neste projeto, as crianças lêem e elas mesmas montam os enigmas para os colegas resolverem. Aquele que acertar primeiro, ganha um presente. Brincadeiras como esta fazem a leitura ser divertida e atraente. Não impor um tipo de leitura também é muito importante, pois pode pas-

sar a idéia de punição e o aluno rejeitará o hábito, fazendo da leitura uma obrigação chata, e não é este o objetivo. Respeitar os gostos e preferências da criança é um tópico determinante, tanto na escola quanto em casa. É necessário, também, aceitar o nível de leitura em que a criança se encontra. Quando se sentir preparado para avançar, ele procurará pelo próximo e forçar essa evolução pode ter o efeito contrário e causar o desinteresse. Em época de inúmeros brinquedos lúdicos tecnológicos, é cada vez mais necessário o estímulo da leitura nas crianças pelos pais e responsáveis. E se ele não largar do tablet, há sempre o e-book no mercado. Não tem desculpas para fugir da leitura. A

Dicas para incentivar a leitura: ESCOLHA UMA HORA BEM CALMA Com as crianças, nós sabemos que há “horas calmas” e “horas agitadas”. Procure um lugar e uma hora calmos e sente-se com um livro. Dez a quinze minutos por dia são suficientes. FAÇA DA LEITURA UM PRAZER A leitura precisa ser algo prazeroso. Sente com seu filho. Tente não fazer pressão se ele ou ela estiverem indispostos. Se a criança perder interesse, faça algo diferente. MANTENHA O FLUXO Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para autocorreção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras. SEJA POSITIVO Se a criança diz algo quase certo no início de uma frase, tudo bem. Não diga “Não, está errado”, mas sim “Vamos ler isso aqui juntos” e dê ênfase às palavras quando pronunciá-las. Aumente a confiança da criança com dizeres positivos a cada pequena melhoria que ela conseguir. “– Muito bom! Você aprende rápido!” “– Certo! Você é muito inteligente” etc.


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educação

O SESI e a inclusão Crianças com autismo recebem acompanhamento personalizado na escola. Foto: Reprodução Internet

POR WESLEY COLPANI

O SESI de São João, assim como toda a rede de ensino no Estado, desenvolve um trabalho de inclusão com alunos portadores de algum tipo de deficiência ou transtorno, como o Autismo, um dos focos do projeto. A diretora do SESI, Ana Paula Rivera Mazzi, explica que, desde que as leis de inclusão foram regulamentadas, o projeto foi adotado pela instituição. Ela ainda ressalta que, em 2016, a rede voltou suas atenções para a inclusão. “O Sesi sempre teve a preocupação de incluir os alunos especiais, mas, como toda rede de ensino, há falhas. Muitos professores, devido à grade curricular nas faculdades, não chegam preparados para lidar com essas situações. Então, de uma forma pedagógica, trabalhamos no aprimoramento de como devem trabalhar com essas crianças”, salienta Ana Paula. É um trabalho de desenvolvimento sobre o Autismo, em conjunto, que envolve escola, família e os médicos. “O projeto é um trabalho de formiguinha. Quando eles chegam até nós, estão acostumados com o ambiente de casa, o que dificulta um pouco a adaptação ao ambiente. Mas hoje, são verdadeiras vitórias, um deles chega e nos abraça, dá beijo, nos procura, é carinhoso, mas tudo sempre respeitando o tempo dele”, conta ela. Um dos principais métodos pedagógicos do projeto são os estagiários de inclusão. Uma pessoa específica pra ficar com esses alunos. Eles fazem o acompanhamento desses alunos durante todo o período em que eles estão na escola. Além de desenvolver atividades, desde jogos até o Método TEACCH (Tratamento e Educação para autistas). O MÉTODO O método TEACCH foi desenvolvido na década de sessenta no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, na Universidade da Carolina do Norte, nos 42

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Estados Unidos. O ponto de partida de sua formulação foi o estabelecimento de uma visão realista dessa criança, a princípio muito inteligente, mas “fechada em uma redoma de vidro”, isto é, incomunicável por decisão dela própria. O TEACCH se baseia na adaptação do ambiente para facilitar a compreensão da criança em relação a seu local de trabalho e ao que se espera dela. Por meio da organização do ambiente e das tarefas de cada aluno, o TEACCH visa o desenvolvimento da independência do aluno de forma que ele precise do professor para o aprendizado de atividades novas, mas possibilitando-lhe ocupar grande parte de seu tempo de forma independente. “A premissa que trabalhamos é a de que toda criança é capaz de render, basta serem proporcionadas a atividades adequadas. Do mesmo modo como as pessoas com Autismo têm suas limitações, nós também temos as nossas. Todos precisam ter seu tempo sempre respeitado”, finaliza a diretora. Atualmente, dos mais de 600 alunos

de ensino fundamental e médio, 40 têm algum tipo de deficiência ou transtorno e, deste total, dois são diagnosticados com Autismo. AUTISMO O Autismo é um transtorno global de desenvolvimento, caracterizado por atraso na área da comunicação verbal, dificuldades de coordenação motora, atenção e na interação social. De acordo com os últimos dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), a prevalência é de 1 em cada 68 crianças, sendo que, a previsão é de que esse número aumente cada vez mais. Tendo ciência de que, no início das pesquisas, o número de atingidos era de 1 a cada 1000 e, em 2013, já era de 1 a cada 100. Em crianças, o autismo é mais comum que câncer, AIDS e diabetes. Outro dado que chama a atenção é o número de meninos diagnosticados com o transtorno, muito superior à quantidade de meninas. A


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nossa cidade

São João, a capital do Mangalarga Cidade é sede da 38ª Exposição Nacional da raça, evento que ocorre em setembro. POR FRANCO JUNIOR

Era o ano de 1941 e pela primeira vez uma exposição agropecuária com cavalos Mangalarga realizava-se em São João da Boa Vista. Hoje, depois de 75 anos, após a realização de diversos eventos renomados deste tipo, a cidade foi escolhida para ser palco do maior evento da raça no Brasil: a Exposição Nacional do Mangalarga. São esperados criadores de diversos Estados brasileiros, de norte a sul, os quais virão à 38ª edição da exposição que ocorre entre 16 e 25 de setembro, no Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo. Durante estes dez dias, os criadores e todos os presentes terão a oportunidade não só de conferirem a Exposição, mas, também, percorrerem o turismo local. Está sendo montado uma espécie de mapa que será oferecido aos participantes com circuito turístico em cidades como Andradas, Poços de Caldas e Espírito Santo do Pinhal; além de São João e outros municípios da região.

A ESCOLHA DE SÃO JOÃO Quando ainda não havia sede definida para a edição desde ano da Exposição, após a realização da última, em Londrina, em 2015, criadores locais tiveram a ideia de trazerem o evento para a cidade . Para que este sonho pudesse se tornar realidade, eles procuraram a Sociedade Sanjoanense de Esportes Hípicos (SSEH), em busca de parceria e prontamente a entidade abraçou a causa. “Não pensamos duas vezes. Uma etapa nacional é algo grandioso e importante para a cidade. Nós, que há tantos anos lutamos pela preservação e ampliação das exposições agropecuárias, não poderíamos jamais deixar de entrar nessa disputa”, ressaltou Jairo Hamilton Domingues, presidente da SSEH. O Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo, local escolhido para realizar o evento em São João, possui, segundo seu presidente, estrutura excelente e tem capacidade para receber esta etapa. Jairo diz acreditar, ainda, que pelo fato de São

João ser uma cidade que aprecia muito a raça Mangalarga, esta etapa será a certeza de sucesso no município. Além disso, não haveria um local mais propício ao evento, uma vez que o recinto é uma homenagem ao sanjoanense José Ruy de Lima Azevedo, que foi um importante criador da raça Mangalarga, cujos animais têm influência na genética da raça até os dias de hoje. Jairo também explicou que São João sedia, desde 1943, encontros de criadores de cavalos mangalarga. Em 1973, um desses encontros se tornou a Exposição Regional de Cavalos Mangalarga, que acontece há 43 anos ininterruptos. IMPORTANTE PARA O COMÉRCIO Além da afirmação da força sanjoanense em exposições da raça, a vinda do evento para São João da Boa Vista é também fator importante para o comércio local. O Presidente da Associação Comercial e Empresarial de São João da Boa Vista, Antonio Baesso Junior, destacou a vinda de investimentos para cidade com a realização da exposição e ressaltou o agronegócio em São João. “O agronegócio é pujante em nossa cidade e região. Nós somos o segundo município do Estado de São Paulo em Valor da Produção Agropecuária, só perdemos para a região de Barretos”, descreveu. Baesso lembra que, além dos investimentos diretos para a realização do evento, há também os indiretos, os quais ele diz serem de fundamental

NEGÓCIOS EM ALTA

A indústria do cavalo cresceu quase 12% ao ano nos últimos 10 anos. Em 2006 eram R$7,5 bilhões de faturamento bruto anual e em 2015 atingimos R$16 bilhões de reais. No Brasil, segundo o IBGE, temos 5,5 milhões de equinos, onde apenas 700 mil animais seriam registrados em algum Serviço Genealógico oficial. Foto: Reprodução Internet

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importância para a economia local. “Pessoas de todos os cantos do Brasil virão para nossa cidade, se hospedarão, consumirão produtos e por aí vai. É um ‘círculo virtuoso’ de investimentos que será muito bem vindo para nossa cidade”, frisou. CIDADE TEM HISTÓRIA COM A RAÇA E TEVE CAVALOS PREMIADOS Na primeira exposição de equinos da cidade, que ocorreu em 1941 e está registrada no livro Exposições Agropecuárias em São João da Boa Vista, foi inaugurado também o Recinto de Exposições do município, que mais tarde viria a se chamar José Ruy de Lima Azevedo. José Ruy foi o primeiro criador inscrito para a mostra de Mangalarga e influenciou, naquela ocasião, a participação de outros criadores da região. Ele era proprietário do lendário cavalo Invasor SM, filho de Porcelana e Pensamento. Este cavalo foi o raçador do plantel do criador, deixando vários filhos premiados, entre eles Fogo T, filho de Aurora e Invasor. Invasor, por sinal, chegou a ser campeão nacional da raça. Desde 1941, em todas as suas edições, a Raça Mangalarga esteve

presente com os mais expressivos criadores e animais. Nas décadas de 1960 e 1970, as exposições da raça tinham enorme expressão. Em 1979, a exposição de equinos em São João bateu recordes com 250 animais. E um fato inusitado marcou esta exposição: entraram na pista, na mesma categoria, três importantes garanhões da época, com influência na raça até hoje: Bugre JO, Cocar JO e Comanche RN. Sagrou-se campeão o Comanche RN, do criador Joel Teodoro Novais, sendo também ele o campeão de funcionalidade. Todos os três foram campeões nacionais da raça. A tradição das exposições da Raça Mangalarga na cidade permanece até hoje dentro da Eapic (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de São João da Boa Vista). ORIGEM DA RAÇA A origem do cavalo Mangalarga se confunde com a história da Família Junqueira, pois foi Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, na Fazenda Campo Alegre, quem deu início ao aprimoramento e seleção da raça. Existem três versões para a origem do nome Mangalarga e elas estão expressas no livro “Família

Junqueira: sua história e genealogia”. A primeira delas aponta que o Barão de Alfenas teria recebido do Príncipe Regente, D. João VI, um dos primeiros exemplares da raça Alter. Do cruzamento deste animal com éguas da Fazendo Campo Alegre teria originado a raça Mangalarga. A segunda versão é dada pelo historiador João Dornas Filho. Segundo ele, Gabriel Francisco Junqueira, futuro Barão de Alfenas, em viagem que fez a Barbacena, em torno de 1820, encontrou-se com um criador já cego e pobre, Felicio dos Reis. O mesmo fora abastado, mas com anos empobrecera e o único bem que lhe restara era um belíssimo potro que se chamava “Mangalarga”. O Barão de Alfenas, encantado com o cavalo, compro-o por cem mil réis. Dai teria surgido o nome da raça. Mas, a terceira versão seria a mais provável. O nome da raça refere-se à Fazenda Mangalarga, com sede em Paty do Alferes, no Estado do Rio de Janeiro. Em uma fazenda cujo proprietário frequentava a Corte e lá conhecia o elevado nível de seleção dos cavalos da Família Junqueira. Ou seja, a fazenda depois acabou cedendo o nome à raça. A

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nossa cidade

A rua como tela Diversas artes espalhadas nos muros da cidade chamaram a atenção da população. Foto: Reprodução Internet

POR PEDRINHO SOUZA

Qualquer coisa que seja fora do padrão cinza e monótono de nossas cidades desperta curiosidade, seja por agradar ou não. Com os grafites em muros e prédios de São João não foi diferente. Os desenhos são uma forma de expressão, que transmitem alguma ideia, ideologia ou sentimento. Além disso, o fato de serem executados em espaços públicos, permite que a população veja ao vivo o nascimento da obra. Todos os tipos de arte nas ruas possuem similaridades, como o fato de todos serem feitos em espaços públicos e estarem dialogando diretamente com a rua, além de serem uma expressão pessoal (ou coletiva), mas que tende a transmitir uma sensação. O grafite surgiu nos EUA no final da década de 1970 e estava ligado ao hip-hop, com um movimento muito similar ao que hoje seria conhecido como pichação. Esse movimento foi levando à criação de artes cada vez mais elaboradas, que acabaram sendo a gênese do grafitti. Com a expansão do grafite se espalhando pelo mundo, deixando de ser uma arte estritamente marginal, ela se abriu para outras influências, outros materiais e outras inspirações, tornando-se street art. Já a pichação existe antes de tudo isso, é uma forma de extravasar, de subir prédios e pontes praticamente impossíveis, na coragem de sair da invisibilidade que a própria estrutura social oferece. Os materiais utilizados pelos artistas, para realizar a arte, variam muito, como lápis, caneta, giz, carvão, tinta óleo, tinta de tecido, tinta de látex e spray. Também não há um lugar definido para fazer arte, os cenários mais utilizados são os muros das casas antigas, degradadas pelo tempo ou até mesmo abandonadas, e os terrenos baldios. A cidade não pode ser apenas concreto, então o grafite vem como uma estratégia para a ocupação dos espaços públicos, especialmente aqueles que ne48

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cessitam de um novo significado. Muitos já viraram até ponto turístico da cidade. A população vai se habituando aos desenhos, mas quem vê pela primeira vez se espanta com tanta quantidade de murais feitos por artistas de muita qualidade. Formada pela PUC de Campinas, em publicidade e propaganda, Renata Maniassi atua na área das artes visuais em plataformas variadas, criando peças de roupas, design de objetos, design gráfico e arte de rua. “Há locais que me inspiram um desenho, então eu rascunho num papel e aplico. Geralmente pego os desenhos que encaixam melhor, não apenas na diagramação, mas na atmosfera do lugar”. Para Renata, a utilização de artes nas ruas é a oportunidade de aproximação da população com a realidade. “Houve duas situações em que a gente pintou sem autorização e que foram muito interessantes. Uma no half, no Parque das Nações, onde

o local estava totalmente largado. Bruno Malagrino, Alex Senna e eu fizemos alguns desenhos que deram vida ao ambiente (...) outro foi no bosque municipal, onde conhecemos e vimos que tinha uma casinha abandonada. Nem tive coragem de entrar, mas pintamos - Bruno e eu - a fachada. Algumas pessoas que desciam falavam que não ia durar, que era perda de tempo porque ia muito maloqueiro lá e que eles iam atravessar nossos desenhos, pichar por cima; mas isso não aconteceu. Faz mais de quatro anos que pintamos essa casinha e o estrago do nosso desenho quem fez foi o tempo”. A tatuadora Mariana Sargaço, uma das artistas da cidade, costuma receber um retorno pelas suas artes. “Eu gosto de desenvolver minha ideia. Um simples desenho, uma simples arte, podem gerar muitas visões. Costumam elogiar e criticar meus trabalhos, o que importa é que sempre deixo o de melhor”. A


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gastronomia

As boas mesas de São João Evento vai reunir estabelecimentos gastronômicos da cidade, dos mais variados tipos. Foto: Dú Paparazzi

POR FRANCO JUNIOR

Não é de hoje que o sanjoanense possui variedades para todos os gostos, quando fala-se em alimentação fora de casa ou passar momentos divertidos com os mais chegados, além de um programa romântico com o seu par. Tem prato oriental, cafés e restaurantes refinados, cervejas de todo lugar do mundo, chopp gelado ao extremo, hambúrguer artesanal, sorvetes com sabores especiais, comida de boteco e diversas outras opções que, com certeza, agradam todo tipo de público. Pensando nisso e em busca de fazer-se conhecer toda essa diversidade, a Associação Comercial (ACE) criou o São João da Boa Mesa. O festival chega à terceira edição com recorde de participantes e já entrou para o calendário de atividades da cidade. Para este ano, 26 estabelecimentos vão preparar suas especialidades em quatro opções de sabores e preços, entre os dias 16 de setembro e 2 de outubro. “O São João da Boa Mesa é um evento que nasceu com outro nome em 2013, com 11 participantes, mais voltado para bares e lanchonetes. A partir de 2014, com esse novo formato, passou a abranger todo o setor de alimentação fora do lar. Nele é mostrado todo potencial gastronômico sanjoanense para a cidade e região. Em 2014, foram 18 empresas participantes. No ano passado contou com 20 e, neste ano, são 26 estabelecimentos que vão dar um diferencial para o consumidor, com combos atrativos”, descreveu Junior Correia, consultor da ACE. COMBOS E ‘TOUR’ A variedade de estabelecimentos participantes, que vai desde cafeterias e sorveterias até restaurantes de diversas culinárias, faz com que os consumidores possam apreciar o chamado tour junto com os amigos, familiares e namorados (as), pelos locais sugeridos, a fim de expe50

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rimentar o que cada um oferece. Para que fique ainda mais fácil essa passagem pelo mapa turístico da gastronomia sanjoanense, Junior Correia revela que, para este ano, o São João da Boa Mesa irá oferecer novas possibilidades de combos, com duas novas opções de preço. “São quatro combos disponíveis nos locais. Os valores variam entre R$ 9,90, R$ 19,90, R$ 29,90 e R$ 39,90. Colocamos mais duas opções para que o consumidor se sinta chamado para ir a outros locais, também, participar do evento e a fim de que os comerciantes possam oferecer outras variações de pratos e preços”, destacou Correia. Desde que surgiu, no formato antigo, em 2013, o evento gastronômico ocorre em meados do mês de setembro. Essa nova escolha pela data, segundo Correia, é por conta de não haver datas comemorativas no período, como, por exemplo, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, entre outras. “Setembro é um

mês que é um pouco mais parado para o comércio de alimentação, porque é um mês sem datas comemorativas. Por isso, colocamos o evento no calendário de São João e também do Estado de São Paulo, movimentando o comércio neste mês”, frisou. PARTICIPANTES As empresas participantes são: Casa do Pastel, Barril Pizza Bar, Big Johny Hamburgueria, Café do Canto Gourmet, Café e Cia, Capitão Cevada, Comidaria, Dom Caneco, Entrega Sushi, Genki Culinária Oriental, Inverno D’italia, Kasa Sushi, Lanchão & Cia, Palato Sorveteria, Los Machuchos Paleteros, Paraki Lanchonete, Peixoto Bar, Praia do Açai, Restaurante Barracão, Saint Stelo Microcervejaria, Sodom Motorcycle, Super Dog, Rotisseria Tabarin, Choperia Tekinfin Choperia, Terapia Music Bar e Villa São Jorge. Informações sobre o evento podem ser obtidas no site www.saojoaodaboamesa.com.br. A


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Arezzo - lançamento de nova coleção tendências

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opinião

A Casa do Porco O cardápio é um fervoroso culto ao porco, concepção de quem conhece o bicho desde a roça. POR LAURO BORGES

Jefinho, um sabe-tudo dos cortes suínos, entrou na cena gastronômica comandando por bons anos a cozinha do Attimo, trabalhando com primor num conceito que ele chama de ítalo-caipira. Apesar de interiorano, ele é um apaixonado pelo velho centro da Pauliceia, onde mora e onde a esposa, a “Dona Onça” Janaína Rueda, serve caçarolas densas no pé do Copan. Por isso, sair do reduto mauricinho —o Attimo fica na Vila Nova Conceição— pra cozinhar em oldtown foi mais do que natural. A Casa do Porco foi “porcamente” pensada. O prédio, na degradada rua Araújo, preserva seu exterior detonadão. Dentro, a brigada jovem e bem treinada abraça o comensal num ambiente repaginado, informal e muito ajeitado. Uma coisa rústico-moderna, se é que isso existe. O cardápio é um fervoroso culto ao porco, concepção de quem conhece o bicho desde a roça. Comida que ergue, que restaura, que exta-

sia… Minha emocionante e antológica experiência... Entradas: pancetta com goiabada. Sim, é isso, pode acreditar: goiabada cremosa com um toque de pimenta cobrindo uma crocante barriga de porco frita. Um soco gordo na mesmice! Outro aperitivo: sushi de papada de porco com tucupi preto. O homem inventa, arrisca e acerta. Principal: Porco à SanZé, o carro-chefe. A carne, lentamente assada, é servida tenra e desossada com couve, tartar de banana, farofa amanteigada e tutu de feijão. Uma “porca” poesia. Sobremesa: morangos frescos com fitas de salsão e sorbet de manjericão. Foda de bonito e de diferente. Muito foda! É fato, este planeta está cada vez mais inóspito, mas ainda é o único lugar onde se pode comer o porco-arte do Jefinho Rueda. A

A CASA DO PORCO

Com uma decoração descolada, que lembra aqueles mercados deliciosos de Nova York, em uma rua no centro de São Paulo, está a Casa do Porco, novo projeto do chef Jefferson Rueda (ex-Attimo) e Janaína Rueda (Bar Dona Onça). Uma mistura de bar, restaurante e mercadinho, tem janelas abertas para a rua do seu açougue e oferece itens para viagem, como o sanduíche de porco. 54

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Foto: Márcia Pereira / AbsolutMag


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tecnologia

Ativismo digital nas redes sociais Ações criadas no “mundo virtual” têm interferido de maneira positiva no “mundo real” POR FRANCO JUNIOR

Os brasileiros gastam mais de 650 horas por mês em redes sociais. Tem gente que navega para saber da vida dos outros, conferir onde o conhecido passou férias, quais as festas frequentadas, fazer fofoca... mas tem também quem se conecte para trabalhar, estudar e, até mesmo, fazer o bem. Isso mesmo, fazer o bem é algo que tem ocorrido com frequência na internet por meio de campanhas solidárias. Este tipo de ação é voltada a ajudar, por exemplo, um artista a lançar seu disco, um escritor publicar seu livro, adoção de cachorros abandonados e ajudar o próximo com doações. Com a diversidade de maneiras de contribuir, o “mundo virtual” tem deixado um pouco de lado o “ilusório” e atingido, diretamente – de maneira concreta - o “mundo real”. MANEIRAS No caso de contribuir com artistas e escritores, a maneira encontrada é o denominado “financiamento coletivo”. Doações em dinheiro são feitas até que o valor estipulado como meta para pu-

blicar o livro ou lançar o disco seja alcançado. Este tipo de ação é feita com sites credenciados e especializados nesta modalidade de “vaquinha”, que recebe o nome de crowdfunding. ATIVISMO DIGITAL Já ao se falar de campanhas para adoção de animais ou para ajudar necessitados, o Facebook é o responsável pela “solidariedade”. Ao abrir a rede social é comum encontrar na timeline uma foto e uma descrição de alguma campanha. Devido à velocidade da internet, é mais fácil ficar sabendo de ações deste tipo pelo mundo virtual do que de maneiras antigas como: placas coladas em postes ou pessoalmente com amigos, conhecidos e informantes. O professor universitário Pablo Moreno Fernandes Viana, publicitário, mestre em Comunicação Social e doutorando em Ciências da Comunicação, explica este fenômeno pelo fato de a mobilização virtual ser mais fácil que a mobilização física. “Para apoiar alguma causa nas redes sociais bastam pequenos gestos, como uma curtida, uma confirmação de presença em algum evento ou um compartilha-

mento de algum post. Mesmo nos casos de abaixo assinados, as plataformas online de mobilização são mais práticas que as formas tradicionais para essa mobilização. Por essa razão, creio que hoje as mobilizações virtuais envolvam mais pessoas e tornem o engajamento virtual maior”, analisa o especialista. Mesmo com a praticidade em contribuir com campanhas via internet, o professor aponta que “o espaço virtual não deve ser compreendido como algo desconectado do espaço físico”. Pablo Moreno Fernandes Viana descreve que a internet é uma extensão da realidade e, por meio de recursos que potencializam cada vez mais a existência no mundo virtual, isso está cada vez mais forte. Ele comenta, no entanto, que o fato de algumas ações do chamado mundo real poderem ser resolvidas no mundo virtual, não significa que a rede está se tornando “nosso local de existência”. “Cada vez mais o que se percebe é que as ações no virtual impactam no dia-a-dia e isso é muito positivo. Mais do que pensar que o ativismo, a solidariedade e a política serão transferidos para o virtual, o que vejo como ponto positivo das mobilizações via redes sociais é a possibilidade de criação de uma consciência política [não em todas as pessoas, claro] da importância de ser atuante na rede e fora dela”, descreve ele.

A BUSCA PELO CAPITAL SOCIAL Ser um ativista digital não é como integrar o Greenpeace. Você pode ter assinado uma petição ou feito a inscrição para um e-mail. Se você já fez isso, faz parte do que se tornou um fenômeno global: a ascensão do protesto online – também conhecido como “clicativismo” Foto: Reprodução Internet

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REAL E VIRTUAL A facilidade de aderir a uma ação solidária online, segundo o professor, não quer dizer que o nível de sensibilização via internet seja maior ou menor. Pablo Viana diz acreditar que, em virtude da visibilidade, as mobilizações no mundo virtual sejam maiores em termos de participação numérica. Isso porque, assim como analisa, antes da internet, para se engajar em alguma campanha, era preciso algum envolvimento com a causa e com organizações responsáveis por essas mobilizações. “Com as redes, qualquer pessoa pode receber aquele conteúdo por meio de seu grupo de amigos. Isso acaba aumentando o número de pessoas envolvidas com as causas, seja nas mobilizações, seja na participação efetiva em torno delas. Mas, no entanto, não se pode afirmar que a sensibilização das pessoas envolvidas seja maior ou menor”, comenta o professor. CUIDADOS A internet é uma poderosa ferramenta de comunicação e informação. Por meio dela

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Pesquisa sobre ativismo Um estudo recente sobre ativismo digital, realizado pelo DataFolha, apontou que a maior parte das pessoas (64%) se consideram ativamente envolvidas com uma causa quando se manifestam a favor dela via seus perfis em redes sociais. Porém, só um terço delas levaram seu apoio um passo além - isto inclusive em se tratando de ações mantidas no âmbito digital e que não exigem cruzar a porta de seu lar- como, seguir o perfil de uma ONG nas redes sociais (28%), assinar uma petição on-line (29%) ou realizar uma doação (35%). Ainda de acordo com estes dados, apenas uma minúscula parcela dos ouvidos compartilhou sua postura com uma ação para além da Internet.

é possível fazer negócios, se informar, buscar lazer, entretenimento e praticar ações de ativismo político e social. Como ferramenta tão poderosa, o professor universitário alerta que é preciso ter cuidado ao utilizá-la, sempre conscientes dessa integração cada vez maior do mundo físico e do virtual. “Nossas ações na rede impactam no dia-a-dia e o mesmo acontece com nossa ação no chamado mundo real.

É preciso atenção, buscar informação de qualidade, checar fontes e veracidade antes de tomar determinadas ações - mesmo pequenos gestos, como uma curtida, um comentário e um compartilhamento - para que esse ativismo digital seja de fato um instrumento de transformação social e não somente um mural de linchamentos online ou troca de xingamentos, como muito se vê por aí”, frisou o especialista. A


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perfil POR PEDRINHO SOUZA

Nesta edição vamos acompanhar a trajetória de Fausto Rios, proprietário da loja Casa Total, e de Ana Cecília Pezzi, da Morana Acessórios. Vamos descobrir como superaram os desafios e se tornaram empresários capacitados. Vamos saber também quais os segredos para alavancar e aprimorar o empreendimento e as expectativas para o futuro. Leia, curta e aproveite!

Qual a sua formação? Graduado em Administração de Empresas, Ciências Contábeis e MBA em Marketing Foto: Bárbara Moreira / Two Moon

Fausto Rios 34 anos, empresário

empresário “ Serenvolve preparo. É diferente de ser empreendedor, que envolve vocação.

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Como iniciou a carreira de empresário? Como empresário, a carreira começou mesmo há 14 anos, quando decidi largar um emprego para ajudar na empresa da família, reconhecendo que meu retorno poderia contribuir para o desenvolvimento dos negócios. Para isso, busquei formação e me preparei profissionalmente. Mas sempre fui empreendedor, buscando oportunidades até onde surgiam dificuldades. Numa dessas, ainda criança, após perder mais uma atraente pipa no céu, resolvi ocupar meu tempo vendendo minhas criações na garagem de casa. O negócio deu tão certo, que logo virou uma linha de produção envolvendo toda a família. A brincadeira foi além, chegando ao ponto de ser necessário comprar pipas num atacado da capital para atender à demanda na porta de casa, resultado surpreendente para uma criança. Você encontrou dificuldades com a sua pouca idade? Bom, comecei bem cedo, não tinha 10 anos de idade, ajudando - talvez nem tanto meus pais nas atividades da empresa. Naquela fase, fiz de tudo, de ajudante de motorista a office-boy. Apesar de às vezes bater bola no depósito da empresa - mas a devida responsabilidade sempre foi a mim exigida, enquanto, por outro lado, autonomia me foi concedida. Acredito que isso me garantiu respeito nas poucas situações de preconceito que enfrentei. Qual foi o maior desafio que você encontrou nos negócios? Desafio faz parte do negócio, surge a todo momento e é bom. Mas tem um que ainda estou virando a página. Há um ano, perdi o ‘pai-trão’: meu pai, meu sócio, minha referência. E uma parte crucial dos negócios estava somente na cabeça dele. Agora, juntamente com a família e equipe, estamos colocando as coisas de volta no eixo. Este fato,

apesar de triste, trouxe um grande desafio e com ele muito ensinamento. Com a graça de Deus, esta fase está sendo superada. Em quem você se espelha nesse mundo dos negócios? Bruce Wayne, mais que um empresário, um cidadão obcecado por suas convicções pessoais. No mundo dos negócios o que acreditamos deve estar acima de nossas capacidades técnicas. E esse momento de crise, como superar? O momento pede muita atenção e exige mais trabalho. Devemos deixar de lado o ensinamento “depois da tempestade vem a bonança”. Não podemos nos ‘aquartelar’ e esperar a crise passar. Temos que ‘sair na chuva’ sem reclamar e ‘remar até tocar o barco adiante’. Mais ainda, ‘preparar as velas’ para a próxima ‘tempestade’ que, com certeza, outro dia virá. Na sua opinião, qual é a ponto central para se dar bem no comércio? Relacionamento é a chave que abre todas as portas: clientes, parceiros e colaboradores. Para quem pretende abrir seu próprio negócio, o que você diria? Ser empresário envolve preparo. É diferente de ser empreendedor, que envolve vocação. Então estude, prepare-se e conheça mais sobre sua área de atuação, tomando cuidado para não se tornar extremamente técnico, o que não é bom. Agora, mesmo que não seja sua vocação, tenha uma postura empreendedora. Isso é vital para o negócio e é possível desenvolvê-la, a começar por sua iniciativa. E aí, está esperando o quê? Para esse pessoal, se você pudesse dar uma dica, o qual seria? Entenda a diferença entre ‘viver do negócio’ e ‘viver para o negócio’. Mas nunca deixe de ‘viver o seu negócio’. Em horas vagas, o que gosta de fazer? Estar com minha esposa e filhos, eu acho que mereço esse privilégio.


DEDICAÇÃO, TRABALHO E COMPROMETIMENTO Esses são os alicerces de nossa empresa, sempre acreditamos em uma base sólida, e com muito trabalho e alegria buscamos inovações em nossa região, com o objetivo de progredir e fazer o melhor para nossos clientes. Estamos completando 5 anos, com produções de vídeos nos mais diversos segmentos, uma empresa jovem que ainda tem muito a crescer e aprender. Agradecemos a todos que fizeram parte destes 5 anos de muitas conquistas e trabalhos.

VÍDEOS COMERCIAS / INSTITUCIONAIS / DOCUMENTÁRIOS / IMAGENS COM DRONE / FOTOS EM 360º

Filiada a

(19) 3635 2043 | www.aldeiacriativa.com Rua Capitão Teco, 281 • Rosário • São João da Boa Vista • SP facebook.com/AldeiaCriativa | youtube.com/AldeiaCriativa

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Por quê você decidiu abrir uma empresa ? Na verdade o varejo está no meu sangue. Desde pequena sempre acompanhei meu pai no comércio e brincava demais de trabalhar em loja e com vendas. Mas tudo começou, oficialmente, quando eu ainda estava na faculdade e acabei passando em um processo seletivo para trabalhar em uma indústria. Eu fiquei radiante! Quando contei para o meu pai, ele disse que eu não poderia ir para a indústria, pois meu lugar era no comércio e eu precisava “descobrir” isso. Foi aí que soubemos que a Morana, de Poços de Caldas-MG, estava sendo vendida e foi a oportunidade que precisávamos. Com a ajuda dos meus pais, assumi a loja e aí realmente me descobri - eu nasci para o comércio. Depois disso abri ainda a Morana de São João da Boa Vista e a Balone, também em Poços.

Foto: Bárbara Moreira / Two Moon

Ana Cecília Pezzi 25 anos, empresária

acontece “ Oé umquereceio da parte de alguns em acreditar que alguém tão nova já está no comando de uma loja.

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E qual foi o maior desafio que você já encontrou? Acho que foi conquistar meu espaço e respeito. Principalmente por ter começado muito nova, já que assumi a loja com 19 anos. Acredito que superei mostrando minha capacidade e também tendo muita humildade para aprender com quem já tinha mais experiência. O varejo é um aprendizado constante, ainda há muito para aprender. Você já sentiu algum tipo de preconceito por ser mulher e jovem? Acredito que o preconceito não é muito forte. O que acontece é um receio da parte de alguns em acreditar que alguém tão nova já está no comando de uma loja, mas como disse, vamos vencendo com humildade e aprendo cada dia mais.

tudo, eliminarmos as práticas ruins e potencializarmos as boas. Precisamos encantar nossos clientes e fazer o básico bem feito. Qual é a chave para se dar bem no varejo? Amor! É preciso amar o que se faz, as equipes, os clientes e os fornecedores. Quando se tem amor no que se faz não tem erro, se faz bem feito e isso se transmite em cascata desde o comando até a ponta. O que você gosta de fazer nas horas vagas? Sou viciada em trabalho, não fico um dia sem trabalhar, eu gosto e me faz bem. Mas nas minhas horas vagas o que eu amo mesmo é dançar e além disso aproveitar muito minha casa, minha família e meu noivo. E qual é o seu maior sonho? Meu maior sonho é ter minha família, filhos e conseguir alinhar tudo isso com a minha carreira. Ter um equilíbrio entre todas as partes é o que mais almejo. O que você diria à quem pensa em abrir uma empresa? Eu acho que seria procurar fazer algo com o qual você se identifique, não faça só por dinheiro, faça por amor e com amor. A jornada do empresário não é fácil, são 24 horas ligado no negócio, muita preocupação e muita dor de cabeça, mas ver seu cliente ser bem atendido e sair satisfeito da sua loja é recompensador. E qual seria a dica que você daria? Tenha muita determinação, planeje direito seus objetivos, trace metas e estratégias para atingi-los. Respeite sempre as pessoas, são elas que dão vida aos nossos negócios.

E em quem você se espelha nos negócios? Com certeza no meu pai. Começar do zero como ele começou não é para qualquer um. É muita determinação, força de vontade, fé e competência.

Quais seus planos para o futuro? Crescer, conquistar lugares altos e inspirar muitas pessoas a fazerem um varejo limpo e bem feito, com respeito, trabalho em equipe e integridade.

Na sua opinião, como é possível enfrentar essa crise pela qual o país passa? Acredito que a melhor maneira de enfrentar essa crise é saber que ela está aí. Entender o que está acontecendo e abrir a mente para novas possibilidades e pensar fora da caixinha. É o momento ideal para olharmos para dentro da nossa empresa, organizarmos

E para os negócios, quais seriam os próximos passos e planos? O próximo passo é vencer essa crise e passar esse momento ruim da economia sem desanimar e sem deixar as equipes abaladas. O foco total agora é ir pra cima e fazer cada vez melhor, para, em um próximo momento, expandir.


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Terapia MBC

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empreendedorismo

Um ensino para a vida Colégio Experimental Integrado completa 30 anos com propostas de ensino inovadoras. POR BRUNA MAZARIN

Fundado em 1986, o Colégio Experimental Integrado comemora, em 2016, três décadas de atividade. O objetivo da instituição era criar um espaço onde a formação acontecesse de forma ampla, baseada em princípios pedagógicos inovadores que pudessem preparar as crianças e jovens para atuarem em uma sociedade que, a cada dia, exige mais conhecimento. Com apenas 16 alunos, o Colégio Experimental transpôs as barreiras que surgiram e construiu um espaço para desenvolver todas as atividades planejadas. Desde então, inovar e acompanhar se tornaram palavras de ordem da instituição de ensino, explica a diretora do colégio, Maria Cecília Martins de Almeida Perez. “A evolução global sempre foi uma prioridade para nós. E, por isso, nossa própria história revela essa constante intenção de investir em educação de qualidade, através de um currículo consistente e diferenciado, que prioriza o desenvolvimento de múltiplas habilidades e competências dos alunos, além de promover a reflexão e a formação de valores humanísticos”, diz Maria Cecília. Como exemplo, a diretora cita a implementação pioneira das aulas de Informática e Filosofia, na década de 90. “Essas disciplinas continuam a ser trabalhadas de maneira mais completa por meio do projeto de Robótica, feito com o Lego Edu-

EMPREENDEDORAS

As educadoras Selma Bertoli e Maria Cecília Martins de Almeida Perez fundaram, em 1986, o Colégio Experimental Integrado, com o objetivo de incorporar princípios pedagógicos inovadores que pudessem preparar as crianças e jovens para serem atuantes na sociedade.

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cation, e o trabalho de formação em Educação Moral, feito com nossos educadores, atráves do Gepem (Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral – Unicamp e Unesp). Outro exemplo foi a implantação do Espanhol dentro da grade curricular, há mais de 15 anos e, ainda, do Projeto Bilingual, iniciado em 2012, que transformou o aprendizado da língua inglesa em aulas diárias, com imersão total no idioma em sala de aula e fora dela”, destaca Maria Cecília. Atualmente, o Grupo Experimental Integrado possui a Escola de Infância, na unidade 1, onde atende bebês a partir dos 4 meses e os acompanha até os 5 anos. Na unidade 2, o Colégio atende alunos do ensino fundamental I e II, ensino médio e curso pré-vestibular. Formar cidadãos “Entendemos que o ensinar vai além do

aspecto conceitual”, define a diretora Maria Cecília. É assim que o Colégio lida com sua metodologia de ensino. Enquanto escolas se preocupam em formar alunos apenas aptos a vestibulares, o Experimental cuida para formar cidadãos. “O ensinar parte do entendimento sobre como se dá o processo de aprendizagem em cada faixa etária. Buscamos constantemente estratégias e metodologias que irão desenvolver de maneira completa todas as habilidades do pensar e, então, consolidar o processo de aprendizagem. Esse entendimento é a base para promover o desenvolvimento e aprendizado máximo dentro de cada momento da vida da criança e do jovem”, diz Maria Cecília. A diretora salienta que as escolhas do Experimental sempre foram orientadas por metodologias e projetos educacionais que promovam a formação do indivíduo Foto: Assessoria Integrado


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Foto: Assessoria Integrado

em todas as suas dimensões: sociais, cognitivas e afetivas. “Adquirir um conhecimento sólido, multidisciplinar e contextualizado sempre norteou nossas escolhas para consolidar a formação acadêmica de nossos alunos”, ressalta Maria Cecília. Para a diretora da Escola de Infância do Experimental, Selma Bertoli da Motta Rosas, o espaço dedicado à educação infantil é um dos grandes diferenciais da escola. “Construímos um espaço super diferenciado para a Educação Infantil, que acolhe uma nova metodologia inspirada na ‘Pedagogia do Olhar e da Escuta’, de Reggio Emilia, da Itália. Adaptamos os espaços de aprendizagens para o desenvolvimento de projetos específicos com as crianças. Dessa forma, criamos ambientes exclusivos que despertam um aprendizado natural e motivador para a criança. Temos o Espaço Brincar, o Espaço Criar, o Núcleo Ambiental, com uma fazendinha, onde diferentes animais contribuem para o desenvolvimento da educação ambiental; a quadra poliesportiva, o berçário com espaço para estímulo à amamentação, entre outros”, cita Sandra. Pensar no futuro dos alunos também está no projeto de ensino do Colégio Experimental. E para garantir isso, a escola faz um acompanhamento personalizado da evolução de cada jovem através do Study Coaching, que orienta e ajuda no alcance das metas escolhidas pelos estudantes. “Classes com número limitado de alunos nos dão oportunidade de poder reconhecer e respeitar as diferenças de cada um de seus ‘sonhos’ para a vida futura”, complementa Maria Cecília. 70

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Parcerias Desde o ano 2000, o Colégio Experimental Integrado é uma escola parceira da UNESCO pelo Programa das Escolas Associadas (PEA). O objetivo do PEA é criar uma rede internacional de escolas que trabalhem pela “Cultura de Paz”. O Programa consiste, basicamente, no estímulo a projetos ligados a um tema central, que é o Ano Internacional proposto pela UNESCO, ou simplesmente dirigido à ampliação da consciência de cidadania. “O principal benefício é participar de uma comunidade global que trabalha pelo mesmo objetivo, com troca de informações e compartilhamentos de

projetos e ideais. Isso catalisa os esforços e repercute positivamente entre os alunos, que podem ampliar o trabalho pela cultura da paz, em todas as suas formas”, explica a diretora. Dentro dessa parceria, os alunos da instituição também desenvolvem a aprendizagem intercultural, que envolve domínio de idiomas, conhecimento e respeito a outras culturas, projetos internacionais; a sustentabilidade, que diz respeito a todos os aspectos de vida sustentável; e o sistema das Nações Unidas, para que os alunos saibam o que é a ONU, UNESCO e PEA. “Esses temas conduzem ao eixo central, que é o da Cidadania Global, que vem sendo enfaticamente recomendado pela Coordenação Internacional”, acrescenta Maria Cecília. Outra parceria que a diretora destaca é com a Cambridge University, iniciada no ano passado para dar continuidade ao Projeto Bilingual, implementado em 2012 no Colégio e na Escola de Infância. “O material Cambridge é mundialmente reconhecido, possuí muitos recursos pedagógicos e multimídias como CDs, DVDs, livro digital, além dos materiais didáticos e paradidáticos, trabalhando com todas as habilidades e proporcionando assim um aprendizado completo da língua inglesa para nossos alunos”, complementa Selma, diretora da Escola de Infância. A Foto: Assessoria Integrado

DIFERENCIAIS O Colégio Experimental Integrado criou vários ambientes para desenvolver e motivar o aprendizado. Hoje a escola oferece desde uma horta, gerida pelos alunos, até uma mini fazenda, onde diferentes animais contribuem para o desenvolvimento da educação ambiental.


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culinária

Costelinha de porco com molho barbecue INGREDIENTES • 2,75 kg de costela de porco; • 01 pitada de pimenta-do-reino; • 01 pitada de sal; • 01 pitada de pimenta-calabresa em flocos; • 04 xícaras (960 ml) de molho barbecue; • 02 garrafas (long neck) de cerveja preta.

MODO DE PREPARO Corte a costela de porco em pedaços. Ponha água em uma panela grande e leve ao fogo para ferver. Coloque uma pitada de sal, de pimenta-do-reino e de pimenta-calabresa amassada. Cozinhe as costelas na água fervendo durante 20 minutos. Escorra e deixe as costelas separadas por cerca de meia hora. Enquanto isso, pré-aqueça a churrasqueira em fogo alto. Cubra as costelas com um pouco do molho barbecue. Ponha as costelas na churrasqueira e deixe cada lado cozinhar por 5 a 10 minutos, no fogo alto. As costelas devem ficar com uma aparência bonita de

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carne grelhada. Coloque as costelas grelhadas em uma panela elétrica tipo slow cooker. Jogue o restante do molho barbecue e uma garrafa de cerveja. Isso deve cobrir até a metade das costelas. Tampe a panela e deixe a carne cozinhar em temperatura alta durante 3 horas. A cada hora veja se não é preciso colocar mais cerveja para diluir o molho. Mexa para deixar o molho por cima da carne. A costela de porco estará pronta quando a carne começar a se soltar do osso. Como a costela já foi cozida na água fervendo, o resto do cozimento é somente para deixá-la mais macia e mais saborosa. Essa receita serve até 12 pessoas. UMA DICA Você também pode utilizar um molho barbecue caseiro. Para isso, aqueça azeite em uma panela e refogue algumas cebolas. Acrescente molho de tomate, catchup, sal, pimenta-do-reino e deixe apurar por 5 minutos no fogo baixo. Em seguida, acrescente suco de limão, vinagre, molho inglês, mostarda, misture e deixe no fogo baixo por mais 5 minutos. Por fim, acrescente mel e misture até que fique homogêneo. A


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diversão e arte em CDs, DVDs e Blue Ray POR HÉLINHO FONSECA

As sugestões desta edição não são de CDs/DVDs, como de costume. São apenas de livros que têm como tema central a música, alguns de seus personagens, curiosidades, fatos e histórias que valem a pena a gente ler e conhecer, em leituras que podem ser interrompidas no dia a dia, mas que nos darão muito prazer ao terminá-las. Recomendo todos. Na próxima edição, a música em CDs/DVDs estará de volta. Espero que gostem da novidade.

Além de viver alguns dos grandes momentos da história da MPB, André Midami participou ativamente dos nascimentos da Bossa Nova, da Tropicália e do rock nacional, além dos grandes festivais de música e das fantásticas jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos. Do Vinil ao Download é uma leitura que é uma viagem pela nossa música.

DO VINIL AO DOWNLOAD Editora Nova Fronteira 384 Págs.

Uma vida em que tudo aconteceu depressa demais – assim foi a vida de Elis Regina um turbilhão da infância à morte prematura e trágica, numa biografia que enreda o leitor neste turbilhão e procura iluminar todas as facetas de uma mulher difícil e apaixonante, obstinada, insegura e que teve uma carreira linda e triunfal, embalada sempre pela sua voz inconfundível e maravilhosa. Para Regina Echeverria, Elis Regina “superou acusações, rótulos e cobranças”. FURACÃO ELIS Editora Leya Brasil 372 Págs.

Chega de Saudade reconstitui a vida boêmia e cultural carioca dos tempos da Bossa Nova — boate por boate, tiete por tiete, história por história. Para compor esse fascinante mosaico, envolvendo música e comportamento, Ruy Castro penetrou em seus bastidores e ouviu dezenas de seus participantes – compositores, músicos e cantores, além dos amigos e inimigos deles. O resultado é uma narrativa que se lê como um romance, cheia de paixões e traições, amores e desamores, lances cômicos e trágicos – protagonizados por João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Newton Mendonça, Nara Leão, Carlinhos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Maysa, Johnny Alf, Sylvinha Telles, Elis Regina e pela legião de jovens que eles seduziram com seu charme e suas canções. CHEGA DE SAUDADE Companhia das Letras 456 Págs.

Através de depoimentos e fatos inesquecíveis, este livro de 336 páginas, edição limitada e peso de 3 quilos/exemplar, nos relembra os 30 anos de história do maior e mais importante festival de música do mundo, o Rock in Rio, que acontece no Rio de Janeiro / Brasil, desde 1985 e em outros países a partir da década de 90. ROCK IN RIO 30 ANOS Editora 5W 336 Págs.

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gastronomia

A arte de fazer cerveja Conheça os tipos mais comuns e pessoas que desenvolvem a bebida de forma artesanal. POR BRUNA MAZARIN

A cerveja é uma paixão mundial. E para agradar um público tão variado e com gostos diferentes, ela vem em formas, sabores, cores e aromas diversos. Versátil, a cerveja sempre será uma boa pedida, independente do clima, comemoração, comida ou paladar. Conforme explica Kaio Corso, que atuou na área de vendas de uma franquia de cervejas, a bebida se divide em três grandes famílias: Lager, Ale e Lambic. Dentro de cada uma delas existem diversos tipos de cerveja, destacando-se as Lagers, a Pilsen, a Bock e a Dunkel. “A Pilsen é o tipo de cerveja mais popular na Alemanha e no mundo. Tem origem tcheca. De cor dourada, o malte dá um adocicado suave, com um toque de caramelo e aromas que lembram biscoito e pão, enquanto o lúpulo contribui com um amargor moderado e características frescas, fazendo com que seja uma cerveja muito fácil de ser consumida”, diz. Kaio segue explicando que as do tipo

Bock costumam ser robustas e alcoólicas, com amargor médio e predominância do malte em relação ao lúpulo, no aroma e no sabor. “Já a Dunkel — palavra alemã que significa escuro— tem sabor e aroma que predominam o malte, em notas de chocolate biscoito ou tostado, com pouco ou nenhum espaço para o lúpulo”. Entre as cervejas da família Ales, sobressaem-se a Weizenbier, a Pale Ale, a India Pale Ale, a Porter e a Stout. No caso da Weizenbier, o líquido não é filtrado, indicando que a levedura permanece na garrafa, tornando-o turvo. Kaio acrescenta que pelo menos 50% do malte dessa cerveja precisa ser de trigo — o restante é malte de cevada. A levedura utilizada traz aroma de banana e cravo, além de ser uma cerveja bastante efervescente. “Na Pale Ale o lúpulo começa a mostrar seu potencial, dando amargor e aroma às cervejas. Pode ter notas cítricas, de frutas tropicais, florais e até terrosas. Na boca, a percepção do amargor se sobressai. A India Pale Ale (IPA) é a

versão turbinada da Pale Ale. Sua origem é bastante conhecida: o teor alcoólico e a lupulagem maiores foram os recursos que tinham a função de conservar por mais tempo a cerveja, no século XVIII, que saía da Inglaterra e tinha que chegar às Índias, de navio, sem refrigeração. O amargor acentuado é a característica principal dessa cerveja, assim como o aroma”. Sobre a cerveja britânica Porter, Kaio destaca que utilizam maltes tostados, refletindo o chocolate e o café no seu aroma. “Já a Stout entra como uma subcategoria da Porter, que acabou tornando-se mais famosa que a original. De cor preta como o piche, o aroma é de café e o gosto vem completamente do malte super tostado”, acrescenta. Por fim, nas cervejas da família Lambics, ressaltam-se as Fruit Beers, cervejas com adição de algum tipo de fruta, como framboesa, maçã verde e outras. “Essas relíquias seguem até hoje um método ancestral, não muito higiênico, já que são feitas em porões e sótãos, em tanques abertos, o que é essencial para man-

NEGÓCIO PROMISSOR A Sauber Beer surgiu em 2009, criada pelo engenheiro químico Renato Marquetti Junior, que entrou para o mundo das cervejas artesanais por hobby. Hoje, a empresa possui um catálogo com 28 cervejas. Além dos sabores criativos, as embalagens são outro destaque: artistas locais pintam quadros que são adaptados para os rótulos das cervejas.

Foto: Divulgação

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Foto: Arquivo pessoal

CRIANDO SUA CERVEJA

O designer, Ulisses Oliveira, fez de seu gosto pela cerveja um hobby. Após vasculhar a internet sobre o assunto e degustar algumas cervejas artesanais, Ulisses conta ter decidido fazer a sua própria cerveja. Depois de muito estudo e cursos, ele criou sua própria marca, a Bravus Beer Cerveja Artesanal.

ter vivos os fungos e bactérias que fazem a fermentação espontânea da bebida. Por serem muito ácidas, adicionam-se frutas para conferir aroma e sabor”. Preferência nacional Embora haja muitas opções da bebida, no Brasil a Pilsen, é a campeã de vendas, representando 96% do consumo total no país. Kaio explica que o fator determinante dessa preferência foi o clima quente. “Temos o costume de tomar cervejas mais leves e refrescantes. Por isso optamos pela Pilsen”. Ele conta, ainda, ter observado um aumento recente na venda das Weizenbier e no consumo de cervejas escuras como a Bock e a Stout, no inverno. “Mais recentemente, tendo em conta a influência americana, as Pale Ale e IPA têm caído no gosto dos amantes de cervejas artesanais”. Harmonização Assim como acontece com os vinhos, cada tipo de comida combina mais com um determinado tipo de cerveja. Segundo Kaio, a regra é básica: cerveja leve pede comida leve, enquanto a cerveja mais encorpada e robusta pede comidas de sabor complexo. Ele dá algumas dicas de harmonização. “As do tipo Pilsen, por exemplo, combinam com churrasco, 78

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frango a passarinho e batata frita. Já as cervejas Witbier vão bem com comida japonesa, especialmente sushi e sashimi. A Weizenbier vai bem com peixes, frutos do mar e salsichas alemãs. A Fruit Beer harmoniza bem com sobremesas como pudim, torta de chocolate e cheesecake. A Pale Ale combina com hambúrguer, churrasco, coxinha de frango e tábua de frios. O tipo IPA pede comida indiana picante, chilli mexicano, cordeiro e queijos azuis. A Tripelé é ótima com azeitonas e massa à carbonara. A Bock harmoniza com vaca atolada e calabresa. A Porter combina muito com nossa clássica feijoada, bolinho de feijoada e o sanduíche de mortadela. Por último, a Stout é uma excelente opção para acompanhar frios condimentados e sobremesas à base de café ou chocolate”, orienta Kaio. Do caldeirão para a garrafa O designer, Ulisses Oliveira, fez de seu gosto pela cerveja um hobby. Após vasculhar a internet sobre o assunto e degustar algumas cervejas artesanais, Ulisses conta ter decidido fazer a sua própria cerveja. Segundo ele, essa decisão o levou para um “mundo sem volta”. “Fiz um curso com o Afonso Landini, proprietário da Arte Brew. Ele é excepcional, vive para a cerveja artesanal. E isso se tornou uma

paixão. Um caminho sem volta, mesmo”. Ulisses diz que sempre “brincava” nas horas vagas para desenvolver uma marca e um nome de sua cerveja. Depois de alguns estudos, ele escolheu o nome Bravus Beer Cerveja Artesanal. Inclusive já nomeou os estilos que produz, como a Bravus IPA —uma India Pale Ale—, a Bravus Stout Beer —tipo Stout— e Bravus 510 —American Pale Ale. “No final do ano passado, participei de um concurso com a Bravus 510 na cidade de Piracicaba e ela ficou em 12ª lugar. Pensa num cervejeiro feliz?”, comenta com risos sobre a conquista. O cervejeiro não pode vender suas “obras de arte em forma líquida” por não ter registro no Ministério da Agricultura (Mapa), um processo bastante burocrático. Mas ele se diverte produzindo em seus caldeirões levas de 20 litros para os amigos, familiares e por encomenda. “O prazer mesmo é desenvolver e apreciá-la. Meu foco não é ganhar dinheiro e, sim, o hobby”, confessa. Para Ulisses, produzir cervejas é uma experiência única. Mas ele não vê o hobby se tornar um negócio. “Não existe nada melhor que, em um sábado de verão, à tarde, você sentar e degustar sua própria cerveja. Desde quando comecei, trato como hobby. Não o vejo transformando-se em um negócio. Mas não sabemos o dia de amanhã, não é? Por enquanto, é apenas por diversão”, completa. Do hobby ao empreendimento O engenheiro químico, Renato Marquetti Junior, também entrou para o mundo das cervejas artesanais por hobby. “No início era um hobby. Mas os amigos e familiares me incentivaram a prosseguir com aprimoramentos”. Depois


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de pesquisar mais sobre os processos de produção e participar de vários cursos, Renato fundou, em 2009, a Sauber Beer. De origem alemã, a palavra Sauber significa puro e cristalino, que define bem os produtos da cervejaria, elaborados com ingredientes de qualidade, totalmente artesanais e sem aditivos ou conservantes. “As cervejas Sauber são produzidas em meio à natureza, num ambiente lindo, tranquilo e aconchegante, onde tudo é reaproveitado”, diz Renato. Com sede em Mogi Mirim, a Sauber Beer tem um catálogo com 28 cervejas. Além dos sabores criativos, as embalagens são outro destaque. Artistas locais pintam quadros que são adaptados para os rótulos das cervejas. A ideia surgiu da artista plástica Vanesca Luisa Rampazo Marquetti, também proprietária da Sauber Beer. “Sou artista plástica e sei o quanto é difícil divulgar os nossos trabalhos. Pensando nisso tive a ideia de trocar os rótulos de nossas cervejas por algo que envolvesse arte. Conversei com alguns artistas sobre a ideia de pintar quadros relacionados com um pouco da história das cervejas — origem, cores, sabores, etc. Hoje podemos dizer que as nossas cervejas são uma obra de arte envolvida por outra, transformando-as em Foto: Divulgação

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obras-primas”, destaca. Bar DENTRO Da cervejaria Há quatro anos o casal Stephania Fernandes Alvarez e Leonardo Tomassetti Ferreira Neto começou a fabricar cervejas de modo caseiro em São João da Boa Vista. “Entrarmos em contato com esse universo em viagens internacionais. Produzíamos para consumo próprio e venda para conhecidos”, explica Leonardo. Nessa experiência, Leonardo conta ter identificado uma demanda para esse tipo de produto. “Em 2015 surgiu a oportunidade de comprar o equipamento profissional. Investimos nossas economias no empreendimento”. Após o período de legalização, a Saint Stelo Microcervejaria foi inaugurada em 21 de maio de 2016. “O significado do nome vem de Santo (Saint), por conta do Santo São João, e Stelo sendo o ‘acrônimo’ de Stephania e Leonardo”. O estabelecimento é um típico brewpub — bar na cervejaria—, onde o cliente degusta o chopp dentro da fábrica e ainda conhece os equipamentos. “Oferecemos porções de queijos e defumados

artesanais regionais, harmonizados com os diversos tipos de chopps produzidos. Também oferecemos delivery de barris com chopeiras para eventos, festas e confraternizações”. A microcervejaria sanjoanense produz desde o chopp mais leves, como Pilsen ou Pale Ale, até o mais encorpados e aromatizados, como IPA ou Stout. “Temos a intenção de oferecer várias opções de chopp simultaneamente, tanto para servir no bar, quanto para delivery, em eventos e comemorações. Futuramente também produziremos cervejas engarrafadas”, antecipa Leonardo. Para ele, cervejarias artesanais se destacam na quantidade e na qualidade. “A quantidade, sendo muito menor, se comparada com as cervejas industriais, nos permite acompanhar mais cuidadosamente o processo, adicionando um toque mais humano, com verdadeiro capricho. Além disso, nossa matéria prima é selecionada e não utilizamos conservantes”. Leonardo ainda reforça: “sem dúvida o processo artesanal de produção de cervejas resulta num produto fresco, de qualidade e feito com dedicação”. A

DIRETO DA FONTE Brewpubs são os bares que produzem a própria cerveja e só as comercializam no próprio local. São João conta com um dos poucos do Brasil, a Saint Stelo Microcervejaria, que oferece também porções de queijos e defumados artesanais.


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guia de anunciantes Confira a lista das empresas que anunciaram nesta edição. Com isso, essa página serve como um guia rápido para consultas:

Aguamar Av. Dona Gertrudes, 267 – Centro Fone: 19 3636.4721

Dr. Josuel Azarias Av. Tereziano Valim, 266 - Centro Fone: 19 3623.3635

Rabo de Saia Rua Prudente de Moraes, 19 Fone: 19 3623.2586

Aldeia Criativa Rua Capitão Teco, 281 – Rosário Fone: 19 3635.2043

Dr. Luis Ramos Rua Dr. Teófilo Ribeiro de Andrade, 308 Fone: 19 3623.5021

Arezzo Av. Dona Gertrudes, 38 - Centro Fone: 19 3623.3503

Dr. Tomás de Aquino Av. Tereziano Valim, 300 Fone: 19 3623.3482

Regina Noivas Loja 1- Rua Treze de Maio, 237 São José do Rio Pardo Fone: 19 3681.4081 Loja 2- Rua General Carneiro, 291 São João da Boa Vista Fone: 19 3633.5204 / 3633.5186

Armazém das Cores Loja1 – Rua 14 de Julho – São J. B. Vista Fone: 19 3631.5734 Loja2 – Rua Cap. Belarmino R. Peres, 678 Vargem G. do Sul Fone: 19 3643.2827 Loja3 – Rua Av. Dr. Durval Nicolau, 666 Fone: 19 3631.2090

Empório da Serra Av. Dr. Durval Nicolau, 956 Fone: 19 3631.5515

Regina Presentes Praça Gov. Armando S. Oliveira, 65 Fone: 19 3623.3631

Flor do Cedro Rua Cel. Ernesto de Oliveira, 374 - Centro Fone: 19 3631.2159

Rubro Calçados Rua Henrique C. de Vasconcelos, 1955 Fone: 19 3631.1614

Forguaçu Av. Senador Marcus Freire, 730 Fone: 19 3633.1848

Senac Rua São João, 204 Fone: 19 3366.1100

Fórmulas & Fórmulas Rua Oscar Janson, 201 – Centro Fone: 19 3623.6251

Sequoia Av. João Batista Bernardes, 1150 Fone: 19 3633.3197

Geração.com Praça Governador Armando Sales, 45 Fone: 19 3633.6343

Terapia Bar Av. Dona Gertrudes, 437 Fone: 19 3623.5671

G Stone Av. Marginal Luiza Bodani Farnetani, 535 Fone: 19 3624.1631

Unifae Largo Engenheiro Paulo A. Sandeville, 15 Fone: 19 3623.3022

Havaianas Av. Dona Gertrudes, 317 – Centro Fone: 19 3623.1985

Univaci Av. Oscar Pirajá Martins, 951 Fone: 19 3633.1122

KNN Idiomas Rua Capitão Victor Dias, 125 Fone: 19 3633.1500

Vanzela Materiais & Acabamentos Rua Henrique Martarello, 761 Jardim São Paulo Fone: 19 3633.3022

Auto Beti Rodovia SP-342 – São João / Águas da Prata, Km 229 Fone: 19 3622.3811 Bar do Russo Rua 14 de Julho, 741 – Vila Conrado Fone: 19 3623.2107 Cada Passinho Rua Benedito Araújo, 155 – Centro Fone: 19 3631.2755 Celso e Zilene Rua Antonio Machado, 221 – Centro Fone: 19 3622.2457 Center Luz Av. Dr. Durval Nicolau, 523 - Mantiqueira Fone: 19 3633.7978 Clero Brasil Praça Coronel José Pires – Centro Fone: 19 3633.4735 Coca-Cola www.cocacola.com.br

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Lina Boutique Av. Dona Gertrudes, 273 - Centro Fone: 19 3622.2929

Conforto com Classe Rua Benedito Araújo, 125 - Centro Fone: 19 3623.1801

Loja Mirtes Av. Dr. Oscar Pirajá Martins, 914 Fone: 19 3631.3464 www.lojamirtes.com.br

Conversão Modas Rua Henrique C. de Vasconcellos, 2381 Fone: 19 3623.5073

Luis Figueiredo – Quiropraxia Rua 14 de Julho – Vila Conrado Fone: 19 3623.4484

Donni Artesanato e Relojoaria Praça Cel. José Pires, 28 - Centro Fone: 19 3623.3109

Mariana Mendes Arquiteta Praça Otávio da Silva Bastos, 61 Fone: 19 3631.7230

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Yoga Mantiqueira Rua Julio Jorge da Rosa, 126 Vila Operaria Fone: 11 9.8234.6108 Zero% Rua Carlos Gomes, 212 - Centro Fone: 19 3056.5144

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