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A Revista Atua, ano 8, número 31 (Julho de 2015), é uma publicação sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial - Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita e dirigida, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares
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Jornalistas
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ENTREVISTA ESPECIAL
Ana Carolina Belchior Antonio Luiz Magalhães Amanda Duarte Bruna Mazarin Franco Junior Pedrinho Souza
Revisão
050 Um herói sanjoanense
Ana Lúcia Finazzi | analuciafinazzi@uol.com.br
Filho de pai australiano e mãe brasileira, Glenn McMillan (foto) mudou-se para a Austrália quando tinha cinco anos de idade. Quando tinha nove anos de idade, sua mãe o matriculou, assim como sua irmã, para ter aulas de teatro. Hoje, aos 30, é um proeminente ator, participando da série de TV australiana Wonderland.
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Fotos publicitárias
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São João tem potencial para se tornar polo educacional
Centros educacionais podem mudar a configuração de uma cidade. As áreas de estudo e pesquisa desenvolvidos neles tornam-se atrativos para grandes empresas, que precisam de espaço e principalmente mão de obra qualificada.
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Moradores de rua são tratados com indiferença
Dados do Departamento de Assistência Social de São João da Boa Vista contabilizam 20 pessoas vivendo nas ruas da cidade. O problema é ignorado pela sociedade.
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Fotos sociais
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Impressão
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Erramos
Open bar, a nova forma de roleta russa
Quantos jovens sabem exatamente os riscos que correm ao tomar bebidas alcoólicas? Quantos sabem os limites do que o corpo humano pode aguentar?
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moda & beleza saúde & psicologia
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moda & beleza
Tratamento com ácidos no inverno Saiba por que a estação fria é o momento ideal para tratar a pele com ácidos Foto: Reprodução Internet
POR ANA CAROLINA BELCHIOR
Com a chegada do tempo frio a incidência dos raios solares é mais branda e as pessoas se expõem menos ao sol. Assim, essa é uma boa época para procurar aquele tratamento de pele que estava pensando em fazer. Para quem quer rejuvenescer, eliminar manchas como melanose (sarda), melasma (mancha de gravidez), acne, cicatriz e até estrias a recomendação é aplicar ácido. A dermatologista Maria Cecília explica que as chances do paciente tomar sol no verão, por exemplo, são maiores. Logo, o inverno acaba sendo o melhor período para cuidar da pele, sem risco de machucar. “Um rosto que passou por tratamento com ácido, se ficar sob o sol pode ter uma reação fotossensível grave, pode criar ferida ou queimadura”, explica Dra. Maria Cecília. Cada ácido tem sua função e indicação adequada para cada caso. Os ácidos Mandélico, Kójico, Fítico e Glicólico, por exemplo, têm função clareadora, usados em pacientes com manchas escuras e esparramadas pela face e que não podem usar a hidroquinona. O Glicólico é indicado para pele morena. Já o Retinóico, um dos mais usados, é indicado para peles claras. Sua aplicação é variada, agindo sobre a doença da acne desde graus leves aos mais graves, no rejuvenescimento, no tratamento de estrias e cicatrizes. De modo geral, os ácidos têm como principal função esfoliar a pele de baixo para cima, desde a derme, a camada mais profunda da pele. Ao mesmo tempo em que estimula a produção de colágeno, reconstituindo as fibras de proteína que dão firmeza à pele. Além do Retinóico, outro ácido forte é o Hialurônico que, diferente de todos os outros, tem função preenchedora. Pode ser usado em cremes, mas sua eficácia maior é manipulado na clínica por 6
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meio de injeções para preencher sulcos, conhecidos como bigode chinês. Na categoria dos ácidos mais leves há o Salicílico, com ação secativa no tratamento de acne. O Azelaico era antes o único que podia ser usado por gestantes, ao tratar melasma. Mas agora existe o Tranexâmico, mais eficaz. Todos podem ser usados em forma de cremes e loções, em casa. em casa ou na clínica? “A base para quase todos os tratamentos é o ácido retinóico porque, além de tratar o rejuvenescimento da pele, ele ainda estimula a produção de colágeno”, reforça Dra. Maria Cecília. Como seu alcance é grande, suas concentrações podem variar, sendo usado em cremes e loções no tratamento em casa ou em maior quantidade no peeling químico, na clínica. A dermatologista explica que o peeling químico é um procedimento que limpa a pele, permitindo a ação mais eficaz do ácido, em concentrações mais
altas. Na maioria dos casos é preciso de três a quatro sessões mensais. Os peelings químicos podem ser superficiais, médios e profundos. Os primeiros são quase indolores, já o peeling profundo exige um cuidado maior durante a aplicação e no pós-peeling. A dermatologista salienta que, mesmo depois das sessões de clínica, o tratamento deve ser continuado em casa. O mesmo ácido empregado na estética também pode ser usado no tratamento de doenças chamadas lesões pré-câncer de pele. São as queratoses actínicas, comuns em 30% dos casos em idosos. Trata-se de pequenas feridas que nunca se fecham, um tipo de lesão áspera que irrompe no rosto, braços e colo. Para prevenir esse tipo de machucado, Dra. Maria Cecília ressalta a importância do filtro solar. “Essas lesões pré-câncer aparecem também em paciente jovem que não tem o hábito de usar filtro. Nesses casos, com peeling ou ácido, em casa conseguimos tratar para não evoluir para câncer.” A
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moda & beleza
Acerte na escolha O inverno 2015 traz, como principal tendência, as botas acima dos joelhos POR BRUNA MAZARIN
O inverno traz elegância ao vestuário. Mas não adianta acertar na roupa e deslizar no sapato. Para finalizar os looks de inverno, as botas são a opção certa. Apesar de darem o toque final de estilo ao visual é preciso cautela na hora de adotá-las no dia a dia. Por sorte, a temporada de 2015 trouxe tendências que se encaixam em todos os gostos e tipos de mulher. Basta escolher uma que seja adequada a cada perfil. O hit da vez é a bota cuissarde, conhecida também como over the knee — acima dos joelhos. Elas proporcionam um look elegante e ao mesmo tempo despojado, explica a consultora de estilo, Ana Carla Vila Verde. “Para usar as botas de cano longo é importante respeitar o perfil físico. Mulheres altas podem usar sem medo se as pernas forem finas e proporcionais ao corpo. Esse estilo de bota combina com saias e vestidos”. Mas quem é baixa também tem o calçado ideal. “As baixinhas devem optar por botas de salto alto e combiná-los com legging, calças justas e minissaias. Isso vai alongar a silhueta”, diz Ana. E para a típica mulher brasileira, com coxas e quadris largos, a dica é não apostar em muitas cores, destaca a consultora. “Quem tem coxas grossas costuma não ser favorecida com o uso de botas. Uma boa opção para não ficar sem o sapato hit da estação é usá-lo com um look monocromático e de preferência com peças escuras”. Mas, se ainda não estiver segura para
OVER-THE-KNEES
usar as botas de cano longo, há uma opção atemporal: as botas montaria. “Elas são muito complicadas de combinar com roupas curtas. O ideal é com calça. É uma boa opção para começar a usar canos mais longos de bota”, ressalta Ana Carla. Sobre cor, Ana acredita que menos é sempre mais. Os tons de marrom e preto são atemporais. “Para não errar na hora de combinar, escolha botas caramelo, o tradicional preto e tons de marrom. Botas brancas, azuis, amarelas, enfim, são difíceis de combinar em um look. Como o inverno pede cores mais sóbrias, vale garantir a elegância e não errar nos detalhes”. Nas passarelas As marcas tradicionais também trouxeram diversas opções ao desfile de Inverno 2015 da São Paulo Fashion Week (SPFW). A grife carioca Animale, que abriu o evento, apresentou um misto de
A bota over-the-knees já foi tendência há alguns invernos, ela é uma ótima alongadora de silhueta e protege as pernas do frio e das chuvas, além de deixar o look bem elegante.
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galocha com bota montaria. O calçado é envernizado, com cano na altura do joelho. Já a UMA trouxe opções de cano curto, como a ankle boot clássica, de couro preto. O mesmo fez a Cavalera, que apostou em uma ankle boot de salto, com pelo colorido por dentro e cadarço. A Tufi Duek ousou com uma bota de couro, com cano alto e cadarço até o topo. A Colcci resgatou os anos 70 em uma bota com tramas, além de variar nas cores preto, vermelho, marrom e gelo. Dentro de tantas possibilidades, a consultora Ana Carla destaca a importância de usar um calçado que traga conforto e bem-estar. Ela ainda complementa que o espelho deve ser o modelador de cada um. “O bom senso é sempre o parâmetro. Temos botas lindas nesta temporada, mas que não vão se encaixar no estilo de todo mundo. Por isso vale pesquisar bem para não tropeçar no estilo”. A Foto: Reprodução Internet
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tendências - o que usar
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moda & beleza
Conheça o Matcha, o melhor chá verde do mundo Mais potente que chá verde, erva dissolve gordura rapidamente O Matcha é a forma mais pura, mais delicada e mais cuidadosamente cultivada do chá verde. É resultado do processamento integral de folhas premium de primeira colheita do chá verde (Camellia sinensis), cultivadas à sombra, secadas e moídas por processos especiais, para que suas folhas produzam e mantenham uma maior quantidade de substâncias antioxidantes, aminoácidos e clorofila, além de apresentarem um sabor delicado e mais adocicado. Por manter todas as partes da folha do chá verde, o Matcha possui maior concentração de antioxidantes, vitaminas, minerais, fibras e aminoácidos, em especial a l-theanina, da qual falaremos mais adiante neste artigo. É o chá tradicional usado na famosa cerimônia do chá no Japão e foi trazido da China por monges budistas. CHÁ TRADICIONAL Este chá verde, em pó, é um estilo especial e raro, usado na tradicional Cerimônia do Chá, sendo somente que responde por menos de 1% do total de chá verde produzido no Japão. Seu pó verde finíssimo é misturado à água quente e imediatamente batido (com um acessório próprio de bambu), para incorporar
O SUPER CHÁ
ar e reduzir o amargor, adquirindo aspecto espumoso e cremoso. Seu sabor é refinado, adocicado, herbal e exclusivo, tendo um amargor bastante suavizado, combinado com notas umami frescas. Porém, para a população brasileira que não está tão acostumada com as notas amargas do chá verde e busca consumi-lo mais pelos aspectos nutricionais e funcionais, a forma integral do chá verde aparece como uma ótima opção, isto é, na forma de Matcha, já que por ser integral e pelo processamento utilizado, entrega um sabor bastante suave e todos os benefícios conhecidos e comprovados do chá verde. Além disso, é muito flexível, considerado um ingrediente gourmet, pode ser utilizado desde simplesmente diluído em água quente, para ser consumido tradicionalmente como chá, utilizando-se utensílios próprios para Matcha Tea, ou em água fria para ser consumido como refresco, mistura-
O matcha é campeão em tudo que você imaginar: tem 70 vezes mais antioxidantes que o suco de laranja e nove vezes mais betacaroteno que o espinafre, por exemplo. Só que é mais do que isso. Seu consumo aumenta em 25% a queima de calorias durante os exercícios físicos. E como apresenta-se em pó, todos estes benefícios podem ser aproveitados se você utilizar o matcha em receitas, como pães e bolos.
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do ao leite para se fazer um delicioso e cremoso Matcha Latte . Também com sorvetes base leite ou base fruta, ou ainda com chocolate branco. Para nossa surpresa, fica delicioso em receitas de pães, bolos, biscoitos, molhos, mousses, chocolates e doces em geral (brigadeiro com o Matcha fica uma delícia!). Em alguns sites de culinária gourmet é possível encontrar receitas de massas de macarrão e até queijos e salsichas feitos com matcha. O Matcha apesar de já ser há muito tempo consumido na Ásia e ter conquistado europeus e norte-americanos, é recém chegado ao Brasil através de uma parceria entre a Taiyo do Japão, R & S Blumos e Grings Alimentos Saudáveis. Ele já pode ser encontrado em sua forma gourmet em lojas de alimentos naturais e saudáveis, como em grandes redes que reservam espaço em suas gôndolas para este segmento de produtos especiais. A Foto: Reprodução Internet
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moda & beleza
Diga sim ao estilo barbado A barba volta a fazer parte do visual masculino, não apenas para trazer uma imagem mais séria, mas também com o intuito de dar estilo e jovialidade POR BRUNA MAZARIN
Elas estão de volta. As barbas saíram do imaginário antigo e passaram a cobrir os rostos de todos os homens. Em parte, celebridades jovens e até mesmo os ícones de Hollywood ajudaram a resgatar o estilo. Mas a nova moda hipster foi a grande incentivadora para que os homens abandonassem o estilo imberbe. Hipster é um termo usado para definir jovens urbanos, com gostos que costumam ser associados à música, roupas e acessórios que seguem a uma linha alternativa. A consultora de estilo Ana Canhadas explica que a barba sempre foi cíclica, só que desta vez vem mais forte por ter alcançado o público mais jovem. “Ela não é mais sinal de idade, seriedade. Hoje a barba tem uma imagem descolada, jovial, até despojada em alguns casos”. Ana diz que quando o assunto é barba não há muitas regras, vale o estilo e Foto: Bruna Mazarin
o bom senso. “Tem homens com barba muito falha e muito rala. Particularmente eu acho que fica feio. Cada um precisa analisar como é seu rosto e o tipo de barba, dessa forma irá achar a melhor opção”.Acima de qualquer padrão de moda, a consultora reforça ser importante se sentir bem com o espelho. Ela diz ser possível adotar desde uma opção mais certinha e bem aparada, até um estilo mais despojado, com uma barba grande e cheia. “Claro que como convivemos em meio a várias regras é sempre importante analisar a sua rotina. Onde trabalha, que atividade desempenha, se tem tempo para cuidar de uma barba mais longa. No mais, é só deixar crescer e escolher seu estilo”. E para aderir ao estilo, nada melhor do que procurar um profissional da barba, o barbeiro. Na área há quase 60 anos, Armando Xavier de Souza, do Salão Azul, aprendeu o ofício em sua terra
natal, Ibicaraí (BA). “Quando fiz 17 anos meus padrastos queriam que eu tivesse uma profissão. Tentei alfaiate, mas não deu certo. Então experimentei ser barbeiro. Com o tempo, fui me aperfeiçoando e tomando gosto pela profissão. Descobri que era nisso que eu queria continuar trabalhando”, conta Armando. Ele chegou a São João da Boa Vista há 45 anos e, desde então, atende diversas personalidades da cidade e da região, muitas registradas em um “painel da fama” que ele tem em seu salão. “O Sidney Beraldo é meu cliente desde que cheguei aqui, quando ele ainda fazia Tiro de Guerra. Ele me contava que dizia para as pessoas, quando era chefe da Casa Civil, que viria até São João fazer a barba e o cabelo comigo. Sergio Reis também foi meu cliente, inclusive em São Paulo, em uma época em que ele mal tinha dinheiro para pagar o corte de cabelo. Em sua última vinda a São João ele veio falar comigo e me agradeceu pela época em que ele não tinha dinheiro para pagar e eu o ajudei”. Mas Armando não se considera um barbeiro. Ele diz ser um “cirurgião capilar”, apelido dado por um de seus clientes que é médico. “Esse nome pegou. Todos os clientes, que vêm até aqui me chamam de cirurgião capilar. Tenho 23 médicos que fazem a barba e o cabelo comigo e eles me chamam assim”.
CIRURGIÃO CAPILAR
Na área há quase 60 anos, Armando Xavier de Souza, do Salão Azul, aprendeu o ofício em sua terra natal, Ibicaraí (BA). Ele chegou a São João da Boa Vista há 45 anos e, desde então, atende diversas personalidades da cidade e da região, muitas registradas em um “painel da fama” que ele tem em seu salão.
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HOMENS ANTENADOS
Roberto da Silva Freitas veio de São Paulo para São João há dois anos. Ele lembra que quando chegou à cidade pensou que enfrentaria certo preconceito. “Por ser uma cidade interiorana, imaginei que os homens teriam vergonha em vir até um salão. Mas não: eles chegam aqui informados das tendências, perguntam por novos procedimentos estéticos”.
Foto: Bruna Mazarin
Armando conta que existem técnicas especiais para fazer a barba, além de dicas que ele dá aos clientes para mantê-la sempre macia. “Tiramos um pouco da bochecha e desenhamos conforme o contorno do rosto. O bigode também precisa ter, senão não fica adequado. Ensino os clientes a passarem um creme no rosto depois do banho, para que a barba fique sempre macia”, completa Armando. Já Roberto da Silva Freitas, que há 30 anos trabalha com cabelo e barba, veio de São Paulo para São João há dois anos. “Notei que essa região era carente de profissionais da área. Então quis trazer esse conceito de barbearia para cá”, conta. Ele diz que utiliza a técnica do visagismo, que analisa o perfil físico do cliente, além da imagem que ele quer passar, para identificar qual a melhor opção de cabelo e barba. “Um jovem médico ou advogado, por exemplo, sai da faculdade com aquela cara de bebê. Com a
TRADIÇÃO DE FAMÍLIA
Para o barbeiro Fernando Betti, a profissão veio como uma herança de família. Ele conta que o avô, Francisco Betti, cortava cabelos aos finais de semana, na zona rural de São João. “Meu pai Pedro Betti, depois de mudar para cidade após o falecimento de meu avô, começou a trabalhar como barbeiro”. Seguir os passos do pai foi questão de tempo, explica Fernando.
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barba conseguimos passar um conceito de seriedade e credibilidade”. Roberto lembra que, quando chegou a São João, pensou que enfrentaria certo preconceito por parte do público masculino, mas diz ter se surpreendido. “Por ser uma cidade interiorana, imaginei que os homens teriam vergonha em vir até um salão. Mas não. Vejo que em todos os lugares temos um homem moderno, que se preocupa com a aparência. Eles chegam aqui informados das tendências, perguntam por novos procedimentos estéticos”. Sobre o retorno da barba à moda, Roberto diz achar que não será passageira. “Hoje a barba é a estrela. Mas essa moda veio para ficar. Eu mesmo descobri, aos 50 anos, que meu estilo é esse. Nunca mais vou tirar a barba. Meu jeito, minha
postura mudaram. As pessoas mudam seu estilo, sua imagem com a barba”, concluí. Para o barbeiro Fernando Betti, a profissão veio como uma herança de família. Ele conta que o avô, Francisco Betti, cortava cabelos aos finais de semana, em sua propriedade na zona rural de São João. “Meu pai Pedro Betti, depois de mudar para cidade após o falecimento de meu avô, começou a trabalhar como barbeiro, na Barbearia do Mané. Após um ano, abriu sua própria Barbearia ,na rua Raticlif, próxima à linha férrea”. Betti diz que toda sua vida foi rodeada pelo ambiente das barbearias, principalmente por ser muito apegado ao pai. Seguir os mesmos passos foi questão de tempo. “No começo de 2001 deixei meu emprego em uma empresa e montei uma barbearia”. Hoje ele avalia ter sido a melhor escolha que fez profissionalmente. “Trabalhar como barbeiro é um sonho realizado. Hoje divido meu tempo com a vereança e consigo conciliar as duas coisas bem, pois trabalho com agendamentos Foto: Divulgação
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por telefone e uso até redes sociais para agendar os clientes”. O barbeiro observa que houve uma grande lacuna no interesse dos jovens da década de 80 e 90 quanto a se especializar no seguimento. “Atualmente a procura voltou e temos até mulheres fazendo curso de barbearia. Em grandes capitais, há um novo estilo de barbearias, com bares e até salas de jogos de carteado e sinuca”. Ele diz ter notado uma procura maior por jovens, que antes não eram adeptos ao estilo. “Os jovens procuram uma barba mas aparada, quase por fazer, e sempre desenhada. São os estilos ‘chin curtain’ e ‘full beard’”, finaliza. Fiel ao estilo Mesmo antes de entrar para o time dos barbados, o publicitário Flávio Hussar, 28, diz que o estilo sempre passou uma imagem de “masculinidade, responsabilidade e estilo”. E aos 21 anos ele decidiu dar início a uma vida barbada. “Minha barba sempre foi falha e rala —ainda é. Mas fielmente comecei a deixar há mais ou menos três anos, para combinar com meu estilo: cabelo crescendo, motociclismo, rock”. O novo estilo de Flávio surtiu efeitos positivos e negativos. Com o público feminino ele revela que não teve problemas. “Hoje há várias mulheres que gostam de barbas, de todos os tipos. Desde as mais descoladas e diferentes, até as mais comuns e menores”. Segundo ele, tem até um título para as amantes de barbas. “São chamadas de ‘barbudetes’”. Mas o publicitário conta ter amigas que desaprovaram seu visual barbudo. “Muitas não gostaram. Algumas amigas ainda pediram para tirar”. O estilo de Flávio já era bem marcante: cabelos longos e pretos e barba comprida. E em novembro do ano passado veio a mudança radical, mas por uma boa causa. “Cortei meus cabelos —que estavam no meio das costas— para doar a uma instituição chamada Cabelegria, que confecciona perucas para crianças com câncer. Aproveitei a mudança e arrisquei tirar a barba”. Do corte de cabelo ele não se arrepende, mas a barba fez muita falta. “Sinceramente? Eu me senti péssimo. Foi um grande erro. Era como se eu estivesse praticamente nu. Era como se não fosse eu! Parecia um adolescente, uma crian19
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A história dos barbeiros Barbeiro era uma das profissões mais comuns na área médica durante a Idade Média, que eram geralmente incumbidos do tratamento de soldados durante ou após batalhas. Nesta época, cirurgias em geral não eram realizadas por médicos, mas por barbeiros, que também faziam pequenas operações nos ferimentos dos camponeses e sangrias. No Brasil dos séculos XVI e XVII os barbeiros-cirurgiões, eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar bichas e ventosas e arrancar dentes, além de cortar o cabelo e a barba. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessugas. Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais abastardos tinham suas lojas.
ça, sei lá”. E já antecipa: “Não pretendo cortá-la mais”. Elas preferem os barbados A revisora Thaís Cristine de Lima comenta que começou a perceber sua preferência por “barbudos” ao notar que todos os atores, cantores e homens que achava atraentes tinham algo em comum: a barba. “Um dos meus atores favorito é o Johnny Depp, então já se pode ter uma ideia”. Só que a revisora não quer nem saber de barbas bem cortadinhas e alinhadas. Ela é bem decidida quanto ao seu estilo favorito. “Gosto das malfeitas e as grandes estilo viking. Não gosto de cavanhaque fino e bem desenhado, acho falso demais. Gosto de barbas naturais”. Para Thaís, homens com barba passam uma imagem mais sexy, com personalidade forte. “A barba faz toda a diferença”. E o namorado da revisora não poderia ser uma exceção. “Ele é, digamos, um viking! A barba dele é enorme, daquelas que dá para fazer trancinhas.
Foi o que me chamou a atenção. Uma vez ele deixou a barba bem rala e eu não gostei muito”. E Thaís ainda reforça: “Sou realmente uma amante de barbas”. Rafaela Domingos Caetano, produtora de hortfruti, também é apaixonada por homens que usam barba. “Ela dá um ar de masculinidade pura, de um homem mais rústico, mais homem, mesmo”. A produtora conta preferir uma barba bem cuidada, desenhada e não grande demais. “O homem com barba me passa a impressão de ser mais responsável e ao mesmo tempo misterioso. Adoro!”. Já para Ana Paula Formaio a barba era item indispensável em seus namorados. “Claro que nem todos tiveram barba, mas tentei de tudo para que tivessem. O último que tive, por exemplo, usa até hoje de tanto eu pedir. Não estamos mais juntos, mas a barba continua ali, intacta”. Ana Paula diz preferir um estilo de barba “preenchida, fofinha e bem longa”. “O homem de barba me passa imagem de ‘macho-alfa’”, conclui. A REVISTA ATUA | J ULHO 2015
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psicologia Foto: Reprodução Internet
Relacionamento após os 50 anos Vínculos emocionais trazem grandes benefícios à saúde física e mental POR MARYÁ REHDER AMBROSO
O tempo passa para todos e com ele passa também o viço da juventude, o tônus da pele, a coloração natural dos cabelos, a disposição para atividades rotineiras, a visão com perfeição, etc. Inúmeras são as mudanças adquiridas ao longo dos anos, mas se tem uma coisa que não muda e que não passa é a vontade de ser feliz! É como no dito popular: “Não há quem consiga ser feliz sozinho!”. Na melhor idade essa expressão também se tornou um clichê. Nos tempos atuais, é crescente o número de indivíduos com mais de 50 anos que encontram-se sozinhos em busca de um recomeço e, embora ainda haja preconceito e resistência para se permitir dar início a uma nova história de amor, é preciso ter em mente que nunca é tarde para amar. Não existem regras a serem seguidas e nem tão pouco uma fórmula com garantia de eficácia para se ter êxito nesse novo relacionamento. E é preciso levar em conta que o foco é distinto de quando se tinha 20 anos de idade, já que os 20
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gostos e necessidades mudaram e o nível de exigências também. Por essa razão, o primeiro passo é olhar para si, buscando as relevâncias a serem encontradas nessa relação a dois criando, assim, expectativas plausíveis para essa nova experiência de vida. Deixar mágoas, ressentimentos, raivas, decepções e frustrações para trás é item primordial, pois fazer as pazes com o passado torna o futuro um logradouro harmonioso, saudável e receptivo a novos prazeres. O amor depois dos 50 anos requer resiliência e muita maturidade emocional, tendo em vista que ambos possuem toda uma bagagem oriunda de uma estrutura de vida antes construída, que inclui: carreira, ex-cônjuges, filhos, e, às vezes, netos. Por isso, é preciso ter o discernimento e entendimento de que essas trajetórias não podem ser apagadas e que o melhor a ser feito é abraçar todo esse conteúdo e fazer dessas passagens de vida aprendizados que servirão de alicerces para essa nova relação amorosa. Estar em sintonia com o novo amor também é item obrigatório para
validar essa história. Dividir os mesmos objetivos e propósitos farão o casal ter maior companheirismo e, por conseguinte, mais segurança, confiança, lealdade, amizade e estabilidade. Ou seja, é preciso ser, para o outro, a companhia que você gostaria de ter ao seu lado! Sendo assim, não importa quantos anos se tem, já que isso pode ser algo subjetivo, onde cada um avalia a presença ou a ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos da idade. É preciso considerar sempre que o envelhecimento faz parte do ciclo vital e é um momento propício para novas conquistas, para a continuidade do desenvolvimento e para a produção social, cognitiva e cultural, onde sentimentos como o amor só fazem enriquecer e potencializar a autoconstrução da subjetividade e da identidade. Por fim, se sua mente e seu coração se sentem aptos para amar, não há como nem o porquê de negar a se permitir vivenciar um sentimento tão sublime e puro como esse, pois a felicidade pode tardar, mas sempre há de chegar. A
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viagens & turísmo
Roteiro turístico Seja dentro ou fora do Brasil, o importante é viajar POR AMANDA DUARTE
Você trabalha ou estuda o ano inteiro. Imerso em tarefas, metas, horários... Enfim, uma serie de deveres e obrigações. Esse ciclo de rotina pode ser desgastante física e mentalmente. O final de semana é o momento de relaxar, mas uma folga maior, além de necessária, é direito de todos os trabalhadores. Seja para descansar ou enriquecer a bagagem cultural, as férias são um alívio na rotina diária e os brasileiros têm passado cada vez menos tempo dentro de casa, durante esse período. A situação econômica nacional, dos últimos anos, permitiu a procura de diversidade. A época de ócio não é mais sinônimo de descer a serra para o litoral, apenas. “A procura por viagens mais longas tem crescido muito”, afirma a agente de viagens Thalyta Golotti Dotta, de São João da Boa Vista. A facilidade de parcelamento parece explicar o fato. Há agências na cidade que parcelam os pacotes em até 10 vezes e muitos clientes compram com 11 meses de antecedência. OS DESTINOS Segundo a CVC, o turismo doméstico é a preferência nacional, com grande foco nos destinos de sol e mar. Dos 3,3 milhões de brasileiros que viajaram com a operadora em 2014, 60% escolheram destinos do Brasil, e o restante, 40%, optou por destinos internacionais. Cruzeiros são a frequente opção de um público mais jovem, por suas baladas e atrações para grupos. Já os navios mais luxuosos contam com shows, cabines mais amplas e atendem à grande demanda de turistas da terceira idade. HORA DE CONHECER O BRASIL No que concerne à indústria do turismo no país, o dólar alto é mais benéfico do que prejudicial. O presidente da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Enrico Fermi Torquato Fontes, considera que o dólar em alta vai fazer com que as atenções do turista brasileiro se voltem ainda mais para o mercado interno. Ele lembra que a balança comercial do setor fechou 2014 com quase US$ 19 bilhões de déficit. “O turista internacional deixa aqui US$ 6 bilhões por ano, e nós estamos mandando US$ 25 bilhões por ano para fora; e aí fica essa diferença de US$ 19 bilhões, mas é preciso destacar que boa parte disso é gasta com compras”, afirma. Em outras palavras, os mais “prejudicados” pela alta do dólar são os endinheirados que procuram os destinos internacionais para fazer compras. MILHAS ACUMULADAS Para quem fará a vigem dos sonhos, ou simplesmente pretende sair da rotina, alguns critérios devem ser levados em conta, a fim de evitar contratempos. Com 16 carimbos no passaporte, a economista sanjoanense, Doraci Sergent Maia, de 57 anos, sabe a importância de um planejamento de viagem, somado à orientação de um bom agente: “Viajo pelo menos uma vez ao ano e utilizo a mesma agência, sempre. Tenho confiança no agente a quem consulto para os roteiros mais difíceis, quando faço excursões, apesar de também montar meu próprio itinerário e viajar independente”, conta.Segundo Doraci, o contato com outros Estados de seu próprio país é essencial, mas nada se compara com a experiência de cruzar o oceano. “Acho importante viajar para qualquer lugar, não importa aqui ou lá fora. O Brasil é maravilhoso, mas meu gosto pessoal é andar muitos quilômetros de avião. Mas tem um detalhe importante: é necessário viajar sem stress, sem pressa e apreciar, inclusive, as esperas nos aeroportos”, explica. A Foto: Reprodução Internet
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Sテグ JOテグ DA BOA VISTA AV. DONA GERTRUDES, 38 TEL (19) 3623 3503 25
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pílulas de viagem
Memórias do cárcere Os tapetes, voadores ou não, fascinam desde sempre os que botam os pés no Oriente POR LAURO BORGES
Istambul, segunda-feira, primeira manhã de viagem. Perto do hotel fica o inacreditável Grand Bazaar, no coração histórico da metrópole turca. É pra lá, caminhando, que nós vamos. Os tapetes, voadores ou não, fascinam desde sempre os que botam os pés no Oriente. Nas mulheres, eternas sedentas por upgrades nos ornamentos domésticos, esse fascínio aumenta consideravelmente na Turquia, dada a magnífica oferta de capachos de todas as formas, tamanhos, preços e estampas. E foi essa fraqueza feminina que atrasou nossa chegada ao Grand Bazaar. Explico. Nos arredores do nosso destino, a senhora Borges insinua-se a um vendedor na rua demonstrando inequívocos
desejos tapeteiros. Era a senha pra sermos conduzidos ao terceiro andar de um prédio abarrotado de alcatifas — existem poucos sinônimos para tapete, por isso me desculpo pelo horrendo “alcatifa”. Evitarei usá-lo novamente nesta crônica. O local, um tanto mal ventilado e sinistro, abrigava um exército de mercadores de alfombras — outro sinônimo igualmente pavoroso. Imagino que, exceto os quatro caipiras brasucas, não havia mais nenhum cliente naquela Galeria Pajé da Tabacow. Essa escassez de compradores causou um vigoroso assédio mercantil aos únicos incautos, ali praticamente encarcerados. A coisa foi de desnortear. Uns quinze homens misturando turco, espanhol, inglês, Ronaldo e Pelé, enaltecendo através de muitos decibéis as supostas quali-
dades dos tapetes que eram desenrolados aos borbotões. E dá-lhe bandejas e bandejas de tchai, a onipresente bebida turca. No auge da tensão cheguei a pensar que nas xícaras servidas haveria alguma erva causadora de efeitos perdulários a quem a ingerisse. O escancarado espanto nosso pelos cifrõe$ cobrados pelos tapetes parecia enervar aquele batalhão de negociantes ávidos para ferir de morte o meu cartão de crédito. Num inglês melhor que o meu — qual inglês seria pior que o meu?—, o jovem destemido Lauro Filho assume a transação e começa a falar mais grosso com a agressiva tropa de vendas. Já antevendo um possível fracasso no ataque aos nossos bolsos, a turba fica ainda mais ensandecida com a braFoto: Lauro Borges
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va resistência dos macaúbicos em plagas estrangeiras. Aproveitando um cochilo dos sentinelas e o fogo no jovem very good english, sorrateiramente este escriba alcança a rua escorregando desesperadamente suas muitas arrobas pelas escadas do edifício. Quando percebem que os três remanescentes acuados carecem do que os interessa —$$$$$$$—, a libertação deles foi questão de segundos. Os inimigos cessaram a artilharia quando o comandante, braço direito erguido, decretou: No money!. Aquele cárcere no alvorecer das férias teve três consequências: uma pedagógica, uma econômica e outra linguística. A senhora Borges, passado o susto, ignorou solenemente qualquer tapete ou congênere nos vinte dias da nossa estada na Turquia e, por isso, minhas descontroladas finanças foram agraciadas com uma poupança de centenas de euros. A consequência linguística? Meu inglês subiu de nível: de péssimo para ruim.
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O Grande Bazaar Grande Bazaar é provavelmente o maior e dos mais antigos mercados cobertos do mundo, situado no bairro histórico de Eminönü, distrito de Fatih, da cidade de Istambul, na Turquia. Ele foi aberto em 1461, é muito conhecido principalmente pela joalharia, cerâmica, especiarias e tapetes. O bazar foi construído entre 1455 e 1461 por ordem do sultão Mehmed, o Conquistador, pouco depois de ter tomado a cidade. Como era usual em muitos mercados otomanos, parte das taxas cobradas sobre o comércio destinavam-se a gerar receitas para uma mesquita, que no caso do Grande Bazaar era a recém convertida catedral de Santa Sofia. Além de angariar fundos para a mesquita, Mehmed pretendia reavivar o comércio na cidade conquistada. Foto: Reprodução Internet
culinária
Singularidade e brilho na cozinha do Leão Vermelho Restaurante retoma suas atividades com novo cardápio e chefs convidados POR BRUNA MAZARIN
A essência não mudou. Uma mesa, quatro lugares e um cardápio singular. No mês de janeiro, o restaurante O Leão Vermelho retomou suas atividades e trouxe novos projetos, idealizados pelo chef Gabriel Vidolin. Somos um céu cheio de estrelas é seu novo trabalho, que trará mensalmente um cozinheiro convidado. “Esse projeto surgiu de um momento meu de contemplação da grandeza do universo. Quando se olha para cima, em uma noite calma, percebemos a magnitude do cosmos, cada ponto de luz, cada estrela que representa outro universo que é carregado por outro chef. Foi então que eu tive a ideia desta reunião. A cada mês, por uma semana, o Leão se torna também a morada de outro cozinheiro convidado, que brilha no firmamento e também sustenta seu universo”. Para celebrar o início do projeto, Gabriel teve a ajuda de seu primeiro convidado, Leo Gonçalves, do Quero ser Cozinheiro [facebook.com/querosercozinheiro e @querosercozinheiro]. O jantar contou com 12 tempos e pratos que começavam a ser degustados apenas com os olhos, tamanha a elegância, simplicidade e delicadeza de cada um. “Servimos pães caseiros, com manteiga Prata. O Leo recriou uma mandioca carvão e um crocante de mandioca muito legal. Servimos em uma noite arroz de cogumelos —que plantamos
GABRIEL VIDOLIN
Gabriel começou cedo em seu oficio. Iniciou sua aprendizagem com Rolland Villard ,chef do Le Pré Catelan, e estagiou por casas europeias de cozinha de autor como Mugaritz, no País Basco e El Bulli em Roses. Criou seu projeto autoral, O Leão Vermelho, em maio de 2011.
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no Leão—, tilápia com legumes do jardim, uma seleção de feijões da feira com caldo de costela e tutano de boi, um marreco com molho de cajuína e mil folhas de mandioca”. As opções doces deram um toque leve e harmonioso. “Fizemos sorvete de manga da Serra da Paulista, creme de mel gelado com colmeias feitas de chocolate, sorvete de coco e um queijo que o Leo fez —tipo coalho— com compota de acerola e graviola”. Todos os pratos foram acompanhados dos vinhos Guaspari, produzidos em Espírito Santo do Pinhal, além da saborosa água mineral da Fonte Platina. A noite de degustações foi finalizada com o gostinho aconchegante do
café coado, da Fazenda Alegre. A ocasião ainda celebrou a parceria de Vidolin com a Fonte Platina, que produz água mineral, da qual ele agora é embaixador. “Há três anos, quando começamos a desenhar a parceria, eu não esperava um dia ser embaixador da marca. É um momento de muita emoção. O Leão Vermelho só existe, atualmente, pela motivação e a atenção que o Walter [Monici] e a Tati Najar deram ao projeto. O Leão está vivo e de coração pulsante, graças à Fonte Platina”. CONVIDADOS Para este ano já estão confirmados outros chefs convidados. Dentre eles Angela SiFoto: Fritz Nagib
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Fotos: Divulgação
cilia, de Belém do Pará; Ligia Karasawa e Neka Mena Barreto, ambas de São Paulo; Leandro Minifred, de Balneário Camboriú; Cesar Costa, de Piracicaba; e Henrique Benedetti, de Poços de Caldas. CARDÁPIO DE TITÃ Depois do Jamais me Abandone, o chef Vidolin traz para este ano o cardápio intitulado Atlas. “Em Jamais me abandone eu pedi aos comensais —e a mim mesmo— que o projeto do Leão seguisse de maneira saudável, sem jamais abandonar meu sonho. Um universo grandioso e complexo foi criado durante esta obra. No final, eu estava diante desse mundo, com nada às mãos”. A realidade que Gabriel viu em sua frente mostrou que ele precisaria de muito mais para sustentar seu sonho. “A única solução era me transformar em um Titã grego como Atlas, forte o suficiente para carregar o universo nas costas”. ‘ACREDITO NA GASTRONOMIA BRASILEIRA’ Leo Gonçalves conta que seu interesse pela cozinha surgiu quando ainda era pequeno. “Eu acordava cedo demais e tinha que me virar com o café da manhã”. Mas foi aos 28 anos que ele começou a tratar a culinária de forma mais séria. “Busquei entender o que acontecia dentro da cozinha, dentro das panelas, como se dava a transformação dos ingredientes”.Antes de se dedicar ao mundo dos sabores, Leo trabalhou por 17 anos como redator publicitário, em agências grandes de São Paulo e do Ceará. Em 2007 ele lançou seu blog de gastronomia e procurou por aprimoramento. “A cozinha Foto: Divulgação
foi roubando espaço na minha cabeça e no meu coração. Foi uma transição desejada e pensada durante anos, até acontecer. Mas a publicidade ainda tem seu lugar em vários momentos, agora dentro da cozinha”. Leo, no entanto, dispensou as escolas de culinária e seguiu uma jornada de experimentações, prática e muita atenção. “Quando resolvi investir de verdade na cozinha, em 2013, eu tinha 36 anos. Tenho um filho de 8 anos. Achei que não tinha tempo para começar uma faculdade do zero. Já cozinhava, estudava bastante, tinha equipamentos de última geração em casa —que comprei para estudar—, fazia jantares, mas não tinha experiência em cozinhas profissionais”. Por conta de sua realidade, ele impôs uma meta a si mesmo. “Resolvi que teria um ano pra ganhar o máximo de experiência possível. E como já conhecia alguns chefs, do meu tempo de blogueiro, fiz contato e fui me jogando nas
práticas. Ver o processo criativo de diferentes chefs e o lado administrativo de diferentes restaurantes me ajudou a perceber o que eu queria cozinhar e, principalmente, como queria cozinhar. Foi mais fácil encontrar a minha cozinha assim”. Da experiência que teve no restaurante de Vidolin, ele não hesita em afirmar: “O Gabriel é um mistério”. Leo descreve que componentes como o método de criação, modo de servir e a dedicação ao Leão Vermelho o intrigaram. “Depois de um rápido contato pela internet, nos conhecemos na Semana Mesa SP e a empatia foi total. Viramos amigos e o jantar começou a se desenhar”. Ele destaca que “o mais interessante” foi o pedido de Vidolin para que trouxesse o mínimo possível de ingredientes de fora de São João para que ele “entrasse na filosofia do Leão”. “Foi um bom aprendizado: cozinhar localmente, descobrir novas possibilidades e testar a experiência que ganhei nos últimos anos, fazendo a minha comida com ingredientes locais”. Leo diz acreditar que valorizar as riquezas locais é o melhor caminho para o sucesso. “Eu acredito na gastronomia brasileira, no poder do local. Acredito que é possível ser um gigante, um Titã, como diz o Gabriel, se você tiver orgulho e valorizar seu microuniverso”. A
ESPECIARIAS LOCAIS
A comida é feita quase inteiramente com produtos da cidade, valorizando produtores locais. Flores e ervas que enfeitam os pratos são cultivadas na horta do quintal.
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social - Arezzo Mob Party S達o Jo達o
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decoração
Iluminação dá forma e charme A luz tornou-se aliada da decoração e passa a modelar os espaços e dar a eles novos ares POR BRUNA MAZARIN
Decorar, ampliar, modernizar. Tudo isso utilizando um único recurso: iluminação. Foi-se o tempo em que a luz artificial tinha apenas a função de clarear ambientes escuros. Hoje, ela faz parte da decoração e pode mudar completamente um espaço. “Deixar um ambiente claro é coisa do passado”, afirma a designer de interiores da Centerluz, Rosana Cruz. “Os estudos na área da luminotecnia, associado às novas tecnologias, vêm mostrar a real função da iluminação e suas facetas”, ressalta. Ela explica que atualmente existem projetos luminotécnicos que permitem, por meio de cenários, dar ao ambiente uma aparência singular. “Podemos torna-lo mais calmo e acolhedor, mais alegre e divertido, mais hostil ou dramático, cênico e enigmático e por aí vai”, destaca Roshana. DICAS Um exemplo que a designer dá é para ambientes claros, que com menos luz diFoto: Reprodução Internet
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fusa proporcionará a sensação de amplitude e ganho de espaço. Outro fator que ela considera é o processo de “reformulação no jeito de morar”. Com espaços cada vez mais enxutos, principalmente no caso de apartamentos, a luz pode ser uma grande aliada para dar mais espaço aos cômodos. “São vários os recursos possíveis para ampliá-lo através de um projeto de interiores. Tons claros em paredes permitem maior reflexão da luz. Podemos finalizar esse ambiente com lâmpadas pontuais, estrategicamente colocadas. Por exemplo, um corredor estreito receberia lâmpadas pontuais dirigidas às paredes laterais, o que traria a sensação de amplitude ao espaço”. Já ambientes que oferecem pouca iluminação solar podem se tornar cansativos por conta do uso contínuo de luzes artificiais. Segundo Rosana, é possível compensar essa ausência da luz do sol com as lâmpadas difusas e bem distribuídas. “Durante a noite o cenário pode se tornar mais acolhedor com lâmpadas pon-
tuais, trabalhadas em sancas, destacando móveis e/ou objetos de decoração, luz indireta obtida através de peças específicas, fitas de led nas sancas, entre outros”. A designer ressalta a importância de prestar atenção na temperatura de cor das lâmpadas. “As de cor branca, por exemplo, dão a sensação de mais iluminação —embora sua eficiência seja a mesma das amarelas. As amareladas, por outro lado, são mais confortáveis no campo visual e trazem mais acolhimento e aconchego ao ambiente, como salas e quartos”. Eficiência e economia Com a crise energética, a conta de luz teve aumentos substanciais. Portanto, antes de começar um projeto de iluminação vale colocar os custos na ponta do lápis. Uma alternativa que tem um bom custo e benefício são as lâmpadas de led, que fornecem eficiência em luminosidade, durabilidade e economia. Segundo Rosana, elas “se pagam” em curto prazo. “Uma lâmpada halógena de 50w de consumo, com vida útil de aproximadamente 2 mil horas, tem sua correspondente em led com apenas 5w e vida útil de até 25 mil horas. A led pode chegar a 14 anos sem troca, com o uso diário de 5 horas, 365 dias por ano”. E ela ainda adverte: “isso é bastante significativo e faz a diferença na conta de eletricidade, mas vale pesquisar pela qualidade do material para que alcance esses índices”. A ressalva de Rosana se deve a maneira como as lâmpadas led foram amplamente divulgadas, aumentando muito o consumo com pouco critério. “Não basta ser led para ser bom. Deve-se levar em conta a procedência do material, tempo de garantia, vida útil estimada, corpo cerâmico para dissipação de calor, quantidade de watts coerente com quantidade de lumens etc. Não é só o preço que merece atenção, mas também a qualidade do produto oferecido”. A
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Roupas / sapatos / acessórios: Cada Passinho - (19) 3631-2755 Rua Benedito Araújo, 155 Fotos: Juan Landiva Locação: Pousada Canto dos Xamãs - (19) 3642-2033 Ygor veste jaqueta, calça jeans e botinha Tigor T. Tigre para Cada Passinho. Kaio veste camisa Tommy Hilfeger, blusa e calça jeans Tigo T. Tigre e botinha Hobby para Cada Passinho
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Lorena veste conjunto Lilica Ripilica e bota Menina do Rio para Cada Passinho. Lorenzo veste camisa, calรงa e botinha Tigor T. Tigre para Cada Passinho
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Mariana veste conjunto 1 + 1 e bota Pampli para Cada Passinho. Gabriel veste camisa e colete Tommy Hilfiger, calรงa jeans Tigor T. Tigre e botinha Tip Toey Joey para Cada Passinho
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Gisele veste vestido e jaqueta Lilica Ripilica e bota Pampili para Cada Passinho. Enzo veste camisa 1+1, camiseta e calรงa jeans e bota Tigor T. Tigre para Cada Passinho
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Luiza veste blusa e saia Lilica Ripilica e sapatilha Gats para Cada Passinho. Lucca veste conjunto e cinto Tigor T. Tigre, sapatĂŞnis Tip Toey Joey
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Lucca veste conjunto e cinto Tigor T. Tigre e sapatenis Tip Toey Joey para Cada Passinho
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nossa cidade
São João tem potencial para se tornar polo educacional O município pode, ainda, atrair grandes empresas que demandam mão de obra especializada POR BRUNA MAZARIN
Centros educacionais podem mudar a configuração de uma cidade. Às áreas de estudo e pesquisa desenvolvidos neles tornam-se atrativos para grandes empresas, que precisam de espaço e principalmente mão de obra qualificada. Com a consolidação dos centros de educação de São João da Boa Vista e a vinda de empresas que correspondem às formações disponibilizadas, a cidade passa a ter um potencial para ser um polo educacional. Com a recente instalação da UNESP e a presença do UNIFAE, Instituto Federal de São Paulo, UNIFEOB e Senac, o município possuí uma grande concentração de alunos. Com novos cursos voltados para as áreas da Engenharia, empresas começam a voltar os olhos para São João. Essa vocação educacional foi confirmada no Diagnóstico Socioeconômico feito pelas empresas Urban Systems e FGMF, que foram contratadas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento (CMD) e pelos centros universitários do município. Ao abordar esse potencial, a esfera educacional passa a tomar grandes proporções. Ela começa a atrair investimentos e gerar emprego, renda e desenvolvimento para a cidade.
O EXEMPLO DE SÃO CARLOS
A cidade de São Carlos é um exemplo de polo educacional que deu certo. Por concentrar tantos centros de estudo, principalmente voltados para as áreas das ciências e tecnologia, o município se tornou um atrativo para a instalação de grandes empresas.
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UNESP O Campus Experimental de São João da Boa Vista foi criado em 8 de março de 2012, após aprovação do Conselho Universitário da Unesp, órgão máximo da instituição. Os recursos para implantação de novas graduações de engenharia, em nove cidades paulistas, foram repassados pelo governador Geraldo Alckmin, por meio da Lei Complementar 1177, de 11 de junho de 2012. “Em todas as cidades que estão presentes os campi da UNESP, houve um crescimento econômico e uma grande interação entre professores, servidores e alunos com a comunidade local”, diz o reitor da UNESP, Julio Cezar Durigan. A primeira turma de alunos foi selecionada no vestibular 2013, realizado pela Fundação para o Vestibular da UNESP (VUNESP). Foram oferecidas 40 vagas, em período integral, para as quais inscreveram-se 167 candidatos — 4,2 candidatos por vaga. A UNESP de São João tem foco inicial na área de ciência e
tecnologia, com cursos de Engenharia de Telecomunicações — em andamento — e o de Engenharia Aeronáutica com início previsto para agosto de 2016. UNIFEOB A Instituição foi fundada em 1966 com o nome de Fundação Sanjoanense de Ensino. Atualmente a UNIFEOB conta com 6,5 mil alunos distribuídos nos Cursos de Administração, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Engenharia Agronômica, Engenharia Civil, Fisioterapia, Geografia, Gestão de Recursos Humanos, História, Letras, Logística, Marketing, Matemática, Veterinária, Pedagogia e Química. Além desses cursos, a Instituição oferece pós-graduação, cursos de extensão e desde 2014 recebeu a autorização para fornecer Ensino à Distância (EAD). O EAD da Fundação recebeu, em 2014, da Foto: Reprodução Internet
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BOM NEGÓCIO
Segundo estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEFAE), somente o curso de Medicina, deverá gerar, nos próximos anos, cerca de R$ 80 milhões anuais para a cidade, considerando alugueis, alimentação e outros serviços. Na foto, a UNIFAE, o único centro universitário da região que oferece esse curso.
tuição de qualidade no cenário da Educação à Distância”. Foto: Reprodução Internet
Comissão de Avaliação do Ministério da Educação, a nota 5, de uma escala de 0 a 5. A coordenadora de curso EAD, Sanny Silva Rosa, destaca o corpo docente como fator fundamental para a obtenção da nota. “O fato dos professores serem autores do material cria um grande vínculo com os conteúdos oferecidos no curso. Sem contar que a proposta pedagógica da Insti-
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tuição é muito forte, baseada no currículo por competências, com ênfase para o cotidiano prático que o aluno vai encontrar no mercado de trabalho”. De acordo com o reitor João Otávio Bastos Junqueira, esta avaliação coloca a UNIFEOB entre as “grandes instituições nacionais” e será “um divisor de águas”. “A Educação comemora mais uma insti-
UNIFAE O Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE) comemorou, no ano passado, 50 anos de fundação. Em 2014, a Instituição possuía 3,5 mil alunos vindos de 23 Estados brasileiros. Foram implantados os cursos de Engenharia de Software, Engenharia Civil, Farmácia e Medicina, além dos já existentes —Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Publicidade
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e Propaganda, Jornalismo, Fisioterapia, Engenharias Mecânica, da Computação, Produção, Elétrica e Química, Educação Física, Psicologia e Sistema da Informação, pós-graduações e mestrado em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida. “O UNIFAE se orgulha de seus alunos e procura sempre atendê-los com respeito, professores qualificados e instalações de qualidade. Reflexos que fizeram com que a Instituição fosse destaque no Guia do Estudante, com quatro cursos estrelados”, destaca o reitor Francisco de Assis Carvalho Arten. Para comportar os novos cursos, em especial o de Medicina, o Centro Universitário investiu mais de R$ 7 milhões na estrutura do campus, tanto na parte física como educacional. Este ano o UNIFAE começou a implantação de cursos matutinos e investe em um novo prédio que irá abrigar 19 salas de aulas. Também são feitas obras em um novo imóvel que será o Centro Tecnológico de Engenharia e Pesquisa (Cetepe), para os alunos das Engenharias. Este ano o segundo vestibular de Medicina contou com 2,7 mil inscritos e trouxe para a cidade aproximadamente oito mil pessoas no dia da avaliação, entre candidatos e acompanhantes, vindos de todo país. Estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEFAE) apontam que somente com o curso de Medicina, que tem aulas em período integral, deverá gerar, nos próximos anos, cerca de R$ 80 milhões anuais para a cidade, considerando alugueis, alimentação e outros serviços. INSTITUTO FEDERAL O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) é uma autarquia federal de ensino. A unidade sanjoanense disponibiliza os cursos superiores de Engenharia de Controle de Automação, Tecnologia em Sistemas para Internet e Tecnologia em Eletrônica Industrial,além de um Curso de pós-graduação em Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis. Oferece ainda cursos técnicos concomitantes e subsequentes ao Ensino Médio de Informática, Automação Industrial, Química e Administração. Neste ano, o campus começou a receber obras de ampliação. Será constru46
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ído um prédio de laboratórios e salas de professores para atender as áreas da indústria, informática e Ensino Básico. A nova biblioteca comunitária “Wolgran Ferreira Junqueira” passará de pouco mais de 90 metros quadrados para um prédio de 1.000 metros quadrados, contendo laboratórios de apoio de informática, mini auditório, salas de estudos individuais e em grupos. O projeto conta ainda com a construção das ruas internas no campus, área de convivência, área esportiva, totalizando 6,8 mil metros quadrados de expansão. A previsão de entrega da nova área é de um ano. O IFSP unidade de São João conta com um novo prédio, recém-cedido pela Prefeitura. Onde era a antiga “Escola de Comércio”, hoje abriga os cursos
técnicos em Administração e Química. O local também receberá um projeto integral de reforma, que contará com acessibilidade, instalação de dois elevadores, criação de mais um auditório, mudança de algumas salas de aulas para laboratórios. SENAC O Senac de São João da Boa Vista conta com mais de 20 cursos nas áreas de comunicação, saúde, gestão e gastronomia. A estrutura física possui salas de informática, salas convencionais nas quais são realizados os cursos da área de administração e negócios, laboratório de hardware e sala de saúde voltada para o curso Técnico em Enfermagem. Além disso, conta com um auditório e biblioteca. A
Expansão do ensino técnico A Rede Federal está vivenciando a maior expansão de sua história. De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país. Entre 2003 e 2010, o Ministério da Educação entregou à população as 214 previstas no plano de expansão da rede federal de educação profissional. Além disso, o MEC investiu mais de R$ 3,3 bilhões entre os anos de 2011 e 2014 na expansão da educação profissional: das 208 novas unidades previstas para o período, todas entraram em funcionamento. Agora, a rede federal conta com 562 escolas em atividade. São 38 Institutos Federais presentes em todos estados, oferecendo cursos de qualificação, ensino médio integrado, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas. São João da Boa Vista é uma das poucas cidades que possuirá duas unidades do Instituto Federal. A partir do final de 2015, a nova unidade será instalada no antigo prédio da Escola de Comércio. Com a expansão e a instalação da nova unidade, será possível que ocorra a chamada “verticalização do ensino”, ou seja, o aluno ingressa no ensino médio e permanece no Instituto Federal até completar o curso superior. Foto: Reprodução Internet
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opinião
S.O.S. Adjetivar faz parte da cultura dos brasileiros, de forma natural e inconsciente POR CARLOS ALBERTO MOLLE JÚNIOR
“A que horas o pessoal vai chegar?”. Sempre quis saber quem era o pessoal. O pessoal chega na hora? O pessoal gosta de panceta? O pessoal tem andado mais de bicicleta? O pessoal, via de regra, é do bem. Pode ser que o pessoal cometa um deslize ou atrase, mas não picha muro nem joga lixo na rua – quem faz isso são os caras. Os caras não respeitam sinal vermelho, pisam na grama e furam fila. Já o povo é mais ou menos como o pessoal. Talvez um pouco mais distante e impessoal – sem trocadilho. O povo não desgruda do Whatsapp, não perdoa, gosta duma bagunça e de prestação. O povão, por sua vez, é ainda mais genérico, sem distinção de classe social: está cansado de corrupção, desce pra praia no feriado prolongado e abusa do álcool nas festas. É tênue a linha entre os três – os caras são inconfundíveis. Há ainda, evidentemente, a galera, a turma e a moçada, que são sinônimos de pessoal. Tudo isso pra dizer que é curioso como o brasileiro (o pessoal, povo, povão e até os caras), natural e inconscientemente, inventa essas escalas e estereótipos. Se um doce é muito bom e o outro é bom pra c***, qual você escolhe? Adjetivar faz parte da nossa cultura. Nesse sentido, há um texto chamado “os palavrões não nasceram por acaso” que circula pela internet, atribuído ao Luís Fernando Veríssimo – sabe lá Deus se é dele –, que exemplifica com maestria o recurso da adjetivação. Pena que a revista circula em horário comercial e não posso transcrevê-lo aqui. Brasileiro, aliás, é artificialmente criativo, especialmente para siglas: ANAC, BACEN, STF, ENEM, INSS, ABNT, GAECO, FIES, TOC, PAC, CPI, CAMID, IPTU, ICMS, CAACH, PMDB, FUNAI, MST, BOPE etc. – que é a abreviação de et cetera. É muita coisa. Fica aqui a sugestão para abrirem um curso de siglas no SEBRAE, SENAC, PRONATEC, PUC, UNIP, ESPM, FAE, UNIFEOB, USP, UFRJ ou na UNICAMP. Prova disso é a minha mãe, adepta da criatividade, que ao congelar comida pra mandar para o filho querido que estudava fora, usava e abusava das siglas: NCF (nhoque com frango), AFCPCB (arroz, feijão e carne de panela com batata) ou PACV (peixe assado com vinagrete). Fico imaginando a dificuldade de quem se comunica em LIBRAS (linguagem brasileira de sinais) de entender esse universo ABC. Eu mesmo já não sei
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mais se MP é medida provisória ou Ministério Público, se o DC de Washington é Distrito de Columbia ou Depois de Cristo e se PM é polícia militar ou post meridien (após o meio-dia). Parece até que as confusões são propositalmente inventadas: por que as siglas dos aeroportos internacionais de Brasília, Rio de Janeiro e Salvador são, respectivamente, BSB, GIG e SSA? E pra piorar há siglas importadas, como 4U2 (fo[u]r you two/too = pra você também) e LOL (laughing out loud = rindo muito alto), que é o nosso famoso kkkkkkk. Maluf criou a ROTA – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Alguém já se perguntou quem foi esse cidadão? Rafael Tobias de Aguiar é natural de Sorocaba, foi político, militar e um dos chefes da Revolução Liberal de 1842 em SP. Mas como é que nasceu a ROTA? – a cacofonia foi inevitável. Pensaram em Rondas Ostensivas e faltava um TA? Ou o Tobias de Aguiar merecia uma homenagem e daí o batalhão foi criado? E por que esqueceram do Rafael? Não deveria ser RORTA? Particularmente, confundo o colesterol bom (LDL) com o ruim (HDL). Não, peraí. É o inverso. Tá vendo? É sigla demais pra minha cabeça. Mas sabe de uma boa? UAI – unidade de atendimento integrado. É o Poupa Tempo mineiro. Nada mais original. Enfim, comecei num assunto e terminei noutro. Talvez o povão nem leia, o povo aplauda e o pessoal se identifique. Os caras é que não vão gostar. De qualquer forma, termino aqui porque estou morrendo de pressa. Atrasei na OAB esperando o CV de um advogado CDF que trabalhou no INSS. Ainda preciso ir ao WC, acertar o IPVA e fazer um DOC no HSBC, depois passar no CIRETRAN pra ver se liberam o SUV de um cliente de MG que está com o CPF suspenso. Me salva, NSJC?
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matéria de capa
Um herói sanjoanense O sanjoanense Glenn McMillan atuou em Power Rangers e atualmente é estrela de Wonderland, uma das principais séries de televisão da Austrália POR PEDRINHO SOUZA
Num fim de tarde quente, a equipe da Revista Atua esteve no apartamento de Dona Glorinha, avó de Glenn McMillan, para entrevistar a ilustre figura sanjoanense que se destaca no cenário artístico mundial. Regado por um saboroso café, preparado pela avó. O notebook de Glenn, com a página do Google Tradutor aberta, auxilia em algumas palavras esquecidas, mesmo com seu excelente português, e assim fomos batendo um papo. Filho de pai australiano e mãe brasileira, Glenn Aguiar McMillan (30) nasceu em São João da Boa Vista e quando estava com três anos a família resolveu mudar-se para Adelaide, na Austrália. Apesar da distância, a casa sempre foi muito brasileira, com comidas e músicas típicas, o que foi acelerando a familiarização com a língua portuguesa. “Eu gosto de tocar violão, escuto Chico Buarque, Tom Jobim, Djavan. Ajuda a coFoto: Divulgação
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nhecer a língua”, salienta. Heloísa, mãe de Glenn, já tinha colocado as filhas Gabriela e Cristiane na aula de sapateado e, no embalo, inscreveu o caçula, com 11 anos, em uma agência de modelos. Apareceu um teste para uma peça de teatro, o qual Glenn aceitou, atuou e gostou. Este foi o primeiro passo profissional na carreira do ator sanjoanense. Com 13 anos, participou do primeiro filme, Sally Marshall is Not an Alien, onde vivia Ben Handleman. Com 15, o primeiro papel em série de TV, que era o do vilão Tiny, no show Chuck Finn, onde o good guy– termo a que ele se referiu para o bonzinho - era o melhor amigo de Glenn. Mesmo jovem, já era considerado ator. Aos 17, quando estava no último ano escolar, recebeu uma bolsa para cursar Direito, e aceitou na hora. Três dias depois, por intermediação da , produtora Angela Heesom, que virou amiga da família, surgiu a oportunidade de fazer um
teste, em Adelaide, para uma das maiores séries de sucesso no mundo todo, os Power Rangers, e que seria gravado em Auckland, na Nova Zelândia. Glenn não pensou duas vezes, fez a avaliação, mas não foi chamado para o segundo teste. A agente do ator, que tinha contato com os produtores, gostou muito da atuação de McMillan, chamando-o para ir novamente realizar o teste, só para ler as falas dos papéis opostos aos dos atores que conseguiram passar para a segunda fase. Glenn destacou-se muito nas falas, os produtores perguntaram por que ele não fez o primeiro teste. Houve um mal entendido e cosequentemente não viram a primeira atuação do ator sanjoanense. Na mesma hora em que Glenn atuou já foi escolhido para o elenco de Power Rangers: Tempestade Ninja. “Foi meu primeiro trabalho internacional, onde cheguei e ver o tamanho da produção. Foi excitante, o estúdio era enorme, sendo possível estacionar um avião. Fiquei conhecido no mundo inteiro. Sem dúvidas o maior evento da minha vida”, destaca. No primeiro mês na Nova Zelândia, foram feitos apenas os treinos físicos. O papel de Glenn era o do Ranger Amarelo, Dustin Brooks, personagem muito dinâmico e ativo – Glenn levanta do sofá e mostra alguns golpes que aprendeu na época em que era um Ranger. “Eu tive facilidade de sempre praticar esportes. Treinava motocross também, pois o personagem exigia”, recorda. Todas as cenas com os Power Rangers ‘morfados’ (ou mascarados), eram gravadas com atores japoneses, profissionais em artes marciais. Então havia dois times de Rangers: a turma de Glenn, com um diretor norte-americano, encenava de um lado. Já a equipe japonesa, com diretor japonês, ao mesmo tempo atuava ao
Foto: Reprodução Internet
RANGER
O jovem Glenn no papel do ranger amarelo Dustin Brooks, em Power Rangers Tempestade Ninja, décima primeira temporada de Power Rangers. Foram produzidos 38 episódios no ano de 2003 e, no Brasil, a série foi exibida em 2004 pela então Fox Kids; em 2006, também foi pela Rede Globo.
lado, com as cenas dos golpes. Neste time havia mais de dez atores para substituição, pois toda semana alguém quebrava ou torcia alguma parte do corpo. Normalmente as crianças confundem o personagem com a vida real. Uma das passagens marcantes na vida de Glenn como ator foi em Petrópolis, Rio de Janeiro, onde Heloísa mostrava a casa em que a filha nasceu para toda a família. Glenn entrou em um dos quartos e havia dois garotos assistindo Power Rangers. Cumprimentou-os e os meninos ficaram espantados e surpresos, porque no exato momento estava mostrando o Ranger amarelo, personagem de Glenn
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McMillan na telinha. “Eles ficaram abismados, aí brincamos de luta e nos divertimos”, descreve. Aos 18 anos, o contrato de Glenn com os Power Rangers terminou e o ator foi para Los Angeles, seguir a carreira. Por meio de contatos, foi indicado por uma produtora da Disney para ser agen-
ciado por Kevin Harvey, que cuida das carreiras de Tom Cruise, Julia Roberts e Brad Pitty. No filme de ficção científica Zenon: Z3, filmado na África do Sul, Glenn era Bronley Hale. Quando encerraram as filmagens, ficou interessado em produzir e criar os próprios projetos. Em conversa
Foto: Reprodução Internet
com alguns produtores, vinha sempre a mesma resposta: tem de cursar Direito. Voltou para a Austrália, seguindo os conselhos dos produtores, com a intenção de estudar. Nesta época não atuou. Foram três anos na Oceania e o último em Nova York, mais voltados para o Cinema, Direitos Autorais e Financiamento de Filmes. Após a conclusão do curso, Glenn trabalhou por dois anos em uma empresa de entretenimento em Londres, onde cuidava de processos de financiamentos de filmes que deram errado. “Gostei da experiência, é uma ótima lição para evitar esses erros como produtor. Mas parecia que aquele Glenn era um personagem, pois não era eu, me senti muito fora da minha pele”, diz. Glenn voltou para a Austrália para atuar. Pegou um papel em uma série de TV baseada em fatos reais, o Mrs Biggs, sobre o falecido Ronald Biggs, um britânico conhecido como “ladrão do século”, por conta do assalto ao trem pagador, em 1963. Biggs foi condenado por 30 anos,
Wonderland
Elenco de Wonderland, uma das maiores audiências na Austrália. A série é uma comédia romântica que se passa em um prédio de apartamentos. Seu roteiro é focado em quatro casais e situações que eles vivem diariamente, a maior parte ligadas ao amor, vida e amizades.
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mas ficou famoso por escapar da prisão com 14 meses e fugir pro Brasil. Aí é que entra o Glenn na história, fazendo o papel de Adauto Agallo, um amigo brasileiro de Ronald Biggs, que ajudava a receber mensagens da esposa. Acabou Mrs Biggs e o ator sanjoanense fez testes para Wonderland, no canal Ten, um dos principais da Austrália. A agente pediu um papel de um argentino para a série. “Não posso fazer um papel de argentino, me desculpe, mas não vou, minha avó não vai gostar”, brinca o ator, que mal falava castelhano. Glenn tinha experiência fazendo o papel de um bra-
sileiro falando em inglês. O produtor o deixou livre para fazer o que quisesse. E hoje, Carlos dos Santos é um dos principais personagens da televisão australiana. “É o show mais top da minha carreira, ando pelas ruas e as pessoas reconhecem, tiram fotos e apareço nas principais revistas”, ressalta. A série acompanha a vida de casais que vivem diferentes fases do relacionamento e moram em um condomínio chamado Wonderland. Na estreia, registrou média de 948 mil telespectadores, tornando-se uma das melhores audiências do canal. A série está em andamento, na terceira temporada. Em 2014, Glenn foi convidado para ser o embaixador do Fun Festival de filmes latino-americanos. Este ano, no 57º Logie Awords, que é considerado o maior prêmio da televisão australiana, McMillan concorreu, pelo segundo ano consecutivo, ao prêmio de ator mais popular da Austrália em um programa de televisão. Glenn está terminando o mestrado em Direito e tem a intenção de realizar um projeto no Brasil. “Já estou trabalhando há dois anos na história, que é rica e nunca foi feita. Tenho em mente o que fazer”. A ideia é elaborar algo no formato de uma minissérie, com seis episódios. “Este é o projeto principal em que estou correndo atrás. Será épico”, conclui. A Foto: Reprodução Internet
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Selaria São José - (19) 3622-3414 Av. Dona Gertrudes, 441 - São João da Boa Vista (SP) Maquiagem: Michelli Delcaro - (19) 9-9212-2425 Fotos: Juan Landiva
Ele: camisa Importada, calça 20x, cinto Selaria São José, fivela Master e bota Wrangler Ela: bota Rosa Ribeiro
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Ele: camisa Polo Dock´s, calça Wrangler, bota Brazil Country, boné Cinch e cinto Selaria São José Ela: blusa Miss Contry, colete e saia Poggio, bota Tucson, chapéu Pralana e cinto Selaria São José
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Ele: camisa Tassa, calça e bota Wrangler, chapéu Pralana, cinto Horse Bead e fivela Nocona Ela: camisa e boné Tassa, calça 20x, bota Goyazes, cinto horse Bead e fivela Nocona
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Ele: camisa Austin, colete Resistol, calça Tassa, fivela Master, bota Goyazes e chapéu Pralana Ela: camisa Rendler, calça Tassa, cinto importado Master e bota Tucson
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Ele: calça e camisa Wrangler, bota e cinto Selaria São José Ela: camisa Poggio, colete importado, calça Tassa e bota
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Ele: bota Classic, jaqueta Poggio e chapéu Eldorado Ela: camisa Tattersal, colete Austin Western, bota Goyazes, cinto Master e calça Tassa
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coquetel musical de aniversรกrio da Santa Saia
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Setembro/2014
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economia
O cooperativismo de crédito e seus diferenciais Instituições financeiras cooperativas são boas alternativas aos bancos tradicionais POR MARCELO BASSO
Você já ouviu falar sobre as cooperativas de crédito? Não? Pois bem, as instituições financeiras cooperativas estão se tornando cada vez mais atrativas, principalmente para as pessoas que procuram uma alternativa em relação aos bancos tradicionais. O sistema de cooperativas de crédito avançou muito nos últimos anos, sendo que seu modelo de governança e transparência são muito bem avaliados pelo Banco Central, que acompanha de perto a evolução deste sistema. Inclusive, elas contam com a mesma cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, que já funciona para os bancos e serve para proteger o capital de depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. FERRAMENTAS E PRODUTOS Atualmente, as cooperativas de crédito possuem uma gama de produtos iguais aos dos bancos, com benefícios de costumeiramente trabalhar com taxas bem melhores do que normalmente são praticadas pelos bancos tradicionais. “O modelo de operação do sistema cooperativo nos permite oferecer os melhores produtos e serviços aos nossos clientes, que na cooperativa também são
VANTAGENS AO ASSOCIADO
Para Wellington Ferreira, presidente da Sicredi União PR/SP, o sistema cooperativo de crédito permite oferecer os mesmos serviços de uma instituição bancária tradicional, com a diferença de não ter fins lucrativos e devolver a sobra proveniente do lucro aos associados
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donos, oferecendo também um atendimento diferenciado, com estruturas melhores, colaboradores mais preparados e um grande diferencial, onde os resultados são devolvidos aos donos”, informou Wellington Ferreira, presidente da Sicredi União PR/SP, umas das maiores cooperativas dentre as 97 que compõem o sistema Sicredi, que está presente em 11 estados brasileiros. Eleita em 2014 como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, segundo publicação da revista Exame, o Sicredi dobrou de tamanho nos últimos três anos. No centro leste paulista, Sicredi União PR/SP está presente em 13 municípios da região Centro-Leste Paulista: Americana, Araras,
Espírito Santo do Pinhal, Itapira, Leme, Limeira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Piracicaba, Rio Claro, São João Boa Vista, São José do Rio Pardo e Vargem Grande do Sul. Além de operar nas regiões no Norte e Noroeste do Paraná, totalizando 71 agências. Diretor Regional de Negócios para a Região Centro-Leste Paulista, Constantino Júnior informou que serão abertas seis novas agências da Sicredi União em São Paulo. Duas já foram inauguradas no mês de março, nas cidades de Leme e Rio Claro. “As próximas serão abertas nas cidades de Aguaí, Caconde, Casa Branca e Mococa, que passarão a contar com unidades de atendimento no segundo semestre”, confirmou. A Foto: Divulgação
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galera
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educação
Open bar, a nova forma de roleta russa Festas regadas a alcool expõem os jovens a sérios danos e perigos à saúde POR JOSÉ MANOEL BERTOLOTE
Os últimos meses trouxeram para toda a comunidade unespiana - e para a sociedade brasileira - a triste notícia de que seis estudantes do campus da UNESP em Bauru, que participavam de uma festa do tipo open bar, receberam atendimento devido a um quadro de coma alcoólico. Infelizmente, um desses jovens morreu em coma alcoólico e outros cinco sobreviveram, felizmente, apesar de internados em coma alcoólico e com possíveis sequelas. Um em seis, como nas probabilidades da roleta russa. A roleta russa é um jogo de azar potencialmente letal, provavelmente inventado na Rússia no século XIX. Consiste em colocar apenas uma bala no tambor de um revólver, girar o tambor (como uma roleta de cassino), apoiar o cano na cabeça e apertar o gatilho. De acordo com a matemática, há uma pro-
babilidade de cerca de 1 para 6 de que o disparo seja fatal. Nos outros casos não há nenhuma consequência deletéria para o “apostador”. Com o passar do tempo, a roleta russa deixou de ser interessante, mas não desapareceu completamente, transformou-se. Atualmente suas variantes mais populares são os chamados “open bars” e o sexo sem proteção. A principal diferença entre a versão original e as atuais é que, mesmo que o “apostador” não morra, há diversas consequências nefastas, a curto, médio e longo prazo. FALTA DE CONHECIMENTO A ignorância - no sentido de desconhecimento - certamente teve um papel importante, tanto de parte dos organizadores dessa nova forma de barbárie, como de parte de suas vítimas. Quantos jovens sabem exatamente os riscos que correm ao tomar bebidas alcoólicas? Quantos
sabem os limites do que o corpo humano pode aguentar, em temos de bebidas alcoólicas? De acordo com notícias veiculadas pela mídia e pelas redes sociais, o evento já se anunciava como um open bar: pague pelo ingresso e beba quanto quiser (ou aguentar). Ainda de acordo com essas mesmas fontes, anunciava-se uma Maratoma (com M mesmo, não N!) e um “campeonato” de ingestão de vodca. Essas fontes, citando nota oficial da Polícia, indicam que o “campeão”, levado em coma para o hospital, teria consumido 30 copinhos (desse de plástico descartável, usados para se tomar cafezinho) e a vítima fatal, 25 copinhos. RISCO DE VIDA Ocorre que o álcool é uma substância altamente tóxica para diversos órgãos do corpo humano (e de animais, igualmente), em particular para o cérebro, onde, acima de determinadas doses, provoca uma intoxicação caracterizada por sonolência (indo até o coma) bloqueio do centro respiratório, com parada respiratória e morte. Mas, qual é essa dose? A dose média letal de álcool no sangue é de 0,40%, que é seis vezes o nível de uma embriaguez comum (o popular
CONSUMIDORES MAIS JOVENS
De acordo com o 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes, a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos. Cerca de 15,4% dos que tinham entre 10 e 12 anos declararam que tinham consumido álcool no ano da pesquisa. A proporção sobe para 43,6% entre os adolescentes de 13 e 15 anos, e para 65,3% entre 16 e 18 anos.
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pileque). Porém, a partir de doses bem mais baixas, já existem danos cerebrais irreversíveis, e todo pileque já provoca a destruição de milhares de neurônios, que nunca mais serão regenerados. Aliás, um dos quadros clínicos da fase terminal do alcoolismo é justamente uma forma de demência, devida à destruição de milhares e milhões de neurônios, causadas por repetidos pileques. Na prática, para uma pessoa de cerca de 80 kg, atinge-se o nível letal com aproximadamente 1 litro de uma bebida destilada (pinga ou cachaça, vodca, conhaque, etc...), ingerido em breve espaço de tempo. Em termos de doses (usando-se os dosadores usados em bares, com capacidade de 30 ml) a partir de 30 doses já nos aproximamos da dose letal. Entretanto, os copinhos de café têm capacidade para 50 ml, e vinte deles cheios de uma bebida destilada já atingem a dose letal. No caso infeliz de Bauru, a vítima fatal havia ingerido 25 copinhos de vodca, o que significa 1.250 ml dessa bebida (um litro e um quarto), acima da dose letal conhecida. RISCO DE ESTUPRO Todavia, os sobreviventes da roleta russa dos open bars não se safam tão indenes quanto os da roleta russa original. É importante destacar, sobretudo para a atenção das mulheres, que, entre os riscos da intoxicação alcoólica feminina, destaca-se hoje, e cada vez mais, o de estupro. Os estudos de Vitimologia nos ensinam que em cerca de 40% dos casos de estupro a vítima estava embriagada. Sabe-se que predadores sexuais tratam de intoxicar suas vítimas em potencial, antes do estupro. Embo-
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ra muito se fale de drogas do tipo “boa-noite, Cinderella”, na prática, a droga mais usada para esse fim é mesmo o álcool. Sabendo-se ainda que na maioria dos casos o estuprador é bem conhecido da vítima (parentes, namorados, ex-namorados, colegas - de classe, de república -, vizinhos, conhecidos, etc). O beber com conhecidos dá uma falsa impressão de segurança, muitas vezes com consequências desastrosas. Um open bar é preâmbulo ideal para esses predadores CADA VEZ MAIS CEDO A psicóloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ilana Pinsky, reforça o alerta e destaca que é volumosa a quantidade de pesquisas que mostram a relação entre a maior exposição à publicidade de álcool e o consequente crescimento do consumo da substância. “Essa ligação é extremamente conhecida. Os jovens começam a reconhecer desde muito cedo as marcas ligadas a bebidas alcoólicas, principalmente, as das cervejarias, que são as empresas que se ligam mais em patrocínio de eventos e principalmente de futebol”, diz. De acordo com o 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada, feito nas 27 capitais brasileiras e divulgado no final de 2013, a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos. A pesquisa ouviu 50.890 estudantes e cerca de 15,4% dos que tinham entre 10 e 12 anos declararam que tinham consumido álcool no ano da pesquisa. A
Temporada Glam - Filomena CecĂlio, Distak e Scarpe
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segurança
Moradores de rua são tratados com indiferença pela sociedade População trata o problema como “caso de polícia” e ignora suas origens POR BRUNA MAZARIN
Dados do Departamento de Assistência Social de São João da Boa Vista contabilizam 20 pessoas vivendo nas ruas da cidade. Além dos já contabilizados, o município absorve um número alto de pessoas em movimento, conforme explica o assistente social João Júnio da Silva Ramos. “São itinerantes [andarilhos] que transitam pelas estradas percorrendo o trecho [trecheiros]. Essas pessoas não possuem residência ou ponto de fixação, percorrem cidade a cidade”. Segundo ele, no ano passado o município recebeu, no serviço de assistência social, 748 pessoas nessas condições. Mas esse número pode ser maior, pois nem todos passam pelo departamento. “Essa é a grande preocupação da Política Municipal de Assistência Social, pois é um número alto de pessoas em movimento, que se servem dos espaços públicos para mendicância. Para a sociedade são todos ‘moradores de rua’, mas não, são itinerantes que vêm para São João exclusivamente pedir”. Os locais mais frequentados por essa população são espaços públicos onde existe fluxo de pessoas. Nesse sentido, a Assistência Social realiza buscas nas principais ruas e praças centrais, como a rua Ademar de Barros, avenida Dona Gertrudes, Praça Governador Armando Sales de Oliveira, Praça Coronel José Pires e Praça do Santuário (Perpétuo Socorro). “São locais com maior incidência de pessoas em situação de rua e itinerantes. E dos atendimentos que fazemos, 90% são homens entre 20 e 50 anos”, conta João. Os munícipes e comerciantes dos estabelecidos próximos a esses locais relataram a falta de segurança durante o 70
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SERES INVISÍVEIS
Os moradores de rua são um retrato da sociedade que ninguém quer ver, são seres invisíveis. Não é apenas o poder público que deve voltar seus olhos para eles, mas também a sociedade, que ao se deparar com um “mendigo” na rua passa como se não existisse nada naquele lugar, como se ele não fizesse parte da realidade.
dia e, principalmente, durante a noite. A presença constante desses moradores de rua e andarilhos tem inibido os comércios instalados nessas áreas. Segundo relatos dos comerciantes, os andarilhos chegam a agredi-los verbalmente e ameaçar de vandalismo o estabelecimento, principalmente no período noturno. Por diversas vezes as ameaças são feitas na presença dos clientes, que deixam de frequentar o local, ocasionando prejuízos nas vendas. “Esse tipo de violência deve ser comunicado à Polícia Militar”, alerta o assistente social. João comenta que esses moradores estão nas ruas por diversos fatores. “Deve-se levar em consideração o alto índice de alcoolismo, dependência de drogas, baixo grau de escolaridade, associados
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à precária ou nula acumulação de renda, desemprego prolongado, doenças de transtorno mental e a perda dos vínculos familiares”. Segundo João, essas pessoas são “seres humanos discriminados, invisíveis, expostos e vulneráveis a todo tipo de violência”. “É uma questão social. Essas pessoas ficam pelas ruas mendigando, pois encontram facilidade para conseguir dinheiro para afiançar os vícios”. Um dos fatores que agrava a situação é que as pessoas “financiam” com esmolas essas pessoas. A psicóloga Carolina Lima Viti explica que as esmolas se tornam um reforçador positivo para que o morador de rua não quebre o vínculo com sua condição. “Uma alternativa para os cidadãos que tem o hábito de contribuir com doações é que procurem
as instituições conveniadas à Secretaria de Saúde e/ou de Assistência Social do município e repassem a contribuição para elas, que estão capacitadas a desenvolver o serviço de acolhimento”. Reintegração A situação de rua pode ser esporádica para alguns ou até mesmo tornar-se crônica para outros. Segundo a psicóloga Carolina, a melhor forma de reintegrar essas pessoas à sociedade é “romper a trajetória de vinculação com a rua o quanto antes”. “Para que a intervenção seja eficiente é preciso considerar as particularidades de cada indivíduo, vontade, nível de autonomia, bem como o momento/situação de vida em que se encontra essa pessoa”. Ela diz ser importante o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar. “Os serviços especializados para esse público podem contar também com a inserção em programas de transferência de renda e acesso aos benefícios assistenciais, inserção no mercado de trabalho formal, acesso aos serviços de saúde, educação e autonomia financeira. Fortalecer os vínculos familiares é uma das maneiras de incentivar e propiciar que o indivíduo construa sua trajetória de saída das ruas”, aponta a psicóloga. Serviços de acolhimento A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, aprovada por meio da Resolução CNAS 109/2009, descreve os serviços de acolhimento para a população adulta e família em situação de rua. São as Casas de Passagem, Abrigos Insti-
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tucionais e Repúblicas. Os serviços devem oferecer ao usuário ambiente adequado, kit de higiene, acesso a alimentação balanceada, endereço institucional como referência, acesso à documentação civil, acompanhamento psicossocial, promoção da autonomia e autogestão, garantia de privacidade, preservação de sua identidade, história de vida, cultura e integridade, garantindo um atendimento digno. Nos Centros de Referência Especializados para População de Rua (Centro POP), são ofertados serviços especializados em abordagem social, desenvolvendo espaços para referência grupal, social e aprimoramento de habilidades sociais, feitas por uma equipe especializada. Outra ação que vem promovendo atendimento digno á população de rua são os Consultórios de Rua, estratégia orientada pela Portaria 122, de 25 de janeiro de 2012. Ela amplia o acesso da população de rua à saúde e as estratégias são desenvolvidas pelas equipes de atenção básica. A psicóloga Camila lembra que depende do gestor da Política de Assistência Social do município programar essas ações em conjunto com o Governo Federal e demais setores da rede de proteção, promoção e defesa dos Direitos. “Os serviços poderão ser implementados desde que sua necessidade seja evidenciada em um diagnóstico local, que identifique as demandas do município”. Programas Sociais Para tratar da situação em São João, o Departamento de
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Assistência Social está reestruturando o Programa Mutirão Social, que visa atender às pessoas em situação de rua do município por meio de uma parceria com o Departamento de Saúde —Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CASPAD) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). “O Projeto Resocializar é destinado aos moradores de rua que aceitam o tratamento para o vício de álcool e drogas. Eles são encaminhados para triagem na Saúde e a Assistência Social oferece a eles pernoites e refeição no albergue Bom Samaritano, desde que frequentem assiduamente o tratamento. Nesse período a Assistência Social busca a resocialização junto aos familiares e à sociedade”. Serão incluídos no Mutirão Social aqueles que estiverem em resocialização e tratamento pelo prazo de seis meses. O participante será acompanhado pela assistência social e receberá, na fase de tratamento, uma bolsa auxílio, variável de acordo com a participação nas atividades —equivalente a um dia do salário mínimo vigente. Serão oferecidas
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até 20 bolsas de incentivo ao trabalho. “Atualmente dez pessoas estão em resocialização, recebendo tratamento”, informa João. O Departamento de Assistência Social de São João busca também uma ação regional.“Tentamos efetivar um trabalho articulado com os demais municípios, ou seja, uma política regional de atendimento à população de rua. Não queremos excluir
ainda mais essas pessoas. Muitas vezes são sugeridas pela população medidas de ‘higienização’ de praças e localidades públicas. Temos consciência da problemática e buscamos a concretização de padrões éticos de dignidade e não violência na efetivação de mínimos sociais e de direitos de cidadania a esse segmento da população”, complementa João. A
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culinária
Spaghetti aos frutos do mar INGREDIENTES
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Camarão médio, com e sem casca, para decoraração Lula em anéis Polvo fatiado Lascas de peixe (robalo) Marisco com e sem casca Vongole Spaghetti cozido ao dente
Para o molho:
• 06 tomates descascados e sem sementes • 03 tomates batidos no liquidificador • 03 picados em cubinhos MODO DE PREPARO Cozinhe os frutos do mar e reserve. Refogue a cebola e o alho no azeite, tempere a gosto com sal e pimenta, coloque os tomates e deixe cozinhar alguns minutos, após acerte os temperos acrescente os frutos do mar e depois de bem refo-
gado coloque salsinha e coloca a mistura sobre o spaghetti. Decorar com os camarões com casca finalize com salsinha picada e servir em seguida. DICAS PARA SUA COMPRA Ricos em proteínas, os frutos do mar têm uma boa variedade de vitaminas e minerais, tais como, cálcio, fósforo e fluoreto. Antes de prepará-los é importante prestar atenção em algumas regrinhas. Em primeiro lugar, todos os frutos do mar, exceto camarões e caranguejos, devem ter cheiro de água salgada. Os mariscos devem ter as valvas fechadas. Além disso, deve possuir a carne úmida, bem aderente à concha, de cor acinzentada-clara nas ostras e amarelada nos mexilhões. Já as lulas, devem ter a pele lisa e úmida; olhos vivos e salientes; carne consistente e elástica, além do cheiro levemente adocicado.
Receita indicada por: Bento´s Restaurante e Bar (19) 3623-4442 | 9-9756-7593
Foto: Juan Landiva
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culinária
Naked cake - “bolo pelado” INGREDIENTES
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04 ovos inteiros 670g de açúcar refinado 460g de farinha de trigo 550ml de leite 01 colher de sopa de fermento em pó
MODO DE PREPARO Bata as claras em neve e adicione as gemas, uma a uma. Coloque o açúcar e misture bem. Adicione a farinha e o leite. Por último, coloque o fermento e leve ao forno, em temperatura média alta, por aproximadamente 45 min Foto: Juan Landiva
FRUTAS Se você usar uvas ou cerejas, retire as sementes das frutas que ficarem no meio do bolo. As frutas das bordas devem ficar inteiras por questão de beleza. Para decoração, foram utilizados morangos, cerejas e mirtilos. Ainda sobre a ornamentação, podem ser usadas flores, frutas e oleaginosas, como nozes, castanhas e amêndoas. Sendo importante se atentar para que a decoração escolhida faça referência ao recheio e que estejam harmonizados. para deixar o bolo mais bonito O naked cake é um bolo muito versátil e a falta de cobertura permite criar e inovar na decoração. Nathália Ferreira, que trabalha com doces finos, alerta que é fundamental idealizar o visual final do bolo antes de iniciar a montagem. Ela acrescenta que a montagem é o primeiro passo da decoração, pois pela falta de cobertura, o recheio fica em evidência. Caso queira a camada de recheio maior, é necessário se atentar à consistência do creme para que o bolo se mantenha firme. Para a finalização do bolo, ela indica o uso do açúcar gelado para dar o efeito nevado, pois é um açúcar que tem maior resistência à umidade e mantem o efeito mesmo com o passar das horas, sem ser absorvido pela massa. Finalizando, Nathália ressalta que a cobertura é uma nova tendência no tema naked cake, e pode ser aplicada na forma de glaçagens coloridas ou ganache escorrendo levemente pela lateral, ou ainda pasta americana aplicada apenas no topo do bolo.
Receita indicada por: Nathalia Ferreira Doces Finos (19) 9-9833-8359 | 3622-3709
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abertura da mostra Quiasma - GLOC
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eventos
42ª EAPIC traz os melhores shows do Brasil Festa acontece em São João da Boa Vista, no começo do mês de Julho POR REINALDO BENEDETTI
A 42ª EAPIC (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de São João da Boa Vista), que ocorre de 8 a 19 de julho, no Recinto de Exposições José Ruy de Lima Azevedo, traz os principais shows da atualidade. As duplas sertanejas de maior sucesso no país vão se apresentar na exposição sanjoanense, em 2015. Henrique e Juliano é considerada a dupla do momento e tem lotado festas por todo o Brasil. Eles sobem ao palco da EAPIC no dia 8, véspera de feriado.Já no dia 10, a vez é de Jorge e Mateus, que há anos é considerada a melhor dupla sertaneja do país. Pouquíssimas festas, inclusive, conseguem levar a dupla para se apresentar em razão da dificuldade de data e valor alto do cachê. E a EAPIC prova que é uma das maiores festas do país ao incluir Jorge e Mateus na sua grade de shows.Mudando um pouco de estilo e pensando nos amantes do samba, a EAPIC preparou para o sábado, dia 11, uma apresentação mais que especial. Os meninos do Turma do Pagode, um dos grandes sucessos do gênero no momento, sobem ao palco da festa sanjoanense e prometem contagiar o público com um pagode de primeira linha. No dia 16, quinta-feira, o estilo sertanejo volta para o palco com a dupla Humberto e Ronaldo. Com o sucesso
SHOWS merecem destaque
As duplas sertanejas de maior sucesso no país vão se apresentar na 42º EAPIC. Destaque para Henrique e Juliano, dupla que tem lotado festas por todo o Brasil.
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Canto, Bebo e Choro, os jovens amigos prometem sacudir São João da Boa Vista e região. Cristiano Araujo, uma das atrações mais esperadas da 42ª EAPIC, faz seu show no dia 17 e deve atrair um grande público. Cristiano Araujo tem sido um dos artistas mais presentes na mídia brasileira e possui um público bastante fiel. Fechando a EAPIC 2015, a dupla Fernando e Sorocaba traz o seu mega show para São João da Boa Vista. A dupla é a que mais investe na produção dos shows e sempre traz novidades e surpresas para o público. E este ano não será diferente: Fernando e Sorocaba prometem fazer um show inesquecível na 42ª EAPIC. PROVAS E EXPOSIÇÕES Diferentemente de muitas festas do país, a EAPIC não se resume a shows. Ela recebe, durante os dias de evento, diversas exposições de animais e provas. Na arena serão realizadas as provas dos 3 Tambo-
res e do Team Penning. E mais uma vez São João vai sediar uma etapa na ANNT (Associação Nacional dos Três Tambores). Com isso a arena da EAPIC vai receber as maiores competidoras desta modalidade no Brasil. Na área de exposições, a 42ª EAPIC traz o Gado Girolando, Búfalos, Mini Horse, Cavalo Árabe e Cavalo Mangalarga. Um dos grandes destaques fica para a Exposição do Cavalo Árabe, considerada uma das melhores do país e que atraí os melhores animais.E a tradicional prova de Marcha de Muares e Equinos fecha a programação de exposições da 42ª EAPIC, no domingo, dia 19. PAVILHÃO EMPRESARIAL Desde 1970 a Associação Comercial e Empresarial (ACE) organiza o Pavilhão Empresarial, visando promover o comércio e indústria do município. O EspaçoACE, como é chamado, receberá vários stands comerciais e institucionais Foto: Reprodução Internet
Foto: Foto Perigo
EXPOSIÇÕES E PROVAS
Diferentes de muitas festas do país, a EAPIC não se resume a shows. Ela recebe, durante os dias de evento, diversas exposições de animais e provas. Mais uma vez São João vai sediar uma etapa na ANNT (Associação Nacional dos Três Tambores), recebendo as maiores competidoras desta modalidade do Brasil.
que de Diversões. Os domingos são considerados os dias das famílias na EAPIC.
de empresas locais, como a Ayoub & Neves Montaria, Delicatesse, Grupo Teatral Artes Insanes, Escola Infantil Jardim Encantado, KNN Idiomas, Los Machuchos Paleteros, Mega Eletrônicos, Onipres Segurança, Oxigenius Brinquedos, Peres Motos e Plano Mais Saúde Santa Casa. Para o gerente da Associação Comercial, Anselmo Moreira, essa é uma grande oportunidade para que as empresas que adquiriram seus estandes mostrem seus produtos e sua marca. “Grande parte do público que vai à EAPIC entra em nosso pavilhão. Pelo resultado de anos anteriores, garantimos que o retorno é extremamente positivo após a feira”, afir-
ma Anselmo. Esse retorno é alto devido ao número de visitantes da EAPIC: durante os dias de festa, mais de 100 mil pessoas devem passar pelo recinto, num evento que atinge toda a região, além de ser uma das feiras agropecuárias mais importantes do país. DOMINGO DA FAMÍLIA NA EAPIC Grande parte desse público deve visitar o evento nos dois domingos, onde, apesar da não haver a realização de shows, os portões ficarão abertos para que as famílias possam prestigiar as exposições agropecuárias, se alimentarem na praça de alimentação e levar as crianças ao Par-
SEGURANÇA É A PREOCUPAÇÃO A organização da 42ª EAPIC investiu pesado em segurança. Pioneira na área de tecnologia em prol da segurança, a EAPIC aumentou para 2015 o número de câmeras e investiu em equipamentos mais modernos e eficientes, para a maior tranquilidade do público. Uma sala de monitoramento está sendo montada e todo mundo que entra e permanece na EAPIC será monitorado o tempo todo. Isso sem contar que a EAPIC conta com o apoio de todas as forças da segurança pública. INFORMAÇÕES Quem busca mais detalhes, tanto de shows, valor de ingressos, datas de exposições, informações técnicas para entrada de animais na exposição, entre outros dados, basta acessar o site oficial da festa, através do endereço www.eapic.com.br. A
Regras para entrada de menores na EAPIC A Juíza da Vara Criminal e da Infância e Juventude de São João da Boa Vista, Elani Cristina Mendes Marum, expediu uma portaria normatizando a entrada de menores de 18 anos durante a tradicional EAPIC (Exposição Agropecuária Industrial e Comercial de São João da Boa Vista), que este ano completa 42 anos. A autoridade judiciária é responsável por disciplinar a entrada e permanência de crianças e adolescentes em locais de diversões públicas. De acordo com documento expedido pela juíza, o menor só poderá entrar na EAPIC acompanhado dos pais. Na impossibilidade dos pais acompanharem os filhos, a juíza determina que para os menores entrarem no Recinto durante a EAPIC eles devem estar acompanhados de um maior responsável. Para isso, os pais devem autorizar por escrito e com assinatura reconhecida em cartório, especificando o nome do maior que estará acompanhando seu filho durante a festa. Para a comprovação de todas as deliberações, vale salientar que os menores devem estar portando os documentos de identidade, assim como os maiores, sejam eles pais e ou maiores responsáveis. A declaração e autorização está disponível no site e pode ser impressa para ser preenchida e levada ao cartório.
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literatura
Do Espírito das Leis Obra de Montesquieu é o princípio da separação dos poderes POR FRANCISCO DE ASSIS MARTINS BEZERRA
Charles-Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu (foto), 1689-1755, foi um filósofo iluminista, jurista e político francês. Montesquieu é considerado o fundador da ciência política, por ter elaborado a teoria da separação entre os três poderes, ou seja, o executivo, o legislativo e o judiciário. Um dos princípios fundamentais da democracia é o da separação dos poderes, constituindo-se a base essencial dos governos democráticos e do constitucionalismo moderno. Nesta sua magnífica obra, Do Espírito das Leis, Montesquieu se inspirou nas medidas tomadas por Cromwell e principalmente nos estudos de John Locke, ambos na Inglaterra, que defendiam a tese de que diferentes funções do Estado devem ser exercidas por órgãos diferentes. Eram limites às atribuições do rei e prestigiando o Parlamento, com o objetivo de evitar a concentração de poderes.
Ao contrário da Inglaterra, na França, terra natal de Montesquieu, dominava o absolutismo do rei com plenos poderes. Montesquieu, nesta obra, tem o objetivo de analisar o espírito das leis, isto é, a relação entre as leis positivas e a natureza das relações políticas. Que dizem respeito às relações econômicas, políticas e mesmo geográficas, como o clima, as dimensões do Estado, a natureza das classes e as relações ente elas.E como se distribui o poder entre as classes da sociedade. Transcrevemos partes desta análise: “Há em cada Estado três tipos de poderes: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes e o poder executivo das que dependem do direito civil. Pelo primeiro, o príncipe ou o magistrado faz as leis para certo tempo ou para sempre, e corrige ou ab-roga as que são feitas. Pelo segundo, declara a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, estabelece a segurança, previne as invasões. Pelo terceiro, pune os crimes ou julga os
litígios dos particulares. Chamaremos este último de poder de julgar; e o outro, simplesmente de poder executivo do Estado”. Como se vê, Montesquieu designa o último poder de poder de julgar, ou seja, Poder Judiciário, assim o distinguindo realmente do Executivo e do Legislativo, o que John Locke não havia feito. Convencido de que os poderes de Estado devem estar separados, expõe as suas razões e apresenta o Judiciário como um poder à parte, dotado de características próprias e assim demonstrado: “Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo é reunido ao poder executivo, não há liberdade; porque é de temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado faça leis tirânicas, para executá-las tiranicamente”. “Tampouco há liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do executivo. Se estiver unido ao poder legislativo será arbitrário o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos; pois o juiz será o legislador. Se estiver unido ao poder executivo, o juiz poderá ter a força de um opressor”.“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo de principais ou de nobres ou do povo exercesse estes três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou os litígios dos particulares”. Os Estados Unidos, na fase de sua organização política, foi o primeiro país a adotar a fórmula preconizada por Mon-
O PENSADOR
Montesquieu, filho de família nobre, nasceu no dia 18 de Janeiro de 1689 e cedo teve formação iluminista com padres oratorianos. Revelou-se um crítico severo e irônico da monarquia absolutista decadente, bem como do clero católico. Adquiriu sólidos conhecimentos humanísticos e jurídicos, mas também frequentou em Paris os círculos da boemia literária. Foto: Reprodução Internet
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tesquieu. A França revolucionária aplicou o princípio e o Brasil também, desde a Constituição Imperial de 25 de março de 1824.Mas foram os americanos que tornaram menos rígidas as separações dos poderes, criando mecanismos de maior interação, controle e cooperação entre eles. Daí o surgimento do chamado sistema de freios e contrapesos.Controle mútuo, aplicado de forma correta e sem distorções (algo muito raro) e intervenção limitada na forma de controles. Portanto não era uma concepção rígida e o que passou a vigorar é que os poderes são distintos, harmônicos e interdependentes. Distintos ao dispor que cada poder possua organização própria e autonomia funcional. Harmônicos porque os poderes devem funcionar dentro de um processo de controle recíproco, estabelecendo equilíbrio e subordinação mútua, num sistema de freios e contrapesos.E interdependentes porque permite que cada poder possa ir além de sua função especifica e realize um pouco das funções dos demais, conforme as exigências político-sociais de cada regime. Contudo, na prática, nem
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sempre ocorre assim de forma tão pacífica. Atualmente, no Brasil, o que se verifica é uma extrapolação destas funções, havendo uma ingerência exagerada de um poder nas funções exclusivas do outro. Os exemplos são inúmeros. Apenas para ilustrar, citaremos três casos em evidência na imprensa no momento. Pela omissão do Legislativo muitas vezes o Judiciário é obrigado a intervir. Mas, outras vezes, há clara ingerência. Vejamos. Como forma de reparação às condições desumanas a que estão submetidos os presos em nosso sistema prisional, o ministro Roberto Barroso, do STF, propõe o desconto de um dia por cada três a sete dias de pena cumprida nestas condições. Se esta tese vencer o STF criará mecanismo de reparação que não está na lei. Por esta e por outras ingerências, o Supremo tem atuado, cada vez mais, como um agente determinado a pautar a política, os outros poderes e a opinião pública. Mas esta ingerência não é apenas “privilégio” do Supremo. Atualmente, está em discussão no Legislativo a questão da redução da maiori-
dade penal. Apesar do entendimento de que este tema é de competência do Legislativo, o poder Executivo, por discordar, tem interferido no processo. O Executivo, por sua vez, tem reclamado das manobras feitas pelo Congresso Nacional com o objetivo de lhe retirar prerrogativas constitucionalmente previstas. Mas nunca é demais lembrar que outro poder, o Poder Econômico, o dito mercado, está sempre atuante, interferindo, eficazmente, em todos os outros Poderes. Decorre, portanto, a necessidade de um quarto Poder, o de fiscalizar, que carece ainda de melhor estruturação e de autonomia e que seria exercido pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas. As furiosas reações contra o Ministério Público, esboçada por políticos investigados em escândalos de corrupção, mostra a sua importância. É preocupante a atual luta entre os Poderes. Pois quem corre risco é a própria democracia, que fragilizada em suas instituições e envolvida em intermináveis e infrutíferas discussões, não conseguirá atender aos anseios de quem realmente deveria deter o poder, ou seja, o Povo. A
história
Pequenas misses do passado O concurso Miss Paulistinha contou com representantes sanjoanenses em suas edições POR ANA LÚCIA FINAZZI
Os concursos de Beleza Infantil começaram em 1921 pela mão do proprietário de um hotel em Atlantic City com o objetivo de impulsionar o turismo. No entanto, a ideia já havia circulado através dos concursos Most Beautiful Child realizados nas cidades principais dos Estados Unidos da América. Estes concursos chegaram ao Brasil e tomaram força nos anos de 1940 e 1950, com variações de estilo e objetivos distintos. MISS PAULISTINHA Por esta época, foi criado pelos Diários Associados o Concurso Miss Paulistinha, com o intuito de angariar fundos para a manutenção da Enfermaria Infantil do Hospital do Câncer, em São Paulo. Esta enfermaria era batizada de Clube do Siri (uma alusão à constelação de Câncer, que tem a forma de um siri). As cidades do estado de São Paulo enviaram suas representantes e, em se tratando de um evento beneficente, a eleição era feita por venda de votos. Todavia, sugeria um concurso diferenciado dos padrões modernos, em que as meninas são apresentadas como miniaturas de adultos. As crianças eram escolhidas pela vivacidade, simpatia e facilidade de comunicação. A representante da cidade de São João da Boa Vista, em
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Fotos: Arquivo pessoal
1956, foi Mildred Sguassábia Silveira, que informada da importância dos objetivos da disputa aceitou participar e recebeu, a título de patrocínio, roupas e presentes das mais conceituadas lojas da nossa cidade. As crianças foram recepcionadas no Hotel Danúbio, então situado à Avenida Brigadeiro Luís Antonio, no centro da capital paulista. Lá elas permaneceram durante uma semana, quando tiveram a oportunidade de participar de passeios por pontos turísticos da cidade, assistir a espetáculos musicais e circenses, além de jantares e outras atrações que culminaram com o desfile final e a entrega da faixa à vencedora, pelas mãos da Vice-presidente e Presidente de Honra do Clube do Siri, internas do Hospital. No ano seguinte, a escolha da representante de São João, no concurso, recaiu sobre a menina Sílvia Helena Pereira. Nos arquivos do jornal O Município, edição de 18 de setembro de 1957, podemos ver a seguinte reportagem: [...]“Já recebeu o título a Miss S. João da Boa Vista – Infantil - Sábádo, às 17 horas, realizou--se nos Salões do Centro Recreativo Sanjoanense, uma reunião social, ocasião em que foi homenageada a nova Miss São João da Boa Vista-Infantil, a menina Sílvia Helena Pereira, filhinha do sr. Araken Pereira e dota Benedita Antunes Pereira. Esteve presente às solenidades, a alta sociedade sanjoanense, as senhoras que formam a Rêde Feminina de Combate ao Cancer, Núcleo Sanjoanense, despontando as valorosas damas, dona Lúcia Lambert Andrade e dona Maria Adeonice Bueno. Também compareceu à home-
nagem, o representante dos Diários Associados e os representantes deste jornal. MILDRED COLOCA A FAIXA A certa altura a menina Mildred Sguassábia Silveira, a Miss do ano passado, coloca a faixa na nova eleita, dizendo: “Ao entregar lhe a faixa, Sílvia Helena, espero que tenha no coração a mesma emoção que tive em ajudar o Hospital do Cancer. Deus a abençoe!” [...] CLUBES E AGREMIAÇÕES ESPORTIVAS Nos áureos tempos da Sociedade Esportiva Sanjoanense, consagrados pelos Tigres da Mogiana, o casal Rosinha e Bilú organizavam muitos eventos sociais no clube, trazendo atrações artísticas do cenário nacional, a fim de abrilhantarem estas ocasiões. Também eram promovidos Concursos de Beleza Infantil, paralelo à eleição da rainha e princesas da SES. As vencedoras eram premiadas com joias ofertadas pelo casal de dirigentes do clube. Segundo Nonô Nogueira, uma das vencedoras destes concursos, na década de 40, alguns eventos foram organizados para levantar fundos para a reforma da sede social, que encontrava-se em condições precárias. Também o Pratinha Futebol Clube, importante agremiação esportiva da cidade, elegeu em 1958 suas pequenas misses (foto ao lado): Silvana Ruga (rainha), Eliana Nogueira e Fátima Ferreira (princesas). A
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Foto: Arquivo pessoal
curioso
Cirurgias espirituais: paranormal ou charlatanismo? O tema tem análise complexa, por que mistura esoterismo, religião e ciência POR MATEUS FERRARI ANANIAS
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O PRIMEIRO CIRURGIÃO
José Pedro de Freitas, o Zé Arigó foi o primeiro cirurgião espiritual brasileiro a receber grande destaque na mídia nacional. A exposição foi tanta, que levou dezenas de pessoas até Congonhas do Campo (sua cidade natal) na busca pela cura de doenças. Para alguns, ele salvava vidas, para outros, ele foi um charlatão. Zé Arigó fazia as suas cirurgias sem anestesia e com uma pequena faca enferrujada
Foge do escopo do Revista Atua discutir crenças religiosas, mas é essencialmente parte do escopo da Revista Atua discutir crenças sobre fenômenos supostamente paranormais ou sobrenaturais. Alguns deles se relacionam, sim, com religiões, e é no contexto de analisar criticamente sua paranormalidade que os abordamos. Um desses fenômenos são os polêmicos tratamentos espirituais, procedimentos que visam curar o espírito e - indiretamente - o corpo. Eles remontam ao início da civilização humana, com os curandeiros e xamãs, que teriam uma ligação estreita com o divino. Essa ligação permitiria que eles tivessem o poder de curar recorrendo a forças misteriosas, e envolviam todo um conjunto de “rezas” e práticas sacerdotais e terapêuticas, que variam conforme a região e cultura local (vale lembrar que a história cristã também é rica em fatos dessa natureza). Segundo recente pesquisa do The Journal of Medicine and Philosophy, o raciocínio popular diferencia a medicina ocidental da cura espiritual, mas considera que ambas são eficazes. Desse modo, geralmente a medicina espiritual é usada como complemento da medicina ocidental sendo, muitas vezes, o último recurso dos pacientes que acabam por não relatar esse uso da medicina alternativa para seus médicos. Um dos mais interessantes e controversos tipos de cura espiritual é a cirurgia espiritual. Esse tipo de tratamento é muito associado ao espiritismo e muito popular no Brasil e nas Filipinas, onde diariamente milhares de pessoas de todo o mundo buscam atendimento.
está associado ao períspirito, uma espécie de aura, e que dessa forma, toda doença teria sempre uma motivação espiritual, como afirmava o neurocirurgião - e espirita - Nubor Orlando Facure. Ou seja, para curá-las, seria possível curar o períspirito através de um médium que encarna o espírito de um médico. Como a doutrina espírita não tem práticas homologadas e reguladas, as técnicas cirúrgicas variam de acordo com o médium e o centro espírita. Alguns nem tocam o paciente (utilizam o passe, que é a “transmissão de fluidos espirituais benéficos” realizada pelos médiuns), já outros chegam a fazer incisões com aparelhos cirúrgicos.
COMO FUNCIONA Os espíritas acreditam que o corpo físico
O PIONEIRO No Brasil esse tipo de tratamento ga-
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Foto: O Estado de Minas
nhou fama nos anos 1950, quando entrou em atividade o primeiro cirurgião psíquico a conquistar fama: José Pedro de Freitas, o Zé Arigó. Nascido em 1921, ele casou-se aos 25 anos. Depois disso, ao longo dos nascimentos de seus cinco filhos, ele teria começado a escutar uma voz numa língua estranha. Isso teria durado anos, até que teve um sonho bastante nítido, de uma sala de operações com médicos e enfermeiras que realizavam uma cirurgia. No comando, estava um médico que era o dono da voz que Zé Arigó tanto escutava. Esse médico seria o doutor Fritz, que o havia escolhido Zé Arigó para continuar sua missão na Terra. Conta-se que a primeira cura teria sido realizada após esse sonho, quando
Foto: Reprodução Internet
“JOÃO DE DEUS”
O brasileiro ficou internacionalmente conhecido depois de ser promovido por ninguém menos que a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, uma das mais famosas do mundo, como um médium que canalizava os espíritos de médicos mortos e os usava para realizar curas milagrosas em pessoas das mais diversas nacionalidades que o visitavam em sua “Casa”, em Abadiânia, Goiás.
Zé encontrou um amigo aleijado que precisava de muletas para andar. Ele teria dito ao amigo que “já é hora de largar essas muletas” e, deste instante em diante, o amigo não teria tido mais teria tido problemas para andar. Nessa mesma época, conheceu o então senador Lúcio Bittencourt, que sofria de câncer no pulmão. Ele teria feito uma cirurgia espiritual e extirpado o tumor, curando totalmente o político. Da para frente criou-se todo o frenesi da mítica fama de Zé Arigó. O “DR. FRITZ” Todas as informações que se “sabem” sobre o Dr. Fritz vêm de fontes que alegaram supostas comunicações mediúnicas com o médico. Adolf Fritz, teria nascido em Munique em 1876. Forçado a trabalhar desde cedo pela morte prematura de seus pais, custeou os próprios estudos, vindo a se formar em Medicina. Um mês após a sua formatura, um general chegou ao seu consultório com a filha gravemente enferma nos braços mas, a despeito de todos os seus esforços, a menina veio a falecer. O oficial responsabilizou Adolf pela morte da menina, conduzindo-o à prisão, onde sofreu maus-tratos e privações. Evadindo-se da prisão, Adolf foi para a Estônia, onde viveu durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Outra versão dessa suposta biografia sustenta que 89
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Adolf ingressou no quadro de Saúde do Exército Alemão, no posto de Capitão, como Clínico Geral. À época da Primeira Guerra, teria atendido os feridos no campo de batalha onde, por falta de instrumentos adequados, acumulou experiência no atendimento de emergências e de prática cirúrgica utilizando os limitados recursos que o front lhe oferecia. No entanto, nenhum pesquisador ou historiador jamais conseguiu comprovar nenhuma dessas versões ou mesmo a existência de Fritz em vida. Os céticos apontam que o nome Adolf Fritz seria uma composição montada com o nome do ditador Adolf Hitler e o apelido Fritz,
que ficou muito conhecido durante a II Guerra Mundial, quando as tropas aliadas se referiam aos alemães - de forma genérica - por “Fritz”. Mas afinal, diante de tantas lacunas, essas cirurgias funcionam ou não? Os cortes são reais ou não passam de truques? As curas realmente acontecem? Não há dor nem infecção? A resposta para todas essas questões é apenas um vago “depende”. FRAUDES? Estudos que indicam fraude em cirurgias espirituais invasivas - com sangue e tecidos falsos retirados - dividem espaço com registros de retirada real de tecidos. Embora haja pacientes que não sintam dor e não desenvolvam infecções após a operação, os médicos tradicionais interpretam isso como efeitos de autossugestão - como se a mente dos pacientes fosse condicionada a isso. O autor canadense James Randi Foto: Reprodução Internet
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diz que, durante suas pesquisas para escrever o livro The Faith Healers (“Os Curadores da Fé”), em 1987, procurou 104 pessoas que afirmavam terem sido curadas por cirurgiões psíquicos. Ele as classificou basicamente em três grupos: o primeiro era o de pessoas que não tiveram doença alguma. Ele cita como exemplo uma senhora que acreditava ter sido curada de um câncer na garganta após ser tocada por um cirurgião. Mas, segundo seu médico, fazia cinco anos que ele vinha realizando exames que mostravam que ela nunca tivera nenhum tipo de câncer. Porém, como sua mãe havia morrido desse problema, cada vez que a garganta doía, ela associava isso ao câncer. O segundo grupo identificado por Randi era o de pessoas que realmente tinham doenças e que continuavam doentes depois de passar pelas mãos dos curandeiros. Quanto ao terceiro grupo, Randi diz não ter encontrado ninguém, pois as pessoas já haviam morrido em decorrência dos problemas dos quais diziam ter sido curadas. “Não posso afirmar que essas curas não funcionam”, disse Randi, “mas posso afirmar que em todos os casos que investiguei, houve 100% de falha.” MAIS PESQUISAS “Os fenômenos ditos paranormais não são inexplicáveis, mas permanecem em
grande parte inexplicados. Não são sobrenaturais, sendo, no máximo, fatos ainda não satisfatoriamente explicados pelas leis naturais até então conhecidas”, é o que afirma uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e o Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora. O alvo da pesquisa foi João Teixeira de Farias, mais conhecido como “João de Deus”, que atende em Abadiânia, no Estado de Goiás, a 115Km do Distrito Federal. O estudo ainda conclui que os casos de cirurgias espirituais invasivas foram reais, “mas, apesar de não ter sido possível avaliar a eficácia do procedimento, aparentemente não teriam efeito específico na cura dos pacientes”. Mas nem todos concordam com os resultados. Em junho de 2011, a médica dinamarquesa Charlotte Bech Lund decidiu investigar o fenômeno João de Deus. “Vim, porque muitos pacientes meus vieram, melhoraram e voltaram para concluir o tratamento comigo, mas sem remédios”, afirma Charlotte, que voltou ao Brasil para passar as três primeiras semanas de janeiro em Abadiânia. “Cheguei ao topo da carreira prescrevendo receitas e vendo os efeitos colaterais que os medicamentos causam. Aqui, com ‘passiflora’, as pessoas se curam.”, diz a dinamarquesa, que engrossa as estatísti-
cas: 80% dos visitantes do médium são estrangeiros. João não cobra pelo atendimento nem pelas cirurgias, apenas pelo medicamento ‘passiflora’ – a caixa com 175 comprimidos custa R$ 50. O QUE DIZ A LEI No Tribunal de Justiça de Goiás há uma investigação de 2003 pela morte do americano Javier Villa Real Bustus. De acordo com o processo, Javier teria abandonado o tratamento convencional que fazia contra AIDS para tratar com João e, mais tarde, veio a falecer no Hospital de Doenças Tropicais. Nesse processo, João de Deus está sendo investigado por homicídio doloso, com dolo eventual, ou culposo, quando não há intenção de matar. Em Abadiânia há outro processo, mas corre em segredo de justiça. Para o Código Penal Brasileiro, os adeptos da cirurgia espiritual podem ser enquadrados no artigo 282, que condena a prática ilegal de medicina, e o 283, que condena anúncios de cura por “método secreto ou infalível”. O 284 prevê condenação por curandeirismo, “usando gestos, palavras ou qualquer outro meio”, e “fazendo diagnósticos”. Mas na prática, as acusações são raras e as condenações inexistentes, porque há uma interpretação de que não se trata de exercício ilegal da medicina, mas sim de prática religiosa. A
João de Deus sob investigação Em 25 de Outubro de 2014, um programa de televisão australiano chamado 60 Minutos contou a história da cética investigação que a jornalista Liz Hayes fez sobre o enigmático João de Deus, em 1998. O programa apontou vários problemas e inconsistências nas histórias das cirurgias oferecidas pelo médium, entre eles o caso de uma mulher declarada como curada de um câncer de mama por uma entidade espiritual, mas que veio a falecer em 2003. Além disso, o programa revela que a consulta com o João de Deus era gratuita, mas muitas vezes ele prescrevia visitas a uns leitos de cristal, que custavam US$ 25 por sessão. O consultório também contava com uma loja de presentes e uma farmácia, que vendia ‘passiflora’ abençoada. O 60 Minutos revelou que as pílulas não eram nada além de maracujá. De acordo com o Natural Medicines Comprehensive Database, o maracujá é “possivelmente seguro quando usado por via oral e de forma adequada para fins medicinais de curto prazo”, e também é “possivelmente perigoso quando utilizado em quantidades excessivas” e não deve absolutamente ser usado durante a gravidez, já que “constituintes de maracujazeiro mostram evidências de estimulação uterina”, o que poderia provocar um aborto. Esse mesmo banco de dados sugere que o composto em questão é possivelmente eficaz para transtornos de humor, ansiedade e abstinência de opiáceos, mas “pode causar tonturas, confusão, sedação e ataxia” e há alguns relatos de efeitos colaterais mais graves, incluindo vasculite e consciência alterada.
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cultura
Para ler, ver e ouvir Nessa edição fizemos uma coletânea de CDs que, não necessáriamente são lançamentos, mas que valem muito a pena você ter em sua casa. Nossa sugestão de leitura nesta edição é O Demonologista, um thriller de terror e suspense que tem prometido ser “o filho entre O Exorcista e O Código Da Vinci”. É uma aventura que mistura mitologia cristã e uma leitura cativante para amantes do gênero. Para comemorar os 71 anos do desembarque aliado na Normandia, nossa sugestão é O Mais Longo dos Dias, de 1962. Além de um roteiro impecável e um elenco all-star, o filme guarda outro trunfo: foi ele que salvou os estúdios da Fox de uma falência provocada pelo excesso de gastos com Cleópatra, com Elizabeth Taylor e Richard Burton.
O Demonologista (Editora Darkside - 320 págs)
“A maior astúcia do Diabo é nos convencer de que ele não existe”, escreveu o poeta francês Charles Baudelaire. Já a grande astúcia de Andrew Pyper, autor de O Demonologista, é fazer até o mais cético dos leitores duvidar de suas certezas. E, se possível, evitar caminhos mal-iluminados. O personagem que dá título ao best-seller é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Mas, ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião.
O MAIS LONGO DOS DIAS (DVD, 1962 - 178 min)
Em 6 de junho de 1944, 60 mil soldados da Força Expedicionária Aliada, com o apoio de 6 mil navios e 5 mil aviões, desembarcaram na costa da Normandia, na França. Apresentado em sua versão original em preto & branco, O Mais Longo dos Dias é uma reconstituição, momento a momento, deste evento histórico. Apresentando um elenco de astros internacionais, e narrado do ponto de vista de ambos os lados, é um olhar fascinante que presencia os enormes preparativos, os erros e acontecimentos inesperados que determinaram o resultado de uma das maiores batalhas da História.
PARA TER em casa
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Tiê - Sweet Jardim
Mallu Magalhães
Titãs - Nheengatu
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cinema
Cidade do Sol Websérie, que tem um sanjoanense no elenco, retrata a conturbada situação da Minustah Foto: Divulgação
POR PEDRINHO SOUZA E MATEUS FERRARI ANANIAS
As cidades de Contagem e Belo Horizonte se transformaram nas sujas e destruídas ruas da capital haitiana, Port-au-Prince, durante as gravações de Cidade do Sol, websérie em sete episódios com lançamento previsto para julho. Dirigida pelo cineasta Guto Aeraphe, a série tem roteiro fictício, mas fala sobre uma história real, a atuação do Exército Brasileiro na missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti. A Minustah (Mission des Nations Unies pour la Sbilisation en Haïti), é uma missão de paz criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, para tentar restaurar a ordem no país. A obra pretende retratar com fidelidade a complexa interação entre militares, estrangeiros e cidadãos locais. O sanjoanense Gabriel Marin (26) faz parte do elenco da série, que já tem sido recebida com ares de superprodução. Filho e irmão de atores, Gabriel cresceu envolto nas artes: aos 15 anos já atuava na companhia teatral Cena IV. Atraído pela temática militar, ele conta que conheceu o trabalho da Webseriados através da série Heróis, de 2011, baseada nas experiências de soldados da Força Foto: Divulgação
Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. A série foi vencedora de prêmios importantes do gênero, como nos festivais de Los Angeles (EUA) e Marseille (França). Gabriel fez, então, contato com os produtores, buscando um papel na próxima série, Cidade do Sol, que já estava sendo preparada pelo diretor Guto Ae-
raphe. “Guto teve a ideia ainda enquanto filmava Heróis, juntamente com o 12º Batalhão de Infantaria de São João del Rey. Eles estavam prestes a enviar uma tropa para a Minustah e ele [o Guto] ficou pensando no choque psicológico desses jovens soldados que saem daqui e dão de cara com uma realidade completamente diferente, marcada por furacões, terremotos e pobreza”, explica Gabriel. Após sua escolha para o papel, ele conta que passou, juntamente com os demais atores, por diversos treinamentos do Exército Brasileiro. “Fizemos treinamento de armas, treinos físicos, de contenção de multidões e até de invasão de casas”, descreve Gabriel. “Tenho de admitir que eu me diverti muito”, brinca. A SÉRIE Cidade do Sol conta a história de Rachel Clark, jornalista americana que está no Haiti para cobrir a nova onda de violência que explode no país. Ela acaba tropeçando em uma trama maior, um golpe de estado que será realizado pouco antes
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das eleições presidenciais. O ator sanjoanense dará vida ao Soldado Oliveira, que ajudará na segurança da jornalista. “Meu personagem é o mais novo do grupamento, um jovem que acha aquilo uma brincadeir, mas ,de repente, vê que a coisa é séria”, pontua Gabriel Marin. Ele se aprofundou no tema para viver o personagem, o que levou ao contato com vários figurantes haitianos e militares do Exército, que participaram da Minustah. O nome da série vem de Cité Soleil, da maior favela do
Haiti, situada em Port-au-Prince e com uma população de 300.000 habitantes. LANÇAMENTO A série, que terá sete episódios de dez minutos, deverá ser lançada no final de Julho e também estará disponível no Netflix. Também está confirmada a produção de um longa, de 80 minutos, condensando os episódios: o objetivo é concorrer a prêmios em festivais nacionais e internacionais. A
Heróis na vida real A atuação do Exército no conturbado processo político do Haiti não é a única missão de paz em que o Brasil se envolveu. Desde 1956 tropas brasileiras trabalham em parceria com a ONU em missões para a estabilização de áreas de conflito e extrema pobreza em todo o mundo. A primeira missão foi em 1950, quando militares de nossas forças armadas integraram o “Batalhão de Suez”, unidade de infantaria destinada a evitar confrontos entre forças Egípcias e Israelenses e manter aberto o Canal de Suez. Desde então, estivemos presentes em diversas missões de paz, nos mais diversos países, como Moçambique, Angola, Timor Leste e Líbano. O Brasil possui, hoje, perto de 1.700 homens a serviço da ONU, estando entre os 20 países que mais contribuem para as missões de paz. RELATO O 1º Sargento Messias, hoje no comando do Tiro de Guerra 02-036, esteve em 2014 no Haiti chefiando uma equipe de engenharia, responsável pela perfuração de poços artesianos. Ele relata que essa foi uma das experiências mais marcantes de sua vida. “Nossa função era trabalhar na reconstrução do país e ajudar o povo haitiano”, comenta. “Mas era de cortar o coração ver o pessoal pegando água, desesperados pela perfuração do poço”, conta o sargento. Ele explicou que os soldados brasileiros são muito queridos pelos haitianos. “Se fossem os norte-americanos, fariam cordão de isolamento durante a perfuração. Já os brasileiros brincam e batem papo”. Messias ressaltou também a força de vontade dos haitianos, “é impressionante, muitos falam mais de uma língua e aproveitam as luzes das bases militares para estudar. E ,vendo as crianças da escola cantando o hino do país, percebe-se que amam sua pátria”, afirma o sargento. Grande parte da já precária infraestrutura do Haiti foi destruída com o grande terremoto de 7º na Escala de Richter, que ocorreu em 2010. Nesse evento tam-
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bém faleceram 17 soldados brasileiros e 22 civis, entre elas Zilda Arns; fundadora da Pastoral da Criança e do Adolescente. CRÍTICAS Estudiosos questionam a eficácia da Minustah que, segundo eles, possue um enfoque excessivamente militar, especialmente após o terremoto de 2010, quando a presença de soldados aumentou, e as necessidades eram principalmente sociais.“Trataram o Haiti como se fosse um país em guerra, o que não é o caso, ele passava por uma crise política violenta. Uma vez controlada a situação, a Minustah manteve o caráter bélico e pouco humanitário”, diz o especialista em Haiti e antropólogo da Unicamp, Omar Ribeiro Thomaz. Para o especialista em operações de paz Kai Kenkel, da PUC-Rio, “os brasileiros fazem coisas diferentes na Minustah, mas não dá para falar em novo paradigma para missões de paz”, diz. Ele acredita que a experiência doméstica do Brasil em desenvolvimento, como o combate à fome e à pobreza, podem ser uma forma mais viável de presença dentro da ONU. Foto: David A. Frech/US Navy
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opinião
Conserto Para o maestro Agenor, meu grande amigo POR CLINEIDA JUNQUEIRA JACOMINI
Gosto de ambos, com c e com s. Nisso e em muito mais puxei à minha mãe que, em sendo de 1914, época da guerra, não jogava nada fora! Guardava tudo: de palitos de fósforos usados e negros a saquinhos de papel e de plástico... pasmem...furados! Para que servem? Acho que ela responderia com seu habitual bom senso e humor de sempre: - Ora, para guardar! Pois estou igualzinha a ela. Adoro consertar o que não está certo, se estragou ou precisa de uma mãozinha minha, que, diga-se de passagem, não é lá essas coisas de boa. Se uso cola, ela se junta aos meus cabelos, unhas e até pés, menos no lugar que quero que ela fique. Se uso papel, linha, tinta, lãs, caixas... idem, idem. Já perceberam que não sou nada artesanal, mas continuo insistindo nisso, nessa minha “arte”, literalmente. Do concerto com c, todos sabem o meu amor. Vivo de música! É o meu alimento, remédio, força, alento, vitamina, sais minerais... Nessa época de computador e internet quase não toco meu piano que fica lá abandonado numa sala fria e escura. Nostálgico e quieto, acho que ele pede a minha presença a cada dia mais rara. Mas ainda toco na igreja com o maior prazer louvando ao meu Criador e Pai amado. Mas onde quero chegar? Depois das malfadadas eleições em 2 turnos mais que polêmicos e desgastantes, os cientistas sociais ou políticos, aqueles que só têm vez nessa época, dizem-nos diariamente que as redes sociais fizeram uma diferença enorme no modo de encarar a política e ou o pleito eleitoral. Fico ainda com aquela dúvida que habita todas as mentes pensantes em nosso país: você acredita na infabilidade das urnas eletrônicas? Eu não. Estou a cada dia mais cética a respeito das modernidades que nos são empurradas goela abaixo. Como 100
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todas, as máquinas são quase, eu escrevi quase perfeitas e todas elas são criadas, manipuladas e controladas (ainda!) pelo cérebro maravilhoso do homem. Ora, se ele falhar, e todos nós somos passíveis de erros, lapsos e desatenções, as máquinas também assim serão: falhas, fadadas ao erro e não confiáveis inteiramente. Um dia, na década de 80 ou 90 o banco com o qual trabalho começou a digitalizar, informatizando todas as suas operações. E um funcionário ufanista me disse naquela ocasião: - Agora não tem mais erro! Eu respondi: - Como? Quem programa ainda não é um homem? E ele não está sujeito aos erros, omissões e falhas? Nunca me esqueço do livro-filme Aeroporto cujo autor, Artur Haley era o meu preferido e cuja música - tema ouço até hoje em minha mente pra lá de musical. O operador, o superman na aviação, aquele de cujo trabalho e orientação dependem todos que voam, estava triste, foi ao banheiro, ali ficou mais tempo do que seria recomendável e um desastre se concretizou. E sabem por que escrevi
tudo isso? Porque resolvi deletar e mandar para a lixeira grande parte de meus mais de 500 e mails que eu temia em perder e relutava em ficar sem eles, mesmo depois de meses sem ter nem tempo, nem vontade de lê-los. Ora, como dizem os gestores nas mais diferentes áreas de ação do ser humano, se você passou tanto tempo sem usar uma coisa, seja ela um texto, um sapato, um casaco ou um utensílio doméstico... desfaça-se deles! Nunca chegará a usá-los! Mas o pior de todo esse thriller é que, justamente minha filha mais próxima tem a síndrome de Nero e queima tudo ou quase! Isso é uma coisa que abomino até a raiz de minha alma! Não gosto de queimar nada! Lembro-me de um livro muito bom de Leo Buscaglia onde ele propunha que todos nós nos deitássemos nos montes de folhas secas e amareladas que teimam em cair, todas elas, no outono de cada ano. Ah! Como sou assim! Só não me deito nelas porque a coceira acabaria comigo, alérgica que sempre fui! A
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guia de anunciantes Confira a lista das empresas que anunciaram nesta edição. Com isso, essa página serve como um guia rápido para consultas:
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Duzani Rua Lucina R. Vasconcelos, 46 Fone: 19 3623.6894 Empório da Serra Av. Dr. Durval Nicolau, 956 Fone: 19 3631.5515 Flash Totens AV. Dona Gertrudes, 202 Fone: 19 3056.3011 www.flashtotens.com.br Flor do Cedro Rua Cel. Ernesto de Oliveira, 374 Fone: 19 3631 2159
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