Revista Atua – Março 2009

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’ índice

carta ao leitor Amigos, esse é nossa primeira revista de 2009. E para nós ela tem um significado especial. Eu a considero o início de uma nova fase da revista. Essa nova fase se deve a busca pelo aumento da interatividade com nossos leitores, através de várias formas. A primeira delas, é nosso website, que já está à disposição para o acesso de todos. Lá, você poderá comentar matérias, sugerir temas e entrevistas, opinar sobre nossas capas, acessar edições anteriores e muito mais. Ele é um espaço democrático para o debate sobre temas abordados na revista. E acredito que fará tanto sucesso quanto a sua versão impressa. Falando em interatividade, que tal começarmos pela escolha da capa da próxima edição? Visite nosso site, preencha seus dados e nos envie três fotos, para participar da promoção para escolha de nossa próxima capa. Fique atento também para as outras promoções que realizaremos durante ano, em parceria com diversas empresas. Como já disse, esse será um ano cheio de novidade para nossa revista e esperamos que você, leitor, continue prestigiando este veículo que tem a intenção de ser genuinamente sanjoanense.

Ana Cláudia Z. C. Ribeiro Santos Diretora do Dep. Comunicação ACE

A Revista Atua (ano 2, número 06, Março de 2009) é uma publicação sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial. Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista, SP, CEP 13870-906. Tel. (19) 3623-1524. Distribuição Gratuíta. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos autores, e não representam a opinião deste veículo. E-mail: atuarevista@acesaojoao.com.br tiragem: 4 mil exemplares jornalista responsável Heloise Amorim - MTB 39.685 revisão João Sérgio Januzelli de Souza | jscoaching@ig.com.br projeto gráfico e arte Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br Flávia Soares | flavia@acesaojoao.com.br

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Cartas Making Off Novidades Tendências Para o Outono / Inverno Os Melhores Tratamentos Para sua Pele Tendências Perigos da Hepatite Cuidados com o Uso dos Celulares Agito: Bar do Clube Até o Limite do Corpo Descoberta da Sexualidade Ela Atua: Badi Assad Vítimas Virtuais Radar Tatuagens de Parede Galera Cozinha Com o Pé na Estrada Revivendo quem Atuou: Nena Queiróz Simplesmente Mulheres Agito: Villa Petiscos Check In: Ouro Preto Figura que Atua: Dona Adélia Em Mulheres, Nem com Flores Dicas de Leitura Em Que Bandas Andam as Bandas Anjos e Demônios: A Bola da vez Atuando na Música: Wandran Régio Déjà Vu Opinião: Clóvis Vieira A Via Sacra do Homem Maria Sguassabia e as Mulheres de São João

equipe de vendas Ricardo Ribas, Cleide Pereira P. Orrico, Lígia Maria Dornellas colaboradores Aguinaldo Assunção, Francisco de Assis C. Arten, João Sérgio J. de Souza, Júlio Damaglio, Rosana Cruz, Vânia M. D. Magalhães, Sophia Beltran, Telma Salles Corulli fotos Du Paparazzi - (35) 3731-2695 capa Modelo: Carmen Magalhães Foto: Fritz Foto Cabelo, Maquiagem: Gus Lise - (11) 7632-8402 impressão HR Gráfica e Editora - São Paulo


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’ cartas

Cultura “Gosto muito da parte cultural desta revista, sempre com dicas interessantes de literatura, cinema e música. Esse lance de divulgar as bandas da cidade que estão se destacando também é de extrema importância. Desta edição, preciso enaltecer a matéria sobre Bossa Nova, achei muito boa de ler, texto com cara de ‘bastidores’ daquela época e escrito, por um gênio como Menescal. Muito bem colocado. Vocês estão de parabéns e a revista está melhor a cada edição. Gosto muito das propagandas, a maioria de muito bom gosto e ajuda muito na hora de escolher as lojas onde comprar.” Adriano Paiva São João da Boa Vista -SP

Gado

Agradecimento

Orgulho

“Gostei muito da entrevista com Alfredo Nagib Filho, publicada na última edição da Revista Atua. De fato ele é um artista muito especial. Suas fotos são fantásticas e suas observações sobre o mundo que nos cerca são geniais! Compartilho a opinião que educamos mal nossas crianças, não no sentido literal da palavra, mas nós a transformamos em gado, que sempre segue o fluxo. A gente simplesmente não as ensina a pensarem e expressarem sua criatividade. Talvez esse seja o grande legado que estamos transmitindo às gerações futuras: criando pessoas que não sabem pensar.”

“Parabenizamos a Revista Atua pela qualidade, imparcialidade e respeito aos seus leitores, publicação que entra em seu segundo ano, levando informação e entretenimento a todos os públicos.

“Fico orgulhoso de ser de uma cidade como São João, onde o comércio se mantém forte. Prova disso é manter uma revista desse porte, com tanta qualidade, variedade de temas, entrevistas compessoas interessantes para a sociedade e por ser entregue gratuitamente. Gostaria de conhecer a equipe para poder parabenizá-la pessoalmente. A idéia da capa é boa, porém o que me chamou a atenção na mesma é essa textura do papel e o brilho do título, muito fino.”

Sarah Ferreira Santos Águas da Prata -SP

Júlio César Machado Fundação Cultural do Estado do Tocantins -TO

Apresentamos agradecimentos pela produção da matéria titulada As Belezas do Paraíso (edição nº 05, de dezembro de 2008, pg78), a qual propiciou a mostra de uma das riquezas naturais do Tocantins, o Parque do Jalapão, levando o leitor a conhecer cada roteiro de acesso, de forma atrativa, dando o merecido valor a este grande oásis no meio do cerrado tocantinense. ”

Gostei muito da capa da última edição. Ela se diferenciou bem das anteriores, e a impressão realçou ainda mais sua qualidade. Parabéns a todos que trabalharam nela Josué Almeida Jr. São João da Boa Vista -SP

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Rubens Nacif Medeiros São João da Boa Vista -SP ATUA: Rubens, primeiramente agradecemos os elogios feitos, mas lembramos que mais importante que fazer uma revista é ter leitores que de fato gostem de seu conteúdo. Porque, embora o jornalismo seja a arte de costurar anúncios, sem um conteúdo de qualidade ninguém teria interesse de folhear nossas páginas.

Ops... Erramos Na edição anterior da Revista Atua, página 29, na tendência apresentada pela Regina Presentes, onde saiu “Camisas Xadrez” como título lê-se “Areia para Brincar”. Também nas tendências, página 52, a marca Havaianas foi grafada de forma errônea, com a letra W, quando o correto seria a grafia com a letra V. Na entrevista central, o jornal onde Fritz iniciou sua carreira foi apontado como o “O Operário”, quando na verdade seria “O Trabalho”.


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making of

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’ novidade

Câmera de Bolso A câmera xodó da vez é da série “menos é mais”. Literalmente. Não há nada de mirabolante ali. Existe apenas um botão que a gente clica para começar a gravar, a latinha de lixo para descartar o que não gostamos e outro botão para o zoom. Pronto, está aí todo o manual de instrução. E a graça é justamente essa. Dá para levar na bolsa, no bolso... O detalhe bacana é que quando a memória já fica cheia, um pen drive pula automaticamente na lateral. Daí, basta conectar no computador e voilà.

Coffee Break Esta é uma boa dica para sua cozinha. Impressione seus amigos e convidados com esta xícara metalizada e espelhada. Em seu pires existe um silk “coffee break” invertido, que é refletido na xícara, podendo ser lido de forma correta. Amostra de que criatividade cabe na casa inteira.

Cofres com Estilo Lembra-se da época que você guardava suas moedinhas naquelas latinhas furadas, que você adaptou para virar um “cofrinho”? Então, parece que sua vontade de poupar dinheiro irá voltar quando você vir estes cofres. Em cerâmica ou em plástico injetado, eles são um charme e funcionam muito bem como peças de decoração, além de ‘esconder’ algumas moedinhas. Todos têm tampa plástica no fundo.

Teclados Modernos Os teclados flexíveis de silicone possuem um design ultramoderno e inovador. Além de serem todo emborrachados e flexíveis, eles são extremamente higiênicos e podem ser lavados. Desenvolvidos em materiais de altíssima qualidade, o usuário terá uma digitação macia e silenciosa. Seu transporte também é muito simples: basta enrolá-los e os colocar na mochila.

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’ novidade

I-Ring A linha para iPod e iPhone não para de crescer. Acaba de ser lançado o projeto de um controle remoto em formato de anel para aumentar o volume e trocar as músicas. Basta que se deslize o dedo sobre sua superfície feita de botões invisíveis. Simples e discreto, há quem diga que pode ser usado com qualquer modelito, sem problemas. Para que as funções sejam acionadas basta que o acessório seja carregado. A bateria deve durar até dois dias. Pena que ainda está em fase conceitual.

Almofadas Temáticas Imagine ter uma almofada inspirada num cartaz do seu filme preferido? Pensando nisso, a DizDecor criou estes mimos. As capas são feitas em material sintético. O verso é branco, vermelho ou preto, de acordo com o ‘cartaz’.

Liquidificador da vovó O liquidificar Clássico 4241, fabricado pela Oster, lembra aqueles eletrodomésticos da década de 1950, que apareceram nos seriados e filmes que retratam essa época. Com copo de vidro, mecanismo de metal e uma super lâmina de aço polido, o aparelho, além de preparar sucos e vitaminas, é capaz de triturar gelo.

Celular com tela de toque 3D O HTC Touch Diamond traz o TouchFLO 3D, interface exclusiva de toque para interação com as diversas funções, agora em terceira dimensão e com acesso animado. O aparelho tem tela de toque de cristal líquido (LDC), ergonômica com 2,8 polegadas. Equipado com o sistema operacional Windows Mobile 6.1 professional, o HTC Touch Diamond inclui aplicativos do Office e Messenger. Está já está disponível nos pontos de venda do país, com preço sugerido de R$ 2 mil, que pode variar conforme a operadora e o plano escolhido.

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’ moda

tendências para o

outono / inverno

Há tendências relâmpagos: aquelas que são vistas numa temporada e que somem na outra. Há tendências que começam aos poucos e vão tomando força. E há aquelas que nunca deixam o cenário, mesmo que fiquem es-

tos naturais Um grande exemplo dessa tendência são as peças feitas em lãs tecidas, lãs tricotadas e o imbatível moletom, que vem forte para este outono-inverno 2009,

Foto: Divulgação

condidas em casa. E o conforto é uma delas. Para este outono e inverno, as modelagens das calças e dos vestidos mais amplos, mais soltos devem imperar (é só lembrar o gancho baixo dos modelos saruel). A idéia é que sejam utilizados materiais que garantam que a pessoa não fique presa, rígida, sem movimen-

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inclusive na sua cor tradicional, o cinza-mescla. Os tradicionais agasalhos, com as blusas com capuz, com suas formas amplas são revisitados em leituras contemporâneas e em tecidos tecnológicos, capazes de trazer muito aconchego a quem usa. Seguindo essa linha, a opção das marcas é fazer modelagens des-

construídas e também por imprimir a tecidos sempre ligados ao streetwear - como os moletons - um acabamento de alfaiataria, com cortes e acabamentos precisos. A Osklen, por exemplo, grife tipicamente carioca, tem apostado com força nessa tendência, e montou uma coleção toda com base no moleton. São os agasalhos sim, mas sem aquele estranho punho canelado no pé e nas mãos, que durante muito tempo imperou nos moletons. É um movimento que não é um resgate, mas uma continuidade do estilo de vida de meados dos anos 1990, revisto agora com novas tecnologias e novos valores estéticos. Devem ficar nítidas também as apostas dos designers no vintage, com influência dos anos 20 aos 70. Calças e saias aparecem com um ar de sofisticação, bem como os vestidos, mas sem perder o glamour. A alfaiataria também ganha espaço no inverno 2009. Os trajes de noite são dramáticos. A parte têxtil está em evidência. As bolsas terão formas arredondadas, quadradas e de trapézio. As peças em sua maioria possuirão adornos decorativos bem coloridos e franjas de vários tamanhos.


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’ moda

a moda dos anéis

da pureza

É comum a gente ouvir por aí pais ou pessoas idosas dizerem que o comportamento dos adolescentes anda muito liberal: é normal ficar com mais de um menino em uma balada e muitas garotas perdem a virgindade com um cara que não é seu namorado. Agora, parece que a história está mudando, aos poucos. Se

lescentes quando começou a ser usado pelos ídolos do Jonas Brothers. Aos 15 anos, Miley Cyrus (foto), estrela de Hannah Montana , também exibe com orgulho o acessório em shows, editoriais de moda e entrevistas. Esse anel surgiu no ano de 1994, criado pela Igreja Batista dos Es-

Foto: Reuters

nos anos 60 e 70, os adolescentes lutavam para destruir a idéia que sexualidade era uma “coisa feia” e a conquista da liberdade sexual era um objetivo de toda uma geração; hoje, o movimento conservador entre adolescentes parece cada vez mais forte. E a prova disso é o Anel da Pureza: símbolo religioso de virgindade que virou moda entre ado-

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tados Unidos. O programa True Love Waits (” verdadeiro amor espera”), dirigido para adolescentes e que prega a abstinência sexual até o casamento, foi o pontapé inicial da moda, que acabou se espalhando aos quatro ventos. No início, foi lançada uma pulseira de plástico para simbolizar a filosofia. Depois o acessório foi trocado por um pingente de prata, mas só

ganhou popularidade com o anel da pureza. Alguns trazem frases como “Uma vida, um amor” ou “O amor espera”, outros têm cunho bem religioso, como um crucifixo. Porém usar o tal anel, tornando pública a opção pela abstinência sexual, não é tarefa das mais fáceis. Muitas vezes estes jovens acabam virando alvo de gozação de amigos que consideram o pensamento ultrapassado. Na contramão disso, uma enquete feita no site da revista Capricho, com 1208 meninas, apontou que 5% delas namoram sem beijar, 35% acham legal a moda do anel e 60 % adorariam usá-lo. Para quem ainda não sabe, o anel foi feito para tanto os homens como para mulheres, que teriam (pelo menos em tese) o compromisso de casar virgem e muitas vezes até sem se beijar. A ginecologista Albertina Duarte Takeuti, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, considera a opção pela virgindade “válida” e acha positivo que o tema venha à tona graças aos ídolos do pop. “Todo adolescente acha que suas verdades são absolutas. O importante é respeitá-lo em seus valores e manter um canal de diálogo aberto”, defende.


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’ beleza

correndo atrás da

boa forma

Corpo sequinho, pernas fortes, novos amigos e altas doses de bom humor. Tudo isso vem no pacote da corrida, um dos exercícios mais naturais, democráticos e simples de fazer. Aprenda tudo sobre essa prática e descubra o prazer de despachar muitas calorias, cuidar do coração e arejar a

supervisão? O acompanhamento de um profissional faz diferença: ajuda a atingir metas, diminui os riscos de lesões, estimula. Se já estou alongado, posso iniciar em um ritmo mais forte? Não. Comece devagar e vá se aquecendo em ritmo lento para que

Foto: Michal Zacharzewski

dos ossos e da musculatura. O gasto calórico também é superior, se comparado ao da esteira. Além do mais, você vai poder variar o percurso, e isso é motivador.Por outro lado, no início, você pode se sentir melhor na esteira, com uma velocidade controlada, menos impacto e o conforto de praticar num ambiente climatizado, onde até a hidratação fica mais fácil: é só deixar sua garrafinha à mão. Horários para praticar: tem melhor e pior? Cada pessoa tem seu próprio relógio biológico. Você descobre o seu experimentando horários e observando os resultados. Mas o ideal é correr entre 6h30 e 9h da manhã ou no final da tarde, por volta das18h, especialmente no verão, para fugir dos picos de temperatura.

cabeça, tudo ao mesmo tempo. Tenho um bom preparo físico, mesmo assim devo fazer algum exame antes de realizar uma corrida? Sim. Você deve passar por um cardiologista, que vai investigar seu histórico e pedir um hemograma completo, além do teste ergométrico - realizado sobre uma esteira em movimento É arriscado começar sem nenhuma

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o corpo se adapte ao exercício, sem estresse. Nos minutos finais da atividade, também é importante ir diminuindo a velocidade aos poucos. É melhor começar na esteira ou na rua? Tanto faz. Mas, se morar perto de um parque ou de um clube que tenha pista, vale a pena correr ao ar livre: como o impacto é maior, o corpo será mais exigido, aumentando o fortalecimento

Faz mal correr de estômago vazio? Sim. A falta de carboidratos causa fadiga e queda no desempenho. O que devo comer antes da corrida? Alimentos ricos em carboidratos com baixo índice glicêmico, que são absorvidos lentamente pelo organismo. Se puder, tome um bom café da manhã ou faça um lanche com pão integral, peito de peru e suco de fruta.


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’ moda

a história de

um mito

Dizem que quanto mais velho, mais gostoso fica. Surrado, customizado, com cadarço de cores diferentes. Cada um tem seu próprio jeito de usar All Star, o tênis que não sai dos pés de muitas gerações. Jovens e adultos, universitários, roqueiros, profissionais

1917, a empresa lançou uma linha de calçados esportivos, incluindo o tênis de lona e sola de borracha que revolucionou o basquete, criando um calçado revolucionário para a época, o mundialmente famoso Converse All Star. No ano seguinte, Charles “Chu-

Foto: Felipe Madsen

liberais e celebridades, o All Star é sucesso em todas as tribos. Não é de hoje que famosos exibem seus pares. A história de um dos maiores ícones americanos, e posteriormente mundial, começou quando Marquis M. Converse fundou a empresa Converse Rubber Company em 1908, na cidade de Malden, estado de Massachusetts. Em

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ck” Taylor, jogador estudantil que logo se tornou profissional, juntou-se à Converse e colocou novas idéias para uma versão do All Star. Ele mudou o desenho da sola para criar mais tração, adicionou uma proteção no calcanhar para melhor apoio e proteção ao tornozelo dos jogadores. Lançado em 1923, o Converse All Star com sua assinatura foi um sucesso instantâneo, sendo o único

tênis usado por todos os jogadores de basquete, quer seja profissional ou universitário. O tênis foi o primeiro modelo produzido para o mercado de massa norteamericano. Em 1966, foi lançada a versão cano curto e em cores variadas. É o começo de uma nova história. O All Star firmou seu espaço nos anos 70, quando ganhou os pés do rock n´roll. O tênis seguiu sua trajetória impulsionada pelo Lifestyle. Também foi lançado o modelo original em couro – chamado de All Star 2000 – e que se tornou um sucesso entre os consumidores, vendendo mais de 1.000.000 pares. Nessa década, algumas personalidades entraram para a história como adeptos dos tênis, como o roqueiro Curt Cobain, do Nirvana, e os integrantes do Ramones, e acabaram arregimentando usuários entre os fãs de suas bandas. A Nike comprou em 2003 por US$ 305 milhões a Converse, que enfrentava enormes dificuldades financeiras, basicamente pelo valor da marca All Start. Para a Nike, a compra da empresa iria ajudar a ocupar um espaço que a marca ainda não conseguiu tomar: o dos tênis de preço mais baixo.


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agito

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’ beleza

disfarce a barriguinha

e o quadril largo

É comum a mulher se sentir meio fora de forma. Pode ser um pouco de neura, ou vai ver que ela andou comendo um pouco a mais, já que comer é mesmo uma delícia. Às vezes o problema é localizado em uma ou outra parte do corpo. É neste momento que

transparência, em modelos tipo batas, justas sob o busto (recorte império) e larguinhas na barriga. E lembre-se: dê preferência aos tecidos planos, porque não marcam. Sobreposições de peças funcionam, como camisa aberta sobre camiseta ou jaqueta aberta

Foto: Reprodução

gas, que engordam. Símbolo de sensualidade e feminilidade, os quadris largos são charmosos quando estão proporcionais. Se forem muito exagerados, podem pesar a silhueta, além de causar certo furor por onde passam. Algumas peças de roupa podem minimizar o efeito “mulher melancia”, tornando a silhueta mais leve e elegante. Sempre dê preferência para mangas cavadas, busto ajustado, cintura marcada, que criam um efeito de “falsa magra”. Lembre-se de que grande parte do tempo a gente está sentada, com a parte superior do corpo em evidência. Valorize colo, ombros braços, usando bijuterias, decotes, frente única, tomara-que-caia.

as roupas podem dar uma forcinha. Para quem tem ou está com a barriga meio fora de forma, o jeito é sempre escolher uma peça mais soltinha nesta área do corpo. Evite blusas ou vestidos colantes e certas malhas que marcam demais. Procure também não criar volumes excessivos na barriga, como drapeados pesados. Use, no máximo, um drapeado de malha bem fininha, que disfarça imperfeições. O melhor, mesmo, é usar tecidos planos leves e sem

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sobre a blusa ou vestido, já que afinam a silhueta. Cuidado com calcinhas, leggings ou meias calças muito apertadas. Aproveite para chamar a atenção sobre o colo, ombros, braços e pernas, sempre valorizando o que você tem de mais bonito. Para as calças, os modelos com cintura no lugar caem melhor. Use-as sempre no tamanho certo, evitando as muito apertadas, que marcam demais, ou as muito lar-

Saias levemente evasês, franzidas, de tecido leve e com caimento, normalmente funcionam para este tipo físico. As pantalonas ou calças retas também ficam bem para você, mas evite as pregas nas calças ou bolso faca. Evite tecidos pesados ou texturizados na calça ou na saia. E lembre-se de que um belo vestido fluido, balançando e sugerindo um farto quadril, pode ser incrivelmente sexy.


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’ beleza

os melhores tratamentos para

sua pele

Todo mundo sabe que sol, açúcar, cigarro e o simples passar dos anos são implacáveis quando o assunto é envelhecimento. Todos esses fatores destroem as fibras de colágeno, que garantem a sustentação dos tecidos. O resultado nós conhecemos: rugas,

mais potente que já surgiu. Extraído da fruta do café, protege contra os radicais livres – os grandes responsáveis pelo envelhecimento – e reverte sinais e marcas que já surgiram. Mas atenção: em alguns tipos de pele ele causa irritação e pode trazer problemas. O ideal é

Foto: Paty Connor / SXC

manchas senis, ar cansado, pele sem brilho... A boa notícia é que a medicina não para de pesquisar tratamentos e substâncias capazes de amenizar cada um desses aspectos e até ajudar a rejuvenescer nossa pele. Hoje, vamos falar um pouco sobre o que há de mais moderno nessa área. Coffeeberry - encontrado em cremes, é considerado o antioxidante

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consultar uma demartologista antes de iniciar qualquer tratamento com esses produtos. Toxina Botulínica - muito já se falou dela. No entanto, para vários dermatologistas, a substância continua imbatível. Ela relaxa a musculatura, impedindo a formação de rugas dinâmicas, aquelas que surgem com o movimento natural dos músculos. Basta aplicar

uma vez para que o efeito dure em torno de 4 meses. Preço: R$ 1200 a R$ 1500 a aplicação. Chá Verde - Também rico em propriedades antioxidantes (que combatem a ação dos radicais livres), a erva é bem absorvida pela pele e ainda age como antiinflamatório. Assim, é recomendável para quem possui epiderme mais sensível. Alguns estudos indicam que o chá verde protege o DNA dos danos causados pelo sol. Deve ser usado 2 vezes por dia, de preferência em creme prescrito pelo dermatologista, que traz concentrações mais elevadas de princípios ativos. Ácido Hialurônico - A substância, que é produzida naturalmente pelo organismo, vai se perdendo com o passar dos anos. O resultado são sulcos e rugas estáticas na face. É possível, no entanto, repô-la por meio de injeções, num procedimento conhecido por preenchimento dérmico. O tratamento, feito em uma única aplicação, devolve a distribuição de gordura em regiões como a do bigode chinês, das maçãs do rosto e do contorno labial e ameniza rugas profundas e sulcos. Além de tudo, é um tratamento muito seguro, que não causa alergia. Seus re-


sultados duram 12 meses. Preço: a partir de R$ 1.200 a aplicação. Idebenona - Quando chegou ao mercado, em 2006, foi considerado o mais poderoso antioxidante na época. É indicado principalmente para quem não tem pele sensível, pois pode causar irritação. Mas os resultados compensam: um estudo feito nos EUA revelou que 72% das mulheres que usaram o ativo tiveram melhora efetiva nas rugas e linhas finas. Vitamina C - Apesar de fazer um tempo que esse antioxidante é usado em tratamentos antienvelhecimento, ele continua entre os queridinhos dos dermatologistas. Além de surtir bons efeitos contra as rugas, é mais acessível do que seus concorrentes. A vitamina C

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é muito instável e, dependendo da forma como é incorporada ao produto, pode não proporcionar os resultados desejados. Por isso, é preciso buscar opções que contenham o ativo associado a outra substância, como o ascorbosilane, que usa o silício para aumentar a estabilidade da molécula da vitamina. Minilifting - Cirurgia feita no terço inferior da face (abaixo da linha dos olhos), para remover o excesso de tecido, levantar a expressão, corrigir rugas e eliminar a flacidez. O resultado é bem natural e a recuperação, rápida. Cremes que utilizam nanotecnologia - Alguns cosméticos contêm minúsculas cápsulas de gordura, que levam ativos em seu interior, e conseguem penetrar profun-

damente na pele, potencializando o efeito do mesmo. Os ativos antienvelhecimento, que já estão presentes em cremes, na forma de nanotecnologia, são o Trilagen e o Pentavitin, pentapeptídeos que estimulam a produção do colágeno. Ácido Poli-L-Láctico (PLA) - Por ser aplicado através de injeções, é, muitas vezes, confundido com um preenchedor. Sua atuação, no entanto, é diferente. O PLA estimula a produção de novo colágeno, não preenchendo os sulcos diretamente. O produto deve ser injetado em partes do rosto com sulcos profundos, nos contornos das pálpebras e nas rugas. Frequência: 3 sessões, com intervalos de 4 a 8 semanas entre cada uma. preço: a partir de R$ 1.500 a sessão.


’ tendência

Bota Montaria As botas montaria têm cano alto, salto baixinho e frente arredondada, inspiradas nos uniformes de quem praticam hipismo. São a grande tendência para este outono / inverno porque são lindas, confortáveis e quentinhas, além de renderem mil combinações. REDE PADOVAN Casaco Opera Rock Seja guloso por novidade, busque o diferente sem soberba, aprecie o inusitado, mesmo que Carrot Pants Depois da Saruel (febre do verão passado) as calças evoluíram o conceito e estão mais

para isso cometa algum pecado. Agora deixe de preguiça, fuja do rotina, assuma essa vaidade, esse luxo é seu! COISAS DO BRASIL

estruturadas como as carrot pants, sensação do outono / inverno deste ano. PROVÍNCIA BRASIL

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Bolsas e Sandálias Customizadas As Havaianas não são só chinelos: ela possui uma grife de sandálias e acessórios Camisas Polo Sempre atuais e na moda, as camisas de gola polo sempre caem bem em qualquer estação. VIA FIORI

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que vai desde bolsas, toalhas, chaveiros, até meias e apliques. Tudo para você ficar sempre na moda. HAVAIANAS


Vestidos Esta estação está extremamente colorida, não há cores que não sejam tendência, pode usar-se de tudo um pouco. Quer seja unido, floridos, estampados ou em Tie & Die, quer sejam cores fortes ou pastéis...tudo é permitido. Venha conferir! TOQUE FINAL MODA E ACESSÓRIOS

Sempre o Jeans O jeans continua forte e deve imperar neste outono / inverno. As calças retas continuam na moda, e as pantalonas voltam com toda a força. INVERSÃO

Sapatos Retro Para quem gosta de estilo, mas não dispensa o conforto, apresentamos esses modelos retro da Vizzano que vão dar muito charme para você nesta nova estação que está chegando. CONVERSÃO E MODA MANIA

Ternos Monocromáticos É tendência fortíssima no social o look monocromático. E também o xadrez que continua em alta desde o inverno passado. Deixando assim o homem mais que elegante simplesmente irresistível. LORDS MEN´S WEAR

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’ saúde

das receitas da vovó

à alta gastronomia Diz a lenda que, em 2737 a.C., o imperador chinês Sheng Nong, preocupado com as epidemias que devastavam o império, ordenou que todos fervessem a água antes de consumi-la. E que um dia, descansando à sombra de uma árvore, ordenou que aquecessem sua própria água.

muito contribuem. Na Inglaterra, duas mulheres introduziram o chá na corte. A rainha Catarina de Bragança o trouxe de Portugal,

O preparo deve respeitar os tempos corretos de infusão e temperatura da água, para que o chá não perca suas propriedades. Como nos vinhos, deve-se começar pelos aromatizados com flores, frutas e ervas, até aguçar o paladar e saber apreciar um Gyukuro Kimigayo. Cultivado no Japão, ele é um dos chás verdes mais caros do mundo: 20 gramas custam em torno de R$350.

Enquanto esperava, algumas folhas caíram sobre a água fervente e lhe deram um tom esverdeado. Ele provou, gostou do sabor e incluiu as folhas em suas pesquisas, descobrindo suas propriedades medicinais e revigorantes. Mais tarde, as mudas começaram a ser plantadas, e o cultivo do chá expandiu-se pelo mundo. Quase 5 mil anos depois, a China continua ainda sendo o berço do chá. Segundo artigo publicado na revista americana Archives of Internal Medicine, o chá é a bebida mais consumida no mundo depois da água, posição de destaque para a qual os milhões de chineses Foto: Steve Woods

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Só é chá a bebida que leva as folhas ou brotos de camélia. Todas as outras misturas de ervas, flores, frutos e especiarias não são chás, são infusões.

ao se casar com o rei Carlos II. A duquesa Anna de Bedford criou o famoso “chá das 5”, um jeito nobre de exibir porcelanas e pratarias e saborear guloseimas entre as principais refeições. O principal equívoco, porém, reside em considerar que tudo seja chá.

Já os chás em saquinhos são, em sua maior parte, misturas. Apesar de recentes melhoramentos na técnica de congelamento seca e do método melhorado de infusão, são vendidos o pó de chá e a essência condensada de chá, para serem mergulhados em água quente ou fria. Para os amantes do chá, isso é quase uma heresia. Essas misturas visam a obtenção de um sabor estável ao longo dos anos e de melhor preço para venda,


mas acabam sacrificando a qualidade da infusão. Existem quatro principais tipos de chá, que se diferem pela fermentação das folhas. No chá Verde, por exemplo, não há fermentação. Ela é interrompida pelo vapor, no Japão, ou em panelas Wook, na China. O tipo Oolong tem média fermentação, e no chá preto a fermentação natural é total. O chá branco é um dos mais raros. Suas folhas e brotos são bem jovens e a fermentação é de cerca de 2%. A gastronomia também descobriu o chá. Vários restaurantes buscam a ajuda de um tea blender para criar cartas especiais e harmonizações da bebida com os pratos principais. Segundo especialistas,

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o chá verde é mais leve e combina com peixes e vegetais; já o chá preto, mais encorpado, com carnes e massas. Nas sobremesas, a dica são os aromatizados ou pretos puros. O chá é, ainda, ingrediente de bolos, tortas, geléias, salgados e trufas de chocolate, com combinações saborosas e suaves. Na saúde, os benefícios do chá remontam ao século 30 a.C., quando já era utilizado pelos chineses como medicamento e tônico, pois proporciona aumento de concentração e vivacidade, graças principalmente à cafeína. Apesar de indicado para aliviar sintomas de gripe e até em dietas, os especialistas lembram que o chá e as infusões não queimam calorias. Apenas contribuem

para estimular o metabolismo, auxiliar na eliminação de toxinas e facilitar o funcionamento do organismo. Em grande quantidade e sem orientação, pode até ser prejudicial. Mas as vantagens podem ir além do físico, pois beber chá em cerimônias de socialização, momentos de relaxamento e até antes da meditação cria uma atmosfera de bem-estar. Não importa começar pela infusão da vovó para gripe ou do amigo para curar aquela dor de cabeça de ressaca. O hábito de tomar chá precisa surpreender. A bebida deve proporcionar prazer pelo aroma e pelo sabor e ser uma chance de compartilhar uma xícara com quem se quer bem, ou em casa, sozinho, para relaxar.


’ saúde

os perigos

da hepatite

Todos os estabelecimentos confiáveis de manicure vivem de olho na esterilização de alicates e pás usados para evitar infecções. Clientes precavidas também tomam cuidado e exigem objetos limpos. Mas muita gente não sabe que o vírus da hepatite C pode se manter vivo por até quinze dias dentre de um frasco de esmalte ou em alicate. “A maioria das pessoas não tem noção de como a hepatite é facilmente transmissível”, afirma Hoel Sette Júnior, da Sociedade Brasileira de Hepatologia. A doença, que tem muitas variáveis (por isso as letras A, B, C...), ataca o fígado da pessoa contaminada. Alem disso, o tipo C da doença ainda quase nunca apresenta sintomas. “Geralmente, a descoberta vem em um exame de sangue de rotina ou quando se manifesta a sua pior conseqüência: o câncer no fígado”, explica o infectologista André Araújo, do Hospital da Criança, do Rio de Janeiro. Hepatite A A contaminação com hepatite A costuma acontecer mais durante a estação mais quente do ano, porque o vírus fica na água. Para pegar a doença, basta engolir algumas gotas de água infectadas ou mastigar pedras de

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gelo feito com água de fonte contaminada. Trata-se de uma doença altamente transmissível, ou seja, passa de uma pessoa para outra por saliva, sangue e contato sexual. Seus sintomas são náusea, diarréia, vômito, dor nas articulações e escurecimento da urina. A hepatite A é considerada benigna, pois em 99% dos casos o fígado se recupera sozinho. Remédios para náuseas e vômitos são receitados, além de repouso e uma alimentação leve. Hepatite B Mais de metade da população mundial já foi contaminada pelo vírus do tipo B e nem imagina. O vírus pode ficar encubado e não se manifestar por até três décadas. “A hepatite B é muito transmissível pelo sexo, muito mais contagiosa do que o vírus da Aids”, revela Hoel. O contato com sangue contaminado também pode infectar. Os sinais da doença são bem raros. Quando eles aparecem, o doente costuma apresentar cansaço, moleza, perda de apetite e febre.. Postos do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem uma vacina contra este mal, mas ela está à disposição apenas para pessoas de até 19 anos. Em metade dos casos, a doença se manifesta e desaparece sozinha,

sem que o paciente necessite de tratamento. Menos de 5% dos casos evoluem para a forma crônica, que não tem cura. Nesse estágio, ela pode ser controlada com medicação para evitar que se transforme em cirrose ou câncer de fígado — às vezes, muitos anos depois. Hepatite C Segundo o Ministério da Saúde, a hepatite C é a doença infecciosa que mais mata no país – mais até do que a Aids. Apenas 20% das pessoas infectadas desenvolvem imunidade e 80% se tornam portadoras crônicas do vírus. As vítimas da hepatite C devem eliminar bebidas alcoólicas para sempre pois os portadores da doença têm três vezes mais chance de contrair cirrose hepática do que os não-contaminados. A transmissão ocorre pelo sangue. O vírus pode ser passado por alicates, agulhas e outros instrumentos cortantes infectados. Na maioria dos casos, não existem sintomas. Quando eles surgem, são os mesmos da hepatite A. Não há vacina, mas as drogas existentes curam oito de cada dez pacientes crônicos. O tratamento é feito com remédios que fortalecem o sistema imunológico e ajudam a combater a inflamação crônica no fígado.


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’ moda

novas carteiras

da A-teen

Bolsa feminina = Buraco negro. Fato. Não importa o quanto nós procuremos, aquele gloss predileto definitivamente nunca mais será achado dentro da nossa maxibolsa. Dá uma tristeza... Pois bem, para não ficarmos praticando o desapego aos nossos objetos favoritos, a solução é nos organizarmos. Como? Mudemos a bolsa. Ou melhor, o tamanho dela. Daí entram em ação as novas carteiras multicoloridas da A - teen. Criadas pela estilista Maria Rita

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Magalhães Pinto, elas são o tal the next best thing para o verão. Feitas de couro, ora misturam cores discretas como cinza, bege e laranja, ora têm só cores alegres como laranja, pink e vermelho. Lindas, lindas, lindas! O detalhe bacana é que como não são tão pequenas, nós não precisamos deixar muita coisa de fora. Ou seja, o kit sobrevivência (batons, rimel, lápis, etc) cabe com toda tranquilidade do mundo.


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’’ tendência etiqueta

cuidados com o uso

do celular

Você está em uma reunião de negócios e de repente toca um telefone celular. Momento tenso, pois todos procuram identificar quem é o dono do aparelho que interrompeu bruscamente o clima de negociação. Já viveu situação semelhante? Certamente a impressão causada é que o dono

taurante e até mesmo no avião. Para evitar este tipo de gafe, é fundamental conhecer e praticar algumas regras de etiqueta profissional, que também podem ser utilizadas no âmbito social.

para atender no instante em que tocar. • Não chateie: Se você está ligando para o telefone móvel de alguém, pergunte se essa pessoa pode falar naquele momento. Procure não estender a conversa.

• Seja discreto: Quando se fala • Não tente fazer telemarketing: Nunca ligue para o celular de seus clientes para vender produtos ou serviços. O aparelho não foi feito para isto. Além de deselegante é invasão de privacidade. • Caixa postal: Ouça seus recados da caixa postal. Pode parecer óbvio, mas há pessoas que esquecem deste detalhe e passam uma imagem de negligência e descaso.

Foto: Roy Morsch / Corbis

do aparelho tem outras prioridades, demonstrando pouco caso com os presentes. Este novo meio de comunicação traz também a importância de se rever valores adormecidos, como a ética e o respeito ao próximo. Infelizmente, é comum pessoas falarem ao telefone celular em salas de cinema e teatro, durante uma entrevista para emprego, nas salas de aula de escolas e universidades, no res-

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ao telefone celular é comum aumentar o tom de voz. Procure falar baixo. Seja discreto; afinal, a conversa só interessa a você e quem está do outro lado da linha. • Lembre-se de desligar: Sempre que estiver em ambiente de negócios, desligue o celular. Se estiver aguardando uma ligação importante, informe com antecedência os demais e peça licença

Lembre-se de que a finalidade do telefone celular é agilizar sua comunicação com o mundo, principalmente a comercial. Portanto, não se transforme em um escravo do sistema. Utilize corretamente as facilidades e vantagens do telefone móvel sem comprometer sua imagem pessoal e profissional. Em um mundo globalizado e cada vez mais dinâmico, agir com elegância, discrição e, sobretudo, ética na comunicação é mais um passo para o sucesso.


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’ opinião

ofereça mais

rosas

Entrou para comprar tecido. O jovem vendedor fazia cálculos da metragem quando a dona da loja apareceu e repentinamente o cliente se viu diante de uma “discussão medonha” entre eles. O tecido finalmente foi entregue, pagou e ficou em duvida se voltaria à loja que “tem o melhor preço da região”. Você viveu ou, pior, causou uma cena como essa? Então saiba que isto pode ser evitado. Daniel Goleman, PHD em Neurociência e autor de Inteligência Emocional, afirma que a “mente racional”, responsável pelos atos mais ponderáveis e reflexivos, poderá ser acionada em detrimento da “mente emocional”, causadora de ações impulsivas e irracionais. E a ferramenta da racionalidade é o autocontrole, ou seja, a capacidade de “saber adiar a satisfação e conter a impulsividade”. E o feedback é uma técnica a ser usada para se agir de forma emocionalmente controlada nos relacionamentos. O que é isto? Simples: é a forma de se encorajar, inspirar as ações produtivas e desencorajar as improdutivas de alguém. Pode ser um diferencial em sua vida pessoal e profissional, não é mesmo? O feedback pode ser positivo ou negativo e sempre moderado, inspirador, altruísta, motivador

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e transformador. Seguem dicas para você oferece-lo: 1- Antes do contato, delimite sua intenção. O que você quer? Dê um presente à pessoa, isto é, motive-a a realizar melhor as tarefas ou voltar a se a diferença. 2- Fale direto com, ela. Seja específico! Evite falar pelas costas, evite mandar recados. 3- Seja descritivo e não avaliativo. Analise o fato ou o comportamento que causou o problema e não a pessoa que o causou. Não Julgue! 4- Mostre os efeitos do comportamento indesejado. O que poderá causar? É bom lembrar que toda a ação tem uma reação, ok? 5- Seja oportuno e ofereça retorno – positivo ou negativo- em particular. Chame a pessoa para conversar sem despertar atenção ou inveja de outras. Seja discreto. 6- Use forma simples e conteúdo adequado, comunicação agradável, firme e objetiva. Esclareça: O que aconteceu? Quem fez o que? Onde? Quando? Como? Por quê? E busque saídas futuras: o que fazer daqui para frente? Combine com a pessoa as novas

atitudes... combinado? 7- Reconheça o que ela de fato faz certo. Diga-lhe três características positivas que acredita que tenha. Em seguida, dê o retorno sobre o comportamento mal sucedido. Para isso use a conjunção “e” e jamais o “mas”. Por exemplo: “Você sabe que é um colaborador esforçado, há dez anos atende bem a clientela, chega mais cedo e sai mais tarde... e pode ter mais paciência com a nova gerente, não é mesmo?”. 8- Verifique se a pessoa de fato entendeu tudo. Como dizia minha querida e inesquecível Vó Novélia: “Ofereça rosas e não espinhos, menino”. Em tempos de crise – real ou psicológica - ofereça mais feedback. Coloque-o em prática, pois conhecimento não praticado é igual a ter um lago de água parada. E cedo ou tarde, ele morre. Não existem prosperidade, prazer ou felicidade em água parada. Existem doenças e parasitas, e, mais tarde, mais e mais.... secura. Pense nisso! E tenha certeza, você receberá mais rosas. João Sérgio Januzelli de Souza - JS - é coach e professor de Comunicação Empresarial no UNIFAE e UNIFEOB


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agito

’


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’ esporte

até o limite

do corpo

Novo ano, novas sessões em nossa revista. Uma dela é uma página dedicada especialmente aos esportistas de nossa cidade. Nesta edição, vamos falar de um esporte pouco difundido no Brasil, o triatlo.

salva-vidas de San Diego para um desafio. Estava criado o triatlo moderno. Seriam necessários mais 16 lon-

O triatlo surgiu em San Diego no ano de 1974 em um clube de atletismo que, ao dar férias para seus atletas, passava uma planilha de treinamentos que constava principalmente de exercícios de natação e ciclismo para que os atletas descansassem um pouco dos treinos e competições de atletismo. Ao voltarem das férias, os treinadores faziam um teste com seus atletas, para saberem se eles tinham cumprido a planilha de treinamento.

Foto: Arquivo Pessoal

Estes atletas teriam que nadar, pedalar e correr. Os atletas gostaram tanto da brincadeira que pediram para os treinadores repetirem a dose nas férias seguintes, porém, convidando os

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gos anos, e várias modificações para que ele fizesse sua estréia em um olimpíada, conforme nos conta Thiago Palermo, sanjoanense que participou de uma edição do triatlo Ironman em Florianópolis. “Existem diversos tipos de provas, algumas curtas e outras

mais longas. O triatlo olímpico, por exemplo, consiste em 1.500m de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida”, afirmou o atleta. No Ironman, uma variante do triatlo, as distâncias percorridas são ainda maiores e levam os atletas até os seus limites. “O Ironman é a maior prova de triatlo. São 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida. É uma prova de superação de limites e muita persistência”, completou. A final mundial do Ironman é realizada anualmente na ilha de Kona, no Havaí, e reúne pessoas de diversos países. Para esta prova são realizadas 26 seletivas divididas pela Europa, Ásia, Oceania, África e Américas, que definem quem serão os 1.500 participantes da grande final. Esse evento anual atrai cerca de 30 mil visitantes. A seletiva nacional é realizada anualmente na cidade de Florianópolis, sendo a única classificatória na América Latina para o Mundial Ironman, no Havaí.


Thiago contou sobre sua participação nesta seletiva, a qual completou com um tempo de 12h15min. “É uma prova mágica. Apenas as pessoas que conseguem completá-la podem dizer o seu real significado. É difícil explicar a sensação de cruzar a linha de chegada e saber que todas as dificuldades foram superadas com êxito”. E, segundo ele, a principal dificuldade encontrada foi a preparação para a prova. “Por ser uma prova de resistência, o treinamento é fundamental e nesse ponto reside o grande problema. Como conciliar trabalho, família e

treinos? E se para os atletas profissionais a dificuldade de encontrar patrocínio e local específico para treinamento (principalmente

Foto: Arquivo Pessoal

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ciclismo) é grande, imagine para nós, amadores, que praticamos por hobby, sem objetivar resultados.” Para agravar ainda mais

a situação, há poucos meses da prova, Thiago que treinava mais de 17 horas semanais sofreu uma fratura no pé direito, que o afastou dos treinos por um tempo considerável. “A corrida é importantíssima, é uma prova decisiva; e a fratura me prejudicou muito, pois acabou me impedindo de realizar os treinamentos”. Recuperado da lesão, Thiago espera que na próxima edição da seletiva, neste ano, seu desempenho seja melhor. “Estou trabalhando para que possa superar meu tempo do ano passado”, afirmou ele.


’ família

a descoberta

da sexualidade

Sexualidade é e sempre será um tema espinhoso. Combinada com a educação dos filhos, então, nem se fala! Pois é exatamente nessa situação delicada que estão muitas mães de garotas que já entraram na puberdade e vivem a adolescência ao modo contemporâneo. Várias delas, muito comprometidas com a educação das filhas, inclusive na questão da formação dos valores, sempre encontram maneiras de se inteirarem dos costumes dos jovens para melhor orientá-las. E um fato as deixa bastante preocupadas. É que muitas garotas têm curtido -como elas gostam de dizer- ficar com garotas, sem que isso signifique a descoberta de sua orientação sexual. Além disso, muitos jovens têm feito apologia da bissexualidade. Interessante é saber que eles associam isso à liberdade. As mães acham que é um modismo, mas talvez possamos pensar melhor a respeito. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que a descoberta da sexualidade adulta é um acontecimento importante na vida dos adolescentes. E essa descoberta ocorre, primeiramen-

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te, em relação às sensações. A excitação física, o prazer, a satisfação dos impulsos e até o orgasmo são questões experimentadas com entusiasmo pelos jovens, e não sem razão. Ouvi uma frase interessantíssima de uma garota a esse respeito. Ela disse que se

divertir com experiências sexuais tinha o mesmo sentido de ir a um parque de diversões e que viver tinha de ser divertido. Outro ponto importante a considerar é a questão do corpo. Em fase de transformações nem sempre com resultados satisfatórios para eles, a aparência é o primeiro elo no que se refere à atração. Nesse momento da vida -e, pelo jeito, não mais apenas nesse período-, é a aparência que aproxima ou

repele. E, como eles estão muito submetidos aos modelos de corpo impostos, têm grandes dificuldades em serem donos de seu próprio corpo. É quase uma dissociação entre o que pensam querer para si na vida e o comportamento que praticam. Diante de tal complexo panorama, os pais têm muitas possibilidades de orientar os filhos na questão da sexualidade, mas sem esquecer que eles são bastante permeáveis às ideologias do mundo em que vivem e que a educação dada, por melhor que seja, não é vacina contra nada. Talvez o que mais funcione seja a formação coerente, que começa bem cedo, dos limites entre vida íntima e convívio social, da importância do respeito às diferenças e do ensinamento de que qualquer comportamento gera conseqüências. Os pais precisam saber que a educação sexual de seus filhos não é uma questão separada da educação como um todo e que ela começa quando o filho nasce. Dedicar-se a ela quando os filhos são adolescentes pode ser tarde demais. Rosely Sayão é psicóloga e consultora em educação.


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’ entrevista

ela atua:

Badi Assad

FLÁVIA SOARES

Talento e excentricidade se misturam na música produzida pela cantora e violonista sanjoanense Badi Assad. Nascida em uma família de músicos, sendo o pai, Sr. Jorge Assad, bandolinista, mãe, Dona Ica, cantora de serestas e irmãos, Sérgio e Odair, violonistas renomados, influenciou-se por eles e faz sua história e carreira musical cheia de personalidade. Os irmãos de Badi formam o Duo Assad, referência mundial no violão erudito. Após uma tentativa no piano, Badi percebeu que o

violão seria sua paixão definitiva. E não poderia ser diferente: do choro, acompanhando o bandolim do pai, para o violão de concerto foi apenas uma questão de tempo. Na adolescência, a carreira de concertista era promissora: venceu em 1984 o Concurso Jovens Instrumentistas e participou da Orquestra de Violões de Turíbio Santos e do Duo Romantique. A primeira experiência fora da música de câmara foi no musical Mulheres de Hollanda, escrito pela bailarina Tatiana Cobbett e baseado no cancioneiro de Chico Buarque, onde se destacou. Hoje, conta com

uma sólida carreira no exterior, inclusive com indicações como uma das melhores violonistas do mundo em 1998, pela revista americana Guitar Player Magazine. Badi quer agora se “inserir” no mercado brasileiro, mesmo sabendo da dificuldade de conseguir entrar em um mercado que tem a falta de infra-estrutura básica para os artistas e que é dominado por grandes grupos midiáticos, que ditam regras e tendências. Badi Assad recebeu a equipe da Revista Atua em sua casa e, numa conversa descontraída, contounos sobre sua carreira e história. Confira a entrevista exclusiva.

Foto: Fritz Foto

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São João é meu refúgio. Sempre que deixava a cidade, por algum motivo, acabava voltando e caindo por aqui.


Qual sua definição para a música? É uma das primeiras formas de arte a surgir e, com certeza, uma das mais democráticas: a música viaja e, sem barreira alguma, atravessa fronteiras. A partitura musical é a mesma no mundo todo e pode ser lida por qualquer um. Agora, se você for pelo sentimento de uma melodia, aí ela se torna mais universal ainda. Eu canto em português em shows fora do Brasil e vejo pessoas se emocionarem, mesmo sem entender uma só palavra do que estou cantando. Considero isso um “segredo misterioso”, do qual a resposta simplesmente não possuímos. Acho que a música é a mais fiel forma artística para se transmitir um sentimento. Uma fotografia de um quadro não emociona da mesma forma. A música, não; a gravação registra os sentimentos do intérprete na hora da gravação. Não sei se isso é uma impressão própria apenas, até porque nasci em uma família formada por músicos, então música sempre fez parte da minha vida, especificamente o violão, dentre todos os instrumentos. Sempre foi uma relação bem íntima, ao ponto de achar engraçado quando alguém me dizia, em minha adolescência, que não tinha um violão em casa. Eu simplesmente achava estranho, porque eu cresci e vivi rodeada por eles. Como você define a sua música? É muito pessoal mesmo. Desde o nascimento de minha filha, por exemplo, entrei em uma onda criativa muito grande. Eu escrevi poesia a vida inteira, todas es-

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tavam guardadas e só agora decidi musicar algumas e o mais fantástico é que, neste processo, pude rever minha vida, através delas. Por isso digo que minha música é muito pessoal, um verdadeiro diário. Lógico que, no caso desses versos, depois de musicados, vou desenvolvendo o tema e eles acabam se tornando impessoais. Considero que a música é uma extensão de quem eu sou. A música que faço é uma mistura de muita coisa que já vivi também,

Achava engraçado quando alguém dizia que não tinha um violão em casa. Eu simplesmente achava estranho, porque cresci rodeada por eles

começando até mesmo pela família. Tem o chorinho do meu pai, a seresta de minha mãe, a música erudita dos meus irmãos e meus próprios interesses que fui descobrindo ao longo da vida. Tanto que meus discos acabam sendo super ecléticos, porque considero extremante restritivo fazer um trabalho que tenha um titulo, um rótulo. De onde surgiu o ‘Badi’? Badi é um apelido de infância, dado pela

minha mãe, a rainha dos apelidos. Ela colocou quando eu era bebezinha ainda. Qual a diferença entre a Mariângela e a Badi? Hoje, acredito que isso está bem resolvido, mas houve uma época em que a Mariângela nem existia, quem existia era a Badi. Tudo que eu fazia era para ela. Era para ela que eu subia ao palco. E, assim, eu me esquecia que, por trás dela, havia a Mariângela, no sentido de cuidar de mim mesma. Mas, hoje em dia, sou muito mais Mariângela. Há nisso uma ligação direta com o fato de ser mãe? Contribuiu bastante, pois quem pariu foi a Mariângela. Hoje, para mim, a Badi é uma parte minha, mas é só isso. E é muito interessante porque é uma parte minha bem genuína, alguns dias mais e outros menos. Para mim, isso acaba sendo uma espécie de terapia. Quando a Badi canta, viajo e viro o que aquela música diz, interpreto e acabo ousando mais sobre o palco do que a Mariângela ousa comumente em sua vida. Quais foram (ou são) suas maiores influências? Então, é muita gente, cada fase trouxe muita gente diferente. Quando eu era só violonista, tinha músicos instrumentais, como Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal, Marcos Pereira, Ulisses Rocha e também meus irmãos. E aí comecei a explorar a percussão, tive como ídolo Naná Vasconcelos. Depois de um tempo, me apeguei mais à MPB, a Caetano Veloso e Chico Buarque, mais que quais-

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quer outros, além da nova geração, que já não é tão jovem assim, como Lenine e Nação Zumbi. Mais recentemente, as influências vêm também do mundo pop internacional, como Tori Amos e Björk. Você consegue se enxergar em uma carreira que não seguisse o caminho musical? Eu acho que sim. Provavelmente buscaria algo ligado ao corpo, às possibilidades de expressão que ele permite. Acho que acabaria sendo bailarina, ou talvez tentasse o teatro, como atriz. Mas, além disso, se não fosse relacionada à área da cultura, provavelmente seria algo relacionado diretamente à natureza, que é, sem dúvida, uma de minhas grandes paixões. Sabemos que sua carreira internacional é sólida, mas como tudo começou e por que partir para o exterior? Quando comecei a tocar, meus irmãos já eram instrumentistas e já tinham um pezinho aqui e outro lá, e rapidamente os dois pezinhos se foram para lá completamente. Então tive essa porta aberta naturalmente. Mas, mais que isso, pelo mundo afora existem diversos festivais de violão. E aí, quando o público dos meus irmãos ouviu que havia “mais um Assad”, que este Assad tocava violão e que era uma mulher, logo se interessou. Até aí ficavam só no “sabem que existe e gostariam de ouvir”. Quando eu finalmente tive um material que poderia transformar em um CD, fiz uma demo e encaminhei para as gravadoras. Por intermé-

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dio dos meus irmãos, essa fita foi parar numa gravadora em Nova Iorque, a Chesky Records. Eles ouviram e gostaram muito, na outra semana fui pros EUA assinar o contrato e acabamos lançando três discos que não possuem distribuição no Brasil. Com isso, meu CD foi para Europa, Ásia, mas não chegou por aqui. Nisso, meu trabalho começou a ter mais repercussão lá fora, e só agora, com os últimos dois discos, “Verde” e “Wonderland”, é que tive

Quando o pessoal ouviu que havia mais um Assad que tocava violão e era uma mulher, logo se interessou

oportunidade de lançar também no Brasil, mas mesmo assim ainda não foram “lançados direito”. Eles foram feitos por uma gravadora alemã, que os distribui por aqui, mas eu considero que não é a mesma coisa que fazer seu trabalho e gravá-lo em seu país. É lógico que pelo fato da gravadora não ser brasileira também tenho que atender uma agenda internacional muito forte, tanto que no lançamento do Verde (álbum anterior) eu fiz quinze shows

no Brasil e fiz cem fora. Mas com esse disco novo, o Wonderland, a gente já conseguiu ter uma agenda maior por aqui. Estou conseguindo dosar melhor, até porque aqui é um país difícil, vocês sabem, de se ter um trabalho consistente, um país que tem uma mídia muito velada e que não facilita nada para ninguém que já não esteja nela, e para se conseguir entrar neste meio é tudo muito corrompido. Você liga a televisão e são cinco artistas lá em todos os canais o tempo inteiro, não tem um artista novo. Se você não tem uma música sua na novela da Globo, sua música não toca na rádio e você não é conhecido no seu país. É um desafio! Percebe-se a forte expressão corporal que tem no palco, acha que conseguiu unir o útil ao agradável, a dança e interpretação musical? Então, eu não danço no palco, mas meu corpo “existe” no palco. Gosto muito de me apresentar descalça, porque os pés têm uma coreografia que é muito importante para meu equilíbrio cênico e emocional. Por exemplo, para dar um agudo, meu dedo finca no chão, de modo que o contato com ele é muito importante, eu me conduzo melhor dessa forma. Quando eu era somente violonista o corpo era mais parado, mas aos poucos fui me libertando. Uma grande influência neste sentido foi a cantora e pianista Tori Amos, uma americana que, diferentemente dos outros pianistas, faz com que seu corpo exista de forma brilhante. Na época, quando a conheci,


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Eu estava morando nos Estados Unidos e comecei a fazer uns shows onde até exagerava nesse sentido de expressão corporal. “Calma, não é por aí”, acabei dizendo para mim mesma e, aos poucos, fui encontrando a dosagem certa dos meus movimentos. De onde surgiu essa idéia de transformar o corpo em percussão e como chegou a essa sintonia de ritmo, melodia e afina-

imitar todos eles, e isso foi o início de tudo. Você acha que por ser mulher há mais sentimento na interpretação das melodias que se propõe a fazer? Há sim. Acho que é difícil encontrar homens que se permitam tocar ou interpretar músicas que sejam super sensuais, até mesmo explorar seu “lado feminino” com mais intensidade. Quando, por exemplo, se interpretam

participou do CD Verde. Sem dúvida, uma parceria que me marcou profundamente. São João da Boa Vista tem qual significado para você? Bom, São João sempre foi meu refúgio. Aqui passei grandes momentos de minha vida e fiz grandes descobertas pessoais. Aqui estão uns de meus melhores amigos, além de minha família. A natureza também foi muito generosa com esta

Foto: Fritz Foto

ção? Em 1989, gravei um disco que foi brinde de uma empresa sanjoanense, a Galvani, em que toquei com diversos convidados. Em uma determinada faixa convidei o percussionista Zé Eduardo Nazário, em outra o flautista Toninho Carrasqueira e assim por diante. Passados dois meses, fui fazer meu primeiro concerto solo e percebi que o som que todos aqueles músicos convidados faziam fazia muita falta! Aí comecei a pirar com a possibilidade de

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peças mais lentas, onde se poderia ter um lirismo maior, a mulher se deixa levar por esta sensualidade muito mais que o homem, sem grandes pudores. Talvez um homem que tenha uma energia masculina muito acentuada não se permita fazer uma frase, vamos dizer, mais fresca (risos). Das parcerias que fez, qual foi a mais emocionante? Acho que foi com Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado, que

cidade. E como a amo, permitome dizer que infelizmente não estão dando tanta atenção a ela quanto deveriam: você vai ao rio Jaguari, por exemplo, e ele está sujo, não existe um cuidado que poderia e deveria ter. Eu lembro que há muitos anos atrás a gente descia esse mesmo rio de bóia! Hoje eu já não tenho coragem de entrar nele, devido a sua situação. O sanjoanense tem de se conscientizar de seu tesouro que possui.


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’ ecologia

plástico biodegradável é

bom para o ambiente? O lixo é um problema com impacto social e ambiental muito negativo. Há quem considere que um meio de lidar com este problema é utilizar o plástico biodegradável. À primeira vista pode parecer aceitável, mas será realmente melhor para o ambiente? O lixo é fundamentalmente

como o plástico. Por exemplo, um saco de plástico biodegradável, que se joga fora leva anos a desaparecer, há quem pense que dura apenas alguns dias. Até mesmo uma casca de banana, quando jogada fora, necessita de 1 a 3 anos e é biode-

Foto: Luis Alves

uma consequência de comportamentos irresponsáveis e que deve ser tratado mais pela mudança de atitudes das pessoas do que pela alteração dos produtos que são jogados fora. É estranho dizer, mas a criação de produtos biodegradáveis pode piorar o problema do lixo, porque leva as pessoas a pensar que é carreto jogar fora recursos com valor

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gradável, ou seja, não é nenhum milagre. Acrescenta-se,ainda, que o plástico biodegradável requer condições específicas para poder degradar-se corretamente (microorganismos, temperatura, e umidade) e, se não houver um grande cuidado ao manejá-lo, pode tornar-se para o ambiente pior do que o plástico convencional. Mas o que significa

ser biodegradável? É poder ser degradado por microorganismos (bactérias ou fungos) na água, dióxido de carbono (CO2) e algum material biológico. Então para que é que o plástico biodegradável é bom? Em princípio o plástico tem valor pela sua capacidade de criar produtos resistentes e duráveis (por exemplo na embalagem de produtos alimentares, no transporte e construção civil). A biodegradabilidade deve, pois, ser encarada como uma funcionalidade adicional, quando a sua aplicação exige uma forma barata de destruição do produto, depois de ter cumprido a sua função (por exemplo, para embalagem e proteção de alimentos e para mantê-los frescos). Para concluir, é errado centrar a atenção em descobrir formas para, em nome da proteção do ambiente, ser mais fácil jogar fora. O plástico biodegradável é um material útil e interessante, mas só deve ser utilizado quando oferecer vantagens para um determinado produto. A melhor maneira de salvar o planeta é poupar energia e desenvolver meios de reciclar e recuperar todo o plástico, não só acreditar que o biodegradável fará todo o trabalho sozinho.


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’ tecno

vítimas

virtuais

Quem nunca recebeu em seu computador uma mensagem via e-mail com um vírus, ou que apontasse para uma página falsa, que atire o primeiro mouse. Abrir a mensagem já é outra história. Movidos pela curiosidade, sedução, medo e até aquela velha sensação de estar se dando bem com uma oportunidade incrível, tem levado muita gente a se dar mal no mundo virtual e real. Mesmo e-mail de amigos muito chegados, contendo aquelas apresentações lindas ou engraçadas de Power Point, merece ser checado no antivírus antes de ser aberto. Mas essa precaução não é garantia de imunidade. Fazer operações bancárias, por exemplo, só é seguro em seu computador pessoal ou note book com um bom antivírus e firewall ativos. Se for necessário realizar a operação fora, é importante checar se a máquina está bem protegida e fazer a operação com site que use programa de criptografia. Também corre risco quem frequenta lan houses ou compartilha de mais de uma máquina

para digitar senhas e preencher formulários corre sérios riscos de ter seus dados copiados nestes computadores se estiverem infectados. Caso frequente comunida-

Foto: Steve Woods

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des do tipo Orkut, ou use MSN e outros mecanismos de relacionamento, é bom saber que estes também são fontes perenes de vírus, assim como os baixadores de MP3, filmes, papéis de parede etc. Quem pensa que hackers atuam só na Europa ou EUA se engana. Estatísticas já dão con-

ta que o roubo virtual é um dos crimes mais praticados no mundo e no Brasil. Temos excelentes hackers e crackers, inclusive no top 10 mundial. O site www.boadica.com.br listou mais de 80 mensagens falsas com grande apelo aos desavisados. Ironicamente alguns destes e-mails trazem no assunto sites famosos de anti-vírus, como Symanter ou Microsoft. Endereço não é garantia de veracidade, pois basta uma pequena mudança na extensão para ser criado uma página ou informação falsa para capturar seus dados. Para quem tem rede com mais de dois computadores compensa fazer um projeto seguro, evitando que uma máquina contamine as demais se receber um email com vírus ou se alguém abrir uma página falsa. Para este tipo de proteção, vale consultar um especialista na área. Aos internautas fica o alerta: os hackers e crackers estão sempreprontos para agir das mais diversas formas, fiquem atentos. Alex Balestero é jornalista alexbalestero@hotmail.com


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’ radar

Na moda A tendência para o outono / inverno são retrôs e peep toes, em tons escuros, strass ou onça. Já para os acessórios, estão em alta peças indianas, como braceletes, anéis grandes e brincos coloridos.. MENINA MOÇA Xadrez O xadrez aparece com grande predomiSuplementos Alimentares A Art´Ervas elaborou uma linha completa de suplementos alimentares para espor-

nancia no outono / inverno. Como nesse vestido com gola de tafetá drapeada. REALCE

tistas. Tudo desenvolvido dentro do seu já conhecido padrão de qualidade. FARMÁCIA ART´ERVAS

Paixão por Futebol

Almofadas Multiuso

Camisas de times de futebol deixaram

Almodas para uso diverso, nas mais

de ser simplesmente uniformes, e hoje

diversas cores, confeccionadas com

foram incorporadas ao look masculino.

espuma da memória de alta qualidade.

CIA DO ESPORTE

CONFORTO COM CLASSE

Estilo na Nova Estação A nova estação vem com formas amplas, porém elegantes. O preto ainda reina absoluto nessa temporada. A alfaiataria vem com tudo. Mas as maiores novidades ficam por conta de peças com ombros em destaque nos casacos e vestidos. Calças do tipo Carrot, mais largas em cima e afunilados no tornozelo, e as calças tipo Skini. MODERNITTÁ

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’ saúde

os novos

idosos

A parte da população mundial que está envelhecendo continuará influenciando em diversos aspectos de nossas vidas, mas não tanto quanto a indústria da medicina. Como uma enorme parte da população mundial envelhece e necessita cada vez mais

mundo representam o mercado de crescimento mais rápido da indústria de esportes e da boa forma. Eles respondem por 37% dos membros de clubes de saúde e se exercitam mais do que qualquer geração anterior, na busca para se manterem fortes, jovens e ati-

Foto: Patrick Moore

de cuidados médicos, os hospitais e os consultórios médicos já estão começando a sentir a pressão. Um aumento incrível dos indivíduos nascidos entre 1946 e 1964 está direcionando a tendência; a geração que se recusa a crescer continua a participar das buscas por desafios físicos, apesar do envelhecimento de seus ossos e articulações. Os 450 milhões de boomers pelo

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vos. Os membros mais velhos dessa geração estão agora chegando rapidamente aos 65 anos, mas eles forçam seus corpos da mesma maneira com que faziam quando eram jovens, vivendo de acordo com o mantra “sem sacrifício não há recompensa”. Como resultado, muitos deles visitam consultórios médicos com lesões geradas após uma tarde de levantamento de pesos, ciclismo, corridas ou patinação na neve. Isso levou a Academia de

Cirurgiões Ortopédicos da América a criar o termo “Boomeritis”, que se refere ao número crescente de ferimentos relacionados a esportes entre os indivíduos dessa faixa etária, chamados de “baby boomers” nos EUA. Apesar de muitas lesões serem leves, as cirurgias de reposição de quadril e joelho estão crescendo, juntamente com outros procedimentos ortopédicos. Nos últimos anos, as passagens de “baby boomers” com lesões relacionadas a esportes pela emergência de hospitais aumentaram 33%, já as passagens por consultórios médicos ficam em segundo lugar, logo depois das gripes ou resfriados. Apesar de tudo, eles continuam a definir saúde e boa forma da sua própria maneira. Eles não aceitam diminuir o ritmo e aderem a uma grande variedade de atividades físicas. Seja praticando ioga, pilates, mountain biking ou rafting, essa geração está determinada a viver mais e de forma mais intensa do que qualquer geração anterior, além de esperar que a medicina moderna os ajude a permanecer em ação até seus 70 e 80 anos, e ao mesmo tempo transmitir os conceitos mais importantes desse público-alvo: Aventura, Vitalidade, Bem-estar e Independência.


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’ decoração

tatuagens de

parede

Quer dar um charme todo especial e personalizado à sua sala, quarto ou cozinha? Se sua resposta for positiva, o que você procura são os adesivos de parede, os chamados stickers, que são de vinil, que antes eram exclusividade de fachadas, banners e faixas para divulgação disso ou daquilo.

Desde pequenos detalhes até grandes imagens podem ser facilmente aplicadas em paredes com

Foto: Divulgação IStick

Antes, caso quisesse uma parede diferente em sua casa, tinha que contratar um letrista, quase um artista especializado em pinturas de parede. Hoje, graças ao desenvolvimento da comunicação visual, tudo ficou muito mais simples, permitindo que você decore ambientes com imagens divertidas e inusitadas. Vale tudo, flores, árvores, animais, estrelas, objetos geométricos, bonequinhas, carros, textos… Tudo para deixar sua casa mais bonita e com toque personalizado!

Imagine ter uma cozinha com motivos culinários na parede, como uma ‘receita para se viver melhor’ ou garfos e facas? No banheiro, pode-se fazer coisas muito legais nos azulejos, no espelho. No quarto, aquela letra da sua música preferida ou o brasão do time de futebol...

Foto: Divulgação IStick

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de é de, geralmente, 3 anos para ambientes internos. Seu grande trunfo é poder ser aplicado em superfícies lisas como paredes, tetos, portas, armários, geladeiras, móveis, espelhos, box de banheiro ou onde sua imaginação mandar. Dá para se fazer uma brincadeira muito legal com a cor de fundo da parede e as cores disponíveis em adesivos, fazendo tom sobre tom ou até trabalhar com efeitos foscos ou brilhantes.

os adesivos plotados ou em impressão digital. O vinil utilizado é de alta qualidade e sua durabilida-

Estes adesivos personalizam o ambiente, criam uma atmosfera mágica, transmitem sensações e falam muito sobre


o estilo de vida de quem habita o ambiente decorado. Hoje, já existem empresas que comercializam os stickers prontos para aplicação. Tudo bem, o preço é meio salgado; mas nada impede que você tire algumas idéias deles e procure uma empresa de nossa cidade para confeccioná-los. Ok, mas onde vou achar isso em São João? É fácil: basta procurar as empresas de comunicação visual. Elas têm, além de profissionais preparados para desenvolver as Foto: Divulgação IStick

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artes e para aplicar este material de forma correta em sua parede, experiência na confecção de adesivos, que pode render boas dicas para você. Os stickers são desenvolvidos para pessoas que gostam de mudar. Com eles, você pode transformar seu ambiente em minutos. E se após algum tempo você quiser mudar de novo, os retire, uma vez que o vinil é facilmente removível. Para ajudar na escolha de temas e desenhos, faça uma rápida pesquisa na internet e você verá que as opções de idéias são quase infinitas. A partir dai, coloque sua criatividade para funcionar, dê asas à sua imaginação e tenha ambientes com a sua cara! Flávia Soares é publicitária musicapbrasil@gmail.com


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galera

eles

’


elas

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’ cozinha

por Salma Adib

Bacalhau Spaço Foto: Du Paparazzi

• Sal e Pimenta do Reino a gosto

Ingredientes Para o Arroz: • 01 e 1/2 xícara de arroz cozido • 1/2 caixinha de creme de leite • 100 g de brócolis picado • 40 g de salsinha picada Para o Bacalhau • 01 posta de bacalhau dessalgado (~300g) • 50 ml de azeite extra virgem • 30g de alho crocante Para os Legumes • 04 de batatas baby (descascadas e cozidas) • 04 cenouras baby • 04 cebolas baby • 04 tomates cereja • 04 brócolis cortados em buquês • 04 azeitonas pretas inteiras • 50 ml de azeite extra virgem

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Modo de Preparo Pré-aqueça o forno a 200ºC. Sele a posta de bacalhau em uma frigideira anti-aderente, ate que fique dourada por todos os lados. Coloque a posta ao forno por cerca de 15 minutos. Enquanto isso, refogue o brócolis picado do arroz no azeite, depois adicione o creme de leite e junte o arroz já cozido, acertando o sal e finalizando com a salsinha. Branqueie os buquês de brócolis em água fervente com sal por cerca de 2 min e reserve. Em um frigideira, adicione o azeite para saltear os legumes, começando pelas cebolas. Adicione o restante dos legumes, coloque um pouco de sal e pimenta do reino a gosto. Finalize o bacalhau com o alho crocante e com mais azeite. Monte o prato da forma que preferir, regando-o com azeite extra virgem e saboreie esta delicia! Rende 01 porção. Fique de Olho! O peixe salgado e seco mais conhecido no Brasil é o bacalhau. A espécie mais adequada e também mais utilizada para a produção do bacalhau é a gordus morhua, porém existem ainda outras quatro. São elas a gadus macrocephalus, saithe, ling e zarbo. Cada uma possui características distintas em relação à sua textura, coloração, formato e sabor, o que interfere também na forma de preparo de pratos.


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’ cozinha

panna cotta com coulis

de framboesas

Ingredientes • 500 ml de creme de leite fresco • 150 g de açúcar de confeiteiro • 03 folhas de gelatina • 02 cestinhas de framboesas (ou morangos pequenos) • 01 fava de baunilha

Modo de Preparo Em uma vasilha, bata as gemas e o açúcar até obter uma mistura esbranquiçada. Acrescente aos poucos

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o leite fervente e leve ao fogo baixo, em banho-maria, mexendo com uma colher de pau até engrossar, mas sem deixar ferver para não talhar. Retire do fogo, junte a baunilha e misture. Reserve. Deixe a gelatina de molho em ½ xícara de água fria por alguns minutos. Leve ao fogo em banho-maria até derreter. Misture a gelatina ao creme de baunilha, mexendo rapidamente para não empelotar. Transfira para uma vasilha e cubra com filme plástico, aderido ao creme para não formar película, até esfriar e ficar com consistência de clara crua. Forre uma forma lisa de bordas altas, de aproximadamente 25 cm de diâmetro, com papel-manteiga. Com uma faca pequena, corte alguns biscoitos em forma de pétalas e cubra o fundo da forma. Junte uma colher (sopa) de rum a 1/2 xícara de água. Corte mais biscoitos do tamanho da altura da forma, umedeça-os com a mistura de rum e forre com eles toda a borda. Regue com o rum restante os biscoitos do fundo. Reserve. Bata o creme de leite, junte o açúcar de confeiteiro e bata por mais alguns minutos até formar bicos duros. Delicadamente, misture ao creme de baunilha frio e despeje na forma preparada com os biscoitos. Leve ao freezer coberta com papel alumínio por cerca de 15 minutos. Cubra com os suspiros e com as frutas picadas. Finalize com alguns biscoitos picados grosseiramente. Cubra com papel alumínio e leve para gelar de um dia para o outro. Desenforme e polvilhe com açúcar de confeiteiro e enfeite espalhando as fitas de coco ao redor da charlotte. Sirva em seguida. Rende 8 porções.


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’ turismo

com o pé

na estrada

“Uma rota de peregrinação em meio a natureza, capaz de fascinar a todos, independente do credo religioso... o contato com a natureza e o clima de fé que envolvem esses caminhos nos remetem à reflexão e a um conta-

tório), fizeram os 18 km do ramal do Caminho da Fé que parte de São João da Boa Vista, atravessa mata fechada na Serra da Paulista e desemboca em Águas da Prata. Essa aventura foi registrada em fotografias e nessa matéria.

Segundo estágio: Começa a Penitência. Lá pelo nono kilômetro caminhado, surgem as primeiras dificuldades: pirambeiras de terra vermelha e pedras que dificultam as passadas e fazem sentir as pernas. Quanto mais se sobe, mas subida aparece. Aí surge uma porteira. O grupo atravessa pela “quebra-corpo” e inicia um dos momentos mais emocionantes da caminhada: a travessia da mata. Lá do alto, nos despedimos da cidade... A linda e iluminada São João da Boa Vista.

Foto: Mateus Ferrari

to profundo com o Criador...”, Associação dos Amigos do Caminho da Fé. Depois de ler frases como estas, uma equipe da Revista Atua decidiu pôr o pé na estrada e ver de perto se isso confere ou se é mera lenda urbana. Guiados pela coordenadora da CTUR, Telma Salles Corulli, os editores da revista, embora fora de forma (não passam de publicitários de escri-

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estrada de terra, de exuberante paisagem na estrada do Córrego das Pedras. “A caminhada até esse ponto foi tranquila, dali para frente é que a situação se complicou”, brincou Flávia Soares.

Primeiro estágio: A Saída. Os aventureiros sairam por volta de 8 horas da manhã, da Praça Bento Gonçalves – Rosário, após retirarem seus passaportes no Hotel Magnólia. A placa instalada na praça anuncia 371 km até Aparecida, mas fizeram apenas 18 km pelo ramal. O trecho urbano é curto até entrar na vicinal da Serra da Paulista, onde se caminha tranquilamente por asfalto até o Km 4. Aí continua fácil, por

Terceiro estágio: A Trilha. O trecho continua em trilhas na mata fechada. As setas amarelas que guiam os peregrinos estão agora pintadas em árvores e até em montes de cupins. O ar fresco enche os pulmões e revigora a alma e nos faz refletir sobre o mundo e os limites do corpo frente à natureza. Há clareiras inesperadas, água corrente, pinguelas e cordas de apoio. O corpo e a alma sentem. “Sem dúvida, acabou sendo a parte mais complicada da jor-


nada, mas também uma das mais bonitas. A mata reserva surpresas magníficas”, afirma Flávia. Quarto estágio: A Luz no Final do Túnel. Depois de 4 km de subida dificultada pela trilha cheia de surpresas, chegamos ao topo da Serra da Paulista e um túnel formado por árvores de grande porte, entre elas as famosas “3 Batalhas” (assunto para outra reportagem). Vimos o céu azul e as intermináveis montanhas da Serra da Mantiqueira, exibindo um verde único e brilhante. Os olhos marejam, as pernas e o cansaço ficaram no esquecimento. Ainda não era o final... poucos passos e já avistamos ao longe Águas da Prata. Último estágio: Missão Cumprida. Quando pensávamos que esta-

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va fácil, começaram as descidas. Em meio a um cafezal cheio de frutos ainda verdes e ao som de bandos de macacos-prego, seguimos brecando para evitar quedas na estrada cheia de pedras e lama. (havia chovido na véspera). Conversando, chupando laranja, comendo pêssegos maduros e jogando conversa fora, vimos o tempo passar, com saudade do percurso que ficou para trás. Pernas doloridas, tênis cheios de barro, camisas suadas, alma lavada, coração aberto, fé renovada... nosso carro de apoio nos esperava para o resgate. Desde junho de 2008, diversos peregrinos já percorreram esta trilha emocionante. Eu mesma já estive entre eles, mas essa missão foi especial, porque foi feita com o objetivo de contar aos outros

um pouco do que se pode ver, ouvir e sentir na Serra da Paulista, o símbolo da beleza e da proteção que ela representa para os sanjoanenses. Posso garantir que cada retorno é uma nova e intrigante experiência de fé e superação. Apesar dos tombos e reclamações, os publicitários de Atua gostaram da experiência e prometeram cometer novos “desatinos”... que Deus os proteja! Ramal do Caminho da Fé em São João da Boa Vista e a Serra da Paulista são produtos turísticos que deve atrair centenas de visitantes em 2009. Para mais informações sobre como fazer o caminhado, visite www.caminhodafe.com.br / www.saojoaodaboavista.org.br Telma Salles Corulli é jornalista e hoje também atua como secretária da Comissão de Turismo CTUR - E-mail: atendimento@ctur.org.br


’ saúde

pense positivo e atraia

tudo de bom

Esperar o melhor da vida é o primeiro passo para realizar sonhos e ser feliz. Você pode ter defeitos e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo e só você pode evitar a falência. É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um caminho sem tempestades e acidentes; trabalhos sem fadigas; relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar forças no perdão, esperança

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nas batalhas, amor, nos desencontros. Ser feliz é agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. É ter a dedicação interna aliada à auto-valorização e saber dizer sim para a vida. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora em você. É ter maturidade para falar “eu errei”, ter ousadia para dizer: “me perdoe”, ter sensibilidade para confessar “Eu preciso de você”. Ser feliz é ter a capa-

cidade de dizer “eu te amo”. Ser feliz é ter as esperanças renovadas para 2009. Que nas suas primaveras, você seja amante da alegria e nos seus invernos, seja amigo da sabedoria. E quando você errar o caminho, recomece tudo de novo, pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar a sabedoria para irrigar a tolerância,


aproveitar as perdas para refinar a paciência, usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir a janelas da inteligência. Jamais desista de si mesmo e das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível. “A felicidade é uma viagem e não um destino”.Ser feliz também é cuidar de sua pele e ter com ela uma relação delicada. Ela não é apenas o maior órgão do nosso corpo, é o espelho da alma feliz. É nesta época, quando o calor, o cloro e o vento exigem mais de nossa pele, que as máscaras faciais são especialmente bem- vindas. Nutritivas, hidratantes e calmantes - como um bálsamo para a face, são ideais para relaxar ao

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fim do dia ou se preparar para uma noite de festa. As máscaras são grandes aliadas da pele, mas não substituem a rotina de cuidados diários, dentre os quais a hidratação. Embora sem contraindicações, elas devem ser adequadas ao tipo de pele. É preciso orientação com a esteticista para não provocar alergias ou manchas, principalmente se forem usadas frutas cítricas. As máscaras podem ser preparadas em casa, desde que se observem alguns cuidados como o de usá-las imediatamente após o preparo, uma vez que não contêm conservantes, e escolher ingredientes frescos e de qualidade. Para refrescar peles normais e secas, a esteticista Vânia Magalhães sugere máscara de abacate amassado com uma co-

lher de sopa de mel, suco de um limão e um pote de iogurte natural. O abacate e o mel suavizam e o limão refresca a pele. Antes da aplicação, deve-se higienizar a pele. Os produtos devem agir por 15 minutos e ser removidos com água abundante. O limão precisa ser totalmente retirado, pois pode pigmentar a pele quando exposto ao sol. Finalizar com protetor solar 40. Para aliviar a ardência pós-sol, a esteticista indica uma mistura de clara de ovo e maisena. Higienizar a pele com sabonete ARL (ADCOS) e aplicar a mascara por 20 minutos. Otimismo é essencial para cultivar a alegria, para viver melhor e ser mais feliz.Vale tentar! com a colaboração de Vânia Maria Delgado Magalhães, esteticísta da clínica Tudo AV C/ Face


’ saúde

atenção com

a gripe

A gripe é uma infecção causada pelo vírus influenza e a transmissão se dá preferencialmente pelas vias respiratórias. Indivíduos infectados transmitem o vírus ao falar, espirrar e tossir, através de pequenas gotículas de saliva e podem contaminar objetos ao tocá-los. O vírus pode sobreviver até 24 horas no ambiente. A Gripe, apesar de frequentemente apresentar a imagem de uma doença benigna, mata milhares de pessoas todos os anos. Isto acon-

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tece porque pode levar a sérias complicações, principalmente em indivíduos menores de 1 ano ou maiores de 50 anos e nos que têm doenças de base, podendo levar a pneumonias, causando hospitalizações e mesmo a morte. Primeiramente, é preciso entender que gripe e resfriado não é a mesma doença. A Gripe é causada pelo vírus Myxovirus influenzae e o Resfriado por outros vírus respiratórios. Os sintomas da Gripe são mais intensos, têm início súbito e incluem

febre alta, dores no corpo, dores de cabeça, tosse e sensação intensa de fraqueza. Os sintomas do resfriado costumam ser mais brandos e de curta duração.. Segundo a OMS, a vacinação é a forma mais eficaz para prevenir a Gripe e suas complicações. Apesar de o vírus ser mutante, existe uma vigilância mundial do vírus da Gripe que tem como objetivo detectar quais vírus estão causando a doença no mundo e a partir dessa coleta é elaborada uma vacina


com composição diferente a cada ano e adequada para o Hemisfério Sul e Norte. Por isso, a vacinação deve ser anual. A eficácia da vacina é de 70% a 90%, ou seja, a cada 10 pessoas vacinadas, de 7 a 9 não terão gripe, enquanto pelo menos 1 pode apresentar a infecção, neste caso com sintomas geralmente mais brandos. Artigos recentemente publicados mostram que trabalhadores entre 50 e 64 anos que recebem a vacina contra gripe perdem 60% menos dias de trabalho. A vacina é segura, com poucos e raros efeitos colaterais, e não causa Gripe, porque é produzida com vírus (influenza) mortos e altamente purificados e por isso não apresentam capacidade de se reproduzir no organismo da pessoa vacinada. Assim, a vacina contra Gripe não pode, de modo algum, causar a doença. A vacina

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é recomendada para todas as pessoas, incluindo crianças, a partir de 6 meses de idade, preferencialmente antes do inverno, no nosso caso, a partir do mês de março. Isso é recomendado porque a vacina precisa de 2 semanas para induzir alguma proteção e de 4 a 6 semanas para que a máxima proteção seja alcançada. A criança é a principal fonte de disseminação no núcleo familiar. Quanto mais jovem, maior a chance de a criança transmitir a doença. As crianças menores de 5 anos, assim como os idosos apresentam maiores taxas de hospitalização e de morte por Gripe; entretanto, em números absolutos, a maioria das hospitalizações associadas à Gripe ocorre em indivíduos previamente saudáveis. A vacina é especialmente indicada para pessoas com problemas pulmonares (asmáticos e fumantes),

com problemas cardíacos, renais, hepáticos, hematológicos, neurológicos, diabéticos, imunossuprimidos, residentes em asilos ou lares, pessoas saudáveis que tenham contato com alguma pessoa acima descrita, profissionais de saúde e gestantes, preferencialmente após o 3º mês. As contra indicações da vacina são alergia verdadeira (reação anafilática) a qualquer dos componentes da vacina: proteína do ovo, neomicina, timerosal (se presente na composição) e doenças neurológicas em atividade. Intolerância alimentar a ovos não é uma contra indicação para a vacinação da vacina contra Gripe. Para proteger os bebês menores de 6 meses, é essencial vacinar seus familiares e cuidadores. Luiza Helena Milan Lise Ferreira, é pediatra.


’ história

revivendo quem atuou:

Nena Queiróz

MATEUS FERRARI

Nesta edição, entrevistamos uma figura quase mítica do carnaval, Izabel Queiroz, a famosa Dona Nena, que há mais de 40 anos organiza escolas de samba da cidade. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, essa senhora não se dedica exclusivamente a essa, que é a maior festa popular do nosso país. “Eu faço de tudo, mesmo com a minha idade. Eu não gosto de ficar parada, acho que não faz bem para a saúde nessa minha idade”, brinca ela. Idade que, por sinal, ela faz questão de não dizer. “Já me encheram muito com essa história de idade, principalmente quando me casei, porque tínhamos uma diferença de 20 anos. Com isso, eu jurei que não ia falar quantos anos eu tinha, que não ia mais atormentar ninguém com isso”.

Dona Nena Queiroz é querida e reconhecida por onde passa. Ela se casou jovem, logo aos dezesseis anos. Mais ou menos com esta idade surgiu sua outra

Foto: Dany Luengo

Mãe de cinco filhos, que como ela mesma faz questão de dizer, são as paixões de sua vida,

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paixão: o carnaval. Dona Nena, organizou seu primeiro bloco de carnaval, que contava com mais de 150 participantes, ainda no antigo colégio. “Eu me lembro que na época nunca conseguimos ganhar o prêmio de melhor blo-

co, porque o pessoal era muito danado. Chegávamos ao Centro Recreativo e eles me começavam a bater as bandeiras na cabeça do júri e por ai ia. Só não éramos expulsos porque entre o pessoal do bloco havia muitos filhos de gente importante da cidade, mas que passávamos por maus bocados, passavamos”, brinca ela. Foi amor à primeira vista. Do bloco à uma escola de samba foi apenas um passo. “Depois que o pessoal do bloco se formou, ele foram deixando de participar, e nosso bloco foi-se acabando. Daí decidi entrar para uma escola de samba do Clube Luis Gama. Fiquei um tempo por lá e depois eu fui passando pelas diversas escolas da cidade”. Não contente só em participar da folia, Dona Nena foi ainda carnavalesca e ajudou a fundar a Escola 1ª. de Maio, junto com o falecido João Pomba. “Estou lá até hoje, já faz mais de dez anos, junto com meu parceiro Walde-


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mar, que é um grande amigo meu. Essa é sem dúvida uma das maiores amizades que fiz com o pessoal”. Sua grande alegria é poder ajudar a escola a preparar seu desfile. Dona Nena compõe desde os sambas enredo da escola até mesmo as fantasias, tudo sem a ajuda de ninguém. “Eu gosto de trabalhar sozinha, fazendo as coisas do meu jeito. Eu acho que

dade, mas na participação da população. “Antigamente você tinha pessoas de todas as classes sociais participando do evento. Desde as pessoas mais influentes da cidade até as pessoas dos bairros mais simples. Hoje, o carnaval perdeu muito do apoio, e só se mantem por causa do amor que estas pessoas mais simples têm nesta festa”. Ela conta que no passado as es-

Foto: Dany Luengo

sou até um pouco chata”, ironiza. E de fato, ela sabe o que faz. Seus sambas enredos são muito elogiados, inclusive por carnavalescos de outras cidades, que tentam até a contratar. “Não gosto dessas idéias, eu prefiro muito mais trabalhar com o Waldemar e o pessoal da Sol Nascente, que sabe como eu trabalho e nos damos bem”, afirma ela. Mas nem tudo são flores. Para dona Nena, o carnaval tem piorado a cada ano: não no sentido de quali-

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consegue tempo cuidar de seu sítio, participar da política sanjoanense e de ainda fazer trilhas com os jipeiros da cidade. “As historias mais engraçadas que já aconteceram comigo foram andando de jipe. Já bati, cai do jipe, já desci cada serra que eu fico meio assustada só de lembrar... mas depois que a gente faz essas coisas é que vamos pensar que parece loucura né?”

colas de samba recebiam muitas doações de famílias tradicionais, empresas e do comércio. “Mas hoje as coisas mudaram muito. As escolas sobrevivem e fazem o carnaval apenas com o apoio da Prefeitura e de uma empresa ou outra. Nós não podemos deixar essa bonita festa morrer. Isso seria muito triste”. Agora, engana-se quem acha que dona Nena se dedica inteiramente ao carnaval. Ela ainda

Ela conta que certa vez, em quanto participava de uma trilha na cidade de Vargem Grande do Sul, ela conseguiu se atolar em um imenso lamaçal. “Acho que ali tinha mais lama do que eu conseguia imaginar, sabe”. “Só sei que não conseguia me mexer, estava atolada até a cintura. No fim das contas dois homens que estavam conosco tiveram que jogar uma corda e me arrastar por uns trinta metros para que eu conseguisse sair de lá. Na hora deu medo, mas depois foi muito engraçado”. Apesar disso, dona Nena é enfática: não se arrepende de nada que já fez em sua vida. Ela admite que nunca foi uma pessoa muito calma, dessas de ficar muito quieta e sossegada. “O meu maior problema é que não gosto de ficar muito parada. Minha vida é corrida, e enquanto Deus permitir, quero que ela continue assim. Acho que isso vai me ajudando a envelhecer com saúde”, finalizou.


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’ opinião

simplesmente

mulheres...

Aproveito o mês de março em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher” para abordar esse tema. E o título do texto vem de um poema, em que digo: “De qual espécie é você mulher? Dona de tantas habilidades... Às vezes, um cãozinho amigo, outras, uma onça selvagem, teimando em não esmorecer diante dos afazeres casa, criança, trabalho, mari-

de mulher, é anjo na terra dos homens que nasceram do seu ventre e, do seu corpo, receberam coração...” O poema não termina aí, fala de consternado olhar sobre a atitude humana, muitas vezes, desumana. E este é o objetivo do texto, dizer que o “Dia Internacional da Mulher” não é um tributo à beleza ou à maternidade, que isso é obra da genética. O “Dia”

Foto: Steve Woods

do, supermercado, jantar, cantiga de ninar, televisão, internet, noticiário, roupas para arrumar no armário, assuntos a serem resolvidos, outros tantos deixados de lado, alguns até esquecidos. Não o marido; com ele, você se refaz do cansaço, troca carícias, diálogo, cumplicidade e forças para continuar, já que é dona de singular sentimento. E esse provento, só você sabe espalhar, porque, além

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é bem-vindo para enfatizar as injustiças praticadas à mulher, para lembrar às mulheres o quanto tantas outras tiveram de lutar, morrer, simplesmente para que, hoje, pudéssemos galgar a posição na vida que sempre deveria ter sido nossa. Mas, há ressalvas. A sociedade ainda discrimina a mulher com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carrei-

ra profissional etc. Esforçamo-nos diariamente para conciliar a vida profissional com a vida familiar porque fomos, por obra de Deus, presenteadas com a gestação, o parto e a amamentação. Onde está o sexo frágil? O “Dia Internacional da Mulher” precisa perder o sentido de existir. Foi importante em muitos momentos? Claro que sim. Mas depois de tantas conferências, debates e reuniões pelo mundo para discutir o assunto é possível que homem e mulher possam riscar do calendário esse 08 de março anual, usado para disseminar a divisão desnecessária e imbecil entre homens e mulheres, numa disputa incessante pela desigualdade. Se a nós foi dado o dom da gestação e do parto, ao homem foi dada força muscular. De uma forma ou de outra, somos igualmente fortes, pois inteligência, determinação e responsabilidade são dispensáveis de serem mencionados. Por fim, como a data é lembrada no mundo todo, negligenciá-la perderia o sentido para o que escrevo, por isso, penitencio-me desejando a você, mulher, que lê esse texto, felicidades nesses mês de março. Lucelena Maia é escritora e poeta. lucelena@netsite.com.br


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agito

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’ check in

Ouro Preto, uma

jóia de minas

Conhecer Ouro Preto, a primeira cidade brasileira a ser considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, é como uma viagem no tempo. Fundada por volta de 1698, no que hoje é o chamado Quadrilátero Ferrífero, na Serra do Espinhaço, ela possui cerca de 66 mil habitantes, sendo um dos pólos culturais, históricos e turísticos mais importantes de Minas Gerais e do Brasil por possuir o maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca, além de abrigar grande parte dos registros e documentos do Ciclo do Ouro da região. Nesta edição, levaremos você, leitor, a conhecer um pouco mais sobre essa incrível cidade mineira. O passeio pode começar pela belíssima igreja de Nossa Senhora do Pilar, erguida em torno de capela dos primeiros anos do século XVIII e inaugurada somente em 1733. Ela é considerada a expressão máxima de opulência e dramaticidade do barroco e é considerada uma das primeiras

igrejas mais ricas em ouro do Brasil, sendo gastos 450 quilos entre ouro e prata em sua construção. Em seu interior existem quinze painéis, representando o antigo e

Sacra de Ouro Preto, que reúne imagens, documentos e algumas das vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento.

o novo testamento. Nesta igreja, trabalharam os principais artistas do século XVIII, como Francisco Xavier de Brito (mestre de inspiração de Aleijadinho). Hoje, esta igreja abriga o museu de Arte

Uma lenda diz que, debaixo da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, existe muito ouro. Dizem até existir um túnel debaixo dela que vai dar no Morro da Queimada. Por ele, os escravos de Paschoal da Silva Guimarães teriam tentado salvar o ouro de seu senhor quando o Morro foi queimado por ordem do Conde de Assumar. Muitos escravos teriam morrido lá embaixo em consequência dos desabamentos. Por isso, até hoje, seriam ouvidos suspiros profundos das almas penadas daqueles mortos. Na verdade, existe uma boca de mina debaixo da igreja. Ela foi descoberta por ocasião da restauração da igreja. Os homens desceram pelo porão, batendo o rosto nas muitas teias de aranha e afundando os pés na camada fofa de pó que

Foto: Agência Brasil

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cobria o chão. Deram com a boca da mina, mas, em condições muito precárias, o que impediu o acesso ao seu interior. De lá, a próxima parada é o Museu da Inconfidência. O museu

ciscanos), numa revoada de anjos, de várias faixas etárias - crianças, jovens e adultos - todos mulatos e músicos. Esta igreja é considerada por especialistas como a obra-prima de Ataíde. Manoel da Costa Ataíde, mais conhecido

Foto: Agência Brasil

ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares, sendo dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira (1789), movimento pela Independência do Brasil baseado na Independência Americana e que não teve sucesso, devido à sua delatação. Mais que isso, o Museu da Inconfidência oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII. Outra parada obrigatória é a igreja de São Francisco de Assis, construída em estilo rococó. O impressionante nela é o forro da nave, que é totalmente coberto pela pintura de Manoel da Costa Ataíde, que representa a assunção de Nossa Senhora da Conceição (padroeira dos fran-

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como Mestre Ataíde, foi um dos expoentes do barroco brasileiro e teve grande influência sobre os pintores e escultores de sua região. Fora da cidade, para os amantes do ecoturismo, existem opções perfeitas de aventura. Com grandes áreas naturais, como o Parque do Itacolomi, a Serra da Brí¬gida, a Serra do Trovão e a Floresta Foto: Agência Brasil

Estadual do Uaimii, recentemente reconhecida como reserva de Patrimônio Natural pelo governo do Estado, a cidade tem um enorme potencial para este tipo de turismo. As cachoeiras são a principal atração. Castelinho, Falcão, Três Pingos e Bacia do Custódio estão entre os pontos mais bonitos da região.A paisagem é o grande diferencial. Do alto da Serra do Trovão, em Lavras Novas, avistam-se as serras do Caraça, da Bocaina, de Ouro Branco e do Caparão, além do Pico do Itacolomi. Caminhadas ou cavalgadas são as opções para se chegar ao topo das montanhas. Onde ficar? • Hotel Pousada Solar da Ópera Rua Conde de Bobadela, nº:79, Telefone /Fax : (31) 3551-6844 • Grande Hotel de Ouro Preto Rua Senador Rocha Lagoa, nº:164 Telefone /Fax : 3551-1488 http://www.hotelouropreto.com.br • Hotel Pousada Casa Grande Rua Conselheiro Quintiliano, nº:96, Lajes - Telefone: (31)3551-4314


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’ entrevista

figura que atua:

Dona Adélia

HELOISE AMORIM

Mulher de personalidade forte, marcante e atuante, Dona Adélia, como é conhecida, foi professora por profissão e é educadora por opção. Adélia Jorge Adib Nagib, 84 anos, viúva de João Nagib, teve 3 filhos e hoje atua como diretora do Co-

maiores e melhores da região Para ela, mais importante que ser educadora, é a possibilidade de novas amizades, além do contato com pessoas de todas as idades. “Gosto muito do que faço”, afirmou ela. “Mas acima de tudo, procuro cultivar minhas amizades e preservar os amigos que fiz ao longo de minha vida. Procuro sem-

Foto: Dany Luengo

légio Anglo São João. Nascida e foi criada em São João da Boa Vista. Iniciou seus estudos na primeira turma do Externato Santo Agostinho e cursou o antigo ginasial em um Colégio Interno, em Itu. Recorda com carinho os anos que atuou no Instituto de Educação, durante a época em que o colégio foi considerado um dos

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pre estar em contatos com todos”. Dona Adélia desde sua adolescência também desenvolve funções sociais e tem participação ativa em grupos religiosos. “Acredito que o que falta hoje em dia é que as pessoas tenham mais espiritualidade. A situação de nossa sociedade é reflexo dessa

ausência”. Idealista e determinada, faz questão de frisar que dias melhores virão. Sobre os jovens, ela é categórica ao afirmar que nada mudou neles. “Para mim, o que se alterou, na verdade, foram os conceitos de sociedade e os valores que são considerados certos ou errados”. Dona Adélia trabalha com adolescentes, como educadora de um dos maiores colégios de ensino médio da cidade. Ela nos recebeu para esta entrevista em pleno horário de trabalho, quando foi possível perceber seu envolvimento e o carinho como é tratada pelos alunos, professores e funcionários. Conheçam um pouco mais sobre mulher que atua há mais de 60 anos na área de educação em nossa cidade. Fale um pouco de sua vida pessoal como mulher e mãe. Meu desejo era ser mãe. Casei-me e realizei o desejo de ser mãe. Tive a graça de ter 3 filhos, a Célia, a Beatriz e o Fernando. E tenho também 2 netos: André, com 21 anos e João Fernando, com 10 meses. Minhas alegrias e também minha tristeza, pois perdi minha filha Beatriz anos atrás. Cumpro meu dever em casa e procuro exercê-lo bem. Adoro a família reunida, e prezo por isso! Vivo há 84 anos uma vida cheia


de peripécias, muita mudanças e dificuldades. A senhora vivenciou muitas mudanças durante sua vida. Como encarou-as? De fato. Durante estes anos, vivenciei muitas mudanças e transformações da sociedade como um todo. Algumas até drásticas demais. Presenciei o nascimento do rádio, da TV, vi o homem chegar à lua, o surgimento do computador, do celular e as mudanças do conceito social. Costumo dizer que ‘sou do tempo que o telefone era à manivela’. Mas eu creio que seja fundamental me atualizar e manter-me sempre ligada aos novos meios tecnológicos. A senhora encontrou resistência em estudar e trabalhar fora numa

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época em que a mulher não era respeitada como profissional? Encontrei resistência, pois meu sonho era ser arquiteta e somente os homens exerciam esta profissão. Me formei professora com apoio dos meus pais. Eram anos difíceis, devido as grandes guerras, tive que trabalhar muito cedo. Tempo das lamparinas, dos trens, dos ônibus e de baldeações. Formei na Faculdade Católica Sedes Sapientiae de Matemática, em São Paulo e iniciei na profissão ingressando no ensino público como professora de matemática, na cidade de Mogi Mirim. A senhora foi diretora do Instituto de Educação Cristiano Osório de Oliveira durante os anos de maior glamour daquela escola, não? Eu era professora de ma-

temática. O Instituto de Educação funcionava no Centro de Saúde, atrás da rodoviária antiga, depois mudou para avenida Oscar Pirajá, onde funciona até hoje. No começo ,não tinha luz elétrica e nem asfalto. Recordo-me com carinho destes anos e dos alunos também, pois eram tempos saudáveis. Ia buscar os alunos que fugiam da escola com meu próprio carro. Eles iam para à praça ou ao Colégio Santo André. Saiam da escola para ver as meninas. Havia mais de 1.700 alunos na época. Foi uma luta, mas muito agradável e gratificante. Não fui diretora, mas a criadora dos cursos de admissão e a extensão da Escola de Comércio. A senhora também foi proprietária e diretora do Externato San-


to Agostinho, colaborando para a educação dos sanjoanenses e dando continuidade ao colégio? O Externato Santo Agostinho foi fundado por Maria Luíza Azevedo Costa Mello, a “dona Ziza”, quando iniciei meus estudos na década de 30. Depois, quem assumiu a escola foi Sara Salomão. Já nos anos 80, eu passei a ser proprietária desta escola particular. Eu estava aposentada como funcionária estadual e surgiu a possibilidade de adquirir o Colégio Externato. Anos depois, o vendi, e hoje trabalho no Colégio Anglo. Qual sua função no Anglo São João? Me considero uma educadora. O Fernando cuida da administração e eu participo na formação do ser humano. Isto me traz um encanto na vida. Sempre lutei muito na vida e meu ideal era ser professora e hoje sou educadora. Educar é um ato maravilhoso, é um dom de Deus. Somos imperfeitos e educar é uma condição que Deus nos dá para sermos humildes. Deus é muito sábio. É bom enxergar a humildade. Apesar de todas as vicitudes da vida – irmão querendo matar irmão...- continuo trabalhando para o bem, com pessoas que me querem bem e que me cercam com o mesmo ideal.

cente nos dias de hoje? O ser humano é o mesmo, o aluno é o mesmo. O que mudou são as informações. Antes não tínhamos tanta informação em tempo real. Hoje, mudaram os conceitos sociais, que influenciam diretamente no comportamento do aluno. As gerações foram mudando, o mundo mudou. Houve novas invenções. Hoje é mais difícil trabalhar com

Foto: Dany Luengo

Como é trabalhar com adoles-

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o adolescente, porque temos que ser pai, mãe e educadora. Acho que minha contribuição tem sido relevante nestes anos. O que falta hoje é espiritualidade. A causa de tudo é a ausência de Deus na vida. Em relação ao ensino no país, como à senhora analisa a qualidade dele? A qualidade do ensino

caiu muito, a níveis alarmantes. A sociedade e o mundo transformaram os conceitos sobre o ensino e, principalmente, sobre a educação. Mas ainda continuo colaborando para o bem da pátria, formando bons profissionais. Fico feliz por possuir ex-alunos que estão ocupando cargos importantes. Além de todas suas ocupações ,a senhora também desenvolve um trabalho religioso? Sim. E é um trabalho com o qual me identifico muito, porque me trouxe uma mudança radical em minha vida espiritual. Fui criada em uma religião de temor à Deus – sentido de medo, e na oficina aprendi a profundidade do amor de Deus por nós, justamente por ser amada. Deixe sua mensagem e suas considerações para os leitores da Revista Atua. Acho que não podemos sentir o peso da idade, ela é uma benção de Deus. Acho que o básico é que não foi fácil chegar até aqui, houve muitas pedras pelo caminho, mas lutando, nós crescemos. Como sanjoanense, desejo o melhor a todos, por amar a esta cidade. Minha esperança em um futuro melhor não morre, pois acredito que coisas melhores virão. Sobre os educadores, sempre digo que devem ser idealistas e não cessar em momento algum de trabalhar para o bem comum.


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’ tendência

projetos exclusivos de

bem viver

Apresentando um conceito totalmente inovador no mercado de pisos, revestimentos e acessórios, a Global Stone Emporium de São João da Boa Vista oferece ampla diversidade de produtos nacionais e importados, de altíssima qualidade. A rede - que já possui lojas em Mogi Guaçu, Andradas, Itapira e Pirassununga - fechou contratos para o desenvolvimento de linhas de produtos especiais em diversos países, com o objetivo de trazer para o consumidor brasileiro o que há de melhor e mais exclusivo em todo o mundo. “Nossa meta é cumprir literalmente o conceito da marca, atuando como um verdadeiro empório global”, enfatizou o diretor-executivo e comercial da rede, Gilberto Sibin. “O mercado de construção civil, que está bastante aquecido, necessitava de um espaço diferenciado como a Global Stone Emporium”, argumenta Luis Carlos Vasconcellos, um dos proprietários da loja. “O consumidor que nos visitar poderá comprovar que o slogan ‘Você nunca viu nada igual’ é absolutamente verdadeiro. Os produtos são realmente surpreendentes, tanto em qualidade quanto em design. A maioria

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deles não está à venda nem nos grandes centros, pois são exclusivos. Estamos certos de que a cidade de São João passa a contar com uma loja de excepcional bom gosto, capaz de atender o mais exigente consumidor”. A Global é focada especialmente em produtos de mármore e granito – pisos, revestimentos, rodapés, mosaicos, rosáceas, cubas, tampos para mesa, pastilhas, faixas, tosetos e placas de grandes dimensões. Também possui linhas de tapetes em mármore e granito, especialmente desenvolvidas pelo arquiteto Alexandre Beraldo: a Linha Alhambra, de estética árabemuçulmana; a Linha Colony, baseada no movimento Art Deco; e a Linha Bauhaus, inspirada na obra

de pintores modernistas brasileiros. “Criamos, também, linhas específicas para os diversos ambientes, considerando a aplicabilidade de materiais - a Linha Toscana, para piscinas; a Linha Bellagio, para banheiros; e a Linha Provence, para cozinhas”, complementa Alexandre. Além dos produtos em mármore e granito, a Global Stone Emporium comercializa outros materiais nobres, como pastilhas e filetes em vidro, com design inovador; pastilhas cerâmicas decoradas; papel de parede; porcelanato e acessórios. A Global Stone Emporium de São João da Boa Vista fica na Av. Durval Nicolau, 1715 – Recanto do Bosque. Tel (19) 3631-5541.


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’ opinião

em mulheres, nem

com flores

Em março comemora-se o Mês Internacional das Mulheres, por conta de seu dia, 08/03. Com muita luta, muitas conquistas e avanços foram conseguidos e, embora enfrentem ainda muitos desafios, as condições de igualdade alcançadas por elas eram somente um sonho quando as Nações Unidas estabeleceram o ano de 1975 como Ano Internacional da Mulher. Há muitas conquistas e lutas para

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serem comemoradas nesta data, vale ressaltar que nem tudo são flores. O principal ponto, e sem dúvida o mais preocupante, é a violência contra a mulher, que tem crescido nos últimos anos, em parte principalmente por conta do maior número de denúncias realizadas por mulheres que hoje se negam a sofrerem caladas essas agressões. Esse tipo de violência, não só no Brasil, continua sendo um problema endêmico e deve ser combatido. Em nosso país, a

cada 15 segundos, uma mulher é agredida por conta da formação machista de nossa sociedade, e uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo de violência física, sexual ou outro abuso praticado por um homem (dados da Fundação Perseu Abramo). Embora a Constituição pregue os mesmos direitos para homens e mulheres, na prática não é bem isso que acontece. Muitos especialistas, inclusive juristas, acredi-


tam que são necessárias ações desiguais para que os sexos cheguem à igualdade; um exemplo muito citado é o caso do sistema de cotas para negros. Nesse sentido, são válidas muitas iniciativas como o estabelecimento de delegacias especiais para as mulheres e a recente lei Maria da Penha, que vem ajudar ainda mais no combate a essas agressões, através do aumento do rigor nas punições das agressões contra as mulheres quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica que foi agredida pelo marido durante seis anos. Por duas vezes, ele tentou assassiná-la. Na primeira, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocução e afogamento. O

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marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de julgamento, e cumpriu apenas dois anos em regime fechado. Esse caso ganhou notoriedade, e a vítima junto com diversos orgãos de proteção às mulheres buscou apoio à OEA – Organização dos Estados Americanos, visando alterar a legislação e oferecer mais proteção às vítimas. Essa ação resultou em uma alteração no Código Penal brasileiro, que possibilitou que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada, além de não poderem mais serem punidos com penas alternativas. Houve também o aumento do tempo máximo de detenção previsto, de um para três anos, além de outras medidas que vão desde a saída do

agressor do domicílio à proibição de sua aproximação da mulher agredida e filhos. Embora rígida, esta lei não vale de nada se as mulheres agredidas não denunciarem seus agressores. A igualdade entre homens e mulheres pressupõe um tratamento digno para ambos. Quando isso não acontece, é obrigação da mulher (ou mesmo de outros homens que tenham conhecimento de casos de agressão) denunciar seus agressores para que não sejam perpetuados atos machistas que dificultam e desvalorizam a vida das mulheres, fato esse que é inconcebível neste século XXI, em um país que alveja destaque internacional. Sophia Beltran é graduada em direito e hoje atua como promotora em São Paulo. sophiab@gmail.com


’ cultura

a gente quer comida,

diversão e arte

Como cultura nunca é demais, trazemos mais dicas de música, literatura e cinema para agradar a todos os estilos. Começamos com o CD Primavera Anticipada, da aclamada Laura Pausini, com músicas inéditas em espanhol, gravado em seu show em Milão. O livro Jornal Nacional: A Notícia Faz História traz curiosidades sobre o JN, o jornal mais assistido há 35 anos. O livro De frente para o Sol, de Irvin D. Yalom, aborda um dos temas mais misteriosos e discutidos desde que o mundo é mundo: a Primavera Anticipada - CD

Doces Bárbaros - DVD

Primavera Anticipada é o nome tão aguardado do mais recente álbum de Laura Pausini, só com músicas inéditas em espanhol. Para criar o CD, a artista trabalhou por quase um ano na Itália, Inglaterra e Los Angeles. O lançamento sucede o aclamado San Siro 2007, o registro ao vivo no famoso estádio de Milão, onde a cantora se apresentou para 70 mil fãs. A artista ícone da música popular italiana se apresenta neste disco, pela primera vez, como produtora artística e arranjadora. O nome do álbum nasce da canção Primavera Anticipada, que é um dueto com o aclamado cantor inglês James Blunt. Em uma breve visita de Laura ao Brasil, ela revelou à imprensa: “Todos os meus discos falam de mim. Mesmo nas canções que não escrevo, eu conto alguma coisa da minha vida.”

Maria Bethânia, Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso, formaram em 1979 um conjunto para se apresentar nas principais cidades brasileiras, visando comemorar seus dez anos de carreira, Os Doces Bárbaros, tinha um repertório especial montado por Gil e Caetano Veloso., e se tornou um sucesso instantáneo Doces Bárbaros é um DVD histórico, que conta a história desse que, sem dúvida, foi um dos mais importantes grupos da música brasileira de todos os tempos.

Jornal Nacional: A Notícia faz História - Livro Há 35 anos, todas as noites, sete em cada dez aparelhos de televisão ligados sintonizam o Jornal Nacional, da TV Globo. A única explicação para isso é a confiança que os brasileiros têm nas informações que o JN lhes transmite diariamente. Em uma palavra; a razão do sucesso é a qualidade. Jornal Nacional: a notícia faz história traça a história viva do Jornal Nacional, passando em revista os momentos que marcaram o telejornal nesses 35 anos.

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morte. Trazemos também a trilha sonora do filme Twilight, sucesso de bilheteria no mundo todo. Poupando a necessidade de maiores apresentações, há o formidável Rocky – A Saga Completa, com os 5 títulos da série. Destaque também para a edição especial de Os Imperdoáveis, uma excelente pedida para quem gosta de de faroestes. E, finalizando, há o CD Tambores de Minas, de Milton Nascimento, trazendo no repertório a releitura de seus maiores sucessos ao longo de trinta anos de carreira.

De Frente Para o Sol - Livro Por trás das nossas angústias, vive o fantasma da morte. Embora as religiões cumpram o papel de nos oferecer uma resposta para nossa existência, sobre a morte todas as nossas construções são imaginárias. A morte não deve ser temida. De certa forma, somos todos imortais, uma vez que algo de nós se transmite aos que nos rodeiam e aos nossos herdeiros por meio do que Yalom chama de propagação. Este livro se propõe a ser um guia acessível a todos aqueles - tanto leitores comuns quanto psicoterapeutas - que desejam fazer uma reflexão mais aprofundada sobre os mistérios que para cada um de nós abriga o futuro e o destino.


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Twilight Soundtrack - CD

Box Rocky - DVD

Esta é a trilha sonora de Twilight, que fez uma estréia explosiva em primeiro lugar na parada Top Billboard 200, alcançando a marca de 165 mil unidades vendidas logo na primeira semana. No repertório, Decode, sucesso da banda norteamericana Paramore, além de faixas de bandas como Muse, Linkin Park, Collective Soul e uma canção original de Perry Farrell.

A série Rocky, com cinco títulos, catapultou Sylvester Stallone ao estrelato. O primeiro filme, datado de 1976 e premiado com o Oscar de melhor filme, traz o início da saga do lutador Rocky Balboa, um ítalo-americano de origem humilde, que tem a chance de disputar o título mundial de box e acaba saindo vencedor, depois de superar inúmeros percalços durante sua jornada. Do segundo ao quarto título da série, o próprio Stallone estrela e dirige as produções. O box inclui ainda o último título da série, Rocky Balboa, lançado em 2006 e que apresenta o final da carreira do boxeador.

Os Imperdoáveis - Edição Especial - DVD Ex-pistoleiro chamado William Munny, que leva uma vida pacata cuidando de seus dois filhos, tem de fazer mais um serviço devido às suas más condições financeiras. Para isso, ele chama o seu velho amigo Ned para lhe ajudar a assassinar duas pessoas. O xerife, interpretado por Gene Hackman, tenta impedir a todo o custo a chegada dos pistoleiros, mas o preço oferecido pelas prostitutas, depois que uma delas teve o seu rosto marcado à faca, é tentador demais para mantê-los afastados.

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Tambores de Minas - CD Neste CD, Milton Nascimento se apresenta ao lado de uma banda e um coro de nove bailarinos acrobatas. No repertório, a releitura de seus maiores sucessos ao longo de trinta anos de carreira, além de depoimentos de outros artistas. Uma peça indispensável para os amantes do melhor de nossa MPB


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’ cultura

em que bandas estão

as bandas?

Composta por Du Nalesso, Thiago Menê, Matheuzinho e Sandro Paixão, a banda Popmind já tem um respeitável currículo: diversas apresentações na região, uma canção sendo executada nas rádios de Campinas e região, dois cds gravados e distribuídos nacionalmente, além da abertura de grandes shows como Jota Quest, Skank, Cláudia Leitte, Capital Inicial e Roupa Nova, sendo que esses dois últimos num dos mais famosos palcos da região, o

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da RED Eventos, em Jaguariúna, para mais de 7.000 pessoas em cada show. Nada mal para uma banda que tem apenas sete anos de estrada. “Acredito que estamos conseguindo realizar o sonho de toda banda de garagem. Eu afirmo isso, porque também começamos como toda banda começa”, nos contou Sandro Paixão. Com dois CD já gravados, apenas com composições próprias, a Popmind

conquista fãs por onde passa. Com influências musicais ecléticas, a banda tem em seu repertório, além das músicas próprias, versões inusitadas de clássicos dos anos 70, 80 e 90, que vão desde a disco music até o pop/rock atual. “Procuramos montar um repertório bem equilibrado, porém ousado, e acreditamos que é importante imprimimos nas músicas um pouco de nosso estilo e personalidade, por isso, fazemos medleys e misturas musicais inusitadas e interes-


santes”, explicou Sandro. “Nossa maior influência é, sem dúvida, o rock feito nos anos 70 por bandas como Led Zepellin, além do country rock americano e até mesmo o rock de bandas mais contemporâneas como Dave Matthews Band, Red Hot Chili Peppers e outras”. Ainda segundo ele, a escolha desses gêneros musicais para a banda não foi à toa, nem seguiu uma tendência de mercado. “É o som que nós gostamos. Poderíamos até trabalhar com outros gêneros musicais, mas não estaríamos sendo honestos com a gente, talvez até não tivéssemos esse prazer que

temos em realizar os shows”. Sandro acredita que essa é uma das principais fórmulas para o sucesso nesse meio. “Claro que além

de 140 shows, nas mais diversas cidades. “Temos tido um retorno muito legal por parte do público”, diz Eduardo Nalesso.

de fazer um som verdadeiro, um pouco de sorte também ajuda”, brinca. E sorte é o que não falta para este pessoal. Somente em 2008, a banda realizou mais

Hoje a banda tem buscado explorar a internet como forma de divulgar seu trabalho. “Youtube, MySpace, Orkut, temos usados esses sites de relacionamento como um modo de expormos nosso trabalho para o público”. Os interessados em contratar a banda podem entrar em contato pelos telefones 19 3651 5167 ou 19 8133 1960, com Sandro ou pelo site www.popmind. com.br.

Foto: Divulgação

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’ cinema

Anjos e Demônios:

a bola da vez

Parece que Hollywood está apostando mesmo em adaptações e remakes de clássicos. Depois de O Dia em que a Terra Parou, com Keanu Reeves e Jennifer Connelly, o destaque da vez fica agora com Anjos e Demônios, de Ron Howard, que deve estreiar por aqui em Maio. Adaptado da novela homônima de Dan Brown, o filme conta a aventura do professor Robert Langdon às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa. Langdon, interpretado por Tom Hanks, é chamado às pressas por Maximilian Kohler para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado no CERN, um grande centro de pesquisas na Suíça. Ele descobre indícios de algo inimaginável: Foto: Divulgação

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a assinatura marcada no corpo da vítima - um ambigrama, palavra que pode ser lida tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há 400 anos. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal. Correndo contra o tempo, Langdon vai para Roma junto com Vittoria Vetra (Zurer), filha do físico assassinado, para avisar o carmelengo

Carlo Ventresca (Ewan McGregor). Nessa caçada frenética por criptas, igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha em busca da bomba, plantada abaixo da Catedral de São Pedro.

Foto: Divulgação

Se o filme seguir o ritmo do livro, com certeza o suspense será um sucesso. Publicado no Brasil após O Código Da Vinci, Anjos e Demônios teve menos destaque na mídia, mas, sem dúvida, é uma das melhores obras de Dan Brown, que já é figura que se estreita entre os grandes autores da literatura moderna. Suas críticas sutis e a interação para a lucidez em seu texto fazem com lhe conduza marcas como algo a ser lembrado, questionado e interagido dentro de cada um de nós, trazendo ao ponto de buscarmos os significados da existência e da realidade em que vivemos.


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’ cultura

atuando na música

Waldran Régio

DANI LUENGO

Muita personalidade e sem papas na língua. O músico Waldran Réggio nos recebeu em sua casa, em um dos intervalos entre as aulas de guitarra e baixo que ele ministra. O sanjoanense, que possui gosto pela música desde criança, começou a tocar violão muito cedo; e o que antes era apenas uma brincadeira transformou-se na sua profissão. O guitarrista, que não é de medir palavras, falou abertamente sobre os assuntos que abordem a música, sobre carreira, família e a situação atual do mercado fonográfico. Ele começou a tocar muito cedo, aos 14 anos formou sua primeira banda, onde tocava uma guitarra emprestada por um amigo. “Era época que gente achava que não usava violão em banda, que usava só guitarra”, satirizou o músico. Daquele momento em diante, Waldran tornou-se referência, sendo considerado por muitos como um dos maiores músicos da atualidade na cidade. Ele se define Foto: Fritz Foto

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uma pessoa eclética, de influências que vão desde Vila Lobos até Eddie Van Hallen, passando por Toquinho e João Bosco. “Mas minha maior influência e meu maior mestre, sem dúvida, foi o já falecido José Lopes”. Quando perguntado sobre o preconceito quanto sua profissão, ele foi direto. “Hoje, talvez é menor o preconceito por eu ter conquistado meu espaço, mas ainda sofro, na realidade sempre sofri preconceito, pelo gosto musical, pelo jeito de vestir (...) Algumas pessoas acham que

têm o direito de te julgar pelo o que você gosta, pelo o que você veste, pelo modo que você fala, e em música isto até hoje é bem acentuado”. “Enfim, pura babaquice”, afirmou Waldran. O músico ainda comentou sobre o mercado fonográfico brasileiro, que segundo ele é extremamente desleal, e só privilegia o som comercial. Para ele, a grande prova disso é a ausência de revelações musicais nesse cenário atual. “Qual foi a última revelação musical nos últimos 3, 8, ou melhor, nos últimos 12 meses? São as mesmas ‘bandas relâmpagos’ regravando músicas antigas, lançando CD novo para cumprir contrato com gravadora”. Ainda nesse contexto, Waldran criticou atuação de bandas como os Inimigos da HP, cujos membros afirmaram em entrevista recente que o maior sonho de seus membros era criar uma banda de rock, mas que tocavam pagode por ser mais rentável. Para ele, todo artista tem o livre arbítrio de escolher o que fazer em relação ao seu trabalho, se tocará Samba, Rock ou Reggae. “Qualquer músico ou gênero musical tem que ser respeitado, mas


aí sim, entra a verdade daquilo que você faz e como você faz. Se você se vende, é você que vai ficar mal com você mesmo”. Ele ainda desabafou, afirmando que “o mal do músico brasileiro é querer ser igual a fulano ou a cicrano, não criando mais uma identidade própria. Não querem fazer seu trabalho, querem ‘imitar’ o Blink 182, o Jota Quest”. Para ele, é este filão que é explorado pelo sistema. “Você deve ser fã de vários, escutar vários, mas com a finalidade de formar o seu próprio estilo, sua própria personalidade musical”. Segundo ele, esse é o grande motivo pelo qual não se interessa por estender sua carreira, tocar em uma banda famosa e virar celebridade. “Para ter ‘fama’ nestes dias, você tem

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que ter alguma ‘cunha’ ou desembolsar verdadeiras fortunas no meio artístico, e mesmo assim, tem que aceitar coisas (cláusulas contratuais) que acabam fazendo você perder sua identidade, e esta ‘fama’ é superficial, ela não existe. A verdadeira ‘fama’ não é aparecer no Faustão, no Gugu,

ou na Hebe, a verdadeira ‘fama’ é poder estar tocando sempre, e ganhando o seu ‘cachê’ de forma justa e fazendo o que gosta, na música, isto é uma coisa muito importante, senão ela vira uma coisa fabricada, como é o que a gente mais vê hoje em dia”, finalizou.


’ curioso

você já teve um

déjà vu?

Você já teve aquela sensação de familiaridade com algo que, aparentemente, está sendo experimentado ou vivenciado pela segunda vez. Por exemplo, você está visitando um lugar pela primeira vez. Em determinado ponto, subitamente tem a impressão

meno é bem complexo, e existem diversas teorias que buscam explicar essas sensações e imagens. Existem ainda outras variações desse fenômeno, como o déjà vecu, que seria o já experimentado; déjà senti, o já pensado; e déjà visite, já visitado. O cientista

Foto: Miranda Knox

de que já esteve lá. Talvez você esteja jantando com um grupo de amigos, falando sobre algum tema atual, quando tem a sensação de que já vivenciou aquele momento - os mesmos amigos, o mesmo jantar, o mesmo assunto. Pois é, meus parabéns, você teve um déjà vu. O termo francês déjà vu significa, literalmente, “já visto”. O fenô-

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francês Emile Boirac, um dos primeiros a estudar esse estranho fenômeno, deu esses nomes ao assunto em 1876. O déjà vu é extremamente difícil de se estudar porque ocorre rapidamente, sem aviso e não apresenta manifestações ou sintomas externos. Além disso, muitos cientistas ignoraram o déjà vu completamente devido à sua frequente

associação com experiências de vidas passadas, percepção extra sensorial e abduções alienígenas. Essas associações deixaram o estudo do déjà vu um pouco estigmatizado. Por isso, há poucas pesquisas confiáveis e nenhuma explicação definitiva. Os dados para os estudos de déjà vu dependem de descrições pessoais e lembranças. Há dois séculos as pessoas têm apresentado razões para a origem desse fenômeno, desde filósofos e psicólogos até especialistas paranormais, cada um com sua própria teoria. Emile Boirac, pesquisador francês paranormal, usou pela primeira vez o termo déjà vu em seu livro L’Avenir des Sciences Psychiques. Contudo, ele não pesquisou o fenômeno profundamente. Sigmund Freud teorizou que essas experiências resultavam de desejos reprimidos ou memórias relacionadas com um evento estressante que as pessoas não queriam mais admitir como memória regular. Os cientistas usaram essa teoria, chamada de paramnesia, para explicar o déjà vu durante boa parte do século XX. Recentemente, cientistas abandonaram


o preconceito e iniciaram estudos mais sérios sobre o tema, incluindo o déjà vu dentro do estudo da memória, esperando descobrir mais sobre como as memórias são formadas, armazenadas e recuperadas. Eles decobriram que cerca de 60% das pessoas dizem que já tiveram déjà vu, e as ocorrências são mais altas em pessoas entre 15 e 25 anos de idade. Há também relatos de maior ocorrência entre aqueles com renda mais alta, que viajam mais e com alto nível educacional. A imaginação ativa e a habilidade de recordar sonhos também têm sido algo comum entre pessoas que relatam experiências de déjà vu. Uma descoberta é que a pessoa que tem a mente mais aberta ou

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é politicamente mais liberal, tem maior possibilidade de experimentar um déjà vu. Contudo, isso também significa que quanto mais mente aberta você é, mais provavelmente você falará de alguma coisa que possa ser encarada como “estranha”, por exemplo, o déjà vu. Estranho ou não, o fato é que o fenômeno intriga muita gente, e mais ainda os estudiosos, que não possuem uma explicação satisfatória para o tema. Essa ausência de explicação deve-se grande parte ao mistério que ronda a formação da memória. Existem algumas teorias que explicariam o déjà vu, entre elas a atenção dividida, a teoria que a memória seria como um holograma, e a mais simples de todas, a teoria da visão atrasada. Segundo essa última, a mais

aceita hoje, um atraso no processamento das informações enviada ao cérebro seria o responsável pelo efeito. Embora ele venha sendo estudado como fenômeno por mais de 100 anos e os pesquisadores tenham proposto várias teorias sobre sua causa, não há uma explicação simples para o que ele significa ou por que acontece. Talvez, à medida que a tecnologia avança e aprendemos mais sobre o funcionamento do cérebro, também aprendamos mais sobre por que experimentamos esse estranho fenômeno. Aguinaldo Assunção é professor e se interessa pelo tema há vários anos. assuncao.ag2@gmail.com


’ opinião

em nossa memória

auditiva

Este terceiro milênio é o Paraíso dos saudosistas. A internet instaurou definitivamente o Nirvana dos nostálgicos ao permitir que um passado musical esteja disponível ao toque de um dedo. Antes relegada a um triste ostracismo, essa gente bacana pode ouvir novamente todas as músicas que foram trilha sonora de momentos importantes de suas vidas. Basta desejar! Todas as sonoridades, de todas as décadas do

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século passado, estão de volta: de uma orquestra, cujo maestro se chamava Percy Faith, ao sanjoanense Almir Ribeiro, cujos discos eram uma raridade e agora podem ser comprados na rede mundial. Sim, estou defendendo os saudosistas porque – naturalmente – faço parte do time. Reviro a internet em busca de CDs da orquestra de Ray Conniff e tenho encontrado muita coisa boa. Durante décadas, amarguei a vontade não satisfeita de ouvir tudo

o que o Maestro tinha gravado. Uma das saídas era comprar discos importados, quando isso era possível. Depois, comecei a explorar os amigos que seguiam viagem aos Estados Unidos: “Virgin” é o nome de uma loja em Nova Iorque, onde se encontra de tudo do universo da música. Porém, antes de esse empenho ser necessário, quem supria o gosto musical do sanjoanense era aquela loja de discos que havia no início da Avenida Dona Ger-


trudes, a Anfe. Misturando peças automotivas com discos 78 RPM, a Anfe deixava o cliente satisfeito e era única na cidade e região. Minha via sacra pela loja começou nos anos 1960, quando para lá eu corria em busca dos compactos simples de Chico Buarque cantando “A Banda” ou de Caetano Veloso defendendo a sua “Alegria, Alegria”. Por detrás do balcão, havia sempre o sorriso da Ditinha Maltempi, que conhecia todas as novidades e podia indicar com segurança quando o disco era bom. Quantos LPs de Ray Conniff eu comprei ali! Na década seguinte, me tornei frequentador assíduo da loja, sempre ansioso por novidades. Ainda tenho aqueles discos todos, um pouco empoeirados, detendo uma qualidade sonora que

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– dizem – é inigualável. Em 1972, quando o Ray Connif lançou o LP Love Theme from Godfather, eu trabalhava como office-boy no Banco Comercial Brasul, que ficava ali onde hoje está a Bernasconi. Não existem mais office-boys, não é? Tampouco, aquele Banco. Mas naquela função eu rodava a cidade sobre uma bicicleta, entregando correspondência e cantarolando as canções daquele disco. Sim, a trilha sonora da minha década de 1970 foi orquestrada pelo Maestro, no tempo em que o assobio substituía os tocadores de MP3! Hoje, a Anfe Som também passou para a História. No entanto, enquanto existiu foi persistente: o Sr. Miguel Jorge Anfe (o “seu” Michel) a inaugurou no ano de 1949 misturando confecções, instrumentos musicais e escapamentos de automóveis

naquele espaço onde está a sorveteria Chamonix. Somente em 1960, é que a loja foi para a Av. Dona Gertrudes . E ali ficou até o ano de 2005, causando boas impressões em nossa memória auditiva. Disco de massa, LP de vinil, CD de plástico e chip de silício... Essa revolução do suporte musical vem sendo acompanhada de perto pelos amantes sanjoanenses da música mundial. O que virá pela frente? A resposta ainda é um mistério tecnológico que, com certeza, vai surpreender. O que não muda – graças aos céus! – é o talento humano capaz de criar milhares de canções diversas a partir de apenas sete notas musicais. Clovis Vieira é membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, e atualmente escreve para o jornal O Município clovisvieira@bol.com.br


’ sugestão

a via sacra

do homem

Para todo homem, a escolha de sapatos é quase uma via sacra: difícil passar pelas lojas e fugir do padrão preto-marromcaramelo, ou escolher um modelo mais descolado. Embora tudo isso seja verdade, mesmo os modelos clássicos dão um up em qualquer

nos azuis marinho, grafite, cinza e pretos podem ser combinados com os sapatos pretos; e marrons, verde-oliva, cáquis, beges e outros tons destas famílias, com sapatos marrons. Sapatos também podem trazer um ar de elegância e estilo a um visual mais despojado.

Foto: Pedro Ignácio Loyola Frota

look. Não importa se você está usando um jeans rasgado ou um elegante terno, se o sapato é bom, seu visual está seguro! É fundamental que você possua sempre dois pares de sapatos, um preto e um marrom. Isso é um grande trunfo, pois com essa dupla, você consegue realizar boas combinações com praticamente todas as cores. Por exemplo, ter-

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Há também os tipos de sapatos que você deve fugir e evitar a qualquer custo. O primeiro destes carrascos é o sapato de verniz. Sejamos francos, somente maestros e sapateadores usam esse tipo de sapato, graça ao seu ar de “lustroso”. Se você não se enquadrar em um desses dois casos, esqueça-o! O segundo carrasco é o sapato

bicolor. Por motivos óbvios, esse tipo de sapato é extremamente difícil de combinar, e entre nós, ele é estranho, embora muitos estilistas insistam em usa-lo em seus desfiles. Não vida real, não cola. O terceiro carrasco é o sapato branco. A menos que você seja médico ou enfermeiro, pode abandonar essa idéia e ponto final. Um detalhe importante também são as meias, que também merecem uma atenção especial. Um modo de evitar o erro é sempre usar um tom intermediário entre a calça e o sapato, ou igual. Assim: calças pretas, azul-marinho, grafites e cinzas usam-se com meias pretas ou grafite. E calças marrons, beges ou castor, com meias marrons e beges. As meias brancas não devem ser muito usadas (leia-se, nunca!), principalmente com terno. Para finalizar, um dica que parece óbvia, mas sempre é bom frisar: dock siders e sapatos esportivos só podem ser combinados com terno se você for altamente fashion. Esse é mais um típico caso de “delírio da moda”, da mesma família dos sapatos bicolores... Logo, como você pode deduzir, nossa dica é simples: não use!


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’ opinião

Maria Sguassabia e as

mulheres de São João Já disse, em outra oportunidade, que a história de São João é atípica, entre outros motivos, pela participação das mulheres. Foram muitas. Em 2008, orientei o trabalho de conclusão de curso de Jornalismo do Unifae, das alunas Carolina Dotta Milan, Julianne Batista e Lúcia Silveira, que escreveram livro reportagem sobre Maria Sguassabia. A vida desta filha de italianos é muito mais complexa e interessante do que aquilo que sabemos a grosso modo. Que ela participou da revolução de 1932, contra Getúlio Vargas, que era professora, viúva muito jovem, mãe de uma garota de poucos anos e que abandona tudo para se alista. Maria Sguassabia, porém, é muito mais interessante. Seus conflitos, dramas pessoais, convicção inabalável e a solidão na velhice fazem dela personagem daquelas que parecem extraídas de uma peça de ficção. Um dos momentos marcantes é o fim da revolução. Maria e seu irmão estavam à frente de batalha, em Campinas, quando os paulistas se rendem. A trégua é estabelecida, mas não para Maria. Ela estava marcada, pois, num combate no bairro do Pedregulho, em São João, venceu

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a tropa mineira e fez prisioneiro o comandante inimigo, Tenente João Batista. Trouxe-o sob a mira do seu fuzil, a pé, do bairro até a cidade. O tenente jamais esqueceu o episódio e consta que, ao saber

ter sido vencido por uma mulher, sentiu seu orgulho ferido de tal ordem, que tentou suicídio. Finda a revolução, Maria Sguassabia descobre que o Tenente estava oferecendo um prêmio para quem a capturasse. Ela e seu irmão perambulam por vários dias pelas ruas de Campinas sem saber o que fazer. Resolvem retornar à São

João a pé, disfarçados, evitando a estrada principal, pois nos postos de guardas os soldados federais já estavam sabendo do prêmio de dez mil cruzeiros por sua captura. Marcham durante dois dias e duas noites. Com cautela, conseguem chegar. Só que o Tenente é vingativo. Durante todo o governo de Getúlio Vargas, vai persegui-la, conseguindo impedir que retornasse à sala de aula, como professora. Maria Sguassabia termina seus dias como uma simples servente de escola, embora uma mulher culta, intelectual. Na época, o sanjoanense, ao invés de valorizá-la por sua bravura, opta pelo preconceito e o deboche. Assim, para os obtusos de então, ela é a “Maria Espingarda”, motivo de chacota. Hoje, é heroína e bem que merecia um monumento na cidade em que viveu, amou e defendeu. Ah!, como o tempo é o senhor da verdade e ensina. Infelizmente, muitos morrem antes de o povo acordar. E, ao morrerem, levam consigo a ingratidão dos obtusos, que não conseguem enxergar além de seus preconceitos. Francisco de Assis Carvalho Arten é advogado, professor, jornalista, mestre pela Faculdade Cásper Líbero e professor do Unifae fdaca@uol.com.br


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