LENILTON S. DA SILVEIRA JUNIOR JOUHANNA DO CARMO MENEGAZ (ORGANIZADORES)
ANAIS DA MOSTRA NACIONAL DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
1ª Edição
São Paulo Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) 2012 Ficha Catalográfica 1
Mostra Nacional de Divulgação Científica da Associação Nacional de Pós-Graduando (ANPG) Rio de Janeiro – RJ 15-17 de outubro de 2012
Mostra Nacional de Divulgação Científica (2012: Rio de Janeiro, RJ). Anais da Mostra Nacional de Divulgação Científica, RJ, Brasil, 15 a 17 out.,2012. São Paulo, SP. ISBN 97885618391049
Apresentação
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Desde o ano de 2009 a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) realiza atividades todos os anos durante a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação por entender este espaço como um instrumento importante de divulgação científica e estímulo a projetos que primem pela Educação Científica e pela Popularização da Ciência, defesas importantes que fazem parte do histórico de pautas dos pós-graduandos brasileiros. As atividades da Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012 abordam o tema da sustentabilidade, conceito fundamental ao desenvolvimento das sociedades humanas para a garantia de um presente menos predatório e um futuro promissor, à medida que compreende os aspectos econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento de uma sociedade. Por outro lado, a inovação é hoje, para a comunidade científica, setor produtivo e sociedade em geral, um processo tão necessário quanto irreversível. É, em última instância, uma questão de soberania nacional. As recentes políticas de governo de incentivo para as áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação articuladas às iniciativas do setor produtivo nos sugerem uma reflexão sobre o estágio inovativo da indústria nacional, sua competitividade e a responsabilidade que nossas universidades têm com esse processo. Assim, o debate articulado sobre Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Soberania Nacional pretende apontar algumas diretrizes importantes para a atuação do Movimento Nacional de PósGraduandos e sua contribuição ao projeto de desenvolvimento do Brasil, um constante e necessário debate. Neste contexto se inserem campanhas como a que é conduzida pelas entidades educacionais e científicas, dentre as quais a ANPG, que defende o investimento de 100% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação e C,T&I. Tal tema vai também ao encontro da preocupação de boa parte dos pesquisadores brasileiros e, por este motivo, organizamos para esta Semana 2012 a Mostra Científica “Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Soberania Nacional”. Além dos trabalhos apresentados por pós-graduandos de diversas regiões do país, a ANPG organiza dois debates e algumas oficinas no Rio de Janeiro nesta semana, compreendendo ao período entre 15 e 19 de outubro, como forma de marcar o lançamento do 3º Salão Nacional de Divulgação Científica, a ser realizado também na cidade maravilhosa em 2013. Com tais ações, a ANPG pretende participar de forma cada vez mais ativa do debate acerca dos rumos da C,T&I no Brasil e contribuir para ações que tornem a ciência produzida na Academia cada vez mais acessível para o povo. Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2012 Luana Bonone Presidenta da ANPG
Lenilton Silveira Coordenador da Mostra Científica
Sumário 3
Sumário..................................................................................................................................................3 PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DO PESCADO BRASILEIRO: A CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA SUSTENTÁVEL......................................................................7 EXECUÇÃO E GESTÃO DE UMA INICIATIVA COOPERATIVA: A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS E A CONSEQUENTE DIMINUIÇÃO DO ÍNDICE DE REINCIDÊNCIA SÃO POSSÍVEIS..........................................9 O ENSINO DA INOVAÇÃO NOS CURSOS SUPERIORES DE ADMINISTRAÇÃO: UMA ANÁLISE BASEADA NA EXPERIÊNCIA DO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFPE..................................................11 AVALIAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DAS ÁGUAS NOS DISTRITOS DE OURO PRETO – MG...........................16 Descrição da Área de Estudo...........................................................................................................18 DIAGNÓSTICO DE UM CENTRO DE ESTUDOS SUPLETIVOS...................................................................25 O QUE É QUALIDADE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS? ...........................................................25 A EMERGÊNCIA DAS FUNDAÇÕES E INSTITUTOS EMPRESARIAIS NO RIO DE JANEIRO.........................27 CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE DO BAIRRO DE VILA ISABEL E A PARTICIPAÇÃO POPULAR DO SAMBA ENTRE AS DÉCADAS DE 1910 A 1930....................................................................................................30 Objetivo...............................................................................................................................................33 Coleta de Dados ...............................................................................................................................33 RELATO DE EXPERIÊNCIA – PROJETO OUTROS SABERES, NOVAS CONEXÕES: UMA PROPOSTA DE TRABALHO SOBRE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA......37 CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS ACERCA DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ.......................39 Objetivo............................................................................................................................................40 Coleta de Dados ...............................................................................................................................41 SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO DA MIGRAÇÃO EM MUNICÍPIOS AFETADOS POR GRANDES PROJETOS: O CASO DO COMPERJ...........................................................................................................................44 LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO do Dastilbe crandalli Jordan, 1910 DA FORMAÇÃO CRATO, BACIA DO ARARIPE................................................................................................................................................46 FERRAMENTA SCORM DINÂMICA PARA AUXILIAR O ENSINO DE LIBRAS.............................................49 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA NA DIVULGAÇÃO DA PALEONTOLOGIA PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA REGIÃO DO CARIRI CEARENCE................................................................50 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES NO CONTEXTO ATUAL...................................53 IMPRESSÕES DE UM LEIGO SOBRE A PALEONTOLOGIA NO “JORNAL DO CARIRI” 2004 a 2011...........56 4
TRANSFERÊNCIA DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE EM ESPAÇOS CIENTÍFICOS E SEU USO SOCIAL .............................................................................................................................................................58 A DOR DO PARTO E A VIVÊNCIA DAS MULHERES ................................................................................63 DESENVOLVIMENTO DE REVISTA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA – REVISTA ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE 66 O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E O BLOCO INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO .............................................................................................................................................................68 ESTUDO DO TEOR DE UMIDADE EM UMA CÉLULA EXPERIMENTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB..................................................................................................72 PÓS- DEGLUTIÇÃO: JOGO DE TABULEIRO LÚDICO- REFLEXIVO SOBRE A PÓS-GRADUAÇÃO E SUA APLICAÇÃO A PÓS-GRADUANDO EM QUÍMICA....................................................................................74 PROJETO TRANSMÍDIA SEM TÍTULO: AÇÃO NO 1 ................................................................................76
PROPOSTA PARA O ENSINO MÉDIO: QUAL SUA OPNIÃO? Aline Claudino de Castro(1); Uyara da Silva Oliveira(2); Rodrigo Claudino de Castro(3) (1). Mestranda em Química na Universidade Federal de Alfenas; (2). Mestranda em Ciências e Engenharia de Materiais; (3). Mestrando em Ciências e Engenharia Ambiental E-mail: alinecastro08@gmail.com
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Eixo Temático: Políticas e ações de fomento à inovação
Introdução: Após a divulgação dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio, na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação e Cultura (MEC) planeja um novo currículo que pretende integrar as disciplinas em grandes áreas de conhecimento, tendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como modelo, com o intuito de melhorar esse nível de ensino. A proposta é muito interessante, uma vez que no ensino fundamental já funciona desta forma com a disciplina de ciências. No entanto, a preocupação é a forma com que o MEC pretende implantar essa nova proposta, pois não há profissionais suficientes e com capacitação para desenvolver esse trabalho a curto prazo. Análogo ao processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas, é um processo lento e permeia até hoje, os professores se sentem intimidados com a inclusão devido a falta de formação continuada que lhes são ofertadas, quando a proposta de inclusão exigi dos profissionais da educação um conhecimento que vai além de sua disciplina de formação. Neste contexto, este trabalho objetiva investigar a opinião e aceitação dos professores de ensino médio das escolas públicas de Alfenas/MG quanto à nova proposta de currículo do ensino médio e sua receptividade para trabalho interdisciplinar.
Metodologia: Ter o Enem como base para a elaboração do novo currículo disciplinar das escolas com ensino médio, fará com que o atual currículo, composto atualmente de 13 disciplinas, seja reduzido para quatro grandes áreas de ensino. Onde Biologia, Química e Física, por exemplo, serão estudadas juntas com atividades que vão integrar os conteúdos. A investigação quanto à receptividade dos professores do ensino médio das escolas públicas de Alfenas/MG, sobre o novo currículo e sua viabilidade interdisciplinar, se dará por meio de questionários com perguntas objetivas e dissertativas referente aos objetivos propostos. Com este material será feita uma análise reflexiva/crítica e confeccionado o relatório final. Perspectivas: Espera-se alcançar um número considerado de questionários respondidos, servindo como base para o entendimento das dificuldades enfrentadas pelos professores perante o desenvolvimento de atividades interdisciplinares. O projeto encontra-se em fase de adaptação e avaliação dos questionários.
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A proposta do novo currículo para o ensino médio apresenta considerável relevância, capacitar os profissionais é um ponto importante. Com os resultados da pesquisa pretende-se dar voz ativa aos professores, diagnosticando qual a melhor maneira de implantar essa proposta na tentativa de romper com paradigma de somente alçar resultados, onde se planeja o modelo, implanta-o e cobra dos professores resultados conteudistas, tornando necessário, para esse rompimento, a capacitação dos profissionais e o desenvolvimento de ferramentas que estimulem e efetivem as mudanças na educação.
Palavras-chave: Ensino médio, Currículo, Professores.
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DO PESCADO BRASILEIRO: A CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA SUSTENTÁVEL
Márcia Rocha Silva (1); Kátia Alessandra Mendes da Silva (1); Alessandra Julião Weyandt (2); Stella Regina Reis da Costa
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(1). Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFRRJ; (2). Pesquisadora Inmetro; (3). Docente no Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFRRJ E-mail: marcimrs@hotmail.com Eixo Temático: Políticas e ações de fomento à inovação
Introdução: O Programa de Certificação do Pescado Brasileiro vem sendo desenvolvido para garantir a qualidade do pescado como alimento seguro, bem como a sustentabilidade de sua produção. A primeira etapa do programa está desenvolvendo uma proposta de norma para a aquicultura sustentável de importantes espécies cultivadas no Brasil. Metodologia: A metodologia utilizada para a construção da proposta se baseia em pesquisa teórico-científica dos principais referenciais internacionais para certificação da aquicultura, regulamentos e legislações aplicáveis à atividade, visitas a fazendas aquícolas de pequeno, médio e grande porte, e oficinas para discussão com produtores e partes interessadas do setor. Resultados e Discussão: Através da pesquisa realizada pode-se observar o grande interesse de produtores na certificação para a atividade, oportunidades de melhorias e a necessidade de se organizar o setor aquícola através da construção de políticas e iniciativas para otimização e sustentabilidade da produção de pescado de aquicultura com qualidade. Conclusão: A pesquisa realizada permite que se elabore uma proposta para certificação da aquicultura que atenda às necessidades reais do setor aquícola, alcançando o objetivo do Programa de Certificação do Pescado Brasileiro. Apoio: CNPq; Inmetro; SEBRAE; ABNT; MPA Palavras-chave: Pescado; Certificação; Aquicultura; Sustentabilidade
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EXECUÇÃO E GESTÃO DE UMA INICIATIVA COOPERATIVA: A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS E A CONSEQUENTE DIMINUIÇÃO DO ÍNDICE DE REINCIDÊNCIA SÃO POSSÍVEIS
Rosi Keli Guedes Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro Mestranda – Gestão Pública Email: Kellyguedes1986@hotmail.com Eixo Temático: Políticas e ações de fomento à inovação
Introdução A tarefa de investigar os horizontes da ressocialização de detentos impõe uma série de percalços, especialmente os que se relacionam às suas possibilidades de aplicação, muitas vezes a falta de humanidade para com essas pessoas é mais um modelo cultural de uma sociedade preconceituosa, em que prevalece a ideia de que o infrator deve sofrer os rigores da lei de forma desleal. Por isso, é imprescindível tanto no que tange sobre a importância como também no que se refere à segurança que a investigação cientifica venha a inserir o conceito e a aplicabilidade de reintegração/ressocialização, numa composição bem definida. Neste plano, o objetivo do presente trabalho consiste em identificar e, posteriormente, aplicar, a partir de uma pesquisa-ação, o que realmente caracteriza e singulariza a reintegração social frente às demais propostas tradicionalmente aplicadas ao cenário da execução penal. Para isso, mais do que limitar o discurso a um emaranhado de argumentos fatalistas e céticos, que, se de um lado são válidos para denunciar o quadro da pena tradicionalista, por outro acabam por prostrar-se perante ele, é preciso superar as abordagens que somente apreendem os aspectos negativos deste, e nada ou pouco propõe para a superação do que denunciam. Metodologia A presente pesquisa configura-se como um estudo de caráter pesquisa-ação, já que este modelo é um método de condução de pesquisa aplicada, orientada para a elaboração de diagnósticos, identificação de problemas, busca de soluções e concretização. Participarão desta pesquisa-ação presos do Presídio Osvaldo Florentino, da Cidade de SinopMT. Com uma equipe já preparada para recolher dados, serão analisadas as fichas da população carcerária existente no presídio. A partir da lista inicial, resultado das análises em fichas dos presos, estes serão entrevistados para uma abordagem de avaliação, onde serão observados detalhes psicoemocionais não
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constatados na ficha escrita. A entrevista norteará as etapas seguintes, quando o processo de treino e aprendizagem se dará. Para o funcionamento do programa, este terá o acompanhamento, direcionamento de ações e indicações de soluções possíveis, bem como a verificação diária do processo dos reeducandos. Primando pelo bom andamento deste, será desenvolvido um sistema computacional, exclusivo para a pesquisa-ação, e para posterior gerenciamento, onde todos os dados serão armazenados, e a partir deste programa será possível a extração das respostas encontradas na pesquisa e ainda servirá como base de dados entre os envolvidos. Perspectivas Não pode haver dúvidas de que o sistema prisional brasileiro, rigorosamente, está falido, além de ser inútil como solução para os problemas da criminalidade; nele há um desrespeito sistemático aos direitos humanos garantidos pela Constituição. Estas são algumas das mazelas do nosso sistema prisional. A partir de sua consideração, infere-se que o progresso do mundo contemporâneo, em termos econômicos, tecnológicos e materiais, não se fez acompanhar do correspondente progresso da ciência e da legalidade penal. Assim, a preparação para o trabalho em parceria com entidades públicas, sociais e comerciais, dos indivíduos em condições de uma semi liberdade assistida, dará rumo diferente ao que a vivência na prisão ensina: continuar a cometer crimes ainda com mais perfeição que antes. Acreditar no próprio valor humano para transformar presidiários em trabalhadores comuns é uma atitude que exige o crédito de todos os segmentos, para ir além das teorias sociais, e de fato fazer vales os direitos do homem como ser humano passível de cometer erros, e de fato fazer valer os direitos do homem como ser humano passível de cometer erros, mas também passível de reconhecê-los como forma de se tornar “homem humano” outra vez. O modelo da organização objetivando a ressocialização de detentos, pelo trabalho e pela qualificação profissional, com o propósito de prepará-los ao reingresso social, baseia-se na ideia de que o trabalho é fonte de equilíbrio na nossa sociedade e também á agente ressocializador nas prisões de todo o mundo. Através do trabalho, os indivíduos garantem equilíbrio e melhor condicionamento psicológico, bem como melhor comprometimento social. Ensinar um ofício enquanto cumprem a pena é a maneira mais eficaz para ressocializar os presos. Palavras-chave: CRIMINALIDADE; REINCIDÊNCIA; RESSOCIALIZAÇÃO; GESTÃO.
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O ENSINO DA INOVAÇÃO NOS CURSOS SUPERIORES DE ADMINISTRAÇÃO: UMA ANÁLISE BASEADA NA EXPERIÊNCIA DO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DA UFPE
Anderson Diego Farias da Silva1; Marcelo Henriques de Albuquerque Pessoa2; Roberta de Albuquerque Pereira3.
Eixo Temático: Experiências exitosas em inovação Introdução: Mudanças profundas vêm ocorrendo no mundo atual, fruto do expansionismo tecnológico e da globalização. Com a transmissão da sociedade moderna para a contemporânea, as informações, as estruturas de comunicação e a transição da economia industrial para a economia do conhecimento definem uma nova lógica às organizações. Nesse sentido, as Universidades necessitam de novas estratégias em meio a um mundo em constante mudança. “A Administração, [...] não está isolada das pressões em prol de mudanças nas universidades em geral”. Uma experiência desenvolvida pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) foi à implantação do método interacionista/construtivista na grade curricular do curso de Administração. O surgimento de educadores comprometidos com o ensino e responsáveis pelas reformas educacionais no final do século XIX marcou na historiografia brasileira a origem da Escola Nova. Com base nessa premissa de potencial mudança na educação, faz- se neste estudo uma reflexão sobre o ensino a nível superior tendo como ponto de partida a seguinte questão: Como o processo de ensino-aprendizagem presentes na Grade curricular do curso de Bacharelado em Administração da UFPE, podem influenciar no despertar do senso crítico dos alunos?
Metodologia: 1
Mestrando em Administração na Universidade Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). Email: andersondiego6@gmail.com; 2
Mestrando em Administração na Universidade Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). Email: marcelo.pessoa89@gmail.com 3
Mestranda em Administração na Universidade Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). Email: robertapropad@gmail.com
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O estudo utiliza-se de uma abordagem qualitativa. De acordo com seus objetivos foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório. Para obtenção dos dados, foram adotadas as seguintes técnicas: pesquisa documental e realização de entrevistas semiestruturadas. Teve como escopo analítico a coordenação do curso de Bacharelado em Administração da UFPE e o corpo docente da disciplina de Gestão e Inovação Tecnológica. Para análise dos dados coletados, o estudo utilizou a metodologia de Cooper e Schindler (2011) que ressalva acerca da necessidade em realizar um trabalho de codificação desses dados através da adequação, exaustão, mútua exclusividade e dimensão única, organizandoos em um quadro ou separando-os de forma organizada. Diante dos dados coletados foi realizada uma análise de conteúdo. As informações coletadas por meio das entrevistas foram comparadas após estarem organizadas em um quadro de respostas e em seguida, analisadas junto ao corpo teórico. Os dados coletados neste estudo foram validados com base na metodologia destacada por Flick (2009) que abrange: reflexividade, saturação de dados e auditoria de um examinador externo e os relatos foram revisados junto a cada entrevistado. Resultados e Discussão: A análise dos dados teve como base a teoria encontrada na elaboração da fundamentação teórica do estudo que serviu como critério para observação das respostas obtidas através das entrevistas. Resultando em uma comparação que trouxe elementos para contribuição temática sobre aprendizagem e inovação no ensino. Com base na ação pedagógica - o primeiro entrevistado – refletiu acerca da mudança de estrutura, nesse caso e intervenção sócio-política. O esforço necessário, descrito pela coordenação do curso de administração, seria a ferramenta que ajudaria o discente a se colocar como cidadão dentro do panorama atual, passando de expectador para um aluno atuante e crítico. O mesmo processo de mudança traz à coordenação do curso, a percepção de que se vive em uma era de multifuncionalidade e interdisciplinaridade. Assim, é perceptível que o processo de inovação advém de um olhar atento às transformações e requer, sobretudo, que haja um acompanhamento do indivíduo junto ao que acontece ao seu redor. Já o docente do curso de Bacharelado em Administração da UFPE, responsável pela disciplina de Gestão & Inovação Tecnológica respondeu às questões, com uma visão mais focada em um contexto menor, se comparado com a coordenação. Conclusão:
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O estudo demonstrou que é possível trabalhar a aprendizagem nos cursos de Administração de forma inovadora. Onde alunos e professores atuem de forma colaborativa, em um processo onde ambos, aprenderão e crescerão de forma mútua, crítica e autônoma. Contudo, existem dificuldades para que essas ideias sejam aplicadas, além de uma necessidade em se renovar o currículo e a grade curricular do curso de Administração. A formação de administradores deve ter ligação direta com a realidade, com as novas tecnologias, cultura, política e economia. Destaca-se, a preparação dessa nova geração de alunos, que ingressam no ensino superior, para essa nova realidade, vivenciando mudanças constantes, que um mundo globalizado oferece. Disciplinas que tratam de temáticas como a inovação, o empreendedorismo, a gestão e criação de novas tecnologias. Para tanto, há uma necessidade de que exista um elemento que possa dinamizar as atividades dos discentes no intuito de contribuir para a formação de profissionais e indivíduos. Logo, a figura do docente e sua atuação tornam-se elementos fundamentais. Assim, o estudo abre espaço para que novas investigações possam aprofundar questões sobre a inovação no ensino, perpassando áreas como administração, buscando contribuir ao conhecimento, ao passo que constrói novos caminhos de investigação a partir de novas pesquisas. Apoio: FACEPE, PROPESQ, GITEC.
Palavras-Chave: Administração, Inovação, Educação em Administração, Escola Nova.
INOVANDO COM ADVERGAME NA PROMOÇÃO DO DETINO TURÍSTICO:
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O PROJETO BRASIL, CURTA PERNAMBUCO Anderson Diego Farias da Silva¹; Marcelo Henriques de Albuquerque Pessoa ².
(1). Mestrando em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco; (2). Mestrando em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco E-mail: andersondiego6@gmail.com
Eixo Temático: Experiências exitosas em inovação
Introdução: . O advento da internet inseriu o turismo no processo de globalização. Tomikawa (2009) relata que os turistas, do período anterior à popularização da internet, utilizavam agentes de viagem para montar o pacote turístico, pois buscavam neles, os melhores preços de transporte, meio de hospedagem e atrativos a serem visitados. Na visão de Marujo (2008) houve o aumento da preocupação com a promoção da imagem dos destinos turísticos, por parte das organizações promotoras ou órgãos oficiais de turismo, que por sua vez passaram a repensar, por exemplo, sobre o desempenho dos portais de turismo que gerenciam. Esse contexto aproxima o presente estudo à observação da promoção turística e online do estado de Pernambuco, que vem, por meio de um jogo online, do tipo advergame e denominado Brasil, Curta Pernambuco; estabelecer um relacionamento com usuários em todo o mundo, via rede social Facebook. Logo, a internet aparece como elo fundamental entre informações turísticas e transmissões de imagens de destinos turísticos. Estas ações têm alterado o comportamento do consumidor e trazido novas perspectivas ao turismo, surgindo a partir deste estudo, o interesse de conhecer como o advergame inova na promoção de um destino turístico; tendo como estudo de caso, o advergame Brasil, Curta Pernambuco. Metodologia: Na busca por compreender a dinâmica de cada um destes elementos destacados anteriormente e as relações estabelecidas entre eles junto ao conhecimento, surge a organização das ideias e interpretação dos elementos via estudo qualitativo. Logo, os dados coletados via pesquisa secundária resultaram em um arcabouço composto pelas clipagens sobre a atuação do Projeto online de Pernambuco e os conceitos
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teóricos foram vistos por meio da estratégia de pesquisa denominada estudo de caso (sobre o advergame Brasil: Curta Pernambuco) que Lüdke e André (2000) definem como um estudo de um caso, simples e específico ou complexo e abstrato e bem delimitado Primeiramente houve o encontro entre os pesquisadores e o problema de pesquisa (via observação até se chegar ao real problema de pesquisa). Logo depois, na fase da revisão da literatura foi realizada uma descrição sobre promoção turística e advergames; posteriormente aparecem as definições metodológicas seguidas da descrição do objeto, e por fim, no corpus analítico foi realizada uma análise de todos estes elementos, buscando resposta para a pergunta da pesquisa sobre inovação por meio do uso de advergame como ferramenta promocional de Pernambuco. Resultados e Discussão: O advergame e o facebook já existiam, porém a promoção turística do Curta Pernambuco utilizou essas ferramentas e o espaço que havia na internet para divulgação e intensa busca pelas redes sociais e redirecionou assim seus investimentos, levando em consideração que não se tratava apenas de divulgar o destino no Facebook. Se um usuário joga o advergame e repassa o link, curtindo o jogo online aos seus contatos, logo ele construiu uma imagem do destino, representado no jogo e a partir de seu compartilhamento, está dividindo a mensagem que decodificou por meio de seus códigos, acessando alguns códigos presentes na mensagem do jogo. O advergame não é novidade no Facebook, porém, a inserção dele na promoção turística é que estabelece a inovação, no sentido de o turista poder interagir com características do destino turístico antes de visitá-lo. Assim, a inovação por meio do uso de advergames, na produção do destino turístico, pode ser vista como uma medida tanto de atrair mais turistas ao destino, bem como de proporcionar a eles mais conhecimento do local, interligando-os via rede e buscando fidelizar os já então visitantes, para que sirvam como exemplo de clientes satisfeitos na construção de um destino ideal, curtindo (numa linguagem técnica de facebook) o estado de Pernambuco. Conclusão: . A busca pela diferenciação na transmissão da imagem do destino está ligada à uma cadeia produtiva que faz parte do turismo, como meios de hospedagem, restaurantes, cias aéreas, receptivos, artesãos e economia local no sentido mais generalista; isso quer dizer que a promoção tem um caráter de venda, seja ele direto ou indireto. Quando o destino Pernambuco é vinculado à rede social Facebook e é acessado via advergame, proporcionando interação e aproximação com elementos emotivos de quem o acessa há uma identificação do possível turista com o produto turístico e este usuário, identificando-se com o produto, visitarão o destino porque naquele momento, o local constituído
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pela imagem; pelo desafio do jogo; pela pontuação e pelo fato de concorrer a viagem é o destino turístico. A construção do conceito de determinado destino turístico, ao passo que é conjunta, pode oferecer meios para que se faça uma péssima campanha do destino, pois várias pessoas poderão acessar informações e divulgar oposto do real (que deve ser algo bom) via rede. Se a inovação que proporciona a criatividade e que já é um processo criativo é criado em um movimento cíclico, fica então a promoção no processo inovador sujeita a divisão de tarefas entre turista, o destino em si e os gestores da promoção turística. Apoio: FACEPE, CAPES, PROPESQ, GITEC.
Palavras-chave: Destino Turístico, Promoção Turística, Advergames.
AVALIAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DAS ÁGUAS NOS DISTRITOS DE OURO PRETO – MG
Rômulo Reis Pereira (1), José Francisco do Prado Filho (2), Pedro Luiz Teixeira de Camargo
(3)
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(1)
Graduando do 10º Período de Engenharia Ambiental, UFOP/MG; (2) Professor Doutor do DEAMB da UFOP/MG; (3) Biólogo, Especialista em Gestão Ambiental, Mestrando em Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental pela UFOP/MG; Eixo Temático: Experiências exitosas em inovação;
Introdução: A água ocupa cerca de três quartos da superfície da Terra e integra aproximadamente 70% do corpo humano e pode atingir até 98% em alguns animais aquáticos, legumes, verduras e frutas (LIBÂNIO, 2008). Considerada um solvente universal a água tem sido assunto para inúmeros estudos, congressos, seminários, fóruns, dentre outros. Esta grande preocupação com este bem natural se dá, principalmente, pela sua qualidade e quantidade disponível para utilização humana uma vez que essas estão sendo comprometidas por eventos naturais e principalmente pelas ações antrópicas. Dentre as principais causas de contaminação e degradação das águas superficiais e subterrâneas, destaca-se a constante urbanização das cidades, que no Brasil frequentemente ocorre de forma desordenada e resulta na ocupação de áreas inadequadas para moradias, normalmente sem infra-estrutura mínima e saneamento básico necessários (SÁ et al., 2005). Além disso, fatores como o assoreamento dos corpos d’água - causados principalmente pelo desmatamento de grandes áreas para a instalação de pastagens, atividades agrícolas e outras - e despejos de efluentes líquidos e resíduos sólidos que prejudicam a qualidade das águas, colocam em risco a saúde da população que é abastecida por elas. A ingestão de água contaminada por agentes biológicos ou físico-químicos pode ser associada
a
várias
doenças,
como
a
Cólera,
Diarréia,
Febre
Tifóide,
Giardíase,
Esquistossomose, dentre outras. Além disso, algumas epidemias de doenças gastrointestinais têm como forma de infecção o consumo de água contaminada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 5 milhões de crianças, a maioria residente em países de terceiro mundo, morrem por ano vítimas de diarréia (CAJAZEIRAS, 2007). Devido a isso, a qualidade da água de abastecimento deve ser uma preocupação incessante para a comunidade, poder público e concessionárias responsáveis pela captação, tratamento e distribuição da água (FERREIRA et al., 2006). As condições gerais de saneamento observadas principalmente em pequenas cidades brasileiras são deficientes, o que reflete em consequências à saúde da população. Portanto, políticas públicas voltadas para a melhoria nos serviços de saneamento e ainda a garantia de fornecimento da água dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde se fazem necessários a fim de oferecer melhor qualidade de vida aos usuários. No município de Ouro Preto – MG, com aproximadamente 70281 habitantes e densidade demográfica de 56,41 hab/km² (IBGE, 2010), a execução dos serviços de saneamento, até 2005, era de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras da prefeitura. Porém, visando garantir melhorias no serviço de abastecimento de água e coleta e tratamento dos esgotos em
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Ouro Preto (MG), foi criado em 2005 o Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto (SEMAE-OP). Sendo assim, o SEMAE-OP é responsável pela execução dos serviços de coleta, tratamento e distribuição de água e esgoto no município. O abastecimento de água na sede do município é executado através de duas Estações de Tratamento de Água (ETA) somado a pequenas captações que recebem apenas a desinfecção. Já dos doze distritos que o município possui, apenas dois deles possuem ETA, sendo duas em Cachoeira do Campo e uma em Antônio Pereira. Os demais distritos são abastecidos por águas de captações superficiais, nascentes ou de poços artesianos e são ‘tratadas’ apenas com a adição de cloro. Diante da situação descrita e do número reduzido de informações sobre os serviços de coleta e distribuição de água às populações dos distritos e povoados de Ouro Preto (MG), optou-se por desenvolver o presente estudo, o qual objetiva-se em analisar a qualidade das águas distribuídas nessas localidades no que se refere aos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Além disso, visa atender a demanda do SEMAE-OP tendo em vista ter sido informado por aquela autarquia a ausência de estudos, mesmo que preliminares, sobre a qualidade da água de abastecimento nos distritos e povoados de Ouro Preto. Esse levantamento serve de base para o desenvolvimento de iniciativas que visam melhor atender as populações dessas localidades no que se refere à distribuição de água de boa qualidade inibindo assim, riscos de doenças de veiculação hídrica. Metodologia: Analisar as águas distribuídas às populações dos distritos de Ouro Preto, tendo como base os principais parâmetros físico-químicos e microbiológicos estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Descrição da Área de Estudo Localizado na região central do estado de Minas Gerais, na região sul da Serra do Espinhaço e a sudeste do Quadrilátero Ferrífero (QF), na zona minero-metalúrgica do estado, o município de Ouro Preto possui população de 70281 habitantes e área de aproximadamente 1246 km² (IBGE, 2010). Conhecido mundialmente por seu patrimônio histórico e conjunto arquitetônico, o município é, também, “guardião” de um patrimônio natural importantíssimo, pois nele nascem importantes rios estaduais. A uma altitude de aproximadamente 1150 metros e com seu ponto mais alto no Pico do Itacolomi com 1772 m, sua região é caracterizada como uma área de transição entre os domínios dos biomas da Mata Atlântica e Cerrado (OURO PRETO, 2011). O município de Ouro Preto (MG) faz divisa com outros 10 municípios, sendo eles Mariana, Piranga, Catas Altas da Noruega, Itaverava, Ouro Branco, Congonhas, Belo Vale, Moeda, Itabirito e Santa Bárbara. Seu território é dividido entre os distritos de Amarantina, Antônio Pereira, Cachoeira do Campo, Engenheiro Corrêa, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier,
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Rodrigo Silva, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu, (OURO PRETO, 2011). Coleta de Dados O presente estudo foi desenvolvido em duas etapas distintas de forma a acompanhar o cronograma de coletas e visitas do SEMAE-OP aos distritos e povoados do município de Ouro Preto. A primeira aborda a verificação da qualidade das águas distribuídas referentes aos parâmetros físico-químicos da Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Para tanto, foram utilizados os resultados das análises físico-químicas do Projeto “Avaliação da Qualidade das Águas e dos Pontos de Captação para Abastecimento nos Distritos do Município de Ouro Preto (MG) Como Suporte à Prevenção de Problemas de Saúde Pública” desenvolvido pela UFOP em parceria com o SEMAE-OP e financiado pelo Programa de Extensão Universitária de 2009 (PROEXT/2009) do Ministério da Educação. A segunda etapa baseou-se na determinação da qualidade das águas no que se refere aos parâmetros microbiológicos: Coliformes Totais, Bactérias Heterotróficas e Coliformes Termotolerantes. As visitas para coletas das amostram foram realizadas seguindo o roteiro operacional dos funcionários do SEMAE-OP. Já as análises foram executadas pelo Técnico Químico do SEMAE-OP, no laboratório microbiológico da Estação de Tratamento de Água do Itacolomi em Ouro Preto. Coleta e Análise Físico-Química das Águas A determinação do número de pontos amostrados em cada distrito, a localização dos mesmos e os parâmetros analisados partiu de diversas conversas e reuniões com a equipe do SEMAE-OP. Para a execução das coletas e posterior análise das águas de abastecimento dos distritos e povoados uma empresa especializada foi contratada. Os recursos financeiros para execução desse serviço foram oriundos do projeto de extensão universitária. A campanha de coleta das amostras e as visitas aos pontos de captação e distribuição eram acompanhadas de um funcionário do SEMAE-OP, um membro da equipe executora do referido projeto e um funcionário da empresa contratada. As localizações dos pontos de coleta eram informadas pelo funcionário do SEMAE-OP e as coletas realizadas pelos funcionários da empresa contratada. Visando diagnosticar de forma mais precisa e que represente fielmente a realidade da água consumida pela população, optou-se por coletar, sempre que possível amostra de “água tratada”. O período de coleta das amostras consistiu de 03 a 05 de novembro de 2010. Durante todas as coletas e análises das amostras em campo o técnico especializado utilizava luvas descartáveis, aparelhos e recipientes esterilizados a fim de evitar possíveis contaminações e erros nas análises. A metodologia utilizada para quantificação dos parâmetros físico-químicos de qualidade da água está preconizada no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 2005.
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As coletas e análises de campo foram realizadas por um funcionário do SEMAE-OP previamente treinado para desenvolver essas atividades. A fim de evitar contaminações das amostras, o funcionário responsável pelas coletas realizava a assepsia das mãos e torneiras com álcool etílico para posterior manuseio dos equipamentos. A localização dos pontos de coleta foi pré-estabelecida pela equipe do SEMAE-OP e todas as coletas, sempre que possível, obedeciam tal determinação. Após a coleta, as amostras eram armazenadas em uma caixa de isopor e guardadas na geladeira para posterior análise em laboratório. Todas as análises foram realizadas no Laboratório Microbiológico da Estação de Tratamento de Água do Itacolomi sob a responsabilidade de Cláudio Costa Soutto Mayor, técnico químico do SEMAE-OP. Os métodos adotados para verificação da presença ou ausência de bactérias do grupo dos coliformes (Coliformes Termotolerantes e Totais) e quantificação de Bactérias Heterotróficas foram o Método do Substrato Cromogênico e o Método Pour Plate, respectivamente, preconizados no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 2005. Essas bactérias do grupo coliforme são amplamente utilizadas como indicadoras de contaminação da água, pois estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres humanos; sua presença na água é diretamente proporcional ao grau de contaminação fecal e são facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis. Possuem maior tempo de vida na água quando comparadas às bactérias patogênicas intestinais, pois são incapazes de se multiplicarem em corpos d’água e menos exigentes em termos nutricionais e, além disso, são mais resistentes à desinfetantes do que os germes patogênicos (BRASIL, 2006). Já a determinação do número de bactérias heterotróficas, expresso em Unidades Formadoras de Colônias (UFC), é realizada visando à avaliação da eficiência do processo de tratamento da água utilizado. Além disso, é importante conhecer a densidade dessas bactérias na amostra, pois um grande aumento desta população pode prejudicar a detecção de bactérias do grupo dos coliformes. Embora a maioria das bactérias heterotróficas não seja patogênica, elas podem representar riscos à saúde, como também, prejudicar a qualidade da água, provocando odores e sabores desagradáveis (BRASIL, 2006). Método do Substrato Cromogênico Para execução de tal método em laboratório é necessário realizar a coleta da amostra em um recipiente estéril (frasco ou saco de coleta) contendo tiossulfato de sódio a 10% para a água tratada. No mesmo recipiente adiciona-se o substrato cromogênico e, com o recipiente fechado, agita-se a mistura levemente até a completa homogeneização para posteriormente ser levada para incubação por 24 horas (BRASIL, 2006). Após esse período de incubação, a solução deverá ser retirada da estufa e a cor amarela será observada, caso ocorra presença de Coliformes Totais na amostra. Após esta determinação, o frasco ou saco de coleta deverá ser aproximado a uma lâmpada ultravioleta de 365 nm. Caso ocorra a fluorescência azul significa que há presença de Escherichia coli na
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amostra examinada. Entretanto, caso a amostra permaneça transparente, o resultado é negativo, tanto para Coliformes Totais como para Escherichia coli (BRASIL, 2006). Método do “Pour Plate” A técnica do Pour Plate consiste em adicionar 1 ml da amostra a ser analisada em uma placa de Petri vazia e esterilizada. Em seguida adiciona-se nesta placa o Agar fundido, numa temperatura de aproximadamente 45ºC, mistura-se levemente a solução, com movimentos circulares,
até
a
completa
homogeneização.
Posteriormente,
por
um
período
de
aproximadamente 04 minutos, deixa-se a mistura solidificar para em seguida inseri-la numa incubadora por 48 horas para que colônias de bactérias se desenvolvam no interior e na superfície do Agar. Após esse período, realiza-se a contagem do número de colônias bacterianas existentes na placa, o qual não deve exceder 500 UFC para que a amostra se enquadre no limite estabelecido pela Portaria nº 518/2004 do MS (DOMINGUES et al., 2007). Resultados e Discussão: Análise Físico-Química A qualidade da água foi analisada uma única vez nos 32 pontos de distribuição estudados e constatou-se que o resultado das análises físico-químicas das águas de abastecimento público nos distritos e povoados de Ouro Preto apresentou valores fora dos estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do MS, apenas para Cloro Residual Livre, Cor Aparente, Ferro e Turbidez, dentre os 28 parâmetros definidos. Considerando os dados apresentados pela empresa responsável pelas análises físicoquímicas das águas de abastecimento nos distritos e povoados de Ouro Preto, é possível observar que a maioria dos parâmetros analisados encontra-se dentro do limite estabelecido na Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Porém, as localidades de Serra do Siqueira, Santo Antônio do Leite, Doutor Rocha Lagoa, Alto da Beleza e Santa Rita (Sistema Bené) apresentaram resultados insatisfatórios para o parâmetro Cor Aparente. Já a Turbidez excessiva foi encontrada nas águas dos distritos de Serra do Siqueira, Cachoeira do Campo (Alto da Beleza) e Santa Rita (Sistema Bené). Dos distritos onde é realizada a cloração, apenas a Chapada, Santa Rita (Sistema Bento), Bocaina, Engenheiro Corrêa, Santo Antônio do Leite e Antônio Pereira apresentaram valores de Cloro Residual inferiores ao estabelecido na Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Esses valores da concentração de cloro aquém do padrão de potabilidade podem ser causados, provavelmente, pela falha do operador responsável pela adição desse produto e, além disso, podem causar contaminações na água por agentes microbiológicos. As localidades Rodrigo Silva (Sistema da Fazenda), Mota de Cima, Glaura, Santa Rita (Poço 1), Santa Rita (Sistema Bené) e Santa Rita (Poço 2), recebem a cloração separadamente ou são misturados às águas provenientes de outras captações, porém, a amostra coletada para análise foi de água bruta, ou seja, sem nenhum pré-tratamento. O
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parâmetro Ferro foi o que mais se apresentou em desacordo à legislação, sendo encontrado fora dos limites nos distritos de Santa Rita (Sistemas Bento, Engenho e Bené), Serra do Siqueira, Mota de Cima, Santo Antônio do Leite, Doutor Rocha Lagoa, Alto da Beleza em Cachoeira do Campo, Glaura e Engenho D'água. Apesar dos valores obtidos nesse trabalho serem animadores, tais resultados não deve ser considerado como de caracterização real da água distribuída nos distritos e povoados de Ouro Preto, pois são referentes a apenas uma amostra da água distribuída no mês de novembro de 2010. Porém, os valores servem de base para comparações com resultados de análises futuras e, ainda, para a adoção de medidas mitigadoras e preventivas pelo SEMAE-OP. Portanto, esse trabalho preliminar deve ser visto apenas como um diagnóstico momentâneo da qualidade da água distribuída nos distritos e povoados de Ouro Preto, mas os dados mostram que as águas, de certo modo, podem ser consideradas de boa qualidade uma vez que atendem a maioria dos parâmetros determinados pela Portaria nº 518/2004 do MS. Considerando as amostras que apresentaram resultados fora dos limites estabelecidos pela Portaria 518/04 do MS, é possível fazer uma relação com o estudo desenvolvido por OLIVEIRA (2010), e determinar possíveis causas para o não cumprimento das exigências da legislação. Analisando os dados e as características das captações descritas por OLIVEIRA (2010), medidas corretivas devem ser tomadas a fim de adequá-las à legislação, tais como: 1. Implantação de sistemas de decantação para separação e retirada dos sólidos mais densos que a água; 2. Implantação de sistemas de filtração para retenção de sólidos em suspensão; 3. Adoção de medidas de controle e recuperação de processos erosivos responsáveis pelo assoreamento dos mananciais, principalmente nas captações de Serra do Siqueira (P12), Alto da Beleza (P20) e Santa Rita – Sistema Bené (P30), pois estas apresentaram desconformidades para os parâmetros Cor Aparente, Turbidez e Ferro; 4. Fiscalização e limpeza periódicas nas barragens e em seu entorno; Segundo PRIANTI Jr et al. (2005), a combinação dos processos de aeração, decantação, filtração e cloração é capaz de remover o ferro e o manganês presentes na água. Sendo assim, adotando-se tais medidas os principais fatores prejudiciais às águas desses mananciais serão eliminados e consequentemente, a água distribuída à população terá uma melhor qualidade. Além disso, esses processos de tratamento removem a matéria orgânica presente na água evitando que a mesma se combine com o cloro, do processo de desinfecção, e formem substâncias cancerígenas para seres humanos. Análise Microbiológica Dentre os três parâmetros microbiológicos analisados nas águas de abastecimento dos distritos e povoados de Ouro Preto o que apresentou o maior número de localidades em desacordo à Portaria nº 518/2004 do MS foi o Coliformes Totais. Esse parâmetro foi
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encontrado em cinco localidades na primeira amostragem (Bocaina, Mota, Engenheiro Correa, Coelhos e Soares) e duas na segunda amostragem (Bocaina e Rodrigo Silva – Sistema Fazenda). Já as Bactérias Heterotróficas, foram quantificadas apenas na primeira amostragem e nas localidades de Bocaina, onde obteve resultado insatisfatório, e Engenheiro Corrêa. Em ambas as amostragens realizadas os Coliformes Termotolerantes não foram registrados em nenhuma das localidades trabalhadas. Considerando os resultados, observa-se que houve uma melhora significativa dos parâmetros analisados entre as amostragens 01 e 02, pois das cinco localidades que registraram presença de Coliformes Totais na primeira amostragem, apenas Bocaina obteve o mesmo resultado na segunda. Essa melhoria pode estar relacionada com o aumento da concentração de cloro residual observada da primeira para a segunda amostragem, em algumas das localidades. Além disso, a redução das Bactérias Heterotróficas observada em Bocaina pode, também, estar vinculada ao aumento do cloro residual, pois, este é um indicador de qualidade da água e quando apresenta-se com valores abaixo do estabelecido pela legislação a água pode conter bactérias nocivas aos seres humanos. O parâmetro Coliformes Termotolerantes apresentou o resultado mais satisfatório entre os analisados, pois não esteve presente em nenhuma das amostras coletadas. Esse resultado significa que nenhuma das amostras continha contaminação fecal, ou seja, presença da bactéria Escherichia coli na água. Por se tratarem de apenas duas amostras aleatórias, esses resultados não servem como parâmetro para se caracterizar a qualidade da água distribuída, porém servem de base para que ações corretivas sejam tomadas. Além disso, devem ser inseridos num banco de dados para facilitar e subsidiar as ações do SEMAE-OP visando à melhoria da qualidade e o atendimento, na íntegra, ao Decreto Federal nº 5440 de 2005. Conclusão: A vigilância e o controle da qualidade da água para consumo humano são importantes instrumentos para a prevenção de doenças e a promoção da saúde pública. Por isso, faz-se necessário o constante monitoramento dos parâmetros de potabilidade a fim de detectar possíveis mudanças das características físicas, químicas e/ou microbiológicas que podem correr na água, como consequência de fatores externos, e prejudicar sua qualidade. Sendo assim, é importante que órgãos responsáveis pela coleta, tratamento e distribuição da água para abastecimento humano se conscientizem sobre a necessidade de criar e manter um constante programa de monitoramento de sua qualidade, tendo como referências os limites e parâmetros estabelecidos na Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. A análise físico-química das águas dos distritos e povoados de Ouro Preto revelou que a maioria dos parâmetros avaliados encontra-se dentro dos limites estabelecidos pela referida portaria, porém em algumas localidades os parâmetros Cloro Residual Livre, Cor Aparente, Ferro e Turbidez estiveram fora do determinado pela legislação. Portanto, é fundamental que
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sejam identificadas as possíveis causas para o desacordo e que ações corretivas sejam tomadas visando a adequação aos padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação. Já as análises microbiológicas apresentaram uma melhora significativa quando comparadas as duas análises executadas neste estudo, porém é necessário um maior controle da dosagem de cloro e ainda a realização de análises das bactérias Heterotróficas em todas as localidades para a garantia da adequação à Portaria nº 518/2004 do MS. Conforme apresentado no Artigo 23 da Portaria nº 518/2004 do MS, “toda água destinada ao consumo humano que seja captada em manancial superficial e distribuída por canalização deve possuir, dentre outras, a filtração como forma de tratamento”. Porém, durante a execução dos trabalhos de coleta, observou-se que a maioria das localidades recebe apenas a cloração como forma de tratamento da água, o que é considerado insuficiente para a remoção de todos os fatores externos contaminantes. Na maioria das localidades onde as amostras se apresentaram fora dos padrões de potabilidade ações simples podem solucionar tais problemas, como é o caso da implantação de sistemas de decantação e filtração anteriormente à cloração. Além disso, é fundamental a realização da cloração nas localidades de Doutor Rocha Lagoa, Serra do Siqueira e Tabuões para eliminação de possíveis contaminantes microbiológicos presentes na água distribuída, além do aumento da vigilância e controle da adição de cloro nas localidades onde esse parâmetro não atendeu aos padrões de potabilidade. Apesar de importante para o fornecimento de dados e informações necessárias ao SEMAE-OP para a execução de atividades preventivas e corretivas nos sistemas de abastecimento estudados, o presente estudo não serve como parâmetro de caracterização da real situação das águas distribuídas nos distritos e povoados de Ouro Preto. Para isso é preciso que análises sistemáticas sejam realizadas e caso algum resultado permaneça em desacordo aos limites estabelecidos, ações corretivas devem ser tomadas e novas análises executadas até que todas as amostras se enquadrem à legislação. De forma geral sugere-se ao SEMAE-OP algumas ações, além das já apresentadas anteriormente, que objetivam-se em melhorar o serviço de abastecimento público e ainda garantir uma melhor qualidade à água distribuída, tais como: a realização de análises físicas, químicas e microbiológicas com frequência mínima mensal, semestral e quinzenal, respectivamente para identificação de possíveis contaminantes e construção de um banco de dados completo que subsidie as ações preventivas e corretivas do SEMAE-OP; divulgação periódica às populações da sede, distritos e povoados dos resultados das análises realizadas e a promoção de algumas melhorias nos mananciais e redes de distribuição, tais como: cercamento e limpeza das captações, revitalização das vegetações de entorno, controle dos processos erosivos que causam assoreamento nas captações e reparo nas barragens e tubulações de distribuição que encontram-se danificadas. Palavras-chave: saneamento, ouro preto, abastecimento, qualidade da água.
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DIAGNÓSTICO DE UM CENTRO DE ESTUDOS SUPLETIVOS O QUE É QUALIDADE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS?
Luciana Bandeira Barcelos
UERJ/ProPEd – Mestranda
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E-mail: lubbarcelosrj@yahoo.com.br
Eixo Temático: Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas Introdução: A educação de jovens e adultos, compreendida como educação que vai além da escolarização e que ocorre em diferentes espaços, incorpora o sentido de formação humana que, por ser humana, é ininterrupta e inacabada; por ser formação, é continuada, ou seja, se faz por toda a vida. Essa educação tornou-se exigência para a vida atual.A partir do reconhecimento do direito de todos à educação, indaga-se se a concepção de EJA como formulada — consequência e necessidade da vida contemporânea e requerimento da cidadania — tem se efetivado nos espaços escolares, especialmente nos CEJAs, que ofertam a EJA em regime semipresencial, por módulos. Busca-se investigar no estudo de caso se os resultados obtidos pelos alunos denotam qualidade nos processos oferecidos, decorrentes de práticas pedagógicas instituintes.A origem conceitual dessa proposta, que se deu em contexto histórico bastante diverso, na década de 1970, e que resiste há mais de 40 anos, tendo passado por diferentes
governos,
ordenamentos
legais
e
concepções,
sem
que
tenha
sofrido
descontinuidades ou mesmo sido extinta, à semelhança de tantas outras iniciativas da política educacional brasileira, justifica a investigação ora proposta, na forma como instituições absorvem e reinventam políticas públicas, em práticas cotidianas.
Metodologia: O movimento empreendido no CEJAem questãoapresenta aspectos singulares, ainda que possam ser evidenciadas semelhanças com outros casos e situações.Seu estudo, embora localizado, poderá fundamentar algumas possíveis generalizações para situações análogas, e orientar novas ações, tendo em vista diversas possibilidades que a EJA ali desenvolvida oferece.O recorte temporal do estudo compreende o período entre os anos de 2002 a 2009 e investiga os movimentos pedagógicos que ocorreram nessa unidade escolar, com a instituição de atividades coletivas e diversificadas complementares ao estudo por módulo. Utilizo como fontes de pesquisa documentos legais nacionais e acordos internacionais dos quais o país é signatário; a documentação legal da SEEDUC/RJ; o projeto político pedagógico da unidade escolar; dados estatísticos da escola, além de outros levantados que relatem a atuação do CEJA e que possam ser interpretados no âmbito da função desse espaço institucional.Utilizo como procedimento para a coleta de dados: a observação diretados sujeitos alunos, olevantamento documental, a aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas realizadas com professores e alunos.
Resultados e Discussão:
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Por se tratar de pesquisa em andamento, ainda não tenho resultados definitivos, apenas indícios, obtidos durante a coleta de dados, fase em que a pesquisa se encontra. Diante desse fato, considero temerário divulgar tais dados, ainda não analisados. Esclareço apenas que a pesquisa vale-se de indicadores de qualidade definidos com base em diversas contribuições teóricas, buscando verificar se as tentativas de superação do modelo tradicional de ensino instituído no CEJA contribuíram para a melhoria da qualidade de ensino, o que vem sendo feito relacionando concepções vigentesna EJA e práticas instituintesdiversificadas de atendimento a jovens e adultos, nesse espaço.Em relação à qualidade de ensino, serão analisadas as dimensões processos de ensino e aprendizagem e fluxo escolar, buscando identificar quem são os alunos que ingressam nessa escola e conseguem concluir o curso, qual o tempo médio dispendido e a maneira como concluem, se da forma tradicional, o mecanismo “leva o módulo, estuda e faz a prova” ou se a partir de práticas instituintes. E ainda se de fato essas práticas instituintes representam uma alternativa a seu modelo de atendimento padronizado, instrucional, ou se apenas “mudam o rótulo” de suas práticas, sem mudar efetivamente seus objetivos e concepções.
Conclusão: Ao tempo em que políticas nacionais para a EJA tomaram vigor e passaram a constituir dever do Estado em defesa do direito à educação, tomar a proposta que se vive neste CEJA, desde 2002, significa mergulhar em profundidade na compreensão do seu fazer. Esse mergulho implicará a avaliação de suas práticas, em busca da revelação de indícios de qualidade no atendimento, incluindo dados de sucesso dos matriculados nessa modalidade de oferta, em um conjunto de indicadores que possam diagnosticar qualidade de ensino na EJA. A interpretação dos dados organizados poderá oferecer-me compreensões sobre a natureza e finalidades pedagógicas depráticasinstituídas/instituintese que relação estabelecem com o conceito de qualidade de ensino. A leitura quantiqualitativa poderá revelar como essas práticas são compreendidas/apreendidas pelos sujeitos e como se refletem na vida de cada um.
Apoio: CAPES / INEP - Observatório da Educação
Palavras –chave : Educação de Jovens e Adultos, Centro de Estudos de Jovens e Adultos, Qualidade na Educação
A EMERGÊNCIA DAS FUNDAÇÕES E INSTITUTOS EMPRESARIAIS NO RIO DE JANEIRO
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Maria Cecilia Costa Mansur (1) (1) Professora substituta da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense – Niterói, Mestre e Doutoranda em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social/Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Email: mcecilia_mansur@hotmail.com
Eixo Temático: Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas Introdução: Este trabalho constitui-se no resultado de parte da dissertação de nossa dissertação de mestrado que abordou o tema da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), especialmente as Fundações e Institutos empresariais como “braços sociais” da empresa. Seu advento encontra-se inserido no conjunto das transformações societárias decorrentes da crise do capital da década de 1970. Surge nos Estados Unidos da América (EUA) chegando ao Brasil mais enfaticamente na década de 1990, no qual ações filantrópicas são substituídas por projetos sociais sistematizados para contribuir com desenvolvimento social no bojo da contrareforma do Estado. Trata-se de uma nova estratégia de hegemonia e de acumulação, ao criar consenso na sociedade mediante o marketing social e outros meios. Apregoa-se uma nova cultura empresarial em que o “social” passa a permear a estrutura organizacional para garantir a sustentabilidade dos negócios. Observa-se a utilização da pobreza e da degradação ambiental como estratégia de lucro. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa teórica-empírica, de caráter descritivo-analítica e de natureza exploratória, tendo como objeto de estudo a apreensão dos condicionantes de criação das Fundações e Institutos Empresariais criadas por empresas, especialmente de grande porte, nacionais e multinacionais que vem desenvolvendo a chamada Responsabilidade Social Empresarial (RSE). Também foram utilizadas técnicas de coleta de dados como a análise documental e questionário semi-estruturado, tendo a perspectiva teórica marxista enquanto teoria e método de investigação. As instituições estudadas encontraram-se cadastradas nos seguintes órgãos: o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e FUNPERJ (Federação das Fundações privadas do Rio de Janeiro), sendo definido uma amostra de 60%, sendo todas com sede no estado do Rio de Janeiro. A escolha da amostra foi definida a partir de variáveis congruentes como o período de criação, no qual foram escolhidas as mais novas e mais antigas afim de analisar os determinantes econômico-sociais da criação; a nacionalidade - oriundas tanto de empresas nacionais quanto
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internacionais e a diversidade da área de atuação - as que realizam ações sociais em áreas diversificadas. Resultados e Discussão: A partir de parte da pesquisa socializada neste trabalho, constatou-se que os motivos de criação de fundações e institutos empresariais pelas empresas relaciona-se com a preocupação de focalizar, racionalizar e profissionalizar as ações sociais de RSE. Ao eleger uma ou algumas causas, adquirem maior êxito nos resultados, pois focalizando as ações, diminuem riscos de perder o controle das atividades. A categoria racionalização, imbrica-se com a “nova gestão social” de forma sistematizada, sinalizando um tom de “profissionalização” das atividades, o que implica em ações “profissionais” e “não amadoras”, dotadas de planejamento e estratégia, enquanto um antídoto à práticas pontuais e caritativas. Esta racionalidade engendra-se com a categoria profissionalização ao sugerir profissionais altamente qualificados, capazes de elaborar, implementar, liderar e gerenciar equipes e projetos e, ainda, monitorar e avaliar, além de uma ágil comunicação com os seus parceiros. Conclui-se que além da isenção fiscal das empresas, os fatores determinantes para a criação dessas novas instituições de RSE relaciona-se como uma nova forma de obter e aumentar sua hegemonia na sociedade ao cristalizar sua imagem, garantido seu mercado consumidor. Conclusão: Observa-se que a RSE tem tido grande aderência pelas empresas, principalmente as de grande porte, como uma “nova cultura empresarial”, fruto das reconfigurações do capitalismo no final do século XX, cuja tendência é de crescimento. E para obter uma maior hegemonia perante a sociedade (Estado, população, meio ambiente e parceiros das empresas), criam fundações e institutos empresariais para fortalecer sua imagem perante a sociedade e consequentemente sua marca, aumentando seu consumo. Observa-se que a gestão empresarial apropria-se do marketing social como peça fundamental para a sobrevivência, competitividade e aumento da acumulação. Os dados encontrados na pesquisa demarcam esta racionalidade, na medida em que justificam e relacionam a criação destas instituições sociais ao sucesso da prática de RSE. Ressalta-se que a implementação da RSE, seja através de fundações e institutos empresariais ou por via de departamentos de Responsabilidade Social, surgem como um dos aspectos da reestruturação do capital mediante o conjunto das transformações societárias como uma resposta a crise da década de 1970, que desencadeou uma nova postura do empresariado, denominada de Responsabilidade Social Empresarial (RSE).
Instituição de fomento/apoio: Bolsa CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) ao Programa de Pós-Graduação de Serviço Social da UERJ.
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Palavras-chave: Responsabilidade Social Empresarial; Fundações e Institutos Empresariais; hegemonia; acumulação; marketing social.
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE DO BAIRRO DE VILA ISABEL E A PARTICIPAÇÃO POPULAR DO SAMBA ENTRE AS DÉCADAS DE 1910 A 1930 Andrés Wescley Machado (1), Pedro Luiz Teixeira de Camargo (1)
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Graduado em História pela Universidade do Grande Rio; (2) Biólogo; Especialista em Gestão
Ambiental, Mestrando em Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental pela UFOP/MG;
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E mail: pedro0peixe@yahoo.com.br Eixo Temático: Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas; Introdução: Olhar para o “samba” em perspectiva histórica, é assim percebê-lo a partir de um complexo de representações sociais, políticas, culturais e econômicas nos quais foi sendo continuamente construído (MACKIENZIE, 2003). Antes de realizar uma análise do processo de modificações ocorrido sob o enredo do samba, deve-se primeiro fazer uma análise do samba não como sendo somente um gênero musical, mas sim como fenômeno cultural que se desenvolve como uma trama histórica de uma prática histórico-cultural, marcada na sociedade carioca no início do século XX e nas relações sociais, econômicas e culturais que lhe são subjacentes. Essa abordagem possibilitará o entendimento das modificações ocorridas no samba que demarca os patamares utilizados como referência para este trabalho. Seria um grande erro conceber o movimento do samba como um destino irrecorrível, resultante de um poder absoluto e sem alternativas. Setores ponderáveis do pensamento contemporâneo, como Michel Foucault, têm-se dado conta de que nenhum poder se exerce sem que haja resistência. Talvez seja melhor dizer resistências: os incontáveis lugares que rompam as opacidades sociais e individuais instituídas pelo poder. Embora essas resistências – táticas, funcionamentos, matrizes de sentido – possam estar no interior do campo de poder, deste não são dedutíveis à maneira de uma contrapartida lógica, de uma classe negativamente complementar. (SODRÉ, 1998) Os patamares utilizados são definidos através da trajetória do samba elaborada por Carlos Sandroni, para isso ele analisa os “ciclos de mutação estéticas” do gênero, juntamente com as práticas sociais que a cercam. Sendo o primeiro “ciclo longo” denominado do “Lundu ao Samba”, e o segundo sendo mais curto, porém mais significativo para análise samba que se conhece atualmente, “De um samba a outro”. No Primeiro ciclo encontra-se o primeiro momento do samba carioca, cujas origens remontam ao século XIII e XIX praticado, sobretudo nas festas na casa das “tias baianas” (1917-1921), onde destacam compositores como Donga e João da Baiana. O segundo classifica-se como sendo o “ciclo curto” de transformações, (operadas entre 1927 e 1933). Neste último ciclo, o samba ganha sua feição mais atual. Com uma “nova identidade rítmica”, marcada pelo surgimento das escolas de samba; “cultural”, pelo fato de “romper” com as barreiras sociais se consolidando na cultura urbana carioca, através da inserção em várias classes e grupos sociais; e comercial, adquirindo sua feição fonográfica e radiofônica, portanto, tornando-se um produto cultural consumível em larga escala.
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Quando Roberto Moura faz referência a Alejandro Ulloa para mostrar como cultura popular se mostra como fator gritante na cultura da modernidade nos países da América Latina, mostra que foi formada sob grande influência do processo de exclusão de certos grupos étnicos. Em destaque é abordada a questão dos negros, devido a todo desdobramento do processo de escravidão que abriga quase no mesmo patamar os excluídos e marginalizados que compuseram a massa do lupesinato. Segregados junto a esses grupos tem-se uma grande massa de proletariado, que sofre com as más condições de emprego, tendo que habitar também os locais de moradias populares. “A grande contribuição da América Latina à cultura da modernidade
é
a
música
popular
que
emerge
simultaneamente em várias cidades latinas americanas resultadas de um processo de produção coletiva cujos protagonistas eram as maiorias pobres das novas metrópoles” (MOURA,1983) Fruto da Reforma Sanitarista,foi formado nesse espaço dois Rios que dialogam entre si. De um lado um Rio com o toque francês que molda a arquitetura das edificações como o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Bulevares, cafeterias e mesmo os cabarés do Centro da cidade e de outro, Rio das moradias populares, da exclusão, dos ritos de candomblé, dos sambas e dos malandros. Nicolau Sevcenko comenta: “Na verdade, [como constata João do Rio], surgiam dois Rios de Janeiro frutos da reforma, o da Regeneração, da nova norma urbanística, racional e técnica, e o outro, o labirinto das malocas, do desemprego compulsório e ‘livre de todas as leis’” . A reforma urbana somado ao processo de industrialização da segunda metade do século XIX fez com que solidificassem núcleos suburbanos em torno das estações de trem, além de levar para bairros como São Cristovam, Tijuca e Vila Isabel, considerados bairros aristocráticos um número considerável de proletariado, transfigurando alguns deles como bairros fabris. Muitos Trabalhadores habitavam as moradias cedidas pela própria fábrica. Com o número de interessados era maior do que o número de vagas, logo, começou-se formar habitações irregulares formando um tecido urbano que no século XX se tornaria praticamente contínuo. Todo esse crescimento urbano direcionado para Zona Norte e subúrbio que intensificou a presença das camadas populares nesses bairros, fez com que se criassem núcleos culturais que interagiam entre si nos espaços comuns forjados pelas escolas de samba e blocos, impulsionados fortemente pela indústria fonográfica. Esta que acaba “servindo” de trampolim para os sambistas se destacarem e saírem do foco direto do estereótipo marginal, tudo isso dentro de um processo de criação da identidade nacional. Como aponta Sérgio Cabral, uma nova forma de manifestação artística que se espalha pelos morros do Rio de Janeiro com uma velocidade espantosa, juntamente com a instituição escola de samba. Porém essa expansão não se dará somente nos morros do Rio, se dará também em bairros como o de Vila Isabel, que irá configurar um novo tipo de samba, auxiliando no processo de afirmação do samba
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como identidade nacional, tendo Noel Rosa como seu principal protagonista e que servirá de exemplo para descrever a boemia do Bairro de Vila Isabel. Metodologia:
Objetivo Este estudo objetiva abordar a construção de identidade do Bairro de Vila Isabel entre as décadas de 10 a 30, apresentando a trajetória de um bairro da zona norte carioca que se consolida como “zona boêmia”, “cultuada” por vários poetas, artistas e compositores através de músicas, poesias e novela, afirmada e reafirmada através de diversos monumentos “espalhados” pelo bairro, assim como na memória coletiva de seus moradores. Coleta de Dados A metodologia utilizada para o seguinte trabalho dialoga em grande parte com fontes bibliográficas, tanto científicas que servirão de alicerce teórico a utilização de conceitos como identidade e memória coletiva, assim como diversas produções literárias que reforçam as questões simbólicas que cercam o ethos do bairro, neste caso têm-se a figura de Noel Rosa, Martinho da Vila e da própria escola de samba que leva o nome do bairro. Em relação às fontes primárias serão utilizados documentos oficiais, relatos e obras artísticas como trechos de canções, poesias e matérias de jornais da época. Resultados e discussão: “Deixa Falar”, o Estácio de Sá Sob grande influência do “bota abaixo” e de todo desdobramento das questões que antecedem o período das reformas urbanas no Rio de Janeiro, como a abolição da escravatura e o crescimento desordenado de um centro urbano que concentrava um comércio informal desordenado, esses fatores contribuem para o surgimento das favelas. É nesse reduto que será formado o samba mais percussivo, com ritmo mais próprio e se distanciando dos ritmos que lhe deram origem, como o maxixe e o lundu, passando a ser conhecido como “samba do morro”. Essas transformações compreendem também um novo entendimento que os próprios sambistas passaram a ter do samba, a construção de uma nova memória histórica justificadora dos novos locais de se praticar (ou de se fazer) o samba, uma nova temática das letras, o surgimento da necessidade de o sambista se relacionar com os recentes meios de comunicação de massa etc. Além disso, o processo foi reforçado pelo aparecimento e desenvolvimento das escolas de samba, em sua maioria proveniente dos morros ou adjacências. Nei Lopes define o samba com “origem” no Estácio como sendo o samba “urbano”, tendo como principais características o fato de ser “dançado e cantado em cortejo, em partido-alto, próprio para ser cantado em roda” (LOPES, 1992).
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Ismael Silva, como sendo um dos principais nomes desse “samba urbano”, definiu como sendo necessária a modificação do samba, pois nos moldes “anteriores” não contribuíam para o desfile dos blocos, o próprio Ismael explicou dessa forma a Sérgio Cabral: “O estilo (antigo) não dava para andar. Eu comecei a notar que havia uma coisa. O samba era assim: tan tantan tan tantan. Não dava. Como é que um bloco ia andar na rua assim? Aí a gente começou a fazer um samba assim: “bun bun paticumbumpruburumdum”. Essa nova forma de fazer samba criou polêmica com os antecessores da praça onze, como a discussão tão conhecida entre Donga e Ismael Silva, onde Ismael dizia que “Pelo Telefone” não era samba e sim maxixe, sendo que Donga dizia que “Se você Jurar” de Ismael não era samba, mas sim uma marcha. (VIANNA, 2007: 123) Em meio a todas essas polêmicas há uma questão que não tem como negar, essa proposta de samba oriunda do Estácio foi a protagonista no momento em que o samba começa a atingir novos públicos rumo à popularização nas outras camadas da sociedade e sua prática não mais fica “restrita” aos morros, atingindo bairros de classe média como o tão relevante para este trabalho, Vila Isabel. No primeiro desfile da Escola “Deixa Falar”, escola oriunda do Estácio, conhecida como a primeira escola de samba a ser criada, ganha o apoio oficial em seu primeiro desfile em 1929, ela tem “seu caminho aberto por uma comissão de frente montada a cavalos, cedida pela polícia militar e tocava clarins”. Na década de trinta, o apoio institucional começa se tornar cada vez mais presente, fazendo com que os desfiles comecem a entrar no calendário festivo, da cidade, chegando até mesmo haver a influência do estado presidido por Vargas na Proposta do enredo, que teria um caráter de exaltação ao estado. “Quatro anos depois dessa estreia o desfile de escolas de samba já ganhara ajuda financeira da prefeitura do Rio de janeiro e o patrocínio do jornal O Globo, que também “formulou um regulamento para o certame, no qual se estabelece a proibição dos instrumentos de sopro e a obrigatoriedade da ala das baianas” (Santos e Silva 1980: 63). Já em 1935 o desfile passara a constar do programa oficial do carnaval carioca elaborado pela prefeitura” (VIANNA, 2007:124) Aqui vale enfocar a área da produção musical, chamando a atenção para a necessidade do samba incorporar outros grupos e classes sociais, promovendo assim um deslocamento relativo de suas fronteiras raciais e sociais. Esse avanço em direção a outros territórios encontra a sua figuração simbólica mais acabada nas relações Estácio-Vila Isabel e na parceria Ismael Silva-Noel Rosa. Neste caso tem-se o Estácio de Sá, como centro propulsor do “samba de morro”, um bairro financeiramente pobre. Nele as práticas musicais das classes populares contavam com o talento de pessoas que ganhariam projeção na história da música popular brasileira, como Ismael Silva, Bide (Alcebíades Barcelos) e Armando Marçal. Esbanjando engenho e arte, os
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sambistas confeccionavam freqüentemente seus próprios instrumentos de percussão, uma forma de tentar contornar crônicos problemas financeiros (consta, por sinal, que Bide foi o inventor do surdo de marcação utilizado nas escolas de samba, feito de couro de cabrito). Ao compor, em 1936, música e letra da O x do problema, Noel Rosa se rendia aos encantos do samba do Estácio, que admirava muito. E exprimia a atração que uma parcela ponderável da classe média sentia pelo novo tipo de samba que viera à tona na segunda metade dos anos 20, que se tornou majoritário na figuração da identidade nacional. A Popularização do Samba Hermano Vianna descreve em seu livro O Mistério do Samba um encontro que mostra esta circulação cultural entre diferentes classes sociais. Os protagonistas Sérgio Buarque de Hollanda, Prudente de Moraes, Villa-Lobos, Luciano Gallet e Gilberto Freyre, conhecidos por sua importância intelectual, encontram-se com Pixinguinha, Patrício Teixeira e Donga para uma ''noitada de violão''. "O encontro juntava, portanto, dois grupos bastante distintos da sociedade brasileira da época. De um lado, representantes da intelectualidade e da arte erudita, todos provenientes de 'boas famílias brancas' (incluindo, para Prudente de Moraes, neto, um avô presidente da República). Do outro lado, músicos negros ou mestiços, saídos das camadas mais pobres do Rio de Janeiro" (VIANNA, 2002, p. 20). Para Hermano Vianna, esse é um episódio que passou despercebido pela sociedade carioca nas primeiras décadas do século XX e que se consubstanciam na fala de sambistas, jornalistas, musicólogos, biógrafos que escreveram sobre o samba e sua história. A proposta de destacar este evento tem o intuito de direcionar os “estudiosos” do samba para uma nova vertente da sua história, não com a intenção de buscar a origem do gênero musical, ou uma posse unilateral da criação do gênero, mas sim lançar pontos de vista sobre o “mistério do samba“, que seria essa transição de uma prática popular, comum entre negros, segregada pela cultura dominante, por um gênero que seria o semblante da identidade nacional, divulgada pela elite intelectual. Muitos foram os encontros entre os artistas populares e a elite, mesmo havendo uma “rejeição” declarada na busca pela modernidade, pode-se pegar como exemplo o caso das modinhas cariocas. Predominava nos salões, ao som do piano, músicas cantadas em francês, alemãs e italianas. Mas nos bastidores houve muitas noites ao som do “violão vadio” de Laurindo Rabello, sob a voz de Catulo da Paixão ou sob o piano de Chiquinha Gonzaga que ficaram na história, algumas registradas como crítica em jornais. Essa convivência comum entre as classes no processo de popularização cultural não é exclusivo das modinhas, no desenvolvimento do samba como identidade nacional também se cria os espaços de heterogeneidade, tanto que possibilitará a transição do bairro de Drummond
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para o bairro de Noel, este que será o grande mediador cultural na passagem do “morro para o asfalto”, dos terreiros para as rádios. Antes do samba ser “aceito” pelas elites brasileiras, teve que haver anteriormente um espaço onde se começasse a desconstrução da interiorização da cultura local. Como foi exposto anteriormente, a mestiçagem e todos os costumes ligados a ela eram considerados ainda como primitivos e ultrapassados, muito longe ainda do que seria perfeito para a “ideologia da modernidade” que pairava sobre a “Paris dos trópicos”. Pois bem, foi mostrado como havia uma tramitação dos setores populares entre a elite e como a musicalidade popular através das modinhas. Do choro foi ganhando espaço nos salões e festas particulares, mesmo que tenha sido de tímida, exótica ou mesmo contraventora. Mas aos poucos estava sendo reduzidas as arestas entre a elite e a cultura popular, a ponto da esposa do Hermes da Fonseca ser criticada nos jornais por uma de suas festas, animada ao “Corta-jaca”. O desdobramento desses diversos encontros, principalmente os que inseriam formadores de opinião como Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro e Villa Lobos, contribuíram bastante para o cenário da década de trinta, onde pode ser traçado o marco da valorização da cultura nacional, da desmistificação da mestiçagem. Onde Gilberto Freyre com sua obra denominada “Casa Grande e Senzala”, leva a intelectualidade um novo ponto de vista sobre o “produto da casa”, sendo tratado por Vianna como uma “revolução no método da história social e da antropologia cultural nacional”. Nesse sentido ele mostra com intensidade o “efeito dominó” daquela obra, ou melhor, daquela tese, chegando a ser estrondoso, no sentido de dar tanta ênfase ao impacto: “Era como se todos os brasileiros estivessem esperando a “revolução” desencadeada por Gilberto Freyre (ou a história por ele articulada que “todos” os brasileiros imediatamente adotaram como espelho). O sucesso “instantâneo” e a adoção “espontânea” de uma ideia “revolucionária” não acontecem todos os dias.” (Vianna, 2007, p. 76). Essas discussões tinham repercussões entre a intelectualidade, principalmente nos jornais, onde havia as críticas mais acentuadas. Mas Freyre intensificava seu discurso na defesa da mestiçagem e do nacional com o intuito de ganhar as ideias da intelectualidade para essa valorização por ele defendida. Nesse processo de popularização, deve ser destacado o papel dos meios de comunicação, nesse caso, o rádio foi o principal protagonista dessa divulgação em massa do samba, além de contribuir para o desenvolvimento da profissionalização do sambista, esse último termo irá render homéricas polêmicas na convivência morro-asfalto, assim como na discussão sobre a questão do estereótipo sambista – malandro. Como as rádios e as gravadoras, ambas em ascensão nos anos trinta estavam instaladas no Rio de Janeiro, assim como o samba já estava se ampliando para outras camadas sociais, a criação das escolas de samba ampliou mais ainda a prática nos meios populares, tudo isso
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formou um terreno fértil para ser criada essa identidade em questão, que se avançaria a partir do desenvolvimento dessas práticas. Conclusão: A popularização do samba em Vila Isabel, num sentido mais geral, pode ser definida como num primeiro momento praticamente restrito às classes populares e a uma população com predominância de negros e/ou mulatos, passam a ser igualmente assumidas por compositores e intérpretes brancos de classe média, com mais fácil acesso ao mundo do rádio e do disco, rompendo com barreiras sociais e culturais o samba vai se firmando na década de 30 até se tornar um ícone da identidade nacional, que será levada ao exterior na década de 40, porém em outra proposta. Palavras-chave: história do samba, Vila Isabel, Estácio de Sá.
RELATO DE EXPERIÊNCIA – PROJETO OUTROS SABERES, NOVAS CONEXÕES: UMA PROPOSTA DE TRABALHO SOBRE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
Vanicléa Alves Martins (1), Daniel Mallmann Vallerius (2) (1) Graduanda em Geografia, Universidade Federal do Pará, Campus Altamira. (2) Mestre em Geografia (UFRGS). Professor da Universidade Federal do Pará, Campus Altamira.
E-mail: daniel.mv@uol.com.br
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Eixo Temático: Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas
1. Introdução A necessidade de formação, de conhecimento, e capacidade de inovar é cada vez maior na sociedade complexa de hoje. O ato de educar passa antes de tudo pela habilidade de saber interpretar e mudar o mundo em que se vive, onde este processo de transformação inclui transformar a si próprio. Lutar por uma educação pautada por práticas coerentes com uma realidade que consome tecnologia e demanda inovação em todos os seus espectros sociais torna-se um dos pilares para um progresso autêntico e eficaz. Sabemos também que, neste cenário, a escola deixou de ser o único lugar que se aprende que se adquire conhecimento. No entanto, a escola é o seu lugar por excelência. Assim, devido ao avanço de novas tecnologias faz-se necessário investir na qualificação dos seus profissionais, pois a esta consiste em um fator determinante para a qualidade do ensino, em todas as esferas. Percebendo a ascensão desta(s) nova(s) realidade(s), o presente projeto busca propiciar uma formação continuada aos professores da rede pública do município de AltamiraPA com a realização de oficinas, minicursos e diálogos com os docentes, onde os mesmos possam contar suas experiências, permitindo assim o crescimento coletivo de seus participantes em uma sociedade que está cada vez mais rodeada de informação e tecnologia. 2. Metodologia Para viabilizar a execução do projeto, estamos buscando estabelecer parcerias com as escolas da rede estadual da região de Altamira, no intuito de qualificar e instrumentar os professores que nelas atuam. Ainda em fase inicial, o projeto iniciou-se com uma revisão bibliográfica sobre temas e conceitos relacionados à geografia, a educação e a comunicação. Atualmente, encontra-se na segunda etapa, que vem a ser a concepção das oficinas, sendo que, uma proposta inicial, segue no decorrer deste trabalho. Já no que tange a construção das palestras previstas, serão convidados professores da UFPA para colaborar, sempre pautada em práticas inovadoras, compreendendo, uma vez mais, tais espaços como possibilidades de crescimento individual e coletivo. 3. Resultados e Discussão Como mencionado anteriormente, entre os resultados, espera-se tanto uma reflexão sobre as razões e os meios de utilização de tais artefatos culturais quanto à mitigação do “medo” do novo, da experimentação por parte dos docentes. Assim, mais do que um projeto que reconhece a mídia enquanto um instrumento de possível utilização nas aulas de geografia, nossa ação pretende se traduzir na oportunidade da consolidação de um espaço para a formação continuada dos professores de geografia e
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ciências humanas, com resultados que se traduzam em uma maior inserção de novas tecnologias e de práticas inovadoras no ensino da ciência geográfica e áreas correlatas. 4. Conclusão Mesmo reconhecendo que o projeto está e fase inicial, percebemos a relevância de discutir tais temas e aproximar possibilidades pedagógicas inovadoras – e factíveis - dos professores das ciências humanas, ofertando, modestamente, uma contribuição para a melhoria da educação. Além disso, um espaço para discutir o conceito de inovação nas ciências humanas sempre se mostra como algo importante e cujo fomento é imprescindível. Apoio: Edital Eixo Transversal - PROEX/UFPA Palavras-chave: Inovação, Práticas Pedagógicas, Geografia
CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS ACERCA DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ
Daniele Corrêa Dantas Avelar (1), Pedro Luiz Teixeira de Camargo (2) (1)
Bacharel em Direito, Especializando em Direito Público pela PUC/MG; (2) Biólogo; Especialista em Gestão Ambiental, Mestrando em Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental pela UFOP/MG;
E mail: pedro0peixe@yahoo.com.br Eixo Temático: Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas;
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Introdução: A presente pesquisa se propôs a tratar de um tema de extrema relevância para a sociedade, que é a interrupção voluntária da gravidez e seus desdobramentos históricos. O tema tratado tem sido objeto de constante indagação com o avanço das contendas sobre possível reforma do Código Penal Brasileiro, portanto o entendimento de seu papel ao longo da história pode contribuir sobremaneira para este debate, seja no arcabouço do campo jurídico ou do campo social. O respeito às máximas dos Direitos Humanos e a preservação do princípio da Dignidade da Pessoa Humana são entendidos aqui como essenciais para aprofundar os debates da interrupção voluntária da gravidez em nosso país, bem como as modernas acepções sobre a expansão dos direitos sexuais e reprodutivos. Faz-se importante salientar que se tratou da questão de forma multidisciplinar e transversal, mas pretendeu-se fazer uma delimitação do assunto começando pelo estabelecimento de um reconhecimento histórico do tema divagando acerca de suas considerações legais e situá-lo adequadamente dentro do tempo atual, comparando as diversas formas que o tema vem sendo tratado em diferentes momentos. Explanou-se acerca das variadas concepções jurídicas e filosóficas de vida e reiterou-se a opção de nosso ordenamento pela ótica natalista referente ao surgimento da personalidade, além de levantar os tratamentos diversificados dados ao conceito. Ressaltou-se mais uma vez a opção de analisar a situação aqui sem refletir seus caracteres ético-religiosos, pois levou-se em consideração a laicidade do estado brasileiro e por conseguinte da lei. Diferentemente do que é difundido nos grandes meios e comunicação, a decisão de interromper a gravidez não é “uma coisa da mulher atual que sobrecarregada com a dupla jornada e dividindo o tempo entre a maternidade e o mundo do trabalho resolveu tomar tal decisão”. Não é inédito também que os interesses políticos, econômicos e religiosos têm prevalecido, em relação ao direito da mulher decidir sobre o exercício da maternidade e, do mesmo modo que criminalizam esta prática, já quiseram também fazer o inverso, qual seja obrigar que o a interrupção da gravidez fosse feita nos mais diversos momentos da história. Este poder delegava ao homem a decisão sobre a vida e a morte de todos os seus como fica comprovado na Tábua Quarta, da Lei das XII Tábuas, permitindo ao pai matar o filho nascido com deformidades, após julgamento de cinco vizinhos. (FREIRE DE SÁ, 2000). Metodologia:
Objetivo Analisar ao longo da história acerca da questão da interrupção voluntária da gravidez, procurando mostrar que esta não é uma prática recente e que nem sempre foi recriminada ao longo dos tempos.
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Coleta de Dados Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se levantamento bibliográfico nas bibliotecas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL), além de levantamento feito também em sítios especializados na Internet. Foram selecionados todos os livros que se relacionassem ao tema. Dentro da proposta apresentada, procurou-se investigar de maneira mais concisa e profunda sobre tal temática dentro das bases de dados disponíveis. Resultados e Discussão: Para facilitar o debate sobre o tema, optou-se por colocar tal trabalho de maneira cronológica, facilitando o entendimento e o debate. Idade Antiga Desde a Grécia Antiga, constata-se que este tema não era objeto de unânime reprovação, Sócrates defendia o ato como direito materno e os cidadãos gregos comumente o indicavam como forma de controlar os índices demográficos. Acreditava-se que seria eficaz para evitar a escassez dos meios de subsistência. (SCHOR E ALVARENGA, 2009). "Se as mulheres desejavam limitar os partos, tinham de recorrer aos abortivos, cujas receitas são muito abundantes (...). O primeiro risco era, portanto, o da ferida de um útero ainda imaturo devido à juventude das esposas romanas; nesse caso os médicos recomendavam mesmo o aborto, inclusive por meios cirúrgicos (sondas)". (DUBY E PERROT, pp.364366,1990) O filósofo Platão foi um dos que abordou o tema e colocava a interrupção da gravidez como uma medida necessária em toda a mulher que concebesse após os quarenta anos. Juntamente com Aristóteles embasou as teorias de controle populacionais malthusianas. Platão opinava inclusive que a prática deveria ser obrigatória por motivos eugênicos para preservar a pureza da raça dos guerreiros. Na Grécia a reprovação do aborto era frequente, Aristóteles e Platão aconselharam o aborto (desde que o feto ainda não tivesse adquirido alma) para controlar os índices de crescimento demográfico ou populacional em função dos meios de subsistência. Platão, por exemplo, preconizava o aborto em toda mulher que concebesse depois dos quarenta anos. Platão e Aristóteles foram em verdade os grandes precursores das teorias malthusianas. (ARCOVERDE,2005). Mesmo nas sociedades em que não era tolerada a interrupção, o feito não era punido pelo fato do feto ter direitos e sim devido a garantia de "propriedade do pai" sobre um potencial herdeiro. “os primeiros registros referentes ao aborto são do Código de Hammurabi, 1700 anos antes de Cristo, o qual considerava o aborto como um crime acidental contra os interesses do pai e do marido, bem como uma lesão contra a mulher”. Posteriormente ao Código de Hammurabi, os assírios condenavam à morte por
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empalamento a mulher que abortasse. (TEODORO, 2008 apud EUGÊNICO, 2009) Idade Média Na Idade Média prevalecia o entendimento de que o feto só se tornava ser humano após o nascimento e este fato gerava a prática frequente de interrupção da gravidez, inclusive à margem da tradição cristã, que inicialmente considerava o aborto um ato gravíssimo. Entretanto, a partir do século V, com Santo Agostinho, surgiu-se a distinção entre corpo formado e corpo em formação, utilizando preceitos relativos ao direito canônico, o filósofo passa a estabelecer o conceito de hominização, definida como processo temporal de entrada da alma no corpo que se daria 40 dias após a concepção, nos fetos masculinos e 80 dias nos fetos femininos. (ARCOVERDE, 2005) Desta forma a interrupção da gravidez não seria crime se praticada anteriormente a este processo que só seria punida quando o feto já tivesse recebido alma. Pode-se deduzir então que o ideólogo preservava raízes aristotélicas e temia o que poderia resultar da falta de controle populacional. Ainda no século XIII, Tomás de Aquino, defendia que somente após o parto, o feto teria alma. Portanto só poderia ser reconhecido como ser humano após o nascimento. Entretanto, o filósofo admitia a existência de uma “alma vegetativa” durante a formação do feto, posto que o homem fosse “imagem de Deus” e o feto seria um ser em formação. A questão, portanto, continuava a perpassar pela existência da alma, aquele que não era dotado de alma não era considerado um ser humano (SCHOR E ALVARENGA, 2009). Somente no Século IX, o papa Gregório IX, resolveu qualificar tanto a contracepção como o aborto como pecados graves e determinou que a penitência para o homicídio e a esterilização correspondia a sete anos de jejum a pão e água e que em caso de interrupção intencional da gravidez seria de um ano desta penitência. A partir de então, que a Igreja Católica passou a eliminar a distinção de embriões com alma e sem, passando a condenar o ato, aplicando ao Direito Canônico a pena capital tanto à mulher como ao partícipe (ARCOVERDE, 2005) No Século XIII na Inglaterra, a interrupção da gravidez era punida com a morte em qualquer situação e apesar de sua prática ser frequente não era mais o método majoritário para regular a fecundidade na Europa Medieval, entretanto, o infanticídio era evidenciado pelo hábito das mães de deitarem-se com seus bebês e acabar sufocando-os “acidentalmente” enquanto dormiam. (ARCOVERDE, 2005) Os atos de negligência, de abandono e morte precoce eram numerosos e, portanto, levaram a Igreja a criar estratégias para salvar as crianças, dando a possibilidade de educá-las em monastérios de maneira a estas trilharem a vida religiosa. Idade Moderna Durante os séculos XIV e XV, os clérigos tinham o objetivo de servir à Igreja e também aos monarcas. Nesse entrelaçamento um Estado jamais insinuaria autorizar a interrupção da gravidez, o clero ocupava o topo da pirâmide social, entretanto mesmo diante deste quadro, o
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dominicano Santo Antonino de Florença, foi um dos defensores do povo no estudo da prática e era favorável à sua realização no início da gestação para salvar a vida da mãe. (ARCOVERDE, 2005) Suspeita-se que muitas mulheres, acusadas de bruxaria pela Inquisição, eram na verdade camponesas que por seu contato com a natureza, conheciam as propriedades de plantas e ervas medicinais que também eram usadas para a prática da interrupção voluntária da gravidez, tais ervas possibilitaram maior liberdade sexual, notadamente em decorrência das relações extraconjugais. (DUBY E PERROT, 1990) A posição oficial da Igreja Católica sobre a questão, somente ocorreu em 1869, com o papa Pio IX, quando a interrupção voluntária da gestação foi condenada, em qualquer hipótese, declarando que a alma era parte do feto desde a sua concepção, transformando o ato em crime. (ARCOVERDE, 2005) Contemporaneidade A prática de proibição da interrupção da gravidez só se expandiu a partir do século XIX, por razões de ordem econômica após a constatação de que a prática poderia representar diminuição considerável da oferta de mão-de-obra, que era fundamental para garantir a continuidade do processo de industrialização. O pensamento contra a interrupção voluntária da gravidez foi fortalecido ainda mais na primeira metade do século XX, com exceção da União Soviética onde após a implantação do socialismo em 1917, o ato deixou de ser considerado um crime, entretanto na maior parte da Europa o método passou a ser ainda mais criminalizado em virtude das inúmeras mortes proporcionadas pela Primeira Guerra. (BELO, 1999) Nos países de Regime Totalitários as leis também eram muito severas com relação a tal ato e quem cometesse esta infração era punido com a pena de morte , uma vez que esta ação era considerado um crime contra a pátria. (ARCOVERDE, 2005) No período Pós Segunda Guerra, as leis permaneceram restritivas até a década de 60, momento em que as mulheres passaram a se organizar e o movimento feminista ganhou força por todo o mundo, começando a defender o direito da mulher sobre decidir a respeito da continuidade ou não da sua gravidez. (SCHOR E ALVARENGA, 2009). Á partir de então foram sendo estabelecidas, em diversos países do mundo legislações mais flexíveis com relação à interrupção voluntária da gravidez e demais situações envolvendo a liberdade sexual e a defesa dos direitos sexuais e reprodutivos, algo que ainda está sofrendo considerável evolução. Uma das primeiras conquistas ocorreu em 1973 nos EUA, “O julgamento do caso Roe x Wade (ROE v. WADE, 410 U.S. 113 [1973]) pela Suprema Corte Americana que determinou que leis contra o aborto violam um direito constitucional à privacidade, que a interrupção da gestação no primeiro trimestre apresenta poucos riscos à saúde materna e que a palavra 'pessoa' no texto constitucional não se refere ao 'não nascido'. Essas
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decisões liberaram a prática do aborto na América. (GUIMARÃES,1973). Conclusão: Com base no levantamento histórico feito, pode-se dizer que a temática da interrupção voluntária da gravidez ao longo da história é ainda algo a ser mais bem pesquisada, haja vista o baixo número de publicações e livros sobre tal temática. Entretanto, pode-se verificar que a ideia de que tal ato seja crime não é algo novo, uma vez que isto só passa a ser tratado de tal forma a partir da Idade Média, por influência eclesiástica. Outro fato a ser colocado que não se pode deixar de levar em conta se dá pelo atual debate dentro do campo social e jurídico sobre o tema, uma vez que a legislação, devida a pressões populares tem sofrido consideráveis mudanças. Por último cabe ainda salientar que o tema é extremamente complexo e que o debate sobre o tema é fundamental de ser mais bem pesquisado, sendo este trabalho apenas uma pequena contribuição dentro de tão complexa temática. Palavras-chave: interrupção voluntária da gravidez, legalização, direitos reprodutivos.
SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO DA MIGRAÇÃO EM MUNICÍPIOS AFETADOS POR GRANDES PROJETOS: O CASO DO COMPERJ Altineia Maria Neves [1] 1. Mestre e doutoranda em Serviço Social pelo PPGSS/UERJ. E-mail: altineves@gmail.com Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica INTRODUÇÃO Ao partir da preocupação investigativa sobre o trabalho do assistente social em suas diversas determinações, a presente pesquisa faz um recorte destas determinações tomando por objeto de estudo a análise dos sujeitos sociais – a população trabalhadora usuária dos serviços
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sociais –, que têm centralidade na ação profissional do assistente social conforme preconiza o projeto coletivo da profissão no Brasil, considerando como pressuposto a necessidade de conhecer e decifrar a classe trabalhadora enquanto sujeitos que a sociedade capitalista contemporânea está produzindo, considerando ainda que “a vivência do trabalho tem centralidade na vida dos indivíduos sociais” (IAMAMOTO, 2001, p. 17). Neste intento, busca-se tomar como campo de análise empírica os municípios da região Leste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro afetados pelos atuais efeitos do processo instalação e construção da sede do Complexo Petroquímico do Rio Janeiro (COMPERJ) e o crescimento populacional que vem sendo impulsionado pelo processo migratório de alguns segmentos de trabalhadores, principalmente os trabalhadores da construção civil, atraídos pela grande obra de implantação deste pólo petroquímico. METODOLOGIA O ponto de partida para o tratamento teórico-metodológico do objeto deste estudo é a teoria social crítica fundada em Marx, a partir da qual se busca demonstrar o primado ontológico das determinações econômico-sociais da dinâmica de acumulação capitalista, ótica investigativa que exige e determina do pesquisador uma postura crítica em relação à realidade apresentada. Sob a ótica desta proposta metodológica na condução deste estudo e concretização de seus objetivos, partimos da perspectiva de aliar a empiria ao exercício de abstração como recurso metodológico fundamental. Busca-se realizar pesquisa de caráter teórico-interpretativo, documental e histórico, tomando-se como estratégia a pesquisa empírica, privilegiando as dimensões quantitativas e qualitativas e considerando a categoria trabalho como principal chave de leitura que orienta a análise dos dados coletados. Neste sentido, o presente estudo considera a etapa exploratória da realidade sucedida em finais de 2009 e início de 2010, quando ocorreu a observação in loco que possibilitou contato com a realidade em um dos municípios impactados pelo COMPERJ. RESULTADOS Ao estudar o Serviço Social em seu efetivo exercício na atualidade dos Municípios da região Leste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, com ênfase aos Municípios situados em áreas afetadas pelos impactos da construção do COMPERJ, dando centralidade aos sujeitos sociais da ação profissional do Serviço Social, considerando a questão social como matéria prima do trabalho concreto dos agentes dessa profissão, a hipótese que vem guiando o desenvolvimento da presente investigação, que ainda está em andamento, é de que na origem do processo migratório dos diferentes segmentos de trabalhadores e suas respectivas famílias na atualidade desses Municípios, revela-se a dupla determinação do projeto do capital mundializado e financeirizado em sua fase contemporânea. Pois ao mesmo tempo em que o projeto COMPERJ caracteriza-se como um dos investimentos mais importantes do país, com pretensões de gerar grande desenvolvimento para toda a região de sua influência, encontra-se também nele a raiz da (re)produção ampliada da questão social nas municipalidades desta
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região. Frente a tais efeitos, inevitavelmente estão sendo alteradas as demandas e requisições dos sujeitos da ação profissional dos assistentes sociais atuantes neste contexto sóciohistórico. CONCLUSÃO O crescimento populacional que vem sendo impulsionado pelo processo migratório de alguns segmentos de trabalhadores, principalmente os trabalhadores da construção civil, atraídos pela grande obra de implantação do COMPERJ no Município de Itaboraí, e as questões que decorrem desse processo e afetam diretamente a população local. Analisar outra dimensão que envolve este cotidiano do exercício profissional, optando como recorte de pesquisa analisar as condições de vida e trabalho no cotidiano da população usuária como sujeitos principais que compõem as diversas determinações do fazer profissional do assistente social, considerando como pressupostos centrais que tais sujeitos demandam e determinam o fazer profissional com suas atribuições e requisições específicas, e que a vivência do trabalho tem centralidade na vida dos indivíduos sociais. Pensar quem são esses sujeitos que se apresentam ao Serviço Social e refletir sobre a necessidade de dar visibilidade a esses sujeitos que são parte constitutiva da população usuária, e que devem ter centralidade no exercício profissional do Serviço Social como preconiza o projeto coletivo da profissão no Brasil, é um desafio assumido por esta pesquisa. Apoio: Bolsa Doutorado FAPERJ. Palavras-chave: Serviço Social. Trabalho. Municípios da Região Leste Fluminense. COMPERJ.
LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO do Dastilbe crandalli Jordan, 1910 DA FORMAÇÃO CRATO, BACIA DO ARARIPE
Michel Fernandes Teixeira(1); Antônio Álamo Feitosa Saraiva(2); Ana Josicleide Maia(3)
(1) Graduado em Ciências Biológicas da Universidade Regional do Cariri – URCA; (2) Doutor em Oceanografia da Universidade Regional do Cariri – URCA; (3) Doutora em Agronomia da Universidade Regional do Cariri – URCA
E-mail: anajosicleide.maia@gmail.com
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Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica
INTRODUÇÃO A Formação Santana é constituída do Membro Crato, Ipubi e Romualdo e, no município de Nova Olinda onde aflora Membro Crato que é de grande interesse econômico e social, na geração de emprego e renda, pela exploração do calcário laminado, denominado popularmente de “Pedra Cariri”, utilizado na construção civil como ladrilhos para revestimentos de pisos e paredes (rocha ornamental), móveis (cadeiras, assentos, prateleiras), artesanato local (cinzeiros, quadros, brinquedos). Através da exploração mineral dos calcários laminados grande parte do conteúdo fossilífero é revelado em pouco espaço de tempo pelos mineradores, especialmente fósseis da espécie Dastilbe crandalli Jordan, 1910. A ausência da coleta desse material fossilífero, que vem sendo perdida ao longo dos anos e a preocupação com uma riqueza de dados tafonômicos dessa espécie para a Membro Crato motivou o desenvolvimento desse trabalho. Nesse sentido, foi escolhida uma área recentemente descoberta de exploração de calcário laminado (talhado) onde foram realizadas todas as coletas e análises dos espécimes de Dastilbe crandalli. Visando fazer interpretações paleoambientais, verificações dos dados tafonômicos.
METODOLOGIA Efetuou-se um levantamento bibliográfico e consistiu em obter as características gerais e estruturais de Dastilbe crandalli, através de literatura didática, biológica Nelson (2006), Maisey (1991), paleontológica, e artigos científicos como, Davis & Martill (1999), Dietze (2007), Brito & Amaral (2008). No Campo foi feita todas as análises e medições dos exemplares de Dastilbe mais especificamente na mina de exploração de calcário (talhado). Foram realizadas entre 5 a 15 dias efetivos de campo. As análises foram feitas em uma área limitada de 13m x 16m, devido ser uma área recentemente descoberta e por estar localizada em um espaço com pouca dificuldade quanto a exploração comercial (tráfego de material e trabalhadores, mudança constante na frente de extração, níveis abandonados e enfolhamento de rejeitos). Na retirada das placas calcárias foi observada a presença de espécimes de D. crandalli, que após observados os dados tafonômicos foram anotados em ficha de campo.
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Essa ficha contém informações como o nome da espécie, comprimento, estado de preservação (completo ou incompleto), posição de fossilização (lateral, dorsoventral e dobrado), ruptura estomacal e algumas observações complementares.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos espécimes observados 82,26% (1711) foram incompletos e 17,74% (369) foram completos (presença de todas as nadadeiras, corpo e crânio intactos). Na Posição de Fossilização 1,9% (40) foram dorsoventrais e não foi registrado nenhum espécime em posição dobrada. Dos 40 exemplares fossilizados em posição dorsoventral 8 estavam em estado de preservação completo, onde o menor desses foi de 5cm, o maior de 9cm e um CV de 20,06% e 32 espécimes estavam em estado de preservação incompleto, onde o menor desses foi de 4cm, o maior de 9cm com CV de 20,43%. De 2080 espécimes, 87,3% (1816) não apresentaram ruptura estomacal e 12,7% (264) apresentaram ruptura. Dos 264 que não apresentam ruptura, 58 apresentavam estado de preservação completo, onde o menor desses foi de 2,5cm, o maior de 8cm com CV de 22,84% e 206 apresentavam estado de preservação incompleto, onde o menor desses foi de 2cm, o maior de 8,2cm e CV de 25,92%. O comprimento obteve um amplitude de 26cm sendo o menor de 1cm e o maior de 27cm. A mediana foi de 4cm, tendo um CV de 46,76. A metade dos peixes obtiveram tamanho de 1 até 4cm e que a metade central (entre quartil 1 e 3) os tamanhos variaram de 2,5 a 5cm e que apenas 25% dos peixes são maiores do que 5cm e podem atingir até 27cm. CONCLUSÃO Muitos fatores favorecem a presença ou ausência de espécies/espécimes em um determinado ambiente. O alimento, o refúgio e favorecimento reprodutivo aliado a isso, o espaço disponível também é um fator determinante para que certos espécimes ocupem um ambiente. Ambientes de stress permitem que um grupo ou uma espécie se estabeleça nesse ambiente adverso a presença do D. crandalli pode-se atribuir a categoria de espécies residentes, pela grande quantidade de fósseis existentes com basicamente todos os estágios do ciclo de vida. Provavelmente essa espécie ocupava níveis basais da cadeia alimentar. Exemplares de tamanhos que não ultrapassam 30cm sugerem que o fator espaço associado a água dura (dH) são indicativos que o paleolago Crato ou possuía baixa profundidade ou tinha uma haloclina bem marcante Os fósseis com ruptura estomacal encontrados em um percentual de 12,7% , ou seja, que houve flutuação dos cadáveres após a morte indicando um habitat com águas calmas e com presença de sedimentos imperturbáveis.
Palavras-chave: Bacia do Araripe, Formação Crato, Dastilbe crandalli
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FERRAMENTA SCORM DINÂMICA PARA AUXILIAR O ENSINO DE LIBRAS Dayse Yanne Caldas Siqueira de Sousa(1), Alexandre César Muniz de Oliveira(2) (1) Graduanda em Ciência da Computação UFMA (2)Professor Adjunto do Departamento de Informática E-mail: daysisinhacaldas@gmail.com Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica Introdução: O acesso a uma educação de qualidade é um direito de todos e grande parte do processo ensino-aprendizagem tem progressivamente sido transladado para fora de sala de aula com a expansão da educação à distância no Brasil. Seguindo essa motivação, este trabalho tem como objetivo apresentar uma ferramenta dinâmica para manutenção de um glossário linguístico cultural, baseada no padrão SCORM, desenvolvida para o ambiente Moodle. Metodologia: O glossário SCORM em LIBRAS usou como metadados sinais catalogados em vídeos da cidade de São Luís do Maranhão. Trata-se de uma ferramenta web desenvolvida em tecnologia
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HTML5, PHP e Java Script que pode ser compartilhada e disponibilizada através de um repositório de objetos de aprendizagens (OA’s). Resultados e discussão: A avaliação da ferramenta foi considerada satisfatória. A maioria dos usuários classificou como importante o trabalho para auxiliar o instrutor de LIBRAS na educação à distância, mas, declararam ter dificuldades de usabilidade no Moodle. Ainda há um interesse de implantar o projeto dentro de comunidades surdas para melhor valida-lo. Conclusão: A pesquisa concluiu que os cursos a distancia ainda são muito pouco acessíveis para os surdos que têm muitas dificuldades de comunicação e interpretação de textos. Além de com base nos dados apresentados é possível obter melhorias no ensino dos surdos usando a informática como ferramenta auxilia. Apoio: Palavras-chave: Acessibilidade, LIBRAS, SCORM, EAD, Moodle.
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA NA DIVULGAÇÃO DA PALEONTOLOGIA PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA REGIÃO DO CARIRI CEARENCE
Eloisa Magalhães Pássaro(1); Tatiane de Araújo Figueiredo(2)
(1) Especializanda em Paleontologia e Geologia Histórica – UCF; (2) Especialista em Língua em Língua Portuguesa– URCA
E-mail: eloisa_passaro@hotmail.com; t8.araujo@gmail.com
Eixo temático: Experiências e propostas em divulgação científica
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INTRODUÇÃO: O exercício de contar históriasmisturalúdico e educativo, através da utilizaçãoda voz e do gestual, associado a fantoches, livros, materiais concretos e objetos diversos que ganham vida nas mãos do contador. Esse recursopode ser aplicado como estratégia para o ensino de ciências, e abre uma oportunidade
de
supriracarência
de
materiais
didáticos
sobre
a
paleontologia
do
Araripeajudando na alfabetização científica. Só é possível preservar o que se conhece, e diante dessa máxima se faz urgente promover ações de formação paleontológica na região metropolitana do Cariri, quepossui9 municípios ligados geograficamente à chapada do Araripe, com riquezas paleontológicas/ biológicas/culturais inestimáveis. Mas que ainda é deficitária educação patrimonial, sobretudo no âmbito da educação infantil que é uma fase essencial para fomentar valores e educar para a preservação. O presente trabalho mostrará um relato da experiência de contar histórias para crianças comos conteúdosde base científica do livro paradidático “Descobrindo os tesouros do Cariri”. Pretendendofornecer aos professores,uma estratégiamodelo para adaptação de paradidáticos ao formatocontação de histórias com os fósseis, o patrimônio geológico ou outrosconteúdoscientíficos.
MÉTODOLOGIA: A partir da necessidade de investir em atividades para fomentar a popularização da paleontologia no Cariri, surgiu o projeto “Tirando Histórias de Pedra”. Que realizou a primeira contação de fábula oral (narração que usa a repetição como elemento base), na Escola Municipal de Ensino Infantil Maria Bezerra de Menezes situada na cidade de Juazeiro do Norte em setembro de 2012. A concepção do projeto se deu a partir das leituras sobre paleontologia local e contação de histórias,enriquecida por entrevistas realizadas com pedagogas queatuam como narrador oral paracrianças.Para arquitetara contação de “Descobrindo os tesouros do Cariri” estruturamos em uma oficina a criação do nosso método modelo. Inventamos arquetipicamente o personagem que o contador da história vivenciará, depois da leitura exaustiva do texto, selecionamos os fatos essenciais do enredo, escolhemos os “bonecos” que serão usados e produzimos oscenários físicos com base científica para ambientar a contação. A aplicação da atividade foi feita em seis seções com público de dois a seis anos. Os personagens estavam dentro de uma mala e de acordo com a narração, foram apresentados
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em uma interação prazerosa, que torna o enredo conhecido. Por fim o projeto será ampliado e começará a intinerar em 2013.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Investir em alfabetização científica é uma porta eficiente para modificar o perfil dos alunos da educação básica atual, onde o educando é apenas estimulado a reproduzir o conhecimento já publicado ao invés de ser incitado a ampliar a capacidade de elaborar perguntas e busca respostas. Durante todo o processo gerador desse projeto vivenciamos uma mutação que envolveu a leitura de textos teóricos, as conversas com profissionais da contação de histórias e principalmente o contato com ações que buscavam fazer alfabetização científica e/ou popularizar ciências em geral. O que mostra que a divulgação científica pode seruma mola propulsora de novas práticas inovadoras na educação básica. O livro “Descobrindo os tesouros do Cariri” publicado em 2011 é uma inovação na categoria livro paradidático infantil, por sua autora ser geografa especialista em paleontologia e apresentar foco na divulgação dessas ciências, fato que facilitou a fluência da contação. Despertar nas crianças o interesse pela paleontologiaé um investimento que colaborará com as ações de preservação dos fosseis de nossa região. Tendo em vista que só a partir do conhecimento a população se vai se apropriar dos valores patrimoniais e defender a permanência dessas riquezas em nossas instituições de ensino e pesquisa. CONCLUSÃO O projeto Tirando Histórias de Pedra, que realiza contação para crianças da educação infantil, apropriando-se de enredos paradidáticos com conteúdos científicos, mostrou-se uma estratégia eficientee de baixo custo no ensino de paleontologia e que pode ser adaptado à divulgação de outras ciências. A contação de história, utilizada como ferramenta pelo professorna alfabetização científica,pode suprir em parte a carência de materiais didáticos para o público infantil sobre a paleontologia do Araripe e outras ciências. Orelato e a divulgação de atividades, que tem como objetivo a alfabetização científica ou popularização das ciências são fatores geradores de novas práticas noensino praticado nas escolas da educação básica. Fica objetivado em nossa prática que a adaptação de paradidáticos com conteúdos de base científica ou paleontológica, para a contação de histórias,envolve as crianças e verdadeiramente introduz conteúdos de forma agradável no cotidiano escolar. Palavras-chave: Divulgação Científica, Paleontologia, Contação; Educação.
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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES NO CONTEXTO ATUAL
JANAINA CRISTINA GOMES(1); NATÁLIA RIBEIRO TEIXEIRA(2) (1). Pós-Graduanda em Enfermagem Obstétrica na Universidade Castelo Branco/ Ellu Brasil; (2). Pós-Graduanda em Enfermagem Obstétrica na Universidade Castelo Branco/ Ellu Brasil Email: janacrisg@yahoo.com.br
Orientadora: Odete Pregal Monteiro Cândido Coorientador: Matheus Alves de Barros
Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica
Introdução:
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O presente estudo visa investigar o que os autores desta pesquisa denominaram como “violência obstétrica” na atenção durante o pré-parto, parto e puerpério e, também, como categoria de luta dos atuais movimentos sociais em prol de uma assistência humanizada. A violência institucional envolve questões de saúde pública e de direitos humanos, pressupondo-se pelo uso arbitrário da autoridade do saber dos profissionais de saúde no controle dos corpos e da sexualidade femininos, expressados pela discriminação social, violência verbal e física, a não-utilização de analgésicos quando indicado, uso inadequado das tecnologias/ procedimentos, resultando em uma cascata de intervenções com potenciais riscos e sequelas. (AGUIAR, 2010; SILVA, 2011). Ainda que os avanços políticos e incentivos governamentais propõem, ao longo da história, uma assistência humanizada e integral para as mulheres, há grandes desafios a serem superados. Assim busca-se compreender significados distintos atribuídos à violência institucional na perspectiva das mulheres que a vivenciaram (SILVA ET AL 2011; MANDARINO, 2009). A relevância da proposta está em elucidar e produzir conhecimento sobre o que vem a ser a violência obstétrica, apontando possíveis mudanças para esse momento singular na vida de cada mulher. Metodologia: Pesquisa de cunho qualitativo, através da elaboração e aplicação de entrevista semiestruturada. Ao definir os critérios de inclusão, consideramos os componentes psicológicos que variam de pessoa para pessoa, sofrendo influências de múltiplos fatores, sendo eles culturais, étnicos, sociais e ambientais, que interfere na interpretação das mulheres diante da violência vivida. Os sujeitos da pesquisa serão mulheres escolhidas de acordo com seu interesse em participar da pesquisa, podendo ser integrantes de ONGs e/ou grupos de mulheres que se unem para lutar a cerca da humanização do parto e respeito à mulher, que foram atendidas no município de Belo Horizonte e cidades vizinhas, no estado de Minas Gerais, cujo perfil atenda aos seguintes critérios de inclusão: faixa etária a partir de 18 anos; primigestas e multigestas, que consideram ter sofrido algum tipo de violência institucional antes, durante ou após o parto. Quanto a identificação das mulheres, será utilizado pseudonomes como garantia do anonimato. Para aquelas que decidirem por sua participação na pesquisa, será comunicado quanto a sua finalidade e, solicitado à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados e Discussão: Os resultados, aqui, apresentados são parciais e passíveis de reanálises e novas considerações, porém jogam luz sobre a problemática proposta e apontam novos caminhos metodológicos, na medida em que revelam que a violência institucional se perpetua pelo uso arbitrário da autoridade e do saber dos profissionais de saúde. De acordo com Hotimsky (2009) no que diz respeito, especificamente, à formação médica, um dos fatores que contribui para a
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ampla disseminação de tal violência nos serviços de atenção à saúde da mulher é a baixa prioridade dada à aprendizagem da ética e de aptidões associadas à comunicação. É constante a divulgação na mídia eletrônica e nos grupos de apoio a cerca do assunto, porém poucos têm acesso a este tipo de informação. Desta forma, uma pequena parcela da sociedade vai às ruas protestar contra a perpetuação da violência obstétrica, sendo a maioria mulheres que sofreram este tipo de violência, retratam-na como qualquer prática cometida por um profissional de saúde que presta assistência à gestante/parturiente, induzindo-a ou obrigando-a à intervenções desnecessárias, como parir deitada, realizar episiotomia sem a sua autorização, negar presença do acompanhante previsto em lei, humilhações, dentre outras que acarretam traumas físicos e psicológicos. Conclusão: Conclui-se que a violência obstétrica causa traumas, muitas vezes, irreversíveis, portanto é imprescindível que o profissional de saúde respeite e valorize o momento do parto, inclusive as escolhas de cada mulher, e compartilhar, caso seja preciso, a realização de alguma intervenção. Se as decisões se restringirem somente na figura do profissional ou este agir de forma a diminuir esta mulher, é possível apontar tais comportamentos como violência obstétrica, considerando retratar-se como violência contra a mulher, uma vez que contraria o código de ética profissional de saúde e a constituição brasileira que defende os direitos reprodutivos, sexuais e humanos. Para reverter a atual conjuntura de violência, fica evidente a relevância do fomento governamental aos profissionais envolvidos com as práticas obstétricas, a fim de atuarem em concordância com os protocolos de assistência humanizada e baseados em evidências científicas, bem como a reformulação do plano de ensino junto às universidades na formação destes e estímulo constante na educação continuada nas instituições de saúde.
Apoio: Recursos próprios
Palavras-chave: violência obstétrica, violência institucional, humanização do parto
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IMPRESSÕES DE UM LEIGO SOBRE A PALEONTOLOGIA NO “JORNAL DO CARIRI” 2004 a 2011 João Paulo Flôres Torres ¹;
¹ Pós-Graduando em Especialização em Geologia e Paleontologia Histórica da Universidade Federal do Ceará; E-mail:floreshis@yahoo.com.br;
Eixo temático: Experiências e propostas em divulgação científica .
Introdução No de 2012 iniciei o curso de pós-graduação em Paleontologia e Geologia História, pela Universidade Federal do Cariri, um amigo me indicou, fui e passei na seleção, mesmo tendo uma ideia diferente de desenvolvimento de trabalho monográfico, fui convidado a desenvolver o seguinte tema: A Paleontologia no “Jornal do Cariri” de 2004 a 2011. Minha formação é em História e já tinha estudado o jornal como fonte de pesquisa e documento importante da
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compreensão de um período e como a ciência está sendo desenvolvida e divulgada, mas pensar sobre o conhecimento paleontológico, isso sim era novo. Com este olhar do desconhecido e desinformação sobre os conceitos da paleontologia, iniciei minha pesquisa e desenvolvi algumas reflexões a partir do seguinte problema: Como o “Jornal do Cariri” desenvolve/ estrutura a noticia relacionadas a paleontologia. Metodologia O método utilizado neste primeiro procedimento, foi o mais simples: ler os jornais e tentar entender as informações sobre a paleontologia. Como leigo, e ainda de inicio com o curso de pós, não tenho conhecimento para debater e questionar o que está inserido no jornal. Desta forma com as leituras de dez jornais acumulei duvidas sobre as informações,não no intuito de classifica-las como corretas ou incorretas,e sim, como as informações expostas no textos, os termos científicos levará o leitor a entender aquela informação, eu fui o meu objeto. O que eu não entendi? Como compreender? Porque não entendi? Após a leitura estas perguntas nortearam nossas discussões.
Discussão Com a leitura dos jornais encontrei as seguintes dificuldades: 1 – dificuldade em entender os conceitos expostos, em nenhum parte do texto continha um glossário com o significado das impressões cientificas; 2- explicações sobre teorias paleontológicas usando novas descobertas de fósseis sem a devida explicação de como aquele fóssil é importante, situar o achando no contexto da região, explicar os procedimentos metodológicos; 3 – Falta informações como nome de pesquisadores, qual fóssil está sendo representando na gravura ou foto, explicar quais são os significados da legenda,o significado. Estas três dificuldades apontadas acima fez com que a minha interpretação das informações fosse falho, por não possuir um conhecimento cientifico básico. Conclusão Para um leigo em paleontologia é difícil compreender as informações sem ter um glossário do lado, nas noticias estudadas percebesse que não houve a preocupação por parte do autor da matéria de popularizar os termos, ou de explicar os seus significados, o jornal foco do nosso estudo não é uma revista especializada, mas fica a impressão que eu preciso estudar paleontologia para compreender o texto. Algumas noticias traziam novos achados paleontológicos que eram definidos como tesouros raros, e poderíamos entender o que aconteceu na Chapada do Araripe no passado, mas era exposto a importância sem se dizer porque, ou explicava que “é importante para descobrir de onde veio o mar”, sim que mar e tinha mar aqui no Cariri, se constrói uma afirmativa sem explicar ao leitor do que se está falando. Nas imagens e em todos os textos faltava nomear os fósseis, o nome das siglas, e dos
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pesquisadores envolvidos de outras universidades, as imagens são importantes para o enriquecimento da informação, agora sem as devidas legendas do que se trata
naquela
imagem, sem explicar os conceitos científicos, os termos as teorias a função da noticia que seria de divulgar pra a população da região os achados da Bacia do Araripe, se inverte e desinforma. Apoio: Universidade Federal do Ceará e Instituto de Geologia e Paleontologia do Cariri
Palavras-chave: Paleontologia. Divulgação Cientifica. Jornal.
TRANSFERÊNCIA DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE EM ESPAÇOS CIENTÍFICOS E SEU USO SOCIAL
PENA, Luiz Gustavo de Carvalho(1); OHASI, Dominique (1);
Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica.
Introdução O projeto surgiu no ETUC – Espaço TIM UFMG do Conhecimento – e tem como objetivo servir de subsídio à reflexão e ao debate sobre os rumos da organização da produção de conhecimentos em espaços de divulgação da ciência, analisando a transferência e a sistematização do conceito de desenvolvimento sustentável no visitante, com vistas a atuações transformadoras na sua rotina diária. Frente a isso, toda essa situação colocou em discussão a idéia desenvolvimentista de que a qualidade de vida dependia diretamente do avanço da tecnologia e da ciência, sem levar em conta o equilíbrio da natureza. Entretanto, a realidade observada hoje é completamente oposta, já que todos os problemas sociais e econômicos teriam, nessa visão, solução com a otimização da exploração dos recursos naturais. Logo, diante dos problemas que emergiram desse
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sistema surgiu à necessidade de repensar o conceito de desenvolvimento. Como viabilizar o crescimento econômico, explorando os recursos naturais de forma racional, e não predatória? A universidade também participa desse debate, produzindo conhecimento e promovendo a divulgação científica em diferentes meios, dentre esses o Espaço do Conhecimento. Nesse espaço foi desenvolvida a instalação “Consumo Consciente” que ressalta o conteúdo de Educação Ambiental que tem como objetivo contemplar as questões da vida cotidiana do cidadão e discutir algumas visões polêmicas sobre essa temática. Assim sendo, pretendeu-se com essa pesquisa avaliar, por meio de questionários, qual a visibilidade da divulgação científica sobre o tema sustentabilidade para o visitante e, como essa informação se instrumentaliza no seu uso social. Dessa forma, nos questionamos: qual a relação que se estabelece no imaginário do entrevistado/visitante entre sociedade e natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual. Qual o papel de contratualização entre o ETUC e o visitante? Como o visitante se vê ativo no processo de mudança de atitudes na interação com o consumo sustentável? Metodologia “A água é a memória das árvores, diz a sabedoria do “Seu” Emílio Xacriabá. Se a natureza tende a expansão, o equilíbrio está na sua conformação. A água, mas também os cipós, os cães, assim como outros seres maleáveis, mostram ao homem como proceder para se entrenhar na vizinhança e educar-se a ponto de se transformar na seiva que alimenta a alma do outro.” (Cacique da tribo Caipora Xacriaba – Aldeia Pedra Redonda – São João da Missão)
O andar inicia-se com os dizeres do Cacique e, em seguida, encontra-se parte da primeira exposição; um painel que aborda o “Crescimento Populacional”, relatando os problemas decorrentes do aumento significativo do número de habitantes em relação à quantidade limitada de recursos naturais que o planeta possui. Nesse ponto, então, discute-se com o visitante a idéia do equilíbrio nas relações entre homem e ambiente, ressaltando alternativas viáveis que possam minimizar o impacto ambiental, consequência do aumento da população e, concomitantemente, do consumo. Em seguida, o visitante é levado à próxima exposição “Consumo Consciente” sendo esta composta por um painel lúdico que tem como objetivo instigar e problematizar o impacto dos seus hábitos de consumo e suas conseqüências. Esse painel é composto de peças móveis com textos ilustrados a fim de atender a todo tipo de público e, com isso, propor uma reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado, desde o início da apresentação, pela degradação e possíveis maneiras de cuidar do ecossistema. Mais afundo, entende-se um pouco mais da realidade atual e da exigência de uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que objetivam criar novas
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identidades e valores comuns e ações solidárias diante da reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre saberes. Portanto, em cima desse diálogo, propôs-se estudar prospectivamente 150 visitantes submetidos à aplicação de um questionário contendo doze perguntas que perpassam por conceitos de sustentabilidade e práticas básicas de reciclagem, uso de sacolas plásticas e outras, relacionando desenvolvimento, política e economia ao dia a dia. Esse questionário foi submetido aos visitantes de diferentes idades com público dos treze aos setenta anos, entre homens e mulheres de diferentes seguimentos sociais. Nesse processo, pediu-se pra conceituar desenvolvimento sustentável e questionou-se até que ponto uma “política verde” não atrasaria o desenvolvimento econômico. Pretendeu-se saber, também, qual a atuação do visitante nessa prática, isto é, se ele estava apto, dali em diante, a abarcar nesse novo processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade, com a redução do consumo e a reciclagem do lixo na sua casa.
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Resultados Na análise dos questionários, observou-se, claramente, a dificuldade do visitante em conceituar ou mesmo exemplificar a definição de desenvolvimento sustentável. A quase totalidade dos entrevistados não tinha clareza exata do termo, mas alegaram já ter escutado em meios de divulgação Respostas como “é uma forma de consumo que não ‘acaba’ com os recursos naturais”, ou “fazer a nossa parte na preservação do planeta”, foram constantes, e ainda que tais formulações façam parte do que o processo de sustentabilidade abarca, não são suficientes para defini-lo. Em relação à importância de serem implementadas propostas de desenvolvimento sustentável atualmente, houve um reconhecimento de 95% dos entrevistado que concordaram tratar-se de algo realmente relevante. Entretanto, quando questionados se a aplicação dessas medidas prejudicaria e/ou atrasaria o desenvolvimento das sociedades no que diz respeito à tecnologia, construção, transporte, indústria, etc., 13,3% afirmaram que sim, haveria um prejuízo no desenvolvimento econômico e social, e 86,7% refutaram que não ocorreriam mudanças suficientemente salientes à ponto de ocasionar dano. Ainda que uma pequena parcela dos entrevistados tenha afirmado que a adoção de um modelo sustentável poderia de alguma forma prejudicar o desenvolvimento nos âmbitos atuais, a quase totalidade dos mesmos ratificou ser possível conciliar propostas sustentáveis com o modelo econômico vigente, mediante estudo prévio e adequação do conceito. No que diz respeito à divulgação da idéia de uma sociedade sustentável, os entrevistados consentiram em relação à importância de que essa divulgação ocorre-se em meios que não só os acadêmicos, sendo os meios mais efetivos para o público a internet e a televisão. 98% do público entrevistado acredita que a divulgação, seja por quaisquer um dos meios citados, de alguma forma influencia aos espectadores. No entanto, 60% não admitem que essa influência ocasionada pelos meios de divulgação, seja suficiente para gerar uma mudança de mentalidade e comportamento, ficando a cargo apenas de 40% dos entrevistados o posicionamento positivo em relação a uma variação comportamental. Ainda em relação a uma possível adequação da conduta, foi perguntado se mediante o exposto nas instalações “Consumo Consciente” e “Crescimento Populacional”, haveria alguma mudança de hábito por parte do entrevistado, em prol da construção de uma sociedade mais pautada nos alicerces da sustentabilidade. 66,6% do público afirmaram que sim, e 33,4% que não se comprometeria a mudar seu cotidiano. 93,3% afirmaram ser favoráveis à política de uso de sacolas retornáveis e 73,4% declararam reciclar óleo de cozinha, vidros, plásticos, papeis, metais, em sua totalidade ou apenas alguns tipos de lixo. Conclusão
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Com a pesquisa desenvolvida no ETUC, Espaço TIM UFMG do Conhecimento constatou-se que, apesar de amplamente difundido e conhecido pelo público em geral, o conceito de sustentabilidade não é bem entendido e erroneamente aplicado e assimilado pela maioria das pessoas. É importante a busca de uma visão mais realista no que se refere ao equilíbrio entre o crescimento do progresso e a humanidade, tornando-se de suma importância que se busque a conscientização e, conseqüente, preservação dos recursos naturais. Ainda que haja uma divulgação maciça e específica acerca do tema, a experiência retirada através da pesquisa no Espaço ratifica a condição de não mudança de mentalidade e comportamento por parte do público afetado pelo processo de difusão e transferência da informação. Para Leff, “o discurso da sustentabilidade busca reconciliar os contrários da dialética do desenvolvimento: o meio ambiente e o crescimento econômico. Este mecanismo ideológico não significa apenas uma volta de parafuso a mais da racionalidade econômica, mas opera uma volta e um torcimento da razão; seu intuito não é internalizar as condições ecológicas da produção, mas proclamar o crescimento econômico como um processo sustentável, firmado nos mecanismos de livre mercado como meio eficaz de assegurar o equilíbrio ecológico e a igualdade social.”. (1.LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade racionalidade, complexidade, poder. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002) Tomando por base o título do presente trabalho “TRANSFERÊNCIA DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE EM ESPAÇOS CIENTÍFICOS E SEU USO SOCIAL” pode-se afirmar que a transferência do conceito de sustentabilidade certamente é notada, entretanto, no que diz respeito á futura adequação da informação em postura, não acontece na maioria das vezes. Palavras-chave: Divulgação científica, sustentabilidade, educação ambiental.
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A DOR DO PARTO E A VIVÊNCIA DAS MULHERES
Ariane Caroline de Oliveira (1), Geni da Silva Jerônimo Coelho (2), Natalia Ribeiro Teixeira (3), Nicole Dias Loschi (4) (1) Pós-Graduada em Acreditarão Hospitalar pela Faculdade de Ciências Medicas de Minas Gerais e Pós-Graduanda em Infecção Hospitalar Pela Faculdade de Ciências Medicas de Minas Gerais, (2) Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde do Centro Universitário UNA (3) Pós-Graduanda em enfermagem obstétrica e ginecológica na Universidade Castelo Branco/ Ellu Brasil; (4) Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde do Centro Universitário UNA Orientadora: Danubia Mariane Barbosa Jardim Email: nataribeiroteixeira@yahoo.com.br Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica
INTRODUÇÃO: O parto está historicamente relacionado ao mito de ser algo intolerável e muito doloroso fisicamente. Nos dias atuais, o medo de sentir dor é muito difundido pelas mulheres. Em algumas, a dor do parto é bastante intensa, sofrida, desgastante e aterrorizante, sendo assim, suportá-la é quase um sinônimo de "dar à luz" (RUANO, 2007). O momento do parto e nascimento é geralmente carregado de expectativas, medos, ansiedades e preocupações para a gestante. No âmbito da investigação sobre o tema acerca de vivências e análise de vários processos parturitivos, podemos observar que a dor durante a evolução do parto normal é vivenciado de diferentes formas, para algumas mulheres uma dor suportável, necessária, já para outras, um momento intolerável, que pelo sofrimento atribuído ao parto, aquele seria em alguns casos o primeiro e também o único. Despertando assim, a curiosidade de saber o que realmente essas mulheres entendiam como dor, durante a evolução para o parto normal e durante o nascimento. Desenvolvemos o estudo com o objetivo de compreender a dor na vivência materna no momento do parto. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso, de natureza qualitativa onde os sujeitos da pesquisa são oito mulheres primigestas, escolhidas de acordo com seu interesse em participar da pesquisa, através da ONG “Bem Nascer”, sem vínculo institucional pré definido e que vivenciaram o
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trabalho de parto normal sem analgesia em hospital particular ou privado da cidade de Belo Horizonte/MG. A coleta de dados foi realizada por da entrevista semi-estruturado. Para o tratamento e a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2004) e Minayo (2008). As fases que fazem parte análise de conteúdo são: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Da análise, surgiram três categorias empíricas: 1. O inesperado: medos e descobertas 2. Vivendo a experiência da dor 3. Reflexões sobre a dor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: 1.
O inesperado
Trata-se de aspectos vividos durante o trabalho de parto como o medo, as experiências e informações recebidas antes do parto. “[...] Eu achava que ia doer muito, eu achava que eu não ia suportar a dor, eu tinha muito medo de morrer (...) a nossa sociedade coloca que tem que ser sofrido né, tem que doer... que tem que ser ruim assim [...]”. E2 2.
Vivendo a experiência da dor
Revela experiências diferentes de um evento semelhante. “... Eu não considero que eu tive dor do parto, eu senti meu corpo todo trabalhando [...]”.E2 “ (...) acho que a dor do parto é muito estimada, eu não chorei não gritei, não bati em ninguém, (...) quando uma pessoa diz que urrou de dor, eu logo penso que esta fazendo teatro” E7 3.
Reflexões sobre a dor
Enfatiza a superação da dor e o momento transformador de receber o bebê nos braços: “Durante as contrações mesmo, era um momento assim prazeroso, eu sentia ela descendo, nesse momento a dor num existe mesmo assim, ela existe numa forma totalmente diferente, porque é o neném nascendo, não é você sentindo dor, é o neném nascendo, é o mais importante ali na hora, a dor some, eu acho que é nesse momento que começa a nossa devoção assim de mãe, você esquece que você ta sentindo dor, você só pensa que o seu neném ta chegando..” E1 CONCLUSÃO: A aproximação com as parturientes, com seu modo de vida, valores e crenças e com a sua visão de mundo permitiu compreender os fatores que interferem sobre suas perspectivas na vivência da dor do parto, apontando para novas discussões sobre o fenômeno da dor no trabalho de parto e sobre a importância das informações recebidas no pré-parto e da assistência ao longo do parto. Sendo assim, a satisfação das mulheres em relação ao parto e nascimento de seu filho está intimamente ligada a diversos fatores que interferem na perspectiva dessa vivencia, entre eles estão, à cultura, expectativas criadas a partir de experiências de outras mulheres, conhecimentos sobre esse processo e, principalmente, a atenção e os cuidados recebidos no
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período do parto, assim os profissionais que acompanham o parto devem manter com a mulher uma relação de ajuda, tendo em mente o objetivo materno, e adotar atitude de fortalecimento da habilidade da parturiente para que essa possa atuar eficaz e satisfatoriamente durante o trabalho de parto e parto. Deve-se otimizar os sistemas de informação entre profissionais e gestante durante o pré parto, oferecendo informações prévias sobre a gravidez, onde somente assim poderemos construir uma assistência humanizada minimizando medos, angústias e destruindo tabus pré-estabelecidos sócio-culturalmente . INSTITUIÇÃO: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde do Centro Universitário UNA como requisito parcial à obtenção de titulo de enfermeira e aquisição de créditos na disciplina de TCC. Palavras-chave: A dor do parto, Vivência do parto, Enfermagem Obstétrica.
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DESENVOLVIMENTO DE REVISTA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA – REVISTA ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE
Verano Costa Dutra(1); Monique Dias Rangel Dutra(2); Verônica Costa Dutra da Silva(3) (1). Mestre em Saúde Coletiva pela UFF, Editor da Revista Espaço Científico Livre; (2). Graduanda em Administração pela Unigranrio; Pós-graduanda em Gestão do Trabalho Pedagógico: Administração, Orientação e Supervisão Escolar pela Unigranrio E-mail: veranocd@yahoo.com.br Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica Introdução: A construção coletiva do conhecimento é facilitada pela utilização da Internet, que promove uma nova forma de organização descentralizada e colaborativa.Então com o objetivo de criar um ambiente de construção coletiva do conhecimento científico foi criada a Revista Espaço Científico Livre. A Revista Espaço Científico Livre de ISSN 2236-9538, é uma publicação independente multidisciplinar bimestral disponível online, que publica artigos de alunos de cursos técnicos, graduação, pós-graduação e profissionais de todo Brasil, além de divulgar diversos eventos acadêmicos.A publicação é construída de forma coletiva através do envio de artigos de diversas áreas do conhecimento. Todo conteúdo encontrado na Revista Espaço Científico Livre pode ser publicado e distribuído livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que a Revista Espaço Científico Livre seja citada como fonte.O periódico está disponível online desde abril de 2011 no portal de publicações digitais ISSUU, no entanto, por ser uma publicação de distribuição livre, é possível encontrar a revista em outras páginas eletrônicas. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal em 25 de setembro de 2012, verificando para as 9 primeiras edições, de abril-maio de 2011 até de agosto-setembro de 2012 da Revista Espaço Científico Livre: a quantidade de acessos; o número de download realizados no Portal ISSUU; o número de artigos publicados por edição; a distribuição dos artigos publicados conforme a região do Brasil.Com os resultados fez-se uma análise descritiva univariada, apresentando as frequências absolutas e relativas (em porcentagens) das variáveis categóricas coletadas. Foi utilizada a ferramenta “Assistente de dados” do aplicativo Br-Office Calc para a realização das tabulações da base de dados.
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Resultados e Discussão: Através do estudo transversal realizado em 25/09/2012, obteve-se os seguintes resultados: 9 edições; 29.922 acessos, com uma média de aproximadamente de 3.325 acessos/edição; 56 artigos publicados, com uma média de 06 artigos/edição; publicação: 33(58,9%) artigos abordando as áreas das ciências humanas e sociais, 18(32,1%) ciências biológicas e saúde e 05(8,9%) ciências exatas e da terra; número de artigos publicados por região: 58,2%(SE), 14,5%(NE), 12,7(S), 10,9(CO) e 3,6%(N); 403 downloads, tendo uma média de 84/edição. O número de artigos/região pode ser explicado pela distribuição de instituições de ensino superior no Brasil, pois ambos apresentam o mesmo comportamento. O fato da maior parte dos artigos publicados ser das áreas das ciências humanas e sociais, conflita com resultados da literatura que revela que as áreas de exatas e saúde, apresentam maior número de publicações. Provavelmente, a divulgação do periódico está sendo mais eficaz entre o grupo de ciências humanas e sociais. O número de acesso e download da Revista Espaço Científico Livre apresentados são referentes apenas aos dados disponíveis no portal ISSUU, o número de download apresentado contabiliza apenas aqueles realizados entre o dia 30 de março de 2012 e 25 de setembro de 2012. Conclusão: Em pouco mais de um ano a Revista Espaço Científico Livre apresentou resultados modestos, mas que devem ser considerados por se tratar de um projeto independente, sem apoio institucional. Em nove edições, a publicação conseguiu despertar e incentivar o interesse de diversos estudantes e profissionais de diferentes partes do Brasil sobre o conhecimento científico. Como próximos passos, a Revista Espaço Científico Livre deve incrementar o número de artigos nas áreas de ciências biológicas e saúde e ciências exatas e da terra, através de uma divulgação mais ampla, que pode ser conseguida através de parcerias e do uso das redes sociais. Apoio: Projeto independente. Palavras-chave: Comunicação científica; periódico científico eletrônico; produção científica; tecnologia da informação
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O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E O BLOCO INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO Emiliana Cristina Rodrigues Nunes¹ ¹Mestranda em Educação/Políticas Públicas e Gestão da Educação na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) - Dourados - Mato Grosso do Sul. E-mail: emilianacrn@yahoo.com.br Eixo Temático: Experiências e propostas em divulgação científica Introdução: Inúmeras são as pesquisas que tratam da complexidade que permeia o processo de implementação de políticas públicas. Tem-se o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA) como a representação de uma açãopolítica educacional que depende em grande parte do sucesso da sua fase de implementação para apresentar resultados exitosos. Com a Lei nº 11.274/2006 que dispõe sobre a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos o ensino brasileiro mais uma vez teve de se reorganizar em atendimentoas ações políticas do Estado, uma das possiblidades de organização dos três primeiros anos dentro deste EF de nove anos é oBIA. Estudar a implementação desse bloco propicia a investigação acerca desse processo considerando que a política não atende a um dispositivo que se desenvolve de maneira linear.Compreende-se que o cumprimento da lei não deve acontecer apenas no sentido figurativo considerando quea partir da políticade ampliação do EF a implementação do BIA configura-se como um processo em evolução consoante aos contextos e às novas circunstâncias que esse imputa.
Metodologia: Esse trabalho se caracteriza em uma pesquisa de cunho qualitativo, a fundamentação dessa apoia-se nas técnicas de pesquisa bibliográfica, bem como na técnica de análise documental com a utilização de documentos de nível federal e local, e na entrevista como técnica de coleta de dados. Resultados e discussão: No ano de 2005 a Lei nº 11.114, de 16 de maio, instituiu a matrícula das crianças de seis anos de idade no EF como obrigatória, o que de imediato repercutiu nas escolas como um desafio no que se refere à sua estrutura de organização. Contudo é somente com a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que altera os artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei 9.394 de 1996, que se efetiva a legalização da ampliação do EF para nove anos, possibilitando que as crianças que tenham seis anos completos até o início do ano letivo tenham sua matrícula e assim o seu acesso ao EF garantidos.
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O parecer CNE/CEB nº 4, de 20 de fevereiro de 2008 que, reafirma a importância da criação de um novo EF; reforça o redimensionamento da educação infantil; estabelece o 1º ano do EF como parte integrante de um ciclo de três anos de duração denominado “ciclo da infância” ou “Bloco Inicial de Alfabetização (BIA)” e ressalta os três anos iniciais como um período voltado à alfabetização e ao letramento no qual deve ser assegurado também o desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento. Observa-se que os objetivos estabelecidos com a implementação desse bloco ainda não foram em sua plenitude alcançados, o que a priori não permite afirmar que essa ação política tenha alcançado êxito ou não, partindo do princípio de que existem diferentes modelos analíticos de implementação de políticas e de que esses oferecem caminhos distintos na sua investigação. Conclusão: O cumprimento da Lei nº 11.274/2006 corresponde ao direito da criança de receber uma educação formal de qualidade, acredita-se que o cumprimento da lei e asseguramento do direito à educação não deva ser apenas figurativo. Considerando a complexidade do processo de implementação de uma política entende-se que a ampliação iniciada lá no ano de 2006 ainda que implantada em 100% das escolas brasileiras ainda apresenta desafios para os sistemas de ensino, como pôde ser observar no município de Dourados/MS no que tange ao BIA e, considera-se necessário considerar em toda investigação acerca desse assunto os fatores que influenciam o grau de implementação de uma política pública. Apoio: CAPES.
Palavras-chave: Ampliação do Ensino Fundamental. Bloco Inicial de Alfabetização. Políticas Públicas. Implementação.
A AMBIENTALIZAÇÃO DO URBANO: O CASO DO COMPLEXO DO ALEMÃO NA ZONA NORTE DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Matheus Alves de Barros (1); Carlos Bernardo Vainer(2)
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(1) Professor (Mestre) da Universidade Castelo Branco; (2) Professor (Doutor)do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E-mail: professormatheus1@hotmail.com
Eixo temático: experiência e proposta em divulgação científica. Introdução: A pesquisa busca identificar e qualificar o uso da retórica ambiental aplicada ao espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, por um lado, pelos governos e organismos multilaterais e, por outro, pelas ONGs e atores sociais locais.
A partir das análises do
material empírico coletado, explanou-se o que diferentes atores sociais entendem pelas mesmas categorias e conceitos (meio ambiente, sustentabilidade, desenvolvimento e justiça ambiental) dentro de um mesmo contexto histórico. A hipótese inicial de que haveria uma dicotomia entre o que se denominava “ambientalistas dos pobres” (Martinez-Alier, 2009), personificado pelo “ambientalismo da Serra da Misericórdia” (SIMAS, 2007), e o ambientalismo oficial (ambientalismo do governo) não se sustentou. Com efeito, constatou-se que o ambientalismomisericordiano – que a primeira vista apresentava-se como sendo dos pobres – se configurava, em determinadas práticas, como sendo o mesmo que aquele preconizado pelo governo. Por outro lado, porém, em outros momentos ele apresenta elementos que o aproxima da concepção preconizada pela justiça ambiental e toda a luta por igualdade e garantia de direitos. Diante disso, perguntar-se-ia: como caracterizá-lo? E porque assim fazê-lo? Eis algumas questões que emergem para a reflexão. Metodologia: Realizou-se um conjunto de entrevistas semi-estruturadas com um conjunto de atores, tais como: lideranças comunitárias, moradores, militantes, coordenadores e membros das ONGs locias.Essas entrevistas permitiram problematizar a maneira como alguns atores locais e de fora do território têm-se utilizado das noções de “desenvolvimento sustentável”, “meio ambiente”, “sustentabilidade” e “justiça ambiental”, no embate com as instituições governamentais e suas políticas. Em contraste, objetivou-se a realização de um conjunto de entrevistas com alguns dirigentes de instituições governamentais, como a SecretáriaExecutiva do PAC/Rio Mirian Belchior, a coordenadora do PAC/Social estadual, a arquiteta e urbanista Ruth Juberg, e o Coordenador do PAC/Rio pela prefeitura Municipal, o Sr. Icaro Moreno (presidente da Empresa de Obras Públicas – EMOP). Apesar de procurá-los várias vezes não obtivemos sucesso, com exceção da Sra. Ruth, que nos recebeu no dia 19 de outubro de 2011. Diante do insucesso, traçamos outro caminho metodológico para atender a essa demanda da pesquisa. Optamos por utilizar entrevistas e outras matérias divulgadas na impressa - e em outras fontes, entrevistas proferidas por eles nos meios de comunicação de massa - cujo contéudos tratassem da implantação do PAC/Social e Urbano nas favelas cariocas.
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Resultados e Discussão: Constatou-se que a criação de novos espaços de debates e diálogo - entre as instituições governamentais e as organizações locais (Alemão, Manguinhos e Rocinha) – nos processos de implantação do PAC. A partir daí levantou-se algumas questões se emergiram, tais como: quais são as “vozes” do Alemão nos processos de implantação do PAC? O que essas “vozes” dizem ou têm a dizer? De que maneira poder-se-ia falar de autonomia do movimento popular do Alemão? Até que ponto os “dizeres” se confundem e se distanciam? O que pensam algumas lideranças comunitárias sobre a atuação dos governos estadual e municipal na condução de suas políticas e, ainda, o que pensam sobre atores internos: Verdejar, Raízes em Movimento, Efeta? Quais são esses tais espaços de debates? Essas e outras questões foram, na medida do possível, respondidas no desenrolar do cronograma da pesquisa. Algumas delas ficaram sem respostas, em grande parte, pela ausência ou precariedade dos dados coletados que, dentre outros motivos, apresentou uma incompatibilidade entre o tempo de maturação do objeto (por se tratar de uma análise sincrônica) e o tempo de execução do projeto dissertativo. Conclusão: Para concluir, observa-se que a “bandeira verde” parece unificar a luta de uma gama de organizações presentes no Alemão e adjacências, formando um processo de ambientalização dos conflitos sociais. Os esforços para preservação da Serra constroem a problemática da degradação ambiental como um problema de todos os moradores do Alemão e de toda a cidade.Essa unificação das lutas sociais pode ser descrita como o processo “ambientalizador do Alemão”, que se inicia a partir das preocupações em conter a expansão da favela Sérgio Silva e impedir que a Serra - vista como um lugar de lazer para todos os moradores - se transforme numa grande favela. Essas preocupações – que inicia com o Verdejar e se propaga para as demais organizações – faz emergir ambientalismo preservacionista, com vistas a construir eco limites para contenção do crescimento das favelas. Desse modo, a ideia de caracterizar o ambientalismo do Alemão como sendo um “ambientalismo dos pobres”, nos termos de Martinez-Alier (2004), parece não fazer mais sentido. Do lado do governo, poder-seia afirmar que há uma ambientalização das políticas governamentais aplicadas às favelas na medida em que a variável ambiental passa a ser usada para legitimar as ações e unir os diferentes interesses. Apoio: CAPES. Palavras chaves: Ambientalismos. Conflitos. Retóricas e Praticas.
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ESTUDO DO TEOR DE UMIDADE EM UMA CÉLULA EXPERIMENTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Elaine Patrícia Araújo(1); Libânia da Silva Ribeiro(1); Raliny Mota de Souza farias(1); Alessandra dos Santos Silva(1); Flaviano de Souza Alves(2)
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(1). Doutoranda em Ciência e engenharia de Materiais/UFCG. Mestre em engenharia Civil e Ambiental/UFCG. Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais/UFCG. Especialista em Gestão Ambiental (UEPB). Bióloga/UEPB; (1). Doutoranda em Ciência e Engenharia de Materiais/UFCG. Mestre em engenharia Civil e Ambiental/UFCG. Engenheira Sanitária e Ambiental/UEPB; (1) Mestranda em Engenharia Civil e Ambiental/UFCG. Engenheira Civil/UFCG; (1) Doutoranda em Ciência e Engenharia de Materiais/ UFCG. Mestre em Engenharia Civil e Ambiental/UFCG. Engenheira Sanitária e Ambiental/UEPB; (2) Doutorando em Engenharia Civil/COPPE/UFRJ. Mestre em Engenharia Civil e Ambiental/UFCG. Especialista em novas Tecnologias da Informação/UEPB. Geógrafo/UEPB. E-mail: elainepatriciaaraujo@yahoo.com.br
Eixo Temático: Inovação e desenvolvimento sustentável
Introdução: Nas últimas décadas, ocorreu uma forte industrialização e um crescimento nos bens de consumo, promovendo uma maior geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), fato que vem ocasionando uma acelerada poluição ambiental. O aumento na quantidade e variedade desses resíduos gerados pelas atividades domésticas, sociais e industriais emerge como um dos principais problemas da sociedade atual, principalmente por apresentarem uma mistura complexa e de natureza diversa, cujos principais constituintes são: material orgânico, papel, vidro, plástico e metais. As células experimentais são uma das alternativas para estudar e tentar solucionar o problema de disposição final destes resíduos, pois, atende às normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando desta forma os impactos ambientais. Estudar a umidade dos resíduos sólidos é de extrema importância para observar o comportamento dos microrganismos, principalmente bactérias, na biodegradação dos resíduos sólidos. A presente pesquisa teve por objetivo avaliar o teor de umidade em uma célula experimental localizada na Universidade Federal de Campina Grande-PB. Metodologia: O processo de caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) seguiu as seguintes etapas: caracterização física dos RSU; determinação dos locais de amostragem dos RSU; seleção aleatória e preparação da amostra para ensaio; separação dos resíduos por tipo; pesagem de cada tipo de resíduo; compactação dos resíduos. As coletas das amostras na célula experimental foram realizadas na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). As amostras coletadas foram encaminhadas para o laboratório da EXTRABES (Estação Experimental de Tratamentos Biológicos de Esgotos Sanitários- Núcleo de Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande-PB e Universidade Estadual da Paraíba-PB onde foi realizada a análise do teor de umidade. Foram coletadas amostras de resíduos sólidos urbanos de cada nível (superior, intermediário e inferior) mensalmente na célula experimental com o auxílio de um amostrador. Para determinação do teor de umidade foi determinado pelo método da base úmida, o mais comumente utilizado em resíduos sólidos. Uma quantidade representativa da amostra dos resíduos sólidos
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foi pesada e em seguida levada a estufa a 60°C por 24 horas; depois desse período realizou-se a pesagem do material seco em balança digital e então determinada à umidade da amostra de resíduos. Resultados e Discussão: Os valores de umidade encontrados nesta pesquisa propiciam o desenvolvimento de microrganismos biodegradadores da matéria orgânica já que estes se encontram na faixa entre 40 e 60%. O valor médio do teor de umidade do lixo domiciliar no Brasil é da ordem de 60%. A camada superior foi uma exceção a estes resultados devido à inviabilização deste ponto de coleta após os 223 dias, por apresentar grande quantidade de solo proveniente da camada de cobertura, o que dificultou o procedimento. O alto valor de umidade inicial encontrados nesta camada pode estar associado à intensa troca de calor com o meio externo. Alguns autores afirmam que o aumento do teor de umidade em uma massa de lixo contribui para um aumento da velocidade de degradação. Entretanto, aumentando a velocidade do fluxo de água sem variar o teor de umidade aumenta também a geração de metano. Esta umidade também possibilita o transporte de enzimas e outros metabólitos importantes no processo de decomposição. Embora a presença de água na célula experimental tenha sido associada aos subprodutos da biodegradação, não foi possível detectar a presença de lixiviado, podendo estar relacionado a problemas operacionais como infiltração e retenção de líquido pela formação de espaços vazios (bolsões). Conclusão: Os valores de umidade obtidos nesta pesquisa foram propícios ao desenvolvimento de microrganismos biodegradadores da matéria orgânica já que estes valores se encontraram numa faixa satisfatória em todas as camadas, superior, intermediária e inferior da célula experimental monitorada. Desta forma, pode-se concluir que o monitoramento do teor de umidade foi de fundamental importância para implementar uma gestão adequada, acelerando o processo biodegradativo do resíduos, aumentando, desta forma, a vida útil de um aterro de resíduos sólidos urbanos. Apoio: CNPq, CAPES, UFCG, UEPB, PMCG. Palavras-chave: Teor de umidade, Resíduos Sólidos Urbanos, Célula experimental, Campina Grande.
PÓS- DEGLUTIÇÃO: JOGO DE TABULEIRO LÚDICO- REFLEXIVO SOBRE A PÓSGRADUAÇÃO E SUA APLICAÇÃO A PÓS-GRADUANDO EM QUÍMICA Gabriel Garcia(1) (1) Doutorando em Química no Instituto de Química – UNESP, campus Araraquara. E-mail: gabrielg@iq.unesp.br
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Eixo temático: Inovação: conceito, crítica e processos de criação em arte e linguagem. Introdução: A pós-graduação no Brasil foi regulamentada no início da década de 1960 com objetivo de formar recursos humanos de alto nível intelectual e técnico para atuar no desenvolvimento de pesquisa científica, no magistério em nível superior e atender demanda de mercado nos setores público e privado. Desde então passou por significativa expansão, demonstrada em indicadores como, por exemplo, número de alunos titulados e produção científica, galgando posição de destaque no cenário mundial. Porém a pós-graduação tem sido alvo de manifestações críticas sobre diversos aspectos, como privilégio da pesquisa em detrimento de ensino e extensão, modelo produtivista de avaliação, lacunas de formação (principalmente pedagógica) e episódios de desvios de conduta cada vez mais frequentes, entre inúmeros outros. De encontro a este panorama, como jogos lúdicos podem ser utilizados como recurso facilitador tanto do processo de ensino e aprendizagem quanto de comunicação e discussão de temas controversos para crianças, jovens e adultos, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um jogo de tabuleiro lúdico-reflexivo, de nome Pós-Deglutição, para expor aspectos negativos da pós-graduação no Brasil, bem como facilitar e ampliar oportunidades de exercício de reflexão e criticidade a pós-graduandos. Metodologia: Pós-Deglutição se baseia na crítica social metafórica e cômica do conto “O Crocodilo” de Fiódor Dostoiévski em que um crocodilo em exposição engole um trabalhador russo, representando a condição de exploração da classe trabalhadora imposta pelo sistema capitalista. No jogo, um crocodilo representa a pós-graduação e suas refeições rápidas (snacks) representam os alunos. Os processos de ingresso dos alunos na pós-graduação, trajetória com prejuízos causados à sua formação acadêmica por situações absurdas cotidianas até o egresso e obtenção do título de doutor são metaforicamente representados, com linguagem cômica e informal, quando o crocodilo engole seus snacks, que são digeridos em sua trajetória no aparelho digestório do animal. Vence o snack que for menos digerido, ou seja, o aluno que teve sua formação menos prejudicada, e a ele é conferido diploma que explicita a proposta de exercício crítico e reflexivo pretendida nos objetivos. Foi realizada atividade lúdico-reflexiva de aplicação do jogo a pós-graduandos do IQ – Unesp campus de Araraquara, que posteriormente avaliaram seus aspectos técnicos e cumprimento do objetivo, bem como contribuíram com sugestões diversas para aprimoramento do jogo e também da atividade de aplicação.
Resultados e discussão:
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Aspectos técnicos como aparência e funcionalidade de tabuleiro, peças, cartas e diploma, assim como clareza dos materiais de introdução e regras foram avaliados positivamente e considerados adequados. As situações causadoras de prejuízos à formação, expostas nas cartas do jogo, foram consideradas fidedignas à realidade. As principais críticas e sugestões dizem respeito à linguagem dos textos, à jogabilidade e à execução da atividade. Houve manifestações antagônicas com relação à informalidade da linguagem, ora considerada adequada aos objetivos, ora comprometedora da qualidade do jogo. Todas as sugestões de modificação da jogabilidade ou da execução da atividade tiveram objetivo de potencializar a indução de reflexão pela criação de mais oportunidades de participação e discussão entre os jogadores durante e após o jogo. Conclusão: De maneira geral os participantes consideraram que o jogo Pós-Deglutição atingiu o objetivo de promover exercício de reflexão e criticidade, e que a criação de um espaço de entretenimento pode ser aliado na facilitação e ampliação destas atividades a pós-graduandos. Em contraponto, o número pequeno de participantes na aplicação do jogo indica haver pouco interesse por parte de pós-graduandos em química em atividades de discussão reflexiva de temas institucionais, o que tanto pode ser condição circunstancial desta comunidade, como pode indicar ineficiência da função atrativa e facilitadora proposta pelo jogo. Novas aplicações em contextos acadêmicos e comunidades científicas diferentes são necessárias para confrontar tais hipóteses. Como perspectivas futuras deverão ser adotadas as sugestões recolhidas nos questionários e realizadas novas atividades lúdico-reflexivas. Além disso, como afirmação e intensificação da proposta de ampliação de oportunidades para estas atividades, há possibilidade da criação de um ambiente virtual de suporte para o jogo, ou disponibilização dos arquivos digitais para impressão do material, iniciativas que expandiriam os objetivos deste trabalho. Apoio: CNPq Palavras chave: Jogo de tabuleiro, lúdico-reflexivo, pós-graduação.
PROJETO TRANSMÍDIA SEM TÍTULO: AÇÃO NO 1 Richard Pires Pereira da Cruz(1) (1)
Graduando em Dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: riccogarcia@gmail.com Eixo temático: Inovação: conceito, crítica e processos de criação em arte e linguagem
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Introdução: O Projeto Transmídia Sem Título tem como mote a criação em arte na sua relação com a tecnologia e a internet. A investigação do discurso através do gesto, da imagem, do texto escrito e verbal constitui a base do projeto. Nesse sentido, a Ação n o 1 constrói-se como a síntese do Projeto Transmídia Sem Título, sua apresentação. A Ação n o 1, uma comunicação performática,
tem como principal objetivo a problematização dos limites das linguagens
artísticas em seus atravessamentos, nas relações com as noções de tempo e espaço, real e virtual. Problematizar o objeto artístico a partir de seus veículos/materiais (o palco, o vídeo, o papel, a internet) é de fundamental importância no mundo contemporâneo, dada a multiplicidade e a complexidade dos meios de comunicação pelos quais o trabalho artístico circula, o olhar fragmentado que sobre ele recai e a sua consequente reprodutibilidade.
Metodologia: A metodologia aqui aparece como o a própria ação: como em uma tela, da qual o pintor resolve retirar os motivos para evidenciar sua busca – o método de pintar – A Ação n o 1 retira do Projeto Transmídia Sem Título os temas de identidade, gênero e linguagem que deram início ao projeto, para dar lugar a construção da obra de arte ao vivo, destituída a priori de qualquer motivação temática. Para isso, a metodologia de criação dessa comunicação performática é o uso da área de trabalho do computador como espaço de construção subjetiva e de um objeto artístico que possa ser imediatamente compartilhado com o público presente e com a assistência virtual. Utilizam-se screenrecords, snapshtos, screenstreaming, broadcasting dentre outras ferramentas populares de compartilhamento de texto, voz e imagens fotográficas e videográficas para problematizar a criação artística nos dias de hoje, entendendo os meios de comunicação não apenas como espaços de registro de obras apresentadas em espaço real, mas como espaços de construção e circulação de ideias.
Resultados e Discussão Da comunicação performática
Ação n o 1, já experimentada em sala de aula, podem-se
enumerar alguns resultados: a problematização do tempo e do espaço, através do uso simultâneo de imagens gravadas e captadas ao vivo; A explicitação de um possível método de criação artística, pela já citada retirada dos motivos; os resultados de caráter subjetivo sobre o corpo de quem performa e o corpo de quem assiste a ação, que também está sujeito a tornarse imagem projetada, gravada e texto digitado na tela do computador. Na experiência realizada em sala de aula, as discussões basearam-se na própria funcionalidade dos aparelhos utilizada pelo performer e na noção de transmídia, ou seja, o atravessamento dos materiais produtores
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das linguagens literária, videográfica e coreográfica. O uso do computador, do projetor de imagens e da webcam deixa de ser uma ponte para a realização de uma apresentação artística para tornar-se seu instrumento primordial; o uso do projetor de imagens não apenas para tornar possível a visualização para o público presente mas também para criar camadas de realidade entre as imagens gravadas e as imagens captadas ao vivo.
Conclusão: Sendo a comunicação performática um novo formato de apresentação de trabalhos artísticos que tem caráter teórico e acadêmico, e a própria subjetividade de um trabalho artístico, as conclusões são parciais e fundadas na experiência realizada em sala de aula. Conclui-se que considerar o espaço virtual não apenas como registro ou veiculo de criação de trabalhos artísticos mas como espaço próprio e legítimo de construção desses trabalhos, pode trazer novas possibilidades de criação e inserção da arte para o grande público nos meios de comunicação acessados diariamente por milhões pessoas em todo o mundo. Os temas de gênero, identidade e linguagem que são pilares do Projeto acabam por aparecer no desenvolvimento da ação, no entanto não obscurecem o método, tampouco retiram a força de um dos objetivos da Ação n o 1, constituir-se como síntese. Conclui-se ainda que essa forma de fazer artístico, além dessa democratização proporcionada pela rede virtual, traz novos horizontes e metodologias de criação para o campo das artes cênicas.
Palavras-chave: arte, performance, comunicação, linguagem, transmídia
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