Volume 1, Edição 1
Fevereiro 2011
astroPT magazine
Parabéns a você Pontos de interesse especiais:
Tyche—Planeta gigante nos confins do Sistema Solar
Em ano de “descobertas gran-
de dez vezes a distância da
diosas” (bactérias que sobre-
Terra ao Sol!!!).
primeiros olhares dos humanos curiosos.
vivem em ambientes tóxicos para os seres humanos, novos
A aplicação da metodologia
planetas, dois sóis no céu), a
científica aos dados observa-
Num ano “pré-apocalíptico”, a
comemoração de uma desco-
dos e comprovados permiti-
ciência está, uma vez mais,
berta verdadeira está passar
ram a notável descoberta. 3
de parabéns: 165 anos após a
quase despercebida: Neptuno
astrónomos em 3 países dife-
sua descoberta, o planeta
Última missão do Discovery
está de parabéns! Aos nossos
rentes tentaram perceber em
benjamim perfaz um ano dos
olhos, completa um ano de
que zona do céu se deveria
seus! Aproveitemos para cele-
Eu queria ser Astronauta
vida. Uma órbita completa!
encontrar o novo membro da
brar o incrível espírito huma-
distinta família solar. Com
no, a sua ousadia, os grandes
Novas imagens da tempestade de Saturno
O oitavo planeta do Sistema
extrema paciência e persis-
feitos e a ciência –
Solar foi “descoberto” em
tência (e recorrendo a cálcu-
a verdadeira.
1846. Foi localizado através
los matemáti-
do efeito do seu campo graví-
cos comprovados e comple-
tico sobre a órbita de Urano.
xos), conseguiram localizar o
Subitamente, o Sistema Solar
planeta. Neptuno lá estava,
deu um salto de quase 2 000
quase no sítio previsto,
milhões de quilómetros (mais
pacientemente à espera dos
Tamanho e massas dos grandes planetas
Matéria exótica no interior das Estrelas de Neutrões Asteróide Vesta
Nesta edição: Tyche...
2
Tamanho e massa...
3
Última missão...
4
… Astronauta
6
… Saturno
7
… Estrelas de Neutrões
8
Vesta...
9
Pai vou para o espaço e já volto Uma actividade que
ximos meses.
vou fazer na Fábrica
José Matos
Ciência Viva para a malta mais nova. São vários os temas a explorar nos pró-
Pedro Cotrim
Fevereiro 2011
Tyche—Planeta gigante nos confins do Sistema Solar Já temos exposto várias descobertas do telescópio espacial WISE. Ele entretanto “morreu” (acabou o seu tempo de vida), e daí que publiquei este post a resumir o seu elevado rendimento científico. Ora, como qualquer telescópio, apesar de “morto”, o WISE tem ainda muita informação por analisar. Está em computador, mas os cientistas ainda não tiveram hipótese de a analisar em detalhe. Não se sabe o que está nessa informação. O que acontece normalmente é que não está nada de “anormal”, porque as verdadeiras descobertas já foram anunciadas com “pompa e circunstância” pela NASA. Daí que os dados, após análise, normalmente destinam-se a coisas com relevância para os cientistas, mas sem qualquer importância para o público. No entanto, numa entrevista para o jornal Britânico, The Independent, o professor Daniel Whitmire, da Universidade da Louisiana, decidiu dizer que acreditava poder Página 2
existir um planeta nos confins do Sistema Solar, e que esse planeta pode ter sido detectado pelo WISE, mas está nos dados que ainda não foram analisados. Note-se que as palavras principais é que isto não passa de uma crença pessoal do cientista, em que propõe uma hipótese (“pode“), e não tem qualquer evidência científica para isso (“dados não analisados“). Ou seja, cientificamente falando, vale 0. Vale tanto como eu dizer que acredito que pode haver um planeta como a Terra em redor da estrela Sirius. Não tenho qualquer evidência, mas acredito nisso. Relevância científica = 0. No entanto, provavelmente numa tentativa de marketing em que demonstra um péssimo sentido de divulgação/ensino científico, este professor foi ainda mais longe: disse que o planeta (o tal que ele não tem qualquer evidência!) deveria se chamar Tyche, será 4 vezes maior que Júpiter, será composto de hidrogénio e
hélio, terá luas, anéis, e uma atmosfera com nuvens e tempestades (!!!), terá uma temperatura de -73ºC, e estará 15.000 vezes mais afastado do Sol que a Terra (375 vezes mais afastado que Plutão) – o que corresponde à zona da Nuvem de Oort. Além desta imaginação puramente especulativa, baseada em crenças pessoais e sem qualquer validade científica, o certo é que a “teoria” dele também tem problemas de matemática. Mas em termos científicos, vejo outros problemas: - a Nuvem de Oort está 50.000 vezes mais afastada do Sol que a Terra, logo, ao contrário do que ele diz, o planeta ainda estaria muito longe da Nuvem de Oort. - o planeta não pode
“Nuvem de Oort” Créditos: NASA / JPL
“Isto não passa de uma crença pessoal do cientista, em que propõe uma hipótese, e não tem qualquer evidência científica para isso”.
ser 4 vezes maior que Júpiter. A razão é simples: com mais de 3 vezes a massa de Júpiter, os planetas contraem-se e ficam mais pequenos. Será que um erro tão básico, que se aprende em Introdução à Astronomia para nãocientistas, foi dado por este investigador? Não. Ao ler-se a notícia original vê-se que ele disse 4 vezes a massa de Júpiter. Os jornalistas poste-
Volume 1, Edição 1
riores é que não sabem ler (incluindo os da TV, que já vi na CNN e MSNBC), e dizem erradamente 4 vezes o tamanho de Júpiter. Ou seja, aos erros do cientista ainda se juntam os erros dos jornalistas. Conclusão: notícia mais disparatada era difícil haver esta semana! Carlos Oliveira
Tamanhos e massas dos grandes planetas Devido ao meu post anterior, decidi colocar esta imagem que especifica o tamanho dos grandes planetas.
Como se vê na imagem acima, objectos maiores e mais massivos que Júpiter, tornam-se
Créditos: space.com
pequenos! Alguns desses exoplanetas têm é massas muito superiores a Júpiter (4,
“Objectos
5, 8,…). Mas isso não
maiores e mais
Um objecto que tenha
quer dizer que sejam
massivos que
pelo menos 13 vezes
maiores; pelo contrário,
mais que a massa de
o seu tamanho será
Júpiter tornar-se-à
inferior ao de Júpiter.
mas as diferenças são
uma anã castanha.
Carlos Oliveira
enormes!
Os planetas gigantes
anãs castanhas. Muita gente, incluindo jornalistas, não entendem a diferença entre massa e tamanho,
Um Buraco Negro, por exemplo, tem uma enorme massa e um pequeno tamanho – poderá ter somente 10 kms de diâmetro e uma massa equivalente a 10 sóis! Já a Terra tem uma massa diminuta, mas é maior que um buraco negro.
Página 3
Júpiter, tornamse anãs castanhas.”
que se têm encontrado em órbita de outras estrelas, não são muito maiores que Júpiter. O que se passa é que objectos que atinjam 3 massas de Júpiter, começam a contrair-se (aliás, Júpiter também está em contracção), o que os torna mais
Créditos: nasa.gov
Fevereiro 2011
Última missão do Discovery O vaivém espacial OV103 Discovery partiu para a sua 39ª e última missão
PMM Leonardo (Permanent
um robot experimental designado Robonaut 2. O Robonaut 2 tem um peso
espacial com uma tripula-
Multi-purpose Module) que
ção constituída por seis
foi originalmente construído
ma humanóide, sendo ope-
astronautas, todos vetera-
para servir de contentor de
rado de forma remota des-
nos de anteriores missões com o vaivém espacial. A sua missão? Transportar o
Tripulação do último voo do Discovery, missão STS133. Crédito: NASA
Esta missão transporta o
carga de e para a ISS, estando temporariamente
de 136 kg e tem uma for-
de o solo. A sua altura é de 1,2 metros e a sua largura máxima (entre ombros) é
último módulo norte-
acoplado à estação e trazi-
americano para a ISS,
do de volta para a Terra no
2 é uma experiência para
além de peças suplentes e
final da cada missão. Com
demonstrar as tecnologias
mantimentos.
o final dos voos dos vai-
O lançamento do Disco-
véns espaciais, a NASA
very teve lugar às 2153UTC
decidiu levar a caboalgu-
do dia 24 de Fevereiro de 2011 a partir do Complexo de Lançamento LC-39A. A tripulação do Discovery é composta pelos astronau-
mas modificações no módulo aumentando a sua
de 0,9 metros. O Robonaut
que no futuro poderão ser um auxiliar importante para os astronautas em órbita. O Discovery também transporta no seu porão de car-
protecção contra os detri-
ga uma plataforma de
tos orbitais e criando um
armazenamento externa
melhor sistema de ilumina-
com uma massa de 3.700
“O Robonaut 2 é
tas Steven Wayne Lindsey,
uma experiência
Comandante que realiza a
ção, ventilação e de forne-
sua 5ª missão espacial;
cimento de energia, trans-
Eric Allan Boe, Piloto na sua
formando-o num módulo
suplentes caso surja algum
permanente. O Leonardo
problema com o sistema de
tem um comprimento de
arrefecimento externo da
para demonstrar as tecnologias que no futuro poderão ser um auxiliar importante para os astronautas em órbita.”
2ª missão espacial, e pelos Especialistas de Missão Timothy Lennart Kopra, na
zenados que servirão de
ISS. A estação espacial
6,4 metros, um diâmetro
Benjamin Alvin Drew, Jr.,
de 4,6 metros, 9.897 kg de
na sua 2ª missão espacial;
pesso, incluindo 2.557 kg
tes no qual circula amonía-
de equipamentos e manti-
co através de grandes
mentos. Mais 711 kg de
radiadores para dissipar o
Michael Reed Barratt, na Nicole Marie Passanno Stott, na sua 2ª missão
carga encontram-se no
espacial.
porão de carga do Disco-
Quando a missão do Disco-
very.
very foi originalmente planeada, e tendo em conta o plano inicial da Administração Bush, o voo do Discovery seria o último do programa. No entanto, e com a revisão dos planos da NASA, esta tornou-se numa importante missão logística à qual foram adicionadas duas actividades extraveículares que serão levadas a cabo por Timothy L. Kopra e B. Alvin Drew. Página 4
junto de radiadores arma-
sua 2ª missão espacial;
sua 2ª missão espacial; e
Robonaut 2—Crédito: NASA
kg que transporta um con-
Entre o equipamento que é transportado para a ISS encontra-se um módulo de experiências, um controlador de temperatura para o sistema de controlo de temperatura e de húmidade, uma bomba suplente para o sistema de arrefecimento interno da ISS, um grande ventilador, um tanque de armazenamento de água processada, um tanque de águas residuais e
possuí dois sistemas de arrefecimento independen-
calor gerado pelos sistemas electrónicos da ISS. Os novos painéis suplentes têm um peso de 1.123 kg e estão montados num sistema de suporte experior denominado ELC-4. Os astronautas Timothy Kopra e Nicole Stott irão operar o Canadarm2 para retirar o ELC-2 do porão de carga do Discovery algumas horas após a acoplagem. O ELC-2 será entregue a Eric Boe que estará a operar o Canadarm do Discovery. O Canadram2 será então reposicionado e agarrará de novo o ELC-2 que será
Volume 1, Edição 1
ser separado para repara-
Barratt irão operar o Cana-
ções, não pode ser instala-
darm2 desde a Cupola para
seguinte Michael Barratt e
do após a acoplagem do
retirar o PMM do porão de
Nocole Stott usarão o
módulo PMM Leonardo no
carga do Discovery e aco-
Canadarm2 para retirar o
porto de fixação do módulo
pla-lo no módulo Unity. Na
Unity voltado para a Terra.
tarde desse dia será levada
estrutura de fornecimento de energia da ISS. No dia
mastro de inspecção do escudo térmico do vaivém do porão de carga do Fisco-
a cabo uma inspecção do
very antes de o entregar ao
Após a instalação do cabo
escudo térmico do vaivém
Canadarm onde permane-
eléctrico, os dois astronau-
espacial caso sejam regis-
cerá para uma utilização
tas irão recolher um módu-
tados problemas durante o
lo de bombagem de amo-
dia do lançamento ou
níaco que está avariado e
durante a aproximação à
iniciar os trabalhos de
que foi deixado num local
ISS. No final desse dia
reparação de um dos siste-
de armazenamento tempo-
Kopra e Drew voltarão a
mas de remoção de dióxido
rario no sistema móvel do
dormir no módulo Quest.
futura durante a missão. Entretanto, no interior da ISS os astronautas irão
de carbono da secção norte -americana da ISS. Timothy Kopra e Allan Drew irão terminar o dia entrando no módulo Quest onde passarão a noite a uma pressão reduzida de 10,2 psi. Isto é levado a cabo para auxiliar na purga de azoto da corrente sanguínea dos dois homens antes da realização das actividades extraveículares que utilizam os fatos espaciais da NASA com uma pressão de 5 psi. A primeira acrividade extraveícular, ou passeio espacial, da missão terá como objectivo a instalação de um cabo com um comprimento de 3 metros entre o Quest e o módulo Harmony, passando pelo exterior do módulo Unity. Este cabo eléctrico, que poderá ser necessário no futuro caso o Harmony tenha de Página 5
Discovery launch—Crédito: Spaceflightnow.com
Canadarm2 no mês de Agosto de 2010. Após colo-
A segunda actividade
carem o módulo numa pla-
extraveícular tem como
taforma de armazenamen-
objectivo proceder-se à
to, Drew irá instalar uma
descarga do amoníaco resi-
conduta de ventilação que
dual que se encontra no
será utilizada na segunda
módulo de bombagem ava-
actividade extraveícular
riado, proceder à recolha
para «despejar» 4,5 kg de
de uma experiência euro-
amoníaco residual.
peia que se encontra no exterior do móduo Colum-
participando em entrevistas e na conferência de imprensa conjunta. No final do nono dia de voo os astronautas do Discovery regressam ao vaivém e irão proceder ao encerramento das escotilhas, preparando assim o último regresso à Terra do Discovery.
Após estes dois trabalhos,
bus, proceder à instalação
os dois astronautas deve-
de protecções em lentes de
Não havendo problemas, o
rão levar a cabo uma série
câmaras exteriores que
12º dia será o último dia da
de trabalhos no exterior
possam ser contaminadas
ajustando uma placa de
por veículos de carga em
isolamento na parte supe-
aproximação e resolver
rior da estrutura Z1, fixan-
problemas com instrumen-
do um poste de ferramen-
tação montada no exterior
tas e movendo uma câmara
e que possa ser necessária
para não interferir com o
em futuras reparações ou
ELC-4. Mesmo antes de
substituições.
missão com o regresso ao Centro Espacial Kennedy. Rui Barbosa
terminar a saída para o espaço os dois homens irão
No interior da ISS os astro-
abrir um contentor japonês
nautas irão finalizar os tra-
para o «encher» com o
balhos no vestíbulo entre o
vácuo espacial num projec-
Unity e o PMM, abrindo a
to denominado “Mensagem
escotilha e entrando no
numa Garrafa”.
novo módulo. Nos dois dias seguintes os astronautas
No dia seguinte, Kopra e
terão alguns tempos livres,
PUB
colocado no lado direito da
Fevereiro 2011
Eu queria ser astronauta uma nave espacial ou
Remek tornou-se o pri-
desempenhan-
meiro europeu no domí-
do atividades extraveicu-
nio espacial soviético em
lares.
1978, pelo foguete russo Soyuz. Em 1980,
Crédito: Satyam Malhotra
Quantos de nós não gostaríamos de ser astro-
“O Robonaut 2 é uma experiência para demonstrar as tecnologias que no futuro poderão ser um auxiliar importante para os astronautas em órbita.”
nautas (como diz a música do Tim). “Um astronauta (em Inglês: astronaut) ou cosmonauta (em Russo: космонавт, pron.: [kəsmɐˈnaft]) são pessoas treinadas para umaviagem espacial, seja para comandar, pilotar, servir como membro da tripulaçãode
Página 6
Crédito: NASA
Tecnicamente considera-
o cubano Arnaldo Tamay
se astronauta todo aque-
o Méndez tornou-se a
le que empreenda vôo
primeira pessoa descen-
sub-orbital (vôo balístico,
dente de africanos a voar
sem entrar em órbita) ou
no espaço (o primeiro
orbital de no mínimo
africano no espaço
100 km de altitude
foi Patrick Baudry, em
(considerado o limite
1985). Abdul Ahad Moh-
externo da atmosfera).”
mand tornou-se o pri-
in Wikipedia
meiro afegão a partir fora da terra, foi lançado
O primeiro homem a
a bordo da Soyuz TM-6 e
atingir o espaço foi o
regressou à Terra a bor-
russo Iuri Gagarin, lança-
do da Soyuz TM-5, após
do no dia 12 de abril
um regresso bem atribu-
de 1961, a bordo
lado, em 1988. Todos
da Vostok I.
eles, através
Alan Shepard foi o pri-
do Programa Intercos-
meiro americano e a
mos, da União Soviética.
segunda pessoa a viajar no espaço, em 5 de maio
Valentina Vladimirovna
de1961.
Tereshkova foi a primeira
A primeira mulher ameri-
cosmonauta da história e
cana no espaço foi Sally
a primeira mulher a ir ao
Ride, no dia 18 de Junho
espaço, em 16 de Junho
de1983, a bordo
de 1963 a bordo da Vos-
da Challenger.
tok 6.
A primeira missão para a
O primeiro lusófono a
órbita da lua foi a Apollo
partir para uma tripula-
8, que incluiu William
ção espacial foi
Anders, nascido em Hong
o brasileiro Marcos Pon-
Kong e naturalizado nor-
tes, a bordo da “Missão
te-americano, em
Centenário”, em 30 de
1968. Em15 de Outubro
março de 2006, rumo
de 2003, o primeiro
à Estação Espacial Inter-
astronauta chinês
nacional (ISS).
foi Yang Liwei. O checoslovaco Vladimir
José Gonçalves
Volume 1, Edição 1
Novas Imagens da Tempestade de Saturno Na semana passada, a sonda Cassini dedicou toda a sua atenção a Saturno e às nuvens que se agitam na sua violenta atmosfera. Apesar de ter centrado as suas câmaras nas latitudes mais a sul do hemisfério norte, aCassini conseguiu recolher magníficos detalhes da cauda da grande tempestade que se encontra em actividade desde Dezembro passado. A estrutura principal da tempestade foi fotografada à poucas horas, pelo que deverão estar disponíveis hoje ou amanhã no site da mis-
O planeta Saturno e a sua tempestade vistos pela Cassini a uma distância aproximada de 2,164 milhões de quilómetros. Composição em cores naturais obtida pela combinação de 3 imagens captadas a 25 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular, através de filtros para o vermelho (648 nm), o verde (567 nm) e o azul (460 nm). Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.
são novos pormenores deste impressionante fenómeno. Fiquem a aguardar por mais novidades!
PUB
Sérgio Paulino
Página 7
Estrutura intrincada das nuvens que marcam a fronteira entre a cauda da grande tempestade e as regiões mais calmas a sul. Mosaico composto por 7 imagens captadas a 24 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de um filtro para o infravermelho próximo, banda média de absorção do metano (727 nm). Reparem como o rápido movimento das nuvens dificultou o perfeito alinhamento das imagens no mosaico. Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino.
Fevereiro 2011
Matéria Exótica no Interior das Estrelas de Neutrões rior da estrela de neutrões se situar entre os 1000 e os 1500 milhões de Kelvin. Por outro lado, as camadas mais exteriores de uma estrela de neutrões são constituídas por uma crosta sólida extremamente rígida e lisa, formada por iões, núcleos atómicos e partículas elementares como o electrão. Calcula -se que, devido ao poderoso campo gravitacional, as maiores elevações desta superfície não ultrapassam os 5mm. Os ajustes ocasionais na estrutura interna da estrela provocam rupturas nesta crosta, Crédito: NASA
Duas equipas independentes de cientistas, analisando observações da estrela de neutrões no centro do remanescente de supernova Cassiopeia A, realizadas com o telescópio espacial Chandra, encontraram provas irrefutáveis de que a matéria no interior da dita estrela é um superfluído.
descoberta em 1947 pelos
tam os cientistas, se a
verdadeiros sismos estelares,
primeiros pioneiros da
matéria no interior da
que libertam uma quantidade
radioastronomia. Em 1999,
estrela se encontrar num
prodigiosa de energia e provo-
as primeiras observações
estado muito particular
cam o abrandamento da rota-
realizadas em raios X com
designado de superfluído.
ção da estrela. Este fenóme-
o Chandra revelaram um
Num tal fluído a viscosida-
no, observado em pulsares, é
ponto luminoso aproxima-
de (a sua resistência ao
designado de glitch.
damente no centro do
movimento) desaparece e a
remanescente que estudos
sua capacidade de transfe-
posteriores demonstraram
rir calor é virtualmente
ser uma estrela de neu-
ilimitada. Nos laboratórios
trões. Desde então este
terrestres, este estado da
objecto tem sido observado
matéria é obtido regra
com regularidade.
geral arrefecendo materiais (e.g. Hélio) até temperatu-
Cassiopeia A é o que resta de uma estrela que explodiu há cerca de 11 mil anos e cuja explosão poderá ter sido vista brevemente por volta do ano de 1680. É a mais intensa fonte de rádio fora do sistema solar e foi Página 8
Luís Lopes
Agora, as duas equipas
ras muito próximas do zero
referidas em epígrafe anali-
absoluto (-273.15 Celsius).
saram as observações da
Na estrela de neutrões no
estrela de neutrões e con-
centro da Cassiopeia A o
cluíram que a sua tempera-
cenário não podia ser mais
tura diminuiu 4% ao longo
distinto: os modelos teóri-
de 10 anos. Este ritmo de
cos são capazes de explicar
arrefecimento é prodigioso
o arrefecimento observado
e só é possível, argumen-
se a temperatura no inte-
Crédito: science.psu.edu
Volume 1, Edição 1
O melhor de Vesta… está para vir
Tendo em conta os acontecimentos de Julho próximo,
Página 9
os quais certamente revolucionarão o nosso conhecimento de Vesta, procurei na Internet as melhores imagens que temos actualmente do asteróide e encontrei o seguinte vídeo criado a partir de 146 imagens obtidas com a nova camara do Hubble, a Wide Field Planetary Camera 3 (WFP3), entre 25 e 28 de Fevereiro de 2010. As imagens foram obtidas na região azul e ultravioleta do espectro, pelo que as cores aqui apresentadas não são reais. É clara a forma achatada do asteróide e imenso o detalhe na superfície mesmo abaixo do limite de resolução. Apesar de Vesta não ter sido
classificado como um planeta anão devido à sua forma irregular, muitos cientistas planetários crêem que Vesta deverá ter sido aproximadamente esférico num passado distante. Há cerca de mil milhões de anos, um grande impacto criou uma enorme cratera visível na região polar, expondo o manto e deformando de forma irreversível o asteróide. Alguns dos fragmentos dessa colisão foram aparentemente ejectados da cintura de asteróides e acabaram por cair na Terra. Pensa-se que estes meteoritos, designados de “Howardite-EucriteDiogenite“, são originários de Vesta devido à sua característica assinatura espectral e
propriedades físicas. Podem ver um comentário a este vídeo e mais imagens neste post da Emily Lakdawalla no blog da Planetary Society.
Luís Lopes
Este espaço pode ser seu! Contacte-nos! PUB
O recente sucesso do flyby da sonda Stardust pelo cometa Temple I e as imagens espectaculares que produziu despertaram a minha curiosidade relativamente a uma outra sonda, a Dawn, que se aproxima rapidamente doasteróide Vesta, em torno do qual entrará em órbita em Julho. Depois de um ano a estudar o dito asteróide, a sonda sairá da sua órbita rumo ao asteróide Ceres, onde chegará em 2015.
astroPT magazine
1º AstroConvívio N.A.V. (Vale de Cavalos) Este texto constitui o convite formal
telescópio (ou mais do que um), auto-
Este Astroconvivio não terá, neste 1º
para participarem activamente no 1º
móvel e tenda (caso exista); estamos
ano, palestras formais mas apenas a
Astroconvívio do Núcleo de Astrono-
a arranjar as infra-estruturas básicas
componente observacional (diurna e
mia de Viseu (um mero grupo informal
habituais nestes casos.
noturna) e os participantes e as suas famílias estão convidados a desfrutar
de adeptos da Astronomia), que decorrerá no dia 28 de Maio de 2011
Sitio das observações. Vai ser dividido
de todo o parque Vale dos Cavalos,
(Sábado), no Parque de Vale de Cava-
em talhões para colocar o equipamen-
que na primavera tem uma natureza
los (freguesia de Côta – Viseu) a partir
to.
(cores) maravilhosa, enquanto esperam pelo cair da noite.
das 14 horas e prolongando-se até as Por outro lado, julgamos que este
tantas …
Astroconvivo será um ótimo meio para O local escolhido para este evento é
conhecer ou reencontrar muitos ami-
simplesmente fantástico do ponto de
gos ligados as “lides astronómicas” ,
vista astronómico e paisagístico (como
provenientes de todo o pais e para
poderão confirmar “in loco” …), Coor-
um intenso intercâmbio de informa-
denadas GPS:
ção sobre astronomia num ambiente
40°49’14.73″N
7°47’43.07″O
Este Astroconvivio destina-se principalmente a pessoas que possuam equipamento astronómico, pois haverá locais previamente reservados para cada participante colocar o respectivo
informal e “familiar”. A inscrição neste Astroconvivio é gratuita, de qualquer modo é conveniente que os potencialmente interessados em comparecer efetuem uma pré -inscrição através do email miguel.pnt@gmail.com para termos uma noção do numero de participantes, com alguma antecedência.
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ESTE ESPAÇO PODE SER SEU! QUER ANUNCIAR NA NOSSA PUBLICAÇÃO OU WEBSITE? CONTACTE-NOS! Stats—O brigado a todos os que visitam ou colaboram no astroPT, no mês de Fevereiro foi ultrapassada as 100000 visualizações
astroPT magazine, revista mensal da astroPT Textos dos autores, Design: José Gonçalves
Paulo Almeida Endereço da actividade Linha de endereço 2 Linha de endereço 3 Linha de endereço 4
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Curiosidades
José Gonçalves