ANO 11 == Nº 38 Janeiro/Fevereiro 2009
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A UNIFICAÇÃO CONTÁBIL MUNDIAL A padronização internacional dos balanços financeiros e contábeis finalmente se estabelece no Brasil ASUG NO INTERIOR DE SP
TECNOLOGIA E NEGÓCIOS
E&CO
Ribeirão Preto recebe o 1° Fórum ASUG de TI para o Agronegócio
Começa o novo grupo de estudos voltado à construção civil
DIRETORIA ASUG 2008 - 2010
REDAÇÃO
Presidente GUTEMBERG PIRES - AREVA T&D Energia Vice-Presidente WELLINGTON BRIGANTE - ZILOR Energia e Alimentos Diretor Financeiro ALESSANDRE GALVÃO - Paranapanema Diretor Administrativo SÉRGIO ARAI - Hospital Albert Einstein Diretor de Comunicação FLÁVIO LIMÃOS - Goodyear Diretor de Educação MARCOS PASIN - Bueno Netto Diretor de Serviços MARCOS PELAEZ - Natura Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento JOSÉ CARLOS COSTA - Suzano Papel Celulose Diretor Associativo JOSÉ CARLOS DA FONSECA - Petrobras Diretor de Eventos ANDRÉ DALLA - Monsanto
Editora e Jornalista Responsável ROSANGELA SANTIAGO - MTB Nº 24.270 Design e Editoração JMB DESIGN Colaboradores deste número REGINALDO MOBRIZI HEITOR LOURENÇO JR.
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ÍNDICE ENTREVISTA Wellington Brigante
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ON-LINE Notícias do Mundo TI
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PALAVRA EM GRUPO E&CO: Grupo exclusivo para a Construção Civil
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MATÉRIA DE CAPA IFRS Unificação contábil mundial
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MUNDO SAP Oportunidade na crise e aproximação com clientes
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ASUG EM AÇÃO ASUG Brasil se expande para o interior
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ATUALIDADE Character set, code page, etc. Entenda essa salada
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EDITORIAL O ano começou devagar, com companhias de todos os portes colocando o pé no freio dos investimentos. A ordem do dia passou a ser redução de custos. Demissões em massa foram promovidas, principalmente, em janeiro, no mundo todo. É, 2009, sem dúvida, tem pronúncio de período difícil dentro e fora do país. Mas não é por isso que devemos parar de criar, pensar, desenvolver e evoluir. Afinal, foram em momentos de recessão como este que surgiram as maiores fortunas, descobertas e inventos da humanidade. Pensando nisso, um grupo de publicitários lançou uma campanha contra esse cenário nebuloso, que tem tudo a ver com nós brasileiros, sempre dispostos a recomeçar: “A gente anda. O país anda!”. Embalados por essa recomendação, talvez seja menos difícil lidar com as dificuldades que virão. No mundo da TI, embora as empresas tenham que fazer ajuste aqui e ali, as cobranças estabelecidas anteriormente à crise financeira internacional estão batendo à porta. São eles novos desdobramentos do IFRS - a padronização contábil global, que passa a vigorar em 2010, com divulgação do balanço das companhias de capital aberto já do exercício 2009. Esse, portanto, pela badalada do relógio, é um dos assuntos inadiáveis para uma boa parcela das companhias neste ano. Assim, o tema é nossa capa desta edição de janeiro e fevereiro. Na seção Entrevista, o novo vice-presidente, Wellington José Brigante, fala sobre a aproximação da ASUG com o interior paulista. O assunto também é tema do 1° Fórum ASUG de TI no interior de São Paulo, que acontece no dia 11 de março. Entre outros assuntos, tratamos aqui, ainda, da nova estratégia da SAP para a América Latina, numa entrevista exclusiva com o presidente na região, Rodolpho Cardenuto. Boa leitura! Redação ASUG News
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ENTREVISTA
Wellington Brigante
ASUG NEWS – À frente a diretoria financeira da ASUG Brasil em duas gestões (presidência de Ítalo Gennaro Flammia e Gutemberg Pires), portanto, há quase três anos, como foi administrar o orçamento da associação? Brigante: Fazer a gestão de uma instituição sem fins lucrativos que não tem como objetivo ter renda, mas que precisa ser sustentável para garantir a subsistência, após 11 anos de existência e toda a sua representatividade, é algo importante e requer muita responsabilidade.
Expansão pelo interior O novo vice-presidente da ASUG Brasil, Wellington José Brigante, CIO da Zilor Energia e Alimentos, começa sua gestão sob a demanda de expandir a atuação da instituição. Com uma passagem eficiente pela diretoria financeira por duas gestões seguidas, Brigante inicia sua missão pelo interior de São Paulo, o maior pólo em desenvolvimento do país, aonde irá dedicar-se à aproximação das PMEs. Esse nicho de atuação deverá estimular a criação de um grupo de estudos específico no futuro. Seu objetivo é levar conhecimento, educação e influência para essas companhias, muitas delas, sem acesso à informação de qualidade na área de TI. O 1° Fórum executivo de TI no interior, que será realizado em 11 de março, retrata a estratégia de Brigante. Acompanhe a entrevista.
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ANEIRO FEVEREIRO 2009
AN – Quais medidas levou para a sua gestão no financeiro? Brigante: Apliquei regras e critérios geralmente adotados nas empresas, para se incorporarem à visão da ASUG, com o objetivo de tornar a instituição mais transparente, ao mesmo tempo que permitisse empregar todos os objetivos da ASUG em prol do relacionamento, da educação e da influência, para os associados. AN – Quais foram as principais práticas adotadas? Brigante: Passar 11 anos de existência implica numa gestão financeira sempre eficiente e responsável desde o início. Nesta administração, fiz aprimoramentos nos controles já existentes, promovendo um acompanhamento orçamentário com nível de maior detalhe, e também, a incorporação do conceito de provisionamento de despesas e receitas a serem usadas nos próximos meses. AN – Como sua atuação nessa diretoria lhe acrescentou experiência para poder assumir a vice-presidência, num período de crise econômica? Brigante: Desenvolvi um censo maior sobre como utilizar melhor os recursos da ASUG de forma mais eficiente, visto que os recursos disponíveis atualmente são dos associados, portanto,
Empresas do interior têm dificuldade para acessar informação, conhecimento e técnicas já ampla mente utilizadas pelas corporações situadas nos grandes centros requer muita responsabilidade na gestão. Afinal, esses bens precisam sempre ser utilizados em prol da comunidade. Minha administração acabou contribuindo para um amadurecimento profissional na questão financeira e administrativa, de Back Office. Por intermédio da participação na diretoria, o nível de relacionamento, tanto com as empresas associadas à ASUG, quanto em representação junto à SAP, estou fortalecido. Creio que esta relação e proximidade será cada vez mais abrangente. AN - Como avalia o ímpeto dessa crise sobre as empresas de TI e a ASUG Brasil? Brigante: Estamos percebendo um critério muito maior por parte das companhias, principalmente, em aprovações de projetos e parcerias. Assim, estamos discutindo novos modelos de parceria para poder garantir a participação dessas empresas em nossos eventos durante o ano. AN - Quais serão os principais desafios frente à vice-presidência? Brigante: Substituir uma personalidade da Petrobras como é o Washington Salles é um grande desafio. Mas,
temos que fortalecer os vínculos entre todos os componentes do ecossistema SAP e ampliar a participação de empresas que hoje são usuárias do software alemão, mas não estão presentes na ASUG. AN - A responsabilidade, agora, aumentou em que medida? Brigante: Vamos ampliar a abrangência, buscando novos associados para a ASUG. O 1° Fórum executivo de TI no interior (11 de março) sinaliza o começo dessa ação. Vamos nos aproximar da cadeia de valor do agronegócio e, também, das empresas representantes do interior de São Paulo. O objetivo é levar conhecimento para a região, já disponível nos grandes centros. AN – No interior, estão as PMEs, que são os principais alvos da SAP neste ano. Como vai funcionar essa parceria com a ASUG? Brigante: As PMEs também serão enfocadas pela ASUG. Nós queremos conhecer esse nicho de mercado e trazê-las para a nossa base de associados. Elas estão à margem do conhecimento, que a ASUG pode oferecer, fortalecendo seu elo e quebrando barreiras. AN - Sendo o interior de São Paulo, uma região ainda pouco explorada como pretende atrair esse público para a ASUG? Brigante: Iremos oferecer os benefícios da ASUG às PMEs, depois de entender quais são suas demandas. O mercado de PMEs é altamente rentável e concentra grande volume de empresas. Podemos ser a ponte das PME junto aos fornecedores de tecnologia. Vamos mostrar que elas podem ter mais ganhos se atuarem de maneira unificada e com o que há de melhor em termos de tecnologia.
conquista desse grupo será a criação de um grupo de estudos para o segmento PME? Brigante: O trabalho dos grupos é fundamental para o desenvolvimento das ferramentas SAP e o objetivo da ASUG é identificar este interesse entre os participantes do universo de PMEs. Por exemplo, só a estruturação do agronegócio já justifica a criação de um grupo de estudos para atender as PMEs. Se constatarmos essa demanda, vamos sim, estruturar um grupo para atender essas necessidades. AN – O fato de estar trabalhando numa empresa do interior facilitará seu trabalho de aproximação? Brigante: Tenho ótimo relacionamento e aproximação por ter base na região. O fato de fazer parte do universo desse nicho de empresas é que compartilho, também, das mesmas dificuldades, barreiras e falta de informações, comum àquelas empresas longe da capital. Por isso, podemos ajudar a ampliar a visibilidade para as que buscam a TI, oferecendo um tratamento com o mesmo foco das grandes empresas. Afinal, o interior de São Paulo é atualmente a região de maior desenvolvimento do país.
O interior de São Paulo é, atualmente, a região de maior desenvolvimento do país. No entanto, carece de maior aproximação por parte das gestoras de software
AN – Uma das estratégias para JANEIRO FEVEREIRO 2009 ASUG NEWS
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ON-LINE A FELICIDADE PELO MUNDO
Mais felizes
7,7
Na média Menos felizes Tanzânia 3,2
Zimbábue 3,3
Moldávia 3,5
Armênia 3,7
Ucrânia 3,6
6,0
Coréia do Sul 5,8
Polônia 5,9
Irã 5,0
Índia 6,2
Filipinas 6,4
BRASIL 6,8
Finlândia 7,7
Islândia 7,8
Áustria 8,0
Suiça 8,1
Dinamarca 8,2
6,0
Brasil fica um pouco acima da média 6,8 na escala de 0 a 10 Fonte: World Database of Happiness
O MELHOR DESTINO PARA SERVIÇOS DE TI No ranking global, o Brasil está bem posicionado, ocupando o 10º lugar e à frente dos países do grupo conhecido como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). O mercado interno brasileiro consome boa parte desse montante. No entanto, o Brasil começa a despontar como destino preferencial para empresas que procuram diversificar a base de suas operações de TI, seja para reduzir custos ou para mitigar riscos. O país possui características positivas, inserindo-se ao lado de importantes players para offshoring, como Canadá e Singapura. Fonte: TI Inside
PRINCIPAIS DEMANDAS PARA O OUTSOURCING EM 2009 Realizado na Europa pela GFT, estudo detectou três novas tendências em terceirização que devem guiar as demandas: a transferência de conhecimento, a disponibilidade global de profissionais experientes e a flexibilidade de atendimento em diferentes localidades. A pesquisa aponta que, mesmo com a economia abalada, as empresas internacionais e aquelas que reconhecem a importância do contínuo investimento em TI manterão suas metas de aportes financeiros na capacidade de aumento da produtividade. E o outsourcing é o alvo das empresas para atingirem seus patamares de crescimento em meio ao cenário instável previsto para o próximo ano. Questionados sobre os principais benefícios em relação à terceirização de TI, 26% dos entrevistados apontaram
tamente em número de usuários, porque em muitos mercados maduros um usuário pode ter mais de um celular, ou um telefone celular e um aparelho de dados móvel, sendo que os dois contam como duas conexões. Na Europa Ocidental, estima-se que cerca de um quinto das conexões são decorrentes de um usuário que tem mais de um aparelho, dados que provavelmente se aplicam a muitos mercados desenvolvidos, informou um porta-voz da GSMA. Em países em desenvolvimento, em contraste, os celulares são geralmente compartilhados. Fonte: Reuters
que a transferência de conhecimento para o negócio por intermédio dos prestadores de serviço externos é o maior foco quando se decide apostar no outsourcing.
PRIORIDADE PARA TI EM 2009
Fonte: Computerworld
MERCADO DE TI MOVIMENTOU US$ 60,2 BILHÕES EM 2008 O mercado de tecnologia brasileiro mobilizou 60,2 bilhões de reais em 2008, afirma estudo da IT Data e do Instituto Sem Fronteiras. O número revela crescimento de 11% sobre os resultados de 2007. Do total, 49 bilhões estão relacionados a investimentos de empresas e 11,2 bilhões são referentes a compras de pessoas físicas. O mercado corporativo não sofreu o impacto da crise em seu orçamento no ano passado - pelo contrário, cresceu 10%, priorizando projetos de governança, ERP (Enterprise Resource Planning) e BI (Business Inteligence). Mas, a crise afetou os investimentos para 2009. Um levantamento com 400 CIOs aponta que o orçamento para este ano será quase o mesmo de 2008, devido ao desfavorecimento do dólar. Fonte: IDG Now
CONEXÕES MÓVEIS ULTRAPASSAM 4 BILHÕES NO MUNDO O número de conexões em redes de telefonia móvel ultrapassou a marca de 4 bilhões em todo o mundo, informou GSMA, associação do setor, em fevereiro. A entidade prevê um crescimento para patamar de 6 bilhões em 2013. O número de conexões não se traduz dire-
Pesquisa realizada entre os 100 vencedores do prêmio de TI, nos EUA, revela: 1. Desenvolvimento de aplicativos, incluindo projetos de ERP e CRM. 2. Gerenciamento de dados e análise de negócios. 3. Atualização de data centers, incluindo virtualização e computação “verde”. 4. Iniciativas de e-business. 5. Atualização de infra-estrutura de rede. 6. Projetos de gerenciamento de conteúdo. 7. Iniciativas sem fio e móveis, incluindo RFID e Wi-Fi. 8. Iniciativas de segurança. 9. Recuperação de desastres e planejamento de recuperação. 10. Projetos de armazenamento. Fonte: Computerworld
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PALAVRA EM GRUPO
E&CO: Grupo exclusivo para a Profissionais de Tecnologia da Informação na área de Construção Civil: preparem-se para interagir seus questionamentos, projetos e soluções diretamente com os melhores especialistas da área, inclusive com o escopo principal para o desenvolvimento da plataforma SAP 8 ASUG NEWS J
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construção civil
A
ASUG Brasil acaba de criar um Grupo de Estudos exclusivo para a comunidade de usuários SAP construção civil: E&CO – Engenharia e Construção. O objetivo da iniciativa é trocar experiências, informações e tecnologias no segmento. O grupo também irá usufruir de um canal direto e dinâmico de comunicação, como é o Fórum dos grupos de estudos do portal ASUG Brasil. Por intermédio desse poderoso veículo de comunicação, a interação entre os participantes do grupo é imediata e mantém a comunidade atualizada sobre as novidades e os acontecimentos mais importantes sobre ferramentas, aplicativos e soluções da SAP no país e no mundo. No Fórum, são trocados mais de 500 mil e-mails por mês entre os associados da ASUG Brasil. Faça parte desse grupo, cujas reuniões iniciaram-se em fevereiro, assim como, as solicitações sobre demandas técnicas do software SAP no setor já podem ser feitas imediatamente. Aberto a todos os interessados do setor, o grupo conta com a coordenação do experiente gerente de TI da construtora Rossi Residencial S.A., Reginaldo Mobrizi. Responsável pela implantação e desenvolvimento da plataforma SAP na Rossi Residencial desde 1999 - uma das pioneiras no setor - Mobrizi foi convidado para desempenhar o papel de coordenador do novo grupo de estudos da ASUG Brasil. “Cerca de dez grandes companhias e outras empresas médias e pequenas já aderiram ao ERP SAP, mas ao olharmos o produto vemos que, embora seja aderente ao setor, ainda existem muitos pontos a serem adequados”, justifica o CIO da Rossi Residencial. Segundo o executivo, na parte da incorporação, a adaptação é melhor, mas ainda está longe de alcançar a eficiência que os produtos SAP podem oferecer. “É importante termos boas soluções para oferecer ao mercado como, por exemplo, referente a novas legislações, como é o caso da adesão ao IFRS. Convoco os profissionais de TI a enviarem suas necessidades. Também recomendo a troca constante de experiências no Fórum da ASUG”. Mobrizi planeja iniciar os trabalhos em reuniões
trimestrais e pede aos profissionais que enviem suas idéias via Fórum. Entre os temas a serem debatidos nesta fase inicial, sugere a busca de uma solução para a baixa de boleto bancário. “O sistema atual não tem performance para recolher a parte ‘ref’ (realização de serviços futuros), porque quando se começa uma obra não existe estoque”, explica.
PERFIL DO PROFISSIONAL REGINALDO MOBRIZI • Empresa: Rossi Residencial • Cargo: CIO • Idade: 51 anos • Tempo na empresa: 15 anos • Tempo no cargo atual de CIO: 5 anos • Tempo de carreira na área de TI: 27 anos • Graduação: Administração de Empresas, com ênfase em Análise de Sistemas, pela FASP, em 1988 e em Filosofia, pela PUC • MBA: Tecnologia Aplicada à Gestão Estratégica dos Negócios, em 2004 • Prêmios: 2008 – Profissional da Tecnologia da Informação, pela Revista Informática Hoje; 2006 – IT Leaders 2006, Computerworld.
COMO PARTICIPAR Para participar do Grupo de E&CO é necessário cadastrar-se no portal ASUG Brasil (www.asug.com.br) e selecionar o grupo no formulário de cadastramento. O sistema envia ao e-mail do usuário uma senha para acessar o portal, que permite receber as convocações das reuniões do grupo. O calendário com as datas desses encontros está disponível no portal da entidade. É necessário fazer o login para se ter acesso ao conteúdo do Fórum.
PARTICIPE DESSE NOVO GRUPO E ENVIE SUAS SUGESTÕES SOBRE TEMAS QUE GOSTARIA DE VER ABORDADO NUMA DAS REUNIÕES.
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MATÉRIA DE CAPA
Unificação contábil mundial
É inegável que o mundo esteja cada vez mais globalizado. Assim, para o entendimento total de regras, conceitos, resultados e condutas das corporações, a linguagem precisa ser única, ainda que falada em dialetos diferentes
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ma das poucas fronteiras existentes no Brasil começa a ser superada com a padronização das demonstrações financeiras, de acordo com as normas internacionais a partir de 2010, com balanço retroativo em 2009. A convergência das normas contábeis é ditada pelo IFRS (International Financial Reporting Standards) e consolidada no país a partir da adoção da lei 11.638, editada no fim de 2007, tornando-se, portanto, obrigatória a todas as empresas de capital aberto. No exterior, companhias de mais de cem países já divulgam seus balanços unificados desde 2005. Estima-se que em 2011, mais de 150 nações estarão adotando a padronização. Embora o cenário para este ano não seja propriamente dito propício para investimentos aqui ou lá fora, para as companhias brasileiras encaixadas nesse perfil, inevitavelmente, a adoção da padronização contábil deverá ser concluída neste ano. Poucas empresas pioneiras, como é o caso da Gerdau, já fizeram ajustes e apresentaram seu relatório completo (veja box na página 12). Para o diretor contábil da Gerdau, Geraldo Toffanello, a iniciativa reflete a percepção de que o IFRS torna o mercado mais transparente, permitindo a comparabilidade com as demais empresas que já adotaram a unificação. “O projeto teve três macro etapas: planejamento, execução e divulgação, que envolveram vários profissionais com foco na qualidade da informação. As principais mudanças foram resultantes da abrangência de notas explicativas”, justifica. “A experiência foi muito positiva e de grandes resultados. Dentre estes, podemos destacar o recebimento do Troféu Transparência da Anefac pelo segundo ano consecutivo.” Segundo o sócio da consultoria Deloitte, Brucer Mescher, as normas relativas a esse modelo são publicadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e implicam um ambiente de preparação de demonstrações financeiras que requer mais julgamento e menos diretrizes baseadas em regras detalhadas. Esse movimento de convergência traz uma série de vantagens, mas também muitos desafios. As companhias abertas e as insti-
O IFRS torna o mercado mais transparente, permitindo a comparabilidade com as demais empresas que já adotaram a unificação GERALDO TOFFANELLO, diretor contábil da Gerdau
tuições financeiras que atuam no País precisam acelerar o passo visando a apresentação de demonstrações financeiras ao longo de 2009. “Para muitos países houve mais tempo para a convergência, mas no Brasil a adoção do IFRS tem urgência. A implementação muda profundamente a linguagem financeira como um todo e muitas corporações precisam rever processos”, avalia. “É preciso amplo treinamento de pessoas, mudanças de paradigma, interpretação e mudança de sistemas”, emenda o consultor sênior para sistemas corporativos ERP na Deloitte, Luis Parragez. De acordo com o sócio de capital marketing da PricewaterhouseCoopers Brasil, Leandro Ardito, num primeiro momento é preciso fazer um diagnóstico das práticas contábeis da organização, depois preparar ajustes dentro das novas normas, que recebem normas com freqüência (só em 2008, foram editadas 13 pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis), e incorporar as mudanças no dia-a-dia. “Em paralelo, entra o trabalho de adequação de sistemas para plataformas e processos, por isso, o planejamento requer longo prazo. A fase de diagnóstico pode demorar de 2 a 3 meses, mas o restante pode levar até 9 meses”, justifica. Para o especialista em governança da Price, Ricardo Santana, as dificuldades para desenvolvimento têm a ver com as especificações técnicas, que nem sempre são claras, pois a literatura sobre o tema quase sempre não tem tradução definitiva em português. “As interpretações são difíceis e dificultam a implementação. No caso da solução SAP, pode ocorrer falhas
porque o sistema não se encaixa em todos os tipos de empresas e requer uma customização. Ou seja, há restrições no uso da ferramenta”, argumenta. O diretor para vertical financeira da SAP, Guilher Bujes, reconhece que a solução não se encaixa de pronto a todo tipo de companhia, mas reforça o sucesso da sua adoção no exterior, aonde dezenas de empresas já fazem uso da ferramenta há três anos. “A integração existe em vários clientes e o produto está pronto para ser configurado, mas estamos pensando em criar um modelo pré-configurado para acelerar o processo de implementação. Assim, a extração de dados, como por exemplo, a gestão de empréstimos e controle de conta corrente, serão obtidos de forma mais rápida pela solução SAP. Pode-se fazer a extração do relatório e análise dos resultados”, explica. A empresa Gerdau usou a ferramenta sem problemas, segundo Toffanello. “A SAP é um facilitador e um importante instrumento nesse projeto. Também cabe destacar a qualidade e o comprometimento de todos os profissionais envolvidos no projeto”, argumenta. Além, disso, lembra Bujes, no caso das empresas não financeiras, a adaptação da solução SAP é menos complexa. “A solução SAP é bastante ampla e completa para que o cliente possa ser compreendido pelo mercado. Nos cases registrados, temos notado que a solução é aderente desde o início”, complementa o executivo da gestora alemã de software. Com relação à dificuldade técnica para a compreensão do tema, algumas escolas já oferecem uma gama de cursos no mercado, como a Trevisan Escola de Negócios, que oferece cursos rápidos de 32 horas e um MBA só de IFRS, que já está na segunda turma, com 180 horas. Segundo a coordenadora da pós-graduação da Contabilidade Internacional da Trevisan, Alessandra Sanches, profissionais de auditoria e sistema de operação de ERP têm buscado as opções da instituição. “O curso módulo de Localização, do qual se detém as informações de fluxo de caixa, é o mais procurado. Mas, a demanda depende da área destinada e foco das companhias. Os impactos sobre as empresas são elevados e exigem esforço de implementação”, ensina. JANEIRO FEVEREIRO 2009 ASUG NEWS
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MATÉRIA DE CAPA
Conheça o IFRS Por Luiz Fernando Sgarbi*
As Normas do IFRS (International Financial Reporting Standard) são a padronização de um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Accounting standards Board). A estrutura é composta por um conjunto de 5 tipos técnicos: • Framework: não é oficialmente um pronunciamento técnico. • IAS: Os IAS (International Accounting Standard), foram os primeiros emitidos pelo IASC. • SIC: As interpretações SIC (Standing Interpretations Committee). • IFRS: São emitidos pelo IASB. Eles são, portanto, os mais recentes. • IFRIC: As interpretações IFRIC (International Financial Reporting Interpretations Committee) são as mais recentes. Todos os pronunciamentos internacio-
nais são publicados pelo IASB em língua inglesa. Os países da União Européia e vários outros aderiram às normas contábeis internacionais em 2005, data de sua implementação. No Brasil, em 2009, as normas e padrões do IFRS serão obrigatórios para todas as empresas de capital aberto, e as de capital fechado de médio e grande porte. Mas, o processo de conversão das demonstrações financeiras consolidadas para os padrões IFRS acontecerá em 2010, com possibilidade de antecipação e, deverá ser apresentado de forma comparativa com 2009. O principal objetivo das demonstrações financeiras em IFRS é dar informações sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de uma entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários (investidores, empregados, fornecedores, clientes, instituições financeiras ou governamentais, agencias de notação e público) em suas tomadas de decisão.
As características qualitativas das demonstrações financeiras em IFRS, são: • Clareza • Relevância • Confiabilidade • Comparabilidade Assim, as IFRS’s representam hoje o que há de mais atual em termos de normas contábeis e as que possuem uma divulgação ampla nos principais mercados do mundo.
LUIZ FERNANDO SGARBI é diretor da Consultoria Opensis
CASE GERDAU
TIME DE IMPLEMENTAÇÃO • 4 especialistas em USGAAP no Brasil, com background em contabilidade dos EUA desde 2000; • Equipe técnica de USGAAP da controlada norteamericana. DURAÇÃO DO PROJETO • 6 meses. CONTRATAÇÃO DE CONSULTOR EXTERNO • Suporte nas normas mais complexas. APROXIMADAMENTE 60 AJUSTES IDENTIFICADOS • Utilização do método de equivalência patrimonial em substituição ao método de consolidação proporcional para joint ventures; • Efeito cambial sobre os investimentos no exterior, antes classificado na linha de equivalência patrimonial, não transita mais pelo resultado e passa a ser registrado no patrimônio líquido; • Reclassificação dos fretes sobre vendas para custo; • Ágios deixam de ser amortizados; • Opções de compra de ações; • Benefícios a empregados.
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DIFICULDADES ENCONTRADAS • Interpretação, julgamento e consenso sobre a aplicação das normas; • Duas empresas de auditoria externa em função do rodízio de auditores imposto pela CVM; • Falta de Benchmarking no mercado para ser utilizado como referência; • Uso da base em BRGAAP antes da Lei 11.638/07. BENEFÍCIOS • Ser Benchmarking para os mercados onde o Grupo Gerdau possui ações em bolsa: – Controladora: Bovespa, NYSE e Latibex – Subsidiárias: NYSE, Canadá e Perú • Remuneração de dividendos em bases iguais; • Similaridade entre o IFRS e USGAAP; • Utilização do sistema de consolidação já existente com complemento de dados em planilhas eletrônicas; • Utilização de check-list de captura de ajustes contábeis em subsidiárias já utilizado para fins de USGAAP/SOX; • Facilidade na captação de recursos financeiros, devido ao uso do IFRS nos prospectos; • Entendimento das demonstrações contábeis pelos investidores estrangeiros, em virtude do IFRS ser uma norma contábil em mais de 100 países.
MUNDO SAP
Oportunidade na crise e aproximação com clientes
RODOLPHO CARDENUTO, Presidente da SAP América Latina
Ao contrário do prenúncio do cenário global para a realização de negócios neste ano, a SAP acredita que o momento é propício para ampliar mercado no Brasil DA REDAÇÃO
A
estratégia da empresa alemã de software de gestão é intensificar a proximidade com os clientes, aproveitando a conjuntura para oferecer mais soluções com vistas à redução de custos operacionais. Na América Latina, o estreitamento dessa atuação será parte do resultado da reestruturação das operações na região, realizada em 2008, quando a América Latina, incluindo o México, deixou de fazer parte da região Américas e se tornou uma região independente, respondente direto ao board da empresa, na Alemanha. Na ocasião, a própria América Latina se reestruturou, dividindo-se em três subregiões: Brasil, México e o chamado
MCLA – Multi Country Latin America composto pelos países das regiões Sul, Andina e Caribe. Para o presidente da SAP América Latina, Rodolpho Cardenuto, o país tem relevância única para a SAP. “O Brasil, além de fazer parte do chamado ‘Bric’, que considera os mercados mais promissores para a economia mundial, na SAP o país faz parte do grupo de Fastest Growing Markets, ou países de alto crescimento. A subsidiária brasileira tem apresentado resultados positivos, bem acima da média mundial. Com a proximidade dos clientes poderemos entender onde estão as reais oportunidades de negócios no país”, argumenta. Além disso, a tática irá permitir JANEIRO FEVEREIRO 2009 ASUG NEWS
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atender ao que está no topo da lista das preocupações das empresas hoje: governança corporativa, conformidade com as regulamentações e administração de riscos. A SAP elegeu três segmentos da economia como estratégicos para os negócios da empresa na América Latina: financeiro (bancos e seguradoras), comércio (varejo, atacado e distribuição) e o setor público. E a escolha não foi por acaso. Além dos três setores-foco, no Brasil a SAP pretende continuar atendendo às pequenas e médias empresas, nicho que foi o principal alvo para promover o crescimento nos últimos anos. Outro setor de interesse é o varejo, um dos que mais consumiu soluções da empresa, segundo o informe de resultados da SAP Brasil relativo ao terceiro trimestre do ano passado. “A maior parcela desses segmentos em 2009 deve-se concentrar nas soluções de Business Intelligence (BI). Quando o cenário econômico era de crescimento de dois dígitos, qualquer erro de análise pode-
ria ser facilmente absorvido. Agora, as empresas não aceitam mais riscos”, analisa Cardenuto. TRANSIÇÃO NO COMANDO BRASIL Além da responsabilidade de coordenar a implementação do plano estratégico com vistas à aproximação comercial, Cardenuto também lidera a transição de comando no Brasil, com a saída de Alberto Ferreira da presidência da SAP Brasil, anunciada em janeiro. Dessa forma, o executivo irá acumular temporariamente o seu cargo com a direção no país. "O Alberto Ferreira e eu já tínhamos conversado sobre esse assunto em outubro do ano passado e em dezembro retomamos o tema quando ficou acertada sua saída no início de 2009, para não afetar os resultados do último trimestre do ano fiscal de 2008. Foi uma decisão pessoal dele, que demonstrou interesse em desenvolver outros projetos profissionais", esclarece Cardenuto.
Ferreira deve acompanhar a gestão da SAP até março. “Já iniciamos o processo de contratação de outro presidente e em breve devo anunciar o novo executivo no país, que não sabemos ainda se será alguém interno ou externo. De qualquer forma, é um prazer imenso estar mais próximo dos clientes e parceiros do país, assim como dos membros da ASUG Brasil. Será uma ótima oportunidade para fazer muitos contatos e me aproximar do mercado local. A idéia é ficar uma semana sim e outra não no Brasil. Não vou e não quero ficar muito tempo longe daqui. Felizmente, também tenho três executivos da região baseados no Brasil, com os quais posso contar a qualquer momento: Luis César Verdi, VicePresidente Sênior de Enterprise Sales Organization, Marcelo Giampietro, Vice-Presidente Sênior de SME na América Latina e Thack Brown, CFO da América Latina. Ou seja, toda essa estrutura garante que a operação brasileira da SAP seja gerenciada de forma extremamente profissional”, finaliza.
ENTREVISTA
O principal executivo da SAP na América Latina responde.... ASUG NEWS: Quais são seus principais desafios para a operação Brasil em 2009? A crise muda a estratégia no País?
AN - Qual a mensagem que deseja passar aos associados da ASUG Brasil neste momento de transição?
Cardenuto: Acredito que essa crise que impacta tantos mercados, países e indústrias não só extingue oportunidades, mas também cria oportunidades, principalmente no Brasil. Minha visão é otimista, pois acho que é uma crise que cria uma oportunidade para empresas sólidas como a SAP, que tem um portfólio de soluções para ajudar as empresas de todos os tipos. Além de tudo isso, também queremos desenvolver a área de arquitetura orientada a serviços (SOA). Acho que estamos em um momento muito oportuno para essa arquitetura. Para se ter uma idéia, a versão 6.0 do SAP Business Suite já é toda baseada em SOA e hoje já temos no Brasil mais de 100 clientes usando essa nova versão.
Cardenuto: O Brasil continua sendo um país estratégico e muito importante para SAP, não só para a América Latina, mas como um todo. Nós temos um nível de investimento muito grande no país, que é uma fonte de talento e “benchmarking” para SAP. Os associados da ASUG podem estar certos de que os investimentos continuarão sendo feitos por aqui e que estaremos mais próximos dos clientes para ajudá-los no que precisarem, principalmente, num momento de crise e dificuldades. Temos soluções e condições de apoiar e criar soluções estratégicas para todos eles.
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1 FÓRUM EXECUTIVO DE TI INTERIOR DE SP 11 março 2009 Relacionamento Educação Influência
Foco: Tecnologia e Negócios Venha atualizar-se nos temas mais quentes de TI do momento e ampliar seu networking, fazendo parte deste seleto grupo de executivos das principais empresas do interior de São Paulo e da cadeia de valor do agronegócio. Compartilhe suas idéias e experiências por meio de palestras focadas e um painel sobre a visão empresarial e de TI no cenário atual, composto por executivos de empresas, personalidades de TI e o Gartner. Isso tudo, em Ribeirão Preto, a capital nacional do agronegócio. Confirmando sua presença até 27/02/2009, para maior comodidade, conforto e segurança, no retorno de sua viagem, você poderá optar por uma hospedagem gratuita na noite do Fórum, 11/03/2009, no próprio Hotel JP, o melhor e mais completo hotel de negócios da região. OBS: Evento destinado a diretores e a CIO´s de empresas.
FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO ATRAVÉS DO PORTAL ASUG PORTAL ASUG - www.asug.com.br ASUG LINE - 0800.164.064
PATROCINADORES
ASUG Brasil se expande para o interior
FOTO DE HENRIQUE BRONZE - FLICKR
ASUG EM AÇÃO
Nascer do sol em Ribeirão Preto
A ASUG Brasil chega ao interior de São Paulo em grande estilo, com o lançamento do 1° FÓRUM EXECUTIVO DE TI INTERIOR DE SP, do qual empresas da região e da cadeia de valor do agronegócio poderão ter acesso ao relacionamento, à educação e à influência que a instituição já oferece às grandes companhias dos principais centros do país. É uma chance de se inteirar das tendências para o mundo TI, incluindo papel e perfil profissional Por que não iniciar 2009 relacionando-se com os principais executivos de TI e negócios? Atualizar-se nos temas quentes do momento, vistos como contribuição aos negócios (visão e tendência, Gartner, SOA e agronegócios de valor em TI, BI, CRM, Gestão de Riscos e manufatura integrada)? Trocar idéias com executivos renomados e influentes em um painel sobre as visões e perspectivas empresariais e de TI no cenário econômico atual? As respostas a estes e outros questionamentos pertinentes à área de Tecnologia da Informação poderão ser conferidas durante o 1° Fórum Executivo de TI Interior de SP, do qual participarão representantes de empresas da região do interior do estado. O evento ocorrerá no dia 11 de março, no Hotel JP, em Ribeirão Preto, a capital nacional do agronegócio. Destinado a empresas que agregam a cadeia de valor do agronegócio e as mais representativas do setor no interior de São
Paulo, estima-se para o evento a presença de mais de cem pessoas, entre CIOs – diretores e gerentes de TI, associados ASUG, formadores de opinião, influenciadores e decisores de TI – e CEOs – diretores e executivos de negócios e demandadores de TI. Cassio Dreyfuss, vice-presidente de Pesquisa do Gartner para a América Latina, discorrerá sobre dados pesquisados mais recentemente, sobre a visão atual e a tendência de tecnologia da informação para os próximos anos, bem como, o novo papel e o perfil do profissional de TI no momento atual. Outras palestras enriquecerão o evento, assim como, painel de executivos, a apresentação de um case de empresa que já desfruta das mais modernas tecnologias e estímulo ao networking entre os profissionais. Segundo o vice-presidente da ASUG Brasil, Wellington José Brigante, pelo fato de ser o primeiro evento da instituição focado em executivos de TI para
HOTEL JP - O melhor e mais completo hotel de negócios da região, fica num local privilegiado e dispõe de serviços de primeira linha. Para comodidade, conforto e segurança no retorno do Fórum, os convidados poderão pernoitar na noite do dia 11 gratuitamente, além de usufruir de um delicioso jantar à beira da piscina do hotel.
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o interior de São Paulo, a expectativa é tornar o encontro uma oportunidade de relacionamento entre os profissionais e, também, para reciclagem técnica e de negócios. “Além disso, será uma ocasião apropriada para levarmos conhecimento a esses executivos, como uma associação independente para fazer pleitos junto a SAP, sem fins lucrativos e representante do interesse de mais de 390 empresas associadas, que abrange 59% do PIB nacional”, afirma. Na ASUG Brasil, são oferecidos aos associados relacionamento, educação e influência. Todo esse conhecimento será apresentado aos participantes do encontro. Assim, empresas da região, em geral, carentes de conhecimento e informação, poderão apontar suas solicitações e necessidades. “Com o feedback, a ASUG pretende compartilhar com essas companhias os benefícios que já disponibiliza aos associados, fortalecendo, assim, esse grupo”, explica Brigante.
ATUALIDADE
Character set, code page, codepoint, etc.
Entenda essa
SALADA
Quem já não passou por situações na qual caracteres estranhos aparecem em relatórios e telas? Ou quem não foi questionado sobre o Unicode, sua necessidade ou não e, mais ainda, o que fazer para usá-lo e poder atender à crescente globalização das empresas? POR HEITOR WAGNER LOURENÇO JR* O tema de character sets ou, conjunto de caracteres aceitos/usados, é antigo, remontando os mainframes onde havia inúmeros problemas com o que o programa enviava para a impressora e o que esta realmente imprimia. É algo simples de se entender e customizar, porém, deve ser pensado antes de se criar um banco de dados porque, depois disso, a conversão para um outro grupo de caracteres pode ser algo difícil, às vezes, impossível, devido à demanda elevada de recursos e esforços. Existem inúmeros character sets, dezenas deles, e, cada um tem um conjunto de caracteres que ele pode representar e seu correspondente numérico binário, cuja denominação técnica é codepoint. Essa quantidade enorme de character sets é historicamente antiga e deve-se ao fato de fabricantes de hardwares diversos criarem seus próprios conjuntos para atenderem suas necessidades e também à necessidade de se criarem novos conjuntos que venham de encontro a novas línguas. A maioria das empresas precisa comunicar-
se internacionalmente, envolvendo línguas do Oriente, que têm características peculiares, símbolos até algum tempo não eram atendidos pelos character sets. Para se evitar alterações à medida que o suporte a uma nova língua seja necessário, criou-se o conceito de Unicode, ou seja, um character set capaz de atender muitos caracteres. O maior representante deles é o UTF-8 que, na sua versão 3.1, atende a 94.140 caracteres. ESTABELECIMENTO DO CHARACTER SET Como se diz a um programa computacional que character set usar? O sistema Windows usa entradas no registry; o Unix, variáveis de ambiente e o Oracle, o tão famoso NLS_LANG que tem 3 partes e cuja terceira representa o character set. Quando se cria um banco de dados, no comando create especifica-se o character set que o banco de dados vai aceitar. Nos ambientes client, ou seja, onde as aplicações executam, no caso do SAP, application servers, o character set é JANEIRO FEVEREIRO 2009 ASUG NEWS
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estabelecido via variável de ambiente NLS_LANG. Quando o ambiente operacional, onde a aplicação é executada, tem um character set diferente daquele do banco de dados Oracle, uma conversão deverá ocorrer. Esta conversão ocorre comparando-se os character sets envolvidos e encontrando-se um codepoint correspondente ao caracter que o cliente enviou ao Banco de dados, no character set deste. A partir daí, o Oracle armazena o caracter usando o codepoint encontrado. “Caso não ache um caracter correspondente, o Oracle usará um de substituição, geralmente o ponto de interrogação “?”. Por isso, o estabelecimento do banco de dados e da variável NLS_LANG deve ser correto e preciso para que todos os caracteres trocados tenham correspondentes em ambos character sets e, assim, não haverá perdas de dados nem substituições. O ideal é que a variável NLS_LANG tenha o mesmo valor de character set daquele da criação do banco de dados e também respeite o character set do hardware (teclado / monitor) que se está usando, pois estes são os responsáveis pela entrada/exibição dos dados. A conversão ocorre no cliente, mas, se este não “entender” um determinado caracter, ele o envia ao Banco de Dados para que este proceda a conversão. Em caso de Dblinks entre bases Oracle, variáveis NLS_LANG não se aplicam e as conversões serão feitas baseadas nos character sets dos bancos de dados. Por isso, ao se criar um novo banco de dados, deve-se ter especial atenção de se levantarem outros possíveis bancos de dados com os quais ele estará trocando informações via Dblinks para que a customização
do character set seja de modo que a conversão ocorra sem perda/substituição de dados. Essas substituições são responsáveis por caracteres estranhos exibidos em monitores e/ou relatórios. Muitas vezes há a necessidade de se converter um banco de dados Oracle para um novo character set. Hoje em dia, em especial, para UTF8 para atender à globalização. Para tal, existe o comando ALTER DATABASE CHARACTER SET. Porém, antes de se proceder a este comando, deve-se ter certeza de que o character set para o qual se está convertendo contém todos os caracteres daquele de onde se está convertendo. Com isso, evitam-se perdas / substituições de caracteres. Antes de qualquer coisa, deve-se executar o utilitário Oracle CSSCAN (character set scan) sobre a base. CORRUPÇÃO LÓGICA DE DADOS DEVIDO AO CHARACTER SET Existem casos no qual há dados corrompidos na base de dados, mas que são manipulados e exibidos de maneira perfeita. Isso acontece muito entre character sets de 7 e 8 bits. Apesar de o character set ser de 7 bits, o Oracle usa e armazena os 8 bits (byte total). Um exemplo muito típico encontrado em ambientes SAP mais antigos é quando o banco de dados é definido com US7ASCII (aceitando somente 128 caracteres básicos – não os de acentuação do Português) e o cliente (application server) usa um character set de 8 bits do ambiente Windows, que contempla todos os 256 caracteres que temos nos nossos teclados / monitores. Se a variável NLS_LANG fosse
estabelecida com o correspondente character set Oracle deste ambiente, o WE8ISO8859P1, haveria caracteres que o banco de dados não entenderia (acentuação, p.ex.) e, como consequência, armazenaria substituições, como o ponto de interrogação “?”. Para evitar isso, colocam-se as variáveis NLS_LANG dos application server são estabelecidas com US7ASCII, como do banco de dados. Por que, desta forma temos acentuação nas bases de dados e outros caracteres, se o US7ASCII não contempla tais caracteres? É que ocorre o seguinte : • O usuário digita uma letra acentuada, pois seu teclado, terminal, Windows assim o permite. • Esta letra acentuada chega à camada do cliente Oracle que vai enviar ao banco Oracle. Os dois se comunicam e trocam informações • Chegam à conclusão que ambos estão usando o US7ASCII • O Oracle do banco de dados “confia” que o cliente está enviando somente caracteres válidos (dentre os 128) e armazena-os como vêm. Por isso, a base está logicamente corrompida. Apesar de permitir somente os 128 caracteres básicos do US7ASCII, ela tem inúmeros outros de 8 bits. Isso é um problema quando se estabelecem Dblinks com bases de caracteres de 8 bits e ao se tentar fazer uma conversão de banco de dados. (*) HEITOR WAGNER LOURENÇO JR. Robert Bosch Ltda Heitor.lourenco@br.bosch.com
Se converter um SAP a UNICODE, você verá: 1. AUMENTO DE USO DE CPU – como alguns caracteres usam mais de um byte em sua representação (como os acentuados no Português), a conversão de um determinado caracter para mais de um byte e vice-versa, demanda ciclos de CPU. Literaturas falam em 30%. 2. AUMENTO DE USO DE MEMÓRIA – como no item 1. 3. AUMENTO DE ESPAÇO EM DISCO, JÁ QUE UM CARACTER USA MAIS DE UM BYTE – O aumento de espaço em disco pode ser um fator de atenção. 4. CONVERSÃO DOS METADADOS – isto é, da definição das tabelas. Notas Oracle clarificam o ambiente Oracle envolvido em character set. A básica pode ser a 158577.1 – NLS_LANG Explained, mais 225938.1, 13854.1, 69518.1, 119119.1 etc..
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