N O 2 | Julho 2017
Bons motivos para descer a Serra no inverno Ribeira Mall segue diretrizes de certificado verde E MAIS: Desafio 28 Praias, Ubatuba Sail Festival Pico do Corcovado
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Instituto Oceanográfico da USP apresenta a base de Ubatuba
O melhor da cozinha caiçara com pitadas do sabor asiático
O chef Fábio Eustáquio prepara receitas surpreendentes em seu restaurante, no ponto mais privilegiado da Ribeira nosgastronomia nosgastronomia
Av. Plínio França, 335 Saco da Ribeira, Ubatuba SP Reservas: (12) 99710 8512
ÍNDICE
3 EDITORIAL 6 Conheça o IO USP 10 TURISMO E LAZER
Reviva o verão na Ribeira Inverno em Ubatuba é show Trilha do Corcovado
20 ESPORTE
Desafio 28 Praias Ubatuba Sail Festival
30 CULTURA E HISTÓRIA Revista Ribeira Uma publicação da Atmosfera Editor Kailash C. Pinotti Jornalista responsável Regina Teixeira Mtb 23.909/SP Edição de arte Paula Muniz Redação Regina Teixeira Impressão Bercrom Gráfica Agradecimentos Fundart, Natália Medeiros, Paulo Barbosa dos Santos, Raquel Makiyama
FOTO DE CAPA MARCIO GUEDES
Os Makiyamas: empreender é com eles Jacques Cousteau
36 INFRAESTRUTURA Ribeira: a rota do futuro
40 ARQUITETURA
Venha para o Set Ribeira Ribeira Mall: um novo waterfront Certificação verde
46 CONSUMO
Utilitários decorativos
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EDITORIAL A região sul de Ubatuba é tão rica que não cabe em uma revista. Já estamos na 2ª edição da Ribeira, com a certeza de ter deixado vários assuntos para trás. Então olhemos para a frente e vejamos o futuro deste bairro, que ainda será uma referência no mundo inteiro com a revitalização portuária. A mudança já se delineia com uma série de novos empreendimentos, como você vai notar nas páginas a seguir. O importante é que os projetos estão seguindo as normas e recomendações do LEED, o selo verde mais respeitado da construção sustentável, assunto tratado nesta publicação. Celebramos, ainda, o inverno na praia, aquecido por várias atrações culturais, como a tradicional Festa de São Pedro Pescador, entre outras. Ubatuba é incentivadora dos esportes o ano todo, tanto que empresta 28 praias para a realização de uma maratona offroad, que este ano reuniu 3,5 mil competidores. Tão incansável quanto os corredores é a galera que faz a Trilha do Pico do Corcovado, cartão postal de Ubatuba, visto de vários lugares e dono de uma vista sem igual. Na água, houve muita agitação também. Mergulhadores retiraram do mar uma estátua de Jacques Cousteau, para ser restaurada. Velejadores disputaram a regata oceânica Ubatuba Sail Festival, proporcionando momentos de muita adrenalina e grande beleza. Bela também é a vista que se tem do mirante do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, que ilustra a nossa capa. Nossa reportagem esteve lá para conhecer o trabalho da comunidade científica. Acompanhe!
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Privilégio é ter o melhor de Ubatuba ao seu redor Rua Sete Fontes, 270, Saco da Ribeira, Ubatuba SP www.setribeira.com.br | vendas@atmosfera.com Tel.: (12) 3835 1010 Projeto aprovado pela Prefeitura de Ubatuba Alvará de Construção no 041/2017. Incorporação no 50.768
VIZINHO AO CONHECIMENTO Embora corresponda a aproximadamente 70% da superfície da Terra, pouco se sabe sobre eles, a não ser o mais importante: os oceanos são o verdadeiro pulmão do mundo O Saco da Ribeira tem muitas peculiaridades e uma delas é produzir conhecimento a respeito dos oceanos. Alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado são recebidos, ao longo do ano, na base do Instituto Oceanográfico da USP, na pequena Praia do Lamberto, para estudos e pesquisas nas diferentes áreas da Oceanografia. Física, química, geologia e biologia são ciências que dialogam nos laboratórios da base, com o intuito de entender fenômenos que ocorrem na vasta porção de água salgada que recobre três quartos do planeta e sobre a qual sabemos tão pouco. Estima-se que o conhecimento a respeito dos oceanos seja de apenas 2%, mas já não restam
dúvidas de que eles exerçam um papel muito importante para a humanidade. Responsáveis por metade do oxigênio que respiramos, também regulam o clima e proporcionam alimentação, lazer, transporte, geração de renda, entre outros serviços. Manter a integridade dos oceanos é, portanto, um desafio que exige uma visão realista, como é a do IO, ao definir o objetivo da instituição: contribuir com respostas para que haja uma exploração sustentada dos ecossistemas marinhos. É nesse sentido que caminham os estudos na base de Ubatuba, que foi inaugurada em 1965 para dar apoio a atividades práticas educacionais e a projetos de
pesquisa e extensão. Além de alunos da Universidade de São Paulo, principalmente dos cursos de Oceanografia e áreas afins, como Biologia e Geologia, o local também recebe pesquisadores de outras instituições, inclusive internacionais, e estudantes de várias escolas, que podem alugar o espaço para atividades práticas. Em nossa visita às instalações, guiada pelo biólogo marinho, relações públicas e técnico de laboratório Ayrton Carrieri Pasquini, ficou evidente a diversidade de enfoques e conteúdos da oceanografia. No Laboratório de Sistemas Planctônicos, um dos focos é o comportamento de plânctons na presença de algas. Em dois galpões, a pesquisa é voltada
Capa | RIBEIRA
Entrada do IO: próxima ao mirante da Rio-Santos
à aquicultura, uma alternativa que acena com a promessa de frear a sobrepesca. De acordo com Ayrton, o experimento visa desenvolver uma ração com ingredientes que tenham um rendimento melhor no cultivo. Também fomos apresentados a um sistema contínuo de monitoramento do nível do mar, realizado por um conjunto de três estações: maregráfica, de GPS e gravimétrica. É um estudo de longo prazo, que, por enquanto, tem aproximadamente 10 anos de dados, o que não é nada na escala geológica. Segundo os pesquisadores, só depois de 50 anos dá para começar a ter respostas às questões levantadas. Fomos, ainda, ao mirante. Na subida, havia uma instalação
com alguns tipos de telhas. É que a base também está servindo de infraestrutura para um projeto de engenharia, que visa medir a resistência de materiais para telhados. Lá em cima, ficam um radiômetro, que mede radiação, velocidade e direção do vento, e uma estação meteorológica, que mede temperatura e umidade do ar. “É um datalogger, que fica ligado em tempo real”, explicou nosso anfitrião. “O IBGE trabalha com estações parecidas”, observou. Embora interessantes, o fato é que para nós, leigos, o que realmente causou impacto não foram os equipamentos, mas a vista do Saco da Ribeira.
Conhecer a fundo os oceanos, em benefício da sociedade, é missão do Instituto Oceanográfico, cuja base de pesquisas, no Saco da Ribeira, abriu os portões para a nossa reportagem
Capa | RIBEIRA
Raio X da base 22 mil m² de terreno 1500 m² de área construída Alojamento com capacidade para 70 pessoas Refeitório Laboratórios Estação meteorológica Estação maregráfica Embarcações 15 funcionários Cerca de 14 semanas por ano com ocupação plena www.io.usp.br
Pesquisa a bordo Primeira instituição brasileira dedicada à pesquisa oceanográfica, o Instituto Paulista de Oceanografia foi inaugurado em 1946, em São Paulo, com o objetivo de desenvolver pesquisas ao longo do litoral do Estado. Em dezembro de 1951, foi incorporado à Universidade de São Paulo e passou a ser denominado Instituto Oceanográfico. Apenas em 2002 inaugurou o curso de bacharelado em Oceanografia, formando 254 oceanógrafos até o final de 2015.
Uma das ferramentas essenciais do oceanógrafo é o navio. Dentre as embarcações que passaram pelo IO, destaca-se o navio Prof. W. Besnard, nome dado em homenagem ao professor Wladimir Besnard, fundador do Instituto. Em aproximadamente 40 anos de operação, Besnard realizou mais de 260 cruzeiros oceanográficos e cerca de 8200 expedições, como as idas para a Antártida, de 1982 até 1988, ao lado de navios da Marinha do Brasil como o Barão de Teffé. Atuou até 2008, quando foi desativado em consequência de um incêndio. Hoje, a USP possui a principal embarcação civil de pesquisa oceanográfica do País, o navio Alpha Crucis, além de dois barcos de pesquisa
de pequeno porte, o Albacora e o Veliger II, que navegam em áreas costeiras, atingindo até 200 milhas. Construídos em Ubatuba, no estaleiro da família Makiyama (leia matéria nesta edição), eles possuem 14 metros de comprimento, tripulação de três pessoas, comportam até 12 pesquisadores e têm autonomia de seis dias. O Albacora está ancorado em Cananeia e o Veliger II, em Ubatuba.
A pequena praia do Lamberto e o rancho de barcos do IO Ao lado, a traineira Veliger II: abrindo caminho para teses e dissertações FOTOS MARCIO GUEDES
RIBEIRA CONSAGRA-SE COMO PONTO TURÍSTICO OBRIGATÓRIO EM UBATUBA Além da beleza cênica, bairro oferece bons passeios e o melhor da culinária Graças a um movimento envolvendo empresários locais e o poder público municipal, turistas e moradores de Ubatuba puderam (re)descobrir um dos cartões postais de Ubatuba, o Saco da Ribeira, na última temporada de verão. Durante muito tempo atrelado única e exclusivamente ao mundo náutico, o bairro passa por um processo de requalificação urbana, que inclui a valorização da orla com projetos arquitetônicos e paisagísticos, a melhoria do acesso com estudos de reestruturação viária e a reconversão do espaço com a criação de novos usos. Ponto de partida para os roteiros de barco para a Ilha Anchieta, este ano o Saco da Ribeira transformou-se, ainda, em uma
grande praça de alimentação, com o Ribeira Food Square oferecendo refeições rápidas e o Nós Gastronomia representando a alta culinária. Cerca de 12 mil pessoas passaram pelo Food Square na temporada. O bairro também virou um enorme palco de diversões, com a vinda do Ribeira Circo Show e a realização da folia de carnaval, organizada pela Vitti Eventos. Mais de 200 pessoas, entre crianças e adultos, divertiram-se ao som de marchinhas e samba enredo, com direito a maquiagem no rosto, serpentinas e adereços. Revigorado, o bairro mereceu esta revista especial, que agora chega à 2ª edição. Com uma tiragem de 15 mil exemplares, a publicação inaugural antecipou o futuro mall, um centro de
compras e lazer com vista desimpedida para o atracadouro, símbolo do local; revelou trilhas para praias desertas e escondidas; entrevistou os primeiros moradores para recontar a história da região; e saboreou as receitas do premiado chef caiçara Fábio Eustáquio para o Nós Gastronomia. O restaurante, com vista privilegiada para o mar, continua de portas abertas nos fins de semana e feriados, para todos que queiram apreciar os sabores da Ribeira e vivenciar de perto esse momento de revitalização de um dos bairros mais belos de Ubatuba.
Turismo e lazer | RIBEIRA
VÁRIAS RAZÕES PARA CURTIR O INVERNO EM UBATUBA Praias vazias, trânsito livre, festas tradicionais e belas paisagens são o lado bom do tempo frio Praia combina com verão, mas também é uma delícia no inverno. Em Ubatuba, são muitos os motivos para descer a serra quando a temperatura começa a cair. A principal razão é sua majestade, a natureza. Ela é bela nas quatro estações do ano, por isso toda época é boa para vir. No inverno, as cores ficam mais intensas, o céu pinta-se de azul anil. Contrasta com o florido roxo das quaresmeiras, o amarelo dos cachos das acácias, o vermelho das flores das eritrinas. E ainda tem o colorido das saíras, que se aproximam em bando, principalmente se houver banana no comedor. Para quem gosta de tranquilidade, a época é perfeita: praias vazias, ruas sem trânsito
e um atendimento mais especial nos bares, restaurantes e lojas, porque é lógico: com menos clientes para atender, sobra atenção para distribuir. O inverno é época de ir para a praia de moletom, com a roupa de banho por baixo, porque o dia vai esquentar a ponto de pedir um mergulho. Também é época de acender a lareira à noite e curtir todas aquelas delicias associadas ao frio, como um bom vinho e um bom fondue. A verdadeira atração gastronômica, contudo, está na cozinha caiçara. Além do clássico Azul Marinho, prato à base de peixe e banana verde, que cai muito bem em dias frios, em junho encerra-se o defeso do camarão e começa o festival do crustáceo.
Ubatuba, sim, sim, sim, como repete o hino, tem um calendário de inverno recheado de atrações, de norte a sul do município: Festa de São Pedro Pescador de Ubatuba, Festa da Mandioca do Sertão do Ubatumirim, Festa do Divino, Festa Caiçara da Vila de Picinguaba, Festival do Camarão da Almada, Caiçarada, shows musicais no Projeto Tamar, eventos esportivos e muito mais. As atrações têm início em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, que este ano teve como destaques a exposição “Planeta Inseto”, realizada com o objetivo de demonstrar a sua importância na vida dos seres humanos. Os insetos representam o maior grupo de seres vivos existentes no planeta Terra. Há 90
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espécies de insetos relacionadas na lista da fauna brasileira ameaçada de extinção. Uma delas é o besouro-rinoceronte, natural da Mata Atlântica. Outra é o besouro-hércules, um dos mais fortes do mundo. Também merece menção a exposição “Aves da Mata Atlântica”, uma pequena mostra das mais de 400 aves que podem ser vistas na região, como é o caso do tangará-dançador, símbolo do município, que tem o corpo azul claro e preto e o topete vermelho vivo.
São Pedro Pescador A primeira edição da festa mais tradicional de Ubatuba data de 29 de junho de 1923. Foi numa sexta-feira ensolarada, quando
o padre caiçara Francisco dos Passos celebrou a missa em altar improvisado sobre balsa confeccionada a partir de seis canoas amarradas umas às outras. Na época, não havia a imagem de São Pedro, doada após 19 anos de celebração, em 1942. A princípio, várias praias ao longo da costa prestavam suas homenagens ao santo. Rezavase durante nove noites até o dia de São Pedro. A festividade era composta pela “Alvorada”, procissão pelas ruas, e a condução do “fifó” (tocha feita de bambu embebida com azeite de nogueira), em seguida era levantado o Mastro de São Pedro. O evento acontece sempre no auge da pesca da tainha. Durante os meses de maio a julho, a
tainha, proveniente do Rio Grande do Sul, migra pela costa brasileira, passando por Ubatuba e possibilitando ao caiçara uma “abastança” (fartura) nas Festas de São Pedro. Daí a tradição de fazer a sobrepau (tainha assada sobre brasas, colocada em cima de galhos de goiabeira verde). Defeso do camarão Durante esse intervalo, que vai de 1º de março a 31 de maio, ocorrem a reprodução e crescimento dos camarões e, por isso, fica proibida a pesca de arrasto motorizado dos camarões branco, rosa, santana, sete barbas, entre outros. O objetivo é facilitar a recuperação do estoque pesqueiro e evitar a extinção da espécie.
A barraca da tainha é uma das mais disputadas da festa de São Pedro e quem pilota as grelhas são os pescadores. O peixe, delicioso, é servido com arroz e farofa. Outra atração do evento é a Vila Caiçara, espaço que reproduz a estética e os costumes da população local, como cozer no fogão à lenha. Sem contar a corrida de canoas e as apresentações de dança típica, muito aguardadas também FOTOS FELIPE SCAPINO
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FOTOS VANESSA CANCIAN
É O DESTINO Do Pico do Corcovado avistam-se o Oceano Atlântico e a Serra da Mantiqueira conectados pela Mata Atlântica POR REGINA TEIXEIRA
O Pico do Corcovado é um marco na paisagem de Ubatuba. Avistável de norte a sul do município, impõe-se do alto de seus 1.150 metros de altura de forma inconfundível no maciço. Imagine, agora, a vista que se tem de lá! No site do Parque Estadual da Serra do Mar, ao qual o Pico do Corcovado pertence, lêse que, quando o céu está livre de nuvens e neblina, é possível avistar desde Paraty, no Rio de Janeiro, ao Porto de Santos, em São Paulo.
Havia um pouco de neblina quando subimos. Nada que subtraísse o esplendor da paisagem. Fotografias dão conta da beleza até quando há muitas nuvens, porque o pico fica acima delas, dando ao observador a sensação de estar no céu. Era outono/inverno, época mais indicada porque chove menos e a terra fica firme. O aclive é radical a ponto de, nos trechos finais, ser necessário agarrar-se a galhos e raízes, para conseguir jogar o corpo para cima. Melhor evitar os meses de chuva, em que o solo fica escorregadio e a escalada, mais difícil. No nosso grupo, eram todos tranquilos em relação a cobras, que logicamente existem e podem ser motivo para quem
tem paúra não querer ir. Vimos uma no meio da trilha. O guia a afastou e seguimos. A orientação é caminhar devagar e sempre, para não perder o impulso. Há, contudo, uma parada estratégica, a cerca de 450 metros de altitude, quase na metade do caminho. O trecho é um belo mirante, conhecido por capelinha. É o momento de avaliar se vai dar para seguir em frente, porque, lembra o guia, a subida a partir dali fica mais difícil. Um casal desistiu. Dali a cerca de um quilômetro, vencidos com muito esforço físico, chega-se a 750m de altitude e ao último ponto de água perto da trilha. Mais uma parada abençoada. Já próximo ao pico, uma trilha
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Características da trilha 15 km (ida e volta) Nível difícil 6 a 8 horas de subida Mata Atlântica Floresta Ombrófila Densa Escritório Regional Tel.: 3832-1397 Rua Esteves da Silva, 510 Centro - Ubatuba agendamento.picinguaba@gmail.com
FOTO MARCELO CANTO
sobre a crista fina da serra chega a causar um certo arrepio, pois é sabido que estamos ao lado de um penhasco. A vantagem é que já não há mais subida, então dá para recuperar o fôlego, que logo se perde novamente perante a vista indescritível que se tem lá de cima.
A volta Fomos e voltamos no mesmo dia e está aí um bom motivo para quem sabe fazer o passeio mais uma vez: a possibilidade de acampar no pico. Os relatos são animadores, principalmente de quem teve a sorte de ver a lua cheia. O percurso é pior na subida, mas quem disse que o santo ajuda na descida? Os joelhos sentem e os
dedos dos pés, também. A dica é amarrar bem os tênis, para o pé não deslizar no interior do calçado e pressionar mais ainda. Foram aproximadamente 4 horas de ida e 3 horas de volta. Cinco horas da tarde já começa a escurecer nas estações mais frias e o receio de ficar na mata sem luz fez apressarmos o passo. Dá um certo alívio ver o rio lá do começo da trilha e, mesmo no frio, o corpo está tão quente que pede um banho gelado e refrescante, um brinde para voltar feliz e satisfeito para casa.
Para fazer a Subida do Pico do Corcovado, é preciso agendar previamente por e-mail, com pelo menos 2 dias de antecedência. Ao solicitar o agendamento, o visitante recebe todas as informações de segurança e conservação. A confirmação só é realizada mediante envio da documentação necessária e a retirada dos ingressos no Escritório Regional da Fundação Florestal, situado no Centro de Ubatuba. A trilha deve ser conduzida e monitorada por guias de turismo ou monitores credenciados pelo PESM. agendamento.picinguaba@gmail.com
DESAFIO 28 PRAIAS Esta maratona de emoções e visuais incríveis, que começa na Tabatinga e termina na Praia Dura, chega a sua 6ª edição com um número recorde de 3500 participantes
São 28 praias e 42km de paisagens e subidas de perder o fôlego. Os participantes chegam irreconhecíveis. No entanto, mesmo cansados e cobertos de suor e lama, emanam alegria. Primeiro por terem vencido o desafio. Depois por terem tido o privilégio de percorrer cenários quase inacessíveis. São trilhas e mais trilhas por dentro da mata, que vão de praia a praia por percursos íngremes e desafiadores. Descer, muitas vezes, é o mais difícil. Lá embaixo, ainda é necessário enfrentar o costão rochoso, mas a organização sempre dá uma forcinha, colocando cordas que servem de apoio para descer as pedras.
Esporte | RIBEIRA
Provas de revezamento sempre despertam o espírito de cooperação, como fica estampado nesta foto dos atletas Giolme Augusto Tribst e Francesca Inoue FOTOS FOTOP
Ao chegar na areia, deparam-se, quase sempre, com um rio, que chegam a atravessar a nado, dependendo da profundidade. Então seguem em direção à próxima praia, com força, coragem e o par de tênis encharcado. Mesmo quem não está na corrida se envolve. É emocionante aguardar os competidores em uma das praias a que se pode chegar de carro, parar e torcer pelo amigo, filho, esposa, namorado. Nesses pontos, há sempre vários corredores tensos, aguardando o passe que está vindo com alguém da sua equipe. E há os que passam batido, pois estão fazendo a prova sozinhos.
Há duas opções de distâncias: 42 km nas categorias solo e revezamento, com até 5 participantes por equipe (masculino, feminino ou misto), ou 21 km solo ou caminhada. É mais que uma maratona. É uma aventura que começa na Tabatinga e passa pela Galhetas, Figueira, Ponta Aguda, Mansa, Lagoa, Simão, Saco das Bananas, Raposa, Caçandoquinha, Caçandoca, Pulso, Maranduba, Sapê, Pontal, Lagoinha, Oeste, Peres, Bonete, Grande do Bonete, Deserto, Cedro, Fortaleza, Brava da Fortaleza, Costa, Vermelha do Sul, Brava do Sul e Dura. Pela quantidade de praias, a impressão é que só atletas de
elite tenham capacidade para enfrentar tantos quilômetros. Só que não. Tem muita gente comum ali no meio. Pessoas que estudam, trabalham, tem vários afazeres, mas não deixam de frequentar a academia e reservar duas a três vezes por semana para o treino da corrida. A 6ª edição da prova, realizada no dia 6 de maio último, reuniu um número recorde de inscritos: mais de 3500 competidores de várias cidades do Estado e de fora também. Isso sem contar a presença de estrangeiros, sempre perplexos com as nossas belezas. Veja o vídeo da competição: www.desafio28praias.com.br
#lixozero
Provas em meio à natureza deixam sempre uma pegada ecológica. Para diminuir o peso das passadas, a organização faz a Gestão de Resíduos Sólidos, de acordo com a legislação vigente. Este ano, foram coletados 900 quilos de materiais recicláveis, embalados e devidamente encaminhados para a Cooperativa de Catadores de Ubatuba no Bairro da Figueira. Os 200 quilos de orgânicos recolhidos foram levados ao viveiro Canto do Dado, na Praia da Itamambuca. Mesmo assim, nunca é demais pedir a cooperação de todos, porque a competição acaba, mas as 28 praias continuam aí, a sua espera.
Esporte | RIBEIRA
A competidora Vanessa Moura em um momento de superação e o atleta Fernando Joaquim Gonçalves dosando as passadas FOTOS FOTOP
Trabalho, casa, família e treino: uma maratona por dia
Karina Ferreira é cabelereira, proprietária de um salão no Perequê Mirim, mãe, dona de casa e corredora. Conquistou o 4º lugar na categoria solo do Desafio 28 Praias, depois de 6 horas de prova. Foi a sua 2ª corrida de 42 km. No Ultra Trail Indomit, ano passado, em Bombinhas, SC, correu com o joelho ruim e ainda assim conseguiu resultado. Também participou da maratona do Rio, mas, ela observa, não dá para comparar prova de rua e montanha”. O Desafio é sua prova preferida. “Amo estar em contato com a natureza”, justifica. De fato, as paisagens que vão passando ao longo das 28 praias fazem a fama e o sucesso do evento. “É uma prova linda, porque Ubatuba é
um lugar maravilhoso!”, elogia a atleta e educadora física Luciana de Fátima Silva, proprietária da academia Ubatuba Outdoor Fitness, onde Karina treina. Como o nome da academia já diz, Luciana é grande incentivadora dos esportes ao ar livre. Encara o desafio desde a primeira edição, junto com seus alunos, incluindo a Karina, que já participou três vezes em quinteto (3º, 2º e 1º lugar), já fez dupla feminina (1º lugar geral), dupla mista (8º lugar geral) e agora solo. A verdade é que Karina está sempre correndo. “Tem dia que acordo às 4h da manhã para treinar e começar a trabalhar às 9h. À noite, cuido da casa. É uma maratona por dia”, conclui a campeã.
Esporte | RIBEIRA
Karina Ferreira, 4ยบ lugar na categoria solo, corre com o mesmo sorriso com que recebe suas clientes no salรฃo: isso que dรก gostar do que faz
FESTIVAL DE CORES NA RIBEIRA Ubatuba Sail Festival reúne grandes nomes da vela oceânica e presenteia o público que assiste do Saco da Ribeira ao espetáculo formado por balões e genoas O dia amanheceu frio e chuvoso, mas incapaz de encobrir o colorido dos veleiros reunidos no Saco da Ribeira, para a largada da 8ª edição do Ubatuba Sail Festival, tradicional competição da vela oceânica brasileira. O evento foi realizado no feriado prolongado de 1º de maio e contou com a presença de 30 barcos, do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis, Paraty, Ubatuba, Ilhabela, Guarujá e Santos. Para o medalhista olímpico Lars Grael, que há anos participa do festival, a centralidade do Saco da Ribeira atrai flotilhas paulistas e fluminenses, o que favorece a confraternização. “O nosso objetivo é encontrar os amigos”, contou o iatista, no bate papo que teve com velejadores e
autoridades, na noite de abertura do festival. O vento não deu muita força nos três dias de competição, em que foram realizadas somente três das cinco regatas previstas. A programação do primeiro dia previa uma regata longa, até a ilha Vitória. Porém, como o vento não apareceu, a opção foi fazer uma regata mais curta. Depois de 2h40, o Argos, de Jaime Cupertino, foi o primeiro a cruzar a linha de chegada. No dia seguinte, o sol apareceu e o vento soprou um pouco mais forte, possibilitando a realização da regata de percurso longo: volta na ilha Vitória para as classes RC e RGS e volta na ilha Anchieta para Bico de Proa. Na regata mais curta, o
primeiro barco a cruzar a linha de chegada foi o Sous Le Vent VII, de Paulo Fonseca. O time levou pouco mais de duas horas para completar o percurso de 10 milhas. Entre os barcos maiores, o fita-azul foi novamente o Argos, com 32milhas navegadas em 3h20min. “A regata foi sofrida. Trocamos de vela três vezes, mas no final deu tudo certo”, contou José Antônio Bispo dos Reis, o Zequinha, timoneiro do barco. No último dia, com vento fraco e apenas uma regata realizada, os favoritos confirmaram o título. Na IRC, o Argos venceu a terceira regata consecutiva e levou o título para casa. Na RGS, Torben Grael, do Lady Lou, levou a melhor sobre seu irmão Lars, do Tangará II, e ficou com o ouro.
Esporte | RIBEIRA
FOTO MARCOS MENDEZ
Na Bico de Proa, o Sous Le Vent chegou ao pódio invicto. Este ano, o evento também foi válido como primeira etapa do Paulista de Oceano, que ainda passará por Ilhabela, em setembro, e terminará em Santos, em novembro. O comodoro do Ubatuba Iate Clube, Julio Cechetto, considerou o evento muito bom. “Trinta barcos vieram até aqui nos prestigiar e outros tantos que não puderam vir nos ligaram pedindo desculpas”, contou. Confira os resultados no site: www.abvo.org.br
Atrevida: legendário! Noventa e quatro anos de histórias. Noventa e cinco pés de comprimento. Este é o Atrevida, veleiro de dois mastros e cinco velas, que chamou a atenção do público no Ubatuba Sailing Festival. “Ubatuba tem um cenário magnífico. Não poderíamos ficar de fora deste evento que a cada ano está mais interessante”, disse Átila Bohm, comandante do barco, que foi totalmente restaurado e tornou-se uma joia rara para os apreciadores do mundo náutico. O Atrevida foi construído nos Estados Unidos na década de 1920 e inicialmente batizado como Wildfire. Já com a bandeira brasileira, na década de 1950 virou ponto de encontro de celebridades, como Rita Hayworth, Alain Delon, Elvis Presley, Henry Kissinger, Niki Lauda, Martha Rocha, entre outros nomes. No início dos anos 2000 quase afundou na baía de Guanabara e, anos mais tarde, foi vendido como sucata para o atual proprietário. Após uma grande reforma, o barco voltou a desfilar por águas brasileiras, desta vez no litoral paulista, cativando todos que o veem.
Atrevida singra os mares chamando a atenção por seu espírito retrô FOTO MARCOS MENDEZ
ESCOLHIDO A DEDO Como a família Makiyama chegou ao Saco da Ribeira na década de 60 e iniciou negócios prósperos, que fazem parte da história de Ubatuba
Eles percorreram o litoral do sul ao norte do Brasil e não tiveram dúvida de onde morar: no Saco da Ribeira. Quem conta a história da família de imigrantes japoneses, que se instalou em Ubatuba na década de 60, é Namio Makiyama. Ao lado da filha Raquel, ele nos recebeu em sua casa em uma manhã de cultura e aprendizado. A começar pelo fato de que nomes japoneses são todos com ideogramas e podem ter mais de um significado. Namio é “filho da onda” (“Nami” = onda; “o” = filho). Embora a tradução tenha a ver com ele que cresceu à beira mar, sua versão é outra: “na” vem de minami, que quer dizer sul; “mi”, de uma leitura do ideograma de utsukushii, que significa bonito; e “o” de “otoko”
(homem). “Homem belo do sul”, traduz, sem modéstia.
O Brasil Em 1938, um ano antes da II Guerra, meus pais desembarcaram com cinco filhos no Brasil, para fugir da crise econômica que se arrastava desde a I Guerra no Japão. O governo japonês incentivava a emigração, tanto que pagou a viagem da família. Vieram a minha irmã mais velha, Sono, com uns 15 anos, Antonio (Katsumi), João (Tiyomi), Emiyo e Takashi, bebê de um ano e meio. Meus pais vieram com contrato para trabalhar em plantação de café, em Jardinópolis, onde eu nasci no ano seguinte. Terminado o contrato, se estabeleceram
em Santo Anastácio, na região da Sorocabana, oeste de São Paulo. Depois vieram mais três irmãos caçulas: a Cecília, o Pedro e a Catarina. A família tinha terras e se dedicava à lavoura, até que meu pai, preocupado com nossa saúde por causa do uso de inseticidas (meu irmão Takashi ficou gravemente doente por intoxicação), decidiu mudar de atividade. Mandou que acompanhasse meu irmão mais velho, Katsumi, numa viagem pela costa brasileira atrás de um bom lugar para se viver.
O litoral Eu tinha uns 16 anos quando fizemos essa viagem, do Chuí até Belém do Pará. Na passagem por Ubatuba, observamos bem.
Cultura e História | RIBEIRA
A família Makiyama no Saco da Ribeira. Da direita para a esquerda: Katsumi (Antonio), Motomi (José Maria), Tiyomi (João), Chiyo (Maria), Shizuka (Paulo), Takashi (João), Namio (Pedro) e Tooru (Pedro)
Quando chegamos no Norte, falei: vamos voltar para Ubatuba. Ficamos um mês na Enseada até retornarmos para o interior, depois de termos desenhado um croqui do Saco da Ribeira, onde vimos uma grande oportunidade de trabalhar com pesca, que era a atividade da família no Japão. Meu pai gostou do local e nos mandou na frente, com a missão de arrumar um lugar para comprar. Eu ainda era solteiro e vim com a família do meu irmão, em dezembro de 1960, quando Ubatuba tinha uns 10 mil habitantes.
A pesca Entregávamos o pescado para o Altino Maciel, dono de uma indústria de salga, no Saco da
Ribeira. Ele tinha um pavilhão que dava para salgar mais ou menos 50 toneladas de sardinha. Um dia perguntei ao Altino se ele tinha interesse em vender. Ele respondeu: “Por um milhão e quinhentos mil cruzeiros, sem nenhuma quebra, à vista, eu vendo”. Respondi: “Aguarde 15 dias que vou para o interior pegar o dinheiro e volto para cá”. Viajei para Santo Anastácio para conversar com o meu pai, que voltou comigo para Ubatuba. Chegamos aqui e passamos a escritura do Saco da Ribeira. A salga foi um negócio próspero. Vendíamos para o interior de São Paulo e o Nordeste. Era sardinha salgada. A gente encaixotava ou enlatava.
A praia Quando a gente comprou, havia uma praia no Saco da Ribeira. Tirávamos vôngole e víamos cavalo marinho! Poucos barcos apoitavam na área. Na década de 70, tiravam as crianças da escola e as colocavam na praia, nos dias que haveria explosão para construir a Rio-Santos.
O estaleiro Em 75, a gente parou de salgar sardinha. A exigência do governo aumentava e vimos que não compensaria fazer tudo o que eles pediam. Na época, já tínhamos começado a construir barcos, então focamos nisso. Ainda existem diversos barcos nossos aqui. Dois deles estão no Instituto Oceanográfico da
Namio Makiyama em frente a sua coleção de varas de pesca. Ao lado, foto antiga das instalações da salga, cujo prédio existe até hoje, ainda que modificado FOTO MARCIO GUEDES
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Usp (leia matéria sobre o IO nesta edição). Construímos 78 barcos no total. Paramos porque também havia muita exigência por parte do governo, e não compensava insistir. Então voltamos para o comércio de peixe e, posteriormente, para a docagem de embarcação, fazendo puxadas de barcos com carretas. Trabalhamos com isso até recentemente, pouco depois de minha mulher, Marina, falecer, em 2014, e uns dez anos depois de me aposentar por idade, em 2004. Quando desativamos o estaleiro, nos anos 80, os filhos dos meus irmãos partiam para o Japão, fugindo da inflação. Tornaram-se dekasséguis, cujo significado é “aquele que trabalha longe de sua terra”.
A maioria se estabeleceu por lá e não volta mais.
O Japão Meus pais tinham vontade de um dia voltar para o Japão, mas logo que se mudaram veio a II Guerra e desistiram. Os dois lados da minha família são da província de Saga-ken. Ken significa província. Meus pais são de Madarashima. Shima é ilha. Quando chegaram ao Brasil, adotaram nomes bíblicos, pois eram católicos e nomes japoneses eram motivo de piada e confusão. Shizuka e Chiyo Makiyama viraram Paulo e Maria. Nós também ganhamos um segundo nome, mas minha mãe não era muito criativa, então havia dois Pedros, eu e meu irmão mais novo, e dois Joões.
O hobbie De vez em quando, saímos com uma embarcação do Saco da Ribeira para pescar. Já peguei um marlin de aproximadamente 300kg (não é mentira de pescador!), que soltamos no mar porque não conseguimos embarcá-lo.
A cidade Ubatuba é, até hoje, o melhor lugar para se viver. E olha que eu conheço o Brasil do Chuí a Belém. Moro em Ubatuba há 57 anos e, sinceramente, nunca tive vontade de sair daqui.
MERGULHO COM JACQUES COUSTEAU Estátua do famoso oceanógrafo é retirada dos arredores da Ilha Anchieta para ser restaurada e deve voltar ao mar em setembro
A estátua de Cousteau antes de ser retirada para restauração
A estátua do famoso oceanógrafo francês Jacques Cousteau foi retirada do mar de Ubatuba no mês de maio, para ser restaurada. Ela foi colocada próxima à Praia do Leste, na Ilha Anchieta, em novembro de 1997, em homenagem ao explorador, que falecera meses antes. Na época, 200 mergulhadores acompanharam a cerimônia. Depois de 20 anos submersa, no entanto, a peça ficou escondida pelas cracas e já não se distinguia a imagem de Cousteau. Era hora de recuperá-la. Não foi fácil resgatar a obra de quase 400kg, de uma profundidade de 9m. A ação foi planejada pela Secretaria de Turismo da cidade, com apoio do Conselho Municipal de Turismo e
da Associação das Operadoras de Mergulho do Litoral Norte. “O processo de retirada envolveu uma embarcação para ir até o local e uma equipe para fazer o mergulho e remover a estátua para ser restaurada”, contou o instrutor de mergulho Pedro Paulo Orabona, da agência Omnimare, que também fazia parte do grupo de mergulhadores duas décadas atrás. A limpeza já começou. O primeiro trabalho é a remoção de toda a sujeira. Depois vêm as etapas de reconstrução, pintura e secagem. A obra só deve ser lançada novamente no fundo do mar em setembro, com o intuito de atrair o turismo de mergulho.
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Mundo silencioso É bem difícil falar sobre JacquesYves Cousteau (1910-1997) em poucas linhas, já que são muitas as suas contribuições como oceanógrafo, inventor, cinegrafista, explorador, pesquisador, ambientalista e capitão do Calypso, o barco que converteu em navio oceanográfico em 1950 e a bordo do qual percorreu os oceanos por mais de 40 anos, mergulhando, fotografando, filmando e trazendo à tona os segredos de um “Mundo Silencioso”. Esse é o nome do livro que publicou em 1953, em parceria com Frederic Dumas, cuja versão cinematográfica, realizada com o diretor Louis Malle,
conquistou o Oscar de Melhor Documentário e a Palma de Ouro no Festival Cinematográfico de Cannes. Contudo, pode-se dizer que o maior legado do criador do aqualung, autor de mais de 115 vídeos e 50 livros, foi abrir a janela dos oceanos para os olhos da humanidade. Prêmio Internacional do Meio Ambiente, entregue pela ONU em 1977, Cousteau foi um dos primeiros a perceber o dano provocado pelos homens ao ecossistema marinho. Em 1973, um ano após a Conferência de Estocolmo, quando o mundo estava apenas começando a falar sobre as questões ambientais, fundou a Sociedade Cousteau, uma organização sem fins lucrativos criada com o intuito
de unir esforços para proteger o planeta. Uma campanha bem-sucedida foi para salvar a Antártida, hoje um continente protegido, da exploração mineral. Em 1992, o oceanógrafo esteve no Brasil para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, a Eco92, realizada no Rio de Janeiro. Em seu discurso, pediu mais cuidado com os oceanos. Cousteau morreu em 1997, aos 87 anos, em Paris. No mesmo ano, mergulhadores de Ubatuba o homenagearam com a estátua, que em breve voltará para o mar para que seu nome seja lembrado por muitas gerações de mergulhadores.
RIBEIRA PROMETE SER UM DOS DESTINOS MAIS CHARMOSOS DO BRASIL Investimentos em infraestrutura preparam o bairro para assumir sua vocação O Saco da Ribeira está passando por grandes e importantes transformações, que o colocarão na rota dos destinos de charme do Brasil. Um dos marcos dessa guinada é Voga Marine, empreendimento moderno e arrojado, sobretudo para os padrões locais, que despertou a atenção de investidores para o potencial da região. Rapidamente surgiram outros lançamentos, imprimindo ainda mais modernidade ao bairro, que deixou de ser visto apenas como ponto de partida para passeios de barco, para se tornar um atrativo em si. Os planos para o bairro, no entanto, só estão começando e são bem mais ousados, como costumam ser os grandes
exemplos de sucesso, como Port Vell, em Barcelona, área portuária que por anos foi negligenciada e hoje respira um ar cosmopolita, capaz de atrair turistas do mundo todo. Os iates estacionados nas marinas e os antigos armazéns onde ocorrem eventos culturais servem de inspiração à Ribeira, que no último verão movimentou a orla com uma charmosa praça de alimentação e espetáculo circense. Essa diversidade de uso dos espaços, agregando valor não apenas ao bairro, mas ao município, é parte do que se vislumbra para a Ribeira, cujo waterfront, como se nomeiam, mundo afora, as orlas urbanas, tem tudo para se transformar em um espaço público vibrante.
Outro exemplo inspirador vem da África do Sul. O V&A Waterfront é uma grande área portuária, que reúne restaurantes, cafés, hotéis, condomínios residenciais, prédios comerciais, shopping center, marina, estaleiro, mercado de artesanato, museus e áreas de lazer e entretenimento. O projeto do Ribeira Mall, centro de compras e lazer aberto para o mar, com vista privilegiada para as marinas, cumpre essa função e é mais um passo rumo ao futuro promissor do bairro. A reurbanização da orla, porém, exige obras de infraestrutura. É exatamente esse o esforço que se empreende atualmente, por meio de uma iniciativa que une poder público, empresários locais e comunidade em torno
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ILUSTRAÇÃO SERGIO SANTANA
da mesma causa: a qualidade de vida no bairro. Uma ação que já está em desenvolvimento é a melhoria do sistema de drenagem das águas pluviais. É o tipo de obra que a gente não vê, mas faz toda a diferença, porque significa o fim da ameaça de ruas alagadas. Também já está prestes a sair do papel o projeto de melhoria nas vias de acesso ao bairro, a começar pela construção de uma rotatória que dê fim às perigosas conversões realizadas hoje em dia, sobretudo por quem trafega no sentido norte sul e quer entrar no Saco da Ribeira, tão logo termina a descida. A nova rotatória promete trazer muito mais segurança e, de quebra, embelezamento para a região,
com um harmonioso projeto paisagístico. Para melhorar a circulação de veículos, bicicletas e pedestres, o projeto também prevê a continuidade da ciclovia, que hoje começa no Perequê Mirim e termina no mirante. Por fim, planeja-se a melhoria das vias internas para acesso às praias da Sununga e Lázaro, com a criação de ciclofaixas e áreas de estacionamento de bicicletas. A principal diretriz da reforma do Saco da Ribeira é a sustentabilidade. O raciocínio é o seguinte: não adianta melhorar os acessos se não houver drenagem, não basta projetar ciclovias se o ciclista não tiver onde guardar com segurança a bicicleta, e por aí vai.
A multiplicidade de usos dos espaços, como já se comprovou ocorrer em áreas portuárias revitalizadas, justifica a preocupação em construir um heliponto no bairro. O projeto foi autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, e vai trazer mais comodidade e segurança aos usuários, fazendo bem para toda a cidade. Para completar, recentemente foi anunciada a modernização do aeroporto de Ubatuba, para que os procedimentos sejam guiados por GPS, diminuindo o tempo em que a pista fica indisponível por causa das condições meteorológicas. Dessa forma, o acesso a Ubatuba será, definitivamente, multimodal: de carro, de barco ou de avião.
VISÃO DO AMANHÃ
A modernização da Ribeira inclui uma rotatória no acesso ao bairro, que traga mais segurança no trânsito e seja esteticamente agradável, como mostram os estudos de implantação. Ruas internas também vão ganhar nova pavimentação e projeto paisagístico. O waterfornt contará com a rede de comércio e serviços do Ribeira Mall e o uso de bicicletas será incentivado com ciclofaixas e áreas para estacioná-las.
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Cape Town (acima) e Barcelona ganharam com a modernização do waterfront
SET RIBEIRA: CENÁRIO DE FILME NA VIDA REAL Você pode ser o protagonista desta história cujo enredo é a transformação de um grande sonho em uma feliz realidade Set, do inglês, é o cenário preparado para uma filmagem. Tudo é minimamente calculado para o efeito que se pretende. Set Ribeira, por sua vez, é o cenário preparado para a vida real. Tudo é minimamente projetado para que o sonho do imóvel na praia se realize. Todos os apartamentos desse residencial, lançado recentemente pela Atmosfera, uma das principais incorporadoras imobiliárias de Ubatuba, têm varandas envidraçadas voltadas para o mar e as marinas que movimentam o Saco da Ribeira, cartão postal do município. Voltada para o nascer do sol, a fachada de ares contemporâneos mescla tijolos maciços em tom
claro, vidro e madeira, com brises que proporcionam luz e ventilação agradáveis. A arquitetura autoral revela-se, ainda, na assimetria da cobertura em contraponto com as linhas retas dos demais pavimentos, erguidos sobre pilotis, que
conferem leveza à construção e permitem ampliar a visão do mar que se estende à frente. Com uma vista de tirar o fôlego, a cobertura é dedicada ao lazer. A sensação é de estar no deck de um navio. Neste delicioso lounge a céu aberto, uma piscina de
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borda infinita se integra ao mar e à linha do horizonte. A cobertura também abriga brinquedoteca, academia e spa. O espaço é projetado pelo renomado escritório Olegário de Sá e Gilberto Cioni Arquitetura e Interiores. É deles a ideia do sofá king size e das chaises longues que avançam sobre a piscina, enquanto mesas e cadeiras confortáveis são rodeadas por lâminas d’água. Ao lado, o bar oferece uma deliciosa atmosfera praiana, trazendo um painel em pastilhas de vidro que remete aos corais marinhos. No térreo, um bicicletário e depósitos individuais garantem praticidade, enquanto a portaria 24h oferece segurança. Projetado para se integrar à
natureza, com muito respeito, o residencial terá estação de tratamento de esgoto e estrutura de reaproveitamento da água pluvial. Set Ribeira tem 67 apartamentos de 44m² a 190m², com um ou dois dormitórios. Há também plantas flexíveis, que oferecem liberdade para customizar os ambientes. Os apartamentos são servidos por três elevadores e contam com uma ou duas vagas de garagem. O projeto é assinado pelo premiado Atelier d’Arquitectura J. A. Lopes da Costa, de Portugal. Experiente, José Antonio Lopes da Costa tem reputação internacional, com projetos elegantes e envolventes, como a sétima arte.
O Set Ribeira foi apresentado em abril, em um evento especial de pré-lançamento, que reuniu centenas de interessados. Enquanto conheciam cada detalhe do projeto, podiam apreciar as delicias gastronômicas do Nós Gastronomia, restaurante vizinho ao empreendimento. Para completar, os visitantes concorreram a um Sea Doo Spark 90hp, perfeito para uma cena de aventura!
CONSTRUINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL Obras do Ribeira Mall seguem os parâmetros de construção de edifícios verdes visando o equilíbrio econômico, social e ambiental
O Ribeira Mall nasceu sob a premissa da modernidade. Isso fica nítido quando se olha o projeto, com grandes vãos comunicando-se com a paisagem, num estilo bem contemporâneo. Para ser moderno, no entanto, não basta inovar na arquitetura. Também é preciso se preocupar com a sustentabilidade, desde a obra até o dia a dia do empreendimento e seu entorno. Na prática, isso significa saber juntar os melhores parceiros, desde projetistas com expertise em projetos que aproveitam a iluminação e a ventilação naturais até fornecedores de matérias-primas ecológicas e de tecnologias que proporcionem uso racional dos recursos, eficiência energética,
reaproveitamento de resíduos etc. E mais: é preciso dialogar com a comunidade, os empresários locais e o poder público para garantir que tudo se modernize: o acesso ao bairro, o saneamento, a urbanização das áreas públicas. Para guiar tantas decisões, que se desenrolam em várias frentes, o projeto segue a cartilha do LEED, sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental. Trata-se de uma certificação concedida às edificações sustentáveis, a partir da análise de 69 critérios, cada um valendo um ponto. Dependendo da pontuação, o empreendimento pode receber o certificado básico, prata, ouro, platina ou nenhum. No caso do Ribeira Mall, a
intenção é conquistar o ouro, daí todos os procedimentos que às vezes atrasam o projeto, mas o colocam no único caminho possível para o futuro, o da sustentabilidade. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, uma construção sustentável traz retorno econômico. O custo da obra acaba sendo maior porque utiliza tecnologias mais modernas, como sistemas de aproveitamento de águas pluviais e tratamento de água, mas o investimento é recuperado em até três anos em média. Equipamentos de alta eficiência energética e baixo consumo, como arejadores de torneiras que impedem o gotejamento constante, válvulas de descarga
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com duplo fluxo, lâmpadas de led, entre outros exemplos, contribuem para reduzir em torno de 40% o consumo de água e 30% o de energia elétrica. No país há 10 anos, a GBC Brasil (Green Building Council), ONG responsável por certificar prédios sustentáveis com o selo LEED, já concedeu a chancela a mais de 400 edifícios; número que colocou o país na quarta posição entre as 165 nações onde o World Green Building Council atua. O LEED foi criado nos anos 1990, nos Estados Unidos, pelo conselho americano de prédios verdes. No Brasil, sofreu alguns ajustes para se adequar à realidade do país. A versão brasileira leva em conta se o prédio tem acesso e áreas de
circulação para portadores de necessidades especiais e obriga que o empreendimento tenha um plano de gestão de resíduos e reuso das sobras da construção. Esses conceitos não estão previstos pelos norte-americanos, pois por lá essas práticas já estão bem difundidas. O selo LEED almejado pelo Ribeira Mall será um reconhecimento ao esforço para que haja equilíbrio econômico, ambiental e social e um grande salto para a evolução da construção sustentável em Ubatuba, cidade que merece um novo paradigma para continuar sempre verde. Todos esses projetos, aliados a empreendimentos que já estão acontecendo, como edifícios
residenciais e áreas comerciais, iniciam uma nova fase no bairro, que se firma como uma das principais centralidades turísticas de Ubatuba. Este modelo de urbanização, combinando espaços abertos, píeres, gastronomia, lazer e serviços, é uma novidade no Brasil, que fará da Ribeira um dos destinos mais atraentes do país.
LEED: O que é?
Leadership in Energy and Environmental Design é um Sistema americano de certificação aplicado pelo USGBC (United States Green Building Council), que leva em conta o impacto gerado no meio ambiente em consequência dos processos relacionados ao edifício (projeto, construção e operação).
Como funciona? Pontua nos quesitos: espaço sustentável, localização, entorno, eficiência no uso de água e energia, qualidade do ar, uso de materiais, qualidade ambiental interna, inovação e processos. Usa um check list com as principais exigências em cada categoria. A pontuação tem classificação em platina, ouro, prata ou básica. Para saber mais: www gbcbrasil.org.br
Tendências da Construção Sustentável
• Tintas com baixa emissão de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), produtos mais resistentes ou que agreguem novas características funcionais, substituição de produtos base solvente para base água. • Substituição das lâmpadas fluorescentes pelas com tecnologia LED. • Madeira plástica fabricada com fibras e polímeros reciclados, para ser usada em decks de piscina, fachadas, pergolados, bancos de jardim e outras opções para a área externa, pois tem mais durabilidade e não demanda manutenção. • Esgoto a vácuo. • Mais residências interessadas na obtenção do padrão LEED. • Aplicação da ferramenta de certificação LEED for Healthcare,
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específica para a área da Saúde, em hospitais. • Telha em fibrocimento com propriedades térmicas, que reflete os raios solares e permite que a temperatura interna do ambiente fique até 4°C menor que a externa. • Unidades consumidoras produzindo sua própria energia através de placas fotovoltaicas. • Usina de energia solar dentro de condomínios para abastecer os condôminos. • Automação Predial e Residencial, para controle total dos dispositivos que consomem energia, como iluminação, bombas, motores, irrigação, cortinas e persianas. • Velhos edifícios renovados com práticas ecológicas. • Planejamento urbano sustentável, que transforme a cidade em espaço do cidadão. • Edifícios corporativos com sistema de pele de vidro, com lâminas extras de bloqueio solar, que reduzem a temperatura interna do ambiente e agregam eficiência e economia de até 40% nos gastos com energia.
CORES E DESIGN
Recentemente, o Terra Cerâmica publicou em sua página no facebook a foto de uma folha de papel A4 com vários desenhos do projeto 2017: canecas, pratos retos, garrafas, copos, molheiras, tigelas, castiçais, vasinhos, saleiros, potes com colher pendurada. Havia, ainda, palavras em destaque: estudos em porcelana creme, terracota e granito. Peças utilitárias realmente aparecem com força nas coleções de Malu Ramos, cujo design exclusivo e a preferência por cores intensas são admiráveis. A criatividade da ceramista parece não encontrar limites no cenário inspirador do atelier, de onde se vê parte da baía do Itaguá, em tonalidades que variam a cada
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voluntária do Namaskar, projeto que oferece cursos e outras atividades aos moradores do Sesmaria, um dos bairros mais carentes de Ubatuba. Sua cerâmica, de alta temperatura, frequenta as mesas dos restaurantes mais charmosos da cidade e é peça obrigatória na decoração de residências que valorizam a personalidade e o bom gosto. momento do dia. Malu Ramos é um nome reconhecido, pelo talento e pela vontade de dividir seu conhecimento. É dela a ideia dos postes com mosaicos de cacos de cerâmica, feitos por jovens e crianças de escolas do município. Malu também já foi
Agende uma visita: (12) 3832-2190 terraceramicaatelie
Consumo | RIBEIRA
Um lugar privilegiado pela natureza, ideal para curtir a vida e perfeito para fazer bons negócios
No coração da nova centralidade de Ubatuba está nascendo o Ribeira Mall, o primeiro da região, que reunirá lojas, serviços de conveniência e deliciosas opções gastronômicas. Sua localização especial, no ponto central da Ribeira, e seu moderno conceito waterfront, oferecem total integração com a natureza e a encantadora paisagem que o cerca.
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