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UMA CASA BOA PRA CACHORRO

'Casa do Pet', em Niterói, oferece hospedagem e abriga cães resgatados

VÍTOR D'AVILA

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Só quem ama animais e cuida de um (ou vários) sabe como é a preocupação em ter um espaço para deixá-lo em caso de uma viagem, por exemplo. As necessidades são diversas: desde um lugar para o pet passar o dia e exercer atividades voltadas a ele ou hospedagem por períodos maiores. A Casa do Pet, que fica no Jacaré, Região Oceânica de Niterói, possui essa finalidade, além de atuar em prol dos cães de rua. Idealizadora do espaço voltado a cães, Érika Santana fundou a Casa do Pet em 2006, ao lado de sua irmã, Débora. Inicialmente, o espaço funcionava no Engenho do Mato, até se mudar, há três anos, para um terreno de 4.000 m² no Jacaré. O espaço oferece hospedagem transitória ou de longa permanência; creche, na qual o pet fica um dia inteiro fazendo diversas atividades; além de abrigar 50 cachorros resgatados.

IMPORTÂNCIA

Érika Santana

"A Casa do Pet foi fundada em 2006 por mim e pela minha irmã, Débora. Não era originalmente aqui, era no Engenho do Mato. Essa paixão pelos animais levou a gente a ter um espaço assim. Em um primeiro momento, fazíamos banho e tosa. Com o passar do tempo, fomos vendo a necessidade de ter a hospedagem e ampliar o espaço", explicou Érika.

A fundadora explicou que ainda está buscando formas para otimizar o local. Além das atividades citadas, ela também conta com um apoio de uma médica veterinária para prestar assistência aos animais que passam pela Casa do Pet. Está em estudo a implantação de um centro cirúrgico e também de um crematório, que seria construído numa parte mais afastada do terreno.

"Hoje a gente tem a hospedagem e a creche. O banho e tosa terceirizamos porque a gente quer que o cachorro venha para cá com prazer e o banho geralmente é motivo de estresse. O cão que vem para o banho, quando chega à hospedagem ou na creche acaba associando ao banho. Não são todos, mas muitos cachorros não gostam do banho. A gente quer que eles tenham só experiências positivas aqui", prosseguiu Érika.

Érika frisou que a premissa do espaço é fazer com que os cachorros tenham espaço para brincar. Todavia, existem aqueles intolerantes a outros animais, o que é normal. Até estes têm seu período para utilizar as áreas livres, num esquema de revezamento.

"Não queremos deixar os cachorros confinados. De preferência que eles fiquem assim, brincando, soltos. Lógico que existem aqueles cães que não se socializam, são intolerantes a outros animais. A gente não tem como juntar, nem que a gente queira, mas o canil já é apropriado para esse tipo de animal. Todos os canis tem área coberta, o solarium e o espaço externo, onde a gente solta por revezamento", acrescentou

Patinhas Unidas

A Casa do Pet também é engajada na causa social em prol dos animais de rua. Embora abrigue 50 animais resgatados, a capacidade está no limite. Dessa forma, é preciso que eles sejam adotados para que a casa possa resgatar novos animais. Os custos dessa operação são financiados por doadores, que colaboram com quantias mensais que ajudam a comprar mantimentos, produtos de higiene, etc.

"A Casa do Pet tem um projeto social, no qual a gente cuida de animais resgatados, retirados da rua. Eles são cuidados, castrados e doados. A gente tem um limite de contingência. Como todo mundo que faz proteção animal, está superlotado. A entrada infelizmente é muito maior do que a demanda por adoção. Por causa da paixão temos esse projeto social. Tudo que a gente faz tem um fundo revertido para proteção animal"

Além da Casa do Pet, a Patinhas Unidas tem como aliada a Casa do Gato, que realiza o mesmo projeto, só que voltado aos felinos. Érika contou que o projeto social é fruto de uma união entre ela e Bia Tebet, idealizadora do espaço voltado aos gatos, que também já está operando em sua capacidade máxima de animais resgatados.

"A Patinhas Unidas é uma paixão antiga minha e da minha irmã, antes mesmo de ter esse nome. A gente já pegava cachorro na rua, levava para o prédio para cuidar. Juntando todo mundo da proteção animal, grupos, ONGs formamos esse projeto, junto com a Bia, que tem a Casa do Gato, que faz o mesmo trabalho, no Engenho do Mato. Infelizmente ninguém tem mais espaço para abrigar os animais de rua. Estamos lutando para doar esses animais", completou Érika

Quem deixa um cachorro sob os cuidados da Casa do Pet só tem coisas boas a falar. É o caso de Jaqueline Clausi, tutora do Armani. Ela explicou que, como mora em um apartamento, seu cão passou a ter a necessidade de um espaço maior, onde ele pudesse ficar mais confortável. De acordo com a dona, Armani tem característica semelhante ao Marley, estrela do filme "Marley e Eu", que, embora fosse atrapalhado, era muito amoroso. "Se não fosse a Érika não sei o que eu faria com meu cachorro. Ele é muito grande, moro numa cobertura que tem escada e piscina e tenho uma cadelinha menor. Ele é muito estabanado, tem um problema de displasia para subir escada e eu tenho medo que ele a derrube na escada ou na piscina. Ele é o próprio Marley (risos). Na rua ele também começou a estranhar cães quando está na guia. Aqui ele tem todo o acompanhamento, ama as pessoas que trabalham aqui, tem espaço, não fica confinado. Venho quase todos os dias", disse. A Casa do Pet está no Instagram em @casadopetnit. Interessados no serviço de hospedagem devem entrar em contato pelo número (21) 9.9987-3222; para a creche, o telefone é (21) 9.6527-7346.

Xixi Do Cachorro

Todos já sabem que a orientação para quem passeis com pets na rua é recolher as fezes, utilizando uma sacola plástica ou similares. Mas o que fazer com a urina? Não há como retirá-la com uma sacola. Diogo Alves, médico-veterinário e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RJ) deu dicaS de como o tutor deve agir e sugeriu a criação de espaços nas ruas para que os animais façam suas necessidades.

"Se a calçada é pública, ela é destinada ao uso de todos. E se é para uso de todos, é preciso respeitar o direito dos demais usuários. Direito a uma calçada limpa, sem sujeiras de qualquer espécie, direito a uma cidade limpa e agradável para morar. É de bom tom, que os responsáveis pelos cães levem uma garrafinha com água associada à desinfetantes para que possam 'lavar' o local onde o animal urinou. Isso é cidadania. Isso é saúde publica. Claro que criar parques e locais comunitários seria de grande valia, mas não creio ser a realidade de muitas prefeituras", sugeriu.

A colocação de uma tirolesa no Morro do Pão de Açucar, no Rio de Janeiro, continua gerando polêmica e controvérsia. Entidades paisagistas, movimentos ambientais e moradores criticaram pesadamente a construção da obra, que descaracteriza o Pão de Açúcar, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1973.

A Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (Abap) publicou em suas redes uma nota dizendo que há uma ameaça à integridade da paisagem. Para a Abap, as administrações públicas devem se posicionar contra as intervenções, porque o monumento geológico "não pode sofrer qualquer modificação, mesmo que 'quase transparente'". A entidade afirmou que o "Pão de Açúcar está 'pronto' e, como tal, não precisa de qualquer acréscimo".

Outro grupo de oposição ao projeto é o Movimento Pão de Açúcar Sem Tirolesa. A entidade lidera um abaixoassinado com quase 15 mil assinaturas de dezenas de países diferentes criticando a obra. E diz ter uma composição heterogênea: moradores do bairro da Urca, montanhistas, defensores do patrimônio, ambientalistas, pesquisadores e geólogos. O grupo afirma que se baseia em argumentos "técnicos e legais, e não afetivos ou opinativos".

A Associação de Moradores da Urca, bairro onde está situado o Pão de Açúcar, defende que a tirolesa vai descaracterizar o monumento. Para a associação, ele deveria ser "um mirante com uma paisagem inigualável para contemplar" e vai virar "um parque radical onde a adrenalina predomina".

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