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Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português ®
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I edição _ Junho 2013 DIRECTOR
ARQ. ANTÓNIO RIBEIRO AMADO VICE-DIRECTOR
ARQ. CLÁUDIO RIBEIRO COMISSÃO DE SELECÇÃO
ARQ. ANTÓNIO LOURO ARQ. DIOGO BURNAY ARQa. JOANA VILHENA ARQ. PAULO DAVID ARQ. TIAGO BARROS
Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português ®
5 INDICE
07| APRESENTAÇÃO DO PROJECTO 08| NOTA DA DIRECÇÃO 10| APOIOS E AGRADECIMENTOS 14| COMISSÃO DE SELECÇÃO 18| TRABALHOS SELECCIONADOS PRIMEIRO ANO 20| RODRIGO CARVALHO MACHADO 24| VERA BORGES 28| RÚBEN BAPTISTA
32| TRABALHOS SELECCIONADOS SEGUNDO ANO 34| CLÁUDIO VELEZ & CATARINA JERÓNIMO 38| BRUNO PEREIRA & TIAGO SARAIVA 42| MARTA MENEZES & JARED FANTASIA
46| TRABALHOS SELECCIONADOS TERCEIRO ANO 48| BÁRBARA CORREIA 52| JOÃO LOURO 56| DUARTE ALVES
60| TRABALHOS SELECCIONADOS QUARTO ANO
62| ITZCOVICHAGUIRRE 66| MANUEL CLASADONTE 70| DIOGO BRITO, ÉLVIO PEREIRA, JOSÉ AZEVEDO & MARTA GONÇALVES
74| TRABALHOS SELECCIONADOS QUINTO ANO
76| MARGARIDA PEREIRA 80| RAQUEL CANHA 84| FÁBIO CORREIA, JOÃO SEQUEIRA, JÚLIO ROSA, LEONILDE MONTEIRO, RUI MARQUES & SANDRA LOPES 88| THOMAS NEUTEL 92| MARIANA BRANDÃO, DAVID MARTINS, NUNO ROQUE, INÊS AMARO & MARIA POMMRENKE
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REVAUAP.COM
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Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português® A RAUAP® é um projecto pioneiro na área da Arquitectura e do Urbanismo académico cujo objetivo consiste em divulgar o melhor do trabalho de natureza académica realizado a nível nacional. Além do seu caracter pedagógico, este projecto dá a possibilidade de promover e de ver reconhecidos os melhores trabalhos, valorizando os mais criativos e que melhor respondem aos desafios propostos. Esta ideia nasceu da necessidade de dar resposta à escassez de publicações na área da Arquitectura e do Urbanismo académico e prevê a criação de um meio de divulgação artística de referência, sustentado por figuras de reconhecida notoriedade. Estas figuras são parte integrante da Comissão de Selecção, que procura com rigor assegurar a qualidade, credibilidade e imparcialidade das escolhas promovendo, em paralelo, o melhoramento do desempenho e das capacidades de ensino e aprendizagem.
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NOTA DA DIRECÇÃO Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português® É com enorme satisfação que apresentamos o primeiro número da Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português® (RAUAP®). Antes de mais, queremos agradecer a todas as Instituições de Ensino Superior nacionais que participaram nesta primeira publicação, através da submissão dos trabalhos dos seus alunos, reconhecendo neste projecto uma mais-valia para estes enquanto futuros profissionais. Queremos também felicitar todos os alunos que viram o seu trabalho ser submetido para apreciação e dar uma gratificação especial a todos aqueles cujo trabalho é agora publicado nesta primeira edição. Este número contou ainda com a participação de cinco Arquitectos reconhecidos nas áreas da Arquitectura e Urbanismo aos quais agradecemos a motivação e dedicação demonstradas. É com grande satisfação que vemos os trabalhos dos estudantes de Arquitectura e Urbanismo serem publicados numa revista exclusivamente criada para esse fim. O período que a Arquitectura atravessa exige que os nossos estudantes sejam impulsionados das mais variadas formas e esta Revista pretende ser uma referência nesta função. Cada vez mais se torna imperativo o reconhecimento dos talentos jovens e esse reconhecimento deve começar logo no meio académico. É papel da RAUAP® estimular ainda mais a criatividade e originalidade dos nossos estudantes e divulgar os melhores talentos. Queremos ser um estímulo saudável à criação artística e queremos que a vontade de ver publicado o projeto seja motivo para obtenção de melhores resultados e distinção. Queremos contribuir para a notoriedade do ensino de qualidade que se faz ao nível da Arquitectura e Urbanismo em Portugal. Aproveitamos para re-lançar desde já o convite a todas as Instituições de ensino. O segundo semestre está a terminar e com ele surgem novas criações. Estamos a contar com os vossos melhores projectos. Aos estudantes, uma palavra: DIVULGA-TE! A Direcção, ANTÓNIO RIBEIRO AMADO Director CLÁUDIO RIBEIRO Vice-director
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APOIOS E AGRADECIMENTOS Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português ® É com muito agrado que a Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português® aproveita para agradecer o imprescindível contributo e colaboração na divulgação e materialização deste projecto, particularmente à Ordem dos Arquitectos pelo apoio institucional concedido ao projecto, à Arqa. Maria Manuela da Fonte pelo apoio na divulgação deste no mundo da arquitectura, ao D.er Paulo Dinis pela elaboração do logotipo do projecto e ao Arq. Filipe Pereira pela cedência de imagens para apresentação e divulgação do projecto.
Ordem dos Arquitectos
Arqa. Maria Manuela da Fonte
D.er Paulo Dinis
Arq. Filipe Pereira
Ordem dos Arquitectos (Portugal, 1998) A Ordem dos Arquitectos é a associação pública portuguesa para a profissão de arquitecto e para a arquitectura. Foi criada em 1998, através do Decreto-Lei nº176/98, de 3 de Julho, sendo fiel depositária de uma longa história associativa cuja origem formal remonta a 1863. Representa todos quantos exercem a profissão de arquitecto em Portugal - mais de 20 000 portugueses e estrangeiros - e regula o respectivo exercício. De igual modo, promove e defende a arquitectura dentro e fora de fronteiras. A OA tem sede nacional em Lisboa e sedes regionais no Porto e em Lisboa, onde funcionam as respectivas Secção Regional do Norte e Secção Regional do Sul. Tem, também, Delegações e Núcleos em todo o País. Ao promover e defender melhores condições para o exercício da profissão de arquitecto, a Ordem dos Arquitectos procura garantir a qualidade e sustentabilidade do ambiente construído em Portugal, enquanto direito e bem-comum de todos os portugueses.
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Arqa. Maria Manuela da Fonte (Alijó, 1962) Nasceu em Trás-os-Montes, (Alijó, 1962). Licenciada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL, 1987) parte curricular do Mestrado em Arquitectura da Habitação (FA/UTL, 1998) e doutorada em Planeamento Urbanístico (FAUTL, 2008). Docente universitária desde 1990 na FAUTL em disciplinas de Projecto e de Urbanismo onde é Professora Auxiliar do Departamento de Projecto – Área Cientifica de Urbanismo (FAUTL), a partir do qual tem desenvolvido a actividade docente e de investigação. É igualmente investigadora do CIAUD (Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design - FAUTL). Acaba de publicar o livro Urbanismo e Arquitectura em Angola, (2012) Editora Caleidoscópio, Lisboa, reflexo da investigação sobre a expressão traduzida numa arquitectura e urbanismo tropicais angolanos de expressão portuguesa. Desenvolveu actividade profissional em atelier próprio desde 1987, com trabalhos na área do urbanismo, arquitectura e arquitectura de interiores, obra de promoção privada e do Estado a partir de concursos públicos. Desempenha, actualmente, as funções de Provedora do Estagiário da Ordem dos Arquitectos (com estatuto independente dos órgãos sociais da AO).
D.er. Paulo Dinis (Almada, 1981) Licenciado em Design pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL) em 2005. Pós-graduação em design de produto, em 2007 e Curso de estudos avançados em design, em 2009, pela FA-UTL. Designer freelancer até 2010, realizou trabalhos nas áreas do design de produto, equipamento, stands, exposições e iluminação, design gráfico e editorial. Participou em eventos como a Expo Zaragoza 2008 (exposição no Pavilhão de Portugal), Moda Lisboa 2008 (conferências), Luzboa 2004 e 2006 (projectos). Investigador entre 2006 e 2009, esteve integrado em equipas multidisciplinares no Laboratório de Valorização do Património e no Laboratório de Inovação em Design , ambos na FA-UTL. Monitor na Licenciatura em Design da FA-UTL (2007 a 2009). Assistente convidado na Licenciatura em Design da FA-UTL (2009 a 2012). Investigador, desde 2010, no Centro de Investigação de Arquitectura Urbanismo e Design da FA-UTL. Actualmente está a desenvolver a dissertação de doutoramento e sobre a temática em estudo já publicou diversos artigos nacionais e internacionais, comunicações e capítulos de livro. Desempenha, actualmente, as funções de Provedora do Estagiário da Ordem dos Arquitectos (com estatuto independente dos órgãos sociais da AO).
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Arq. Filipe Pereira (Leiria, 1988) Mestre em Arquitectura com Especialização em Planeamento Urbano e Territorial pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Em 2010, foi estagiário no Atelier António Castel-Branco, Arquitecto, desenvolvendo trabalhos no apoio à concepção de projecto. Ao abrigo do programa AUSMIP, em 2012, frequentou a Chiba University, Faculty of Engineering, em Tóquio, Japão. Esta experiência permitiu conhecer aprofundadamente a cultura e arquitectura Japonesa, temática abordada no Projecto Final de Mestrado. Durante o referido período estagiou ainda no Atelier Bow Wow, em Tóquio. Actualmente tem desenvolvido trabalhos no âmbito de concursos internacionais, nomeadamente no Archmedium - Students competitions - Tokyo Replay Center.
PARTICIPAÇÕES
As seguintes instituíções nacionais de Ensino Superior aceitaram o convite da RAUAP® para participar nesta I Edição através da submissão dos trabalhos dos seus estudantes. ESCOLA SUPERIOR ARTÍSTICA DO PORTO FACULDADE DE ARQUITECTURA Universidade Técnica de Lisboa FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS Universidade de Coimbra ISCTE Instituto Universitário de Lisboa UNIVERSIDADE DE ÉVORA
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Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português ®
Revista de Arquitectura e Urbanismo Académico Português®
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A COMISSÃO DE SELECÇÃO
A primeira publicação da RAUAP® integra nomes sonantes da Arquitectura e do Urbanismo Portugês, reconhecidos quer a nível nacional quer a nível internacional, sendo a sua Comissão de Selecção composta por: Arq. António Louro (Lisboa, 1978) Licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, é membro fundador do estúdio MOOV onde tem desenvolvido um trabalho eclético que se situa entre os campos de arquitectura e arte. O trabalho desenvolvido no estúdio sobre espaço público, arquitectura social, construção e estratégias sustentáveis tem sido apresentado em múltiplas conferências, exposições e publicações das quais se destacam a selecção para o Portugal Now – ciclo de conferências e exposição organizado pela Cornell University (Estados Unidos); a publicação do projecto Seta Amarela no dossier sobre a Arquitectura Emergente da Ibero-América da editora 2G e a seleção do projecto Forwarding Dallas para a publicação no livro Next da editora a+t. As instalações urbanas desenvolvidas no âmbito dos MOOV têm também integrado inúmeros festivais internacionais de arte em espaço público como o Belluard Bollwerk Festival na Suiça, o Luzboa - Festival Internacional de Luz em Portugal, o Skyway ’09 na Polónia ou Tallinn Light Festival na Estónia.
Arqa. Joana Vilhena (Lisboa, 1973) http://www.rcjv.com
Joana Vilhena nasceu em Lisboa em 1973. Licenciou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1998. Em 1999 fundou o escritório Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitectos. Foi professora convidada do seminário de verão “Arquitecturas da Raia - Elvas” em 2001. Em 2001 concebeu a cenografia do espectáculo “My Name is Wilde, Oscar Wilde” do coreógrafo Francisco Camacho. Entre 2005 e 2008 foi editora de projecto do JA – Jornal Arquitectos. Actualmente prepara dissertação de doutoramento na Universidade de Évora.
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Arq. Paulo David (Lisboa, 1959) http://www.paulodavidarquitecto.com
Nascido no Funchal, Arquipélago da Madeira, 1959. Diplomado em 1989 em Lisboa pela Faculdade de Arquitectura da UTL. Consultor no âmbito dos Projectos para o Centro Histórico, na Câmara Municipal do Funchal, de 1995 até 2002. Docente convidado do curso de Arte e Design da Universidade da Madeira, 2001-04. Docente convidado do curso de Engenharia Civil da Universidade da Madeira, 2006-09. Prémio AICA | Prémio Carreira da Associação dos Críticos de Arte | Ministério da Cultura, 2007 Assessor Internacional para a Revista A* Arquitectura, Colégio dos Arquitectos de Madrid, COAM, 2009-2012. Júri convidado do Prémio FAD | Barcelona, 2009 Professor convidado para seminário de Arquitectura na Universidade Autónoma de Lisboa, 2009 Professor convidado do workshop de Arquitectura da École d’Architecture de Nancy, 2010. Autor dos “Encontros de Esquina” | Vamos Falar de Cidade | Funchal, 2010. Arquitecto convidado pelo Governo de Bio Bio, Concepción, para o projecto META no Chile, 2011 Alvar Aalto Medal | Medalhista, Helsínquia, Finlândia, 2012 Condecoração concedida pelas Ordens Honoríficas Portuguesas: Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, 2012
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Arq. Diogo Burnay (Lisboa, 1965) Diogo Burnay lives and works in Halifax, Canada and Lisbon, Portugal. He is currently an associate professor and the Director of the School of Architecture of the Faculty of Architecture and Planning of Dalhousie University, Halifax, Nova Scotia, Canada. Diogo Burnay has a diploma in Architecture from the Faculdade de Arquitectura, Universidade Técnica de Lisboa, Portugal (1989) and a MSc in Architecture from the Bartlett School of Architecture in London, England (1995). Diogo Burnay has been a registered architect in Portugal since 1989. Among his professional experience, Diogo has collaborated with Maria Manuel Godinho de Almeida and Duarte Cabral de Mello in Lisbon (1989); Building Design Partnership in London (19881990); Manuel Vicente (1992-1995) and OBS Arquitectos in Macau (1995-1997). In 1999, Diogo Burnay and his partner Cristina Veríssimo founded the award winning practice CVDB Arquitectos. Their work focuses on the relation between architecture and the public realm. It explores how architecture can relate to a larger physical and cultural landscape and to the individual’s experience and perceptions of spaces and places. Their projects vary from urban design to new buildings, from rehabilitation of heritage buildings to interior architecture and ephemeral structures. Their designs have been exhibited and published worldwide and have received national and international awards and prizes. Diogo Burnay has held teaching positions at the Department of Architecture of the University of Hong Kong (1995); the Faculdade de Arquitectura of the Universidade Técnica de Lisboa (19972011); the College of Design at the University of Minnesota (2002-2006); the School of Architecture at University of Texas at Arlington (2007); and PARQ-EUVG (2011). He participated in the Architectural association Visiting Teachers programme in 2007. He was one of the co-curators of the exhibition Metropolitan Public places for the Lisbon Architectural Triennale 2007 “urban Voids”. He is enrolled in the PhD architectural programme at the School of Oporto. He is an external examiner at the Bartlett School of Architecture at the University College London.
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Arq. Tiago Barros (Lisboa, 1978) http://www.tiagobarros.eu
Tiago Barros is a Portuguese Architect currently living in New York. Barros’s work process has always been focused on a constant research and questioning of the modus operandi of living experiences. He searches for new multidisciplinary processes to question, reinvent and change the system addressing important contemporary and sustainable demands. Tiago worked with BIG in New York as an architect for COCO, a two tower condominium in Miami, Florida and for the residential tower West 57 located in New York. Tiago also worked with REX in New York, as a project architect for the residential tower Yongsan International Business District, in Seoul, Korea. He also worked with nARCHITECTS in New York as a project architect for the ABC Department Store Facades - Phase II - project in Beirut, Lebanon. He has worked with the Research and Development – Advanced Modeling team at Aedas Architects in London where he participated in various projects, such as, the Abu Dhabi Investment Council Headquarters in Abu Dhabi. Barros has worked as a Design Architect for Davis Brody Bond in New York. He was part of the World Trade Center Memorial Museum team. He has previously worked in Lisbon with Aires Mateus in projects such as the Park Hyatt hotel in Dublin and the Library and Central Archive in Lisbon. Tiago holds a Master of Science in Advanced Architectural Design with Honors from the Graduate School of Architecture, Planning and Preservation at Columbia University in New York and a Bachelor of Architecture from Lusiada University in Lisbon. Tiago has been a visiting critic at GSAPP - Columbia University, the Cooper Union and Pratt Institute, all in New York City.
O Arq. Diogo Burnay e o Arq. Tiago Barros optam por disponibilizar a sua biografia em Inglês.
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ARQ. TIAGO BARROS
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“Antes de mais, os meus parabéns a todos os participantes pelo excelente trabalho que tive o prazer de analisar. No meu entender, os alunos devem gerar o maior volume de trabalho possível ao longo do semestre, especialmente tendo em conta que estamos no primeiro ano de abordagem à prática da Arquitectura. Esse volume de trabalho consiste não só em gerar a ideia, mas em produzir uma pesquisa de outros exemplos com o mesmo programa, do lugar e da documentação escrita e gráfica do projecto necessários à entrega final. Assim sendo, os trabalhos dos alunos do Rodrigo Carvalho Machado, Vera Borges e Rúben Baptista merecem destaque não só pelo nível conceptual atingido, mas também pela quantidade de trabalho efectuado.”
I
ANO
Rodrigo Carvalho Machado - Desenhar o vazio | Desenhar a contemplação e o movimento 20
Faculdade de Ciências e Tecnologias – Universidade de Coimbra
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Rodrigo Carvalho Machado - Desenhar o vazio | Desenhar a contemplação e o movimento 22
Faculdade de Ciências e Tecnologias – Universidade de Coimbra
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Vera Borges - Espaço de Dança para o Forte da Crismina, Cascais 24
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
“...3 espaços distintos relacionados com música...”
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Vera Borges - Espaço de Dança para o Forte da Crismina, Cascais 26
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
“...entrada, permanência e contemplação...”
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Rúben Baptista - Espaço de Dança para o Forte da Crismina, Cascais Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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“O projecto direccionado à reabilitação do Forte de Crismina em Cascais e da área envolvente para actividades culturais, nomeadamente peças de dança, foi-nos dado a desenvolver durante este semestre. Com vista à projecção de um novo espaço dentro de uma obra préexistente preocupei-me com o restauro e a melhoria dessa mesma obra albergando-a dentro de um outro conceito funcional, o de espectáculos de dança.”
Rúben Baptista - Espaço de Dança para o Forte da Crismina, Cascais 30
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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“À medida que as ideias iam surgindo prossegui com o planeamento de um mapa conceptual para a proposta em que esta teria de possuir características de modo a se adequar aos vários fins que fosse submetida: como se trata de um local à beira mar pensei em criar transições entre espaço interior e espaço exterior dentro das paredes do Forte; pela natural geografia do local, aproveitei a arriba que se sucede ao Forte e fiz um pavilhão único que é momentaneamente ligado à terra, ao\ céu e ao mar através da sua forma e expressão nas aberturas formadas; procurei criar, por outro lado, uma ideia de que a proposta fosse uma continuação do Forte, na qual o pavilhão torna-se uma metáfora de torre; por fim, idealizei núcleos funcionais estrategicamente colocados de modo a viabilizar a organização do espaço e da relação dos visitantes com o ambiente em redor. As linhas orientadoras da proposta advêm do ângulo do muro mais a poente, da sua perpendicular, e, posteriormente, de uma linha que atravessa o Forte desde a entrada até à abertura lateral esquerda do pavilhão e a sua perpendicular formando uma espécie de cruz geral orientadora.”
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ARQ. PAULO DAVID
Fotografia de Alma Mollemans
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II
ANO
Cláudio Velez & Catarina Jerónimo - Centro interpretativo da Mina de São Domingos 34
Universidade de Évora
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“A proposta consiste em reabilitar o percurso antigo da linha férrea com extensão aproximada de 18km, dando-lhe um novo propósito, como percurso interpretativo. Com este percurso pretende-se dar a conhecer a primeira linha de caminho-de-ferro privada em Portugal, iniciando os visitantes numa viagem no tempo, através de túneis sombrios e ocultos na paisagem, o último testemunho do que outrora foi uma importante rota do minério.”
Cláudio Velez & Catarina Jerónimo - Centro interpretativo da Mina de São Domingos 36
Universidade de Évora
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“ os dois últimos túneis do percurso Pomarão – Minas de São Domingos convergiam num único ponto que se encontra agora derrocado. Nestes encontra-se apenas visível o túnel da direita. A proposta consiste em criar uma ligação a meio destes, através de uma “chaminé de luz”, permitindo ao caminhante escolher entre os dois percursos.”
“o percurso interpretativo proposto sugere experiências estéticas relacionadas ao território e á paisagem. O acto de caminhar é visto enquanto acção artística que capta, regista e se apropria da relação entre o corpo, o olhar e o espaço, que também pode ser representado através da fotografia. Para reforçar este conceito são inseridas frases ao longo das paredes dos túneis, adoptando este enunciado do “caminhar com experiência estética”.”
Bruno Pereira & Tiago Saraiva- Centro interpretativo da Mina de São Domingos 38 Universidade de Évora
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“A estratégia passa por criar um percurso que se estende ao longo de ruínas que apresentam características específicas e autênticas, sendo que todas elas testemunham a utilidade do antigo edificado pertencente ao sistema mineiro. Utiliza-se a antiga ferrovia e cria-se um percurso pedestre que, nos possa levar a visitar os antigos aglomerados urbanos na Moitinha, Achado do Gamo e Telheiro, que estão implantados em zonas de cumeeira. “
Bruno Pereira & Tiago Saraiva- Centro interpretativo da Mina de São Domingos 40 Universidade de Évora
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“O Percurso Interpretativo inicia-se no limite entre a zona de terraplanagem, modificada pela indústria, e o jardim existente na Vila de São Domingos. O jardim situado a uma cota superior é prolongado, criando uma plataforma que permite vislumbrar a zona de escavação (Corta), e a terraplanagem onde se desenvolvia a antiga ferrovia. A forma como se chega à Vila da Mina de São Domingos, quer acesso proveniente de Mértola, quer o acesso proveniente de Serpa, faz com que o jardim se torne num local de encontro e permita a continuidade do percurso, tanto viário como pedestre, ao longo da zona afectada pela Exploração Mineira. Os inúmeros muros de contenção em xisto, que existem ao longo do território explorado, quer para a implantação da linha de caminho-de-ferro e a condução das linhas de água, quer nos diversos diques e pontes, tornam este tipo de construção uma inspiração para a forma de actuar neste território, pela sua identidade, quer pela sua materialidade quer pela sua forma de construção.”
Marta Menezes & Jared Fantasia- Centro interpretativo da Mina de São Domingos 42
Universidade de Évora
“Em primeiro lugar, pretende-se criar um centro interpretativo na antiga aldeia mineira São Domingos. A original topografia da zona foi sendo alterada desde 1858 quando a empresa La Sabina arrendou o espaço à empresa Mason & Barry, futuramente, a mina de São Domingos, como exemplo, infra estruturas foram demolidas para a exploração de minério a céu aberto. São alterações que costrastam com a paisagem envolvente.” “A interpretação do nosso tema tem como base a escolha como local de intervenção o antigo chapéu de ferro, actualmente, designado por corta.”
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“...actividade extractiva envolveu a exploração a céu aberto de uma única corta, iniciada em 1867, com cerca de 120 m de profundidade, e de uma rede de galeiras e poços que se desenvolveu até cerca de 420 m abaixo da superfície.”
“A corta existente encontra-se cheia de àgua contaminada resultante da àgua das chuvas com o enxofre existente em torno da corta.”
Marta Menezes & Jared Fantasia- Centro interpretativo da Mina de São Domingos 44
Universidade de Évora
“Como proposta vai-se retirar a àgua através de processos extensivos de tratamento das àguas residuais. Consiste na realizaçao de “typhas lagunares”, a utilização de lagoas sem arejamento (lagoas de estabilização). A depuração é ssegurada graças a um longo tempo de retenção, em várias lagoas dispostas em série, um número de 3, permitindo um grau de desinfecção das àguas.”
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Organização Arquitectónica do Centro Interpretativo:
“Ao encher-se a corta, obteve-se um espaço amplo onde se propôs edificar o Centro Interpretativo, que a partir daquele momento integra a paisagem da aldeia mineira de São Domingos. Recreou-se um edifício com a mesma forma e as mesmas dimensões (…) da Faixa Piritosa existente antes da extracção mineira. Como é um espaço amplo, idealizou-se transformá-lo num espaço público, onde enquadra no programa já existente da aldeia de São Domingos. O Centro Interpretativo inicia-se por uma rampa, possibilitando desta forma o acesso a pessoas portadoras de deficiência. A rampa dá a percepção de estarmos a entrar para o subsolo, a mesma sensação que um mineiro sentia quando entrava para o antigo jazigo, contudo, a pessoa poderá visualizar o céu. No edifício temos dois corredores que são formados por massa, podemos aí encontrar os serviços sanitários e os acessos (elevadores). Nesse mesmo espaço, encontra-se um alpendre que permite olhar para as “profundezas” do Centro Interpretativo. No final do acesso (elevador) temos um espaço de dispositivo onde permite à pessoa ter conhecimento não só, da vida do mineiro bem como o recurso natural que eles extraíram. No final do dispositivo, encontra-se outro espaço de acesso – escadas – formada 700 degraus que dá a conhecer a altura que antes tinha descido, no final destas escadas existe a possibilidade de caminhar ao longo da corta e posteriormente vislumbrar a mina e o encaixe do centro interpretativo com a mina.”
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ARQ. DIOGO BURNAY
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Os projectos dos estudantes do 3º ano das várias escolas de arquitectura, que foram submetidos à revista, foram apresentados com formatos muito diferentes. Isto evidencia a diversidade de programas e objectivos pedagógicos de cada escola , a partir dos quais os trabalhos se desenvolvem, com diferentes enfases nestes temas: Princípios, conceitos, metodologias, processo, investigação, programa, área de intervenção, construtividade, materialidade, apresentação, síntese. Os trabalhos foram executados colectiva e/ou individualmente, em que a participação de vários estudantes nas diversas fases do projecto deve ser identificada. O trabalho apresentado da FCT-UC centra-se sobre uma pequena edificação de uma célula habitacional, na qual os temas da luz e o tempo são abordados. o trabalho centra-se em si próprio de forma algo abstracta, com referências que procuram identificar o modo como os espaços do habitar se podem qualificar na sua relação com o invólucro da edificação.
O trabalho do ISCTE apresenta-se muito bem estruturado documentado. consegue-se ter um entendimento do enquadramento metodológico do projecto, dos seus conteúdos, dos seus objectivos pedagógicos e do projecto efectivamente efectuado o processo de investigação sobre a área de intervenção está muito bem documentado e cada projecto apresenta um olhar próprio sobre o lugar. Denota-se um grande enfase na documentação do processo, na narrativa a partir da qual se estabelece uma estratégia para a intervenção ao nível do projecto de arquitectura. A qualidade e densidade dessas estratégias estão bem apresentadas, tanto ao nível dos seus conteúdos, como ao nível da sua representação gráfica. A exploração do programa e materialidade das pequenas edificações, pela natureza pedagógica do projecto e do enfase já referido, beneficiaria de uma concretização mais aprofundada. Os trabalhos da Faculdade de Arquitectura são apresentados de forma mais concisa, em 3 painéis. Este formato permite identificar o lugar, as questões pedagógicas e os resultados obtidos, bem como a exploração e investigação efectuada por cada estudante. Estes trabalhos apresentam um enfase sobre uma determinada tipologia habitacional e o modo como a sua agregação procura construir e nomear um lugar situado num contexto urbano delicado e complexo, pela sua topografia, orientação sola, morfologia e caracterização social. Estes trabalhos conseguem-se desenvolver em múltiplas escalas, desde o enquadramento urbano até à exploração construtiva e tectónica dos projectos. Os projectos apresentados apresentam essas escalas e a exploração destes temas, mas o seu entendimento seria mais favorável através de um maior cuidado na apresentação gráfica dos projectos. ANO
III
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Bárbara Correia - Projecto e Emergência Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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“O trabalho da Bárbara Correia evidência a exploração da tipologia habitacional e o modo como a sua agregação procura construir um lugar, através de um jogo de cheios e vazios que evita uma ocupação muito massiva da área de intervenção do projecto. Os painéis comunicam com clareza o modo de explorar e as várias investigações efectuadas para se estruturar o projecto.” Arq. Diogo Burnay
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Bárbara Correia - Projecto e Emergência Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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João Louro - Proposta de Centro Comunitário - Rua Inácio Pardelhas Saches ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
“Pode-se entender “comunidade” como um ecossistema que alberga um todo de organismos vivos que vivem e colaboram em conjunto, neste caso pessoas que desenvolvem com um objectivo, a que tentam responder a partir de um plano de acção. A proposta que se apresenta, é a de um novo centro comunitário, que vem ao encontro das necessidades de fortalecer os laços de comunidade que se têm vindo a perder ao longo do tempo, com a vinda de novas gentes e com o desenvolvimento das faixas etárias mais novas. Uma das coisas verificadas na analise, foi a existência de algumas pequenas oficinas ao longo do bairro que nos remetem para o trabalho artesanal, mas com poucas condições e pouca diversidade. A criação de vários pequenos espaços que no seu todo pretendem minimizar os gastos monetários da população a partir de um conceito de troca e partilha. Pretende-se que que as várias pessoas desempregadas, jovens sem ocupação e idosos reformados, ou ate mesmo quem quiser fazer parte, possam partilhar os seus conhecimentos e disponibilidade, e que o produzido nas oficinas seja distribuído pelos associados. As várias oficinas traduzem-se em cozinha, oficinas de confecção, mercenaria, serralharia, mecânica e têxtil.”
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Joรฃo Louro - Proposta de Centro Comunitรกrio - Rua Inรกcio Pardelhas Saches ISCTE - Instituto Universitรกrio de Lisboa
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“O trabalho do João Louro assenta numa metodologia de grande clareza com conteúdos bem apresentados graficamente. A concretização do projecto da edificação ao nível do seu programa e da sua construtividade ganharia muito em ser mais aprofundada.” Arq. Diogo Burnay
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Duarte Alves - Projecto e Emergência Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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Duarte Alves - Projecto e Emergência Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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“O trabalho do Duarte Alves apresenta uma tipologia habitacional em que os vários espaços interiores e exteriores dialogam constantemente entre si. A agregação e a caracterização da constituição construtiva que decorre desta estratégia tipológica define espaços de socialização de grande diversidade.” Arq. Diogo Burnay
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ARQ. ANTÓNIO LOURO
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IV
ANO
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ITZCOVICHAGUIRRE - Reinterpretar a frente ribeirinha Faculdade de Arquitectura da Universidade TĂŠcnica de Lisboa
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ITZCOVICHAGUIRRE - Reinterpretar a frente ribeirinha 64
Faculdade de Arquitectura da Universidade TĂŠcnica de Lisboa
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Manuel Clasadonte - How do the people live the city? - Campo Victoria do Riboque 66
Faculdade de Arquitectura da Universidade TĂŠcnica de Lisboa
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“We are proposing a long term project, in with three main phases. On the first phase, we reinforce the actual formal city, and make an “equipment route” connecting the sporting area in the east of the city with the markets area in the west, going through the formal city and the river. The main objective in this first intervention is to reduce the clash between formal and informal, and restructure the behavior of the main axis of the city. This will connect the formal with the main row of informal, reducing the actual collision between them. This “equipment route” will count with access to the school, squares, sporting facilities, markets, and in the end a major equipment for multiple uses (bathroom, restaurants, etc.) Also in this phase, and connecting with the next one, we want to intervene in the river and the waterfront. Second phase: on this phase, we start focusing on the informal city. After the reinforcement of the formal city, the connection inside the informal city has to improve, new roads, blocks, minimum water system, small equipments… to redistribute and restructure the informal city. The objective of the phase is that the formal city is able to grow after this intervention, distributing plots, and pedestrian walks so that it maintains its original connection with other areas. Third phase: as we get closer to the borders of the actual city, we propose a secondary equipment ring, similar to the one on first phase, connecting through the already mentioned secondary center, and keep working on the informal city, reducing it, and making it become formal through phases and changing the actual shacks and making full services for the buildings.”
Manuel Clasadonte - How do the people live the city? - Campo Victoria do Riboque 68
Faculdade de Arquitectura da Universidade TĂŠcnica de Lisboa
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“The project also creates a system of microperforated pipes. The aim of this system is to take the water that goes trough by the lifted flat and the gravel and bring it in a points of services where it will be used. The service points work with a system of different levels of depuration that make clean water for publics bathrooms and kitchens. The water is also used for the kitchens gardens. The system works in relationship with the direction of the pendency of the ground. “ “The project tries to give a new public structure that works on the space of the relationship among the houses. The wish is to give a principle of spatial organization that it will be the base of the future organization. The project gives the services of first necessity (as public bathroom and kitchen), spaces for production of food as kitchens gardens, and spaces for playground. The new public space that, will be making with a pallets and wood discarded from the industry and trade, connecting the space between the houses and it makes a new plain lifted by earth that with also a space with gravel that it is connected at the houses, they try to resolve the problem of the presence of the water.” “The space is organized in three different levels that identify the system of services, and several spaces that create relations trough these levels. The gradients individualize different spaces. In the first level, started from “the street”, the project provided to create a cultural center thought as a space where people can meet, make collective activities and can find food services and spaces for leisure, in the second, provided space for publics bathrooms, and finally, in the third level, thinking about a possible growth of the city of São Tomé, the project involves the creation of a primary school.”
Diogo Brito, Élvio Pereira, José Azevedo, Marta Gonçalves - A Baixa Pombalina 70
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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Diogo Brito, Élvio Pereira, José Azevedo, Marta Gonçalves - A Baixa Pombalina 72
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
“Após uma análise aprofundada da zona, e nunca perdendo a sua relação com as áreas próximas do chiado, mouraria e frente ribeirinha, conseguimos identificar as suas forças e fraquezas, e por conseguinte chegar a um número de soluções potenciais para a sua requalificação e valorização. Em termos de acessibilidades, houve a necessidade de reajustar a rede viária no que toca ao transporte privado, redireccionando o trânsito, e alterando o sentido e uso de algumas ruas. Por consequência propomos uma alteração dos pavimentos alcatroados para calçada, com o sentido de homogeneizar o pavimento e caracterizando-o de uma forma mais pública. Outras sugestões são o prolongamento do passeio marítimo e da ciclovia através deste, a adição de mais lugares de estacionamento, possivelmente através de silos, e a requalificação dos antigos cais, promovendo os transportes náuticos turísticos assim como o desporto náutico. “
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ARQ.ª JOANA VILHENA
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“Na génese dos trabalhos encontram-se soluções que não só equacionam os problemas relacionados com a resolução dos programas propostos como também o entendimento das áreas de trabalho. As investigações estudam novas oportunidades de ocupação territorial tendo o cuidado de inserir as propostas projectuais, referenciando-as na história de cada local e sustentando as possibilidades futuras das ocupações propostas. Em geral, as propostas estão bem fundamentadas, muitas vezes recorrendo a estudos de caso de obras existentes que incorporam um melhor entendimento das propostas e das abordagem programáticas. Em todas as propostas seleccionadas encontra-se um denominador comum: o espaço público como potencial gerador de enquadramento do programa de projecto e como resolução do problema de valorização cultural e patrimonial do território e assim a possibilidade de revitalização das comunidades. Esta é uma questão fundamental que deverá servir como mote essencial numa nova geração de arquitectos, no que diz respeito às possibilidades de actuação no âmbito do projecto de arquitectura.”
V
ANO
Margarida Pereira - Construír no construído: cidade compacta, cidade sustentável 76 Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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Margarida Pereira - Construír no construído: cidade compacta, cidade sustentável 78 Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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Raquel Canha - Termas Urbanas - reabilitação do antigo palácio dos condes de coculim 80
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
cronologia do edifício 1373 - 1375 Cerca Fernandina: “Arco de Jesus” Séc. XVII pertence aos Condes de Linhares Fim do séc. Conde de Coculim 1755 Terramoto: Partes do edifício são destruídas Rua Cais do Santarém Av. Infante Dom Henrique
1858 Ruínas: Fábrica de Ferro Sommer 1923 - 1949 Empresa de Cimentos de Leiria 2008 Fachada deteriorada – azulejos retirados
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Raquel Canha - Termas Urbanas - reabilitação do antigo palácio dos condes de coculim 82
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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Fábio Correia, João Sequeira, Júlio Rosa, Leonilde Monteiro, Rui Marques, San 84 ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
“...ligação entre a cidade formal (colonial) e a cidade informal...”
ndra Lopes - Workshop Bafatá - Centro Interpretativo Amilcar Cabral 85
“O conceito desde projecto prende-se na ligação entre a cidade formal (colonial) e a cidade informal. A primeira encontra-se hoje ao abandono, com inúmeros edifícios e equipamentos devolutos, esquecidos ou rejeitados pela população após a independência. Num terreno baldio, um ligeiro vale a nascente cidade formal que liga a um afluente do rio na ligação entre a cidade Odaconceito desde projecto prende-se Geba, surge este edifício, a um formal (colonial) e aparalelamente cidade informal. A primeira encontracaminho pedonal já existente. Através de um se hojeéao abandono, ortofoto possível entendercom que éinúmeros uma zona edifícios e equipamentos devolutos, esquecidos ou rejeitados de possíveis enchentes de água, aquando da pela população após a inépoca de chuvas, que dura de Junho a Outubro. dependência. Sendo este edifício integrado nas comemoraNum terreno baldio, um ligeiro vale a nascente da cidade forções dos 90 anos do nascimento de Amílcar Cabral, em Setembro, a ideia passa pela criação de uma ponte-edifício, que permite a passagem das águas em caso de cheia. Este pavilhão funciona em dois pisos, com o superior servindo de união entre as duas cotas altas e o inferior integrando o programa. Na ideia de instalação temporária, amovível, surgiu a ideia de explorar um objecto fácil de encontrar em todo o mundo, descartável e de baixo custo – a palete de transporte de mercadoria – que em pesquisa foi encontrada uma medida standard utilizada no continente africano de 1,2 metros de largura por 1 metro de profundidade e 0,15 metros de altura (modelo ISO tipo EUR3). O edifício ganha então carácter através da união conseguida pela utilização deste elemento.”
Fábio Correia, João Sequeira, Júlio Rosa, Leonilde Monteiro, Rui Marques, San 86 ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
ndra Lopes - Workshop Bafatรก - Centro Interpretativo Amilcar Cabral 87
Thomas Neutel - Portas da Cidade II 88 Escola Superior Artística do Porto
“O projecto consiste na transformação de uma zona degradada em jardim, com o desenho de novos elementos simbólicos e úteis. O local do projecto é a escarpa da Arrábida e a sua urbanização.”
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Thomas Neutel - Portas da Cidade II 90 Escola Superior ArtĂstica do Porto
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“Este projecto, é uma celebração dos elementos da Cidade. O contacto com estes é promovido pela Cidade através da Porta, restando, aos interessados, a sua experiência e interpretação. Um espaço é definido pelas relações que o compõem. Estas relações são percepcionadas e interpretadas pela pessoa; e uma relação pode dar uma luz especial a tudo o que naquele momento se tem acesso. O projecto trabalha com a espacialidade da escarpa; os espaços propostos irão especializar a experiência da própria pedra, e consequentemente a experiência da Cidade que a partir dela se tem acesso. O projecto propõe 3 momentos de relação com a pedra. Esta narrativa segue o percurso naturalmente sugerido que começa na base do lado Este da escarpa, subindo e ondulando entre pontos de interesse até ao topo do extremo Oeste. O primeiro momento a ser definido foi o fim do percurso. A ideia era que os 3 momentos seriam complementares, então viu-se na existência de pedra habitada no fim da escarpa como a possibilidade de ter, no fim, a escarpa a receber a pessoa. Cortaram-se os dois socalcos de cultivo, retirando uma fatia à escarpa, ficando com as feições interiores da pedra a mostrarem-se e a sentirem-se em frente à Cidade que definiram. Os logradouros retirados das casas passam a ser um acesso privado a esta plataforma de pedra.”
Mariana Brandão, David Martins, Nuno Roque, Inês Amaro, Maria Pommrenke 92 ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa “Amílcar Cabral, defensor da união de duas antigas colónias portuguesas, dedica sua vida à luta pela independencia de Cabo Verde e Guiné-Bissau. Defendia que a própria natureza une ambos os países, pois tinham algo muito em comum que era a àgua, um sendo ilha rodeada pelo oceano e outra banhada por uma extensa bacia hidiográfica. Seu sonho era conquista da liberdade e a construção do seu processo para a felicidade de uma África ultramarina independente, morrendo sem ver seu sonho concretizado. Bafatá é uma cidade formada em pleno regime colonial, no centro da Guiné-bissau, banhada pelo rio Geba. A cidade formal é desenhada e pensada pelo regime, mas quando a Guiné ganha sua independência, este centro urbano perde os seus habitantes, pois os nativos decidem usar a periferia ao seu gosto ao invés de usar os antigos edifícios portugueses. Os nativos apesar de não viverem no centro, usufruem no seu quotidiano de três infra-estruturas, o rio, as estradas e o lazer. O rio usam-no para lavar a roupa e pescar. As estradas para o transporte de mercadorias, a partir de uma entrada norte, uma outra a sul que veio substituir uma ponte actualmente destruída que atravessava o rio Geba. Finalmente o lazer onde existia um pequeno clube de vídeo que trazia os nativos até ao centro para ver filmes que passavam uma vez por semana. Após tantas mudanças sociais e políticas a que este povo teve que se sujeitar e conquistar, o contacto com o rio foi o único ritual doméstico que foi não eliminado no dia-a-dia destas pessoas. Desta forma, propomos revitalizar a frente ribeirinha de forma a atrair os nativos que vivem maioritariamente na periferia ao centro, inserindo novos programas de interesse comunitário, tal como um clube de vídeo e zona expositiva.”
- Workshop Bafatรก - Centro Interpretativo Amilcar Cabral 93
Mariana Brandão, David Martins, Nuno Roque, Inês Amaro, Maria Pommrenke 94 ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
O uso de estruturas efémeras de baixo custo, com elementos de fácil montagem e desmontagem (módulos), permite um zonamento dos diferentes elementos efémeros e programáticos ao longo da frente ribeirinha de forma a revitalizá-la. Mais importante que implantar um programa efémero, importa-nos melhorar os espaços exteriores, deixando marcas valorizando o existente assim como redesenhar o sistema de vias, permitindo uma maior afluência a este centro, com a reconstrução permanente da ponte pelos nativos (mutirão/autogestão), deixando uma peça simbolica na cidade. A reflexão acerca da temática ribeirinha, suporta ao mesmo tempo o pensamento acerca da ventilação nas estruturas, esta realiza-se com o apoio da proximidade do rio, uma vez que os ventos frescos de sudoeste trespassam pelos espaços programáticos a partir de grelhas por baixo da estrutura, enquanto o quente sai por cima e é ventilado pela cobertura.
Workshop Bafatรก - Centro Interpretativo Amilcar Cabral 95
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