Hospital Divina Providência 50 anos

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de cuidados com a vida

2019


>> HISTÓRICOS MOMENTOS

1991

Implantação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com 175 metros quadrados e capacidade para dez leitos, que permite ao HDP realizar transplantes renais e outros procedimentos complexos de neurocirurgia, cirurgia cardiovascular e cirurgia geral.

1981

Abertura dos serviços do HDP para convênios particulares possibilita dar importante passo para reverter dificuldades causadas pelo atendimento quase exclusivo a pacientes da Previdência Social e avançar em busca de equilíbrio financeiro.

1974

Após quatro anos de construção, é inaugurado o Provincialado das Irmãs da Divina Providência, anexo ao Hospital Divina Providência. Além de ser a casa matriz da província, serve também como casa de formação inicial para novas irmãs.

1969

Inauguração do Hospital Divina Providência, que passa a atuar inicialmente com 160 leitos, 50 berços, 52 funcionários e 31 irmãs da Província Imaculado Coração de Maria, com atendimento 100% dedicado à Previdência Social.

1968

O Provincialado das Irmãs da Divina Providência é transferido de Arroio do Meio para a Casa Araceli por solicitação de dom Vicente Scherer. Como a área era insuficiente para o desempenho de funções imprescindíveis, em 1970 é iniciada nova construção.

1961

A área da Sociedade fraterno Auxílio (mantida pelos sacerdotes da Arquidiocese de Porto Alegre) é doada às irmãs da Divina Providência por iniciativa de dom Vicente Scherer com o compromisso de que construam um hospital para atender à população pobre.

1945

As irmãs da Congregação da Divina Providência assumem o cuidado da Casa Araceli, lar e local de repouso para sacerdotes idosos ou adoentados no bairro Cascata, atendendo a solicitação do monsenhor Leopoldo Neis, fundador da instituição.


O ano de 2019 é especial para o Hospital Divina Providência. Comemoramos 50 anos de desafios e conquistas, sempre com a missão de prestar um serviço assistencial de qualidade, garantindo práticas seguras, tecnologia avançada e, especialmente, um cuidado à vida — marca da atuação das irmãs da Divina Providência, sob a inspiração do fundador da congregação, Eduardo Michelis. Compartilhar essa experiência é uma maneira de prestar contas à sociedade e, ao mesmo tempo, agradecer a todos que contribuíram para construí-la com alegria, sacrifício e desprendimento, transformando o HDP em modelo de atendimento eficiente e humanizado.


Missão Promover a vida de forma humanizada, prestando assistência hospitalar qualificada, com responsabilidade social e sustentabilidade, para tornar eficaz o carisma das irmãs da Divina Providência.

Visão

Ser reconhecida pela sociedade rio-grandense como uma instituição que acolhe e cuida das pessoas de forma humanizada e segura.

Valores e Princípios

Organização

Humanização Valorização da pessoa, com atendimento personalizado, acolhimento e afeto

Corresponsabilidade pela vida e pela autossustentação da instituição

Socialização do conhecimento

Fé cristã Cultivo dos valores centrais

Comprometimento com

do cristianismo, respeitando

a capacitação técnica e

a espiritualidade própria de

humana, compartilhando

cada pessoa

conhecimento

Ética Respeito à vida, à

Solidariedade

dignidade e aos direitos

Postura permanente

do ser humano, em todo o

de ajuda ao próximo

seu ciclo de vida, em todas as nossas ações e relações

Responsabilidade socioambiental Comprometimento com os programas sociais e de cidadania e no cuidado com o meio ambiente

no sentir e no agir


origens NOSSAS

As religiosas da Congregação das Irmãs da Divina Providência, na virada dos anos 1960, receberam do então arcebispo dom Vicente Scherer a missão de erguer um hospital em terreno no bairro Cascata que pertencia à Sociedade do Fraterno Auxílio da Arquidiocese de Porto Alegre desde os anos 1930.

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1969

No final dos anos 1960, Porto Alegre tinha uma população com menos de 900 mil habitantes

Em 23 de maio de

A CHAMADA NO ALTO DE PÁGINA da reportagem publicada no jornal Folha da Tarde (ver página ao lado) sintetizava, e antecipava, a filosofia que norteia até hoje o Hospital Divina Providência, que seria inaugurado uma semana depois daquela edição: “Na quietude da Vila Betânia (...), Porto Alegre está ganhando mais uma moderna casa de saúde”, escreveu o redator do tradicional jornal vespertino, que sairia de circulação na década de 1980. – Desde o primeiro momento, o foco da atuação de nosso hospital é o cuidado à vida. O ambiente hospitalar está impregnado por essa filosofia, que nos guia e que está presente na maneira como os pacientes até hoje são recebidos e atendidos – destaca irmã Ilani Maria Reis, atual diretora institucional do Hospital Divina Providência. Inaugurado em 31 de maio de 1969, o novo

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,

hospital surgia numa Porto Alegre que ainda não alcançara a marca de 1 milhão de habitantes – o Censo Demográfico de 1970 apontaria uma população de 885.545 pessoas. Os bondes começavam a dar adeus às ruas da cidade (a substituição por ônibus movidos a diesel se completou em março de 70). Nessa época, o recém-empossado prefeito Telmo Thompson Flores dava início à realização de obras que marcariam a geografia da Capital: a construção de viadutos e túneis, como o da Conceição, além do Muro da Mauá, do Parque Moinhos de Vento (conhecido como Parcão) e da então nova Estação Rodoviária. Essa era a cidade que dava, então, boas-vindas ao Hospital Divina Providência no ano de sua inauguração. Aqui vamos contar essa história desde o seu começo, sem perder nenhum detalhe.


TÃO LOGO SOUBE da fundação da Província Imaculado Coração de Maria, pertencente à Congregação das Irmãs da Divina Providência, em 1956, em Arroio do Meio/RS, o arcebispo de Porto Alegre, dom Vicente Scherer (foto acima), solicitou que, assim que fosse possível, houvesse a transferência da casa matriz para a capital do Estado. Conforme dom Vicente, a sede em Porto Alegre iria proporcionar melhores condições para suprir as demandas das irmãs e também para a formação de candidatas à vida religiosa. Antes mesmo que a solicitação fosse atendida, os laços entre a Arquidiocese de Porto Alegre e as irmãs da nova Província já tinham sido estreitados. Para quem não sabe, a área onde hoje está o Hospital Divina Providência pertencia originalmente à Sociedade Fraterno Auxílio, entidade que prestava assistência espiritual e material aos padres que, por enfermidade, invalidez ou velhice, estavam impossibilitados de exercer o ministério sacerdotal.

Fundada em 1842 pelo sacerdote Eduardo Michelis (foto ao lado), a Congregação das Irmãs da Divina Providência surgiu como resposta de fé ao desamparo social e à miséria que assolavam a cidade de Münster, na Alemanha. No Brasil chegou em 1895, com três irmãs que se estabeleceram em Tubarão e outras três em Blumenau (SC). Hoje, além de Santa Catarina, atua também no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Rondônia, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Pará, Goiás e Amazonas.

Transplante Um dos maiores feitos na área de saúde na década de 1960 foi a realização de transplantes de coração. O pioneirismo é do médico Christian Barnard, da África do Sul, em 1967. No Brasil, em 26 de maio de 1968, a equipe liderada pelo médico Euryclides de Jesus Zerbini fez no HC/USP o primeiro procedimento do tipo na América Latina.

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JÁ EM 1942, por iniciativa do monsenhor Leopoldo Neis, no terreno em que atualmente se localiza o hospital havia sido construída a Casa Araceli, confortável prédio de dois pavimentos projetado para operar como lar e casa de repouso dos sacerdotes. Para auxiliar na administração da casa, o monsenhor conseguiu o apoio das irmãs da Divina Providência, que também prestaram um ótimo trabalho educacional, social e pastoral. – A casa acolhia também os padres que estavam na ativa em seus momentos de folga, geralmente às segundas-feiras, que para eles representavam os domingos como os dias de descanso – explica irmã Elise Sehnem, atual

coordenadora da Pastoral da Saúde do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na década de 1980, irmã Elise exercia o cargo de presidente da Sociedade Sulina Divina Providência (mantenedora da Província Imaculado Coração de Maria). A área onde estava localizada a Casa Araceli mostrava-se bastante apropriada para dias de descanso. Emoldurada por um bosque, o terreno de 29,5 hectares elevava-se sobre a encosta do lado sul do Morro da Polícia, no bairro Cascata, e se estendia até a borda do monte, onde hoje estão instaladas as antenas da Embratel, de emissoras de rádio e televisão e operadoras de telefonia celular.

Em 1948, foi erguida junto à Casa Araceli uma escola gratuita para educar as crianças das redondezas, dirigida pela irmã Judite (nome religioso de Ida Maria Schwengber). Em 1965, já em meio à construção do hospital, a Escola Monsenhor Leopoldo Neis seria transferida para área mais distante do futuro ambiente hospitalar. No andar térreo do antigo colégio, instalou-se um ambulatório para atender a população mais pobre da vizinhança.

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EM SUA PRIMEIRA FASE, a Província do Coração Imaculado de Maria (atualmente denominada Província Mãe da Providência, após a junção com as províncias sediadas em Lajeado e São Miguel do Oeste, em 2008) foi coordenada por madre Rosálie, nome religioso adotado por Emma Middelhoff, alemã nascida em 1905. Aos 23 anos ingressou na Congregação das Irmãs da Divina Providência e, em 1930, ainda como noviça, veio para o Brasil com o intuito de trabalhar como farmacêutica. Atuou em hospitais de Florianópolis e Joinville, em Santa Catarina, e depois mudou-se para Bom Princípio, no Vale do Caí, já em território gaúcho. Madre Rosálie permaneceu no cargo de superiora da Província de 1956 a 1968, quando decidiu enfrentar novos desafios e foi morar no Mato Grosso, onde assumiria a função de madre regional.

Ao tomar conhecimento da intenção de dom Vicente de transferir a sede da província para Porto Alegre, madre Rosálie passou a viajar constantemente para a capital do Estado com o objetivo de escolher um local para instalar a casa matriz. Em uma dessas viagens, ela recebeu uma mensagem do arcebispo sobre a indicação de um terreno. Qual não foi a sua surpresa ao escutar de dom Vicente a proposta da doação de toda a área pertencente à Sociedade Fraterno Auxílio com o compromisso de construir um hospital. É certo que as irmãs já administravam hospitais no RS e, particularmente, em Porto Alegre, entre eles, o Hospital Beneficência Portuguesa e o hospital do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPETEC), hoje denominado Hospital Presidente Vargas. Portanto, dom Vicente não tinha qualquer dúvida quanto à capacidade das religiosas de gerir o novo projeto com sensibilidade e competência. Mas essa não era a única razão que fundamentava a proposta do arcebispo, como veremos adiante.

A gruta A Gruta Nossa Senhora de Lourdes, que se localiza nas cercanias do Hospital Divina Providência, é um ponto de frequente romaria de católicos e foi construída em 1935, pouco depois de a Sociedade Fraterno Auxílio da Arquidiocese de Porto Alegre ter comprado a área onde também foi erguido o hospital.

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O HDP foi construído no bairro Cascata, na época um espaço de muito verde e distante do Centro O COMEÇO DA DÉCADA DE 1960 apresentava um conturbado cenário político no Brasil. Em meio às disputas partidárias e ideológicas, se falava, inclusive, na possibilidade de haver o confisco de terras e bens da Igreja. Diante disso, dom Vicente decidiu dar uma finalidade social à área da Sociedade Fraterno Auxílio. Madre Rosálie escutou atentamente a proposta feita por dom Vicente, mas preferiu não dar a resposta na hora. Decidiu conversar com sua assistente, irmã Justine, além de debater o tema com profundidade com a direção-geral da congregação. Na realidade, havia dúvidas a esclarecer e receios a superar, principalmente em função das dificuldades financeiras que se prenunciavam para a realização da obra, como sublinha irmã Elise: – A congregação resistia. Não queria fazer o

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hospital porque a obra exigiria muito dinheiro. Além disso, a experiência que as irmãs tinham até aquele momento se limitava a hospitais de menor porte, o que não era o caso do projeto apresentado. Mas dom Vicente era um homem muito inteligente, que jogava para frente, pensava no futuro, observa irmã Elise. Disposto a transformar o sonho em realidade, o arcebispo insistiu junto à madre Rosálie. Acreditava ele que, ao dar um destino social à área, seria possível também preservar todo aquele espaço, um verdadeiro pulmão verde de Porto Alegre. Os argumentos de dom Vicente foram convincentes e, em 27 de novembro de 1961, madre Rosálie assinou o convênio com a Sociedade Fraterno Auxílio, representada por seu diretor, monsenhor Atílio Fontana, determinando a doação da área no bairro Cascata com todas as benfeitorias nela existentes.


As obras do novo hospital da Capital se estenderam por sete anos O CONVÊNIO ESTABELECIA que, em retribuição à doação do terreno no bairro Cascata, caberia às irmãs adotar a manutenção da Escola Monsenhor Leopoldo Neis e cuidar da ornamentação da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, além de zelar pelo Cemitério dos Sacerdotes junto à gruta, mas como havia sido combinado com dom Vicente, o principal compromisso seria, de fato, construir o hospital. Os preparativos para a obra tiveram início já no mês seguinte à assinatura do convênio, com apoio de religiosos de outras congregações, como a dos maristas. Com experiência no erguimento da Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), os maristas ajudaram as irmãs a encontrar engenheiros e outros profissionais confiáveis e eficientes para o processo de construção. Contudo, mesmo com a colaboração de outras ordens religiosas, o período de construção do hospital seria prolongado, estendendo-se até 1969, justamente em função da falta de recursos financeiros. – Foi tudo feito com muito esforço e sacrifício, por isso levou tanto tempo – diz irmã Elise, ressaltando que não houve destinação de verbas públicas para a execução da obra.

É preciso destacar que, para viabilizar o projeto, a Sociedade Sulina Divina Providência recebeu ajuda solidária em forma de doações da Congregação das Irmãs da Divina Providência da Alemanha e da Holanda. Houve também um auxílio significativo da Misereor, entidade da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na África, Ásia e América Latina. De outra parte, benfeitores se empenhavam em colaborar, como padre Otto Amann, que obteve empréstimos de empresas alemãs estabelecidas no Brasil.

Às vésperas da inauguração, o hospital recebia seus últimos retoques

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O prédio de seis andares foi erguido numa colina do bairro Cascata NA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO, não era permitido aos religiosos realizarem empréstimos bancários além de determinados limites sem autorização expressa do Vaticano. Além disso, qualquer iniciativa nesse sentido precisava de aval do arcebispo. Tudo isso dificultava o andamento da obra, mas dom Vicente procurou tranquilizar as irmãs e costumava dizer: “Deixem por minha conta”. Ele, de fato, conseguiu empréstimos sem juros de entidades beneficentes para ajudar na realização da obra. Em paralelo, o empenho para viabilizar o projeto mobilizou as próprias irmãs da Divina Providência de todas as regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina em que a congregação se fazia presente. As religiosas de todas as co-

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munidades economizavam ao máximo tudo que era possível. Embora vivessem de forma muito sóbria, elas se abstiveram muitas vezes até do necessário para enviar todas as suas pequenas economias, tornando possível esse grande projeto da construção do hospital. Conforme irmã Elise, os esforços concentrados das religiosas para viabilizar a obra se justificavam na medida em que o Hospital Divina Providência representava a realização de um sonho – a criação de um espaço de assistência integral, onde o serviço religioso teria um destaque especial, “que alimentaria sempre o atendimento humanizado dos pacientes a partir dos ensinamentos e testemunhos de Jesus Cristo”.


Dr. Emílio Antônio Jeckel Filho

O PERÍODO PROLONGADO de sacrifícios resultaria, afinal, na realização do grande sonho. Não por acaso, um jornal da época, alguns dias antes da inauguração, dizia: Nasce um Hospital Humanitário!. Afinal, essa foi sempre a principal missão da Congregação das Irmãs da Divina Providência – o cuidado à vida com humanização. Às vésperas da inauguração do Hospital Divina Providência, o clima era de agitação e, sobretudo, muita ansiedade. Pedreiros, pintores e marceneiros trabalhavam de sol a sol para dar conta dos últimos acabamentos do hospital que estava prestes a nascer. Enquanto os operários concluíam a obra, as irmãs se esmeravam na limpeza de corredores e aposentos, na arrumação dos quartos e nos ornamentos do edifício.

Em reportagem publicada pela Folha da Tarde, o futuro diretor técnico, dr. Emílio Antônio Jeckel Filho, que havia trabalhado anteriormente na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, mostrava-se entusiasmado com o ambiente em que passaria a atuar em pouco tempo: “O doente, respirando ar puro, ganha mais confiança”, declarou. Dr. Emílio contou à Folha da Tarde que, para formar o corpo médico, havia convocado “nomes conhecidos entre os facultativos mais jovens de Porto Alegre”, entre eles, os médicos Nelson Zanença, chefe do Serviço de Cirurgia; César Costa, chefe do Serviço de Clínica Médica; Vilson Kruze, chefe do Serviço de Obstetrícia; e José Cândido Rosa, chefe do Serviço de Pediatria. Na entrevista, o diretor técnico antecipava a filosofia que embasaria o hospital a partir da inauguração: “Nossa preocupação toda é a valorização da pessoa humana. Somos dotados de suficiente ideal para seguirmos a orientação das irmãs da Divina Providência e o desejo do então recém-nomeado cardeal dom Vicente em dar ao hospital sua própria renda”, afirmou.

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NO DIA ANTERIOR À CERIMÔNIA de abertura, começaram a chegar a Porto Alegre personalidades importantes que acompanhariam os atos de inauguração. Entre elas, estavam irmã Sabina Stadtmann, assistente da coordenação-geral e representante da superiora-geral da Congregação, e madre Egydia (nome religioso de Theresia Ossenkemper), nascida na Alemanha. Também vieram as irmãs Algunde (superiora da Província Coração de Jesus, de Florianópolis) e Eduarde (superiora da Província Santíssima Trindade, de Curitiba). Além disso, religiosas de diferentes cantos do RS e SC foram convidadas para participar da data festiva, entre elas, as irmãs Ilani e Elise. – Foi um momento de alegria e muito entusiasmo. Nós nos olhávamos e dizíamos: “Conseguimos!” – lembra a irmã Elise.

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A inauguração do hospital aconteceu na manhã de um sábado, dia 31 de maio de 1969, com a cerimônia iniciando pontualmente às 9h. Na solenidade inaugural, o primeiro a falar foi o diretor técnico, dr. Emílio (foto acima), salientando os esforços do Conselho Provincial para a realização da obra, além de delinear a filosofia humanista que passaria a vigorar no funcionamento da instituição, com trabalho em equipe e valorização da pessoa. Na cerimônia de inauguração, a irmã Nísia Oppermann – que no ano anterior substituíra madre Rosálie como superiora da Província Imaculado Coração de Maria – manifestou palavras de acolhida e gratidão a todos que haviam colaborado na construção da magnífica obra, louvando e agradecendo a proteção divina pela conclusão dessa empreitada de sete anos. Por fim, dom Vicente Scherer agradeceu à congregação o empenho e a coragem das irmãs na execução da obra beneficente, destacando a satisfação de ver que a comunidade porto-alegrense passava a contar, a partir daii, com um novo estabelecimento hospitalar de qualidade.


ENCERRADOS OS PRONUNCIAMENTOS, a fita de inauguração foi cortada e dom Vicente deu a bênção ao hospital (foto acima), no hall de entrada. Depois, enquanto algumas irmãs cantavam cânticos de celebração, o arcebispo saiu a caminhar pelos seis andares do prédio para também abençoar corredores e quartos, ornamentados com uma variedade de flores, que davam realce ao ambiente. Ao mesmo tempo, irmãs e funcionários uniformizados prestavam esclarecimentos e orientações às visitas. A seguir, foi oferecido coquetel aos presentes no anfiteatro do hospital. Assim, o Hospital Divina Providência foi inaugurado com 160 leitos e 50 berços na maternidade, contando com apoio de 52 colaboradores e 31 irmãs da Província Imaculado Coração de Maria. Na época, possuía apenas seis pavimentos – o sétimo piso seria erguido apenas em 2003. Cabe registrar que o hospital contou, desde o início, no quadro do pessoal, com um sacerdote capelão para o atendimento às pessoas internadas e aos familiares e funcionários, sendo padre Ademar Agostinho Sauthier o primeiro a assumir a incumbência. Mais tarde, padre Antonio Lorenzatto executou a função, permanecendo por 40 anos nessa atividade. Até o presente, o Divina Providência contou com seis capelães.

Em sua primeira etapa de atividades, o Hospital Divina Providência praticamente se limitaria a receber pacientes da Previdência Social (um dos sistemas de saúde pública anterior ao SUS), justamente os que mais necessitavam de cuidado e atendimento. Embora estivesse plenamente de acordo com os princípios que norteiam a atuação da Congregação das Irmãs da Divina Providência desde suas origens, esse fator causaria sérias dificuldades financeiras, as quais só seriam solucionadas cerca de dez anos após a inauguração, com a abertura do atendimento também aos convênios particulares de saúde.

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IRMÃ ELISE ASSINALA QUE, nos períodos de dificuldades, as irmãs da Divina Providência se inspiravam no carisma do fundador, padre Eduardo Michelis, que norteou a congregação com o princípio de que as respostas concretas devam ser buscadas junto às necessidades de cada tempo e que é preciso confiar fielmente na providência divina em todas as situações que se apresentem. – Sinal expressivo desta forma de vida é a frase iluminadora de padre Eduardo: ”Aconteça o que acontecer, estou nas mãos de Deus e nele confio” – acentua irmã Elise. Os tempos difíceis, de muita luta, exigiram da direção do Hospital Divina Providência medidas severas a adequação ao futuro vindouro. Para isso, foi preciso promover adaptações e redimensionamentos da área física, além de revisões no planejamento. – Nesse processo, tivemos que envolver a todos, dividindo as preocupações e preparando as lideranças, juntamente com todo o quadro funcional, mediante atividades de treinamento, para que pudéssemos enfrentar os

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obstáculos e superá-los – revela irmã Elise. As dificuldades e as crises, de tempos em tempos, desacomodam e fazem crescer as instituições, atualizando-as a cada época. No caso do Hospital Divina Providência, a superação foi alcançada com base em soluções buscadas sempre de forma participativa e integradora, valorizando o trabalho conjunto, reforçado e intensificado sob a inspiração do padre Eduardo Michelis. – Sempre tivemos presente a forma participativa e contribuidora de proporcionar oportunidade de qualificação e crescimento para as pessoas, oferecendo possibilidades de contribuir na construção dessa história e deixá-la marcada para sempre. A história do Hospital Divina Providência está marcada pelo clima de bom acolhimento e bem-estar, de familiaridade e convivência – pontua a irmã Elise.


NOSS0

trabalho

A trajetória do Hospital Divina Providência, desde sua inauguração, em 1969, até a virada do século 20, revelou-se pródiga em sucessos, mas também reservou alguns percalços. Com determinação e trabalho em equipe de toda a instituição foi possível preparar-se para os desafios do século 21.


1981

Uma nova Unidade de Terapia Intensiva foi inaugurado no começo dos anos 1990

O ano de

REPRESENTOU UM DIVISOR DE ÁGUAS na trajetória do Hospital Divina Providência. Foi quando a diretoria da Sociedade Sulina Divina Providência, em diálogo com a administração do estabelecimento hospitalar, adotou uma série de medidas com a finalidade de estancar a sangria de recursos que havia sido causada pelo atendimento quase exclusivo a pacientes da Previdência Social, sem a obtenção do retorno que se fazia necessário. Naquele ano, a abertura dos serviços prestados pela instituição para convênios particulares possibilitaria à direção do hospital dar um importante passo no sentido de reverter as dificuldades financeiras. É importante lembrar que o Hospital Divina Providência tinha iniciado suas atividades, ao final dos anos 1960, em uma fase de crescimento da economia brasileira, mas ao longo da década seguinte passaria a sofrer diretamente os reflexos de uma severa crise que atingiu as finanças públicas do País. Para se ter ideia, dos 180 leitos disponíveis,

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95% eram ocupados por pacientes provenientes do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Cabe mencionar ainda que, na época, apesar das dificuldades, o Divina Providência era apontado pelo INAMPS como o hospital de Porto Alegre que registrava o melhor atendimento aos pacientes do sistema público de saúde. Depois do esgotamento do chamado Milagre Brasileiro, o cenário econômico que se apresentou à sociedade brasileira não poderia ser pior: inflação, recessão e desemprego. Como era de se esperar, a área da saúde não ficou imune à deterioração das finanças do poder público. Tanto é verdade que o governo diminuiu drasticamente a destinação de recursos para os hospitais conveniados ao INAMPS. Em decorrência disso, o Divina Providência se viu obrigado a adaptar o quadro funcional à nova realidade, além de reduzir a quantidade de leitos disponíveis – em um primeiro momento, de 180 para 147, a seguir para 130 e, depois, para 119.


OUTRA DIFICULDADE nesse começo de atividades do Hospital Divina Providência era a distância, considerada na época muito grande, entre o bairro Cascata e a área central de Porto Alegre, fator agravado pela precariedade do sistema de transporte público em vigor. – Havia certo preconceito em relação ao Divina Providência, que “ficava lá no fim da Glória”, como se dizia. Era uma área quase rural. Para chegar até aqui, na época, tinha que percorrer ruas de paralelepípedo, porque nem asfalto havia. As pessoas pensavam: “Por que vou me operar lá e não em um hospital mais próximo?” – registra o cirurgião geral Angelo Giugliani Chaves, que ocuparia o posto de diretor técnico do Hospital Divina Providência entre 1997 e 2007.

Mesmo com os obstáculos, com muito empenho e dedicação das irmãs da Congregação da Divina Providência e de médicos, enfermeiras e demais profissionais, o hospital já se destacava no seu começo como uma das melhores maternidades do Rio Grande do Sul. Além da qualificação técnica, contribuía para isso também o ideal humanitário e o conceito de extremo cuidado em relação à vida preconizado pelos princípios cristãos, que servem de base para a atuação da Congregação das Irmãs da Divina Providência.

O Divina Providência surgiu no então distante bairro Cascata, que antes fazia parte do conhecido bairro Glória (acima na década de 1950)

Clone

Em 22 de fevereiro de 1997, foi anunciado que a ovelha Dolly era o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula adulta. Dolly foi criada por cientistas do Instituto Roslin, na Escócia, onde viveu até morrer, em 2003. Desde então , é considerado um dos experimentos mais controversos na história da ciência.

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O prédio anexo C (à esquerda) foi inaugurado em 1997 A IRMÃ ELISE SEHNEM FOI ELEITA madre superiora da Província Coração Imaculado de Maria, acumulando ainda o cargo de presidente da Sociedade Sulina Divina Providência, entidade mantenedora da Província, em janeiro de 1981. Não resta dúvida de que a situação que a irmã Elise encontrou ao tomar posse de suas novas atribuições não era das mais confortáveis. Para a irmã Elise, estava clara a ideia de que, frente à gravidade da situação, era preciso tomar atitudes corajosas com o objetivo de corrigir os rumos e desenhar um futuro viável para o Hospital Divina Providência. – Percebi de imediato que a situação não poderia continuar como estava. Recordo de passar duas semanas em reuniões, escutando os médicos, que eram as colunas do hospital, para ver o que se poderia fazer. Foi um trabalho de perder a pele na cerca – recorda irmã Elise. O certo é que essa tomada de consciência sobre a conjuntura dramática em que o hospital se encontrava gerou um sentimento de mútua

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colaboração entre irmãs, diretores, médicos e funcionários. – Nesse processo, tivemos que envolver a todos, dividindo as preocupações e preparando as lideranças, juntamente com o restante do quadro funcional, para que estivessem preparados para enfrentar os obstáculos e pudessem superá-los – acrescenta irmã Elise. A partir daquele momento, foram adotadas medidas de racionalização do uso de materiais para conter os custos e evitar desperdícios. Contudo, logo se verificou que apenas diminuir as despesas não bastava para superar a crise – para sobreviver, o hospital teria que, necessariamente, elevar as suas receitas. Como solução, o Divina Providência passou a atender também a clientela de convênios particulares, que proporcionavam remuneração maior para os serviços prestados. Desse modo, iniciou uma fase de crescimento gradual, mas consistente. Em outras palavras, o pior da tempestade havia ficado para trás.


COMO CURIOSIDADE, podemos citar que os avanços tecnológicos alcançados nem sempre proviam de investimentos próprios da instituição hospitalar. Ainda na década de 1980, o Divina Providência incorporou, por exemplo, um equipamento de videolaparoscopia, técnica cirúrgica minimamente invasiva efetuada com auxílio de uma endocâmera no abdômen, que confere maior eficácia aos procedimentos e abrevia o tempo de recuperação dos pacientes. No entanto, o aparelho de videolaparoscopia não era de propriedade do Divina Providência, e sim dos médicos que atuavam no hospital. Eles haviam decidido se cotizar para adquiri-lo, procedimento bastante comum naquele período. Sem dúvida, eram outros tempos, com hábitos e costumes diferentes – boa parte dos equipamentos utilizados na área cirúrgica pertencia aos profissionais, e não aos estabelecimentos hospitalares. Tanto que uma figura comum nas salas de cirurgia era a do anestesista, que carregava consigo uma maleta quadrada, a qual continha todos os instrumentos indispensáveis para desempenhar com propriedade a sua função. Mais tarde, com a evolução acelerada da tecnologia e a sofisticação cada vez maior dos equipamentos, essa cultura foi deixada para trás e os hospitais passaram, então, a adquirir toda a infraestrutura tecnológica de que necessitavam. A partir da segunda metade da década de 1980, já atingida a estabilidade financeira, o Hospital Divina Providência passaria a promover melhorias em sua estrutura física, além de investir intensamente em áreas como tecnologia e recursos humanos. À medida que esses investimentos davam retorno, novos aportes eram aplicados, sempre em busca de um modelo de gestão autossustentável, que não tardaria a dar frutos.

Uma nova UTI passou a fazer parte do hospital no começo dos anos 1990

Depois das dificuldades iniciais, o Divina Providência seguiu evoluindo e promovia eventos científicos, como o I Encontro de Cirurgia Videolaparascópica

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ALÉM DO MODELO DE GESTÃO, o equilíbrio adquirido pelo Hospital Divina Providência a partir dos anos 1980 se deveu também à contribuição inestimável das irmãs da Divina Providência, que herdaram o carisma do fundador, padre Eduardo Michelis. Essa filosofia norteou a ação das religiosas com o princípio de as irmãs darem respostas concretas às necessidades atuais e confiarem filialmente na providência divina em todas as situações que se apresentassem. – Sinal expressivo dessa forma de vida é a frase iluminadora de padre Eduardo: ”Aconteça o que acontecer, estou nas mãos de Deus e nele confio” – destaca irmã Elise. Nesse período, a participação da irmã Clair Teresinha Agnes – diretora do hospital de 1985 a 1993 e, mais tarde, entre 2002 e 2013 – foi igualmente determinante para que a instituição alcançasse bons resultados. – Minha vida e missão sempre estiveram ligadas ao coração do Divina Providência, pulsando e doando o melhor. De coração, louvo e agradeço o que aprendi, cresci e vivi durante esses 50 anos, sempre interligada com muitas pessoas

Irmã Clair Teresinha Agnes que fizeram crescer a instituição através da ajuda conjunta. As relações de amizade foram crescendo no dia a dia com as lutas e constantes buscas. Inúmeras pessoas, ricas e sábias, fazem parte dessa história – ressalta irmã Clair. A filosofia adotada permitiu que o hospital, próximo de completar seus 25 anos de existência, em 1994, trilhasse um caminho seguro de crescimento, com investimentos que aprimoravam a estrutura física e os instrumentos tecnológicos disponibilizados para o atendimento dos pacientes.

Um dos avanços tecnológicos alcançados pelo Divina Providência a partir dos anos 1980 foi a técnica da videolaparoscopia, naquele tempo aplicada mais em cirurgias de vesícula biliar, hérnia e apêndice. Atualmente, ela está disseminada entre um grande número de especialidades. A evolução da aplicação dessa tecnologia propiciou que, em 1995, o hospital promovesse o I Encontro de Cirurgia Videolaparoscópica de Porto Alegre.

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O ANO DE 1991 foi marcante para a expansão do Divina Providência, com a inauguração de um novo Centro de Tratamento Intensivo (CTI), que possuía 175 metros quadrados de área e capacidade para dez leitos em boxes individualizados. O CTI permitiu que o hospital promovesse a realização de transplantes renais, além de propiciar o incremento de procedimentos complexos, especialmente em especialidades como neurocirurgia, cirurgia cardiovascular e cirurgia geral. Além disso, a direção do Divina Providência estava preocupada com a qualificação dos recursos técnicos ao adquirir, naquele ano de 1991, novos respiradores para assistência ventilatória e biomonitores para monitorização de dados hemodinâmicos à beira do leito dos pacientes. Ainda em 1991, foi inaugurada uma nova unidade de ecografia, o CIMA – Centro de Imaginologia, possibilitando a realização de diagnósticos mais ágeis, especialmente no caso de doenças abdominais, com a vantagem de assegurar baixo custo para o paciente. Entre as melhorias do período, constou também uma reforma completa das instalações elétricas do estabelecimento hospitalar. Aquele era apenas o começo de uma fase de novos investimentos e conquistas do Divina Providência. Logo em seguida, em 1992, os gestores do hospital perceberam que a área física disponível não correspondia mais às exigências determinadas pelo mercado. Mas a ideia era ir além, a atitude a ser tomada não deveria se esgotar na ampliação pura e simples da quantidade de leitos, na transferência de alguns serviços e atividades que ainda se desenvolviam de forma precária.

Equipamentos novos, como respiradores, foram incorporados à UTI

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AS COMEMORAÇÕES DOS 25 ANOS coincidiram com a filosofia adotada em busca da evolução. Para tanto, era preciso crescer, e crescer implicava, obrigatoriamente, construir uma nova ala. Desse modo, ficou decidido que a instituição construiria uma ala anexa ao prédio já existente. Assim, o Hospital Divina Providência ampliou consideravelmente sua estrutura física e funcional ao inaugurar, em 30 de maio de 1995, o prédio anexo C. A nova ala contava com 2.700 metros quadrados distribuídos em oito andares, comportando 21 apartamentos e 14 consultórios médicos, além de laboratórios de análises clínicas, banco de sangue, hemodiálise, área de diagnóstico e farmácia externa. O novo prédio disponibilizava também um auditório com 110 lugares e sala para reuniões de grupo. A inauguração fazia parte ainda da programação pela passagem dos 25 anos do Hospital Divina Providência, no ano anterior. Àquela altura, tradicionalmente reconhecido pelos serviços de obstetrícia, o Divina Providência ganhava visibilidade também em outras especialidades. Em 1996, o hospital investiu na área de cardiologia, com a implantação de um centro cardiológico completo tanto para diagnóstico quanto para cirurgias. Na época, o aporte de recursos para a instalação do Incord chegou a R$ 900 mil, com a aquisição de equipamentos de hemodinâmica, ecocardiografia, ergometria, eletrocardiografia convencional e todo o suporte para a cirurgia cardíaca. Fora isso, na metade da década de 1990, o Divina Providência já respondia pelo maior número de cirurgias plásticas – estéticas e reparadoras – realizadas na capital do Estado. Por essa razão, transformava-se num importante difusor de conhecimentos a respeito da especialidade, com a realização de congressos e simpósios que chamavam a atenção da mídia de todo o País.

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Dr. Ivo Pitanguy Com a participação de cirurgiões plásticos consagrados no Brasil, a exemplo de Ivo Pitanguy, além de especialistas renomados de outros países, vários simpósios foram realizados. Durante os eventos, cirurgias eram transmitidas ao vivo por circuito interno de TV do bloco cirúrgico para o anfiteatro do hospital, sendo comentadas pelos participantes dos encontros.


NO RITMO ACELERADO de expansão posto em prática na década de 1990, foi aberta em 1996 a Unidade Cirúrgica Ambulatorial, dotada de salas de cirurgia e recuperação pós-cirúrgica com toda a infraestrutura de apoio que se fazia necessária (fotos ao lado). A seguir, em 1997, iniciaram as obras do edifício de Recursos Humanos, qualificando ainda mais o setor administrativo do estabelecimento. Embora auspicioso, o ciclo de crescimento verificado até então não revelava tudo que ainda estava por vir. Uma nova etapa de evolução teria início justamente em 1997, ano em que dr. Angelo Giugliani Chaves assumiu a função de diretor técnico, por nomeação da mantenedora Sociedade Sulina Divina Providência. Naquele momento, a diretora do hospital era a irmã Agnes Círia Becker, que esteve à frente da instituição hospitalar em dois períodos, de 1983 a 1985 e entre 1993 e 2001.

A relação estabelecida entre o dr. Angelo e o Divina Providência tivera início muito antes, mais precisamente em 1975, quando ele ainda cursava o 3º ano de Medicina na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas – atualmente denominada Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). O rapaz de 23 anos havia sido convidado por um membro de sua família, que era anestesista do hospital, para acompanhar uma das cirurgias feitas pelo dr. Dirceu Caetano Ferlin, um dos principais nomes do corpo médico do Divina Providência naquele período. A princípio, a intenção do parente era a de que o estudante apenas observasse os procedimentos cirúrgicos, mas, para surpresa do próprio Angelo, o dr. Dirceu fez o convite para que ele auxiliasse a cirurgia. – Eu era um guri voluntarioso, cheio de vontade. Então, essa experiência foi espetacular. Por alguns anos, fiquei auxiliando as cirurgias do dr. Dirceu e outros cirurgiões no Divina Providência, ainda que fosse apenas um estudante de Medicina. Na época, isso era bastante comum, mas hoje não é mais possível – relembra Angelo.

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Imagem aérea de 1997, mostrando a então área útil ocupada pelo complexo do HDP DEPOIS DE SE FORMAR e realizar sua residência

– Formamos uma equipe que demonstrou

médica na Santa Casa de Misericórdia de Porto

afinidade e empatia, assinala o dr. Angelo, citan-

Alegre, Angelo começou a trabalhar como ci-

do o diretor administrativo Darci Mallmann (que

rurgião geral no Divina Providência em 1980,

atuou por mais de 30 anos no Divina Providên-

incorporando-se ao corpo médico do estabele-

cia) e o gerente administrativo Glauco Samuel

cimento. Como vimos anteriormente, o início da

Chagas (atual CEO da Unimed Porto Alegre).

década de 1980 foi um marco na trajetória do

Embora o hospital tivesse superado as difi-

hospital. Desse modo, o dr. Angelo ficou em con-

culdades que havia enfrentado no começo dos

dições privilegiadas de acompanhar todo o pro-

anos 1980 e, inclusive, já ocupasse uma posi-

cesso de expansão do Divina Providência, que

ção de destaque no mercado, havia consenso na

se desdobraria ao longo da década seguinte. Até

equipe de novos gestores de que era imprescin-

que, em julho de 1997, ao sair da sala de cirur-

dível para a instituição continuar a crescer, como

gia, recebeu o aviso de que a irmã Círia desejava

lembra o dr. Angelo:

vê-lo para trocar algumas palavras com ele. – Logicamente me assustei. Pensei: “O que foi que aprontei?”– brinca dr. Angelo.

– Tínhamos alcançado equilíbrio financeiro, sem dúvida, mas ainda faltava dar um salto de qualidade. Por esse motivo, tínhamos o pensa-

Na verdade, não havia motivos para repreen-

mento convicto de que era preciso investir mais

sões. Na reunião, irmã Círia comunicou sua no-

e mais no crescimento das estruturas hospitala-

meação para o cargo de diretor técnico, função

res. Decidimos, então, com o apoio das Irmãs da

que ele exerceu pelos dez anos seguintes, um

Divina Providência, dar um passo decisivo com a

intervalo de tempo bastante profícuo para a

construção do 7º andar do edifício principal do

evolução da instituição.

hospital.

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AS OBRAS DA CONSTRUÇÃO do sétimo pavimento do prédio tiveram início ainda em 1997, sendo concluídas apenas em 2003. Valeu a pena esperar. A ampliação de área construída atingiu 1.800 metros quadrados. A inauguração da nova ala permitiu realocar setores importantes do atendimento do hospital, acentuando a eficiência dos procedimentos e também o conforto dos pacientes. Como exemplo, pode-se citar a transferência do bloco cirúrgico do 2º para o 7º andar – com isso, a quantidade de salas de cirurgia disponíveis aumentou de quatro para nove. Além disso, foi

No final dos anos 1990, diversas obras fora realizadas para qualificar ainda mais o atendimento no hospital

implantada uma sala de recuperação bem mais espaçosa em comparação com a que era anteriormente utilizada. Como se não bastasse, foi implantada no 7º andar uma nova UTI com um total de 10 leitos. É de se registrar que, também em 2003, foi inaugurado o Pronto-atendimento, com área de 300 metros quadrados, em que eram disponibilizadas equipe médica completa e sala de recuperação com seis leitos. Na época, tratava-se do primeiro serviço com essas características oferecido na região sul de Porto Alegre. – Com a qualificação da infraestrutura do Divina Providência, era previsível que os convênios passassem a encaminhar mais pacientes para o hospital, não apenas em função da qualificação do atendimento, mas também devido ao menor custo em comparação com outros hospitais da cidade – explica o dr. Angelo. Porém, o ano de 2003 não trouxe apenas alegrias para a comunidade hospitalar. O Instituto de Previdência do Estado (IPE) havia entrado em crise aguda e deixou de repassar vultosos recursos à rede hospitalar conveniada. No caso específico do Divina Providência, a quantia que não foi repassada chegou ao montante de 8 milhões de reais, em valores da época.

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A construção do 7º andar no anexo B do complexo hospitalar trouxe mais qualidade ao atendimento de pacientes UMA VEZ QUE O IPE representava uma parcela significativa dos serviços atendidos, não é difícil concluir que a saúde financeira do hospital tenha ficado mais uma vez ameaçada por fatores externos. – Essa crise foi terrível. Aquilo doeu demais, nunca mais quero viver algo assim – relembra irmã Ilani Maria Reis, atual diretora institucional do Divina Providência, que na época era coordenadora do Centro Cirúrgico do hospital. Menos mal que os investimentos promovidos no período anterior propiciaram ao Divina Providência as condições necessárias para superar mais uma crise provocada pelo descompasso das finanças públicas – dessa vez, em nível estadual –, já que o IPE era e continua sendo gerido pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul. O fato é que, quando mais esse vendaval passou, o hospital contava com uma estrutura robusta que lhe permitiu retomar em curto prazo a rota de crescimento. – Se tivéssemos saído da crise sem ter feito

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os investimentos que realizamos entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000, talvez tivéssemos patinado por muito tempo até recuperar o fôlego – observa dr. Angelo. Tanto é verdade que as obras de qualificação do Divina Providência seriam retomadas nos anos posteriores. Em 2007, por exemplo, foi reinaugurado o Centro Materno-infantil e, no ano seguinte, a área de Emergência foi ampliada, além de passar por reformas. Já em 2011, o hospital passou a contar com um novo prédio administrativo. Ainda na década de 1990, o Divina Providência adotou a meta de se transformar em referência em procedimentos médico-hospitalares de alta complexidade. Com investimentos projetados a partir de uma realidade financeira consolidada, tendo como base de clientes os usuários de planos de saúde empresariais, o hospital reunia condições de continuar investindo no ajuste da estrutura física, na compra de modernos equipamentos e no treinamento do quadro funcional.


O atendimento materno-infantil sempre esteve....

...entre as prioridades do Divina Providência

PARALELAMENTE aos investimentos citados anteriormente, o Divina Providência deu início a uma mudança de cultura organizacional bastante significativa. Como isso se deu? Ao diferencial de acolhimento humanitário, que sempre existiu e continua a ser até hoje a principal característica da instituição hospitalar, foi agregada uma nova visão de negócio, como relata Olvides Martini, atual coordenadora de Planejamento da Rede de Saúde Divina Providência: – O hospital sempre encantou as pessoas pelo ambiente bonito e aconchegante, além de possuir um conceito forte de maternidade. Sem perder esse perfil, buscamos, já nos anos 1990, construir uma visão estratégica de negócio para alcançar um posicionamento ainda mais forte no mercado – conta Olvides.

Uma das manifestações desse novo posicionamento foi a adesão do Divina Providência às diretrizes do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). No primeiro momento, dois consultores deram início à aplicação de metodologias como o 5S, ferramenta de melhoria contínua e qualidade total de procedência japonesa, que remete aos sensos de utilização, organização, limpeza, padronização e disciplina. Em seguida, profissionais do próprio hospital assumiram o desenvolvimento dos programas de qualidade, implementando atividades de treinamento permanente dos colaboradores para aperfeiçoar, ampliar e multiplicar os conhecimentos aplicados no dia a dia do estabelecimento.

Prêmios de qualidade Com o objetivo de aperfeiçoar a cultura organizacional e assegurar mais eficiência às suas atividades operacionais, o Divina Providência aderiu, em 1995, ao Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). A partir daí, passou a aplicar metodologias e ferramentas da qualidade no dia a dia do hospital. Nos anos seguintes, a instituição veio a conquistar diversas premiações concedidas pelo PGQP em reconhecimento aos resultados alcançados.

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O novo 7º andar passou a abrigar salas de atendimento cirúrgico ALÉM DA ADESÃO aos programas de qualidade, outro fator contribuiu para aprimorar a cultura organizacional do Divina Providência. No começo dos anos 2000, uma consultoria externa foi contratada para auxiliar na construção de um novo posicionamento estratégico da instituição. Até ali, a elaboração e a execução do planejamento estratégico ainda estavam demasiadamente restritas ao âmbito dos cargos de diretoria. Para que a aplicação das diretrizes planejadas fosse efetiva e produtiva, era necessário “horizontalizar” todo o processo, acentua Olvides. A ideia era buscar o envolvimento da totalidade das equipes, bem como intensificar a profissionalização dos processos de gestão. A consultoria externa passou a trabalhar com ferramentas e metodologias como o BSC (Balanced Scorecard), instrumental que mede o desempenho da empresa através do acompanhamento de indicadores previamente definidos.

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Passado um tempo, chegou-se à conclusão de que o processo iniciado na virada do século deveria ser retomado ainda com mais força. Assim, em 2007, uma nova consultoria externa foi requisitada para implementar com maior rigor e profundidade as medidas necessárias a fim de consolidar uma nova cultura organizacional. – Aí, sim, começamos a criar uma cultura mais reforçada, envolvendo as pessoas, atribuindo responsabilidades – observa Olvides.

A recepção do novo Pronto-atendimento quando da inauguração, em 2003


OUTRO GARGALO a ser resolvido era a área de estacionamento. Para solucioná-lo, foi inaugurado, em 2007, o edifício-garagem com seis andares, multiplicando por dez a quantidade de vagas até então disponíveis. Propositadamente, a inauguração foi marcada para o dia 31 de maio para coincidir com as comemorações do aniversário de 38 anos do Divina Providência. O ponto alto da festa foi a apresentação do espetáculo Tangos e Tragédias, com a dupla de atores e músicos Hique Gomez e Nico Nicolaiewsky – marco da cena artística do País, o show quebrou recordes ao permanecer em cartaz por um longo período, de 1984 a 2014 (até o falecimento de Nico). No Divina Providência, como a apresentação estava prevista para

acontecer no terraço do novo estacionamento, a torcida durante a semana era para que não chovesse. – Por sorte, tivemos uma linda noite de lua, ainda que um pouco fria. Colocamos 300 cadeiras no terraço. Da janela dos apartamentos, pacientes e familiares acompanharam o espetáculo. Foi uma festa maravilhosa – relembra dr. Angelo. Assim, a beleza e o encantamento de Tangos e Tragédias, no topo do novo edifício-garagem, simbolizaram a relevância que o Hospital Divina Providência havia conquistado de forma permanente no âmbito das instituições dedicadas à promoção da saúde em Porto Alegre. Aquele pequeno hospital nascido da dedicação e perseverança das irmãs da Congregação Divina Providência crescia determinadamente rumo ao futuro.

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Distribuídos pelas paredes de todos os cantos do Hospital Divina Providência, os quadros pintados em óleo e acrílico sobre tela pela irmã Leonora Welter, inspirados em temas da natureza, refletem a dedicação e o amor da religiosa pela instituição. Natural de Ivoti, ela ingressou na congregação há 56 anos e começou a pintar as peças duas semanas após a inauguração do hospital, em 1969, além de trabalhar na área de manutenção do estabelecimento. Em recente depoimento, irmã Leonora disse: “Às vezes, eu nem sabia como fazer o que me solicitavam. Mas a cabeça, cheia de ideias, não parava de funcionar. Fui em busca de conhecimento, de cuidar dos detalhes para que o hospital ficasse de acordo com o que todos esperavam: um lugar tranquilo e agradável”.

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NOSS0

futuro

Atualizado com tecnologia de ponta e reconhecido por suas práticas seguras e processos de elevada qualidade em todas as áreas de atuação, o Hospital Divina Providência segue rumo ao futuro sempre preservando a essência de sua vocação: o cuidado amoroso à vida através de um serviço assistencial eficiente e humanizado.


O ano de

2019

É ESPECIAL PARA O HOSPITAL DIVINA PROVIDÊNCIA. Não bastasse representar o cinquentenário da instituição hospitalar fundada no final da década de 1960 pelas irmãs da Congregação da Divina Providência, que nela imprimiram a marca do cuidado amoroso à vida através de um serviço assistencial eficiente e humanista, a data reservou conquistas importantes para a casa de saúde. Em fevereiro, o HDP recebeu o selo de Nível 2 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), como reconhecimento pela adoção de práticas seguras e processos plenos em sua integração e pela elevada qualidade em todas as suas áreas. Em particular, o setor de Emergência registrou tempo médio de espera, entre a chegada do paciente e o atendimento médico, inferior a 20

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minutos. Um excelente resultado, decorrente de uma estrutura ágil, organizada, com previsibilidade do cuidado, centrada no paciente e nas suas necessidades, além de fortemente capacitada para atendimentos de alta complexidade. Além disso, no início de 2019, a Rede de Saúde Divina Providência, formada em 2012, assumiu também a gestão do Hospital Estrela, fundado há 90 anos, ampliando ainda mais sua atuação em território gaúcho. Cabe destacar que o Estrela foi doado pela Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, que, em um ato de altruísmo, puseram esse patrimônio à disposição para que continuasse beneficiando a população no cuidado da vida e da saúde.


25.642m² de área útil construída no complexo HDP

NESTE MOMENTO de dupla comemoração – pelo cinquentenário e pelo selo de acreditação da ONA –, os dados quantitativos revelam a importância que possui hoje o Hospital Divina Providência no cenário da promoção da saúde de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Com área construída de 25.642 metros quadrados (foto na página ao lado), o estabelecimento disponibiliza atualmente 181 leitos para internação, dos quais 30 em Unidades de Terapia Intensiva – 16 na UTI de adultos e 14 na UTI neonatal. A instituição hospitalar conta com 1.336 funcionários ativos e 2.691 médicos integrantes de seu corpo clínico.

Outros números também mostram a atual pujança do hospital. Em 2018, foram registradas 12.957 internações, além de 34.174 consultas no setor de Emergência e outras 25.243 nas áreas ambulatoriais. No período, a quantidade de cirurgias chegou a 15.176 e o número de partos atingiu 3.110. A totalidade de exames realizados pelos Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento ao longo do ano passado foi de 54.662. – Com foco em procedimentos de alta complexidade, o hospital é a locomotiva que desempenha papel preponderante para a sustentabilidade da Rede de Saúde Divina Providência – assinala Ricardo Minotto, que há dois anos integra a direção executiva do HDP.

Genoma

O Projeto Genoma Humano (PGH) foi uma pesquisa científica que contou com a participação de especialistas de 18 países, inclusive do Brasil. Em abril de 2003, um comunicado anunciou que a iniciativa fora concluída com sucesso, com o sequenciamento de 99% do genoma humano, com uma precisão de 99,99%. Criado em 1990, o projeto teve o envolvimento de mais de 5 mil cientistas e 250 diferentes laboratórios.

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A SUSTENTABILIDADE DOS SERVIÇOS no hospital tem base no fato de que 95% dos atendimentos estão dirigidos à área de saúde suplementar, ao passo que os 5% restantes correspondem a pacientes particulares. Cabe lembrar que, no âmbito da saúde complementar, as operadoras de saúde da iniciativa privada apresentam protagonismo como as principais contratantes do setor. – Nesse sentido, os planos de saúde são nossos parceiros na busca de resolubilidade assistencial com qualidade, segurança, humanização e custo-efetividade – diz Minotto. O diretor destaca que, muitas vezes, os chamados hospitais generalistas, que se caracterizam pelo atendimento de pacientes em muitas especialidades simultaneamente, correm o risco de gerar conflitos e dificuldades internas em função de perda de sinergia. Por essa razão, é importante que, progressivamente, a instituição reconheça e reforce suas identidades dentro de parâmetros alinhados, que, no caso do Hospital Divina Providência, se denominam Linhas de Cuidado.

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75%

dos pacientes do Divina Providência residem em Porto Alegre

A intensa procura pelo atendimento no setor de Emergência revela que cerca de 75% dos pacientes do Divina Providência são residentes na Capital. Se não computarmos os pacientes da Emergência, pouco mais da metade do público passa a ser oriunda de fora, com predominância dos municípios da Região Metropolitana.


AS ESPECIALIDADES, nas quais as equipes desempenham seu trabalho a partir de diretrizes clínicas, fluxos e protocolos, compõem as Linhas de Cuidado, com o objetivo de garantir a qualidade e a continuidade do tratamento. O coordenador acompanha etapa por etapa e determina se algum procedimento fora do planejamento inicial precisa ser realizado. Com isso, o paciente tem a segurança de que a sua saúde está sendo tratada como deve: com todo cuidado e atenção. Entre as principais Linhas de Cuidado da instituição encontra-se a área materno-infantil. O Hospital Divina Providência possui, tradicionalmente, não apenas a vocação, mas também o reconhecimento do mercado pela qualidade de seu desempenho em obstetrícia e maternidade. – O Centro Materno-infantil é uma referência histórica de atendimento em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Isso ocorre muito em função do DNA de atuação das irmãs da Divina Providência, que desde o começo de sua história têm uma relação forte com o conceito de maternidade humanizada, segura e resolutiva ­– ressalta o dr. Willian Dalprá, diretor técnico da área médica.

LINHAS DE CUIDADO Metodologia baseada na capacidade do hospital em atender completamente as necessidades do paciente em determinadas especialidades, de forma previsível, regulada e gerenciada. Nesse processo, são levadas em conta premissas de segurança e resolutividade (capacidade de resolver ou finalizar processos), permitindo uma abordagem interdisciplinar e mais horizontalizada possível.

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MAIS RECENTEMENTE, o hospital tem buscado fortalecer também os cuidados relacionados à neonatologia, segmento da medicina que se ocupa das crianças desde o nascimento até 28 dias de vida, quando deixam de ser nomeadas recém-nascidas. Esse zelo se faz necessário principalmente nos casos de gestantes de alto risco, que apresentam alguma patologia que possa gerar riscos para a criança, com interrupção da gravidez ou prematuridade. Frequentemente, os 14 leitos disponíveis na UTI neonatal apresentam nível pleno de ocupação. – O hospital ampliou sua atenção e seus desenhos assistenciais nos cuidados dispensados aos recém-nascidos que precisam permanecer internados algum tempo conosco, seja devido ao baixo peso ou a qualquer outra complicação que se registre. Uma área na qual ainda pretendemos reforçar e ampliar a nossa atuação –

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observa o diretor Dalprá. Paralelamente, observa-se nos dias de hoje um índice elevado de partos cesáreos, não apenas no Divina Providência, mas em toda a rede hospitalar. Esse fenômeno ocorre especialmente no campo da saúde complementar por decisão da paciente, muitas vezes em consenso com o médico. No HDP, o percentual de cesarianas é de 75% da totalidade de partos efetuados. Há uma preocupação em diminuir essa porcentagem, com o intuito de humanizar os procedimentos do nascimento das crianças, aumentando gradualmente a incidência de partos normais, mas respeitando sempre o protagonismo da gestante em decidir a forma de dar à luz. – A próxima meta objetiva é que possamos baixar os partos cesáreos para um patamar de 60% – estima Minotto.


TAMBÉM NO BLOCO CIRÚRGICO do Divina Providência há Linhas de Cuidado que se destacam, cuja excelência é reconhecida tanto pelo corpo médico quanto pelo segmento de convênios particulares. Os pacientes ficam em média três dias internados quando integram essas linhas que perpassam o bloco cirúrgico, o qual dispõe no momento de nove salas com equipamentos e instrumentais de última geração, adequados para a realização de variados tipos de intervenções e procedimentos de alta complexidade. As cirurgias correspondem atualmente a cerca de ¼ do atendimento hospitalar do Divina Providência, apresentando volume superior, inclusive, às intervenções de obstetrícia, que incluem partos naturais e cesáreas. – Em parte, isso está relacionado ao fato de que, nos últimos anos, estamos intensificando o atendimento de cirurgias especializadas. O hospital possui musculatura e estrutura para atender com segurança e qualidade aos pacientes cirúrgicos – informa o dr. Maurício Menna Barreto, gerente médico do HDP.

A área de cirurgia bariátrica está entre as especialidades com atuação relevante no bloco cirúrgico. Foi certificada pela Surgical Review Corporation (ao alto) — entidade independente, com sede nos Estados Unidos, responsável pela acreditação de hospitais e profissionais de saúde em todo o mundo. A certificação se dá devido aos elevados índices de resolubilidade e qualidade alcançados.

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AS CIRURGIAS do aparelho digestivo, de modo geral, estão entre as de maior demanda no bloco cirúrgico. Outra vocação do Divina Providência igualmente reconhecida é a de cirurgias do aparelho urinário, em especial o cuidado à saúde do homem. Ao mesmo tempo, nas enfermidades relacionadas à coluna e ao sistema musculoesquelético, o hospital ganha cada vez mais espaço, não apenas em função dos bons resultados atingidos, mas também por causa da relação custo/efetividade. – Essa relação tem a ver com o tempo de internação do paciente e, obviamente, a conta hospitalar. São itens que o mercado contratante de serviços de convênios sempre demonstra

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preocupação – explica Ricardo Minotto. De outra parte, o HDP vem se destacando nos últimos anos no controle e na gestão de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), equipamentos indicados nas demandas de pacientes de traumatologia, principalmente, mas também de outras áreas. Nesses casos, o hospital adota uma atitude de extremo rigor no controle de qualidade e rastreabilidade dos materiais utilizados de forma temporária ou que permanecem em definitivo no paciente (como em implantes, por exemplo). – É uma área complexa de atuação, que abrange o relacionamento com médicos, convênios, fábricas e distribuidores de materiais – observa o diretor executivo.


A ÁREA CARDIONEUROVASCULAR vem sendo cada vez mais fortalecida dentro da instituição, enfatiza o diretor executivo. Afinal de contas, as doenças do aparelho circulatório, que incluem as enfermidades do coração, representam, atualmente, a principal causa de morbimortalidade (conceito referente ao índice de pessoas mortas em decorrência de uma doença específica) no Rio Grande do Sul. – Estamos tomando providências para retomar uma posição de destaque na área cardiovascular, na qual o hospital já teve atuação acentuada e é uma vocação. Pretendemos voltar a atuar no segmento com vigor – reforça Ricardo Minotto. Por sua vez, neoplasias ou tumores consistem na segunda maior causa de morbimortalidade no Estado. Não por acaso, o tratamento do câncer é outra das Linhas de Cuidado muito importante no Hospital Divina Providência, que conta com setores de tratamento cirúrgico e centro de infusões es-

truturados adequadamente para o atendimento dos pacientes. A conexão do HDP com as demandas mais essenciais da sociedade faz com que as prioridades de atendimento sofram modificações ao longo do tempo. A atenção para as Linhas de Cuidado do aparelho digestivo, cirurgia bariátrica, aparelho urinário, cirurgia de ortopedia e neurocirurgia está presente nas diretrizes estratégicas do hospital.

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O SETOR DE EMERGÊNCIA também é hoje uma referência em Porto Alegre como estrutura organizada para salvar vidas que se destaca pelo menor tempo de espera e o alto índice de resolução. O destaque é feito pela coordenadora de Planejamento da Rede de Saúde Divina Providência, Olvides Martini: – Há um trabalho em equipe bastante afinado e integrado. Cada profissional sabe exatamente qual procedimento adotar de acordo com

rigorosos protocolos. Em 2018, foram registrados 34.174 atendimentos no Pronto-atendimento. Nos primeiros quatro meses de 2019, o tempo médio de espera entre a chegada do paciente ao setor de Emergência e o efetivo atendimento médico foi de apenas 19 minutos, resultado considerado excelente pelos gestores da área – a meta é a de que esse período se mantenha abaixo de 30 minutos.

Uma informação importante é a de que o site do hospital (divinaprovidencia.org.br/divina) comunica em tempo real qual é o intervalo de espera para atendimento na Emergência durante as 24 horas do dia, ininterruptamente, ao longo dos sete dias da semana. Com isso, qualquer pessoa tem na palma da mão acesso a essa informação. – Esse é um dos nossos grandes diferenciais

estratégicos, que reflete o compromisso da instituição em construir um relacionamento absolutamente transparente com a sociedade – afirma o gerente médico, Menna Barreto.

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UMA DAS RAZÕES para o atendimento extremamente ágil da Emergência é a estruturação do serviço a partir de um sistema de classificação de risco simbolizado por cores (azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) – conhecido em inglês como Emergency Severe Index. A cor indica a necessidade ou não de acelerar o atendimento, conforme a gravidade da situação clínica apresentada pelo paciente. Dessa maneira, o azul representa um quadro de menor risco. Verde já exige alguma atenção, ao passo que, a partir do amarelo, passando por laranja e vermelho, a classificação por cores sinaliza, gradativamente, o risco de complicação e instabilidade da saúde do paciente. – No caso de classificação com a cor vermelha, por exemplo, a pessoa não espera, vai diretamente para a unidade de pacientes críticos – esclarece Menna Barreto. A rapidez de socorro mostra-se extremamente relevante em casos de acidente vascular cerebral (AVC), dor torácica (infarto) e sepse (infecção generalizada), onde cada segundo é decisivo para o êxito do tratamento e para a redução de eventuais sequelas, o que faz com que protocolos específicos sejam imediatamente acionados. É também crucial em outros eventos nos quais o tempo de atendimento é igualmente uma questão de vida ou morte.

Uma estrutura de apoio muito bem organizada dá suporte aos serviços de emergência. No atendimento complementar de retaguarda, estão incluídas as ações de eletrofisiologia, indicadas para arritmias e outras doenças cardíacas, além de angioplastia e cateterismo diagnóstico ou terapêutico – neste último caso, o procedimento pode evoluir para implante de stents no paciente.

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A PARTIR DE MAIO de 2019, a Emergência passou a contar com um médico cardiologista de plantão, devido à importância dessa Linha de Cuidado para a saúde dos pacientes. O lançamento da emergência cardiológica representa mais um produto diferenciado do Divina Providência. – A Emergência está muito bem organizada como porta de entrada do paciente. É uma das áreas de cuidado na qual o hospital vem intensificando a estrutura e a organização de serviços, seja na cardioneurovascular, seja no tratamento clínico – registra Ricardo Minotto. Como resultado de todas essas providências, o setor de Emergência representa um expressivo volume da totalidade de internações – algo em torno de 28%. Em abril de 2019, foram 301 pacientes internados. Em parte, esse índice considerável também se deve à falta de uma cultura consolidada de promoção e prevenção da saúde,

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como aponta o diretor executivo: – Como o paciente não faz as necessárias avaliações com seu médico a cada seis meses, um ano ou dois anos, conforme a idade e a condição clínica, ele acaba demandando atendimento não programado de urgência, o que acarreta pressão crescente sobre o setor de emergência dos hospitais. No Hospital Divina Providência, a rotina de exames e avaliações clínicas para prevenção e promoção da saúde tem espaço reservado, ajudando a evitar atendimentos de urgência ou emergência. É o Centro Clínico, onde são disponibilizadas consultas eletivas aos beneficiários de planos de saúde e particulares. – É um serviço muito bem organizado, que já está ficando pequeno para a demanda que se estabeleceu. Temos 25 mil consultas efetivadas a cada ano, com uma necessidade crescente de agendamentos – acrescenta o diretor.


Comunicação interna UMA COISA É CERTA: seja no Centro Clínico, nas unidades de internação ou na própria Emergência, o trabalho com o corpo médico visa a estabelecer um alinhamento de propósitos com a instituição, de acordo com o diretor técnico, dr. Dalprá. Segundo ele, de um lado os médicos têm a valiosa oportunidade de atuar em um hospital que, reconhecidamente, privilegia o cuidado amoroso à vida, o que vai ao encontro da essência da profissão médica. De outra parte, ali eles encontram uma grande perspectiva de crescimento técnico, especialmente em áreas que agregam complexidade assistencial e que necessitam de estruturas tecnológicas mais aprimoradas. Atualmente, o Centro Clínico disponibiliza para consultas 94 médicos de 33 especialidades, tanto de alta quanto de baixa complexidade. O setor é atendido por um amplo parque de serviços diagnósticos e terapêuticos, a exemplo de ressonância magnética, tomografia, endoscopias e exames cardiológicos, entre outros.

Desde o CEC – Informa, boletim com artigos científicos e notícias do estabelecimento hospitalar da década de 1990, até Divininho, Divina em Rede e Gente do Verde, entre outras publicações mais recentes, o Hospital Divina Providência investe em veículos de comunicação para fortalecer o relacionamento, especialmente com seus colaboradores, mas também com os demais públicos com os quais interage.

Divina em Rede

informativo interno dos hospitais da Rede de saúde divina Providência Ano XV • Nº 171 • Outubro de 2018

Rede Realiza ações no

OutubrO rOsa

O câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo. No mês dedicado à sua prevenção, a Rede de Saúde Divina Providência une-se à luta contra o aumento da incidência e da mortalidade decorrentes da doença. Conhecimento que previne

Dicas e informações para as colaboradoras

Organizado pelos mastologistas Vivian Fontana e Luís Antônio, a equipe do

Um cartaz com dicas de saúde está exposto no refeitório do Santa Isabel. E

CDI e Adriana Wstphal, o HDP promoveu evento sobre câncer de mama. Entre os assuntos abordados: fatores

uma equipe multidisciplinar (nutricionista Ângela Pozzebon; enf. Guilherme Mantovani; farmacêutica Priscila Zer-

de risco, prevenção, tratamentos, autoexame, métodos diagnósticos, relatos de pacientes e os serviços presta-

ves; as téc. de enf. Michele Gracioli e Carina Martini) tiraram dúvidas e mostraram como se faz o autoexame.

dos na instituição.

Vitoriosas dão seus depoimentos

Bem-estar feminino em destaque Cuidados de saúde da mulher e informações importantes sobre o câncer

A Cipa do HI convidou voluntárias no Instituto da Mama do Rio Grande Sul para um bate-papo com as vitoriosas

de mama foram compartilhados no São José. A mastologista Ângela Parizotto palestrou para os colaboradores

(nome que o Imama dá às mulheres que enfrentam ou enfrentaram o câncer de mama). Também foram dadas

da instituição e de postos de saúde do município.

dicas de cuidados e prevenção da doença e oficina da Mama Amiga. Houve momento de maquiagem e de sorteio de brindes.

Aos médicos, com carinho! A Rede de Saúde Divina Providência externa sua gratidão e reconhecimento aos médicos e médicas que atuam em seus hospitais. Por isso, uma singela homenagem foi feita para marcar o 18 de outubro, dia dedicado a esses “guardiões da saúde”. Mais do que uma profissão, vocês têm a missão divina de cuidar das pessoas e de salvar vidas. A todos, o nosso muito obrigado!

Hospital Divina Providência

Hospital Independência

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Hospital Santa Isabel

Hospital São José


HÁ OITO ANOS TRABALHANDO no Divina Providência, e desde 2018 no cargo de diretor técnico, William Dalprá destaca que o desenvolvimento das Linhas de Cuidado propicia um crescimento profissional consistente para a classe médica. Ao mesmo tempo, exige um engajamento do profissional no sentido de que ele esteja disposto a caminhar junto com o hospital em uma trajetória de aperfeiçoamento permanente. A estrutura de governança clínica prevê um acompanhamento sistemático de desempenho técnico e assistencial do médico, assim como de

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seu alinhamento com as iniciativas do hospital. Para isso, estão sendo elaboradas ferramentas de monitoramento a partir de indicadores específicos, além de avaliações qualitativas através de conversas com pacientes, familiares, outros médicos e equipes de assistência com enfermeiros e fisioterapeutas. Um dos principais quesitos considerados é a integração do médico na equipe interdisciplinar de trabalho para atuar em harmonia com os demais profissionais das áreas assistenciais, como destaca o dr. Dalprá: – Precisamos evoluir no sentido de valorizar cada vez mais o trabalho interdisciplinar, em um desenho no qual o médico é subsidiado por opiniões e outros vieses técnicos fundamentais para centrar o cuidado no paciente e em suas necessidades. O conjunto qualificado do corpo técnico reúne profissionais médicos, funcionários, residentes e estagiários. Com a finalidade de aperfeiçoar cada vez mais os serviços assistenciais, desde 2014 o Divina Providência está desenvolvendo com sucesso uma experiência inovadora com os chamados médicos hospitalistas.


O HOSPITAL OPTOU por investir no projeto dos médicos hospitalistas, formato que assegura uma atenção mais concentrada aos pacientes internados, graças à horizontalidade do processo. Nesse modelo inovador, o enfermo tem um acompanhamento mais próximo e contínuo, permitindo que as intervenções que se façam necessárias sejam tomadas mais precocemente. Desse modo, é possível abreviar o período de internação e reduzir o risco de condições adversas, como infecções, por exemplo, à medida que o paciente fica menos tempo exposto ao risco de desenvolvê-las. – A tendência é a de que cada vez mais as pessoas procurem os hospitais não pela proximidade de sua casa ou apenas pela indicação de cobertura de seu plano de saúde. Elas deverão escolher a instituição hospitalar que apresente melhores indicadores de segurança, resolutibilidade e desempenho. Não tenho dúvidas de que estamos caminhando em direção a essa realidade – acentua Dalprá.

Em meio século de vida, o Hospital Divina Providência passou por inúmeras reformas de expansão e aprimoramento de suas estruturas físicas, mas algo permaneceu inalterado – o piso em preto e branco do saguão de entrada, no andar térreo, local abençoado por dom Vicente Scherer no ato de inauguração, em 1969. – Certa vez, foi sugerido que mudássemos, mas achamos por bem mantê-lo. Para nós, faz parte da história do hospital – revela a irmã Ilani Maria Reis, diretora institucional do HDP.

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AO FINAL DA DÉCADA de 2000, as irmãs da Divina Providência e os gestores do hospital concluíram que, após a ampliação da estrutura física e a qualificação dos processos, com a implantação de ferramentas de qualidade na instituição hospitalar, chegara a hora de dar um novo salto de qualidade. Foi então que as religiosas começaram a pensar na criação de uma rede de hospitais que pudesse complementar o trabalho desenvolvido pelo HDP. A ideia pressupunha que um conjunto de estabelecimentos poderia colher os frutos gerados em décadas de serviço apostólico direcionado ao cuidado em relação à vida e usufruir de um trabalho compromissado com a eficiência, a fidelidade e o carisma da Congregação Divina Providência. Uma série de outros fatores também contribuiu para a decisão de abertura e ampliação institucional, como por exemplo: mudanças jurídicas internas, perspectivas econômicas para o setor e o novo marco regulatório da filantropia. Entre as razões que justificavam a atuação em rede estava ainda a busca por uma gestão participativa e circular, com eficiência administrativa, resultados múltiplos, integração e compartilhamento de valores institucionais, além da troca de informações através de indicadores de desempenho e padrões de qualidade. A escolha de um modelo administrativo melhor integrado, com foco nos resultados, projetava um horizonte de crescimento mais sustentável.

Hospital ndependência

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Hospital Santa Isabel

Hospital São José

Hospital Estrela


EM 2009, as irmãs instituíram um grupo de trabalho para elaborar o planejamento de constituição da rede hospitalar, movimento que ganhou realidade três anos depois. Foi quando surgiu a proposta de, em parceria com o poder público, as religiosas assumirem a cogestão do Hospital Independência, na Capital, que se tornaria a primeira instituição a se juntar ao HDP para a formação da Rede de Saúde Divina Providência (RSDP). A oficialização da rede ocorreu em maio de 2012, por decisão da diretoria da Sociedade Sulina Divina Providência (SSDP). Atualmente, a RSDP conta com outros três hospitais (ver quadro). Em paralelo ao desenvolvimento da formação da rede, a SSDP iniciou, em meados da década de 2010, um processo de reestruturação das instituições de saúde que gerencia. Além do HDP, localizado no bairro Cascata, da Capital, a rede inclui o Hospital Independência, situado no bairro Jardim Carvalho, zona leste de Porto Alegre, com 100% de atendimento SUS, e mais três hospitais do Vale do Taquari – Santa Isabel (de Progresso), São José (de Arroio do Meio) e Estrela (de Estrela), este incorporado em 2019. Os três atendem a pacientes de SUS, convênios e particulares.

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O CONSELHO EXECUTIVO da RSDP conta com representantes de todas as instituições que dela fazem parte. Durante o ano de 2019, surge a Central de Serviços Compartilhados, concentrando a

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operação de áreas que prestam apoio aos cinco hospitais, como RH, TI, gestão de qualidade, financeiro e marketing, entre outras, o que resulta em ganhos de sinergia e economia de custos.


UM DOS PILARES do aprimoramento da qualidade assistencial do hospital é o processo de certificação, ao qual a instituição tem se submetido nos últimos anos. O esforço para atender às exigências requeridas pela acreditação faz com que a instituição estabeleça um processo de aperfeiçoamento contínuo de estruturas e procedimentos. – Desde que comecei a trabalhar no Divina, em 2014, houve uma evolução imensa da parte assistencial, em grande parte devido à pressão externa exercida pelo processo de acreditação, que influenciou fortemente a mudança da cultura organizacional – afirma a enfermeira Fabiane Fengler, gerente técnica assistencial do HDP. Ao avaliar mais de 60 itens referentes às práticas seguras e os processos de qualidade, a equipe de auditores chega ao ponto de se dirigir até a beira do leito para entrevistar pacientes. Para alcançar os resultados desejados, o hospital recorreu a ferramentas de desenvolvimento dessas práticas e, principalmente, a atividades constantes de capacitação para educar as pessoas. – As equipes passaram a contar com multiplicadores de práticas seguras para minimizar cada vez mais a possibilidade de erro – anota Fabiane.

O processo de acreditação culminou em 19 de março de 2019, quando o Divina Providência recebeu o título de Hospital Certificado em Nível 2 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde no Brasil, com foco na segurança do paciente. No País, dos 7,1 mil hospitais, apenas 329 possuem selo ONA. No Rio Grande do Sul, de 420 hospitais, somente 19 estão neste patamar da acreditação. Na foto acima, confraternização durante a visita da equipe da ONA em 2018.

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ALÉM DO HDP, o Hospital Independência (acima), pertencente à Rede de Saúde Divina Previdência, também foi acreditado pela ONA em Nível 2. Ambos já eram reconhecidos pela Categoria 1, que foi conquistada em 2017. O Hospital Estrela, por sua vez, está acreditado por enquanto no Nível 1, ao passo que o Hospital São José deu início recentemente às primeiras auditorias de acreditação. Segundo a coordenadora Olvides Martini, a meta é certificar todos os integrantes da Rede até 2023. Os hospitais têm a oportunidade de subir de patamar de acreditação em intervalos de dois anos. No Nível 1, o foco da avaliação é a segurança do paciente. O segundo grau de acreditação analisa, além da segurança, também a qualidade dos processos. É o estágio em que

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se encontra atualmente o Divina Providência. O próximo passo é alcançar, em 2021, o Nível 3, que reconhece o patamar de excelência de funcionamento, além de verificar a aplicação do conceito de melhoria contínua em todas as áreas do estabelecimento hospitalar. – Neste grau de certificação, tudo precisa estar funcionando de forma impecável, com um mínimo de falhas, para que o paciente se sinta realmente seguro de que será curado dentro do hospital – acrescenta Olvides. Para alcançar o estágio de excelência, é fundamental o papel desempenhado pelo modelo de governança, que prevê a realização de reuniões estratégicas para avaliação de processos com a participação de gestores, médicos, enfermeiros e demais profissionais.


OUTRA CONSEQUÊNCIA da mudança de cultura organizacional é a aproximação da direção com as áreas assistencial e operacional a partir da descentralização dos processos de gestão do hospital. – O comitê gestor se aproxima das pessoas que trabalham no nível operacional, o que é muito importante para que não se perca o foco na humanização. As pessoas que estão na linha de frente e lidam diretamente com os pacientes precisam sempre ser ouvidas – relata a enfermeira Fabiane. A partir dessa proximidade com a área operacional, surgiram diferentes sugestões de melhoria, além de iniciativas dos profissionais das equipes assistenciais no desenvolvimento de atividades e alinhamento de processos. Esse cenário contribuiu significativamente para a qualidade e a segurança da assistência prestada aos pacientes, assim como aos familiares. O foco na humanização está diretamente ligado aos valores do HDP e se encontra presente, por exemplo, nos cuidados paliativos promovidos junto a quem não tem mais perspectiva de cura. Nesses casos, a equipe multiprofissional desenvolve um acompanhamento explícito ao paciente em estágio terminal e junto à sua família, sempre sob a ótica da melhor qualidade de vida por meio da prevenção, assim como a do alívio do sofrimento imposto pela doença, quando são levados em consideração, sobretudo, aspectos sociais, psicológicos e espirituais.

Ações lúdicas e práticas buscam humanizar o atendimento. Como, por exemplo, festas de comemoração de aniversários dos pacientes hospitalizados em condições adversas, com participação de familiares e amigos. Outra medida é a extensão do horário de visitas no CTI adulto, que passou a ser promovida a partir de avaliações individuais que os profissionais da equipe multidisciplinar realizam junto a familiares dos pacientes.

Mensagem de um paciente sobre o atendimento que vivenciou no HDP 53


OS PROCESSOS de humanização no atendimento também se fazem presente na UTI neonatal. Ali, a equipe multiprofissional desenvolve uma série de atividades que visam a aliviar o sofrimento nesse momento doloroso. Uma prática singela nesse sentido é a confecção de roupas de super-heróis para vestir os bebês no Dia das Crianças. No Natal, outras ações similares ocorrem, como em 2018, quando os bebês foram vestidos com roupinhas de Mamãe e Papai Noel. Em suas mãos, seguravam um cartão para os pais que continha uma mensagem e o carimbo da marca de seus pés. Mais recentemente, foi criado um serviço de orientações e acompanhamento para os pais, coordenado por uma psicóloga clínica e envolvendo toda a equipe assistencial da UTI e de outras áreas afins. Também na UTI neonatal, outra atividade que carrega o mesmo conceito é a musicoterapia. Nesses momentos, as equipes evitam realizar qualquer tipo de procedimento e as crianças podem ficar no colo das mães escutando música de ninar. O período de relaxamento em contato com a mãe reduz traumas e aumenta o bem-estar do bebê, benefícios que foram comprovados mediante a monitoração dos sinais vitais dos pequenos pacientes.

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A CONSTATAÇÃO de que os níveis de ocupação do Hospital Divina Providência em situações pontuais ultrapassam 100% serviu de base para a construção do Plano Diretor HDP – 50 Anos, que tem como horizonte de tempo o prazo de dois a três anos para sua execução. O objetivo é ampliar as áreas de atendimento cuja demanda da sociedade se revela crescente. Haverá um reforço na vocação de Linhas de Cuidado de maior complexidade assistencial, que apresentam alto potencial de impacto no resultado assistencial e na sustentabilidade do hospital, beneficiando clientes e equipes de trabalho. Uma das áreas com maior demanda da saúde da população é a de tratamento intensivo. Por isso, aumentar o volume de leitos das UTIs é um dos focos no HDP. Atualmente, a UTI adulta dispõe de 16 leitos. A projeção é aumentar esse número para 40 até o final de 2020. A ampliação será gradativa, progressivamente: de 16 leitos para 20 até o final de 2019; para 30 até meados de 2020; e, finalmente, para 40 até dezembro de 2020. Paralelamente, também será ampliada a estrutura de atenção à mãe gestante de alto risco, bem como ao recém-nascido que necessita de cuidados especiais. Hoje, a UTI neonatal (foto ao alto) conta com 14 leitos. Em uma primeira etapa, a intenção é aumentar a quantidade para 20, podendo atingir volume ainda mais elevado em uma fase posterior.

A identidade visual do Hospital Divina Providência sinalizou, ao longo do tempo, sua evolução frente aos desafios de cada época, além de representar os valores e princípios da instituição hospitalar. Em paralelo, reforçou o posicionamento da marca com base em conceitos estreitamente vinculados à saúde e que caracterizam historicamente a atuação do hospital, como cuidado, acolhimento, humanidade e proximidade.

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O PLANO DIRETOR HDP – 50 ANOS estabelece ainda uma expansão da estrutura física em 350 metros quadrados do edifício hospitalar, o que é muito mais significativo do que apenas uma ampliação em termos de metragem. Como destaca o diretor executivo, Ricardo Minotto, a principal vantagem é a integração entre diferentes setores e áreas do hospital, com expressiva melhoria e racionalização de fluxos e funcionalidades: – O plano é uma oportunidade de reorganizar espaços e processos, com a otimização e ampliação das áreas de atendimento aos pacientes, tendo em vista o reordenamento de fluxos e serviços assistenciais para aumentar ainda mais a qualidade, a segurança e a resolubilidade das ações. O conceito que rege as reformas é construir

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espaços amplos e de fácil circulação, dentro de uma ideia de modernidade e leveza. Um exemplo é a ligação entre os blocos A e C, que se dará com o fechamento do vão entre o térreo e o terceiro piso. Atualmente, não existe conexão física entre esses setores, que abrangem áreas extremamente estratégicas – a ligação se estabelece apenas no sétimo andar e, de forma ainda limitada, no térreo e unidades de internação. O piso térreo, que funciona como área de acolhimento, será inteiramente reformado para mais bem atender à população que chega ao hospital, incluindo pacientes, familiares e acompanhantes. Serão ampliadas as áreas de check-in, embarque e desembarque, salas de estar e de espera e o próprio setor de admissão de internação.


NO PRIMEIRO ANDAR, será concentrada a atividade voltada ao paciente ambulatorial, com o aperfeiçoamento das áreas de diagnóstico com exames de imagem (radiologia, ecografia, tomografia, ressonância magnética, laboratório cardiopulmonar, etc.), além de banco de sangue, centro de infusões e setor de endoscopia. Nesse pavimento também será realocado o Centro Clínico, com seus consultórios médicos, hoje posicionados no segundo piso. O segundo pavimento ficará liberado para concentrar ali também leitos de Unidade de Tratamento Intensivo. Assim, a ideia é a de que a UTI no segundo piso atenda a pacientes que apresentam quadros de maior complexidade. No terceiro andar, haverá uma ampliação da estrutura do Centro Obstetrício e da UTI neonatal, reforçando a vocação de procedimentos nessa área de atuação. No quarto, quinto e sexto pavimentos, ocorrerá uma reorganização do espaço físico de serviços técnicos de apoio à assistência, como fisioterapia, psicologia, ouvidoria, coordenação de enfermagem e serviço social, entre outros. Já o sétimo andar vai concentrar toda a atividade cirúrgica do hospital, com salas de cirurgia e de recuperação, além da ampliação do CTI adulto.

– Queremos otimizar a estrutura do Bloco Cirúrgico para atender cada vez melhor às demandas dos cirurgiões, que são parceiros muito importantes do hospital em todas as Linhas de Cuidado – salienta o diretor Minotto.

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AS OBRAS PREVISTAS pelo Plano Diretor HDP – 50 Anos contemplam ainda a ampliação do parque de estacionamento, para oferecer mais conforto e segurança ao público que acessa o hospital. Atualmente, são disponibilizadas 300 vagas para veículos. O plano estabelece uma expansão acima de 100% em um prazo de três anos. Em uma primeira fase, serão acrescidas 60 vagas em área de superfície. Uma segunda etapa prevê a expansão do atual edifício-garagem para dar espaço a mais 60 veículos. Finalmente, a fase 3 corresponde à construção de um novo prédio com 260 vagas – como o edifício deverá ser erguido exatamente na área externa que vai disponibilizar provisoriamente 60 vagas, o total de vagas a ser oferecido ao público até 2021 com a conclusão das obras será de 620.

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As reformas incluirão também melhorias da infraestrutura interna, com aprimoramento de áreas de administração e apoio, como logística, fluxos, elevadores, roupas, resíduos, manutenção, suprimento, farmácia, refeitório e vestiário, entre outras. É importante salientar que as diretrizes dessas ações de médio prazo estão alinhadas a um Plano Diretor de maior abrangência, com foco nos próximos dez a 20 anos. Contudo, essas projeções necessitam ser revisitadas periodicamente. – Não podemos avançar muito nessas projeções, até mesmo porque no longo prazo os próprios movimentos de Porto Alegre talvez venham a exigir uma reorganização do perfil de acessos ao Divina Providência, com a oferta de serviços ambulatoriais em outras regiões da cidade – destaca Ricardo Minotto.


EM RELAÇÃO À QUANTIDADE de leitos disponíveis do HDP nesse futuro mais longínquo, é preciso considerar outras variáveis, ressalta o diretor executivo, levando em conta as diferentes estratégias que poderão ser adotadas pela Rede de Saúde Divina Providência para ampliar sua capacidade de atendimento. – Temos a possibilidade de aumentar a oferta de leitos nos demais hospitais ou mesmo assumir outros estabelecimentos. O futuro é que dirá qual a melhor atitude a ser tomada – afirma Minotto. Seja como for, o hospital está preparado para continuar prestando à população um serviço assistencial humanizado e qualificado, cuja essência deriva de um legado das irmãs da Divina Providência. Manter essa essência viva e atuante é o maior desafio, como destaca a coordenadora Olvides Martini: – Nosso propósito principal consiste e continuará consistindo em cuidar da vida e das pessoas. Esse é o pano de fundo que rege as atividades do Hospital Divina Providência e demais instituições da rede. O importante é buscar a sustentabilidade, mas ser ético, andar pelo caminho correto, corrigir os erros, não permitir que as coisas saiam dos trilhos.

Entre tantas outras, uma das iniciativas que está sendo adotada é a criação de uma estrutura de compliance, com ouvidoria funcionando como canal de detecção de não conformidades. São medidas como essa que fazem com que Olvides Martini sinta-se orgulhosa de trabalhar há 28 anos no Hospital Divina Providência. Ao olhar para trás, ela observa uma história bonita e comovente, que ajudou a construir: – Vejo um crescimento extraordinário, que inclui momentos que arrepiam. E cada vez que salvamos uma vida, ficamos muito felizes.

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NOSSA

GESTÃO

Ao longo de sua história, o HDP sempre conviveu com a permanente necessidade de evolução de sua cultura organizacional. Os anos ensinaram que a descentralização, aliada a uma estrutura horizontal, seria um caminho a seguir, sempre com foco na humanização de todos os processos assistenciais e operacionais.

ORGANOGRAMA HOSPITAL DIVINA PROVIDÊNCIA

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Comitê Gestor da Rede de Saúde Divina Providência

José Clóvis Soares – diretor geral de operações de saúde João Daniel Berto – diretor de controladoria e finanças Mario Abílio Jaeger Neto – diretor de propósito e desenvolvimento

Comitê Gestor do Hospital Divina Providência e representantes do Comitê da Rede de Saúde Divina Providência

Comitê Gestor do Hospital Divina Providência

Ir. Ilani Maria Reis – diretora institucional Ricardo Minotto – diretor executivo Dr. Willian Dalprá – diretor técnico Dr. Maurício Menna Barreto – gerente técnico médico Enf. Fabiane Fengler – gerente técnica assistencial

Diretoras de enfermagem na história do Hospital Divina Providência

Ir. Julita Hammes (1969 – 1971 e 1983 – 1987) Ir. Irene Marder (1971 – 1983) Ir. Lúcia Maria Specht (1987 – 1991) Ir. Maria Ivone Selzler (1991– 2003) Ir. Ilani Maria Reis (2003 – 2017)

Diretores médicos na história do Hospital Divina Providência

Dr. Emílio Jeckel Filho (1969 – 1982) in memoriam Dr. Jaime Torres Porto (1982 – 1984) in memoriam Dr. Antônio Marcelo de Araújo Mourão (1984 – 1991) Dr. Marco Antônio da Silva (1991 – 1997) Dr. Angelo Chaves (1997 – 2007) Dr. Jose Paulo Flores Silva (2007 – 2013) Dr. Fernando Fernandes (2013 – 2018) Dr. Willian Dalprá (2018 – atualmente)

Irmãs Maria Eloni Coczenski, Ignez Dellazeri, Agnes Círia Becker e Clair Agnes

Diretoras gerais na história do Hospital Divina Providência

Ir. Orana Maria Mueller (1969 – 1975) in memoriam Ir. Ludmila Koerbs (1976 – 1977) Ir. Ignez Dellazeri (1977 – 1983) Ir. Agnes Círia Becker (1983 a 1985 e 1993 – 2002) Ir. Clair Teresinha Agnes (1985 – 1993 e 2002 – 2013) Ir. Maria Eloni Coczenski (2014 – 2016) A partir de 2016, com a ampliação para a Rede de Saúde Divina Providência, houve a reestruturação da gestão.

EXPEDIENTE Coordenação editorial Renata Knorst - Analista de marketing da RSDP Editor Pedro Haase Filho (MT 4751) Reportagem e texto Paulo César Teixeira Design gráfico Auracebio Pereira Editoração TerraMar Revisão Célio Ricardo Klein Gráfica Ideograf Produção executiva Quati Produções Editoriais As imagens utilizadas na revista são do acervo do Hospital Divina Providência. Foto da capa: Auracebio Pereira Foto bairro Glória pág. 19: Acervo Museu Joaquim Felizardo

Diretoria da Sociedade Sulina Divina Providência Gestão 2014-2018 Presidente – Ir. Clair Teresinha Agnes Vice-presidente – Ir. Glaci Teresinha Willers 2ª Vice-presidente – Ir. Maria Eloní Coczenski Secretária – Ir. Maria Helena Lorscheiter Tesoureira – Ir. Maria Clara Mueller

Gestão 2019-2023

Presidente - Ir. Inês Pretto 1ª Vice – Ir. Clair T. Agnes 2ª Vice – Ir. Janete Beatriz Maders Secretária – Ir. Ilani Maria Reis Tesoureira – Ir. Maria Clara Mueller

de edição reservados ©Todos os direitos Hospital Divina Providência Rua da Gruta, 145 – Bairro Cascata Porto Alegre – RS | Fone: (51) 3320.6000 61


Hospitalidade na acolhida

H

Humanização no servir

Oferta benevolente

O

Olhar proativo

Sacrário de vida

S

Simbologia de dons

Promoção curativa

P

Pacto pela recuperação

Ideal de servir

I

Inspiração constante

Tratamentos diferenciados

T

Terapia universal

Amor incondicional

A

Altruísmo sem medida

Lastro de motivação

L

Luminar horizontal

Deus providente

D

Dádiva celestial

Irmandade congregacional

I

Igreja presente

Vivência cristã

V

Vida inovadora

Imersão comunitária

I

Internalização da missão

Nascituros aguardados

N

Nutridos pela esperança

Apostolado integrador

A

Amor à humanidade

Partilha

P

Participação

Rede

R

Redimensionamento

Oportunidade

O

Opção

Valorização

V

Virtude

Inserção

I

Integração

Dedicação

D

Dinamismo

Êxito

Ê

Entrelaçamento

Nascimento

N

Natureza

Carisma

C

Comunhão

Inspiração

I

Incremento

Anúncio

A

Afirmação

O acróstico é de autoria de Vito Specht, que desde 1997 é colaborador da Sociedade Sulina da Divina Providência junto a projetos sociais. Conhecedor da trajetória do Hospital Divina Providência, escreveu o acróstico como reconhecimento à relevância da instituição hospitalar.


HISTÓRICOS MOMENTOS

>>

2019

Lançamento do Plano Diretor de Obras HDP 50 Anos tem o objetivo de ampliar áreas de atendimento com demanda crescente da sociedade e reforçar Linhas de Cuidado com maior potencial de impacto no resultado assistencial e na sustentabilidade do hospital.

2017

HDP recebe certificado em Nível 1 da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Em 2019, atinge o Nível 2 (Pleno). Dos 7,1 mil hospitais do Brasil, apenas 329 possuem selo ONA. No RS, de 420 hospitais, só 19 estão neste patamar da acreditação.

2012

Criação da Rede de Saúde Divina Providência, com incorporação do Hospital Independência, de Porto Alegre, juntando-se ao HDP. Atualmente, a RSDP conta também com os hospitais Santa Isabel (Progresso), São José (Arroio do Meio) e Estrela (Estrela).

2003

Inauguração do sétimo andar do prédio principal do HDP permite realocar o bloco cirúrgico, com a ampliação de quatro para nove salas de cirurgia, com sala de recuperação mais espaçosa.

2000

Contratação de consultoria externa para auxiliar na construção do novo Planejamento Estratégico do HDP. A partir daí, ao invés de restritas à diretoria, criação e execução do plano estratégico passam a abranger áreas operacional e assistencial.

1996

No ritmo acelerado de expansão, é aberta a Unidade Cirúrgica Ambulatorial, com salas de cirurgia e recuperação pós-cirúrgica, além de infraestrutura de apoio. No ano seguinte, iniciam-se as obras de construção do edifício de Recursos Humanos.

1995

HDP amplia capacidade de atendimento com a inauguração do prédio anexo C, de oito andares e 2,7 mil metros quadrados, com 21 apartamentos e 14 consultórios, além de laboratórios de análises clínicas, banco de sangue, hemodiálise e área de diagnóstico.

Entra em operação o Pronto-atendimento (primeiro a ser disponibilizado na região sul de Porto Alegre), contando com equipe médica completa e sala de recuperação de seis leitos.


divinaprovidencia.org.br


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