Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração
Diagnóstico, Avaliação e Intervenção
SOBREDOTAÇÃO Docente: Dr. Horácio Saraiva Discentes: Ana Ribeiro Ferreira Aurora da Costa Sousa Pedro Filipe Ferreira Sandra Marlene S. Figueira Turma D (Distal)
Definição
Potencial cerebral e humano de nível superior;
Constante numa ou mais áreas operacionais das inteligências múltiplas;
Elevado grau de competência específica na solução de problemas, no desempenho académico e profissional e na criação de respostas inovadoras aos desafios;
Áreas
aptidão intelectual - percepção e memória, de organização e relacionamento da informação, de análise e de síntese, de raciocínio e de resolução de problemas;
aptidão académica - facilidade nas aprendizagens, mormente curriculares, nível aprofundado de conhecimentos ou ritmo acelerado de apropriação das matérias escolares num ou mais domínios curriculares;
aptidão artística - habilidades superiores numa ou várias áreas de expressão, tais como a pintura, escultura, desenho, música, literatura ou teatro, por exemplo.
Áreas
aptidão social - habilidades de comunicação e de relacionamento interpessoal, compreensão dos sentimentos dos outros (ajuda) ou organização e liderança de situações de grupo (liderança);
aptidão motora - excelência a nível de coordenação e expressão motoras, nomeadamente ao nível das actividades físicas e desportivas em geral;
aptidão mecânica - habilidades de compreensão e resolução de problemas técnico-práticos, envolvendo geralmente manuseio de esquemas, de conceitos e de equipamentos de índole mecânica, electrónica ou computacional.
Definição
De acordo com o autor Silva (1999) “sobredotado é todo o indivíduo que apresenta capacidades acima da média em áreas diversas. Que podem surgir isoladas ou em combinação”.
Segundo Renzulli, os sujeitos não têm de ser génios, mas distinguem-se
pela
facilidade
com
que
obtêm
êxito
em
determinadas matérias ou a facilidade que revelam na aquisição de determinados específicas.
conhecimentos
ou
competências
em
áreas
Características - Muito observador e atento - Inquiridor - Espírito de pesquisa - Capacidade para formular abstracções
Sobredotado Cognitivo
- Gosta de lançar hipóteses - Aprende com facilidade e rapidamente - Tem vasto vocabulário - É estimulado com novas ideias - Processa informação em sentido complexo - Capacidade de pensamento abstracto
Características - Elevada inteligência interpessoal - Autoconfiança - Organizado - Gosta da estrutura -
Expressa-se
concisa
e
fluentemente
Sobredotado para a Liderança
- Elevada exigência de si próprio e com os outros. - Assume responsabilidades -
Assume
as
consequências
e
implicações das tomadas de decisão. - Bom raciocínio nas tomadas de decisão. - Bem aceite pelos companheiros.
Características - Elevada inteligência espacial, intra-pessoal e, em certos casos, musical. - Capacidade fora do comum de auto-expressão de sentimentos e
Sobredotado
emoções através da arte, da
para as Artes
dança, do drama, da música, etc. - Boa coordenação motora. - Revela expressão criativa. - Desejo de “produzir” e “criar” - Muito observador
Características - Capacidade de concentração. - Boa capacidade de memorização - Alto nível de compreensão. - Conhecimento aprofundado em
Sobredotado Lógicomatemático
áreas de interesse específico. - Prossegue os seus interesses específicos com entusiasmo e vigor. - Capacidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento. - Rapidez de aprendizagem.
Características -
Elevada
inteligência
corporal
–
cinestésica e espacial. - Elevado nível de energia. - Boa capacidade de manipulação - Boa coordenação motora. -
Excelentes
capacidades
motoras
Sobredotado
evidenciando habilidades e desempenhos
Psicomotor
fora de comum, relativas à velocidade, agilidade
de
movimentos,
força
e
resistência. -
Estimulado
pelos
desafios
actividades desportivas. - Demonstra precisão de movimentos.
das
Características -
Elevada
criatividade
e
independente
e
originalidade. -
Pensamento
inovador tanto na expressão oral como na escrita.
Sobredotado Criativo
- Grande flexibilidade mental. - Apresenta diversas soluções para um dado problema. - Cria e inventa facilmente - Motivado pelas tarefas criativas. - Improvisa com frequência. - Sentimentos de desafio constante.
Problemas
É
comum
isolando-se
escaparem daquilo
ou
para
mundos
daqueles
imaginários,
que
não
o
compreendem;
Ganham a tendência de anular ou encobrir a sua sobredotação porque cedo aprendem que ela só lhes traz
sofrimento
e
a
sua
disposição
para
perfeccionista, provoca-lhes muita mágoa e angústia.
ser
Problemas
Stress, dores de cabeça, dificuldades em adormecer, mudanças bruscas de humor, estados de ansiedade demonstrada em medos ou preocupações, hipersensibilidade, preocupação com temas actuais, roer as unhas, tornar-se incontinente;
Margarida Pocinho: alvo de exclusão social; desmotivação leva à rebeldia e comportamentos desajustados na sala de aula (de oposição).
Problemas
É de esperar que: - a criança não queira fazer o trabalho de casa, porque detesta a rotina; - faça o trabalho mal apresentado, porque pensa mais depressa do que escreve; - tente monopolizar o trabalho da sala de aula ou as discussões familiares, porque conhece o assunto e não se consegue controlar; - salte de um assunto para o outro, porque tem ânsia de aprender e falta-lhe persistência; - critique os outros e seja intolerante para com os que infringem as regras.
Diagnóstico
Pais, familiares e professores: são os primeiros a aperceberem-se das potencialidades destas crianças, que revelam comportamentos diferentes de qualquer outra da mesma idade;
Escola é o local onde o sobredotado pode apresentar o seu melhor e o seu pior resultado – desempenho excepcional ou aborrecimento e rebeldia (rotina).
Diagnóstico
Professor:
diagnóstico
através
de
entrevista
com
os
pais/encarregados de educação, centrando-se no percurso mental e escolar da criança: - Um dossiê com
a compilação de trabalhos escolares
realizados pelo discente para uma análise mais profunda; - A classificação nas fichas de avaliação e testes de inteligência; - Uma observação rigorosa na sala de aula.
Diagnóstico
Indicadores de observação: - utilização da linguagem do aluno (amplitude do vocabulário, precisão na sua utilização, complexidade da estrutura das frases); - a natureza das perguntas formuladas pelos alunos (se são inusitadas, oportunas, etc.); - utilização de materiais (forma como a criança estabelece estratégias de resolução de tarefas e selecciona os materiais a utilizar);
Diagnóstico - conhecimentos (profundidade dos conhecimentos da criança em diversas áreas); - persistência (permitir que a criança disponha do tempo necessário para concluir as tarefas); - juízo crítico (forma como se critica a si e aos outros de forma exigente e rigorosa); - preferência por actividades complexas, novas e difíceis.
Diagnóstico
Testes de inteligência: medida usada na identificação e diagnóstico da sobredotação (determinar o QI dos alunos). - O Stanford-Binet e a WISC-IV (Wechsler Intelligence Scale for Children – Fourth Revision).
Limitações: não são levados em consideração os aspectos multifacetados da sobredotação e não relevam a existência de áreas de sobredotação, havendo maior probabilidade de falsos negativos.
Diagnóstico
Margarida Pocinho: “muitos professores e psicólogos educacionais, especializados no assunto, estão de acordo quanto ao facto de não existir
uma
medida
isolada
para
identificar
por
psicólogos
uma
criança
sobredotada”;
Devem
ser
acompanhados
educacionais
especializados, bem com de um técnico do ensino especial, tentando dar respostas às suas necessidades educativas;
Currículo diferenciado é indispensável para a promoção da igualdade de oportunidades para todos.
Avaliação
Recolha de dados que é necessária para identificar/diagnosticar e categorizar o aluno e elaborar um PEI;
Num primeiro nível: a identificação do problema (a criança está na escola regular e é observada pelo professor da turma regular em colaboração com o Director e o professor de Educação Especial);
Num segundo nível: a avaliação compreensiva da criança é obtida com a colaboração do professor de Educação Especial e técnicos específicos, TF, TO, Psicólogos, Fisiatras e Médico;
Avaliação
Num terceiro nível: a intervenção, elabora-se um PEI que terá de ter em conta a existência de uma equipa multidisciplinar e que programação deve ser individualizada, definindo objectivos dos mais simples para os mais complexos, com uma certa preocupação com os objectivos comportamentais, afectivos e sociais;
Critérios: a avaliação deve ser conduzida no ambiente da criança; é bom que se faça uma observação directa do comportamento da criança; a avaliação deve fazer-se num continuum de tempo; deve efectuar-se no contexto do trabalho de uma equipa multidisciplinar; a avaliação deve envolver os pais.
Avaliação
Avaliação das capacidades cognitivas e comportamentais: os testes incluem provas de percepção, atenção, memória, destreza mental, identificação do estilo cognitivo, nível das habilidades criativa, analítica e execução, aptidões sociais e controlo emocional, bem como a elaboração do perfil da sua personalidade;
Observados os resultados, é elaborado um relatório em que, através de gráficos, se descreve o perfil cognitivo e psicológico da criança com o máximo de detalhes possíveis.
Intervenção
Almeida, Oliveira e Valentina Correia: apoio de um psicólogo que realiza uma avaliação psicológica que atende à multiplicidade de características que estas crianças podem apresentar;
Escola: flexibilização curricular exige um ensino diferenciado: - utilização de diversas formas de explorar os conteúdos - a realização de actividades diversificadas - o recurso a procedimentos que promovam a compreensão e a posse de informação e de ideias - a oportunidade aos alunos para demonstrarem aquilo que aprenderam.
Intervenção
Precisam de vivenciar situações de sucesso, para que mantenham a motivação e empenho na aprendizagem.
Aspectos importantes (Sabatella): 1. Frequentar o ensino regular, com actividades diversificadas, de forma a estimular as suas capacidades; 2. Criar um ambiente rico em estímulos e oportunidades de aprendizagem;
Intervenção 3.
Desenvolver programas diferenciados, de acordo com as
áreas de interesse do aluno, de forma a fomentar o gosto por aprender e procurar saber mais; 4. Propiciar desafios que enriqueçam as suas ideias e oportunidade de expansão de conhecimentos; 5.
Estimular
um
bom
relacionamento
entre
os
colegas,
professores e familiares, convidando-os a organizar actividades e a colaborar no processo de ensino-aprendizagem.
Intervenção
Estratégias: 1. enriquecimento curricular (programas de enriquecimento visam desenvolver o pensamento divergente e estratégias de resolução de problemas; disponibilizam grande variedade de materiais e de recursos em temas do seu interesse; permitem adequação no seu nível de aprendizagem); 2. agrupamento por habilidades (grupos de trabalho distintos por área de talento em horários distintos do ensino regular); 3. aceleração (entrada precoce do aluno na escola ou no ensino de matérias mais avançadas antes do término do ano).
Intervenção
criar um ambiente intelectual estimulante;
flexibilizar os tempos atribuídos para a execução das tarefas;
propiciar um ambiente de participação de responsabilidades;
ajudar
na percepção das consequências/benefícios dos seus
actos;
estimular a participação em trabalhos de grupo;
Intervenção
clarificar, discutir regras e as consequências do seu não cumprimento;
apreciar e discutir questões de natureza moral e ética;
estimular a auto-critica;
propiciar um ensino individualizado;
proporcionar o acesso a recursos de informação variados;
Intervenção
proporcionar a oportunidade de desenvolver e partilhar os seus interesses, a expressão criativa e as suas competências;
proporcionar actividades onde possam pensar a níveis conceptuais elevados;
produzir trabalhos diferentes do habitual;
realizar tarefas específicas nas suas áreas de esforço e interesse;
estudar temas novos, dentro e fora do programa habitual;
criar condições para a investigação.
Intervenção
Pais: apoio na construção do processo educativo
É importante que estes: - sejam implicados e tenham conhecimento das alterações que se pretendem fazer no currículo, dos resultados que são obtidos através da observação e avaliação do aluno; - intervenham na inventariação e definição das áreas de interesse, hábitos e rotinas, particularidades emocionais e sociais dos filhos; - colaborem em projectos alternativos definidos para os filhos;
Intervenção - participem em actividades na sala de aula com todos os alunos;
- realizem actividades fora da escola com os filhos (ida a museus, espectáculos, exposições, etc.);
- se pronunciem abertamente sobre a forma como vêem o trabalho da escola, o que contribui para reforçar a confiança mútua entre a escola e a família.
Mitos e realidades “As O T I M
crianças
sobredotadas
possuem
capacidades intelectuais gerais, que as faz ter sempre um bom desempenho escolar”.
Não se destacam em todas as matérias, podendo
mesmo
demonstrar
lentidão
na
execução de determinadas tarefas escolares.
RE
DE A D ALI
Mitos e realidades “As crianças sobredotadas têm pais demasiado O MIT
ambiciosos, que as pressionam a obterem resultados muito acima da média”.
A sobredotação não se cria tendo em conta o esforço ou exigência paterna e acontece, por vezes, que a exigência dos pais tenha precisamente o efeito contrário,
no
que
se
refere
desenvolvimento das crianças.
ao
potencial
RE
DE A D I AL
Mitos e realidades “Criar O MIT
programas
especiais
para
crianças
sobredotadas é um erro, pois estamos a impedir que se desenvolvam a um ritmo normal, próprio da sua idade e também não é democrático”.
Pouco democrático é dar a mesma educação a todos e não respeitar as diferenças individuais. O currículo é flexível!
RE
DE A D I AL
Mitos e realidades O MIT
“Sobredotação é inteiramente inata ou, o mito contrário, a sobredotação é principalmente produto do trabalho intensivo”.
A genética exerce neste âmbito um papel importante, contudo, alguns factores ambientais contribuem muito para o desenvolvimento das capacidades do ser humano.
RE
DE A D I AL
Mitos e realidades O MIT
“As crianças sobredotadas são mais populares, melhores ajustadas socialmente e mais felizes do que a média das crianças”
Estas crianças sentem-se diferentes e muitas vezes desconfortáveis na sua relação com os outros, conduzindo ao isolamento e à exclusão social.
RE
DE A D I AL