Anecra Revista Nº 300 2012

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associação nacional das empresas do comércio e reparação automóvel Pessoa Colectiva de Utilidade Pública

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N 300 - 2012


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ANECRA Setembro 2011


EM FOCO Como consequência directa da profunda crise financeira e económica que se registou a nível mundial, desde 2008, o Setor Automóvel foi fortemente penalizado, particularmente em Portugal, tanto nas vertentes do Comércio como da Reparação e Manutenção Automóvel, o que, seguramente, afectou e continuará a afectar o seu tecido empresarial, colocando em causa a sobrevivência de muitas empresas, e ditando o encerramento efectivo de muitas outras. Consciente desta realidade, a ANECRA levou a cabo um exaustivo Diagnóstico do Setor, que, sob o lema “Melhor Legislação e mais Fiscalização” permitiu definir propostas de medidas concretas para combater, dentre outros constrangimentos, a Concorrência Desleal, como por exemplo dos “Biscateiros”, para serem formal e urgentemente apresentadas ao Governo e à Assembleia da República. Estas propostas de medidas, específicas para a Reparação e Manutenção Automóvel, foram debatidas e apresentadas no VIII Encontro Nacional da Reparação Automóvel, realizado no Porto, um encontro com uma elevada e ativa participação de associados, e onde estiveram também representantes da ASAE e da ACT. A ANECRA considera estas propostas de medidas, que publicamos em baixo, perfeitamente exequíveis, e fundamentais para a sobrevivência, dinamização, e transparência do setor, e ao mesmo tempo importantes para a economia do nosso país. Algumas delas têm também um caráter inovador. A ANECRA considera que estas propostas fazem parte da solução para a crise.

Em breve a ANECRA dará a conhecer um outro conjunto de medidas específico para o setor do comércio automóvel, tanto ao nível dos veículos novos como dos usados. As Propostas: - Melhorar as condições que permitam a concessão de crédito às empresas e às famílias. - Lançar apoios, comunitários ou nacionais, ajustados à especificidade do sector automóvel, em especial à área da manutenção e da reparação automóvel. - Permitir o pagamento do IVA por parte das empresas apenas, após boa cobrança. - Considerar o IVA da reparação e manutenção dos veículos, para efeitos de dedução à matéria colectável em IRS. - Criar mecanismos que exijam a apresentação, por parte dos clientes, da factura da última revisão do veículo, no centros de inspecções, no momento da inspecção periódica. - Criar medidas ativas de Apoio ao Emprego, e mecanismos de apoio

à sua reestruturação. - Reforçar a acção inspetiva e fiscalizadora levada a cabo por entidades de tutela, designadamente, ACT, ASAE, Autoridade Tributária e a Aduaneira, e IGAMAOT, com o objectivo de eliminar e sancionar a reparação e a manutenção clandestina de veículos automóveis. - Implementar regras de regulação e validação da capacidade profissional, através de uma certificação profissional que limite selectiva e qualitativamente, o acesso e o exercício da actividade de reparação e manutenção automóvel. - Eliminar a dupla taxação na afixação de publicidade aos estabelecimentos situados junto às Estradas Nacionais. - Aplicar a todos os operadores ao longo da cadeia comercial metas de recolha de resíduos, referentes a alguns produtos comercializados. Isto é, dada a quantidade de produto novo vendido, aplicar a obrigatoriedade da recolha de uma percentagem mínima em resíduos. - Diminuir o valor das coimas na área ambiental, desadequado para o sector e para a tipologia das empresas do sector da reparação automóvel. - Criar uma contribuição financeira, a cobrar pelas empresas da manutenção e reparação automóvel ao cliente final, para efeitos de separação, armazenamento, e encaminhamento de resíduos não sujeitos a ecovalor. - Alterar o quadro legal sobre a utilização de GPL em automóveis, conforme as propostas da ANECRA, eliminando a obrigação de colocação de dístico, e reduzindo as limitações ao estacionamento de veículos em espaços fechados. António Chícharo Presidente da ANECRA

Publicidade: José Fernando, Joaquín Vicén, Joaquim Alves Pereira Administração, Redacção e Publicidade: Av. Almirante Gago Coutinho Nº 100 1749-124 Lisboa Tels. 21 392 90 30 Fax 21 397 85 04 Concepção e Realização:

anecra@autoaftermarketnews.com Design e concepção gráfica: brunocarvalho@ autoaftermarketnews.com Tiragem: 7.500 exemplares Preço: 2,50 € Reprodução de Artigos: É permitida em Portugal a reprodução dos artigos publicados na Revista ANECRA, desde que a origem seja assinalada de forma inequívoca e informados os nossos serviços. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores.

Membros Activos: C.C.P. – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal; E.T.O. – European Tuning Organization; C.E.C.R.A. – Comité Europeu do Comércio e da Reparação Automóvel

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REPORTAGEM

ENTREVISTA

reportagem

14 REPORTAGEM A Create Business realizou a sua 1ª Convenção, evento onde estiveram presentes 800 participantes.

26 SOCIAL Mulheres ao volante: Nem só de homens vive o mundo automóvel.

38 LEGISLAÇÃO Alterações ao Código do Trabalho: A nova Lei nº 23/2012, entra em vigor no próximo dia 1 de Agosto.

ANECRA Promove 8º Encontro Nacional da Reparação Automóvel.

Colaboração Técnica: Augusto Bernardo, Isabel Figueira, João Patrício, Patrícia Paz

Inscrição na ICS: 110781 – Depósito Legal nº 17107/87

Sumário

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Director: António Chícharo Director Adjunto: Jorge R. Neves da Silva Direcção Financeira: José Luís Veríssimo

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AS PROPOSTAS DA ANECRA PARA O SECTOR DA REPARAÇÃO

ANECRA Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel Pessoa Colectiva de Utilidade Pública Av. Almirante Gago Coutinho Nº 100 - 1749-124 Lisboa Tels. 21 392 90 30 – Fax 21 397 85 04 e-mail: lisboa@anecra.pt ANECRA PORTO Av. da Boavista, 2450 - 4100-118 Porto Tel. 22 618 98 43 Fax 22 618 98 64 e-mail: porto@anecra.pt ANECRA LEIRIA Av. Marquês de Pombal, Lote 25, 1º C 2400-152 Leiria Tel. 244 8146 86 Fax 244 81 47 19 e-mail: leiria@anecra.pt

Benito Tesier Sierra, Director Geral Corporación Upwards 98 (Brembo Espanha).

Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos.

Isenta ao abrigo do nº.1 da al. a) do artigo 12º do D.R. nº 8/99 de 09.06 http: www.anecra.pt


reportagem

ACT e ANECRA assinam Protocolo de Colaboração Objetivo é a sensibilização e informação dos empresários do setor automóvel no domínio da legislação laboral e da promoção da segurança e saúde no trabalho.

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Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA) vão assinaram, no passado mês de Junho, em Lisboa, nos Serviços Centrais daquele organismo público, um Protocolo de Colaboração que tem por objetivo a sensibilização dos empresários do setor automóvel para o cumprimento da legislação laboral e da segurança e saúde no trabalho numa perspetiva pedagógica e de incentivo às boas práticas. O Protocolo, que foi assinado pelo Inspetor Geral do Trabalho, José Luís Forte, em representação da ACT, e pelos Vice-Presidentes da ANECRA Alexandre Manuel Ferreira e Aníbal Morais Gonçalves, prevê um conjunto de ações concretas como a participação daquela

Autoridade em eventos promovidos pela ANECRA, bem como a dinamização de estudos e programas de ação conjuntos que visem a melhoria das condições de trabalho e a promoção de boas práticas no setor automóvel. A divulgação na ANECRA Revista de textos informativos relacionados com a legislação laboral e o apoio na realização de ações de formação profissional destinadas às empresas do setor automóvel são outras medidas estabelecidas no clausulado do referido Protocolo e a desenvolver pela ACT. Está ainda prevista a criação de um grupo de trabalho paritário de quatro elementos que acompanhará a execução do Protocolo, constituindo-se como elemento interlocutor em representação de cada uma das partes.

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Protocolo entre Seguradoras e Oficinas Protocolo entre as associações APS e anecra pautará relacionamento entre os setores segurador e da reparação automóvel.

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A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA) ultimaram um Protocolo, a ratificar pelos respectivos órgãos sociais, para simplificar e melhorar o relacionamento entre as seguradoras e as oficinas no âmbito de sinistros garantidos por contractos de seguro e em que a condução efectiva da reparação caiba ao lesado. Além de afirmar princípios fundamentais a que seguradoras e oficinas estão, por natureza ou imposição legal, vinculadas, o Protocolo estabelece obrigações claras que as entidades aderentes de ambos os sectores se comprometerão a respeitar no contexto deste relacionamento. Obrigações que, de um lado e de outro,

vão desde a escolha da oficina até ao pagamento da factura, passando naturalmente pelas fases de peritagem e reparação dos danos e de auditoria destes processos. Promove ainda uma aproximação entre as próprias associações, não apenas na criação de instrumentos para monitorizar o cumprimento destas obrigações, como também no domínio da formação profissional. Num contexto económico reconhecidamente difícil, a APS e a ANECRA estão certas de que este quadro de transparência acrescida no relacionamento entre seguradoras e oficinas contribuirá para melhorar a qualidade do seu serviço, prevenir potenciais conflitos e promover a imagem destes sectores junto dos consumidores e da sociedade em geral.


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reportagem Na cidade do Porto

ANECRA Promove 8º Encontro Nacional da Reparação Automóvel

Para além de se dar a conhecer a próxima assinatura de um Protocolo a celebrar entre a ANECRA e a Associação Portuguesa de Seguradores, que pautará o relacionamento entre as Seguradoras e as Oficinas de Reparação Automóvel, foram apresentadas as medidas da Associação para vencer a crise na Reparação Automóvel.

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ANECRA apresentou algumas soluções para a crise na Reparação Automóvel, que nas palavras de Jorge Neves da Silva, Secretário Geral da ANECRA, se encontra perfeitamente diagnosticada. Para além disso, foi dada a conhecer a ultimação de um Protocolo que irá ser ratificado pelos órgãos sociais da Associação Portuguesa de Seguradores e da ANECRA, visando simplificar e melhorar o relacionamento entre as seguradoras e as oficinas, no âmbito de sinistros garantidos por contratos de seguro e em que a condução efectiva da reparação caiba ao lesado.

“Como consequência directa da profunda crise financeira e económica que se registou a nível mundial, desde 2008, o Sector Automóvel foi fortemente penalizado, particularmente em Portugal, tanto nas vertentes do Comércio como da Reparação e Manutenção Automóvel, o que, seguramente, afectou e continuará a afectar a sua Empresa, podendo eventualmente, pôr em causa a sua própria sobrevivência. Neste contexto, vive-se hoje, uma conjuntura nacional extremamente desfavorável sob o peso da ajuda externa e das gravosas medidas de austeridade”, referiu Jorge Neves da Silva, Secretário Geral da ANECRA. Consciente desta realidade, a ANECRA levou a cabo um exaustivo Diagnóstico do


A ANECRA levou a cabo um exaustivo Diagnóstico do Sector, que, sob o lema “Melhor Legislação e mais Fiscalização”, permitiu definir Propostas concretas. Sector, que, sob o lema “Melhor Legislação e mais Fiscalização”, permitiu definir Propostas concretas para combater, dentre outros constrangimentos, a Concorrência Desleal, dos “Biscateiros” e das Grandes Superfícies, para serem formal e urgentemente apresentadas ao Governo e à Assembleia da República. “Entretanto, para resolvermos, de uma vez por todas, os problemas de relacionamento entre Oficinas e Seguradoras, foi negociado pela ANECRA um Protocolo com a Associação Portuguesa de Seguradores, que será outorgado a curto prazo”, sublinhou o Secretário Geral da ANECRA. Complementarmente, foi dado a conhecer os novos serviços de Valor Acrescentado, que a ANECRA disponibilizará, de forma pioneira e exclusiva, aos seus Associados, num conceito de “Quota Plus”. 7623_Automotor_100_205x135_af.ai

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12/06/20

O enquadramento do Sector da Reparação / Manutenção Automóvel, nomeadamente a evolução do parque circulante e o universo de oficinas, principais constrangimentos do Sector, e manutenção fora da marca em garantia, foram temas abordados por Guillermo de Llera, Country Manager GIPA Portugal e Sócio Gerente IF4, e João Patrício, Gabinete Técnico da ANECRA. No Painel que versou as relações entre Seguradoras e Oficinas, foi mencionado os resultados do Protocolo ANECRA / Caixa Seguros, assim como o novo Protocolo ANECRA / Associação Portuguesa de Seguradoras. A moderar esta mesa esteve Jorge Neves da Silva, Secretário Geral da ANECRA, com a participação de Miguel Guimarães - Associação Portuguesa de Seguradores, Sara Conde - Gabinete Jurídico da ANECRA, Aníbal Gonçalves - Vice-

-Presidente da ANECRA, e José Leal Teixeira - Direcção da ANECRA. O Painel Fiscalização e Legislação: a forma de combater a Concorrência Desleal, nas vertentes Licenciamento Oficinal, Legislação Laboral e Legislação Ambiental, teve como moderador Guillermo de Llera, Country Manager GIPA Portugal e Sócio Gerente IF4, e participantes Manuel Rui Santos - Vice-Presidente da Assembleia Geral da ANECRA, Rute Serra - Inspectora Directora do Norte da ASAE, Isabel Pacheco - Insp. Superior do Centro Local Grande Porto da ACT, e Filipe Soutinho - Director de Serviços da DRE Norte. A finalizar os trabalhos foram anunciadas as propostas da ANECRA para o Sector através de Aníbal Gonçalves e Manuel Rui Santos da ANECRA, e que damos conta na rubrica “Em Foco”, pagina 3 da Revista ANECRA.

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legislação

Nova regulamentação para as inspeções de veículos Entre outros aspetos, o novo diploma vem alargar o universo de veículos a sujeitar a inspeção. O Decreto-Lei n.º 144/2012, de 11 de Julho, vem regular as inspeções técnicas periódicas, as inspeções para atribuição de matrícula, e as inspeções extraordinárias de veículos a motor e seus reboques. Este diploma vem revogar o Decreto-Lei n.º 554/99, de 16 de Dezembro. Entre outros aspetos, este diploma, vem alargar o universo de veículos a sujeitar a inspeção, designadamente a motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 250 cm3, bem como reboques e semirreboques com peso superior a 750 kg. Esta obrigatoriedade só produz efeitos a partir da publicação de portaria referida neste diploma, o que deve acontecer no prazo de 90 dias após a publicação deste Decreto-Lei. O artigo 13.º refere-se à reprovação de viaturas. Os veículos são reprovados sempre que: a) Se verifiquem mais de cinco deficiências do tipo 1; b) Se verifiquem uma ou mais deficiências dos tipos 2 ou 3; c) Não seja efetuada a correção da deficiência ou deficiências anteriormente anotadas, salvo as relativas ao documento de identificação do veículo. Os veículos que apresentem deficiências do tipo 2 nos sistemas de direção, suspensão ou travagem não podem transportar passageiros, nem carga, enquanto não forem aprovados. Os veículos que apresentem deficiências do tipo 3 podem circular apenas

Os veículos que apresentem deficiências do tipo 2 nos sistemas de direção, suspensão ou travagem não podem transportar passageiros, nem carga, enquanto não forem aprovados. para deslocação até ao local de reparação e posterior regresso ao centro de inspeção para confirmar a correção das anomalias. Sempre que o veículo tenha sido aprovado com deficiências do tipo 1 ou reprovado em inspeção, pode o mesmo, no prazo de 30

dias, voltar ao centro de inspeção para confirmar a correção das deficiências anotadas na ficha de inspeção. Este prazo é reduzido para 15 dias sempre que as deficiências constatadas na inspeção ou reinspecção precedente não tenham sido atempadamente corrigidas. No caso de o veículo não ser aprovado em inspeção extraordinária ou para nova matrícula, pode o mesmo, no prazo de 30 dias, solicitar ao centro que confirme a correção dos motivos da não aprovação. Quem quiser conhecer em pormenor o teor deste diploma, poderá contactar o Gabinete Técnico da ANECRA.

João Patrício

ANECRA - Gabinete Técnico

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262 dias na oficina. Centenas de sábios conselhos. 3 futuros mecânicos. 1 MARCA DE FILTROS.

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crónica

Por:

Joyce Gioya

CEO do The Hermann Group, Business Futurist

O que acontece antes e depois do treinamento é, tão ou mais importante, que o treinamento por si só.

Treinamentos eficázes

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odos os anos, as empresas de forma global, investem bilhões de dólares treinando sua gente. O maior volume de dinheiro é investido nos Estados Unidos (aproximadamente U$ 135 bilhões). Entretanto, é de se lamentar que estes investimentos, nem sempre melhoram o ambiente e a força de trabalho, uma vez que as habilidades aprendidas não são aplicadas nas atividades diárias das pessoas que passaram pelo treinamento. Um novo relatório sob o título “The Science of Training and Development in Organizations: what Matters in Practice”, é uma pesquisa sobre a vasta literatura sobre a ciência do treinamento. Neste relatório, os pesquisadores concluíram que, quando o investimento é bem feito, as atividades de treinamento e desenvolvimento permitem que as organizações se adaptem e compitam PUB

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melhor no mercado, além de se tornarem organizações excelentes, inovadoras, com boa produtividade, além de oferecer serviços excelentes e a consequente conquista de suas metas. De acordo com o relatório, os executivos de recursos humanos e líderes de negócios deveriam ver o treinamento como um sistema holístico e não como um evento único. Esta perspectiva significa que, o que acontece antes e depois do treinamento é, tão ou mais importante, que o treinamento por si só. O primeiro passo é analisar os cargos na organização, em função do conjunto de habilidades requeridas. A meta é, que supervisores e líderes estejam alinhados e os treinandos motivados para aprender. Durante o treinamento, os participantes devem receber uma boa estrutura e orientação, e ao mesmo tempo dar a eles oportunidades para tomar decisões sobre suas experiências de aprendizagem. Mais importante ainda, depois do treinamento, os participantes devem ter tempo suficiente e oportunidades para aplicar sem suas atividades, o que aprenderam e receber feedback valioso. As qualidades que as pessoas trazem para o ambiente de aprendizagem, também, são fatores importantes a serem considerados, especialmente a agilidade de aprendizado*. Treinandos que acreditam que podem afetar os resultados do treinamento têm maior possibilidade de perseverar em suas atividades de aprendizagem, mesmo que possam encontrar alguns desafios importantes. Aqueles

treinandos, que estão voltados ao domínio e compreensão do aprendizado podem ter desempenho melhor, quando eles controlam como explorar e organizar o material exposto durante o treinamento. De acordo com a pesquisa, a forma de fazer com que o aprendizado esteja aderente ao longo do tempo, envolve “tarefas repetitivas dentro de contextos incrivelmente complexos”.

Depois do treinamento, os participantes devem ter tempo suficiente e oportunidades para aplicar sem suas atividades, o que aprenderam e receber feedback valioso. As empresas mais visionárias adotarão esta pesquisa e capitalizarão estas informações para otimizar seus investimentos em treinamento e desenvolvimento. As empresas de treinamento de vanguarda incorporarão trabalho prévio e posterior, para reforçar o treinamento e entregar serviços de valor. *Agilidade de aprendizado é a facilidade com a qual uma pessoa pode adquirir novas informações e habilidades.


Baterias Exide, fornecem energia aos veículos de hoje e amanhã.

Por regulamentação da UE as emissões de CO2 dos veículos novos têm que ser reduzidas a 130g/Km até 2015 e a 95g/Km até 2020, esta necessidade, levou ao desenvolvimento dos veículos micro-híbridos, que requerem baterias de tecnologias mais avançadas. A Exide Technologies desenvolveu a nova geração de baterias para os fabricantes de carros (OE) tais como: Alfa Romeo; BMW; Citroen; Fiat; Ford; Lancia; Mini; Peugeot; Renault; Suzuki; Toyota; VW, que agora também se encontram disponíveis para o mercado de reposição: tecnologia AGM para os carros de gama alta equipados com sistema Start/Stop e travões regenerativos e a tecnologia ECM para os veículos com sistema Start/Stop. A Exide Technologies é leader na tecnologia de baterias para Micro Híbridos e continua a desenvolver e inovar para responder ás necessidades dos veículos híbridos de hoje e amanhã.

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actualidade

A ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor tem seguido com grande preocupação os problemas suscitados pela cobrança das portagens nas ex SCUT que se verificaram na passada Páscoa um pouco por todo o país, mas com especial enfoque no Algarve.

RENT-A-CAR:

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ARAC alerta mais uma vez para a necessidade de resolução urgente dos modos de pagamento de portagens em vias rodoviárias que passaram a ter apenas sistemas de “pórticos” e não, como é habitual em todo o mundo, sistemas de barreiras de portagem que permitam aos utilizadores dos veículos o pagamento das taxas devidas de uma forma fácil e expedita. A ARAC, ainda durante o ano de 2009 (aquando da elaboração dos primeiros diplomas legais regulamentadores da circulação e introdução de portagens naquelas vias), chamou a atenção das entidades oficiais para a especificidade do sector de rent-a-car. “Com a introdução de portagens nas ex SCUT colocaram-se sérios problemas às empresas de rent-a-car. Não se encontrou um

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Abril 2012

PAGAMENTO DE PORTAGENS NAS EX SCUT procedimento expedito para o pagamento das portagens pelos clientes destas empresas, o que originou reclamações nomeadamente de cidadãos estrangeiros, muitas vezes incapazes de compreender a lógia do sistema ou ausência de sistema actualmente vigente”, refere o comunicado da ARAC. A ARAC tem desde sempre cooperado como Governo e as demais entidades responsáveis por aquelas infra-estruturas rodoviárias na construção ágil de pagamento das portagens para os veículos das empresas suas associadas. O rent-a-car é um sector da maior importância para o Turismo nacional, pois é o primeiro e o último produto turístico que é o utilizado por quem nos visita, podendo o problema criado com a introdução de portagens nas ex SCUT ter um efeito em cascata em todos os produtos turísticos. “Os turistas que nos visitam querem que a utilização dos vários serviços turísticos sejam

um processo simples e não uma fonte de complicações como está a ser o actual sistema de portagens nas ex SCUT”, refere a ARAC. Avizinhando-se a época alta do Turismo que se inicia já no próximo mês de Junho e não existindo ainda uma solução aplicável ao sector, a ARAC receia que neste Verão se assista a um elevado decréscimo no número de turistas que visitam Portugal e utilizam viaturas de rent-a-car. Dados recentes mostram já um decréscimo acentuado da procura dos nossos serviços em alguns casos atingindo 30% não sendo pois de admirar, a não haver correcção da rota, que os valores da época alta atingam mesmo os 50%, situação dramática para um país que necessita a todo o custo de angariar receitas e desenvolver a sua economia, sendo sabido que o Turismo é um dos motores da retoma económica de Portugal. “A existência de um sistema de cobrança de portagens específico para o rent-a-car é fundamental para a manutenção e desenvolvimento do turismo nacional”, reclama a ARAC. “A ARAC espera que sejam tomadas medidas no sentido de aplicar uma solução adequada de modo a que seja possível aos turistas que nos visitam cumprirem as suas obrigações sem incómodos”, conclui a Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor.


ambiente

20% da energia usada nos sistemas de ar comprimido é desperdiçada Sistemas de ar comprimido são dos principais consumidores de energia elétrica nas oficinas.

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ndústria automóvel é considerada consumidora de média dimensão de ar comprimido, nesse sentido a GAS NATURAL FENOSA (GNF), está a avaliar a pertinência do ar comprimido no contexto da eficiência energética e, consequente, na redução na factura da energia elétrica. O projecto Auto.AR é totalmente direcionado à indústria automóvel e envolve uma amostra de vinte empresas que estão a ser alvo de auditorias energéticas. As análises preliminares do Auto.AR apontam que 20% da energia usada nos sistemas de ar comprimido é desperdiçada devido a fugas, má utilização ou falta de manutenção. A implementação dos planos de melhoria da eficiência da instalação (PMEI) são a consequência prática do Auto. AR e a estimativa aponta para uma redução do consumo de energia em 15%, valor que

representa 1.884,5 MWh/ano, no universo das vinte empresas. Este valor equivale a uma poupança total anual de 140.000€. Em termos de emissões de CO2, a poupança é de 33.000€ em dois anos. “Na Gas Natural Fenosa somos altamente comprometidos com a eficiência energética. Depois de analisarmos outros sectores de atividade, estamos agora voltados para a indústria automóvel, onde o consumo médio de energia para a produção de ar comprimido por empresa é de 625 MWh/ano. Se partirmos do pressuposto que é possível reduzir a factura da electricidade em 15%, conseguimos melhorar a performance da empresa na globalidade, tornando-a mais eficiente”, defende Fernanda Moreira da Silva, Directora de Negócios Maioristas da GAS NATURAL FENOSA em Portugal. O Auto.AR é um projecto criado pela Gás Natural Fenosa, em parceria com a INTELI

Anualmente a redução de energia elétrica pode chegar a 140.000€ no conjunto das vinte empresas avaliadas (Inteligência em Inovação - Centro de Inovação), o CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel), financiado pelo PPEC (Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica) e promovido pela ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos). Depois das auditorias, as empresas envolvidas recebem um relatório com as medidas de eficiência energética a implementar, a poupança estimada e o período de recuperação do investimento. Pub

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reportagem 1ª Convenção Create Business

Mega Operação atrai Legião

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A Create Business realizou a sua 1ª Convenção, evento onde estiveram presentes cerca de 600 oficinas independentes, 8 fornecedores da empresa, num total de 800 participantes.

A Create Business imprimiu uma grande dinâmica à sua 1ª Convenção, num claro sinal que a crise não é obstáculo à realização de iniciativas deste tipo. Marcas como a TRW, MAHLE, LUK, VARTA, DAYCO, VALEO, BOSCH, entre outras, emprestaram um brilho especial a esta iniciativa. Este evento teve como principal objectivo transmitir os valores da empresa, a sua missão, o conceito do seu negócio, objectivos estratégicos e que ferramentas disponibilizam para os clientes. Transmiti-

ram que não são um fornecedor de peças, mas sim de marcas e que distribuem peças recorrendo a serviços de valor acrescentado, inovando e diferenciando-se por essa via. Os principais dossiers debatidos incluíram


Os principais dossiers debatidos incluíram a apresentação do programa “+ Valor”. a apresentação do “+ Valor”, um programa informático que tem incluído uma ferramenta de orçamentação, informação técnica, Hot Line e também um portal para a realização de encomendas. No fundo os clientes da Create Business ficam com a possibilidade de através de uma só plataforma informática fazerem

orçamentos e comparação dos preços e templários originais, saber se a empresa tem ou não stock num determinado momento, no fundo proporcionar as condições ideias para que os clientes finais sintam a vantagem de irem à oficina independente em vez de visitarem o concessionário.

Por outro lado, os principais fornecedores da Create Business, que são fabricantes de primeiro equipamento, divulgaram o que estão a desenvolver, que carros é que estão a planear para o futuro, com o objectivo das oficinas independentes prepararem o presente para os carros que vão entrar nas suas instalações daqui a cinco ou dez anos. Pub

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entrevista

Benito Tesier Sierra, Director Geral

Corporación Upwards 98 (Brembo Espanha)

“A Brembro nasceu como uma companhia de aftermarket” Benito Tesier Sierra, Director Geral Corporación Upwards 98 (Brembo Espanha), sublinha um ponto chave: “A eventualidade de alguém colocar peças nãocontroladas, abaixo das normas mínimas de segurança e escapando à homologação é algo que deveria ser controlado por lei”.

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Nós temos provas que em muitos mercados há uma clara necessidade de uma parceria com fornecedores de sistemas em vez de especialistas para apenas um produto.

Q

ual é o futuro do negócio de aftermarket dentro da Brembro? A Brembro nasceu como uma companhia de aftermarket e embora tenha chegado a líder de OE (Equipmento Original) durante a sua surpreendente história, nunca perdeu o foco no aftermarket. Além disso, as grandes sinergias técnicas e industriais, com a experiência adquirida em OE e Competição, trouxeram soluções e inovações para o aftermarket que todos os parceiros da Brembo poderiam oferecer aos seus clientes. Várias companhias OE, tais como a Brembo, organizam o seu modelo de negócio de aftermarket em apenas 1 ou 2 produtos. Pensa que esta posição é sustentável no futuro? Nós temos provas que em muitos mercados há uma clara necessidade de uma parceria com fornecedores de sistemas em vez de especialistas para apenas um produto. A Brembo está claramente a direcionar as suas estratégias neste sentido, adicionando pastilhas, componentes hidráulicos, maxilas e kits traseiros à sua oferta tradicional de discos de travões e tambores. É também claro que nós não consideramos ampliar o nosso portfólio a outros produtos que não sejam consistentes com o nosso núcleo de competências e com o nosso “know-how”. Devido à pressão nos preços, o mercado tem testemunhado o aumento de companhias que compram peças não homologadas a países de baixo custo, colocam-nas em embalagens bonitas e vendem-nas com uma marca. Como vê este problema? É uma ameaça à Brembo? Enfrentamos esta questão várias vezes e já tivemos muitas ocasiões para expor a nossa posição em relação a este assunto: a oportunidade para disfrutar de produção

de baixo custo é sempre válida e é um pilar na economia global; não esperamos que no nosso segmento especifico esta tendência seja revertida. Contudo, o foco não deve ser na fonte mas na qualidade dos produtos, a oportunidade de monitorizar e assegurar um nível técnico consistente e um processo industrial uniforme. A Brembo tem uma pegada industrial muito competitiva que assegura a nossa oportunidade de oferecer o produto certo para todos os mercados com o posicionamento correto. A eventualidade de alguém colocar peças não-controladas, abaixo das normas mínimas de segurança e escapando à homologação é uma ameaça para todos, principalmente para instaladores e condutores. Isto é algo que deveria ser controlado por lei. Pensa que a marca ainda é uma mais-valia? No cenário do mercado atual, a marca pode ser um ponto de referência para o consumidor. Se eu pensar no nosso portfólio de produtos, refiro-me aos componentes de segurança, nós temos que garantir ao consumidor que a imagem de topo que os nossos produtos têm, é realmente revertida para os nossos produtos. O “know-how” da Brembo na produção de sistemas de travagem para fabricantes de automóveis de renome e a experiencia adquirida nas corridas, permitem-nos oferecer uma gama completa de produtos confiáveis para o aftermarket independente. Há mais de 50

anos que os nossos clientes têm beneficiado de todo o nosso “know-how” - considerando que a Brembo é uma companhia focada na pesquisa e desenvolvimento - com informações técnicas em primeira mão, serviços exclusivos e conteúdos interessantes. Estes são os valores que uma marca bem conhecida traz ao mercado: qualidade, confiabilidade, inovação e serviços exclusivos. A crise está a impedir as pessoas de comprar carros novos na Europa, isto significa que o aftermarket independente esta a beneficiar desta conjuntura? Em tempo de crise o primeiro sector do mundo automotivo a sofrer é o sector do OE, porque as pessoas não compram carros novos e continuam a utilizar os seus veículos habituais. De facto, em tempos de grande crise como este, percebemos que as pessoas estão a restringir o uso dos seus veículos e sabemos também que em alguns países houve uma queda no consumo do combustível. Isto significa que as pessoas estão a tentar limitar a utilização dos seus carros tanto quanto possível. A curto prazo, isto leva a uma redução dos custos de manutenção dos veículos com uma consequente estagnação das vendas no IAM. A médio prazo, esperamos uma inversão desta tendência com o aumento das vendas no IAM quando a crise ainda não tiver chegado bem ao fim, mas a recessão já tiver acabado.

www.anecra.pt

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tÉcnica

Inspeções Técnicas

PARTE II

Os diferentes tipos de Inspeções Técnicas a Veículos, e os tipos de deficiências. Licença Tipo A

O curso de formação profissional que permite formar um inspetor para obter a Licença Tipo A, visa proporcionar a aquisição dos conhecimentos, competências técnicas e o desenvolvimento das capacidades, práticas, atitudes e comportamentos necessários ao exercício das funções inerentes às inspeções técnicas periódicas a automóveis ligeiros. A formação completa de um inspetor de Licença Tipo A, implica um total de 335 horas. São 210 horas de formação teórica/prática em Centro de Formação constituída por 11 unidades de formação, 120 horas de estágio num Centro de Inspeção e 5 horas de avaliação teórica (prova teórica) e prática (prova prática). A prova prática, avaliada por um Júri tripartido, é sempre precedida de aprovação na prova teórica e é constituída pela simulação de uma inspeção periódica a um veículo ligeiro. Cada inspeção é comentada pelo candidato e inclui a elaboração de um Relatório de Inspeção e a simulação da emissão do Certificado de Aprovação. A formação de um inspetor de Licença Tipo A é uma formação abrangente constituída por 11 Unidades de Formação: Unidades de Formação

- Atribuições e competências do IMTT - Segurança Rodoviária I - Classificação e características de veículos ligeiros - Mecânica de veículos ligeiros para inspetores I - Sistemas elétricos / eletrónicos de veículos ligeiros - Estrutura da carroçaria de veículos ligeiros - Procedimentos de inspeção periódica obrigatória em veículos ligeiros - Metrologia - Informática e processos administrativos de centros de inspeção de categoria A - Comunicação e relações interpessoais - Sistemas da qualidade aplicados a centros de inspeção A formação tem uma sólida componente teórica associada a uma forte componente prática. O inspetor tem que ser um bom conhecedor

18

Anecra 2012

da legislação que enquadra as Inspeções Técnicas a Veículos. É importante que o inspetor saiba identificar e interpretar corretamente a legislação e em qualquer momento, saiba onde e como a consultar. O inspetor deve também estar bem identificado com as atribuições e competências do organismo que rege as Inspeções Técnicas a Veículos, que é o IMTT – Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres. As Inspeções Técnicas têm como objetivo melhorar os índices de segurança rodoviária, pelo que o inspetor tem que ter bem patente toda a temática que a envolve a todos os níveis. O inspetor tem que conhecer os procedimentos informáticos, processos administrativos e sistemas de qualidade aplicados aos Centros de Inspeção de Veículos. Tem que

saber identificar, classificar e caracterizar os diferentes tipos de veículos em circulação. Em termos de tecnologia, o inspetor recebe formação sobre os tipos, função e princípios de funcionamento dos vários sistemas mecânicos, elétricos e eletrónicos do automóvel e seus componentes (motores, sistema de transmissão, sistema de ignição e injeção de gasolina, sistema de alimentação Diesel, sistema de sobrealimentação, sistema antipoluição, sistema de suspensão, sistema de direção, rodas e pneus, sistema de travagem, sistemas de carga e arranque, sistema de iluminação, sistemas de conforto e segurança, sistemas de informação e sistemas de gestão eletrónica), com particular incidência nos sistemas de segurança do veículo. Recebe formação ao nível da carroçaria com incidência nas estruturas e classificação de

P


carroçarias e seus componentes, zonas de deformação, corrosão e processos de ligação de elementos da carroçaria. Os procedimentos de inspeção e a utilização adequada dos vários equipamentos de inspeção, tais como o ripómetro, o frenómetro, o regloscópio e outros, associados a necessários conhecimentos de metrologia, são pontos cruciais da formação do inspetor. Em termos comportamentais, o inspetor recebe formação ao nível da comunicação, relações interpessoais e gestão de conflitos, indispensáveis numa profissão de contacto direto com o cliente, onde o inspetor tem que revelar segurança na análise e firmeza na decisão, em situações muitas vezes susceptíveis de conflitos. Mas a formação do inspetor não fica por aqui. A tecnologia automóvel, a legislação aplicável às inspeções entre outros factores, estão sempre em constante evolução. Por

isso, o inspetor é obrigado por legislação a proceder à renovação periódica da sua licença. A renovação da licença de inspetor, está dependente entre outros requisitos, da frequência de formação contínua de atualização de conhecimentos. Em cursos de curta duração de formação contínua, o inspetor já com experiência, tem a possibilidade de atualizar os seus conhecimentos em variados temas, tais como entre outros, caixas de velocidades, sistemas de segurança passiva, EOBD, sistemas de Iluminação, ensaios com regloscópio, análise de folgas, veículos adaptados a GPL e GNC e Veículos Híbridos. Pub

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CONSELHO DE OFICINA

Mudar o filtro do habitáculo antes de ir de férias

Protecção efectiva contra o pó e o pólem Bem antes das férias é o momento ideal para mudar o filtro de habitáculo do seu veículo. Todos os que mudarem agora o filtro usado estarão também, mesmo quando viajarem por todos os lados, protegidos contra substâncias nocivas e pólens que podem desencadear uma reacção alérgica.

A

boa ventilação no habitáculo e um sistema de acondicionamento de ar totalmente funcional têm uma importância fundamental quando se viaja por climas quentes. O stress pelo calor e o risco de acidente reduzem-se. Um filtro de habitáculo cheio produz incómodos para os ocupantes por maus cheiros e ar viciado. Os poros obstruídos do filtro são um terreno de cultura ideal para fungos e bactérias. ‘Um filtro de habitáculo novo proporciona aqui protecção efectiva’, disse Eugen Koch, Head of Product Management de MANN-FILTER. ‘Na revisão antes das férias as oficinas devem, por conseguinte, informar os condutores de que é necessário mudar o filtro ’ Reacção de hipersensibilidade ao pólem Eugen Koch deu outra razão importante para mudar o filtro antes de viajar nas férias: para mais e mais condutores, o ar limpo é essencial para enfrentar a época dos pólens. Segundo os dados do Robert-Koch-Institut de Berlim, 38% das pessoas entre 20-44 anos têm registada sensibilidade ao pólem. A época – principalmente entre abril e agosto – na qual os níveis de pólem são elevados alonga-se cada vez mais como consequência do aquecimento global. Além disso, as substâncias nocivas tais como o ozono,

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Anecra 2012

É assombroso – muitos condutores lembram-se de mudar o óleo e colocar um filtro de óleo novo, mas só um em cada três pensa num filtro de habitáculo novo, ou seja, a sua saúde e a das suas famílias. aumentam a possível alergia ao pólem. ‘Um filtro eficiente tem um contributo importante para o conforto de toda a família’, explicou Koch. Os perigos de andar às escuras Assim como ajuda a diminuir os riscos para a saúde, um filtro novo beneficia também a segurança. Sem um filtro de habitáculo eficiente, o pó fino, as particulas do escape diesel, o pólem das flores e o ozono podem entrar para o habitáculo através da admissão de ar puro. Esta mistura nada saudável afecta adversamente as reacções e a concentração do condutor e aumenta o risco de acidente. Também podem surgir situações perigosas a quem sofre de alergia,

espirra e os olhos lacrimejam ao volante. A 50 km/h, um espirro violento significa que o condutor percorre mais de 15 metros com os olhos fechados – um perigoso percurso às escuras numa estrada engarrafada! Mudar o filtro de óleo e o de habitáculo É assombroso – muitos condutores lembram-se de mudar o óleo e colocar um filtro de óleo novo, mas só um em cada três pensa num filtro de habitáculo novo, ou seja, a sua saúde e a das suas famílias. Dispõe-se de filtros de partículas e combinados As oficinas de veículos tem duas variantes MANN-FILTER entre as quais podem escolher: os filtros de partículas retêm as partículas sólidas tais como pó fino, fuligem e partículas de pneumáticos, enquanto que os filtros combinados – graças a uma camada de carvão activo adicional – também eliminam quase totalmente os gases nocivos tais como ozono e benzeno, assim como os cheiros desagradáveis. A melhoria é bastante simples: ao mudar o filtro o mecânico pode, geralmente sem esforço adicional, mudar o filtro de partículas pelo mais efectivo filtro combinado. MANN-FILTER fornece filtros de habitáculo na qualidade OE para todos os modelos actuais de veículos.


Tecnologia de arranque a frio para motores diesel

Tecnologia de ignição

Electrónica

Sensores

Inovação construída durante 100 anos

BERU é a força motriz em tecnologia de ignição a gasolina, líder mundial em tecnologia diesel de arranque a frio e primeira escolha da indústria automóvel: Produtos BERU são instalados como padrão por todos os grandes fabricantes de automóveis e são nº 1 em tecnologia OE.

KRAUTLI LISBOA (Sede): Rua Horta dos Bacelos, 17-19 P-2691-002 Santa Iria de Azóia P-4470-516 Maia KRAUTLI PORTO: Rua Eng. João Tallone, 183 - Z. Ind. da Maia, Sector IX

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crónica

Por:

João Alberto Catalão

Militante da Vida – www.vitaminacatalao.com jcatalao@uaume.com

TER TALENTO E SABER EVIDENCIÁ-LO É UMA ATITUDE SEXY & INTELIGENTE!

A

credito que o TALENTO está do lado de todos aqueles que conseguirem saber o que “vai na cabeça” do mercado! Ter TALENTO é, claramente, um atributo SEXY! Quem de nós é que não admira ou se sente atraído por determinadas pessoas e marcas? Esse fenómeno natural de afetividade e/ ou desejo decorre das emoções positivas despertadas pelo reconhecimento de algum tipo de TALENTO que elas emanam. Muitas vezes esse reconhecimento que sentimos nem chega a ser consciente. Simplesmente sentimo-nos atraídos por elas, e isso é SEXY. Dentro das inúmeras definições de SEXY que encontrei, aquela em que me revejo mais considera que o adjetivo uniforme “sexy” como “aquilo que estimula o desejo; excitante; erótico...” Acrescento eu: SEXY é atração positiva! Logo, SER SEXY é uma ATITUDE INTELIGENTE! Esta reflexão foi o mote inspirador para aquilo que quero aqui partilhar: pensar em nós como um “produto de qualidade”, que se quer revelar junto dos outros, de forma a obter o seu reconhecimento. Reconhecimento porquê? Claro que a resposta só pode ser uma: porque é BOM! Porque SABE BEM! Porque constitui a validação de um percurso de vida! Em conclusão: porque é INTELIGENTE! Importa então percebermos o que significa SER INTELIGENTE. Etimologicamente a palavra “inteligência” deriva do latim intelligentia (intus legere actionem) = ler

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Anecra 2012

dentro da ação, compreender dentro... SER INTELIGENTE significa, então, evidenciar um comportamento adaptativo orientado a algo. Trata-se de uma capacidade que nos permite fazer e desfazer na procura de informação capaz de se transformar em novo conhecimento, potenciador de realizações futuras (ex: objetivos, metas). Só mesmo os tolos, ou os mais distraídos é que poderão não estar interessados no futuro, uma vez que é lá que todos vamos viver! “A melhor forma de prever o futuro é criá-lo”. Peter Drucker

A mais recente obra literária de João Catalão dá pelo nome de UAUme!® Consiste no “clarão” que é accionado pela surpresa positiva e que potencia no outro a sua criatividade, espontaneidade e desejo de servir, numa dinâmica interpessoal em cadeia.

Vejamos uma curiosidade do nosso léxico: a coincidência de chamarmos “presente” ao momento que se está a viver (o aqui e agora), e de usarmos também a palavra “presente” como sinónimo de prenda ou dádiva. Daqui podemos tirar uma conclusão: se uma prenda ou uma dádiva são coisas que todos em regra apreciamos, quem vive o presente como uma dádiva, certamente não só desfruta e usufrui mais do seu dia-a-dia, como também se torna capaz de preparar e de antecipar melhor o seu próprio futuro, sem desperdiçar tempo a “viver” agarrado ao passado. A este propósito tenho referido muitas vezes o seguinte: se todos se queixam de falta de tempo porque é que tanta gente desperdiça esse bem escasso e precioso a falar e a pensar no passado? “Quando o futuro vira passado, é fácil ver o que tinha que ser feito.” O tempo, apesar de ser um recurso escasso para todos, está distribuído de forma


democrática. Independentemente de quem sejamos, todos temos exatamente 86.400 segundos para viver em cada dia! Um facto: NINGUÉM consegue comprar ou vender um simples segundo da sua ou da vida dos outros! Em média, uma pessoa saudável precisa de dormir cerca de sete horas por dia, ou seja: 25.200 segundos. Assim, feitas as contas, na verdade apenas podemos desfrutar de cerca de 61.200 segundos/dia. Em conclusão: 1/3 da nossa vida é passada a dormir! “O homem que tem a coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.” Charles Darwin.

Pergunto: Quantos de nós vivem a sua vida pessoal e profissional utilizando eficazmente o precioso recurso do tempo? Quantos de nós achamos “natural” viver uma vida “politicamente correta”, carregando cada dia como se de um martírio se tratasse, ou vivendo-a “em cima do muro” com um cuidado extremo, de forma a morrer um dia em segurança? Quantos nos queixamos de má sorte, achando que as oportunidades caem do céu? Quantos de nós vivemos a vida SENDO verdadeiramente donos dela? Quantos de nós vivemos a vida apenas na procura do TER mais bens materiais? Quantos de nós vivemos a vida apenas em função dos outros?

Quantos de nós estão a construir um legado? Quantos de nós possuímos um PROPÓSITO de vida? Quantos de nós DESFRUTAMOS realmente da dádiva que é a vida? Quantos de nós já possuem um Plano de Marketing Sexy e Inteligente para a sua vida? Uma realidade incontestável é o facto de que a vida nos é muito mais favorável quando a vivemos procedendo à definição e à realização de metas pessoais e profissionais. O ser humano gosta tanto de concretizar

que sempre que atinge algo que lhe custou muito a alcançar, fica novamente insatisfeito, necessitando por isso de um novo desafio. Para além de a vida ter muito mais SENTIDO, quando é vivida numa dinâmica de prossecução de objetivos, torna-se também muito mais proveitosa. A VIDA é feita de ESCOLHAS. Sempre que escolhemos algo, significa que NÃO estamos a escolher outra coisa! ESCOLHER BEM é uma ATITUDE SEXY e INTELIGENTE! Pub.


mercado

MERCADO AUTOMÓVEL cai 44% no 1º semestre de 2012

Augusto Bernardo Gabinete de Estudos Económicos

24

Anecra 2012

DIFERENÇAS

UNID.

%

2011

2012

UNID.

%

* LIGEIROS PASSAGEIROS

17.150

10.805

-6.345

-37,0

91.859

53.406

-38.453

-41,9

COMERCIAIS LIGEIROS

2.820

1.313

-1.507

-53,4

17.330

7.806

-9.524

-55,0

PESADOS MERCADORIAS

192

111

-81

-42,2

1.676

835

-841

-50,2

PESADOS PASSAGEIROS

20

10

-10

-50,0

219

164

-55

-25,1

TOTAL DE PESADOS

212

121

-91

-42,9

1.895

999

-896

-47,3

20.182

12.239

-7.943

-39,4

111.084

62.211

-48.873

-44,0

TOTAIS

Fonte: Gabinete de Estudos Económicos da ANECRA * Inclui os veículos de todo o terreno

VENDAS LIGEIROS DE PASSAGEIROS* - JAN.-JUN.

115258 91859

114414

107538

116737

109662

73100

100000

105904

99665

148773

127335

116266

112056

120000

109790

127998

140000

124559

160000

131164

167103

180000

159482

200000

53406

80000 60000 40000 20000 0

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

VENDAS COMERCIAIS LIGEIROS - JAN.-JUN.

40690 32787

21925

7806

20000

17330

17595

35195

36806

44790

50449

34397

28610

30000

34716

29655

40000

44018

50000

47944

60000

43533

57697

70000

10000

0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

VENDAS MERCADO TOTAL - JAN.-JUN.

138801

62211

111084

151361

146579

145684

154698

145497

198093

177782

185370

92749

100000

136334

150000

164492

200000

157976

250000

221796

221697

300000

144672

A RETER: - O mês de junho de 2012 foi o pior mês de maio desde 1993, no que toca a vendas de veículos ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros, pesados e mercado total. O mesmo aconteceu em relação ao acumulado de janeiro a junho deste ano. - Em junho de 2012, as vendas de ligeiros de passageiros caíram 37%, face a igual mês do ano anterior, enquanto que as vendas de veículos comerciais ligeiros e pesados caíram 53,4% e 42,9%, respetivamente. - Mercado de pesados de passageiros desceu 50% em junho de 2012, face ao mês homólogo do ano transato. Na categoria dos veículos pesados de mercadorias a quebra foi de 42,2% em igual período. - As 24 marcas que mais automóveis ligeiros de passageiros venderam de janeiro a junho de 2012, registaram taxas de crescimento negativas, face a igual período do ano de 2011.

UNIDADES

2012

40514

Mercado total Em junho de 2012, a venda de veículos novos em Portugal (Mercado Total) atingiu as 12.23 unidades, baixando 39,4%, face ao mesmo mês do ano precedente. Já no que respeita a valores acumulados, de janeiro a junho de 2012 registou-se uma contração de 44%, face ao período homólogo do ano anterior, totalizando 62.211 viaturas comercializadas. Assim, no primeiro semestre de 2012 venderam-se menos 48.873 veículos em Portugal, em comparação com o mesmo período do ano de 2011. Ranking/Quota de Mercado (jan.-jun.): 1º Renault (11,8%); 2º Volkswagen (10,2%); 3º Peugeot (9,3%); 4º Citroën (6,2%); 5º Opel (6,1%).

JANEIRO - JUNHO

DIFERENÇAS

2011

37655

Veículos Pesados O comércio de veículos pesados em junho de 2012 caiu 42,9%, face a junho de 2011, traduzindo-se em menos 91 veículos transacionados. Em relação ao período de janeiro a junho de 2012, venderam-se em Portugal 999 veículos pesados, menos 896 unidades que em igual período do ano passado, correspondendo a um decréscimo de 47,3%. Ranking/Quota de Mercado (jan.-jun.): 1º Renault (20,6%); 2º MAN (16,2%); 3º Mercedes-Benz (15,1%); 3º Volvo (12,4%); 5º Iveco (9,2%).

JUNHO UNIDADES

171499

Veículos Comerciais Ligeiros Quanto ao mercado de veículos comerciais ligeiros, no mês de junho de 2012 verificou-se uma quebra de 53,4%, face a igual mês do ano anterior, tendo sido comercializadas 1.313 unidades (-1.507). Em termos acumulados, nos primeiros seis meses do ano de 2012, as vendas de veículos neste segmento não ultrapassaram os 7.806 veículos, ou seja, menos 9.524 unidades vendidas face ao ano antecedente (-55%). Ranking/Quota de mercado (jan.-jun.): 1º Citroën (14,3%); 2º Renault (14,2%); 3º Peugeot (14%); 4º Volkswagen (10,9%); 5º Fiat (9,2%).

SECTOR AUTOMÓVEL / PORTUGAL - VENDAS

171163

Veículos Ligeiros de Passageiros No mês de junho de 2012 as vendas de automóveis ligeiros de passageiros cifraram-se em apenas 10.805 unidades, menos 6.345 unidades que no mesmo mês do ano passado, correspondendo a uma quebra de 37%. No que toca ao acumulado, de janeiro a junho de 2012 venderam-se 53.406 veículos ligeiros de passageiros, equivalendo a um decréscimo de 41,9% (-38.453 unidades), face a igual período do ano transato. Ranking/Quota de mercado (jan.-jun.): 1º Renault (11,2%); 2º Volkswagen (10,2%); 3º Peugeot (8,8%); 4º BMW (6,3%); 5º Opel (6,3%).

50000

0 199 199 199 199 199 199 199 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2


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social

Mulheres

ao volante

Para provar que nem só de homens vive o mundo automóvel, desafiámos duas mulheres aficionadas pelo volante a responder a 8 questões sobre a sua paixão. Será que passaram no teste? Isso, só os leitores poderão dizer.

J

á sabíamos e alguns estudos estão aí para comprovar que as mulheres podem influenciar até 90% na escolha de um automóvel, mas daí a serem aficionadas, perceberem da parte mecânica ou de pormenores técnicos ainda vai uma grande distância.

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Anecra 2012

Para a maioria das mulheres são muitos os quilómetros que as separam da linguagem de um carro para além da necessidade de se deslocarem no dia-a-dia. Não é o caso de Joana Sotto-Mayor. 39 Anos, natural de Cascais. Carro diário: Porche Cayenne, de 2010.

Carro de Competição na equipa Yser Racing Team: Mini All4 Racing, de 2011. Lígia Albuquerque, também trata os automóveis por tu. Tem 46 anos e nasceu no Porto. Hoje e apesar de já não competir contínua ativa naquela que é uma das suas paixões: conduzir automóveis. Para estas duas mulheres


há muito que o automóvel as conquistou, mas é inegável dizer que elas também o conquistaram. Joana e Lígia são apenas dois exemplos de como é possível destacar-se num meio que ainda é visto como mais masculino do que outra coisa qualquer. Revista Anecra - Como surgiu a paixão pelo automóvel? JSM - Em 1998, trabalhava na Salvador Caetano e liderava o projeto Clube Todo-o-Terreno Toyota, que consistia em organizar passeios TT para os clientes com um veículo desse género da marca. Do trabalho para a competição foi um passo rápido e a convite da Teresa Cupertino Miranda inicie-me nas competições nacionais de todo-o-terreno. LA – A paixão verdadeira não era minha mas sim dos meus irmãos e do meu pai. Assim passei algumas tardes ao vento a ver corridas em Vila do Conde, pista emblemática bem perto do Porto e o “bichinho” foi passando, mas devagar…. Revista Anecra - O que mais a fascina nesse mundo? JSM - O desafio de cada prova e a adrenalina do inesperado. LA - O fascínio surge também pela competição, por aquilo que significa chegar em primeiro ou se não for melhor, na frente de alguém. Claro que a sedução pela rapidez já acontecia e um motor que nos dê essa sensação é o mais importante. O poder de uma aceleração ou a capacidade de uma travagem no último metro, são coisas que me fascinam. Revista Anecra - Qual é o seu automóvel de sonho? JSM - Gosto sobretudo de veículos de série de modelo todo-o-terreno, como o BMW X6 ou Porche Cayenne. LA - Tenho a sorte de ter comigo um dos meus carros de sonho, o Toyota HDJ 100. Um todo-o-terreno que me fascina. Revista Anecra - Gostava de praticar mais algum desporto motorizado? JSM - Não, gosto do desafio do todo-oterreno em carro. Motas, camiões ou

carros de circuito não me estimulam minimamente. LA - Fiz durante 20 anos velocidade em circuitos e rampas, rally e todo-o-terreno, digamos que fiz quase tudo. Revista Anecra - Qual é, na sua opinião, a peça mais importante de um automóvel? JSM - O motor, mas também o binário para obtermos uma excelente performance. LA - Sem dúvida que a potência de um bom motor, não há nada como “voar”. Revista Anecra - Faz a manutenção do seu carro dentro dos períodos preconizados pela marca? JSM - Sim, vou sempre à assistência da marca do meu carro. LA - Claro que sim. É essencial cuidar do veículo que normalmente conduzimos, faz parte. Um automóvel mal cuidado é meio caminho andado para avarias e problemas. Revista Anecra - Já lhe aconteceu ter de mudar um pneu no meio de uma viagem? JSM - Em corrida já tivemos de mudar uns tantos pneus e não é nada agradável. Perde-se tempo, ritmo e às vezes algumas classificações. No dia-a-dia só tive um furo e foi logo no primeiro ano de carta. Foi simples liguei ao meu pai para me vir ajudar! LA - Sinceramente quanto a furos só mesmo em prova e aí estamos normalmente preparadas e treinadas para mudar a roda em muito pouco tempo. De lembrar que no todo-o-terreno a roda é muito pesada e para qualquer mulher não é muito fácil mas,

lembro-me de o conseguirmos em 3m50s. Num veículo do dia-a-dia se a roupa não for muito inconveniente não teria dificuldade mas se a saia o impedir e o sapato com tacão também, há sempre um telemóvel para pedir ajuda. Uma vez mulher, sempre mulher. Revista Anecra - Concorda com a afirmação: “uma mulher só se preocupa com o seu automóvel quando este não arranca”? JSM - Não concordo. Existem muitas mulheres que conduzem bem, preocupamse com a manutenção do carro e a nível competitivo existem grandes nomes femininos a fazerem “mossa” a muitos homens, exemplo: Michele Mouton ou Jutta Kleinschmidt. LA - Não estou nada de acordo com isso. Claro que qualquer mulher se preocupa com o facto de ter de empurrar o carro. A única diferença para os homens é que nós assumimos e eles não. Anabela Oliveira

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correio do associado

Salvaguarda dos direitos do trabalhador no contrato de trabalho O Decreto-Lei nº 220/2006, de 3 de Novembro, prevê a atribuição do subsídio de desemprego, apenas nas situações de desemprego involuntário. EMPRESA ASSOCIADA: Em que situações a falta de pagamento da retribuição pode constituir justa causa, para rescisão do contrato pelo trabalhador? GABINETE JURÍDICO: Em resposta à questão colocada informamos que o artigo 394º do Código do Trabalho, considera como justa causa para rescisão do contrato de trabalho por parte do trabalhador, a falta culposa de pagamento pontual da retribuição por parte do empregador. Acresce referir que nos termos do nº 5 do referido preceito legal, considera-se culposa a falta de pagamento pontual da retribuição que se prolongue por um período de 60 dias ou quando e empregador, a pedido do trabalhador declare por escrito a previsão de não pagamento da retribuição em falta, até ao termo desse prazo. Com base neste facto, pode o trabalhador comunicar a resolução do contrato ao empregador, por escrito, com indicação sucinta dos factos que a justificam, nos 30 dias subsequentes ao conhecimento dos mesmos, contando-se o prazo de resolução, a partir do termo do período de 60 dias ou da declaração do empregador. Poderá a empresa/entidade empregadora exigir que a assinatura do trabalhador constante da declaração de resolução tenha reconhecimento notarial presencial, devendo,

O artigo 394º do Código do Trabalho, considera como justa causa para rescisão do contrato de trabalho por parte do trabalhador, a falta culposa de pagamento pontual da retribuição por parte do empregador.

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neste caso, mediar um período não superior a 60 dias entre a data do reconhecimento e a da cessação do contrato. Nessas circunstancias e, caso a rescisão seja comunicada, nos termos referidos, é conferido ao trabalhador, o direito a uma indemnização, a determinar entre 15 e 45 dias de retribuição base, por cada ano completo de antiguidade, atendendo ao valor da retribuição e ao grau de ilicitude do comportamento do empregador, não podendo ser inferior a três meses de retribuição base,

acrescida do valor de indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais, eventualmente invocados. Ocorrendo justa causa, determina o Código do Trabalho que o trabalhador pode fazer cessar imediatamente o contrato. Neste sentido, deve a empresa verificar o cumprimento dos requisitos legais para efeitos de rescisão de contrato de trabalho com justa causa, pelo trabalhador, com fundamento na falta de pagamento pontual da retribuição.


EMPRESA ASSOCIADA: Em que situações um trabalhador que celebre um acordo de cessação de contrato de trabalho, tem direito a subsídio de desemprego? GABINETE JURÍDICO: O Decreto-Lei nº 220/2006, de 3 de Novembro, prevê a atribuição do subsídio de desemprego, apenas nas situações de desemprego involuntário, designadamente, nas situações de cessação de contrato de trabalho que se integrem num processo de redução de efectivos, quer por motivo de reestruturação, viabilização ou recuperação da empresa, quer ainda, pelo facto da empresa se encontrar em situação económica difícil, independentemente da sua dimensão. Para os devidos efeitos, e nos termos da Lei, entende-se por: Empresa em situação de recuperação ou viabilização, aquela que se encontre em processo especial de recuperação, previsto no Código dos Processos Especiais de Recuperação da Empresa e Falência, bem como no Código da Insolvência e Recuperação de Empresa, ou no procedimento extra-judicial de conciliação; Por outro lado, Empresa em situação económica difícil, é aquela que assim seja declarada nos termos do disposto no Decreto-Lei nº 353-H/77, de 29 de Agosto; Pode ainda ocorrer reestruturação de Empresa, a pertencente a sector assim declarado por diploma próprio nos termos do disposto no Decreto-Lei nº 251/86, de 25 de Agosto e no nº 1 do artigo 5º do Decreto-Lei nº 206/87, de 16 de Maio; Para além destas situações, são, ainda, consideradas para efeitos de atribuição de subsídio de desemprego, as cessações de contrato de trabalho por mútuo acordo ou as revogação do Contrato de Trabalho, desde que fundamentadas em motivos que permitam o recurso ao despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho, tendo em conta a dimensão da empresa e o número de trabalhadores abrangidos, nos termos seguintes: Nas empresas que empreguem até 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até três trabalhadores inclusive ou até 25% do quadro de pessoal, em cada triénio; Nas empresas que empreguem mais de 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até 62 trabalhadores inclusive ou até 20% do quadro de pessoal, com um limite máximo de 80 trabalhadores em cada triénio. Os referidos limites são aferidos por referência aos últimos três anos, cuja contagem se inicia na data da cessação do contrato, inclusive e pelo número de trabalhadores da empresa no mês anterior ao da data do início do triénio. Gabinete Jurídico Isabel Figueira


crónica

Por:

Maria João Tavares

Country Manager da Infor em Portugal

O crescimento do setor automóvel

A

indústria automóvel continua a enfrentar um dos contextos de mercado mais exigentes. Apesar das perspetivas de crescimento serem enormes em economias emergentes, os fabricantes, bem como os seus fornecedores, estão a ser alvo de uma concorrência agressiva, fazendo com que haja uma contração dos mercados tradicionais, um aumento dos custos de produção e uma sobre-capacidade crónica. Os dados demonstram o impacto significativo da crise de 2008/2009, com os consumidores a refrear os seus gastos com itens mais caros, como os automóveis, resultando numa redução significativa das receitas e margens de lucro. Os resultados de um recente estudo realizado pela IDC Manufacturing Insights sugerem que – confrontados com este mercado mais apertado e agressivo – os fabricantes automóveis procuraram implementar uma estratégia bem equilibrada, que combine contenção de custos com oportunidades de crescimento. Para alcançar o crescimento, os fabricantes procuram o investimento em inovação de produto, com 80% a tentar estimular os mercados com novas ofertas. A inovação de produto possui um papel fundamental, por

forma a assegurar a diferenciação competitiva. Os clientes exigem agora veículos altamente personalizados, entregues em tempos mais curtos, equipados com tecnologias de ponta. Esta é uma tendência dominante no mercado. Por outro lado, em anos recentes houve um aumento significativo na quantidade de eletrónica e, mais recentemente, do software utilizado nos automóveis. O papel das TIs no sector automóvel encontra-se, desta forma, a expandir-se de um mero apoio empresarial para a inovação do próprio produto. Contudo, é evidente que o sector automóvel aprendeu as lições de um mercado sensível e da necessidade de haver uma contenção de custos. Neste sentido, a estratégia mais importante para os fabricantes automóveis é a redução dos preços dos produtos, demonstrando que sabem que para ganharem ações num mercado mais pequeno e hipercompetitivo, necessitam também que os preços do seu produto sejam mais baixos. Este fator levou a que as empresas deste setor olhassem para fora das quatro paredes das suas empresas em busca de formas para a redução de custos. Os fabricantes automóveis querem reduzir o número de fornecedores, de componentes desde regiões de baixo

custo, e fazer o outsourcing de instalações de fabrico para componentes não críticas. Mais de 70% das empresas na indústria automóvel espera que o nível de complexidade aumente ou aumente significativamente ao longo dos próximos três anos. Nenhuma companhia espera que haja menos complexidade no futuro. Assim, e por forma a conduzir ao crescimento e conter custos neste contexto de complexidade, a IDC Manufacturing Insights prevê que nos próximos três anos, os fabricantes automóveis em todo o mundo irão desenvolver uma série de iniciativas empresariais críticas, como: Melhorar o planeamento da procura e a previsão Planear a cadeia de fornecimento Melhorar as operações de produção Para desenvolver estas ações, os fabricantes automóveis sabem que necessitam de ultrapassar a atual fragmentação e falta de colaboração proporcionada pelas suas Tecnologias de Informação (TIs). Os fabricantes e os seus principais fornecedores querem maior visibilidade e inteligência de informação no negócio e ao longo da cadeia de valor. Desta forma, um interesse assim tão grande, tendo em conta um mercado assim tão caótico quer dizer que muitas organizações automóveis irão fazer investimentos de fundo nestas tecnologias, por forma a aumentar o valor dos seus sistemas de TI e em particular dos seus sistemas ERP, no curto e médio prazo. IDC Manufacturing Insights In Pursuit of Operational Excellence: Accelerating Business Change Through Next-Generation ERP (IDC #IDCWP47T) 2012. 378 entrevistas foram realizadas nas indústrias automotiva, aerospacial, maquinaria industrial e high-tech nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Brasil, Austrália, China, Índia, Japão, Qatar, Arábia Saudita, UAE e Rússia

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Reclamos Luminosos

Decoração de Viaturas

Quiosques


dossier Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos foi o desafio que lançámos a alguns dos principais operadores do ramo.

SEGURADORAS

As dificuldades e os desafios Pedro Seixas Vale, Presidente da APS - Associação Portuguesa de Seguradores

“O sector segurador está melhor que o sector bancário” Como caracteriza o momento das Seguradoras em Portugal? Momento difícil atenta a crise conjunta das dívidas soberanas na Europa e da crise bancária que iniciou, desde 2007, um período de forte recessão económica na Europa e sobretudo em Portugal. Apesar de tudo, e dentro do sistema financeiro português e europeu, o sector segurador tem sido o que melhor tem conseguido fazer à muito difícil situação económica e social se o compararmos com o sector bancário ou o sector da gestão de ativos. Essa sua capacidade de resistência expressa-se em Portugal ao nível dos resultados operacionais (o sector segurador teve um resultado positivo em 2011 ainda que pequeno, mas envolvendo grande parte das Companhias), do nível muito satisfatório de solvência de 180% em relação ao legalmente exigido e pelo facto de no seu conjunto e em todas as companhias manterem um nível total de independência em relação ao Estado sem necessidade de qualquer apoio deste. Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos? O primeiro constrangimento é o das condições muito duras e rápidas de ajustamento dos 3 desequilíbrios mais graves: o desequilíbrio externo (via balança de pagamentos) e o desequilíbrio do Estado (via excesso de endividamento) e o do sistema bancário (via desaceleração do processo de concessão de crédito em virtude das dificuldades de financiamento externo).

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O segundo dos constrangimentos é o clima recessivo da economia portuguesa e seu impacto no nível de vida dos portugueses. Os dois constrangimentos citados tiveram consequências negativas no volume de negócio em especial no Ramo Vida, nos resultados que desceram acentuadamente, nos níveis de capitais próprios e na desvalorização significativa de alguns dos seus ativos. A elevada concorrência no sector das seguradoras permite-lhes oferecer um serviço de elevada qualidade? A concorrência é sempre um fator de melhoria da qualidade e da eficiência. E não tem apenas influência nos preços. A qualidade expressa-se no nível de satisfação dos clientes e de todas as instituições que contactam

com as seguradoras. Todos os indicadores de nível de satisfação dos clientes utilizados indiciam uma clara melhoria da imagem e da qualidade do sector segurador nos anos recentes. De acordo com o ECSI (European Customer Satisfaction Index) e dos muitos sectores (cerca de 11) estudados sucessivamente nos últimos anos o que mais tem progredido é o sector segurador, cuja imagem/qualidade ultrapassam já o sector bancário e é considerado o que melhor e mais rapidamente trata as reclamações dos seus clientes. É essa a razão que justifica o decréscimo significativo do volume de reclamações. Refira-se o propósito que uma grande parte das reclamações tem a ver com meros e pequenos procedimentos administrativos e que em 50% dos casos o reclamante não tem razão. O preço ainda é o fator de decisão para a escolha da seguradora no sector automóvel. Concorda? O preço é em cerca de 50% dos novos contratos o fator que tem mais peso. O que não significa que não existam nos outros 50% outros mais importantes de que ressalto a importância do circuito de distribuição (mediador/corretor/banco), da qualidade de serviço nos diferentes momentos da existência do contrato (celebração, sinistro, atendimento), da rapidez na resolução dos problemas. Saliento também que o fator preço já determinou, como fator principal, muitos mais consumidores no passado. Refiro ainda que o preço não é determinado apenas pela concorrência, mas também pela análise de risco das companhias de seguros. Hoje em dia, o nº de fatores de risco utilizados pelas companhias – sejam sobre o tipo de cliente, seja sobre o tipo de veiculo – levam a que cada cidadão português tenha um risco e um consequente um preço totalmente diferente de outro, tantas são as variáveis como as correlações que se estabelecem sobre elas.


Analisar apenas o preço como fator de escolha remonta também ao consumidor de meados do século passado, onde as segmentações de clientes praticamente não existiam. Logo não há preços mais baratos ou mais caros de per si. Tal depende do tipo de produto (coberturas), níveis de qualidade(maior/menor), grau de transferência do risco (total ou parcial – franquias, copagamentos,..)

solidez da seguradora, proximidade /personalização no tratamento dos assuntos. Em resumo, é muito importante o preço mas muitas vezes (total ou parcialmente) não é nem o fator único ou decisivo na escolha da seguradora por parte do cliente. Se assim não fosse o limite zero seria o céu do consumidor e o inferno das seguradoras.

Galardão atribuído anualmente pela seguradora na área automóvel

PRÉMIO ALLIANZ EXCELÊNCIA EM SEGURANÇA 2012 ATRIBUÍDO À FORD

O Grupo Allianz atribuiu pela sétima vez o seu Prémio Excelência em Segurança: o vencedor deste ano foi a Ford-Werke GmbH, a representante da Ford na Alemanha. Com o seu modelo “Focus”, a Ford é o primeiro construtor de automóveis a disponibilizar os mais importantes sistemas de assistência à condução em pacotes económicos na categoria dos carros utilitários. Com o Prémio Excelência em Segurança, atribuído anualmente, a Allianz quer reco-

nhecer construtores e outras entidades ligadas à indústria automóvel por ações ou desenvolvimentos tecnológicos extraordinários para melhorar a segurança na estrada. “Depois dos cintos de segurança, os sistemas de assistência à condução são os mais importantes salvadores de vidas”, disse Karsten Crede, CEO da Allianz Global Automotive. “O vencedor deste ano do Prémio Allianz Excelência em Segurança tornou os novos sistemas de segurança na condução acessíveis a um vasto espectro de compradores, através da disponibilização de diferentes pacotes para o Ford Focus – a primeira vez que pacotes deste género são fornecidos na categoria dos carros utilitários. Isto vai promover o aumento do uso deste tipo de sistemas e vai melhorar a segurança nas nossas estradas”.

Míriam Nicolau da Costa Torres, Directora Geral MDS Auto

“É importante os Clientes selecionarem Corretores de facto conhecedores da atividade” Como caracteriza o momento das Seguradoras em Portugal? As seguradoras têm demonstrado genericamente uma boa capacidade de cumprirem os requisitos impostos pelo ISP -Instituto de Seguros de Portugal – nomeadamente em matéria de solvência, garantia muita importante para fazer face aos compromissos que assumem perante os Tomadores de Seguros. Nesta indústria o Cliente paga no início do período em risco, confiando na capacidade da Companhia de atender à regularização de eventuais sinistros que venham a acontecer. Assim é um papel muito importante do Mediador seguir as performances das diversas Seguradoras em matéria de saúde financeira e de rácios de eficiência no serviço que estas prestam, de modo a orientar os Clientes sobre as melhores escolhas. Daí a importância dos Clientes selecionarem Corretores de facto conhecedores da atividade e que se relacionem intimamente com as Companhias para efetivamente terem acesso a bons preços e suficientes níveis de qualidade para os riscos em causa. Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos? No caso do Automóvel, estamos a falar de um Ramo com elevada concorrência, já que existem mais de duas dúzias de seguradoras a operar no país e uma procura infelizmente decrescente. O volume de prémios no ramo automóvel baixou 0,8% no ano passado, e o parque automóvel seguro regrediu 1,1% , o que comprova que não foi um ano de descidas de preços generalizadas. Assistiram-se até a ajustamentos em alta, na tentativa de correção gradual de uma realidade nada apelativa para as seguradoras: a margem do setor tem-se degradado de ano para ano neste ramo, e foi em 2011 negativa (em 1%). O principal agravamento para o setor

E já agora. Raras são as seguradoras que gerem demasiado agressivamente os preços que se mantém no longo prazo (10 – 25 anos). E Portugal é um excelente exemplo disso mesmo. É só conhecer a história do sector segurador desse o seu início – finais do sec. XVIII – ou por exemplo nos últimos 50 ou 25 anos.

não foi na frequência de sinistros - que teve até um comportamento positivo pela pouca chuva verificada e menor tráfego nas estradas, (embora agravado nos roubos e QIV’s (quebras isoladas de vidros)- , mas pelos custos acrescidos com “reparação” de danos corporais e indemnizações arbitradas pelos tribunais. Infelizmente, estes factos tendem a agravar-se fruto da conjuntura económica do país, mas o recurso a estradas secundárias para poupança das portagens antecipa aumento de frequência de sinistralidade. As seguradoras procuram, obviamente, conter os custos com sinistros das formas que qualquer associado da Anecra bem conhece no seu dia-a-dia. A Associação e também a MDS Auto, procuram envidar esforços no sentido de encontrar soluções equilibradas para todas as partes envolvidas. Nos demais ramos não-vida, a situação de prejuízo verifica-se apenas em Acidentes de Trabalho, cuja exploração atingiu derrapagem significativa e onde serão de esperar pressões para subida de taxas. A elevada concorrência no sector das segurado-

ras permite-lhes oferecer um serviço de elevada qualidade? Dentro de certos limites, a concorrência funciona sempre como um estímulo à diferenciação pela Qualidade. Também a legislação veio impor, nas últimas décadas, um impulso na instituição de regras que minimizem as zonas menos transparentes e ineficazes no relacionamento entre seguradoras, mediadores, clientes, peritos e reparadores, particularmente por um conjunto de informações prévias que passaram a ser obrigatórias, bem como maior fiscalização e sobretudo pelo Decreto Lei que veio impor prazos para os vários passos da regularização de sinistros automóvel (D.L. 291/2007 de 21 de Agosto). Há com certeza muito ainda a fazer, mas de facto estas medidas, conjuntamente com a generalização da disponibilização pelas seguradoras de serviços de atendimento com maior autonomia de decisão e em horários mais alargados veio reduzir drasticamente a importância do sector no ranking das reclamações dos consumidores Portugueses. Hoje em dia, uma série de outros serviços de grande consumo destronaram os seguros em matéria de volume de reclamações. Relativamente a uma análise restrita ao ultimo ano, as reclamações chegadas às Seguradoras relacionadas com seguro automóvel baixaram 1,4% entre 2010 e 2011. Ainda segundo a APS – Associação Portuguesa de Seguradoras, o número de reclamações registadas em 2011 relativos a apólices automóvel, representou apenas 0,15% do total de veículos seguros, o qual ultrapassa os 6,5 milhões de viaturas. No global de todos os ramos do sector, as reclamações baixaram 8,2% e o tempo médio de resposta foi em 2011 de 9,2 dias, menos 4 dias que em 2010. Esta aposta na Qualidade como garante de posicionamento sustentável a médio e longo prazo – e como fuga da concorrência feroz apenas pelo preço - tem marcado também a Mediação de Seguros em Portugal nas últimas décadas: muitos foram os mediadores que viram a sua inscrição cancelada por ausência de cumprimento de regras e o acesso à atividade exige hoje mais preparação e conhecimento. Mas há sobretudo um distanciamento crescente em matéria do nível de qualidade no serviço e soluções disponibilizadas aos Clientes entre os Corretores altamente profissionalizados

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dossier e os demais Mediadores, estes últimos menos organizados e mais dependentes das seguradoras. O preço ainda é o factor de decisão para a escolha da seguradora no sector automóvel. Concorda? Na atual conjuntura económica o fator preço é incontornável. O Ramo automóvel consiste num seguro que na sua componente obrigatória tem poucos graus de liberdade para diferenciação entre as seguradoras, mas cabe às Companhias destacar mais-valias e desenvolver soluções diferenciadas para as componentes não-obrigatórias. Nós trabalhamos em conjunto com estas nesse desafio, apontando oportunidades de melhorias, e sobretudo limando arestas que consideramos menos bem resolvidas no relacionamento com clientes e reparadores nos sinistros, algo a que somos particularmente sensíveis fruto de uma visão privilegiada, já que estamos próximos e no “centro” de todas as entidades envolvidas. Essa experiência é um trunfo na fidelização dos nossos parceiros. Como caracteriza a MDS Auto? A MDS Auto insere-se no Grupo MDS, líder des-

tacado na corretagem em Portugal, tendo em 2011 registado uma receita em comissões de 12,9 milhões de euros, correspondendo à gestão de um volume de prémios de mais de 115 milhões de euros, o que lhe confere uma dimensão superior a muitas das seguradoras a operar em Portugal. Tem áreas especializadas nos vários segmentos de seguros e mercados, com um foco sempre presente de nível de serviço prestado, qualidade e rigor, e com uma postura de exigência elevada com as suas equipas e com as seguradoras. Detém um relacionamento profundo com todas as Companhias no mercado, e bate-se por instituir com estas soluções produtivas e que permitam minimizar custos e problemas aos seus clientes. O Grupo MDS está ainda presente no Brasil onde é um dos principais corretores e conta com uma rede de parceiros em todo o mundo. No caso específico da MDS Auto, o nosso foco de desenvolvimento e especialização são soluções para o setor automóvel, sejam para a cobertura dos riscos das Concessões, Oficinas ou Industrias afins,

Jorge Parrado, Área de Subscrição CA Seguros

“Estamos perante factos que constituem um ‘desafio’ considerável para a actividade seguradora no sector automóvel” Como caracteriza o momento das Seguradoras em Portugal? É um momento que deve ser considerado de “desafio”. Se tivermos em conta a actual conjuntura económica, a queda do mercado automóvel, o aumento de responsabilidades no Seguro Automóvel pela via da alteração do capital mínimo obrigatório em Responsabilidade Civil, de 3.250.000 EUR para 6.000.000 EUR, a estagnação dos prémios médios dos seguros que atingiram níveis históricos muito baixos, assim como os necessários investimentos para que as Seguradoras continuem o seu percurso de preparação para a plena aplicação do sistema de Solvência II, chegaremos à conclusão que estamos perante factos que constituem um “desafio” considerável para a actividade seguradora no sector automóvel. Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos? As maiores dificuldades e constrangimentos serão, com certeza, as que decorrem da própria conjuntura económica e do aumento de responsabilidades neste sector. Face à queda do mercado automóvel, o sector segurador automóvel, em geral, também tem verificado uma tendência de queda. Em simultâneo, a competitividade entre as Seguradoras, em relação aos prémios praticados, vem contribuir para o aumento das preocupações na gestão do Sector Segurador Automóvel, por parte das próprias

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Seguradoras e dos Órgãos Reguladores. Em paralelo, podemos assistir a um aumento de risco moral e da fraude. No entanto, as actuais dificuldades e constrangimentos, também podem ser vistas como uma “oportunidade” para a melhoria e optimização dos processos em cada Seguradora, podendo contribuir para a redução de custos fixos e para a diferenciação pela qualidade dos serviços prestados aos Clientes. A elevada concorrência no sector das seguradoras permite-lhes oferecer um serviço de elevada qualidade? A concorrência proporciona, geralmente, o desenvolvimento de factores positivos, a não ser

seja em protocolos de seguros a serem vendidos aos seus clientes, quer para viaturas à venda, quer ao tráfego nas oficinas. Nestes protocolos, onde contamos com mais de 10 anos de experiência e temos a liderança em Portugal, há um particular cuidado no apoio aos parceiros (centro de atendimento às concessões todos os dias uteis das 9 às 19h) e no rigor da informação comercial prestada. Devotamos uma importância particular ao acompanhamento nos sinistros, desde o momento zero, de modo a garantir o encaminhamento para a concessão ou oficina que tenha vendido o seguro da viatura e ainda um apoio contínuo ao cliente, com uma linha de atendimento 24 horas por dia, todos os dias do ano, seja para qualquer dúvida na participação ou preenchimento da declaração, seja para o dotar de um ponto de situação atualizado do seu sinistro. A competitividade das soluções, o apoio na venda de seguros, os encaminhamentos para as oficinas dos nossos parceiros, e o relacionamento entre oficinas e Seguradoras são a nossa vocação!

que se centre apenas no preço, o que, nesse caso, pode conduzir a alguma degradação da qualidade de serviço no mercado Segurador. No entanto, a Crédito Agrícola Seguros (CA Seguros), tal como sempre tem feito, privilegia o serviço ao Cliente como factor diferenciador, motivo pelo qual continuaremos a oferecer serviços de elevada qualidade. O preço ainda é o factor de decisão para a escolha da seguradora no sector automóvel. Concorda? O Seguro Automóvel, tendo em conta que é um Seguro obrigatório em Portugal, incute como primeira preocupação dos Proponentes o cumprimento da Lei, subscrevendo a Cobertura de Responsabilidade Civil com o capital obrigatório. Contudo, sendo o Automóvel um bem muito valorizado pelas famílias, existem também preocupações de ordem humana e material, levando à necessidade de protecção do Condutor e dos Ocupantes, assim como à garantia do valor do próprio veículo. Além disso, há uma série de outros Coberturas Complementares e de prestação de serviços, tais como a Assistência em Viagem e Veículo de Substituição em caso de Avaria e Acidente. Estas Coberturas são bastante valorizadas, pois são as que no imediato permitem responder às necessidades mais prementes dos Clientes, como seja o transporte da viatura, dos Ocupantes e a substituição do seu veículo que temporariamente ficará indisponível. Sem dúvida que há Clientes para quem o custo do Seguro é factor de decisão, acabando por contratualizar apenas a Cobertura/Capital obrigatório, ficando muitas vezes com um Seguro desprovido de qualquer outra garantia que não a obrigatória de Responsabilidade Civil. A diferença de preços no mercado, acaba por se justificar, na maioria das vezes, pela existência de mais ou menos Coberturas no pacote mínimo disponível em cada Seguradora. No caso da CA Seguros, os Clientes Crédito Agrícola privilegiam, acima de tudo, a confiança que advém da relação Bancasseguros, valorizando muito o serviço que lhes é prestado em caso de necessidade, aquando de uma avaria, de um acidente ou na


regularização de um sinistro. Mais que o preço, os nossos Clientes ainda valorizam a relação de confiança que promovemos e os serviços de qualidade que disponibilizamos. Como caracteriza a Vossa seguradora? A CA Seguros é uma Seguradora do Grupo Crédito

Agrícola, disponibilizando os seus serviços numa óptica de Bancasseguros, procurando oferecer soluções que dêem resposta às necessidades dos Clientes do Grupo CA, desenvolvendo serviços de elevada qualidade. Este foi um dos motivos que contribuiu para a decisão de certificarmos o nosso

Seguro de garagista e outros seguros obrigatórios no setor da reparação automóvel

Tendo-se verificado que por vezes existem dúvidas ou mesmo desconhecimento acerca d o seguro de garagista, vulgarmente designado por seguro de carta, a MDS Auto vem referir o seguinte: O seguro de garagista é obrigatório, conforme estipula o Decreto Lei nº 291/2007, de 21/08-; Com efeito, no ponto 3 do artº 6º.-Sujeitos da obrigação de segurar, estipula-se que: “…Estão ainda obrigados os garagistas, bem como quaisquer pessoas ou entidades que habitualmente exercem a atividade de fabrico, montagem ou transformação, de compra e ou venda, de reparação, de desempanagem ou de controlo do bom funcionamento de veículos, a segurar a responsabilidade civil em que incorrem quando utilizem, por virtude das suas funções, os referidos veículos no âmbito da sua atividade profissional…”; Conforme se constata pelo texto do citado artigo, o mesmo tem aplicação quer ao setor da reparação quer no da comercialização automóvel, tendo as Seguradoras

José de Sousa, CEO Liberty Seguros

Sistema de Gestão de forma transversal, sendo, possivelmente, a Seguradora do mercado que o fez num âmbito mais alargado. É este o nosso objectivo, claramente definido na nossa missão, por forma a que possamos manter a confiança dos Clientes na Seguradora e no Grupo.

efetuado as devidas adaptações do seguro de garagista ao texto do presente Dec. Lei. Existem ainda outros seguros obrigatórios tais como os vulgares: Acidentes de Trabalho-trabalhadores por conta de outrem (Lei nº 7/2009 de 12/02 e Lei 98/2009 de 04/09); Acidentes de Trabalho- trabalhador independente (Dec. Lei 159/99 de 11/05); Responsabilidade Civil Automóvel (do citado Dec. Lei 291/2007 de 21/08); Incêndio-Edifícios em regime de propriedade horizontal (Dec. Lei 267/94) Para além destes há outros seguros mais específicos de que destacamos os seguintes: * Resp. Civil-Entidades montadoras ou reparadoras de “Kits” de conversão para veículos automóveis a GPL (Portaria 982/91 de 26/09); * Resp. Civil-Centros de inspeção de veículos automóveis (Portaria 1165/2000 de 09/12) A MDS Auto encontra-se ao inteiro dispor para o apoiar em encontrar as melhores soluções para a cobertura dos seus riscos, através dos telefones 22 608 24 10 ou 21 010 81 00, bem como email: mdsauto@mds.pt.

prudenciais que deveriam estar associadas aos riscos assumidos. E o aumento brutal nas tentativas de fraude, sobretudo no ramo automóvel (mas não só), em que há intervenientes em todas as áreas da cadeia de valor (oficinas, mediação e nas próprias seguradoras), e que inevitavelmente surgem de forma acrescida nas épocas de maior instabilidade económica. A elevada concorrência no sector das seguradoras permite-lhes oferecer um serviço de elevada qualidade? A principal componente do serviço na cadeia de valor do seguro, hoje em dia, gera-se à volta da qualidade do atendimento quando ocorre um sinistro. Hoje em dia a maioria das seguradoras cumpre os prazos fixados na Lei para resolver as várias fases num processo de sinistro. Enquanto antes os problemas eram a regra, hoje constituem a exceção. O setor, como um todo (há sempre quem seja um pouco melhor, e consequentemente quem seja um pouco pior) oferece hoje em dia naquilo que é básico um serviço de qualidade a segurados e intermediários. Aquilo a que a concorrência desenfreada tem levado, é à erosão das margens, não tanto da qualidade de serviço. Há acionistas que ainda não fazem bem as contas à margem de contribuição recessão com a qual ainda conviveremos mais uns de cada uma das suas linhas de negócio, sobretudo anos, muitas das donas de seguradoras são bancos nos conglomerados financeiros. Caso contrário a precisar de injeção de capital, e os termos técniassistiríamos, rapidamente, a uma inversão nas cos e atuariais a que o negócio de seguros se está a tendências de “pricing” de vários ramos de seguros realizar nestes momentos, fruto da concorrência (Auto, AT com especial incidência). desenfreada, são insuficientes para garantir mar O preço ainda é o fator de decisão para a escolha gens de remuneração adequadas aos acionistas das da seguradora no sector automóvel. Concorda? companhias de seguros (quando não são chamados Se estamos a falar dos grandes centros urbanos, a repor perdas via aumento de capital, como aconsim, é parcialmente verdade. Se estamos a falar teceu a várias ao longo de 2011). do interior do país, não. Aí a confiança no agenQuais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos? te continua a ser fundamental para o cliente, que está disposto a pagar um pouco mais para ter um Estrutura de custos excessiva, desajustada ao voassessor e um amigo que lhe resolve os problemas lume de negócios e às perspetivas do mesmo nos na “hora da verdade” próximos anos. Concorrência irresponsável, feita Como caracteriza a Vossa seguradora? numa ótica de “cash-flow underwriting” puro e Diferente. duro, sem considerar as bases técnicas e de “pricing”

“Setor segurador, como um todo, atravessa uma fase muito delicada” Como caracteriza o momento das Seguradoras em Portugal? O setor segurador, como um todo, atravessa uma fase muito delicada. Há uma forte diminuição no volume de negócios, nos ramos Não-Vida, como o Automóvel, os Acidentes de Trabalho, o Lar, etc., derivado da conjuntura económica (menor venda de autos, menor venda de casas, fecho de empresas, desemprego em setores-chave, como a construção privada e obras públicas), no Ramo Vida derivado da politica comercial da banca, que desvia os prémios do Ramo Vida (PPR, produtos financeiros, etc.) para os depósitos a prazo remunerados a taxas superiores. Os ramos Não-Vida andam a decrescer em termos reais há mais de uma década, o Ramo Vida fortemente desde a crise financeira de 2008, tendo perdido sensivelmente metade do volume de negócios a nível do mercado. Por força desta evolução, e dos problemas pelos quais a banca tem passado para se capitalizar e chegar aos níveis de solvência que lhe são impostos, temos assistido a um processo forte de concentração de seguradoras, que continuará nos próximos anos. Ainda hoje (28/06/2012) li um extenso artigo na imprensa diária sobre a venda das seguradoras do Grupo Caixa, que deverá estar encerrada no final de 2012. Estamos a falar de 30% do mercado que vai “a martelo”. No mesmo jornal fala-se de que a companhia de seguros de Vida associada ao Banco Popular, a Eurovida, também deverá ser alienada até ao final do exercício. Vamos conviver com notícias destas nos próximos anos, pois o “bolo” a repartir é cada vez menor, fruto da desaceleração económica /

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dossier Paulo Aranha, Diretor da área de Desenvolvimento de Soluções de Mercado da Zurich em Portugal

“É fundamental antecipar necessidades e tendências e oferecer soluções flexíveis” Como caracteriza o momento das Seguradoras em Portugal? O setor dos seguros, como os restantes setores, não está imune à atual conjuntura nacional e internacional, e é fundamental antecipar necessidades e tendências e oferecer soluções flexíveis que vão ao encontro das reais necessidades dos clientes. Por outro lado, e com o retrocesso do Estado Social, é expectável que as pessoas optem por novos comportamentos de poupança, o que constitui uma oportunidade para o mercado segurador. Bem como o aumento na procura dos seguros de saúde, a nível dos particulares. As pessoas sentem que o Serviço Nacional de Saúde não está a dar a resposta que consideram essencial e procuram obter nos seguros privados a assistência médica de qualidade a preços ajustados. No que diz respeito à Zurich, a nossa aposta é na qualidade das soluções e do serviço prestado. E esta estratégia tem sido bem-sucedida, já que temos sido reconhecidos pelos clientes e por várias entidades independentes, como o European Customer Satisfaction Index ou a Associação Portuguesa de Contact Centers. Em qualquer altura, mas em particular no momento que atravessamos, os clientes precisam de sentir confiança nas seguradoras, e na Zurich os clientes contam com o apoio dedicado e personalizado da nossa rede de mediadores profissionais, além do Contact Center, e sabem que fazemos parte de um sólido grupo internacional. Quais as maiores dificuldades e constrangimentos das seguradoras face à conjuntura que vivemos? A maior dificuldade que enfrentamos é a redução de matéria segurável, por exemplo, menos venda de automóveis, aumento do desemprego e menos investimento das empresas. No entanto, a nossa visão é entender esta conjuntura adversa como mais uma oportunidade para demonstrarmos a nossa diferença. Cada vez mais os Clientes querem uma resposta rápida e eficiente, e é esse o nosso objetivo, cumprir com as suas exigências e oferecer soluções flexíveis e ajustadas e ao que pretendem. A elevada concorrência no sector das seguradoras permite-lhes oferecer um serviço de elevada qualidade? A concorrência é salutar e o mercado faz a sua pró-

pria seleção. A nossa abordagem é pela segmentação de soluções pensadas por alvos de mercado: por atividade no mercado empresarial, e por ciclo de vida no mercado particular. Desta forma conseguimos ir ao encontro das necessidades dos clientes, acrescentando a tal vantagem do cliente só pagar as coberturas que quiser contratar, à medida da sua disponibilidade financeira. E depois a qualidade no serviço prestado ao cliente. Na Zurich garantimos total acompanhamento através da nossa rede de mediadores profissionais, e temos um Contact Center disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano. Prova disso são as distinções que temos recebido. Em 2011, a Zurich obteve o 1º lugar no índice de satisfação de cliente, no European Customer Satisfaction Index, e já este ano a AIDE - Empresa da Assistência da Zurich obteve o Selo de Qualidade da Associação Portuguesa de Contact Centers. A AIDE desempenha um papel fundamental na resolução dos sinistros e com uma só chamada damos resposta a qualquer questão que surja. O preço ainda é o fator de decisão para a escolha da seguradora no sector automóvel. Concorda? O preço sempre foi e continuará a ser um fator de decisão no momento de compra, mas no caso do seguro automóvel o cliente privilegia também uma assistência de qualidade, já que é nos momentos em

Empresas em áreas de actividade complementares

Gt Motive A GT MOTIVE, com sede em Madrid e Centro de Desenvolvimento e Documentação na Corunha, é uma companhia que opera nas áreas de sinistros de colisão, reparação mecânica e de manutenção automóvel. É líder em Espanha na gestão de informação do após-venda no sector automóvel e é a única empresa espanhola com presença internacional que elabora e desenvolve soluções de orçamentação para a colisão, reparação e manutenção. Com cerca de 26.000 utilizadores profissionais em Portugal e Espanha, com presença internacional em França, Alemanha, Itália e Irlanda, a Gt Motive possui um portfólio de produtos amplo que responde às necessidades concretas nos três sectores chave a nível nacional e internacional: Seguradoras, Rentings e Oficinas de reparação

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que se encontra em dificuldades que recorre à seguradora. E, nesse campo, a Zurich tem provas dadas. Precisamente para responder às necessidades dos nossos clientes do segmento empresarial, lançámos recentemente a solução Auto Empresas, que passa a incluir nas coberturas de danos próprios o valor em novo durante os três primeiros anos. No segmento dos particulares a nossa solução Auto inclui a cobertura de rebentamento de pneus, suportando não só o serviço de substituição como o próprio custo do pneu para além de uma garantia única no mercado que é a assistência psicológica em caso de acidente grave. Adicionalmente destacamos os serviços de assistência e cortesia (onde se inclui a lavagem de viaturas), a proteção anti carjaking, a quebra de vidros sem franquia e sem limites, podendo estender esta a vidros do tejadilho, tetos panorâmicos. No que diz respeito aos riscos relativos aos ocupantes, a Zurich duplica o valor da indemnização em caso de morte, se o cinto de segurança estiver em utilização no momento do sinistro. Está ainda incluída a cobertura de inutilização de vestuário e/ ou calçado, destruição ou roubo de bagagem, em caso de acidente de acidente de viação por choque, colisão ou capotamento e incêndio. Como em todas as soluções da Zurich, o cliente só paga as coberturas que pretender contratar, adequando o seguro às suas necessidades e disponibilidade financeira. Como caracteriza a Vossa seguradora? A Zurich faz parte de um sólido grupo internacional, beneficiando da experiência de 140 anos e maturidade para enfrentar os desafios do mercado. A Zurich tem um posicionamento diferenciador no mercado, que se traduz numa longa tradição na segmentação. Estudamos o mercado e oferecemos soluções pensadas e dirigidas à satisfação de alvos de mercado, o que torna a nossa oferta apropriada ao que os clientes realmente pretendem. Esta estratégia reflete não só a importância que damos ao cliente, ao colocá-lo no centro de tudo o que fazemos, como significa oferecermos soluções distintas e completas para cada um dos alvos, e é esta complementaridade de oferta que nos torna diferentes no mercado segurador.

no Após-venda automóvel, dando a possibilidade com que a Gt Motive seja um verdadeiro parceiro tecnológico e estratégico, capaz de gerar vantagens competitivas ao serviço dos seus clientes no sector automóvel. Audatex A Audatex Portugal integra, desde a sua génese, o grupo Audatex Holding, líder mundial em soluções e serviços no domínio da regularização de sinistros, dos quais se destacam, as soluções de orçamentação de reparação automóvel. Passando a integrar, desde Abril de 2006, o grupo americano Solera Inc., a Audatex pretende contribuir para o sucesso dos seus clientes, sendo um parceiro de eleição para as áreas de consultoria, serviços partilhados, desenvolvimento e suporte a projectos na área de regularização de sinistros.


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legislação

Alterações ao Código do Trabalho A nova Lei nº 23/2012, de 25 de Junho 2012, que entra em vigor no próximo dia 1 de Agosto, introduz importantes alterações legislativas, cujos aspectos relevantes damos aqui a conhecer. A Lei nº 23/2012, de 25 de Junho, alterou o Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro e entra em vigor, no próximo dia 1 de Agosto. A eliminação dos feriados nos termos consagrados na presente alteração legislativa, bem como, a possibilidade do empregador encerrar a empresa ou o estabelecimento, para férias dos trabalhadores entre um feriado que ocorra à terça feira ou quinta feira e um dia de descanso semanal (”pontes”) são matérias, cuja produção de efeitos, expressamente se remete, para 1 de Janeiro de 2013. O diploma legal agora publicado, introduz assim, importantes alterações legislativas, cujos aspectos relevantes, destacamos: A. Nova organização do tempo de trabalho Banco de Horas - Banco de horas individual (Artigo 208º-A CT) – Estabelece a possibilidade de o regime de banco de horas poder ser instituído por acordo entre trabalhador e empregador e não apenas por Instrumento de Regulamentação Colectiva, conforme anteriormente previsto, podendo nesse caso, o período normal de trabalho ser aumentado, até 2 horas diárias e atingir, 50 horas semanais, tendo o acréscimo por limite, 150 horas anuais. Esta matéria, encontrava-se já regulada no CCTV Automóvel (Cláusula 52ª- C), para a qual remetemos. - Banco de horas grupal (Artigo 208º-B CT) - A aplicar caso uma maioria de 60% ou de 75% dos trabalhadores esteja abrangida por regime de banco de horas estabelecido por instrumento de regulamentação coletiva ou por acordo das partes, respetivamente; Intervalo de descanso – (Artigo 213º CT) - No caso de o período de trabalho exceder dez horas (nomeadamente, nas situações de adatabilidade, banco de horas ou horário concentrado), este deve ser interrompido por um intervalo, de duração não inferior a uma hora nem superior a duas, de modo

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a que o trabalhador não preste mais de seis horas de trabalho consecutivo. Trabalho suplementar - Eliminação do descanso compensatório, em caso de trabalho suplementar m dia útil, em dia de descanso semanal complementar ou em feriado, com carácter imperativo, relativamente a Instrumentos de Regulação Colectiva de Trabalho ou contratos de trabalho (Artigo 229º CT); - Reduzir para metade os montantes pagos a título de acréscimo pela retribuição de trabalho suplementar (Artigo 268º e 269º CT, conjugados com Artigo 7º nºs 4 alínea a) e nº 5 da Lei nº 23/2012, de 25 de Junho);

Em caso de trabalho suplementar prestado em dia útil: 25% na primeira hora ou fração; 37,5% por hora ou fração subsequente. Em caso de trabalho suplementar prestado em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, ou em feriado: 50% por cada hora ou fração. Esta redução terá natureza imperativa, até 1 de Agosto de 2014, ou seja, durante dois anos, após entrada em vigor da presente alteração legislativa, sobre IRCT`S ou contratos de trabalho. Neste sentido, ficam suspensas durante dois anos, as disposições de IRCT`S e Cláusulas Contratuais, individualmente acordadas, superiores a estes limites. Após essa data, aplicam-se os limites constantes de IRCT ou contrato de trabalho,

reduzidos nos termos referidos. Se entretanto, os mesmos limites não tiverem sido objeto de alteração, em sede de IRCT ou contrato de trabalho, serão estes valores (constantes do IRCT) reduzidos a metade, até ao montantes previstos no Código do Trabalho. B. Alteração ao Regime de Férias, Feriados e Faltas FERIADOS (Artigo 234º CT; alínea b) nº 2 do artigo 242º CT) - Estabelece os feriados obrigatórios, resultando a eliminação de 2 feriados civis (5 de Outubro e 1 de Dezembro) e 2 feriados religiosos (Corpo de Deus e 1 de Novembro). A eliminação destes feriados, produzirá efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2013. - Sempre que os feriados coincidirem com os dias de terça feira ou quinta feira, consagra-se a possibilidade do empregador decidir proceder ao encerramento total ou parcial do estabelecimento ou da empresa nos dias de “ponte”, com consequente desconto no período de férias ou mediante compensação futura pelo trabalhador. O empregador deve informar os trabalhadores abrangidos do encerramento a efectuar no ano seguinte, até ao dia 15 de Dezembro do ano anterior. FÉRIAS (Artigo 238º CT) - Alteração do regime de contabilização dos dias de férias, estabelecendo-se que, sempre que os dias de descanso do trabalhador coincidam com dias úteis, são considerados como dias de férias, em substituição daqueles, os sábados e os domingos que não sejam feriados. - Eliminação do acréscimo, de até 3 dias, ao período mínimo de férias, de 22 dias, em caso de inexistência ou de número reduzido de faltas justificadas. Consagra-se que as majorações ao período anual de férias estabelecidas em disposições de IRCT ou cláusulas de contratos de trabalho posteriores a 1 de Dezembro de 2003


e anteriores à entrada em vigor da presente Lei (1 de Agosto de 2012) são reduzidas em montante equivalente até três dias. FALTAS (Artigo 256º CT) - Estipula-se que a falta injustificada a um ou meio período normal de trabalho diário imediatamente anterior ou posterior a dia ou meio dia de descanso ou a feriado implica a perda de retribuição relativamente aos dias ou meios dias de descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia da falta. REGIME DA REDUÇÃO OU SUSPENSÃO DA LABORAÇÃO EM SITUAÇÃO DE CRISE EMPRESARIAL (artgs. 298º a 308º CT) - Obrigatoriedade da empresa ter situação contributiva regularizada perante administração fiscal e a segurança social, nos termos da legislação aplicável, salvo quando se encontre em situação económica difícil ou em processo de recuperação de empresa; - Imposição do empregador disponibilizar, para consulta, documentos, designadamente de natureza contabilística e financeira em que suporta a alegação de situação de crise empresarial; - Agilização do Procedimento e Redução de prazos de decisão do empregador de aplicação da medida e de início de execução da mesma (passa de 10 para 5 dias), com possibilidade de início imediato com o acordo dos representantes dos trabalhadores, da comissão representativa ou da maioria dos trabalhadores abrangidos, ou, ainda, no caso de impedimento imediato à prestação normal de trabalho que os trabalhadores abrangidos conheçam ou lhes seja comunicado. - Possibilidade de prorrogação de medidas, por um período máximo de seis meses, sem que esta se encontre condicionada ao acordo dos trabalhadores ou seus representantes, sendo suficiente a comunicação de tal intenção e a duração prevista, por escrito e de forma fundamentada à estrutura representativa dos trabalhadores ou comissão representativa ou na falta destas, a cada trabalhador abrangido pela prorrogação. - Proibição de cessação de contrato de trabalho durante a aplicação da medida e nos 30 ou 60 dias seguintes, consoante a sua duração não exceda ou seja superior a seis meses, sob pena de devolução dos apoios recebidos em relação ao trabalhador em causa, com exceção da cessação da comissão de serviço, cessação de contrato de trabalho a termo ou despedimento por facto imputável ao trabalhador. - Atribuição de um apoio no valor de 30% do IAS (ao trabalhador e ao empregador em partes iguais) , em caso de frequência pelos trabalhadores de formação profissional adequada ao desenvolvimento da sua qualificação profissional que aumente a sua empregabilidade ou à viabilização da empresa e à manutenção dos postos de trabalho; - Manutenção do apoio pela Segurança Social, correspondente a 70% da compensação retributiva.

C. Despedimento por Extinção de Posto de Trabalho e por Inadaptação A Lei nº 23/2012, de 25 de Junho, prevê ainda, a modificação no âmbito dos despedimentos por motivos objectivos (despedimentos do trabalhador por inadaptação ou por extinção do posto de trabalho), deixando o empregador de estar obrigado a colocar o trabalhador em posto compatível: Despedimento por Extinção do Posto de Trabalho (Artigo 367º e 368º) - Quando na secção ou estrutura equivalente da empresa haja uma pluralidade de postos de trabalho de conteúdo funcional idêntico e se pretenda proceder à extinção de apenas um ou de alguns deles, é atribuída ao empregador a responsabilidade de definir um critério relevante e não discriminatório face aos objetivos subjacentes à extinção, que permita selecionar o posto de trabalho a extinguir, mediante o procedimento e as consultas previstos nos artigos 369º e 370º do Código do Trabalho; - É eliminada a obrigação de colocação do trabalhador em posto compatível. Uma vez extinto o posto de trabalho, considera-se que a subsistência da relação de trabalho é praticamente impossível quando o empregador demonstre ter observado os referidos critérios relevantes e não discriminatórios face aos objectivos subjacentes, à extinção do posto de trabalho. Despedimento por Inadaptação (Artigo 374º e 375º) - É eliminada a obrigação de colocação de trabalhador em posto compatível, com a qualificação profissional do trabalhador; - O despedimento só pode ter lugar,

desde que sejam postos à disposição do trabalhador, para além da compensação devida, os créditos vencidos e os exigíveis por efeito da cessação do contrato de trabalho, até ao termo do prazo de aviso prévio; - Redução do prazo de consultas e estabelecido um prazo para o empregador proferir o despedimento, através de decisão por escrito e fundamentada; - O despedimento por inadaptação passa a ser também possível nas seguintes situações, que não decorra de modificações no posto de trabalho e obedeça aos seguintes princípios: (i) Verificação de uma modificação substancial da prestação realizada pelo trabalhador, de que resulte, nomeadamente, a redução continuada de produtividade ou de qualidade, avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho ou riscos para a segurança e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de terceiros, determinados pelo modo de exercício das funções e que, em face das circunstâncias, seja razoável prever que tenha carácter definitivo ou, ainda, por incumprimento de objectivos previamente acordados (mantendo-se a restrição para cargos de PUB

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legislação

elevada complexidade técnica ou de direção); É porém, conferida protecção aos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida, deficiência ou doença crónica e a situação de inadaptação não deve decorrer de falta de condições de Segurança e Saúde no Trabalho; (ii) Assegurados os meios de reação do trabalhador; (iii) Deverá ser ministrada formação profissional adequada ao trabalhador; (iv) Intervenção dos representantes dos trabalhadores e ACT tal como se verifica na inadaptação com modificações no posto de trabalho; (v) Direito de denúncia do contrato pelo trabalhador, com manutenção do direito a compensação, a partir do momento em que a situação de inadaptação lhe seja comunicada. D. Compensação pela Cessação de Contrato de Trabalho (Artigo 366ºCT) A compensação pela cessação do contrato de trabalho, aplicável no despedimento coletivo, por extinção do posto de trabalho, por inadaptação, na caducidade dos contratos a termo e outras situações remissíveis, passa a corresponder a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, determinando-se do seguinte modo: O valor da retribuição base mensal e diuturnidades do trabalhador a considerar para efeitos de cálculo da compensação não pode ser superior a 20 vezes a retribuição mínima mensal garantida (€9700,00); O montante global da compensação não pode ser superior a 12 vezes a retribuição base mensal e diuturnidades do trabalhador ou quando seja aplicável o limite de 20 vezes a retribuição mínima mensal garantida, a 240 vezes a retribuição mínima mensal garantida (€116,400); O valor diário de retribuição base e diuturnidades é o resultante da divisão por 30 da retribuição base mensal e diuturnidades; Em caso de fracção de ano, o montante da compensação é calculado proporcionalmente. Relativamente aos contratos celebrados antes de 1 de Novembro de 2011,a compensação a que o trabalhador tem direito deve ser constituída nos termos das regras seguintes: - Até 31.10.2012, o montante da compensação corresponde a um mês de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade; - A partir de 01.11.2012, o montante da compensação corresponde a 20 dias de retribuição base e diuturnidades, calculado de acordo com as novas regras.

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- Caso a compensação até 31.10.2012, seja igual ou superior ao limite de 12 retribuições base e diuturnidades ou a 240 RMMG (€116.400,00): o trabalhador terá direito a esse montante, (calculado nos termos do CT/versão da lei 7/009, de 12 de Fev.) mesmo que exceda este limite e sem que haja lugar a qualquer acumulação no futuro; - Caso o valor apurado até 31.10.2012 seja inferior a 12 retribuições base e diuturnidades ou a 240 RMMG (€116.400,00): o trabalhador continuará a acumular os valores a que tem direito pelo primeiro cálculo com as compensações de acordo com o regime aplicável aos novos contratos, com limite máximo de 12 retribuições base e diuturnidades, não podendo o montante mensal da retribuição auferida pelo trabalhador, para efeitos de cálculo da compensação, exceder 20 retribuições até um montante máximo de 12 rem. base e diuturnidades, ou 240 RMMG. Relativamente aos contratos a termo, incluindo os que sejam objeto de renovação extraordinária, celebrados antes de 1 de Novembro de 2011, e em caso de caducidade, a compensação é calculada do seguinte modo: - Até 31.10.2012 ou até à data da renovação extraordinária, caso seja anterior a esta data, o montante da compensação corresponde a três ou dois dias de retribuição base e diuturnidades por cada mês de duração, consoante a duração total do contrato não exceda ou seja superior a seis meses respetivamente; - A partir de 01.11.2012, o montante da compensação corresponde a 20 dias de retribuição base e diuturnidades, calculado de acordo com as novas regras. O regime das compensações em caso de cessação de contrato de trabalho tem natureza absolutamente imperativa, relativamente a todos os IRCT`S celebrados anteriormente à entrada em vigor do mesmo regime. E. Regime do Trabalhador Estudante (Artigo 90º, 91º e 94º CT) - O trabalhador estudante que preste trabalho suplementar tem direito a descanso compensatório com duração de metade do número de horas prestadas (anteriormente, em igual número); - Nos casos em que o curso esteja organizado no regime de sistema europeu de transfe-

rência e acumulação de créditos (ECTS), pode optar por cumular os dias anteriores ao da prestação das provas de avaliação, num máximo de 3 dias seguidos ou interpolados ou do correspondente em termos de meios dias, interpolados; - Para concessão do estatuto junto do estabelecimento de ensino, o trabalhador-estudante deve fazer prova, por qualquer meio legalmente admissível, da sua condição de trabalhador. F. Procedimentos/Comunicações Regulamento interno (Artigo 99º CT) Dispensa do envio do regulamento interno da empresa, para a ACT, sem prejuízo da manutenção do dever de publicitação do respectivo conteúdo, através da afixação na sede da empresa e nos locais de trabalho de modo a possibilitar o seu pleno conhecimento, a todo o tempo, pelos trabalhadores; Entre os deveres de informação constantes do artigo 106º CT, passa a constar a identificação do fundo de compensação do trabalho ou mecanismo equivalente, nos termos de legislação especifica; Intervalos de descanso – (Artigo 213º CT) Deferimento tácito (ausência de resposta no prazo de 30 dias) da autorização para redução ou exclusão de intervalo de descanso; Mapa de Horário de Trabalho - (Artigo 216º CT) Eliminação de obrigatoriedade de envio do Mapa de HT, à ACT; Comunicação de IHT – (Artigo 218º CT) Eliminação da obrigatoriedade de envio do acordo de isenção de horário de trabalho à ACT, sem prejuízo de tal comunicação dever ser feita sempre que solicitada pela ACT para verificação do respeito das condições previstas na lei ou em instrumento de regulamentação coletiva aplicável. Esta informação, deverá ser complementada com a consulta do diploma legal (Lei 23/2012, de 25 Junho) e, ainda, do site da ANECRA. Gabinete Jurídico da ANECRA Isabel Figueira/Sara Conde


BREVES Bomba de Travão – Pistões, Pins deslizantes e vedantes para os Pistões e Pins, tornando-se assim numa alternativa mais económica para os clientes que necessitam de substituir as Bombas de Travão, podendo ser especialmente benéfico para viaturas com um baixo valor comercial.

TRW com REPSOL

No seguimento da política de expansão da sua oferta de produtos, a TRW Automotive Portugal iniciou a comercialização de lubrificantes REPSOL no mercado nacional. Em parceria com a Repsol, a TRW Automotive vai disponibilizar, à sua rede de distribuição, uma gama de cerca de 60 referências de lubrificantes, distribuídas por várias capacidades de embalagem, para veículos ligeiros a gasolina e diesel e t ambém lubrificantes para caixas de velocidades e transmissões. Com o seu negócio principal centrado nas peças de travagem, direcção e suspensão, a TRW Automotive Portugal tem procurado soluções que lhe permitam alargar a sua oferta.

Rino na rádio

A “sua oficina de sempre” está agora na rádio com um rúbrica semanal de Conselhos úteis aos condutores nacionais, relacionados com a utilização diária do automóvel. Desde que está presente no mercado, a forma da Rede Rino de posicionar passa pela proximidade com o cliente e capacidade de prestar o melhor aconselhamento na assistência às viaturas. Assim, a Rino decidiu “dar voz” a esse posicionamento e desenvolveu uma rúbrica de rádio para reforçar a notoriedade da marca, no mercado nacional. Trata-se de uma rúbrica semanal, com o objetivo de transmitir tudo sobre o automóvel.

Blue Print alarga oferta

A Blue Print introduziu no mercado uma nova gama de Kits de Reparação de Bombas de Travão. Esta gama é composta por 17 referências, para um total de 110 aplicações que abrangem variados modelos Japoneses, Coreanos e também alguns modelos europeus, para cerca de 170.000 veículos a circular nas estradas portuguesas. Estes kits são compostos por todas as peças necessárias para reconstruir uma

Novidade Altaroda Hella cria delegação lusa

Hella, fornecedor global da indústria automóvel, potenciará sua presença em Portugal mediante a abertura de uma nova delegação para gerir diretamente todas suas operações no país luso. Esta nova delegação enquadra-se dentro do seu plano estratégico de expansão na Península Ibérica com objetivo de potenciar o mercado livre de peças de substituição e aumentar o volume de atividade na região. Deste modo, a companhia passará a operar diretamente com os distribuidores portugueses desde sua sede em Lisboa, que beneficiará do apoio logístico e técnico, da gestão de garantias, o serviço, a formação e o know how acumulado em seus quase cinquenta anos de presença no mercado aftermarket espanhol.

RPL apresenta EASYFLUSH

A RPL CLIMA apresentou a nova maquina de lavagem de circuitos A/C, denominada EASYFLUSH. Trata-se de uma máquina de 220v, compacta 68*35*26 cm, com peso de 25 kgs, capaz de lavagem normal, lavagem inversa, que utiliza ar comprimido ou azoto para injetar o liquido de limpeza. Possui tanque de 20 litros, caixa de adaptadores para as peças a/c, sendo de manutenção simples: aspirar e limpar o filtro de alumínio depois de cada lavagem. Oferece garantia de 1 ano e está em conformidade CE e ao abrigo das diretivas de segurança. Para mais informações contactar telefone nº 289 381 720 ou comercial@rplclima.com

A empresa Altaroda apresentou o “Kit cogumelos” , que repara furos através de uma Pistola que insere o cogumelo. Para carros ligeiros e pesados, pneus radiais ou diagonais. Repara furos de 6 mm, 8mm e 11mm. Inclui 1pistola plug, 1 bico de substituição de 6,4milímetros, 1 bico de substituição de 7,8 milímetros, 50 mushroomplug (pequeno) de 8 milímetros, 15 mushroomplug (grande) de 11 milímetros, 1 Lima, 1 lata de cola. Para mais informações contactar telefone nº 917 505 400 ou vitor@altaroda.pt

Messe em alta

Messe Frankfurt, recinto onde se realiza a feira Automechanika, anunciou novo recorde de vendas em 2011. E a primeira metade do ano 2012 foi concluída com sucesso. Previsões apontam para mais de 500 milhões de euros. Durante o ano fiscal de 2011, a Messe Frankfurt registou um aumento recorde nos lucros das vendas internacionais e um resultado financeiro muito positivo. O número final nas vendas do Grupo foi de 467.5 milhões de euros. Wolfgang Marzin, Presidente e CEO da Messe Frankfurt, afirmou: “Apesar de 2011 ter sido um ano difícil do ponto de vista económico, conseguimos expandir as nossas atividades com sucesso.”

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formação

Curso de Atestação de Técnicos de Ar Condicionado, Calendário de Julho No seguimento das acções realizadas no mês de Junho, a ANECRA irá levar a cabo mais acções de formação de atestação de técnicos de ar condicionado, com a duração de 13,5h, em horário laboral (2 dias cada acção).

A

s acções de formação de atestação de técnicos de ar condicionado destinam-se a técnicos que intervêm em sistemas de ar condicionado em veículos automóveis, com formação e/ ou experiência em sistemas de ar condicionado instalados em veículos a motor (formação obrigatória nos termos do Decreto-Lei nº 56/2011, de 21 de Abril passível de contra-ordenação com coimas desde 15 000€ a 48 000€ para pessoas colectivas - desde 2000€ para pessoas singulares).

Datas previstas para a realização das acções: 02 e 03 de Julho de 2012 Lisboa – Sede da ANECRA 09 e 10 de Julho de 2012 Algarve – Local a definir 09 e 10 de Julho de 2012 Porto – Local a definir 11 e 12 de Julho de 2012 Braga – Local a definir 16 e 17 de Julho de 2012 Lisboa – Sede da ANECRA 18 e 19 de Julho de 2012 Leiria – Local a definir 23 e 24 de Julho de 2012 Torres Vedras – Local a definir 25 e 26 de Julho de 2012 Viseu – Local a definir 30 e 31 de Julho de 2012 Setúbal ou Santarém – Local a definir Nota: a realização das acções nos locais identificados encontra-se sujeita ao número mínimo de 10 inscrições.

Deverá formalizar a sua inscrição e proceder ao pagamento (NIB conforme indicado na ficha de inscrição ou cheque endossado à SERVINECRA), enviar o comprovativo de pagamento para os serviços da ANECRA, e efectuando a inscrição receberá um e-mail dias antes com a indicação do local e hora. O número de inscrições aceites para as acções é limitado. A inscrição tem o custo de 125€+IVA para os participantes indicados por empresas associadas com a quotização em dia, e de 150€+IVA para os restantes participantes. A inscrição só é considerada válida após a recepção da ficha de inscrição e do comprovativo de pagamento. As empresas que pretendam inscrever algum dos seus colaboradores, deverão desde já enviar os elementos solicitados para o e-mail patricia. paz@qualificacao.anecra.pt ou por fax 21 397 85 04. Cada participante receberá posteriormente Atestado de formação de técnico para intervenções em sistemas de ar condicionado instalados em veículos a motor. Esta formação integra o cômputo de horas de formação previsto por Lei.

Patrícia Paz Gabinete para a Qualificação

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