Foi recentemente lançado o quinto manual da coleção de manuais técnicos da ECCS “ECCS Eurocode Design Manuals”. O manual “Design of Cold-formed Steel Structures” junta-se aos primeiros quatro manuais “Design of Steel Structures”, “Fire Design of Steel Structures”, “Design of Plated Structures” e “Fatigue Design of Steel and Composite Structures”.
ECCS Eurocode Design Manuals
Design of Steel Structures Autores: Luís Simões da Silva (Portugal), Rui Simões (Portugal) e Helena Gervásio (Portugal) Publicado por ECCS / Ernst & Sohn, 454 páginas PVP*: 70 euros | Preço Membro CMM*: 56 euros
Design of Cold-formed Steel Structures
Fire Design of Steel Structures Autores: Jean-Marc Franssen (Belgium) e Paulo Vila Real (Portugal) Publicado por ECCS / Ernst & Sohn, 452 páginas PVP*: 70 euros | Preço Membro CMM*: 56 euros
Autores: Dan Dubina, Viorel Ungureanu e Raffaele Landolfo Editora: ECCS, 674 páginas | 2012 PVP*: 70,00 euros | Preço Membro CMM*: 56,00 euros
* Ao preço indicado acresce o IVA à taxa aplicável.
Este manual aborda o dimensionamento das estruturas metálicas enformadas a frio em edifícios, baseado no Eurocódigo 3, em particular na norma EN 1993-1-3. Com este propósito, o livro contém o essencial dos conhecimentos teóricos e as regras de projeto para secções e placas metálicas enformadas a frio, assim como os respetivos elementos e ligações para a aplicação em edifícios. O livro inclui figuras e exemplos de dimensionamento, num total de 600 páginas. Estão expostos, em mais de 200 páginas, exemplos relevantes de trabalhos realizados, o que permite ao leitor uma melhor compreensão.
Design of Composite Structures (disponível em 2013) Autores: Markus Feldman (Germany) e Benno Hoffmeister (Germany)
Design of Connections in Steel and Composite Structures (disponível em 2013) Autores: Jean-Pierre Jaspart (Belgium) e Klaus Weynand (Germany)
Design of Plated Structures Autores: D. Beg (Slovenia), U. Kuhlmann (Germany), L. Davaine (France) e B. Braun (Germany) Publicado por ECCS / Ernst & Sohn, 285 páginas PVP*: 55 euros | Preço Membro CMM*: 44 euros
Fatigue Design of Steel and Composite Structures Autores: Alain Nussbaumer (Switzerland), Luís Borges (Portugal) e Laurence Davaine (France) Publicado por ECCS | Ernst & Sohn, 317 páginas PVP*: 55 euros | Preço Membro CMM*: 44 euros
editorial
Esta edição da metálica é apresentada com uma estrutura remodelada e com a introdução de novos conteúdos. Os artigos técnico e de projeto mantêm-se e são dedicados à fadiga de pontes mistas e à estrutura do novo museu dos coches. A partir deste número, além do habitual artigo de opinião sobre legislação e normalização do Prof. Nuno Silvestre, teremos mais 3 artigos regulares, um sobre soldadura, do Prof. Altino Loureiro, outro sobre arquitetura, do Prof. Vítor Murtinho, e ainda outro referente à internacionalização das empresas portuguesas (neste último a empresa será diferente em cada número). Por fim, o espaço dedicado aos membros da CMM passará a dar destaque a um membro diferente em cada edição. O artigo técnico de coautoria de professores brasileiros trata sobre a verificação à fadiga e vida útil de pontes mistas aço-betão. Neste trabalho, é apresentado o desenvolvimento de uma metodologia para a avaliação dos esforços provocados pelas ações dinâmicas resultantes do tráfego de veículos. Estas ações de amplitude variável podem originar o aparecimento de fraturas na estrutura afetando o comportamento e vida útil da ponte, o que justifica a importância da investigação e divulgação dada a estes assuntos. Nuno Lopes Diretor
No artigo de projeto é apresentada a estrutura de uma obra emblemática, o novo Museu dos Coches. Trata-se de uma estrutura de grandes dimensões predominantemente metálica e mista de conceção muito interessante. O pavilhão de exposições é um dos espaços que foram realizados com estrutura metálica. As paredes do pavilhão albergam as vigas principais, que, tirando partido da altura do edifício, transmitem as cargas verticais para as fundações. O sistema estrutural concebido para a claraboia do edifício anexo é também muito interessante. O IX congresso de construção metálica e mista da CMM já tem data e local marcados. Será no Porto, de 24 a 25 outubro deste ano. A reunião terá como novidade a organização em paralelo do I congresso luso-brasileiro de construção metálica sustentável, evento que surge naturalmente face à bem visível aproximação do mercado nacional ao mercado brasileiro. O segundo congresso luso-africano em construção metálica sustentável está a aproximarse (Maputo, a 19 de julho). Prevê-se que seja a consolidação de mais um evento de extrema importância para a internacionalização do mercado nacional da construção metálica.
sumário Revista da Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista Dep. de Engenharia Civil Universidade de Coimbra Polo II . Rua Luís Reis Santos 3030-788 Coimbra - Portugal tel.: +351 239 09 84 22 tlm.: +351 96 50 61 249 fax: +351 239 40 57 22 internet:w ww.cmm.pt e-mail: cmm@cmm.pt nº 29 - Março de 2013 Diretor Nuno Lopes Conselho Editorial Altino Loureiro, Avelino Ribeiro, Dinar Camotim, Filipe Santos, João Almeida Fernandes, José Rodrigues, Leonor Côrte-Real, Luis Figueiredo Silva, Luis Simões da Silva, Nuno Silvestre, Paulo Cruz, Paulo Vila Real, Rui Simões, Tiago Abecasis, Vitor Murtinho Propriedade cmm – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista Redação, Design e Impressão Engenho e Média, Lda. ISSN 0874-3738 Depósito legal 128899 Tiragem 1500 exemplares Imagem da capa © Arq. Sérgio Guerra
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editorial
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notícias
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técnica verificação à fadiga e estimativa da vida útil de serviço de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto)
projetos 14 a estrutura do Novo Museu dos Coches 20 24 25 26
opinião arquitetura mercados internacionais legislação soldadura
atualidades 28 formação e eventos cmm 31 publicações 32 notícias ECCS 50 anos de construção metálica e mista na europa 34 parte 15 – 2002/2003/2004 CMM 36 em destaque – FASTEEL 38 lista de membros agenda 40 calendário de eventos
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notícias
Martifer já entregou primeiro estádio para o Mundial do Brasil
Após a inauguração do Estádio do Grêmio, que contou também com a participação da Martifer, o Estádio do Castelão é o primeiro estádio do Mundial de 2014 a ficar concluído e a ser entregue ao proprietário, numa obra complexa que foi executada dentro dos prazos estabelecidos. O Estádio vai acolher, ao longo de 2013, alguns jogos da Taça das Confederações, que se vai realizar no Brasil. O equipamento, localizado em Fortaleza, conta com 67 mil lugares e representou um investimento total de cerca de 519 milhões de reais (193 milhões de euros). Além da estrutura metálica da cobertura (mais de 2 000 toneladas), a Martifer teve também a seu cargo a instalação de 34 000 m2 de revestimento de cobertura, produzidos nas fábricas da Martifer. Os trabalhos realizados pela Martifer foram concluídos em pouco mais de um ano.
© Viglieca Associados
A Martifer, Construções Metálicas Lda, subsidiária da Martifer Metallic Constructions no Brasil, concluiu a construção da cobertura do Estádio Castelão, um dos doze estádios do Mundial de Futebol de 2014, que se realizará no Brasil.
A Martifer conta com uma unidade industrial no Brasil com capacidade para produzir 12 000 toneladas de estrutura metálica por ano, e tem já uma carteira de encomendas de 296 milhões de reais (110 milhões de euros) no país, na qual se incluem não só o Estádio Castelão, mas também mais três estádios (Grêmio, Fonte Nova e Manaus), uma unidade industrial e dois centros comerciais. Dos projetos em carteira destacam-se ainda a construção das pontes da Transcarioca e do Museu do Amanhã, ambos no Rio de Janeiro. "O Brasil é atualmente o nosso principal mercado em termos de carteira de encomendas, o que demonstra que o investimento na unidade industrial no país foi uma aposta acertada, crucial para o cumprimento com os objetivos estratégicos do Grupo”, acrescentou Jorge Martins. www.martifer.pt
Frisomat constrói pavilhão em pleno deserto de Níger A Frisomat construiu recentemente uma oficina com 500 m2 nas minas de SOMAÏR, em pleno deserto de Níger, para Mega camiões. Estes Mega camiões têm de estar operacionais 24 horas para a extração de urânio na mina a céu aberto.
O pavilhão Astra tem 25 m de largura, 21 m de comprimento e uma altura de 9 m. Totalmente isolado com lã de vidro de 60 mm, criam confortáveis condições de trabalho. Na frente do pavilhão prefabricado, uma porta com 19 m de largura garante grande flexibilidade. “Os nossos clientes BIA Overseas e a Frisomat têm uma longa história em África. Além deste pavilhão prefabricado de aço em Níger, trabalhamos regularmente juntos. Alguns projetos em África incluem, por exemplo, pavilhões no Senegal, Burkina Faso e Congo (RDC)”, destaca a Frisomat.
www.frisomat.pt
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Portugal Steel Projeto CMM de promoção do setor da construção metálica nacional Desenvolvido pela CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, o projeto Portugal Steel é uma iniciativa de promoção e divulgação nacional, mas também internacional, do setor da construção metálica e mista português, cujos objetivos passam por alertar os decisores públicos e privados, quer locais, quer nacionais, assim como o público em geral, através do reconhecimento dos benefícios da construção metálica e das vantagens decorrentes de uma aposta estratégica neste setor e a geração de uma plataforma potencializadora da sua internacionalização. O projeto Portugal Steel será responsável pelo desenvolvimento de uma imagem mais positiva do setor da construção metálica nacional, focando a sua mensagem em três pilares essenciais que representam as principais vantagens da construção metálica face à construção tradicional: ¬ Durabilidade das Estruturas Metálicas ¬ Sustentabilidade da Construção Metálica ¬ Importância Económica do Setor O Portugal Steel tem ainda como objetivo central a dinamização internacional desta marca, projetando internacionalmente o setor nacional da construção metálica
e mista nacional, demonstrando as suas competências e vantagens competitivas num contexto de mercado global. No âmbito deste projeto serão desenvolvidas diversas atividades, que vão desde a organização de um ciclo de seminários que decorrerão nas principais instituições de ensino nacionais, até à publicidade e artigos nos media, sempre com o intuito de demonstrar a força e dinâmica da construção metálica nacional, enquanto um dos pilares do desenvolvimento económico nacional. Para mais informações visite www.portugalsteel.com
PROCIFISC marca presença no continente africano A PROCIFISC vai garantir a adjudicação da prestação de serviços de elaboração de projetos de especialidades no Aeroporto Internacional de São Tomé. Além disso, a empresa já está a tratar da criação da "PROCIFISC Angola", empresa de direito Angolano com capital social Português e Angolano. A empresa terá atividade similar à da PROCIFISC Portugal, nomeadamente: Elaboração de projetos, Fiscalização e coordenação de Segurança de Obras e Consultadoria Técnica.
Para além da criação da empresa, o seu sócio gerente, Filipe Lourenço, esteve reunido no Ministério da Defesa e Ministério da Construção e Imobiliário com representantes dos referidos organismos, tendo em vista a adjudicação de alguns trabalhos de dimensão considerável. O representante da PROCIFISC viajou
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também para a província do Zaire onde esteve também reunido com o governador da província, no sentido de propor uma parceria futura com este organismo no que à fiscalização das obras da província diz respeito. www.procifisc.pt
notícias
Seveme constrói nova sede da PJ em Lisboa
Para os 2200 caixilhos da obra foram desenvolvidos perfis próprios de alumínio bem como um sistema de pré-aro metálico inovador, que de uma forma modular garante a fixação dos caixilhos na face exterior das paredes em balanço e ao mesmo tempo salvaguarda a perfeita vedação que nestas situações é sempre de considerável dificuldade. Existe também uma componente de caixilharia com vidro anti-bala e vidros baixos emissivos, sendo a área total de vidro de 6 000 m2.
“Trata-se de um projeto de elevada complexidade pela arquitetura arrojada e confinância de vários materiais e onde foi necessário desenvolver produtos e conceitos que respondessem às especificidades várias; a capacidade da Seveme através das suas equipas de projeto e da sua vasta experiência em obras de elevado gabarito e dimensão, foram determinantes para a sua escolha”, refere a empresa em comunicado. Esta obra foi adjudicada pela Opway, S.A.
www.seveme.com
PUB.
O edifício será revestido em várias zonas com uma tela de alumínio termolacada encaixilhada por perfis metálicos numa área de aproximadamente 5500 m2.
© Opway
A Seveme S.A. iniciou a empreitada da Nova Sede da Polícia Judiciária em Lisboa, que compreende o fornecimento e montagem de caixilharia, vidros, claraboias, revestimentos de fachadas em tela de alumínio expamet, gradil, painel sandwich e material compósito alucobond, no valor de 3 milhões de euros.
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notícias
Submissão de Projetos para Prémios ECCS European Steel Design Awards 2013 Projetos de relevo na construçao metálica, que realçam as muitas vantagens do aço na construção, produção, economia e arquitetura. Os prémios do “European Steel Design Awards” são atribuídos pela “European Convention for Constructional Steelwork (ECCS)” de dois em dois anos de forma a encorajar o uso criativo e relevante do aço na arquitetura e construção.
Os prémios são dedicados ao dono de obra, aos arquitetos, aos engenheiros e à metalomecânica de um importante projeto nacional por país membro de forma a estimar a sua colaboração e a excelência da sua obra. A CMM, enquanto responsável pela seleção e avaliação dos projetos submetidos, tem o prazer de convidar os seus membros a submeter os seus projetos para o Programa do “European Steel Design Awards 2013”. Assumindo exclusividade para os associados CMM, apenas as metalomecânicas podem proceder à submissão dos projetos.
Consulte o regulamento em www.steelconstruct.com
Informação Importante
Seleção nacional pelo Júri
Final de abril 2013
Submissão de projetos enviados à ECCS
Final de abril 2013 Upload do formulário de candidatura e documentação disponível desde março 2013 em www.steelconstruct.com
Aprovação pela ECCS (MC01)
maio 2013
Press-release e documentação até:
junho 2013
Cerimónia de Prémios / Annual Meeting
4/5 outubro 2013 cujo anfitreão é ACAI / Itália Local: MADE-Expo, Milão
Martifer Solar assina contrato para primeiro projeto em cobertura na Índia A Inspira Martifer Solar, subsidiária da Martifer Solar para o mercado indiano, assinou um contrato EPC com a Mapro Foods para a construção de um projeto de cobertura de 350 kW, na Índia. O sistema fotovoltaico será instalado numa das fábricas da Mapro Foods, em Wai, Mahabaleshwar. Terá a capacidade para produzir 580 MWh/ano, o equivalente ao consumo médio de 400 famílias. A instalação vai evitar a emissão de mais de 500 toneladas de CO2 por ano para a atmosfera. "Este é o primeiro projeto da Inspira Martifer Solar num dos segmentos mais promissores do mercado fotovoltaico na Índia, pelo que estamos empenhados em proporcionar o mesmo nível de qualidade, em termos de design e construção, que a Martifer Solar apresenta em todo o mundo,” afirma Paulo Soares, CFO da Inspira Martifer Solar.
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"O projeto foi entregue à Inspira Martifer Solar, pois conta com a avançada tecnologia e grande experiência internacional da Martifer Solar, que já participou na implementação de mais de 300 MW de energia solar fotovoltaica em todo o mundo,” afirma Mayur Vora, CEO da Mapro Foods. O sistema irá contar com 1 210 módulos, instalados em estruturas planas, e a conclusão da construção está prevista para fevereiro. A Inspira Martifer Solar será responsável pelo EPC (engenharia, fornecimento e construção) e pela operação e manutenção (O&M) do projeto, que irá envolver um total de 50 trabalhadores ao longo da fase de construção.
www.martifer.pt
técnica
pontes rodoviárias mistas
verificação à fadiga e estimativa da vida útil de serviço de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto) J. G. Santos da Silva1, S. A. L. de Andrade2, R. A. D. Simões3, L. F. da Costa Neves3, F. N. Leitão4 Departamento de Estruturas e Fundações - ESTR, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, jgss@uerj.br 2 Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio, andrade@puc-rio.br 3 Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra - UC, rads@dec.uc.pt; luis@dec.uc.pt 4 Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil - PGECIV, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, fernando_nahid@hotmail.com
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1. Introdução As pontes rodoviárias de aço e mistas são submetidas a ações dinâmicas de amplitude variável devido ao tráfego de veículos sobre a superfície irregular do pavimento [1,2]. Estas ações dinâmicas podem gerar a nucleação de fraturas ou mesmo a sua propagação na estrutura. Dessa maneira, o comportamento e a confiabilidade da estrutura podem ser comprometidos e a vida de serviço da ponte pode ser reduzida. Uma consideração apropriada dos aspectos mencionados acima motivou o desenvolvimento de uma metodologia de análise concebida para avaliação dos esforços oriundos das ações dinâmicas provenientes do tráfego dos veículos [1,2]. Nesta investigação, as técnicas de contagem de ciclos de tensão e a aplicação das regras de dano acumulado combinadas com as curvas S-N foram estudadas e os procedimentos recomendados pelas principais normas de projeto [3-4] para uma definição da vida útil de serviço de pontes de aço e mistas (aço-concreto) foram considerados. Estas normas recomendam a aplicação das curvas S-N combinadas com a regra de dano acumulado a fim avaliar a fadiga através da estimativa da vida útil de serviço das pontes de aço e mistas e recomendam que o projeto da estrutura da ponte evite concentrações de tensões locais, de forma a evitar o aumento de efeitos causados pela fadiga [3-4]. Assim sendo, o modelo estrutural investigado neste trabalho de pesquisa corresponde a uma ponte rodoviária mista (aço-concreto) simplesmente apoiada, de eixo reto, com vão de 40,0 m, largura de pista de 12,50 m e uma laje de concreto armado com espessura de 0,23 m, medindo 40,0 m por 13,50 m. O modelo é composto por quatro vigas longitudinais soldadas de alma cheia em secção mista (aço-concreto) ao longo de toda a obra de arte [5].
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O modelo numérico desenvolvido para a análise dinâmica e de fadiga da ponte considera técnicas usuais de discretização, com base no emprego do Método dos Elementos Finitos (MEF), por meio da utilização do programa ANSYS [6]. As vigas metálicas foram simuladas através de elementos de viga tridimensionais e de elementos de casca. A alma das vigas foi representada através de elementos finitos de casca do tipo SHELL63. As mesas inferiores e superiores dessas vigas, os enrijecedores longitudinais e verticais foram simulados através de elementos de viga tridimensionais tipo BEAM44, onde os efeitos de flexão e de torção foram considerados. A laje de concreto armado da ponte foi simulada através de elementos finitos de casca tipo SHELL63. A metodologia de análise desenvolvida e os procedimentos apresentados em normas de projeto [3-4] foram utilizados com o objetivo de avaliar a fadiga estrutural da ponte. As conclusões do presente estudo dizem respeito a verificação à fadiga e estimativa da vida útil de serviço de pontes de aço e mistas (aço-concreto) submetidas às ações dinâmicas oriundas do tráfego de veículos.
2. ModELo EStruturAL dA PontE A seção transversal da ponte é composta por quatro vigas longitudinais espaçadas de 3,5 m, com balanços de 1,25 m, o que resulta em tabuleiro com 13,0 m de largura, Figs. 1 e 2. Dois tipos de perfil de aço são adotados para as vigas longitudinais, ao longo do comprimento da obra: um referente ao trecho central e outro associado aos extremos. As transversinas são compostas por cantoneiras do tipo “L” de abas iguais. Para as vigas soldadas e cantoneiras foi adotado o aço ASTM-A588 (Tensão de Escoamento: f y = 350 MPa. Tensão Última: fu = 485 MPa). O concreto da laje do tabuleiro possui resistência característica à compressão de 25MPa (fck = 25 MPa).
técnica
pontes rodoviárias mistas
Fig. 1 Seção transversal da ponte.
Viga 1
Viga 2
Viga 3
Viga 4
Fig. 2 Vista superior do modelo.
3. ModELo EM ELEMEntoS FInItoS O modelo numérico desenvolvido para a análise de fadiga da ponte considera técnicas usuais de discretização, com base no emprego do Método dos Elementos Finitos (MEF), por meio da utilização
Fig. 3 Modelo em elementos finitos desenvolvido para análise dinâmica da ponte.
do programa ANSYS [6]. A Fig. 3 ilustra o modelo em elementos finitos pertinente à obra de arte e a Fig. 4 ilustra a estratégia de carregamento dinâmico desenvolvida a partir da consideração da travessia dos comboios de veículos sobre o modelo investigado.
Fig. 4 Modelagem da travessia dos comboios de veículos sobre o tabuleiro da obra de arte.
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técnica
pontes rodoviárias mistas
O modelo numérico-computacional final foi concebido com base no emprego de 4992 nós, 2264 elementos tridimensionais de viga e 4324 elementos de casca, resultando em um modelo numérico com 29952 graus de liberdade. O modelo numérico utiliza conexões rígidas do tipo “offset”, de forma a garantir a compatibilidade de deslocamentos e deformações entre os elementos de casca da laje de concreto e os elementos finitos representativos das vigas de aço, simulando o tabuleiro da ponte rodoviária mista (aço-concreto) com interação total [1].
4. AnÁLISE dE FAdIGA dA oBrA dE ArtE A fadiga é um processo de dano localizado produzido por carregamentos cíclicos, sendo resultado de um processo cumulativo formado pelo inicio da fissuração, propagação das fissuras e finalmente a fratura do componente estrutural. Para se determinar a vida útil de serviço à fadiga e o dano acumulado é necessário a obtenção das faixas de variação de tensão durante a passagem dos veículos sobre a estrutura. Os valores de tensão obtidos anteriormente na análise dinâmica [1] são utilizados para análise de fadiga da ponte e, consequentemente, para se determinar a vida útil de serviço da estrutura. Este trabalho utiliza o Método Rainflow para contagem dos ciclos de tensão obtidos para cada elemento estrutural. Ressalva-se, ainda, que para determinação dos valores de faixa de tensão através da contagem de ciclos foi considerada apenas a resposta dinâmica da ponte na fase permanente [1,2]. Deve-se destacar que cada ciclo de tensão foi associado proporcionalmente a 2 x 10 6 ciclos, valor característico das normas de projeto para esse tipo de análise [3,4]. As expressões matemáticas definidas com base nas curvas S-N e, também, a classificação dos detalhes estruturais de cada norma foram utilizadas para se obter o dano acumulado e a respetiva vida útil de serviço de cada elemento estrutural analisado, conforme apresentado na Tabela 1.
As Tabelas 2 a 4 ilustram os cálculos pertinentes à obtenção da vida útil de serviço da obra de arte (σmáx: tensão máxima e Δσmáx: máxima variação de tensão), mediante o tráfego dos comboios de veículos pelas faixas central e lateral da ponte. As Tabelas 2 a 4 apresentam os resultados associados a diversas seções da ponte e, ainda, para os diferentes detalhes estruturais (Tabela 1). Os resultados foram obtidos a partir do emprego das recomendações de normas de projeto e suas curvas específicas S-N [3,4]. Observando-se os resultados apresentados nas Tabelas 2 a 4, verifica-se que a obra de arte investigada, na maioria dos casos, apresenta os valores pertinentes à sua vida útil de serviço, em anos, muito acima dos valores limites estabelecidos nas normas de projeto [3,4], caracterizando que a ponte basicamente não apresenta problemas referentes à fadiga estrutural, de acordo com os resultados apresentados nas Tabelas 2 a 4. Entretanto, em algumas situações específicas, associadas especialmente à solda dos conectores e enrijecedores (Tabelas 3 e 4: detalhes 3 e 4), foi observado que a obra de arte teria a sua vida útil de serviço reduzida quando os comboios de veículos utilizados trafegam pela faixa lateral do tabuleiro estrutura. Tal facto deve servir como um alerta para os projetistas deste tipo de estrutura, no que tange à modelagem da carga dinâmica e no que diz respeito ao cálculo da vida útil de serviço sobre projetos de pontes rodoviárias em aço e mistas.
5. ConSIdErAçÕES FInAIS Nesse trabalho de pesquisa foi desenvolvida uma metodologia de análise para verificação à fadiga e estimativa da vida útil de serviço de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto) submetidas às ações dinâmicas oriundas do tráfego de comboios de veículos. Para tal, a metodologia de análise proposta e os procedimentos apresentados em normas de projeto foram utilizados com o objetivo de determinar a vida útil de serviço deste tipo de sistema estrutural.
Tabela 1 Classe de fadiga dos detalhes estruturais.
detalhe Estrutural
EN 1998-1 1 EN 1998-1 2
tipo de detalhe
Classes de Fadiga para cada norma AASHto
EuroCÓdIGo 3
[3]
[4]
Solda entre a alma e a mesa
B
125
Solda de união da secção transversal
B
125
Solda dos conectores
C
80
Solda dos enrijecedores verticais
C
80
EN 1998-1 3 EN 1998-1 4
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técnica
pontes rodoviárias mistas
11 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
técnica
pontes rodoviárias mistas Tabela 2 Tráfego sobre a faixa central da ponte: dois veículos com peso de 120 kN, espaçados de 22m e com velocidade de 80 km/h.
detalhe
1e2
3e4
Vida Útil de Serviço da Ponte
σmáx (MPa)
Δσmáx (MPa)
1
63,03
12,00
2
91,03
39,00
1065,71
1082,05
4
63,03
12,00
19555,02
19854,81
1
63,03
12,00
7165,20
4987,30
2
91,03
39,00
390,49
271,80
4
63,03
12,00
7165,20
4987,30
Viga
AASHto [3]
EuroCÓdIGo 3 [4]
75 anos
120 anos
19555,02
19854,81
Tabela 3 Tráfego sobre uma faixa lateral da ponte: três veículos com peso de 120 kN, espaçados de 14m e com velocidade de 80 km/h.
detalhe
1e2
3e4
σmáx (MPa)
Δσmáx (MPa)
1
203,67
2
147,93
Viga
Vida Útil de Serviço da Ponte AASHto [3]
EuroCÓdIGo 3 [4]
75 anos
120 anos
47,00
472,34
479,58
46,00
266,39
270,47
4
7,51
4,00
299921,05
304519,00
1
203,67
47,00
173,07
120,47
2
147,93
46,00
97,61
67,94
4
7,51
4,00
109894,74
76491,72
Tabela 4 Tráfego sobre as duas faixas laterais da ponte: três veículos com peso de 120 kN, espaçados de 14m e com velocidade de 80km/h.
detalhe
1e2
3e4
σmáx (MPa)
Δσmáx (MPa)
1
200,36
2 4
Viga
AASHto [3]
EuroCÓdIGo 3 [4]
75 anos
120 anos
48,00
406,27
412,49
204,28
53,00
167,27
169,83
200,36
48,00
406,27
412,49
1
200,36
48,00
148,86
103,61
2
204,28
53,00
61,29
42,66
4
200,36
48,00
148,86
103,61
Um aspeto importante observado ao longo da análise diz respeito à influência do posicionamento da carga dinâmica sobre a estrutura da ponte. Nesta investigação, as situações de carregamento associadas à passagem dos comboios de veículos sobre a faixa lateral da estrutura apresentaram valores de tensão bem superiores aos valores de tensão pertinentes à passagem dessas viaturas sobre a faixa central da ponte. Esta conclusão enfatiza a importância da consideração da contribuição dos modos de vibração torsionais na análise dinâmica de pontes rodoviárias mistas. Com referência ao efeito da mobilidade da carga, foi verificado que a obra de arte investigada apresenta valores de vida útil de serviço, em anos, muito acima dos valores propostos nas normas de projeto, caracterizando que a ponte não apresenta problemas referentes à fadiga estrutural. Todavia, deve ressalvar-se que em casos específicos foi verificado que a estrutura poderia ter a sua 12 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
Vida Útil de Serviço da Ponte
vida útil reduzida, quando os veículos trafegam pela faixa lateral do tabuleiro.
rEFErÊnCIAS [1] Leitão, F. N. de, 2009. Verificação à Fadiga de Pontes Rodoviárias Mistas (Aço-Concreto). Dissertação de mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. [2] Silva, J. G. S. da, 2004. Dynamical Performance of Highway Bridge Decks with Irregular Pavement Surface. Computer & Structures. [3] AASHTO. LRFD, 2005. Bridge Design Specifications. American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO). Washington, DC. [4] EUROCÓDIGO 3, 2003. Design of Steel Structures. European Committee for Standardisation. Bruxelas, Parte 1.9. [5] Pinho, F. O., Bellei, I. H., 2007, Pontes e Viadutos em Vigas Mistas. Série Manual Construção em Aço. Centro Brasileiro da Construção em Aço - CBCA, pp. 1-138, Rio de Janeiro. [6] ANSYS, 2005. Swanson Analysis Systems, Inc., P.O. Box 65, Johnson Road, Houston, PA, 15342-0065, Basic analysis procedures guide, Release 10.
técnica
pontes rodoviárias mistas
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projetos
novo museu dos coches
a estrutura do Novo Museu dos Coches
Rui Furtado e Armando Vale AFACONSULT
1. Introdução
Estrutura metálica do Pavilhão de Exposições
O Novo Museu dos Coches vem assegurar a preservação da Coleção de Coches de Portugal e a sua exibição a um público de cerca de 1.000.000 de visitantes por ano.
A solução arquitetónica para o pavilhão de exposições assemelha-se a uma “caixa” branca onde será guardado o “Tesouro”, maioritariamente barroco, por si só profuso em ornamentações.
Logo desde início o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, tinha ideias muito claras acerca do que se propunha fazer: 1 O espaço Museológico – elevado do chão, contendo no nível 0 as oficinas, uma cafetaria e a entrada no Museu; 2 O Anexo, ligado ao Museu através de uma Ponte, onde se localiza a direção do Museu, um restaurante, num nível elevado, e um auditório no térreo; 3 Uma passagem pedonal, ligando a Rua da Junqueira à Gare Marítima de Belém; 4 O estacionamento – um silo de rampa contínua – junto ao Tejo, rematando a Passagem Pedonal; 14 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
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Vindo o Arquiteto do Brasil – a terra do “concreto aparente” – era em betão que o Edifício tinha sido idealizado. No entanto, ponderando os vãos de 50 m, um prazo de construção muito curto, como o que então estava definido, os aterros onde o edifício iria ser fundado, as ações sísmicas a ter em conta e a necessidade de albergar sistemas de controlo ambiental complexos e exigentes, sugeriu-se a mudança para um sistema construtivo leve – estrutura metálica monolítica, “agarrada” no centro e deslizante nos apoios periféricos e paredes ligeiras, em painéis de gesso cartonado. A caixa elevada representa um volume paralelepipédico com 126 m de comprimento, 48 m de largura e 12 m de altura, apoiado em 14 pilares circulares com 1.80 m de diâmetro e cerca de 4.5 m de altura. As grandes paredes
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longitudinais da caixa albergam as quatro vigas principais, que tiram partido de toda a altura do edifício e asseguram a transmissão para as fundações de todas as cargas verticais aplicadas no edifício. Estas vigas, em conjunto com os elementos estruturais que suportam o primeiro piso elevado e a cobertura, estabelecem um sistema reticulado de planos resistentes, perpendiculares e interligados, que asseguram a estabilidade lateral dos elementos de cada um destes planos garantindo assim a transferência adequada das forças horizontais, devidas ao sismo ou ao vento, para os pilares e núcleo central em betão armado. As vigas principais, nos dois alinhamentos longitudinais intermédios, encontram-se afastadas de 12 m entre si e apoiam em 4 pilares, formando 3 vãos consecutivos,
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com 42 m cada. Por sua vez, as vigas dos alinhamentos das fachadas longitudinais, encontram-se afastadas de 18 m, das anteriores e apresentam três apoios, formando dois vãos intermédios com 42 m cada e dois vãos extremos em consola com 21 m cada. Nos dois topos destas vigas situam-se duas vigas trianguladas transversais, com a mesma altura, que fazem o fecho do volume do pavilhão. A necessidade de minimização da espessura das paredes traduz-se na utilização de montantes significativamente esbeltos o que levou a que se tirasse partido da contribuição das madres horizontais das fachadas, para a sua estabilização, ligando-as entre si através de chapas metálicas, o que possibilita uma redução significativa dos comprimentos de encurvadura e conduz a um acréscimo de eficiência no aproveitamento efetivo da secção desses montantes. Os montantes das vigas principais asseguram ainda a transmissão das cargas transmitidas por elementos e pavimentos intermédios que a eles estão ligados, como é o caso dos perfis das vigas treliça do pavimento, das vigas metálicas dos pavimentos intermédios, ao nível do piso 2, das vigas treliça da cobertura e ainda dos perfis metálicos da estrutura da varanda exterior, que na fachada sul se pendura na viga estrutural desse alinhamento.
equipa de projeto
As ligações entre os nós principais das vigas principais são soldadas. Os elementos são preparados em fábrica e enviados para a obra isoladamente, sendo depois já no local da obra, soldados em mesas preparadas para o efeito, de modo a construir peças passiveis de serem elevadas ou pelos meios de elevação do estaleiro, ou por
Arquitetura PAULO MENDES DA ROCHA/MMBB/BAKGORDON Engenharia AFACONSULT Coordenação Rui Furtado Armando Vale Estruturas Rui Furtado Armando Vale Filipe Arteiro Miguel Pereira
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gruas móveis de elevada capacidade, mobilizadas para as peças de maior dimensão. Finalmente, para a conclusão da estrutura, cada uma das peças é colocada na sua posição final, sendo então soldadas entre si. Em cada uma das fases de montagem, vão sendo instalados os elementos transversais necessários para assegurar a estabilidade do conjunto, em cada uma dessas fases.
Laje do piso 1 do Pavilhão de Exposições A laje do piso 1, situa-se a cerca de 6.50 m do solo e é apoiada num sistema de vigas transversais trianguladas, afastadas de 5.25 m que recebem as madres de piso, em geral afastadas de 2.25 m. As vigas transversais apoiamse nas 4 grandes vigas longitudinais, apresentando desta forma 3 vãos, um intermédio com 12 m e dois extremos com 18 m cada. Por sua vez, para as madres opta-se por um sistema otimizado de perfis IPE140, escorados em dois pontos intermédios, por diagonais, materializando assim 3 vãos com 1.45 m, 2.35 m e 1.45 m. A laje do piso 1, propriamente dita, apresenta algumas características peculiares que são no fundo o resultado da importância que lhe foi atribuída para resolver um conjunto muito diversificado de situações. De facto, para além das funções estruturais, exige-se que a solução dê resposta às necessidades de isolamento térmico, estabeleça o acabamento final dos pavimentos do museu e permita o embebimento das tubagens em que circula o líquido radiante que faz a climatização dos espaços. Uma das premissas fundamentais desde logo estabelecida,
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foi a não consideração de juntas de dilatação ou de construção ao longo de toda a área das salas de exposição. A solução proposta consiste na execução de uma laje em betão com 16cm de espessura apoiada sobre um sistema composto por uma chapa perfilada e um sistema de isolamento térmico e dessolidarização. Para a absorção das cargas horizontais ao nível do pavimento, é proposta a sua ligação ao núcleo central de escadas e ainda a sua ligação à estrutura metálica principal por intermédio de conetores, no terço central da laje, ao longo de uma extensão de 42m. A libertação da laje nos dois terços extremos resulta da necessidade de reduzir os esforços devidos à retração e às variações térmicas. Para a ação sísmica na direção transversal, os terços extremos da laje funcionam em consola, garantindo por efeito de diafragma, a transmissão das ações horizontais para os apoios fixos dos pilares intermédios e ainda para o núcleo em betão armado da escada E2. Para limitação e controle da fissuração está prevista a aplicação de um pré-esforço longitudinal e transversal, dimensionado para assegurar uma compressão residual mínima de 1 MPa. O pré-esforço é aderente com monocordões de “0.6” dispostos em bainhas metálicas centradas e afastadas de 0.40 m.
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Comportamento dinâmico da laje do piso 1 Em termos dinâmicos, a laje do piso 1 do pavilhão de exposições caracteriza-se por ter as primeiras frequências próprias compreendidas entre os 3 e os 3.50Hz, portanto dentro das gamas críticas o que teoricamente torna a laje suscetível de poder vir a apresentar níveis de vibração desconfortáveis. Tendo isto em conta foram desenvolvidos vários estudos ao abrigo das mais recentes publicações sobre a matéria, tendo-se concluído que apesar de as frequências próprias se encontrarem dentro da gama crítica, as massas mobilizáveis apresentam valores muito significativos não sendo assim postas em causa as condições de conforto adequadas. Após a construção, constata-se que o desempenho vai ao encontro do previsto nos estudos teóricos, não sendo sequer percetível qualquer tipo de vibração nesta laje.
Estrutura principal do Edifício Anexo O Arquiteto pensou o Anexo como um edifício coberto, de certa forma esvaziado, em que os conceitos de interior e exterior se confundem pela diversidade de vistas e ambientes que gera. Uma estrutura principal porticada de betão pré-esforçado apoia duas caixas de aço e vidro onde se instalam a Diretoria e um Restaurante. O Auditório ocupa uma caixa autónoma de betão, ao nível térreo. A estrutura principal é composta por um conjunto de 4 pórticos em betão armado, ortogonais entre si e com eixos dispostos segundo as arestas de um quadrado com 45m de lado, complementados por dois grandes núcleos de betão armado onde se instalam os acessos verticais por elevadores e escadas. Os pórticos norte e sul apresentam dois montantes cada, junto às suas extremidades, com uma espessura igual à de todo o pórtico, 0.80 m, e com dimensões no plano do pórtico variáveis entre os 2.00 m junto à fundação, até um máximo de 8m na zona de ligação à travessa intermédia, voltando a diminuir até um mínimo de 0.80 m junto ao topo. A travessa intermédia localiza-se a cerca de meia altura e com uma secção retangular de 0.80 m x 1.80 m faz a ligação entre os dois pilares de cada pórtico. Perpendicularmente a estes e com apoio nos mesmos montantes desenvolvem-se 17 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
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os pórticos norte e sul, constituídos por vigas em betão armado pré-esforçadas com 0.80 m de largura e 5.60 m de altura. É por estes pórticos que são transmitidas a generalidade das cargas verticais do edifício para as fundações. Para além disso, a sua disposição periférica faz com que tenham um papel importante no controle dos movimentos de rotação do edifício.
Estrutura metálica dos volumes suspensos As áreas que recebem o restaurante e os serviços da administração, abrangem apenas um piso e respetiva cobertura e materializam um volume paralelepipédico suspenso com 45 m de comprimento, 11 m de largura
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e cerca de 5 m de altura. Nas suas extremidades estes volumes apoiam nas vigas parede dos pórticos nascente e poente, vencendo um vão máximo de 45 m. A estrutura principal de cada um destes volumes é composta por duas grandes vigas metálicas trianguladas paralelas, com 5.50 m de altura e afastadas cerca de 11 m. A estrutura do pavimento apoia nestas vigas e é constituída por perfis reconstituídos soldados dispostos perpendicularmente às vigas principais e alinhados segundo a posição dos montantes destas vigas, que recebem as madres longitudinais em que apoia a laje mista do pavimento. A estrutura da cobertura é idêntica à do piso, embora os perfis que a constituam sejam naturalmente mais ligeiros, pois apenas recebe uma chapa metálica de revestimento. Estão ainda previstos travamentos horizontais que asseguram o travamento lateral das vigas principais. Cada um dos dois volumes suspensos, apoia nas duas
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grandes vigas pré-esforçadas em apenas 4 apoios, situados ao nível da corda superior e materializados por aparelhos de apoio de neoprene com rigidez controlada. Por estes apoios é transmitida a totalidade das cargas verticais. As ações horizontais, devidas ao sismo atuam fundamentalmente ao nível do piso, considerando-se que na direção longitudinal são transmitidas em parte pelos aparelhos de apoio e em parte por um sistema de batentes previsto na corda inferior das vigas principais interiores. Este sistema de batentes permite, por um lado, que por contacto o sismo seja transmitido diretamente para o pórtico norte ou para o pórtico sul, consoante a direção de atuação das ações e por outro lado, evita o encastramento das grandes vigas trianguladas nos pórticos de betão armado. Na direção transversal as forças horizontais atuantes ao nível do piso são transmitidas pelo mesmo sistema de batentes, bem como pela ligação direta prevista, em zonas estratégicas, entre as lajes de betão e os pórticos de betão armado.
Claraboia do Edifício Anexo Entre os volumes do restaurante e administração está prevista a execução de uma cobertura em que se incluem um conjunto de claraboias com aspeto visual muito interessante. Trata-se de conjuntos de vigas paralelas em forma de “V”, com 1.20 m de largura máxima e cerca de 0.80 m de altura, executadas com painéis soldados de chapa de 6 mm. Entre estas vigas longitudinais existem outras chapas, dispostas ortogonalmente e que reproduzem vigas com o mesmo tipo de configuração em “V”. Este sistema estrutural vence um vão máximo de 20 m. Em termos construtivos optou-se pela construção em fábrica das vigas longitudinais, sendo que após a sua instalação na posição final, são soldados entre cada uma das vigas os troços ortogonais previstos entre elas, materializando assim o reticulado que se pode ver na imagem. 19 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
arquitetura
processo
a arquitetura como processo integral
por Prof. Vítor Murtinho Universidade de Coimbra
O exercício da arquitetura pressupõe um adequado equilíbrio entre o saber empírico e o saber teórico. De facto, o conhecimento expresso num determinado projeto e refletido em obra é o resultado do somatório de um saber baseado numa experiência formada através da prática profissional e do conhecimento organizado, racionalmente interpretado e, como tal, elaborado através de saberes mais teorizados ou eruditos. Estas duas valências, complementares no processo arquitetónico, são fundamentais para a qualidade do construído. Por outro lado, quer o projeto quer a construção não devem ser encarados como duas etapas autónomas, mas antes como situações provavelmente sequenciais, consideradas fases aglutinadoras de um mesmo processo de materialização. Projeto e construção são efetivamente dispositivos de uma mesma engrenagem cujo objeto final deve ser o edifício.
< Casa em Serra de Janeanes, Condeixa-A-Nova (autoria de Lucinda Bem-Haja e Vítor Murtinho) Pormenor de vão em situação de canto, com solução conceptual só possível com recurso a chapa de aço.
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A crença de que pela supremacia exclusiva do projeto de arquitetura se garante uma boa qualidade de obra é uma falácia que importa desmistificar. É óbvio que como ponto de partida para o edifício é importante a existência de um projeto devidamente desenvolvido e detalhado, mas esta prerrogativa não garante, por si só, absolutamente nada. Mesmo que nalgumas circunstâncias se postule que a arquitetura se manifesta no ato de projeto, na realidade esta só se concretiza, em plenitude, através da edificação. É inevitável que a obra ou o projeto arquitetónico tenham preocupações com conteúdos estéticos, que reflitam e se debrucem sobre problemas de índole sociológica ou tecnológica. Mesmo que agreguem no seu seio conteúdos e valências simbólicas, o exercício pleno da arquitetura consagra-se, em amplitude e na integralidade, por meio da obra. Na realidade, o projeto preocupa-se com virtuosismos estéticos, com conteúdos funcionais e de organização do programa, com as relações futuras no lugar, com as compatibilidades morfológicas, mas é no mundo da exequibilidade e do empírico que se esgrimem os preceitos construtivos, que se conciliam os conceitos às boas práticas. Qualquer solução, por mais inovadora e adequada que possa parecer, carece – normalmente – de ser aferida, experimentada, testada, de modo a verificarmos a sua eficiência e compatibilidade. Para isso, torna-se importante o conhecimento do extenso manancial de soluções herdadas, sistematicamente repetidas e testadas, de modo a que sobre esse valor cultural e técnico se possa colocar a inovação, ao mesmo tempo que se avalia a capacidade de resposta integral em detrimento de uma solução parcial, mais conjuntural ou aleatória. A ideia de que no início de cada projeto se pode herculeamente inventar a ciência da construção é por sistema um princípio tão tentador como pernicioso. Na realidade, o projetista deve conceber, preferencialmente, utilizando a paleta de soluções disponíveis e já testadas construtivamente. Esta panóplia de soluções ou de pormenores construtivos constitui uma cartilha operativa de possibilidades que virtualmente oferecem uma enorme multiplicidade de concretizações arquitetónicas. Ou seja, em diferentes contextos, em variadas obras, podemos ensaiar tecnologias análogas com díspares e profícuas configurações formais. Em particular, as tecnologias facilitam a catalogação e o desenvolvimento de soluções standard que evidenciam uma capacidade de resposta adequada às necessidades em cada obra. A dicotomia aparente entre a definição genérica da solução construtiva e a concretização em situação específica, múltiplas vezes, converge para vocabulários e aplicações consentâneas, onde implementação genérica e situação objetiva correspondem à mesma parte de uma estratégia executiva.1 O potencial resolutivo que cada solução tipificada apresenta é verificado e revalidado à medida
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processo
o trabalho fascinante de Jean Prouvé, materializado nas suas célebres Casas para os Trópicos, desenvolvidas durante os anos 40 e 50 do século passado. Estas casas, construídas em Niamey no Níger e em Brazzaville na República do Congo, são irrepreensivelmente modelos credíveis do esforço de criação de estruturas habitacionais prefabricadas – no caso desenvolvidas tecnológica e fisicamente no continente europeu e transportados para milhares de quilómetros para posterior montagem e utilização – com recurso exclusivo a elementos estruturais e revestimentos metálicos.2
Os preceitos da massificação da construção, onde o vigor da modernidade é, certamente, se não um momento inaugural, pelo menos um período de franca confirmação, são motores necessários e imprescindíveis para a competitividade, quer em termos financeiros, quer em termos temporais. O Movimento Moderno encarna, em termos de arquitetura, a congregação de esforços sistemáticos de exploração e consagração dos sistemas construtivos com produção em série e em massa. A lógica da metáfora maquinista é disto um esplêndido exemplo. Para a implementação do estratagema de massificação dos sistemas construtivos e da própria construção, foi essencial a aprendizagem feita através da produção industrial em grande escala, onde a produção automóvel é inquestionavelmente um dos arautos mais populares. Neste trilho, não poderá deixar de ser referido
No circuito de afirmação de uma vocação industrializada para o setor da construção, com vantagens evidentes ao nível dos custos do produto, é importante todo o trabalho que paulatinamente se vem fazendo ao nível da simplificação dos processos e na utilização de materiais com potencial de reutilização. Neste último prisma, os materiais cujo processo de transformação permitem a reutilização na construção (normalmente após o seu tempo de serviço ou de vida útil, posteriormente facilitam processos que potenciam novo ciclo de utilização), são por assim dizer, num contexto de uma sociedade que procura garantias e normas de sustentabilidade (até porque os materiais, independentes da sua quantidade de oferta, apresentam reservas limitadas na superfície da Terra), objeto de enorme procura e fiabilidade. Aproveitando as capacidades inatas dos materiais e a sua adaptabilidade
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que, por densidade de utilização, a componente autoral se vai dissolvendo em prol daquilo que designamos como boa norma de construção. Assim o caráter qualitativo do detalhe arquitetónico é replicado quantitativamente em sucessivas aplicações, diluído em sequências de ações de montagens e de articulações, constituindo a base necessária para a definição de uma ciência da construção. A ambivalência entre generalidade e particularidade, no contexto de projeto em arquitetura, é superado metodologicamente a partir do confronto racional entre a solução precedente e a implementação peculiar atualizada.
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a sucessivos contextos com diferentes utilizações, é inevitável que os formados à base de metais se venham sistematicamente apresentando como os mais suscetíveis de cumprir as expectativas de sustentabilidade. A construção baliza-se e oscila entre os preceitos inerentes a uma ciência de construir e a uma arte de construir. Enquanto ciência, ela regula-se por padrões rigorosos de soluções testadas pela tradição, certificadas pelo saber técnico e pela investigação metódica das leis e dos fenómenos que permitem determinar com precisão os diferentes desempenhos. Enquanto arte, induz ao ensejo de experimentação mais orientada para situações compositivas e estéticas, permitindo desvios à mera tectónica. Nesse sentido, todo o processo que vai desde a elaboração do projeto até à materialização em obra oscila, entre a racionalização dos processos, a articulação dos componentes, e a experimentação que desafia o status e audaciosamente tem o ensejo de procurar novos caminhos que, provavelmente em situações futuras poderão, elas mesmas, vir a constituir-se como boa norma de construção. Neste percurso pendular, entre arte e ciência, a construção aparece como um legado da arquitetura, como algo não renegado, mas antes como aquilo que pode permitir a superação. A construção, como processo aparente de fim de linha, é uma opção variável usada para efeitos de uma finalidade compositiva e estética, que tem que se adequar a uma intencionalidade e à produção de um efeito ou de uma missão, sem perder nunca coerência no processo que se iniciou no projeto e que culmina na utilização.3 A arquitetura expressa no processo conceptual toda uma estrutura lógica que articula saber técnico, valências estéticas e características de intuição autoral. A intuição é um princípio que corresponde ao talento do indivíduo, é a capacidade intrínseca que cada técnico possui para o exercício de uma profissão que se move sistematicamente, alternada ou simultaneamente, entre o desempenho pericial e a artisticidade. No exercício da profissão, muitas das decisões afastam-se porventura dos preceitos normativos, dos procedimentos lógicos, submetendo-se à consumação através de ordens diversas, diferentes da razão ou conhecimento. Mas, na sua maioria, as decisões centram-se na escolha múltipla formada pela capital de experiência, pelo saber técnico e pelo suporte teórico dos projetistas. Independentemente dos discursos, dos preceitos técnicos, a arquitetura é vista sobretudo pelo seu caráter de construção, através de um processo que corresponde a uma atitude lógica com escolha predominantemente analítica.4 Para além dos elementos de composição, das escolhas formais, das prerrogativas históricas e dos valores preexistentes, a arquitetura é um processo integrado e de síntese. Congrega no seu seio um amplo e diversificado manancial de técnicos que, mediante convergência de saberes e de experiências, possibilita um ato sinóptico materializado na obra ou no edifício. Admitindo que o desígnio principal da arquitetura é ser edifício, o processo, enquanto prática ou enquanto pensamento, deve ser direcionado no sentido de o resultado ser o corolário do processo, e, sobretudo, refletir uma estratégia e satisfazer o exercício 22 met‡ licaÊ 29Ê .Ê mar• oÊ 2013
processo 1
Ver Sanchez, Jose Morales, Arquitectura y proyecto, Publicaciones de la Universidad de Sevilla, p. 162.
2
Ver As Casas para os Trópicos em Niamey e Brazzaville, Como resposta aos problemas habitacionais dos anos 40 e 50 do século XX, da autoria de Tiago Nunes, Vitor Murtinho e Luís Silva, VII Congresso de Construção Metálica e Mista, publicado pela CMM em colaboração com a Universidade do Minho, Coimbra, 2011, parte II, pp. 4 a 14.
3
Ver Linazasoro, Jose Ignacio, Apuntes para una Teoria del Proyecto, Universidad de Valladolid, Valladolid, 1984, p. 35.
3
Ver Grassi, Giorgio, La Costruzione Logica dell’Architettura (1967), FrancoAngeli, Milão, reimpressão 2008, p. 15.
de uma função. Para isso, todo o processo arquitetónico que envolve múltiplas especialidades e se concretiza através da primazia do saber e do produto industrial, deve repercutir um encadeamento dinâmico onde, na origem, as formas foram pensadas com materialidade. Na realidade, no processo de início do projeto, o arquiteto pensa em termos de formas abstratas, mas rapidamente as concretiza com cores, texturas e materiais. O efeito arquitetónico, mais do que da ação da luz sobre as formas, depende sobretudo do modo como é concretizado na sua materialidade. Assim, forma e luminosidade são artifícios a que o fazedor de espaços recorre para conseguir determinados efeitos e incutir certas sensações ou emoções. A arquitetura transporta em si mesma uma poética que se reflete na perceção do espaço, na exploração das formas e na concretização dos programas. Mas, não secundarizando os princípios estéticos, explícitos ou implícitos, que regulam a atividade do arquiteto, a arquitetura é um processo múltiplo e agregador de funções, desempenhos e materialidades.
< Casa em Serra de Janeanes, Condeixa-A-Nova (autoria de Lucinda Bem-Haja e Vítor Murtinho) Vista geral de alçado da habitação sendo perceptível a utilização de estrutura em aço, permitindo maior esbelteza da estrutura e maior amplitude de vãos.
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mercados internacionais
a grande viagem
internacionalização das estruturas metálicas – a grande viagem
por Engº. Filipe Santos CEO, Vesam
O processo de internacionalização da indústria produtora de estruturas metálicas é algo que se iniciou há vários anos. No entanto, o seu crescimento tem sido muito significativo nos últimos anos. Este facto pode ser explicado pela diminuição da atividade económica em Portugal e por um conjunto de fatores que potenciam a exportação de soluções deste tipo de solução, a saber:
A estrutura metálica viaja em classe económica. De entre os vários sistemas estruturais prefabricados (Betão Armado, Madeira), a estrutura metálica é de longe o que melhor viaja. É significativamente mais leve que os sistemas em betão armado e menos volumosa do que os sistemas em Madeira. É necessário potenciar este benefício para que o transporte marítimo e consecutivamente a montagem seja mais simples e rápida. A estadia pode ser Low-Cost. Se no passado só as empresas com grande dimensão tinham capacidade de aguentar as dificuldades de implantação nos mercados. Hoje em dia são vários os exemplos de empresas que tentam encontrar argumentos para venderem as suas soluções e implantaram-se nos países de destino. A prefabricação de estruturas metálicas diminui significativamente os custos de estadia, aumenta a qualidade e minimiza erros. Existe uma nova geração de gestores/técnicos com elevada preparação e com uma visão internacional que procura parcerias com outras empresas de forma a baixar os custos. Portugal é um país que sabe estar. A experiência acumulada ao longo de séculos em comércio e transações constitui uma mais-valia face a outros povos. As empresas ligadas ao setor da estrutura metálica adaptam-se facilmente às singularidades de cada país, sendo normalmente vistas como altamente competentes e tecnologicamente bastante avançadas. Para isto muito contribui o facto de Portugal ser um país com um longo conhecimento em Construção metálica, adquirido, por exemplo, na indústria naval. Refira-se ainda que este conhecimento não estagnou,
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pelo contrário, tem progredido bastante, não só pelo trabalho das Universidades, mas também pelo facto de as empresas portuguesas desde o projeto à execução terem tido acesso a grandes projetos, o que faz aumentar o conhecimento. A prova de que Portugal sabe estar é o facto de ser relativamente comum as empresas construírem unidades industriais para a produção de estruturas metálicas localmente, assumindo o risco, garantindo no entanto uma maior rapidez na entrega e a maior competitividade quando o problema são as taxas aduaneiras elevadas. Desculpe, só falo português! Se por um lado o contacto com os países pertencentes aos PALOP é facilitado pelo facto de termos a mesma língua, por outro lado, para as nações cuja primeira língua não é Português, é significativamente mais complexo a comunicação e consecutivamente a implantação das empresas, pois a aprendizagem da língua não é simples. Em África, os países de expressão portuguesa (Angola, Moçambique) têm sido as primeiras opções, graças ao seu forte crescimento. Na América do Sul, o Brasil, sustentado num conjunto de eventos e num período de crescimento sem precedentes, tem atraído muitas empresas portuguesas. A grande viagem já se iniciou, as empresas ligadas à produção de estrutura estão a caminho. Umas chegaram a bom porto outras terão mais dificuldades, mas todas terão a sua oportunidade. Boa Viagem!
legislação e normalização
execução de estruturas
a Norma Europeia Execução de Estruturas de Aço
por Prof. Nuno Silvestre Professor Auxiliar do Instituto Superior Técnico
A EN 1090-2 - Execução de estruturas de aço e estruturas de alumínio - Parte 2: Requisitos técnicos para estruturas de aço não é uma norma harmonizada, mas permite aplicar a EN 1090-1 (norma harmonizada), fornecendo os requisitos técnicos relevantes para a fabricação de componentes de aço. Uma situação semelhante ocorre com a EN 100451, a qual constitui uma norma de apoio que fornece os métodos para o ensaio de impacto de Charpy em apoio às normas harmonizadas para produtos de aço como a EN 10025-1.
Para além da utilização destes métodos de ensaio para estabelecer as características dos produtos constituintes, a EN 1090-2 inclui métodos de ensaio próprios para diferentes procedimentos, tais como a medição das dimensões geométricas dos componentes. Para além disso, também faz referência a outros métodos de ensaio em novas normas de apoio, tais como os requisitos específicos para soldadura. O âmbito da EN 1090-2 é mais amplo do que simplesmente os requisitos técnicos para o fabrico (incluindo soldadura), pois também abrange todos os requisitos de execução de estruturas de aço, incluindo construção e montagem. A montagem e outras operações (como aparafusamento de ligações) que ocorrem num tipo de projeto em que as obras de construção que vão sendo realizadas não são relevantes para o processo de marcação CE, o qual apenas assume que as obras serão adequadamente projetadas e construídas. Além disso, o âmbito da EN 1090-2 é bastante amplo pois inclui requisitos para todos os tipos de estrutura de aço: edifícios, pontes, torres, mastros, chaminés, cascas, chapas em aço carbono até S690 e aços inoxidáveis até S700. Esta norma também se aplica a estruturas sujeitas a ações de fadiga ou de origem sísmica. Em relação à marcação CE as cláusulas relevantes da EN 1090-2 são as seguintes: ¬ Documentação – cláusula 4 e Anexo A. ¬ Produtos siderúrgicos – cláusulas 5, 12.1 e 12.2. ¬ Tolerâncias geométricas – cláusulas 11 e 12.3 e Anexo D.
¬ Soldadura e outras operações de fabrico – cláusulas 6, 7 e 12.4. ¬ Tratamento de superfície para proteção contra corrosão e durabilidade – cláusulas 10 e 12.6 e Anexo F. Em relação à sua aplicação como requisitos para a EN 1090-1, estas cláusulas formam três grupos, tal como se descreve em seguida: ¬ Cláusulas relacionadas com inspeção, testes e correções (na cláusula 12 da EN 1090-2) que permitem apoiar o controle de qualidade de conformidade dos produtos; ¬ As cláusulas associadas ao controlo documental (na cláusula 4 e 5), que permitem assegurar o apoio de qualidade de conformidade do produto ¬ As restantes cláusulas que sustentam os procedimentos de controle dos processos de fabrico. Supõe-se que as cláusulas 8 e 12.5 na fixação mecânica, cláusulas 9 e 12.7 na montagem e anexos E, G, H, J, K e M têm geralmente pouca ou nenhuma relevância para a marcação CE de componentes estruturais de aço. Detalhemos um pouco o caso das tolerâncias geométricas. As tolerâncias que são essenciais para avaliar a resistência de um componente (por exemplo, linearidade do eixo e a verticalidade necessárias para evitar a encurvadura prematura do componente) são definidas na EN 1090-2 como requisitos essenciais. São aquelas tolerâncias que o fabricante garante quando se realiza a marcação CE no âmbito da DPC (Diretiva dos Produtos da Construção). Torna-se necessário escolher qual a classe que se aplica para algumas tolerâncias essenciais e incluir esta classificação na especificação do componente. Deve notar-se que a EN 1090-2 também apresenta os requisitos em duas classes de tolerância, denominadas tolerâncias funcionais. As tolerâncias funcionais estão fora do domínio de aplicação da DPC para componentes estruturais de aço, mas são relevantes para as obrigações contratuais que o fabricante tem para com o seu cliente. Desta forma, o fabricante pode optar por vincular o componente à classe de tolerância relevante funcional, mostrando esta informação nos desenhos de fabrico.
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soldadura
construção de estruturas metálicas
a soldadura na construção de estruturas metálicas
por Prof. Altino J. R. Loureiro DEM, Universidade de Coimbra
As ligações soldadas, a par das ligações roscadas, são preponderantes na construção de estruturas metálicas de edifícios e pontes, pois apresentam diversas vantagens em relação a outros processos de ligação, porque proporcionam ligações permanentes, que não requerem manutenção, têm resistência idêntica à dos materiais que são soldados e cuja realização é pouco dependente da geometria desses elementos. Esta tecnologia é habitualmente pouco sensível a problemas de acesso, pelo que pode ser utilizada em oficina ou estaleiro, sendo facilmente aplicável nos aços usados correntemente na construção de estruturas, embora requeira pessoal especializado. Se bem que a tecnologia da soldadura possa ser considerada contemporânea da idade dos metais, o seu desenvolvimento só se iniciou no século dezanove e a sua aplicação industrial de forma generalizada no século vinte. De facto a maior parte dos processos de soldadura atualmente disponíveis foram desenvolvidos e aplicados durante e após as duas grandes guerras [1]. A ligação soldada ocorre ao nível atómico, pelo que requer a aproximação dos átomos da superfície dos dois corpos a unir até distâncias muito reduzidas (E-10 m), inferiores à rugosidade superficial dos corpos. Essa aproximação atómica pode ser feita com os materiais no estado sólido, soldadura no estado sólido, ou no estado líquido, soldadura por fusão. A Figura 1 a) e b) mostra dois exemplos de soldaduras no estado sólido e por fusão, respetivamente. A soldadura no estado sólido requer esforços elevados e cuidados de limpeza, que justificam a sua menor utilização nas estruturas metálicas. A soldadura por fusão resolve em grande medida estes problemas, pois a aproximação atómica ocorre no estado líquido, mas apresenta outros, como as alterações estruturais e
a)
b) Fig. 1 a) Soldadura no estado sólido; b) Soldadura por fusão.
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de propriedades mecânicas, os defeitos e as tensões e deformações induzidas nos elementos soldados. Existem diversas metodologias de classificação dos processos de soldadura [2, 3] mas, de forma simplificada, pode dizer-se que dentro de cada uma das famílias referidas acima cabem muitos processos de soldadura. Na soldadura no estado sólido os processos mais relevantes são a soldadura por fricção, por difusão, por ultrassons e por explosão, entre outros, mas são pouco usados em construções estruturais, conforme referido acima. Os processos de soldadura por fusão são frequentemente classificados quanto à fonte de calor requerida para fundir os materiais a unir. Os materiais mais usuais nas estruturas metálicas são os aços, cuja temperatura de fusão ronda 1500 ºC, pelo são necessárias fontes de calor muito intensas e focadas, como o arco elétrico, a resistência elétrica, o laser ou o feixe de eletrões. Destas, o arco elétrico é a fonte de calor mais usada, porque é fácil de manipular e barata. O arco elétrico é uma descarga elétrica entre dois elementos metálicos, o elétrodo e a peça, onde se atingem temperaturas superiores a 5000 ºC. Neste grupo estão os processos de soldadura mais usados na construção de estruturas metálicas, como a soldadura por elétrodo revestido (SER), a soldadura MAG (Metal Ative Gas) e a soldadura por arco submerso (SAS) [4]. Estes processos têm em comum o facto de fundirem as extremidades dos materiais a unir mas também um elétrodo que é adicionado para encher a folga entre esses elementos, conforme se ilustra na Figura 2. O aço, quando fundido, reage facilmente com o oxigénio e azoto do ar dando origem a óxidos e nitretos que apresentam más propriedades mecânicas, pelo que é essencial evitar estas reações químicas durante a soldadura. Um aspeto que distingue os processos ilustrados na Figura 2 é o modo de proteção do metal enquanto fundido. Na SER e SAS o revestimento do elétrodo ou o fluxo, respetivamente, constituídos por elementos minerais, óxidos, silicatos, carbonatos, etc, fundem sob o arco elétrico e formam uma escória que sobrenada o metal fundido, protegendo-o do ar. No caso da soldadura MAG, é o gás que é injetado no arco que faz essa proteção. Outro aspeto distingue estes processos: a SER é um processo manual, a soldadura MAG é semiautomática ou automática e a SAS é automática, o que se traduz em diferenças significativas de produtividade. Taxas de depósito da ordem de 0.25 a 1.2 kg/h para a SER, 2 a 5 kg/h para a soldadura
soldadura
Elétrodo Soldadura
construção de estruturas metálicas
Bocal
Revestimento
Tubo de contacto Alma
Escória Arco
Elétrodo Soldadura
Metal base
a)
Gás de proteção
Bocal Tubo de contacto
Elétrodo
Fluxo
Soldadura Escória
Arco
Arco
Metal base
b)
Metal base
c)
SER – 13%
Fig. 2 Processos de soldadura: a) Elétrodo revestido; b) MAG; c) Arco submerso.
SAS – 17% MAG_S – 35% MAG_F – 35%
semiautomática e 3 a 10 kg/h para a SAS [5]. Estes valores podem ser aumentados com a utilização de arcos múltiplos ou no caso da soldadura MAG com a utilização de elétrodos fluxados (elétrodos com fluxo interior). Estes processos apresentam também diferenças, quer ao nível da flexibilidade, maior na SER e menor na SAS, quer ao nível do investimento, maior na SAS e muito menor na SER. A SAS e MAG com elétrodo sólido são mais aplicadas na oficina enquanto a SER e a MAG com elétrodo fluxado e sem gás de proteção são muito usadas em estaleiro, devido à sua menor sensibilidade aos agentes atmosféricos. A soldadura MAG, sem e com elétrodo fluxado, é a que tem maior utilização no fabrico de estruturas metálicas, e com tendência a crescer, ao contrário da SER, cuja utilização tende a diminuir, vejase a Figura 3 [6], devido à sua menor produtividade. A utilização da soldadura por arco submerso tende a crescer, devido à sua maior produtividade e excelente qualidade das soldaduras.
económica que a SER, mas não se recomenda o seu uso na posição ao teto. Por vezes foge-se à utilização da soldadura MAG com elétrodo fluxado, principalmente quando se tem pessoal pouco qualificado, porque a má manipulação da tocha de soldadura pode originar faltas de fusão, correntemente designadas colagens. Por último há que ter em atenção o investimento que, dependendo do mecanismo de automatização, no caso da SAS é mais de vinte vezes o do equipamento para SER. Em resumo, na construção de estruturas metálicas é utilizado um número restrito de processos de soldadura, essencialmente devido à flexibilidade e produtividade que esses processos apresentam. A seleção do processo de soldadura mais adequado para uma aplicação específica rege-se por fatores bem conhecidos, onde os fatores técnicos e económicos devem ser considerados.
BIBLIOGRAFIA [1] http://www.millerwelds.com/pdf/WorldofMetals.pdf [2] http://www.substech.com/dokuwiki/doku.php?id=classification_ of_welding_processes [3] http://www.newagepublishers.com/samplechapter/001469.pdf [4] ASM Handbook, Volume 6A: Welding Fundamentals and Processes, Editor(s): Thomas Lienert, Thomas Siewert, Sudarsanam Babu, and Viola Acoff [5] http://www.postle.com/welding_cost_formula_for_differe.htm [6] http://www.otua.org/publication_case-study-welding-processes.htm
PUB.
A seleção do processo de soldadura mais adequado para uma dada aplicação leva em consideração não só fatores como a produtividade e o local da execução, já referidos acima, mas também outros como a espessura dos elementos a soldar, a posição e acesso da junta e também a qualidade da soldadura. A soldadura MAG e SER podem ser usadas em toda a gama de espessuras habituais em construção metálica, se bem que geralmente em espessuras acima dos 15 mm a SAS seja mais económica. No entanto, a SAS só é realizada na posição horizontal. A SAS só se usa correntemente em espessuras acima de 5 mm. A soldadura MAG é mais
Fig. 3 Processos mais utilizados na construção de estruturas metálicas [6].
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formação e eventos
International Steel Construction Exhibition 2013 Demonstrando o empenho e dinâmica da CMM na promoção da construção metálica e mista nacional, cuja maior evidência reside no desenvolvimento do projeto Portugal Steel, e na pegada do trabalho que será desenvolvido no âmbito deste mesmo projeto, a CMM irá organizar entre os dias 23 e 26 de outubro de 2013 o ISCE2013, a ter lugar na Exponor, no Porto. O ISCE2013 é a primeira feira internacional especialmente dedicada à construção metálica e mista a ser realizada em território português, e irá decorrer em simultâneo com o IX Congresso de Construção Metálica e Mista e I Congresso Luso-Brasileiro de Construção Sustentável, garantindo uma maior projeção para todos estes eventos paralelos.
formação técnica em 2013 Execução de Estruturas Metálicas, Projeto, Detalhe, Fabrico e Montagem Data e Local: 5 e 6 de abril de 2013, Lisboa Horário: 9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30 Coordenação: Eng.º Filipe Santos (Coordenador Cientifico), Eng.º Luís Figueiredo Silva Formadores: Eng.º Filipe Santos (VESAM) e Eng.º Miguel Pontes (Metalocar) Preços: Geral - 400 € | Membros CMM - 320 € | Membros OE - 360 € | 3º formando e seguintes da mesma empresa - 250 € (só membros colectivos da CMM)
Dimensionamento Sísmico de Estruturas Metálicas Data e Local: 3 e 4 de maio de 2013, Lisboa Horário: 9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30 Coordenação: Prof. José Miguel Castro (Coordenador Científico), Eng.º Luís Figueiredo Silva Formadores: Prof. José Miguel Castro (FEUP), Prof. Carlos Rebelo (FCTUC), Eng.º Tiago Abecasis (TalProjecto) Preços: Geral - 400 € | Membros CMM - 320 € | Membros OE - 360 € | 3º formando e seguintes da mesma empresa - 250 € (só membros colectivos da CMM)
Importa realçar que o ISCE2013 não será uma feira tradicional, na medida em que o seu modelo está pensado para que seja efetivamente uma plataforma de desenvolvimento de oportunidades de negócios, no âmbito da qual serão convidadas entidades nacionais, mas essencialmente internacionais, com necessidades efetivas de aquisição de aço ou de serviços de construção metálica. Desta forma, o modelo do ISCE2013 assenta no desenvolvimento de um espaço de encontro entre a procura e oferta neste setor. Esta feira será ainda especialmente relevante ao nível da exposição de maquinaria para a indústria, desejandose a presença das principais marcas nacionais e internacionais na área de produção e distribuição de tecnologia para a indústria. Não deixe de marcar presença no ISCE2013. Para toda a informação referente a esta feira internacional visite: www.cmm.pt/isce2013
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Dimensionamento de Estruturas Metálicas Data e Local: 23, 24 e 25 de Maio de 2013, Lisboa Horário: 9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30 Coordenação: Eng.º Tiago Abecasis (Coordenador Científico), Eng.º Luís Figueiredo Silva Formadores: Eng.º Tiago Abecasis (TalProjecto), Prof. Nuno Silvestre (IST), Eng.º José Miguel Pontes (Metalocar), Eng.º Adriano Santos Preços: Geral - 600 € | Membros CMM - 420 € | Membros OE - 540 € | 3º formando e seguintes da mesma empresa - 375 € (só membros colectivos da CMM)
INFORMAÇÕES Dr. David Santos CMM - Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista Departamento de Engenharia Civil da FCTUC – Pólo II Rua Luís Reis Santos - 3030-788 Coimbra Telefone: 239 098 422 | Tlm: 965 061 249 | Fax: 239 405 722
para mais informações consulte: www.cmm.pt/formacao
formação e eventos
a 3
o
II Congresso Luso-Africano de Construção Metálica Sustentável
Tal como previamente anunciado, a CMM, através do seu mais recente departamento, CMA – Construção Metálica em África, irá organizar o II Congresso Luso-Africano de Construção Metálica Sustentável. A segunda edição deste congresso, que visa aproximar o mercado nacional de construção metálica e mista da realidade africana, com realce para os países lusófonos, mas não só, terá lugar na UEM - Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, capital de Moçambique, no dia 19 de julho de 2013.
23 janeiro a 30 abril 2013
1 maio a 19 julho de 2013
Não Associados CMM
330.00€
430.00€
Associados CMM
250.00€
350.00€
Estudantes
115.00€
190.00€
inscrições
Para todas informações sobre o II Congresso Luso-Africano de Construção Metálica Sustentável visite www.cmm.pt/cla
PUB.
É esperada uma repetição do sucesso ocorrido no ano transato, com a presença de mais de duas dezenas de empresas e de uma centena de congressistas, num evento cuja importância se prende com a geração de oportunidades de negócios nos mercados africanos para as empresas nacionais e também para o contacto com uma realidade mais desenvolvida no caso das entidades locais.
Os custos de participação no congresso são os seguintes:
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formação e eventos
IX Congresso de Construção Metálica e Mista e I Congresso Luso-Brasileiro de Construção Metálica Sustentável Este evento, o mais importante do setor a nível nacional, irá decorrer no Centro de Congressos da Exponor, no Porto, nos dias 24 e 25 de outubro de 2013, reunindo as principais empresas e individualidades portuguesas da área. Na sequência do sucesso dos últimos congressos organizados pela CMM, com o IX Congresso de Construção Metálica e Mista pretende-se divulgar as mais recentes inovações no âmbito deste tipo de construção, dar a conhecer as principais orientações da investigação neste campo e difundir as principais inovações com o objetivo de promover as potencialidades da construção metálica e mista. Para este ano está preparada uma inovação cujo intuito é o de acrescentar valor ao evento, nomeadamente através da realização simultânea do IX Congresso de Construção Metálica e Mista e do I Congresso Luso-Brasileiro de Construção Sustentável, numa coorganização da CMM, ABCEM e CBCA. Através desta realização conjunta destes dois congressos, é esperado um acréscimo do número de participantes, bem como do interesse dos temas a abordar, nomeadamente os que envolvem as soluções arquitetónicas que o aço possibilita. Os congressos serão, também, um local privilegiado para o intercâmbio de ideias e experiências entre os vários intervenientes na concretização dos empreendimentos
representativos deste setor de construção (donos de obra, projetistas, construtores, etc.). Dando relevo a obras cuja identidade está indelevelmente marcada pela conceção arquitetónica e à associação do aço estrutural com materiais de revestimento, nomeadamente o vidro, procurou-se alargar o leque de participantes aos projetistas de arquitetura. Trata-se, sem dúvida, de assuntos em que a estreita colaboração criativa dos dois principais intervenientes no projeto – arquitetos e engenheiros - é vital para o seu êxito.
www.cmm.pt/congresso
Ciclo de Seminários – Portugal Steel No âmbito do projeto Portugal Steel, será organizado um ciclo de seminários, a decorrer entre março e maio, nas principais instituições de ensino superior de Portugal. O objetivo destes seminários é o de aproximar a comunidade académica da realidade da construção metálica e mista nacional. Estes seminários, que servirão ainda para a apresentação do projeto Portugal Steel e dos Prémios Universitários, a serem recuperados já no próximo ano de 2014, serão estruturados de acordo com os elementos da mensagem do Portugal Steel, nomeadamente a Durabilidade e Sustentabilidade da Construção Metálica, e ainda a importância económica deste setor.
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De momento estão planeados os seguintes seminários: ¬ Universidade de Coimbra – 6 março 2013 (14h30-17h) ¬ Instituto Superior Técnico – 26 março 2013 (14h30-17h) ¬ Universidade de Aveiro – 10 abril 2013 (14h30-17h) ¬ Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – 17 abril 2013 (14h30-18h) ¬ Escola de Engenharia da Universidade do Minho – 15 maio 2013 (14h30-17h) Não deixe de visitar o site www.portugalsteel.com para se inteirar de toda a informação sobre o ciclo de seminários.
publicações
destaque
nova Publicação ECCS Durante as últimas décadas, testes ao fogo realizados em diversos países mostraram que o desempenho à ação do fogo de edifícios mistos em aço estrutural enformado a frio com laje mista (lage de betão conectada a vigas de aço e pilares) é muito diferente da obtida em ensaios padrão de resistência ao fogo em lajes mistas ou vigas mistas enquanto elementos estruturais. Análises experimentais e simulações numéricas revelaram que o aumento do desempenho ao fogo se deve ao desenvolvimento da ação da membrana elástica sobre a laje de betão armado.
Membrane Action of Composite Structures in Case of Fire
Autores: Olivier Vassart e Bin Zhao Publicado por ECCS | Technical Committe 3 Fire Safety PVP: A definir | Preço Membro CMM: A definir Lançamento: Abril de 2013
de projeto simples e, por outro lado exemplos práticos. As restantes irão ajudar os projetistas a compreender de forma clara os benefícios desta nova metodologia de projeto, tendo em conta a ação elástica da membrana de estruturas mistas em caso de incêndio.
A segunda parte do livro irá conter, por um lado, uma guia de projeto que resume as regras de aplicação do método
Para mais informações acerca do livro visite: www.steelconstruct.com
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Este livro irá explicar e ilustrar como pode ocorrer o desenvolvimento de ações de tensão de membrana em edifícios mistos em aço estrutural enformado a frio. A primeira parte do livro dedica-se a explicar o contexto do método de projeto simples e a sua validação através de diferentes testes de laboratório e programas de pesquisa.
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notícias eccs
www.steelconstruct.com
novas iAPPs da ECCS
A ECCS promoveu o lançamento de duas novas aplicações na App Store da Apple, ambas para iPad: as aplicações “Steel LCA” e “ECCS EC3 Steel Member Calculator”.
A “Steel LCA”, que pode ser descarregado gratuitamente, bastando para tal realizar uma pesquisa por “ECCS”, “LCA” ou “Steel”, realiza uma análise do ciclo de vida (Life Cycle Analysis - LCA) de perfis com secção I laminada a quente e secção tubular. Adicionalmente, disponibiliza também uma base de dados destes perfis. A análise do ciclo de vida é realizada de acordo com as normas da ISO 14040:2006 e 14044:2006, e ainda considerando o modelo conceptual da norma europeia EN15804:2012. Por sua vez a “ECCS ECS3 steel member calculator” é a primeira aplicação originada a partir do Eurocódigo 3, cuja versão para iPhone estará disponível mais tarde, e é também ela gratuita, podendo ser encontrada a partir
da pesquisa por “ECCS”, “EC3”, “Steel” ou “Steel Member”. Esta aplicação disponibiliza uma base de dados de perfis com secção I laminada a quente e secção tubular e permite uma verificação da segurança de vigas e colunas de aço com tais perfis, de acordo com EC3-1-1. Um módulo adicional para esta aplicação pode ser adquirido por 8.99€, possibilitando a verificação da segurança de vigas-coluna metálicas. A “ECCS ECS3 steel member calculator” é uma ferramenta prática com um interface amigo dos utilizadores que providencia uma rápida verificação da resistência do membro. Com poucos cliques, pode ter uma visão global da resistência de uma coluna, ou avaliar a segurança de uma viga.
capturas de ecrã do iPad na aplicação Steel LCA
ACEDA à ApliCAção Steel lCA NA AppstorE AtrAVÉs Do Qr CoDE
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capturas de ecrã do iPad na aplicação ECCS ECS3 steel member calculator
ACEDA à ApliCAção eCCS eCS3 Steel member CAlCulAtor NA AppstorE AtrAVÉs Do Qr CoDE
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notícias eccs
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novo website ECCS uma plataforma de conhecimento sobre a construção metálica Com uma aparência atualizada e um conjunto de novas funcionalidades e adições, esta plataforma representa uma nova era para a ECCS e o setor da construção metálica na europa. Este website disponibiliza toda a informação relativa ao trabalho da ECCS, como os projetos e os comités da ECCS, mas também informação útil relacionada com notícias e eventos de interesse para a construção metálica. Nesta plataforma existem importantes recursos para profissionais e académicos da área da construção metálica. Adicionalmente, este novo website irá também funcionar como a nova webstore da ECCS, onde estarão disponíveis todo o tipo de publicações da ECCS. Esta nova plataforma digital da ECCS irá certamente tornar-se uma referência internacional, e o principal website europeu do setor da construção metálica.
Não perca a oportunidade de verificar todo o potencial desta nova plataforma nos seguintes links:
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¬ www.steelconstruct.com ¬ www.steelconstruct.org ¬ www.steelconstruct.eu
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50 anos de construção metálica e mista na europa
parte 15 – 2002/2003/2004
ING-House Amsterdam, Holanda (2002) © Meyer en van Schooten
Este edifício é sede de um importante banco em Amesterdão e a sua forma assemelha-se a um besouro, todo em vidro e alumínio anodizado, com colunas de aço sobre a autoestrada e a linha ferroviária de alta velocidade da Thalys. O edifício estende-se ao longo de 136 metros e atinge uma altura máxima de 48 metros, tendo uns pés em forma de V para ancorar o edifício. A estrutura de aço é composta por vigas com um vão de 27 metros que repousam sobre pilares a cada 7,3 metros. O edifício dispõe de autonomia ao nível da climatização, produzida pelas fachadas ventiladas de dupla camada, e da possibilidade de abrir janelas viradas a sul e átrios ajardinados em intervalos irregulares por todo o edifício.
Dono de obra ING Corporate Real Estate bv, Den Haag Arquitetura Meyer en van Schooten Architecten bv, Amsterdam Engenharia Aronsohn Raadgevende Ingenieurs bv, Rotterdam Construtor Bouwcombinatie SamenwerkING Metalomecânica Hollandia bv,Krimpen aan den IJssel – Heerema bv, Zwijndrecht – Oostingh Staalbouw bv, Katwijk
Chamber of Commerce of Luxembourg Luxembourg, Luxemburgo (2003) © Victor Buyck Steel Construction
A reabilitação e ampliação da Câmara de Comércio do Luxemburgo foi uma oportunidade para anexar os seus 5000 m2 a um projeto total de 30 000 m2 composto por escritórios, um centro de conferências e quatro pisos subterrâneos para estacionamento. O edifício é dividido em seis edifícios de 5 pisos ligados por galerias envidraçadas e pátios.
Dono de obra Chambre de Commerce de Luxembourg Arquitetura Claude Vasconi, Paris e Jean Petit, Luxembourg Engenharia Schroeder & Associés, Luxembourg; Nicholas Green; RMC Consulting; EASE/Fire Safety Construtor V. Buyck Steel Construction N.V., Eeklo; Fior Livio S.A.
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A estrutura destes edifícios foi realizada com aço e betão para os pisos e núcleos centrais, com uma estrutura metálica e fachadas em vidro e aço. A espessura do piso é reduzida para 35 cm, optando por vigas treliçadas com ligações visíveis, juntamente com os elementos inoxidáveis para o pavimento, projetados especificamente para este edifício. Não há nenhum suporte central para o intervalo de 12 metros que corresponde à largura destes edifícios. Na proteção de segurança contra incêndio foram utilizados conceitos de engenharia moderna: um sistema de sprinklers e outros sistemas apropriados tornaram possível deixar a estrutura visível.
50 anos de construção metálica e mista na europa
parte 15 – 2002/2003/2004
Millau Viaduct Midi-Pyrénées, França (2004) três anos, esta estrutura envolve muitas proezas técnicas, tanto em termos de design como no processo de elevação. Tão audaciosa como elegante, esta ponte é prova dos conhecimentos da engenharia europeia e do talento do seu Arquiteto britânico.
Dono de obra Compagnie Eiffage du Viaduc de Millau Engenharia Michel Virlogeux, Bureau d’études Greisch, Setec
Arquitetura Sir Norman Foster Metalomecânica Eiffel C.M.
© leviaducdemillau.com
A 270 metros acima do vale de Tarn, o Viaduto de Millau trata-se da mais alta ponte do mundo. A sua plataforma de aço, suportado por mastros com cabos suspensos sobre sete vigas de betão, mede uns impressionantes 2.460 metros de comprimento. Construída em apenas
Olympic Stadium “OAKA” Atenas, Grécia (2004) Para os Jogos Olímpicos de 2004, Atenas renovou o seu Estádio Olímpico, dando-lhe um novo telhado, todo transparente, que é excecional tanto pelo tamanho como pela qualidade.
© Alan Karchmer
A estrutura suspensa que cobre parcialmente as bancadas consiste numa série de arcos metálicos duplos que suportam 4.750 folhas de policarbonato com tratamento
anti-UV e anti-abrasão. Tem dois arcos principais que se estendem por todo o estádio com 3,5 metros de diâmetro dentro de tubos de aço, medindo 304 metros de comprimento e atingindo uma altura máxima de 78 metros. Estas estruturas carregam os cabos que suportam o telhado, que pesa um total de 17 000 toneladas. O telhado foi construído em duas partes offsite e depois foi mecanicamente içado para a posição após a montagem.
Dono de Obra EYDE/AOEE. - General Secretariat of Sports - Greek / Ministry of Culture, J.V. Aktor SA - Athena SA - Themeliodomi SA Arquitetura e Engenharia Santiago Calatrava Metalomecânica Costruzioni Cimolai Armando SPA
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cmm
membros em destaque
membros cmm Faststeel
Pedro Silva, CEO, Faststeel
Pode fazer uma resumida apresentação da Faststeel? Somos um centro de prestação de serviços que actua na área da construção metálica. Realizamos decapagem, corte, furação e pintura de chapas e perfis, e sua construção. O melhor preparado do país para trabalhar em regime de subcontratação. Pretendemos que os nossos clientes sintam que entendemos a sua urgência, necessidades e requisitos. A nossa equipa de funcionários é inovadora e qualificada e entende que é "você" quem está no centro da operação. Em que áreas se tem destacado a Faststeel? Em todo o tipo de construções metálicas, desde naves industriais a pontões marítimos, passando por pontes rodoviárias, estádios e componentes para a área das minas. Como se diferencia a Faststeel dos seus concorrentes? A Faststeel tenta que o cliente deixe de ter problemas com a subcontratação. A experiência que temos vindo a acumular tem-nos permitido executar encomendas por vezes com milhares de referências em que temos zero reclamações, quer ao nível dimensional quer ao nível de tratamento de superfície. Isto faz com que os nossos clientes se tornem muito fiéis e nos encarem como um parceiro em que eles próprios se sustentam para ganharem obras onde têm necessidade de qualidade e rapidez na execução do serviço.
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A experiência que temos vindo a acumular tem-nos permitido executar encomendas por vezes com milhares de referências em que temos zero reclamações, quer ao nível dimensional quer ao nível de tratamento de superfície.
Que projetos de relevo distinguem o trabalho da Faststeel? Neste momento a Faststeel tem em carteira obras para 4 continentes. Encaramos todas da mesma forma; no fundo, por mais complexas que sejam no seu conjunto, não deixam de ser peças independentes, e nós tratamos uma a uma, como parte do processo. Não há uma única peça que não seja abrangida pelos procedimentos adotados na norma EN 1090. Que desafios futuros aguardam a Faststeel? Neste momento estamos a aguardar a classificação como classe EX3, que já se encontra auditada e aprovada. Quanto ao futuro, queremos continuar a fidelizar os clientes, “fugindo” dos setores tradicionais da construção, e vocacionando a estrutura para o setor mineiro, indústrias petrolíferas e pontes rodoviárias, onde temos uma grande progressão e podemos trabalhar com empresas à escala global, sem nunca ficarmos dependentes da economia local. Como vê o estado atual do mercado da construção metálica e mista? Em termos de construção está esgotado. Nos setores que referi acima com muita margem de progressão, neste momento estamos a fazer muito trabalho para a Austrália, o que prova que o nosso setor não tem limites em termos de distância. Um contentor para a Austrália custa metade de um contentor para Angola, por isso, desde que estejamos posicionados com o espírito de empresa global, o mercado da construção metálica terá um futuro
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membros em destaque
promissor. Penso que quem não se reveja neste cenário tenha o futuro muito complicado. A sobrevivência do setor estará numa cooperação entre os diversos concorrentes ou numa competição capaz de elevar e superiorizar os players mais competitivos? Só com uma concorrência agressiva é que foi possível desenvolver bons sistemas produtivos, e esta concorrência foi até agora muito saudável para nos permitir evoluir. Quando encaramos um posicionamento global, neste contexto a cooperação é a única alternativa que nos resta. Na concorrência louca que temos vivido nos últimos anos (e essa quanto a mim já fez as vítimas que tinha a fazer), o tipo de obras que vai aparecer, tendo em conta as várias empresas posicionadas no mercado, só pode ser encarado como “trabalho de equipa” entre várias empresas. Não haverá capacidade por parte de uma só empresa para fazê-las. Quem souber olhar para esta oportunidade desta forma terá seguramente um futuro promissor. Quais os objetivos da Faststeel para este ano de 2013? Continuar a ser parceiro de referência para os nossos clientes.
Como perceciona o papel CMM no contexto nacional do setor da construção metálica e mista? Temos tido uma experiência muito positiva com a CMM ao nível da certificação, com a qual contámos no desenvolvimento de todo o processo ISO 9001 e EN 1090. Quanto ao papel da CMM, acho que se deveria posicionar na investigação e desenvolvimento de outros setores sem ser o da construção metálica e mista vocacionados não para a construção, mas para os setores que referi acima, especialmente indústrias petrolíferas e setor mineiro. Em que mercados estrangeiros a Faststeel pretende atuar? Neste momento estamos com obras para França, Noruega, Argélia, Angola, Moçambique, Venezuela, Austrália e África do Sul, por isso tirando o mercado asiático, por questões de preço, todos os outros mercados são perfeitamente possíveis.
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www.faststeel.pt
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membros
metalomecânica
arCen engenharia, S.a. www.arcen.pt
BySteeL, S.a. www.bysteel.pt
COnStáLiCa – elementos de Construção Metálicos, S.a. www.constalica.pt
FaStSteeL, S.a. www.faststeel.pt
FriSOMat, S.a. – Comércio e indústria de Materiais de Construção www.frisomat.pt
GarSteeL – Construções Metálicas, Lda. www.garsteel.pt
GeSteDi – Construção e investimentos imobiliários, Lda.. www.gestedi.pt
interteLHa, Lda. www.intertelha.com
MartiFer – Construções Metalomecânicas, S.a. www.martifer.pt
MetaLOCar – indústria de Metalomecânica, S.a. www.metalocar.pt
MetaLOCarDOSO – Construções Metálicas e Galvanização, S.a. www.metalocardoso.com
MetaLOGaLVa – irmãos Silvas, S.a. www.metalogalva.pt
MetaLOViana – Metalurgia de Viana, S.a. www.metaloviana.pt
nOrFerSteeL – Construções e Metalomecânica, S.a. www.norfer.com
O FeLiz Metalomecânica, S.a. www.ofeliz.pt
perFiSa – Fábrica de perfis Metálicos, S.a. www.perfisa.net
SeVeMe – indústrias Metalúrgicas, S.a. www.seveme.com
teGOpi – indústria Metalomecânica, S.a. www.tegopi.pt
Florêncio augusto Chagas, S.a. www.fachagas.pt
J. Soares Correia – armazéns de Ferro, S.a. www.jsoarescorreia.pt
parFeL – Sociedade de equipamentos indústriais, Lda. www.parfel.pt
UeM – Unidades de estruturas Metálicas uem@normetal.com
importadores e armazenistas de aço
a. portugal alves – produtos Siderúrgicos, S.a. www.portugalalves.com
antero & Cª, S.a. www.anteroeca.com
FaF – produtos Siderurgicos, S.a. www.faf.pt
peCOL – Sistemas de Fixação, S.a. www.pecol.pt
acabamento e proteção
Cin – Corporação industrial do norte, S.a. www.cin.pt
SiKa portugal, S.a. www.sika.pt
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eUrOGaLVa – Galvanização e Metalomecânica, S.a. www.eurogalva.pt
produtores de aço
HeMpeL (portugal), Lda. www.hempel.pt
Ferpinta – ind. de tubos de aço de Fernando pinho teixeira, S.a. www.ferpinta.pt
cmm
membros
projeto e consultadoria
a 400 – projectistas e Consultores de engenharia Civil, Lda. www.a400.pt
a2p Consult, Lda. www.a2p.pt
arManDO ritO engenharia, S.a. www.arito.com.pt
BerD – projecto, investigação e engenharia de pontes, S.a. www.berd.eu
Betar – Consultores, Lda. www.betar.pt
C.G.F. – Coordenação, Gestão e Fiscalização de Obras, Lda. www.cgf.pt
CiVi4 – projectistas e Consultores de engenharia Civil, Lda. www.civi4.pt
COnStrUSOFt – Software para a indústria de Construção, Lda. www.construsoft.pt
COOL HaVen – Habitações Modulares e eco-Sustentáveis, Lda. www.coolhaven.pt
CUrBi, Lda. www.curbi.pt
DenDrO – engenharia e arquitectura, Lda. www.dendro.pt
DHprO – Serviços de engenharia Civil, Lda. www.dhpro.pt
eDM – 3D, Lda. www.edm–3d.pt
GOp – Gabinete de Organização de projectos, Lda. www.gop.pt
GriD – Consultas, estudos e projectos de eng., Lda. www.grid.pt
GWiC www.gwicgroup.com
JetSJ Geotecnia, Lda. www.jetsj.pt
J.L. Câncio Martins – projectos de estruturas, Lda. www.jlcm.pt
LCW Consult, S.a. www.lcwconsult.com
LeB, Lda. www.leb.pt
LUSOManU, Lda. www.lusomano.com.pt
LUSOMeLt – Fornecimento de Bens e Serviços, Lda. www.lusomelt.pt
MeCanOtUBO – Construção e estruturas, S.a. www.mecanotubo.pt
MUtO Consultores www.muto.pt
OMeGa – Serviços de engenharia, Lda. www.omega.com.pt
perry Da CâMara e associados, Consultores de engenharia Lda. www.pcaengenharia.pt
ppSeC – engenharia, Lda. www.ppsec.pt
prOaFa, Serviços de engenharia, S.a. www.afaconsultores.pt
prOCiFiSC – engenharia e Consultadoria, Lda. www.procifisc.pt
prOenGeL – projectos, engenharia e arquitectura, Lda. www.proengel.pt
SaFre estudos e projectos de engenharia, Lda. www.safre.pt
SiSCaD – tecnologias de informação, Lda. www.siscad.pt
taLprOJeCtO – projectos, estudos e Serviços de engenharia, Lda. www.talprojecto.pt
tria – Serviços, Materiais e equipamentos, Lda. www.tria.pt
triMétriCa engenharia Lda. www.trimetrica.com.pt
escola Superior de tecnologia e Gestão – ip Bragança www.estig.ipb.pt
Faculdade de Ciências e tecnologia – Univ. nova de Lisboa www.fct.unl.pt
VeSaM Cold–Form, Lda. www.vesam.pt
instituição de ensino
Departamento de engenharia Civil – FCtUC www.dec.uc.pt
Departamento de engenharia Civil – Universidade de aveiro www.civil.ua.pt
escola Superior de tecnologia de Viseu – i.p.V. www.estv.ipv.pt
instituto Superior técnico – DeCivil – iCiSt www.civil.ist.utl.pt
LneC – Laboratório nacional de engenharia Civil www.lnec.pt
Universidade de trás–os–Montes e alto Douro www.utad.pt
instituto politécnico da Guarda www.ipg.pt
Todos os contactos e informações sobre produtos e serviços dos membros da CMM podem ser consultados em www.cmm.pt, sendo a informação disponibilizada da responsabilidade de cada membro.
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agenda
calendário de eventos
organização
local
data
informações
Made In Steel 2013 – The World Steel Expo
Made In Steel S.R.L
Milão, Itália
3a5 abril 2013
www.madeinsteel.it
2013 NASCC The Steel Conference – North American Steel Construction Conference
AISC – American Institute of Steel Construction
St. Louis, EUA
17 a 19 abril 2013
www.aisc.org/nascc
AISTech 2013 – The Iron & Steel Technology Conference and Exposition
AIST – Association for Iron & Steel Technology
Pittsburgh, EUA
6a9 maio 2013
www.aist.org/13_aistech/13_aistech.htm
3º Congresso Nacional sobre Segurança e Conservação de Pontes
ASCP – Associação Portuguesa para a Segurança e Conservação de Pontes
Porto, Portugal
26 a 28 junho 2013
www.ascp2013.ascp.pt
II Congresso Luso-Africano de Construção Metálica Sustentável
CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, e CMA – Construção Metálica em África
Maputo, Moçambique
19 julho 2013
www.cmm.pt/cla
ICSA2013 The Second International Conference on Structures and Architecture
Universidade do Minho
Guimarães, Portugal
24 a 26 julho 2013
www.icsa2013.com
ASEM19 - The 2013 World Congress on Advances in Structural Engineering and Mechanics
KAIST - Korea Advanced Institute of Science and Technology
Jeju, Coreia do Norte
8 a 12 setembro 2013
www.asem.cti3.com/asem13.htm
ISCE2013 Internacional Steel Construction Exhibition
CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista
Porto, Portugal
23 a 26 outubro 2013
www.cmm.pt/isce2013
IX Congresso de Construção Metálica e Mista e I Congresso Luso-Brasileiro de Construção Metálica e Mista
CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista
Porto, Portugal
24 e 25 outubro 2013
www.cmm.pt/congresso
formação
coordenação
local
data
horário
Execução de Estruturas Metálicas, Projeto, Detalhe, Fabrico e Montagem
Eng.º Filipe Santos (Coordenador Cientifico)
Lisboa, Portugal
5e6 abril 2013
9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30
Dimensionamento Sísmico de Estruturas Metálicas
Prof. José Miguel Castro (Coordenador Cientifico)
Lisboa, Portugal
3e4 maio 2013
9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30
Dimensionamento de Estruturas Metálicas
Eng.º Tiago Abecasis (Coordenador Científico)
Lisboa, Portugal
23, 24 e 25 maio 2013
9:00 às 13:00 e 14:30 às 18:30
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cursos de formação CMM
evento
técnica
pontes rodoviárias mistas
Consultoria EN1090 e Sistemas de Gestão da Qualidade
Gestão
Sustentabilidade
Inovação e Normalização
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