nº 39 . 5 € . Maio/Junho 2010
39 dossiê sistemas de informação e acessibilidade na saúde
Notícias . Notícias ATEHP . Produtos e Tecnologias . Estante . da Vida e do Cosmos. Eventos PUB
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FICHA TÉCNICA DIRECTOR Fernando Barbosa DIRECTORA EXECUTIVA Carla Santos Silva carla.silva@engenhoemedia.pt
sumário
CHEFE DE REDACÇÃO Carlos Pinto dos Santos CONSELHO DE REDACÇÃO Abraão Ribeiro Adelino Besteiro Dírio Ramos Pascoal Faísca Paulo Salgado Santos Cardoso Manuel Lança do Ó Victor Pais
editorial
REDACÇÃO Ana Maria Oliveira a.oliveira@engenhoemedia.pt GRAFISMO Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. PUBLICIDADE Vera Oliveira v.oliveira@engenhoemedia.pt COMUNICAÇÃO Celine Borges Passos c.passos@engenhoemedia.pt DIRECÇÃO EDITORIAL ATEHP Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses R. 1º de Maio, 168 - 2º Esq. 3020-314 Coimbra Tel. e Fax 239 493 386 tecnohospital@publindustria.pt COLABORARAM NESTE NÚMERO António Grilo Cândida Malça Carlos Pinto dos Santos Emanuel Porto Luís Lapão Miguel Maia Pascoal Faísca Paulo Derriça Pedro Beirão REDACÇÃO E EDIÇÃO Engenho e Média, Lda. Grupo Publindústria PROPRIEDADE Publindústria Produção de Comunicação, Lda Empresa Jornalística, Registo no I.C.S. n.o 121 722 ISSN 1645 - 9431 Praça da Corujeira, 38 – Apartado 3825 4300-144 PORTO geral@publindustria.pt www.publindustria.pt ASSINATURAS tecnohospital@engenhoemedia.pt Tel. 225 899 625 PREÇO DE ASSINATURA ANUAL 30 € PERIODICIDADE Bimestral TIRAGEM 4.000 exemplares As posições expressas pela TecnoHospital não são necessariamente subscritas pela direcção da ATEHP.
www.tecnohospital.pt
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As Escolhas de Fim de Vida
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CORREIO DOS LEITORES “Diálogos e confrontações”
dossiê sistemas de informação e acessibilidade na saúde
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Sistemas de Informação – A comunicação entre o Sistema de Saúde e o utente
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Os Sistemas de Informação e a Medicina
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Compras Públicas em Sistemas de Informação na Saúde
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artigo técnico Aplicação de um Sistema Sanitário a Camas Hospitalares: Módulo Rotativo
NOTÍCIAS
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PRODUTOS E TECNOLOGIAS
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da vida e do cosmos Escolhas de Fim de Vida 3 ª parte: os medos, os mitos e os místicos
Notícias ATEHP
Estante
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EVENTOS
editorial
As Escolhas de Fim de Vida
N
esta Edição da Tecnohospital, publicamos a 3ª parte de uma série de artigos/reflexões do Eng. Carlos Pinto dos Santos, sobre a problemática relacionada com a antecipação da morte, em doentes terminais que livremente manifestem, de forma informada, essa vontade e a que deu o bem ajustado título de “Escolhas de Fim de Vida”. Na nossa opinião, trata-se de um importante conjunto de artigos, de grande rigor e qualidade expositiva que, de forma algo pioneira, a Tecnohospital se honra de publicar nas suas páginas. A série de 3 artigos iniciou-se com “Direito de Morrer com Dignidade” na edição nº36, continuou com “Nascemos a Gritar, morremos em silêncio ”na edição nº38 e prossegue nesta Edição com “Os medos, os mitos e os místicos”. A série será completada na próxima Edição da TH. A antecipação da morte em doentes terminais, que livremente manifestem esse desejo é, obviamente, um tema desconfortável nas sociedades em que predomina uma cultura influenciada pelas convicções religiosas ou os preconceitos de natureza moral ou ideológica. A necessidade de evitar ou diminuir o sofrimento inútil e incontrolável de alguns doentes terminais, levou, nos últimos anos, ao desenvolvimento dos cuidados paliativos, à diminuição significativa da obstinação terapêutica, à adopção do testamento vital e à despenalização da morte assistida, em vários países ocidentais. Quando os cuidados paliativos não são suficientemente eficazes, para tornar suportável a vida do doente terminal, as soluções podem ser a morte assistida hetero-administrada (eutanásia) ou auto-administrada (suicídio-assistido). Mas estas soluções são, naturalmente, fonte de controvérsia e dividem a sociedade e os profissionais envolvidos no processo, nomeadamente a classe médica. É, neste contexto, que grupos de cidadãos organizados em associações, têm trazido à discussão pública esta realidade escondida, nas unidades de cuidados intensivos, lares de idosos ou residências familiares. A situação começa a ser
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tida em conta na legislação de vários países Europeus e nos Estados Unidos da América, de modo a permitir aos doentes terminais, “uma escolha que lhes possibilite adormecer definitivamente em paz”, nas palavras do Autor dos artigos. Que o tema não é consensual, prova-o o conteúdo de uma carta de um nosso leitor que publicamos no “Correio dos Leitores” desta Edição. Nessa carta, o nosso leitor, discordando no essencial, do que é preconizado na série de 3 Artigos já publicados, concorda porém com, “a legitimidade da abstenção de meios desproporcionados de tratamento ou mesmo o recurso ao testamento vital”. Quanto a este, em Portugal, o Partido Socialista, apresentou no final da anterior legislatura um diploma que regulava o direito dos doentes à informação, o consentimento informado e o testamento vital, que chegou a ser aprovado na Assembleia da Republica, na generalidade, não sendo votado na especialidade. Assim ficou na gaveta e caducou com o final da legislatura. Em Entrevista ao “Público” de 27 de Junho, o Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Miguel Oliveira da Silva, constatando que “já há mais
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prática de não reanimar doentes, do que dizem as fichas clínicas”, defende o reconhecimento legal do testamento vital, embora tenha dúvidas sobre se todos estaremos a “falar da mesma coisa”. Estamos a falar, com certeza, de um tema fracturante, que interessa naturalmente a todos nós, como seres vivos que se aproximam da morte. É assunto que deve ser debatido por todos os cidadãos, sem preconceitos de nenhuma espécie e que na nossa opinião justificará porventura a realização de um referendo nacional. Como se fez relativamente às problemáticas da regionalização e do aborto e, não se fez com a do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assuntos desta importância para a vida (e para a morte) de todos nós, não podem ser resolvidos apenas por um grupo de cidadãos iluminados, mesmo que investidos da qualidade de representantes do povo.
Completam esta Edição, um dossier sobre “Sistemas de Informação e Acessibilidade na Saúde”, coordenado pelo Engº. Pascoal Faísca e as habituais secções da Tecnohospital. Publicamos igualmente, um interessante artigo técnico, sobre “Aplicações de um Sistema Sanitário a Camas Hospitalares: Modulo Rotativo”, elaborado por uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Pensamos proporcionar com estes temas, bons motivos para que os nossos leitores nos continuem a privilegiar.
Junho 2010
pub
correio dos leitores
Diálogos e confrontações
Exmo. Director:
“a maioria das vezes não será, se o doente tem uma doença avançada e irreversível”. Bom, digo eu, por este andar…
Li atentamente os dois artigos do colega Pinto dos Santos, e fico à espera dos anunciados dois que ainda falta publicar,
2. Sabendo, embora, que hoje em dia é muito difícil às famí-
sobre as “Escolhas de Fim de vida” ou, para ser mais expres-
lias organizar os seus curtos momentos de disponibilidade, é
sivo, sobre a eutanásia e o suicídio medicamente assistido.
necessário apelar à responsabilidade dos familiares para que
Trata-se de uma interessante reflexão sobre um tema com-
não deixem os seus doentes sós, seja nos lares, em sua casa,
plexo e de uma mera opinião pessoal a favor dos chamados
ou nas unidades de saúde, entregues apenas aos profissionais.
doentes terminais em sofrimento, mas nem por isso menos
Um acompanhamento familiar frequente e atencioso pode
chocante para quem, como eu, defende que a vida é um
evitar o isolamento e o esquecimento a que tantos idosos
dom sagrado e inviolável que não deve ser posto em causa
são votados e, de certo modo, aliviar a dor física em que
sob qualquer pretexto.
muitos estão mergulhados. Estes são factores de desânimo,
Embora reconheça que há casos de fim de vida dramáticos
que podem ser evitados, encorajando o paciente a esperar
– sei do que falo porque já tive familiares nessa condição – e
pelo seu momento final num contexto de morte natural.
o colega ponha a tónica no diálogo, em boa verdade esta é uma questão fracturante que, inevitavelmente, vai entrar em
3. É fundamental reforçar a aposta no desenvolvimento das
confronto com os princípios religiosos e culturais da maioria
unidades de cuidados continuados e paliativos. Embora não
da população portuguesa a um nível superior ao que já suce-
resolvendo totalmente a questão dos doentes terminais, a
deu com o debate sobre a lei de despenalização do aborto.
medicina paliativa pode dar satisfação à grande maioria dos
A meu ver, há outros caminhos e outras razões pelos quais
pacientes que a ela recorrem. O número de camas disponíveis
é possível enveredar, de modo a evitar esse choque cultural
está ainda muito longe das necessidades reais, impedindo o
para o qual não estamos preparados, os quais, se não resol-
acesso de muitos doentes terminais a estes cuidados especia-
vem totalmente a situação dramática exposta, podem atenuar
lizados. Torna-se imperioso intensificar o esforço político de
substancialmente os seus efeitos devastadores. Assim:
criação de unidades deste tipo por todo o país, privilegiando, simultaneamente, os cuidados domiciliários, de modo a,
1. Há práticas consensuais, tais como a legitimidade da
num futuro não muito longínquo, dispormos das condições
abstenção de meios desproporcionados de tratamento ou
que suavizem o final de vida de muitos dos nossos cidadãos.
mesmo o recurso ao testamento vital, que devem merecer a
A terminar, uma palavra de felicitações pela qualidade gráfica
nossa prioridade. Mas há que ter contenção nesta matéria,
da revista, que mudou para melhor nos últimos números, e
Ainda no passado mês de Maio, a deputada independente
outra de incentivo aos colaboradores que, com os seus arti-
do CDS-PP e médica de Cuidados Paliativos, Isabel Galriço
gos, mantêm incólume o prestígio desta publicação.
Neto, falando num simpósio organizado pelo partido sobre “Cuidados Paliativos, Testamento Vital, Eutanásia”, questio-
Emanuel Porto
nava-se: “desligar a máquina é fazer eutanásia?” E respondia:
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dossiê sistemas de informação e acessibilidade na saúde
As tecnologias de informação vieram revolucionar as formas de organização das empresas e organismos e puseram em causa as metodologias de trabalho em todos os sectores de actividade. A saúde não poderia ficar indiferente a esta deriva e, desde logo apareceram programas sectoriais de organização de serviços, tendo-se começado pelo aprovisionamento e gestão de stocks. Mas quase em simultâneo apareceram programas mais ambiciosos como o da organização de todos os sectores hospitalares, tratando a organização dum hospital de forma transversal e vertical, tendo como centro de atenção o doente, “seguindo” este desde que entra no hospital, quer pela urgência, quer pela consulta programada até ao momento da alta deste. Neste percurso regista todos os actos produzidos com e sobre o doente, quer do ponto de vista de controlo financeiro quer do ponto de vista clínico. Em 1994, já lá vão 16 anos, tive o privilégio de assistir a uma demonstração dum software com esta amplitude, abrangendo todos os serviços e valências clínicas e cirúrgicas. Incluindo na sua base de dados o guia terapêutico e através duma interacção bastante amigável, com a abertura sucessiva de “janelas” pretendia “ajudar” o médico na formulação do diagnóstico, emitindo a história clínica, relatórios e o respectivo receituário. Era à época um software muito bem desenvolvido, na construção do mesmo tinham estado envolvidos muitas dezenas de médicos e naturalmente muitos especialistas em informática. Infelizmente os decisores de então não tiveram o “atrevimento” suficiente para adquirir esta ferramenta, prefe-
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rindo apostar no desenvolvimento de software à medida do hospital que estava a servir de “cobaia”. Isto serviu como incentivo ao desenvolvimento de software específico para a área da saúde e hoje há uma oferta significativa para este sector, registando-se algumas situações de sucesso não só a nível nacional como internacional. Como tudo o que é novo registou-se as naturais resistências à mudança, mas por outro lado, como a necessidade aguça o engenho e, os custos em saúde são elevados, determinaram a inevitabilidade do recurso cada vez maior às TI’s. Para isso contribuíram também os novos equipamentos médicos e de laboratório que passaram a estar ligados em rede, disponibilizando imagens, resultados , etc, em suporte digital. A disponibilidade destes dados através duma rede, intranet ou ethernet, permitem a sua análise por especialistas, que não precisam de estar junto ao doente, para ajudar na formulação do diagnóstico e na prescrição do tratamento, complementando a acção clínica local. Isto é duma importância vital para garantir o adequado apoio diferenciado e de qualidade nos cuidados de saúde às populações do interior. Numa análise sociológica pode-se dizer que estão criadas as condições para garantir a essas populações um factor determinante da qualidade de vida e, assim garantir a continuidade do povoamento interior, com todas as benéficas consequências para a sociedade. Num País como Portugal com as responsabilidades decorrentes de ser o núcleo aglutinador de uma comunidade PALOP, a prática da chamada “telemedicina” tem contribuído significativamente a melhoria do bem estar das populações dos Países desta comunidade. É certo que ainda se está no princípio, mas o incremento desta prática ajudará certamente maior número de populações e sobretudo reforçará os laços de amizade entre estes povos. Para dar notícia do que de melhor se faz em Portugal nesta matéria, a ATEHP em parceria com a Publindústria, decidiram escolher para o dossiê da revista Tecnohospitalar n.º39, o tema “Sistemas de Informação e Acessibilidade na Saúde”. Apresentamos três excelentes artigos integrados no tema cujos títulos são: “Os sistemas de Informação e a Medicina”, “Compras Públicas em Sistemas de Informação na Saúde” e “Sistemas de Informação – A Comunicação entre o Sistema de Saúde e o utente”. Pascoal Faísca Conselho de Redacção
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
Sistemas de Informação – A comunicação entre o Sistema de Saúde e o utente Miguel Maia, SOA Sales Executive
A interoperabilidade entre os sistemas de informação na saúde é o caminho fundamental e exequível para a potenciar eficazmente a troca de informação entre as entidades de prestação de serviços de saúde e os utentes. Não podemos precisar o número de anos para que este caminho esteja a funcionar em pleno, mas o mais importante é começar e sabermos que se trata de um caminho dinâmico, flexível e adaptável à mudança ao longo da sua evolução, cumprindo standards de comunicação ao nível da tecnologia e da semântica, normas de segurança e confidencialidade, apoiado por um sistema de Governance formado por tecnologias de gestão e documentação dos serviços disponíveis e equipas multidisciplinares de análise e decisao. Este caminho ano é apenas tecnológico, é um modo diferente de estar que obriga a ajustar os nossos hábitos a uma nova realidade, assim, a adaptação e adesão a esta nova realidade, quer para os profissionais de saúde quer para os utentes, deverá estar dentro de consensos e apresentar benefícios concretos e mensuráveis.
O futuro é tornar a comunicação de tal forma eficaz que ajude a passar os cuidados de Saúde de situações reactivas a situações cada vez mais preventivas. Só será possível se houver adesão dos utentes e profissionais de saúde ao intercâmbio electrónico de informação potenciando a sua utilização, e gerando confiança pela sua credibilidade, segurança, confidencialidade e aumento da qualidade de serviço prestado. No entanto, não devemos esperar que sejam os Sistemas de Informação, e a sua excelência na comunicação com o utente, por si só a chave para a melhorar os cuidados de saúde, teremos sempre que contar com a relação humana entre os profissionais de saúde e os utentes, com a qualidade das instalações e equipamentos das entidades de prestação de serviços de saúde e o seu fácil acesso no tempo e no espaço. O que pretendo neste artigo é dar a minha visão de alto nível de como pode evoluir a comunicação dos sistemas de saúde com o utente suportada pelas novas tecnologias de informação e comunicação, e qual o caminho a seguir para atingirmos os benefícios esperados – melhor qualidade de serviço ao utente com redução de custos no sistema de Saúde. Para onde devemos guiar a comunicação com o utente? Afinal onde nos leva este caminho? - A um objectivo difícil de atingir que está sobre um caminho que aponta para os 3 Rs, ou seja, o intercâmbio de informação no momento certo, no local certo e entre as pessoas certas (do inglês – Right time, Right place and Right people). Pretendo ainda reflectir sobre o estado actual e de como podemos implementar este caminho evolutivo, donde a interoperabilidade entre os organismos de saúde pública e privados, é fundamental.
1. A visão, considerações e áreas mais relevantes para o seu sucesso, a sua arquitectura conceptual Por forma a conseguir uma comunicação eficaz entre as entidades de prestação de serviços de saúde e os utentes é necessário implementar, ao nível das tecnologias de informação, a interoperabilidade entre os seus sistemas baseada em standards abertos e certificados do mercado, definir e identificar as entidades de forma canónica (por ex. a entidade Utente), criar serviços comuns e reutilizáveis que poderão ser disponibilizados por distintas interfaces e garantir a segurança e confidencialidade da informação. Não se pretende uma tecnologia moderna, mas cuidados de saúde modernos, tecno hospital 39
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desenhados por tecnologias que permitam orientar os serviços à gestão de informação centrada no utente como cliente. Tudo isto só é possível se adoptarmos uma arquitectura orientada a serviços e a eventos – SOA / SCA e EDA, suportada por um (ou vários) repositório de informação que mais do que uma base de dados relacional seja uma base de gestão do conhecimento. Poderemos assim falar de uma interoperabilidade tecnológica e semântica da informação. Desta forma, poderemos reduzir a complexidade e o processamento redundante da informação da saúde. Complementarmente, esta arquitectura deve estar apoiada por sistemas de Governance de TI para gestão e apoio à mudança constante, à identificaçao e documentação dos serviços e activos disponíveis, e gestão do seu ciclo de vida – por ex. controlo de versões e análise de impacto de alterações. Cada serviço deverá ser disponibilizado para múltiplas entidades de saúde, e outros ministérios, de acordo com diferentes acordos de nível de serviço (SLAs) e múltiplas interfaces de disponibilização – por Web Services, por ficheiros de vários formatos (batching), por e-mail, por interacção com o utilizador (utente e profissionais de saúde) com tecnologias de Portal Web 2.0 ( ou Enterprise 2.0) multicanal e multidispositivo, entre outras. A disponibilização dos serviços deverá ser sempre que possível online, mas deve garantir a ocorrência de situações de funcionamento offline, nomeadamente por utilização de novas funcionalidades de messaging como safe and forward e unit of order, e também poder suportar processamento de informação batching por ficheiros, por questões de compatibilidade com sistemas de saúde com formatos proprietários e mais antigos. Para implementar este caminho evolutivo, as entidades responsáveis do pais devem definir uma equipa multidisciplinar da saúde (Board para Governance) conhecedora da realidade, suportada pelas entidades políticas ao mais alto nível, e com capacidade decidir e mandar executar as prioridades definidas. Por exemplo, uma entidade como a ACSS deveria liderar esta visão de interoperabilidade entre as entidades de saúde e de interacção com o utente, mas não se limitar às entidades de saúde públicas e poder disponibilizar os seus serviços a entidades de saúde privadas, de forma controlada e por interfaces associadas a níveis de acordo de serviço, consoante se tratem de clinicas, consultórios, ou outras entidades. Sendo assim, por onde começar? A necessidade de definir um ponto de partida que seja critico para a saúde e exequível em tempo útil, com as tecnologias de que dispomos actualmente, é fundamental. Apresento de seguida um conjunto de considerações e passos necessários a ter em conta:
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• Para garantir o sucesso deste tipo de visão deve-se escolher uma metodologia e uma disciplina que permita de forma efectiva disponibilizar serviços e projectos de acordo com uma arquitectura SOA / SCA e EDA. • Dispor de uma forma unívoca de identificar o utente é um ponto fundamental para centrar a gestão da informação que flui pelos serviços e sistemas das diferentes entidades da saúde. • Ao nível de infra-estruturas de rede, devemos dotar as entidades de saúde com uma rede integrada de banda larga e de alta disponibilidade, com redundância, que permita a troca informação de tamanhos mais elevados (como PACS), a disponibilização dos serviços online, a sua a escalabilidade, com o rendimento esperado e fiabilidade desejada. • Definir serviços e prioridades, tendo em consideração a sua possivel reutilização. Exemplos de serviços a disponibilizar: Registos de Saúde Electrónicos (RSE equivalente a EHR, EMR, SCR, ECS, ...), Marcações Electrónicas, Prescrições Electrónicas, Digitalização de Imagens (PACS), Acesso dos Pacientes aos Registos, Segurança e Confidencialidade, ... • Definir uma estrutura e mecanismos de acesso aos ditos serviços, quer para autenticação quer para autorização, por perfis aplicados aos diferentes niveis de informação. No entanto, a autorização de acesso à informação sobre cada utente deverá ser sempre por vontade expressa deste. • Adoptar standards abertos e certificados de mercado, a sua escolha é uma decisão importante uma vez que hoje existem demasiados standards abertos e dos mais diversos organismos. Assim temos que medir nao apenas a sua adopção no mercado, mas a sua modernidade, abrangência de informação e flexibilidade para cobrir novas situações. Alguns standards abertos de referência para a interoperabilidade tecnológica na saúde, são – HL7 V2.* ou V3.*; DICOM; WS-* (Web Services e extensões associadas) e WSDL; XML e formatos associados/derivados; UDDI, ... Alguns standards de refêrencia para a interoperabilidade semântica na saúde, são – OWL; RDF (Triples); RDF/ OWL; SPARQL; SNOMED e SNOMED CT (ontologia W3C); SKOS (ontologia W3C), ... Qual a granularidade a aplicar para Interoperabilidade na Saúde? Centralizar a informação ao nível do pais (por ex. dois CPDs com sistemas de Disaster Recover) ou centralizar ao nível das ARSs? Para responder a esta questão deveremos fazer uma análise de custos de hardware/software e infra-es-
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
trutura de rede, e perceber a mobilidade dos nossos utentes por forma a cobrir a quase totalidade da informação clinica da grande maioria dos utentes. No entanto, com o recente paradigma de Cloud Computing, que pretende potenciar as capacidades de processamento e armazenamento de informação com a optimização de recursos disponíveis geograficamente dispersos, poderemos dispor de várias Infra-estruturas de Serviços (IaaS) e Plataformas de Serviços (PaaS), que de forma transparente servem um determinado conjunto de serviços, independentemente da sua localização física, a questão anterior começa a perder a sua importância. As próprias entidades de saúde, nomeadamente as entidades hospitalares, têm de organizar internamente a interope-
rabilidade entre os seus sistemas e equipamentos, e sempre que possível utilizar as recomendações e standards adoptados, para que se possa obter uma interoperabilidade global completa. Não digo com isto que devemos esperar que todas as entidades solucionem a sua interoperabilidade para avançarmos com uma visão deste tipo. Deve-se ainda, potenciar a formação massiva e adequada a cada perfil dos profissionais de saúde neste novo tipo de tecnologias. A imagem seguinte descreve, a alto nível, a arquitectura conceptual de referência para a visão proposta, suportada por tecnologias SOA / SCA, EDA e Repositórios de gestão do conhecimento (Bases de dados relacionais estendidas por motores de semântica).
Arquitectura conceptual de referência para a visão proposta, suportada por tecnologias SOA / SCA, EDA e Repositórios de gestão do conhecimento (Bases de dados relacionais estendidas por motores de semântica).
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De forma sucinta e resumida, descrevo algumas das capacidades / serviços verticais referidas nesta arquitectura como a Mediação, a Segurança, o Governance, a Monitorização e Gestão, e as capacidades de Event Driven Architecture (EDA). A infra-estrutura SOA de suporte fornece os recursos comuns de desenvolvimento, implementação e integração dos serviços, permitindo que muitas empresas de TI trabalhem em conjunto para definir padrões de interoperabilidade, tendo assim uma base muito melhor para trabalhar do que qualquer outra tecnologia anterior. As capacidades de básicas desta arquitectura incluem mediação, transformação de mensagens, serviços de encaminhamento dinâmicos, tratamento e controlo de erros, ligação dinâmica entre serviços consumidores e serviços produtores em modo de execução, e o cumprimento de políticas de execução. As funcionalidade mínimas a incluir na capacidade de Governance incluem: Gestão de activos de TI; gestão de portfólio, gestão do ciclo de vida dos activos; gestão do versionamento dos activos; tracking de utilização e extrapolação de custos; serviços de descoberta UDDI; gestão de políticas; e análise de dependências. O Serviço de Monitorizaçao e de Gestão refere-se à configuração da infra-estrutura para controlar aspectos de execução referentes à disponibilizaçao de serviços. Os seguintes recursos são comumente vistos quando se avalia a infra-estrutura de gestao serviços: Gestão níveis de acordo de serviços (SLAs); logging e monitorização; suporte de versões; navegador de recursos; propagação no ambiente. Quanto às capacidades de Monitorização por si só destaca-se: tracking da utilização dos serviços em execução; gestão de excepções; gestão de rendimento; dashboards de SOA e de EDA. Devido à sua própria natureza distribuída, SOA pode complicar muito a paisagem da segurança de uma organização de TI. A infra-estrutura de segurança deve fornecer os recursos padrão, tais como autenticação, autorização, criptografia, mapeamento de credenciais, não-repúdio, confidencialidade, etc., aos componentes de SOA, para além das capacidades de SOA específicas. A infra-estrutura SOA pode aproveitar para os seus serviços as capacidades de processamento, detecção e correlação de eventos – EDA, assim como a infra-estrutura EDA pode chamar os serviços a executar quando se dá a ocorrência de um evento, ou de um conjunto de eventos correlacionados. Do ponto de vista lógico, os componentes incluídos para descrever a arquitectura de referencia conceptual são: Enterprise Service Bus (ESB); SOA Security Framework (SSF) e Identity Management (IdM); Enterprise Metadata Repository
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(ER); Service Registry (SR); Estrutura de Monitorização e Gestão; Business Process Management (BPM); Motor de Regras (BRE); Gestor de conteúdos empresarial (ECM) integrado com BPM; Event Driven Architecture (EDA); Business Activity Monitoring (BAM); Portais e Web Enterprise 2.0 (Web 2.0); Base de Dados Relacional (SGDBR) com gestão de dados semânticos nativo RDF/OWL. O que significam estas novos standards semânticos? • OWL – Web Ontology Language – é uma linguagem para definir e instanciar ontologias na Web. Uma ontologia OWL pode incluir descrições de classes e suas respectivas propriedades e seus relacionamentos. • RDF – Resource Description Framework (RDF) é uma linguagem para representar informação na Internet, normalmente referida por Triples. É importante de ter um (ou vários) centro de gestão do conhecimento como repositório em vez da comum base de dados relacional. A diferença pode residir entre ter um sistema de gestão de base de dados relacional ou um SGBD com motor de semântica integrado. O potencial semântico aplicado sobre uma base de dados relacional permitirá fazer conexões entre diferentes fontes do conhecimento, identificar e descobrir padrões e relações, visualizar informações que anteriormente não estávamos cientes do seu significado. Com a digitalização das informações médicas e da saúde, com a investigação sobre bases de dados do conhecimento através de assistência ao utente e registros associados, a semântica irá desempenhar um papel cada vez mais importante nos sistemas de informação da saúde. Na verdade, as ciências da vida e da bioinformática é claramente uma das áreas mais avançadas de aplicação de modelos de semântica. Algumas áreas de aplicação da semântica na saúde incluem: • visualização de dados relacionados com a investigação das ciências da vida; • desenvolvimento de conhecimento colaborativo; representação de terminologias biomédicas (UMLS-SKOS); • ontologias de referência (SNOMED); • gestão de registos de saúde semântica; • semântica em emergência; • vigilância das doenças e ameaças à saúde pública; • entre muitas outras. Definir um prazo para esta visão dependerá muito de vários factores, como a intensidade e interesse com que o poder político e legislativo abordem o tema, a realidade económica do pais, a formação dos profissionais de saúde, a sua divulgacao e adopção. A verdade é que sabemos onde nos
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gostaria estar daqui a 5 ou 10 anos, mas temos muitas dificuldades em chegar a acordo, em definir as prioridades e dar os primeiros passos.
2. A realidade actual e o que podemos potenciar para implementar este caminho evolutivo A realidade actual dos sistemas de informação na saúde passa por custos crescentes e inconsistências em termos de qualidade dos serviços prestados. É uma realidade complexa potenciada por muitos factores, tais como: não utilização de standards e sistemas multiplataforma; diversas aplicações legacy em produção; falso conceito no mercado em relação à qualidade / preço. No entanto, e apesar da realidade apresentada, Portugal pode estar numa posição privilegiada para avançar na implementação de um caminho evolutivo deste tipo. Parte com a vantagem dos que chegam depois, quer por poder aprender com as implementações ou estudos dos outros países quer por ter decidido de forma acertada por algumas iniciativas que nos põem no bom caminho. Analisemos agora, sucintamente, as razoes referidas para a posição privilegiada. Podemos ter como referência, implementações como o Reino Unido e o Canadá, e estudos realizados por diversos países, como Dinamarca, Estados Unidos e Escócia. Por outro lado, dispomos de algumas iniciativas-chave, fundamentais para a interoperabilidade na saúde e comunicação com o utente, que passo a referir. Começando pelo Registo Nacional de Utentes – RNU, desde há muito que necessitávamos de uma forma unívoca de identificar o utente para que seja possível relacionar a informação dispersa nas várias entidades de prestação de serviços e assim agregar, prioritizar e validar a informação a disponibilizar a cada utente e profissionais de saúde creditados para o efeito. Depois, a iniciativa do Cartão do Cidadão, como cartão electrónico possuidor de certificado digital, permite a cada cidadão poder autenticar-se ou mesmo assinar informação por via electrónica. Apresenta como limitação a sua validade de 5 anos que retrai a adesão da população da terceira idade, cada vez mais numerosa, em detrimento do Bilhete de Identidade, de caracter vitalício. Como iniciativa mais recente (2009), o estudo sobre o Registo de Saúde Electrónico (RSE), liderado pela ACSS e executado por uma equipa multidisciplinar com presença de pessoas da áreas de saúde e das tecnologias de informação, revela um estudo pormenorizado e realista, e está disponível
ao público em geral pela Internet. Outros projectos recentes (desde 2008), que a ACSS tem apresentado a concurso, podem ser já implementados como serviços transversais de saúde e potenciar a interoperabilidade entre as entidades de saúde pública e os utentes. Entre estes projectos, um refere-se à necessidade de que as entidades hospitalares optem por sistemas que facilitem a interoperabilidade interna e global, assim, é dada aos hospitais a possibilidade de optarem por aplicações e sistemas hospitalares modernas e comercializados por empresas de software especializadas, ou fazer evoluir tecnologicamente uma das aplicações já existente na maioria dos cerca de 70 hospitais do país, conhecida como SONHO. Seja qual for a decisão, sobretudo devido a factores económicos, gostaria de comentar que a evolução tecnológica do SONHO é possível e hoje em dia provada, é uma aplicação que foi feita por pessoas que conhecem bem a realidade hospitalar e que hoje em dia cobre ainda mais de 70% das funcionalidades necessárias. Apenas o facto de a evoluir tecnologicamente deixa-a habilitada para poder participar na interoperabilidade e fazer evoluir os seus aos requisitos funcionais. Existem ainda algumas iniciativas de empresas de software comerciais para disponibilizar portais de saúde Web controlados pelo próprio utente, tais como, Microsoft HealthVault e Google Health. Devemos, estudar, comparar e extrair destas duas realidades ensinamentos sobre a forma de como se processa o intercâmbio de informação na área da Saúde ao nível da camada de apresentação. Pessoalmente, vejo estas iniciativas muito vocacionadas para sistemas de saúde de raiz privada, como é o caso dos Estados Unidos, e de menor aplicabilidade para a maioria dos países europeus donde a saúde é basicamente de cariz público. Mais, nenhuma das iniciativas acima oferece garantias de cumprimento ou está conforme com as normas de segurança da informação na Saúde dos Estados Unidos – HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act of 1996), mas dispõem de mecanismos próprios de segurança e confidencialidade.
Miguel Maia
é licenciado em Engenharia Civil
pelo Instituto Superior Técnico - ramo de Hidráulica. Desde 1992 foi consultor técnico e formador certificado e, em 2000, inicia funções na área das arquitecturas orientadas a serviços (SOA). Desde 2006 que integra a empresa Oracle, onde é actualmente SOA Sales Executive.
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Os Sistemas de Informação e a Medicina Paulo Derriça, Direcção Serviço de Sistemas de Informação CHLN
A recolha e a disponibilização da informação é cada vez mais critica para as organizações. A rápida difusão da informação está a reformular a forma de operar dos negócios e de funcionar da própria sociedade. Os Sistemas de Informação (SI) aceleram o ritmo de vida, encolhendo o mundo e revolucionando o tempo, pelo que saber utiliza-los eficazmente é crucial e constitui um factor decisivo de inovação nos produtos e serviços e na organização do trabalho. Esta optimização pode ser também vista como uma melhoria na prestação de cuidados ao utente.
Por outro lado, num ambiente complexo, instável e competitivo, garantir a sobrevivência e o sucesso das organizações é uma tarefa difícil para os seus responsáveis. A informação e os SI assumem uma importância significativa, já que não constituem apenas uma forma de melhorar a eficácia, mas um meio para a criação e a manutenção de vantagens competitivas, sendo por isso mesmo considerados um dos recursos vitais das organizações. A construção, a implementação e a manutenção das arquitecturas dos SI são individualmente importantes para o sucesso dos mesmos nas organizações. A utilização de ferramentas, na obtenção de melhores índices de qualidade é imprescindível, pois sem elas é difícil em cada momento haver uma leitura rápida e objectiva das lacunas e problemas, que hoje em dia se colocam. A saúde de uma organização mede-se também por comparação com outras e com as potencialidades de que pode fazer uso. É neste sentido que uma organização, um serviço ou um posto de trabalho se tornam mais pobres pelo simples facto de não terem disponíveis ou não usarem os mesmos meios que os seus equivalentes. Na área da saúde estas questões são ainda mais prementes e as organizações necessitam de saber definir as suas estratégias para as TIC. O Serviço de Sistemas de Informação (SSI) do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) nasceu em 1993 no Hospital de Santa Maria (HSM) com a missão de dotar e estruturar todos os processos informáticos inerentes à actividade da Instituição. Em 1997, foi instalada uma rede de comunicações estendida a todos os departamentos do Hospital e introduzida a aplicação de gestão que permitiu o acesso descentralizado às várias aplicações periféricas. Nessa fase, o estado de desenvolvimento do SSI do HSM era em muito semelhante ao da grande maioria das instituições hospitalares, nomeadamente as públicas. Ou seja, foi cres-
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cendo assente em diversos tipos de aplicações, em que cada uma respondia a um fim específico, mas que no conjunto formavam apenas uma “manta de retalhos”! Naturalmente, neste contexto, a integração de sistemas e da informação tornou-se inevitável. Foi neste sentido que se desenvolveram grandes esforços de optimização das condições da infra-estrutura da rede informática, no plano da capacidade, fiabilidade, integração e preparação para suporte de novas tecnologias. O principal objectivo assentou, de um modo geral, na criação de condições necessárias à integração e consolidação de sistemas, através da implementação de uma plataforma integradora (Health level 7).
A junção dos Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente no CHLN obrigou à unificação dos sistemas de informação, para permitir a obtenção de indicadores de actividade dos serviços, quer globais quer detalhados, com disponibiliza-
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
ção da informação aos colaboradores. Foi delineada uma estratégia de informatização total, com desmaterialização de todos os processos administrativos e burocráticos e desenvolvimento de processos e técnicas de informação e comunicação para a transformação do CHLN numa instituição “sem papel”. O SSI tem de contribuir para a eficácia do aparelho clínico e administrativo, através da promoção, desenvolvimento, implementação e apoio aos sistemas e tecnologias de informação, no quadro de uma perspectiva global dos sistemas de apoio à gestão, de economia de recursos e de protecção do investimento no CHLN. Tem existido uma constante preocupação para a informatização de diversas áreas como é o caso das Consultas Externas onde foi implementada uma aplicação, que tem como principais funcionalidades a identificação do médico, especialidade e gabinete; a consulta de actividade programada e não programada; o calendário com visualização diária, semanal ou mensal; a interacção com o Sistema de Chamada de Utentes; o registo simplificado e a consulta de observação clínica; a marcação de actos médicos com visualização das vagas disponíveis, com marcação associada à consulta; os pedidos e resultados de Análises Clínicas através de interface Web; a consulta do histórico clínico do doente; a interacção com a prescrição de medicamentos e a possibilidade de efectuar Proposta Cirúrgica. Para o Bloco Operatório existe uma aplicação que tem como objectivo de agrupar num único processo toda a informação relativa à proposta cirúrgica, agendamento de cirurgia, registo intra-operatório (diagnósticos, intervenções, equipa, tempo e consumos) e registo pós-operatório (relato operatório). Nas urgências foi implementado a aplicação do Alert®. O Alert ® é uma solução global para Serviços de Urgência Hospitalares, que possibilita o registo, a interligação, a reutilização e a análise de toda a informação relacionada com cada episódio de urgência. Subjacente ao sistema alert ®er, está uma arquitectura modular e conceitos de workflow que permitem o registo e visualização contínua da informação, abrangendo: Exames Subsidiários de Diagnósticos e Terapêuticos; Aspectos Administrativos; Aspectos Clínicos; Assistência Social; Auxiliares de Acção Médica e Direcção Clínica e Administrativa. Este software também é dotado de uma componente de gestão que permite: A gestão dos recursos humanos e técnicos disponíveis através de um olhar em tempo real sobre o funcionamento dos serviços. Uma das maiores implementações aplicacionais no CHLN foi o projecto P.A.C.S. (Sistema de Arquivo e Distribuição de Imagem Clínica), que permite digitalizar imagens (de Raios-X, por exemplo), que podem ser guardadas electroni-
camente e vistas em monitores, para que médicos e outros profissionais de saúde as possam visualizar e comparar com imagens anteriores à distância de um clique. Para o sucesso deste projecto foi essencial a existência de uma equipa de coordenação, integração e de testes, responsável por todas as actividades de instalação, levando à sua posterior ligação com o Sistema Central de arquivo. Deve salientar-se algumas vantagens tais como todas as Imagens são geradas instantaneamente, imagens disponíveis de imediato para consulta, imagens mais nítidas e fáceis de manusear, imagens que não serão perdidas, consulta das imagens simultaneamente em diferentes locais, melhor diagnóstico e prestação de cuidados, melhor qualidade e rapidez no tratamento do utente. Para uma melhor optimização do serviço de imagiologia foi implementada uma Aplicação Informática de Imagiologia, de forma a permitir a gestão do workflow de trabalho, desde o processo de prescrição, agendamento e inscrição dos doentes, passando pela componente de controlo e validação técnica, até à geração de relatórios clínicos; a gestão de subfluxos dentro de cada área, nomeadamente da área médica através de relatórios áudio e reconhecimento de voz em português europeu e posterior geração de relatórios para disponibilização “on-line”; a flexibilidade de parametrização, permitindo a adaptação a instituições públicas ou privadas; a gestão multi-local transversal a toda a solução, com perfis de acesso adequados a cada área de actuação; a diversidade de documentos gerados, permitindo a adaptação de cada documento à entidade a que se dirige; possibilidade de agregação da informação em função de múltiplas coordenadas, com posterior relevância em termos de Indicadores de Gestão; a fácil integração com outras aplicações, ainda que utilizem diferentes plataformas e diferentes gestores de Bases de Dados e a compatibilidade com standards como os protocolos HL7 e DICOM. Associado a prestação de cuidados de saúde vem naturalmente a Prescrição Electrónica de Medicamentos para Ambulatório, que veio simplificar o processo de registo de medicamentos ao utente, utilizando eficazmente o formulário do CHLN. A qualquer momento é possível saber quem prescreve, quando e em que contexto, através de fornecimento da informação on-line ao utilizador. Prescrição Electrónica de Análises Clínicas já é possível fazer-se em todo o CHLN. Este sistema em ambiente WEB complementar do ClinidataXXI e do Clinidata Anatomia Patológica tem como principal funcionalidade tornar possível a troca de informação entre os profissionais de saúde facilitando a coordenação e cooperação entre equipas. Sendo assim um sistema completamente sem papel. De uma forma resumida torna possível prescrever análises e outros exames de diagnóstico, de forma guiada e rápida. Consultar resultatecno hospital 39
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dos actuais e histórico de resultados por diversos critérios e aspectos, podendo em qualquer parte imprimir relatório em pdf para consulta. Pode efectuar-se a colheita directamente nos serviços imprimindo as etiquetas de acordo com as regras definidas pelo laboratório. Os pedidos Electrónicos de Refeições, permitem dar resposta às necessidades de gestão do circuito dos produtos alimentares dentro do hospital e garantir a eficiente comunicação entre os serviços clínicos e o serviço de alimentação. Esta medida veio permitir, entre outros aspectos, uma maior economia de consumíveis (papel), uma maior rentabilização dos recursos humanos, uma maior responsabilização por parte de todos os intervenientes no processo, além de um maior controlo financeiro e, acima de tudo, um maior controlo, em termos de rigor dos transportes pedidos e efectuados. Na área clinica salienta-se a implementação da Aplicação Informática Clínica de Gastrenterologia, Pneumologia, Otorrinolaringologia, Cardiologia e Imagiologia. Todos estes sistemas são concebidos com uma elevada participação dos profissionais de saúde. São sistemas desenvolvidos com tecnologias totalmente actuais e padronizadas, preparados para serem integrados com os sistemas existentes de supor-
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te às diferentes funções e valências hospitalares, clínicas e administrativas. Outro destes exemplos é a Aplicação Informática de Imuno-Hemoterapia - Banco de Sangue que visa dotar a organização com uma ferramenta em tempo real, de controlo de toda a informação de ordem administrativa, laboratorial e clínica, relativa a dadores, receptores e stocks e, com base nessa informação, potenciar a qualidade do serviço prestado ao Utente no Serviço de Imuno-Hemoterapia. Este sistema de informação é composto por um conjunto de módulos aplicacionais interligados entre si. No Serviço de Instalações e Equipamentos, da Aplicação SIE - Gestão da Manutenção e Controlo de Activos, MAXIMO®, que contempla um conjunto de funcionalidades para o tratamento de todas as actividades da manutenção, distinguindose de outros sistemas por possuir as ferramentas, tecnologia e versatilidade que possibilitam as adaptações necessárias aos processos de actividade do CHLN. O objectivo foi dispor de um sistema de informação que desse resposta às necessidades do SIE quanto aos aspectos de helpdesk, aos pedidos de reparação de equipamento médico-cirúrgico e à gestão de contratos de assistência técnica e manutenção preventiva.
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
O MAXIMO encontra-se integrado com a aplicação de Gestão de Compras e de Gestão Financeira, assegurando a gestão de consumos, quebras, ganhos mensais para efeitos de Contabilidade, e a geração de ficheiros a serem integrados pela aplicação de Gestão de Compras. Com esta troca de informação o MAXIMO recebe informação em tempo útil sobre o seguimento dos pedidos de compra e o estado das notas de encomenda em sectores específicos. Esta integração e união de esforços, contribui para uma significativa melhoria da gestão de activos no CHLN. Dos projectos em curso deve destacar-se o desenvolvimento do Datawarehouse que é construída através de processos de datamining que extraem, transformam e carregam os dados dos vários subsistemas existentes. Estes dados, relativos à actividade do CHLN, são posteriormente disponibilizados aos Utilizadores, quer em vistas da própria Datawarehouse, quer tratados sob a forma de indicadores estatísticos.
A necessidade de poder suportar toda a sua actividade de gestão unificada dos recursos físicos e humanos, levou a que se decidisse evoluir para uma nova solução de Indicadores de Gestão que apresentam os seguintes benefícios: plataforma integrada de gestão de informação da organização, modelação da informação de negócio de forma simples, facilidade de utilização, less total cost of ownership, melhoria de qualidade da informação de gestão, decisões de gestão mais informadas, rápido time to market, baseada em standards de mercado, plataforma aberta e extensível. De forma a oferecer capacidades de performance management a todos os serviços do CHLN a solução contém um módulo de gestão de desempenho, que permite a disponibilização, a todos os colaboradores, de capacidades de planeamento, orçamentação, previsão, relatórios e análise, e pela criação de scorecards que permitem controlar as suas actividades utilizando as tecnologias familiares do Microsoft
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O Centro Hospitalar Lisboa Norte, o maior a nível Nacional, escolheu o PACS da Sectra para suportar as exigências da gestão do volume de dados imagiológicos diariamente produzido nesta Instituição.
Sobre as operações da Sectra na área da saúde A Sectra desenvolve e comercializa sistemas e produtos de TI para departamentos de radiologia, mamografia e ortopedia. Mais de 1000 hospitais em todo o mundo utilizam diariamente o sistema, realizando, no seu conjunto, mais de 45 milhões de exames radiológicos por ano. Este facto faz da Sectra uma das empresas líderes a nível mundial em sistemas de processamento de imagens radiológicas digitais.
YOUR IMAGING. OUR OBSESSION.
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Office. As funcionalidades acrescidas de controlo, colaboração, eficiência e gestão de negócio permitem melhorar o seu desempenho assistencial e o seu processo de decisão de uma forma global. É possível alinhar métricas com a estratégia e aumentar o desempenho, uma vez que os seus colaboradores passam a compreender os drivers de negócio que lhe estão subjacentes, a poder definir soluções para ultrapassar os seus problemas e contribuir para a execução dos planos estratégicos delineados transversalmente. Um dos canais de comunicação que pode ser utilizado nas organizações é a internet, a intranet, e o correio electrónico, numa comunicação interna suportada em meios tecnológicos de larga abrangência. As TIC são assim um potente auxiliar da comunicação interna e consequentemente um meio de apoio à decisão, suportado nos Portais Corporativos.
mitem um aporte de informação e interface fácil com os colaboradores e aspecto gráfico cuidado, que passou pela alteração da imagem e logótipo da organização. Com flashs de acesso rápido no seu lado direito é possível a qualquer colaborador saber e aceder a toda a informação necessária. O acesso à informação específica e formulários electrónicos é efectuado através da password do colaborador, permitindo assim o controlo e o registo de quem e quando acedeu. O motor de busca na página inicial permite também encontrar o que se pretende através de uma pesquisa por palavra. Salienta-se a informação de Gestão com cerca de 45000 indicadores dos mais diversos serviços, permitindo aos Directores e Responsáveis o controlo permanente da sua actividade e a introdução de medidas correctivas aos desvios. O Serviço de Sistemas de Informação tem como objectivo contribuir para a eficácia do aparelho clínico e administrativo do CHLN, através da promoção, desenvolvimento, implementação e apoio aos sistemas e tecnologias de informação, no quadro de uma perspectiva global de apoio à gestão, de economia de recursos e de protecção do investimento no CHLN.
O Portal Corporativo do HSM foi iniciado em 2005, tendo por finalidade a divulgação de informação interna, até aí efectuada através de Boletins Informativos impressos e distribuídos pelas funcionárias dos diversos serviços, com periodicidade quinzenal. Em Janeiro de 2006, o Portal sofreu um acentuado impulso de desenvolvimento e tomou uma dimensão que o colocou num dos sites de organizações de saúde portuguesas mais acedido e um dos primeiros a nível geral nacional. Passou a ser um efectivo instrumento de comunicação interna e externa e uma ferramenta de trabalho diário dos colaboradores, aos diversos níveis de actuação. O Portal Corporativo do CHLN é constituído por diversos layouts e páginas com funcionalidades diferentes e que perPaulo Derriça é Director do Serviço de Sistems de Informação do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.
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Compras Públicas em Sistemas de Informação na Saúde António Grilo1 e Luís Lapão2 Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 2 Professor Auxiliar do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e Professor Convidado do Serviço de Bioestatística e Informática Médica na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
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Compras no Sector da Saúde A actividade económica do sector da Saúde corresponde hoje a cerca de 10% do PIB Português, com um crescimento continuado nas últimas duas décadas. A importância dos gastos da saúde, o aumento contínuo dos custos e crescente complexidade na gestão dos cuidados de Saúde, essencialmente de financiamento público, tem levado a pressões para redução de custos através de maior eficiência. A evidência recente desta situação foi apresentada pelo Tribunal de Contas, em relatório de 2009, que identificou entre 20 e 30% de desperdício na saúde. A componente principal desta ineficiência encontra-se no processo de “procurement”: grandes dificuldades na identificação e definição de requisitos, na negociação e na gestão do processo da compra. As diversas cadeias logísticas da Indústria de “Cuidados de Saúde” são complexas e fortemente fragmentadas, conduzindo a ineficiências críticas. Perante o problema e desafio da redução de custos, as Administrações Regionais de Saúde em Portugal têm vindo a desenvolver medidas de optimização de compras. Todavia as suas equipas de gestão são pequenas e carecem ainda das competências, sobretudo na área dos sistemas de informação, que lhes permita fazer o trabalho de uma forma que consiga dar resposta a dimensão do desafio. O desenvolvimento de maior articulação com a implantação de um sistema de compras centralizado encontra alguns desafios significativos, como seja vencer a resistência de muitos gestores hospitalares; menor controlo mas mais tempo para definir requisitos; o aumento dos custos de comunicação e de ligação; a incerteza associada ao nível real das reduções de custos e da normalização efectiva de produtos e serviços; alguma perda de controlo da gestão local em cada uma das unidades de saúde; e alguma diminuição da margem para redução adicional de custos nos anos seguintes. Neste contexto, o “Catálogo de Aprovisionamento Público de Saúde” é um instrumento que visa ser um facilitador da aquisição de bens e serviços, através de Contratos Públicos de Aprovisionamento, utilizando a Internet como meio de comunicação entre as partes. Este catálogo destina-se a ins-
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tituições e serviços integrados no SNS e a fornecedores de bens e serviços. Hoje, o catálogo é suportado por um portal que disponibiliza informação actualizada sobre os bens e serviços existentes nos contratos públicos de aprovisionamento e respectivos concursos públicos e permite a consulta “on-line” sobre os concursos públicos, incluindo: os programas de concurso e cadernos de encargos, admitindo a apresentação da proposta via internet; Comparação “online” dos bens e serviços constantes do catálogo para ajuda à decisão de compra; Importação de dados previamente seleccionados para processamento, incluindo formulários para proceder a consultas e encomendas.
Sistemas de Informação na Saúde Os Sistemas de Informação (SI) são elementos da infra-estrutura tecnológica que suporta os serviços de saúde, quer para garantir os fluxos necessários de informação na organização quer para poderem auxiliar os profissionais da saúde nas suas tarefas clínicas. Os sistemas de informação nos serviços de saúde têm que dar resposta a sistemas de saúde são cada vez mais complexos, e que envolvem uma crescente densidade de interacção entre profissionais da saúde e pacientes. Pode-se identificar seis tipologias mais comuns de sistemas de informação de referência na saúde, bem como as suas funcionalidades principais: • Os Sistemas de gestão (de doentes, hotelaria, aprovisionamento) e administração (vulgo Enterprise Resource Planning, ou ERP); • Aplicações clínicas de suporte directo ao trabalho dos profissionais de saúde (muitas vezes associados aos departamentos clínicos e às suas especificidades); • Sistemas de Apoio ao Exames Complementares de Diagnóstico (PACS); • Sistemas de gestão financeira e de interacção com a tutela (ARS, ACSS, etc); • Sistemas de Apoio Logístico, ou seja, sistemas de suporte do ciclo do medicamento (Farmácia);
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
• Sistemas de Interacção com os Cidadãos e os Pacientes (e-Saúde e telemedicina) Os elementos constitutivos dos sistemas de informação podem, em termos genéricos, subdividir-se em quatro áreas: Hardware, Software, Comunicações, e Padrões/Standards tecnológicos.
O Outsourcing e os Sistemas de Informação na Saúde Em qualquer organização, uma das principais decisões de estratégia de compras é sobre o que fazer internamente (insourcing) e que recursos contratar externamente (outsourcing), aquilo que é designado como a decisão “make-orbuy”. Em termos de dos sistemas de informação nas unidades de saúde, esta questão é essencialmente relevante para produtos/serviços tais como o: Desenvolvimento, implementação e manutenção de aplicações, podendo estas serem de natureza clínica, de gestão ou administrativas; Concepção e administração de sistemas (redes, comunicações, hardware, sistemas operativos, impressoras); Implementação/manutenção de infra-estruturas físicas (bastidores de servidores, cablagem, etc.); Helpdesk de suporte básico (aplicações de processamento de texto, folhas de cálculo, e-mail, impressoras, etc.); Administração de bases de dados. A opção outsourcing tem normalmente como objectivos genéricos, como seja: • Reduzir os custos operativos; • Partilhar riscos com os parceiros de outsourcing; • Ter acesso a tecnologia e sistemas de informação avançados através das competências e especialidades dos fornecedores; e melhorar o enfoque nas competências nucleares da unidade de saúde. Estudos evidenciam que o sector privado tende a fornecer serviços a menor custo que os serviços públicos. Os estudos demonstram que o outsourcing é mais eficiente quando os elementos chave do fornecimento (quantidade, qualidade, tempos de entrega, funcionalidades dos entregáveis, etc.) podem ser especificados precisamente e quando os custos de transacção, particularmente os de monitorização, são baixos. Preferencialmente, o fornecimento destes serviços pelos privados deve ser posto em competição no mercado periodicamente. Uma variante do outsourcing é o outsourcing estratégico, definido como o desenvolvimento de uma relação de longo prazo com fornecedores seleccionados. Ao
contrário da contratação num processo de externalização tradicional, onde a transacção se esgota num curto espaço de tempo e novas aquisições requerem nova consulta ao mercado, no outsourcing estratégico a relação dura largos anos, não havendo a necessidade de consultar o mercado para cada novo fornecimento.
Estratégia de Compras A estratégia de compras define como os objectivos das compras serão concretizados. O desenvolvimento de uma estratégia de compras de sistemas de informação em unidades de saúde é um processo dinâmico e que requer conhecimento do negócio e um planeamento cuidadoso. A definição assenta num conjunto de análises e decisões que devem ser realizadas. A análise ABC (também designada de Diagrama de Pareto ou Regra dos 20/80) é uma abordagem simples para identificar e caracterizar as compras de uma organização. Esta abordagem permite analisar a carteira de compras em função do volume das compras (em unidade monetária) e do número de grupos de produtos e serviços adquiridos. Esta análise permite normalmente concluir que existe um conjunto bastante limitado de bens e serviços da carteira de compras, que representa tipicamente entre 15% a 20% do número total de itens, mas que em termos de orçamento de compras representam uma entre 70% a 80% do total (bens e serviços de classe “A”). Usualmente os itens da classe A são estratégicos para a unidade de Saúde, o que reforça a necessidade dos gestores trabalharem bem estes itens. Como exemplo deste tipo de itens, podemos ter os serviços de implementação de um novo ERP, ou de uma aplicação de gestão de farmácia, que inclui as licenças do software mas também os respectivos serviços de implementação. Qualquer destes novos aplicativos implica uma mudança organizacional com impacto estratégico, pelo que deve ser desenvolvido com toda a ponderação e com o envolvimento dos utilizadores. No outro extremo, temos a situação em que um elevado número de bens e serviços representam um baixo valor em termos de orçamento (classes “B” e “C”). Itens desta classe são tipicamente os consumíveis de informática (tinteiros, toners, CDs, DVDs) ou periféricos como pequenas impressoras, etc. As boas práticas de compras sugerem que os responsáveis de compras concentrem o seu esforço nos bens e serviços de classe A, pois até poupanças marginais nos aprovisionamentos nesta classe terão maior impacto sobre o orçamento global do que se o esforço for realizado junto aos itens de classe B e C. Deste modo, a quantidade e qualidade do esforço em termos do processo das compras deverá ser tecno hospital 39
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distinto para as classes A e as classes B e C. A análise da carteira de compras de Sistemas de Informação permite identificar, através do cruzamento das dimensões risco de fornecimento e impacto/benefício, quatro tipologias de compras de produtos/serviços: Transaccionais ou de Rotina; Estrangulamento ou Problemáticos; Alavancagem; Estratégicos. Transaccionais ou de Rotina - Caracterizado pelos produtos/serviços de rotina que normalmente têm uma qualidade standard básica e de baixa complexidade tecnológica, tendo custos baixos a troca de fornecedor. Esta tipologia tem um grande variedade de produtos/serviços como sejam CD, DVD, cabos de rede, fonte de alimentação, alguns periféricos como impressoras, ratos, teclados, tinteiros, etc. São produtos/serviços que caem essencialmente na classe C (e parte B) da análise ABC da carteira. Apesar de serem itens de baixo volume de compras, a gestão destas compras pode requerer um esforço desproporcional das pessoas envolvidas. O objectivo da unidade de saúde deverá ser minimizar o esforço, reduzir os custos de transacção e ter sempre a opção do mais baixo custo. Neste sentido, as compras deverão procurar fazer uma padronização dos produtos e serviços a adquirir, equacionando a possibilidade de comprar ao mesmo fornecedor por produto ou família de produtos. Estrangulamento ou Problemáticos - Esta tipologia representa os produtos/serviços em relação aos quais os fornecedores têm essencialmente um domínio sobre as unidades de saúde. Estamos perante produtos/serviços com especificações para as quais existe um número muito limitado de fornecedores, estando o cliente dependente de um fornecedor único, mas onde o volume de compra é bastante significativo para o comprador. Nestes casos, os fornecedores têm um grande poder negocial e fazem exercer essa vantagem competitiva. Exemplos deste tipo de produto/serviço são os fornecedores de aplicações informáticas clínicas muito especializadas, que disponibilizam funcionalidades quase únicas no mercado. Alavancagem - Os itens a comprar têm um elevado número de fornecedores que preenchem os objectivos e representam um volume de compras anual médio/elevado e com um risco de fornecimento muito limitado. Além disso, o item poderá ser comprado por muitas unidades de saúde e portanto ser um standard da indústria. O fornecimento de serviços de telecomunicações é um exemplo. Quando várias unidades de saúde se juntam para centralizar compras outros itens podem ser considerados, neste quadrante o fornecimento de PC´s ou outros produtos de hardware e/ou software de base
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como os sistemas operativos, aplicativos básicos, ou ainda serviços como a administração de sistemas, manutenção das bases de dados, etc. As recentes iniciativas de compras centralizadas e electrónicas vêm neste sentido. Estratégicos - Este tipo de fornecimento caracteriza-se por produtos e serviços que são críticos para o sucesso da organização de saúde, mas que poucos fornecedores são capazes de fornecer. Este tipo de itens poderão ser únicos ou “customizados”, ou ainda representar um item de elevado custo. Devido ao baixo número de fornecedores, poderá ser difícil e dispendioso mudar os mesmos. Itens neste quadrante podem ser únicos ou envolver tecnologia que está ainda em fase de desenvolvimento, portanto com risco acrescido. Nas unidades de saúde os sistemas de suporte à decisão clínica ou um novo sistema avançado de TAC são exemplos deste tipo de fornecimento.
Compras Públicas de Sistemas de Informação A celebração de contratos de aquisição de sistemas de informação nas unidades de saúde públicas encontra-se actualmente regulada pelo recente Código dos Contratos Públicos - CCP (DL nº 18/2008 de 29 de Janeiro) que estabelece quer a disciplina aplicável à formação dos contratos públicos (designada contratação pública), quer o regime substantivo dos contratos públicos que revistam a natureza de contrato administrativo. Para além do princípio da concorrência – que é comum à contratação privada –, a contratação pública rege-se ainda pelos princípios gerais da actividade administrativa, dos quais se destacam os princípios da igualdade e da transparência. Como corolário deste último princípio pode apontar-se a total desmaterialização procedimental através da utilização exclusiva de meios electrónicos. O CCP introduz uma distinção no que diz respeito às entidades adjudicantes que actuam no sector da saúde: por um lado, encontramos as instituições do Estado (onde se incluem os Hospitais Públicos e as Unidades de Saúde); por outro lado, os Hospitais sob a forma de Entidades Públicas Empresarias (os denominados hospitais E.P.E.). Esta distinção reside no facto de a disciplina da contratação pública prevista na Parte II do CCP apenas ser aplicável à fase de formação dos contratos de locação ou de aquisição de bens móveis e/ ou serviços, a celebrar pelos hospitais E.P.E., cujo valor seja igual ou superior a 206.000 € (cf. valor actualizado constante da alínea b) do artigo 7.º da Directiva 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março de 2004). A fase de formação dos contratos de locação ou de aquisição de bens móveis e/ou serviços, a celebrar pelos hospitais
sistemas de informação e acessibilidade na saúde
PROCEDIMENTO
Concurso Público Rotina
Diálogo Concorrencial
Alavancagem
Quando existe um número alargado de fornecedores. Procura-se obter uma redução de custos.
Estratégico
Apesar de ser um produto/serviço estratégico existem vários possíveis fornecedores e por isso procuramos aumentar a concorrência entre eles.
Ajuste Directo No caso de existir pouca margem negocial ou se o custo de oportunidade for muito elevado.
Quando estas compras representam uma % considerável dos custos
Estrangulamento
COMPRAS
Concuros Limitado por Prévia Qualificação
Quando o leque de possíveis fornecedores é limitado.
Nos casos em que é impossível definir a melhor solução técnica.
Para a compra de produtos/serviços que são críticos para o sucesso da organização, mas que poucos fornecedores são capazes de fornecer
Nos casos em que é impossível definir a melhor solução técnica
E.P.E., cujo valor seja inferior ao referido encontram-se, de qualquer modo, sujeitos aos princípios gerais da actividade administrativa e às normas que concretizem preceitos constitucionais constantes do Código do Procedimento Administrativo. À fase de formação dos contratos de locação ou de aquisição de bens móveis e/ou serviços, a celebrar por instituições de saúde que não revistam a forma de hospitais E.P.E. é aplicável a Parte II do CCP independentemente do valor do contrato a celebrar. A compra de um Sistema de Informação ou dos seus elementos constitutivos (hardware, software, comunicações, etc.) reveste-se de um grau de complexidade elevado que terá um impacto profundo na gestão estratégica e operacio-
Em situações em que o fornecedor de produtos / serviços críticos para o sucesso da organização, é único no mercado
nal de qualquer organização. De acordo com a tipologia dos contratos públicos prevista no CCP, a compra de um SI pode assumir a forma de: Contrato de Aquisição de Bens Móveis – Este tipo de contrato pode ter por objecto a aquisição de hardware e/ou software indispensável ao funcionamento de um SI. Contrato de Aquisição de Serviços – Este tipo de contrato pode ter por objecto a aquisição de serviços de formação, consultoria, gestão e administração de redes, criação e manutenção de páginas WEB - em suma todos os tipos de serviços directa ou indirectamente relacionados com um SI. tecno hospital 39
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Contratos Mistos – Como a própria denominação indica, esta modalidade contratual permite à entidade adjudicante, através de um único contrato, fundir a aquisição de Bens Móveis com a aquisição de Serviços (ou seja, adquirir simultaneamente bens e serviços através do mesmo contrato), caso as prestações abrangidas pelo respectivo objecto sejam técnica ou funcionalmente indivisíveis ou, não o sendo, se a sua separação causar graves inconvenientes para a entidade adjudicante, como não raras vezes acontece aquando da aquisição de um SI. A título exemplificativo podemos considerar, a aquisição de um novo SI com elementos de hardware e software, incluindo um pacote de formação para os novos utilizadores do Sistema. No âmbito da regulamentação do novo CCP os diferentes procedimentos que podem ser adoptados para a celebração de um contrato público de aquisição, nomeadamente de um sistema de informação na área da saúde, são cinco: • Ajuste Directo; • Concurso Público • Concurso Limitado por Prévia Qualificação; • Procedimento de Negociação; • Diálogo Concorrencial. Apesar de a escolha do procedimento para realizar as aquisições estar muito dependente da variável preço, a escolha do procedimento deverá também ser feita tendo em atenção outras considerações, nomeadamente numa óptica de estratégia de compras (ver quadro).
aos possíveis fornecedores, sempre respeitando os requisitos legais da contratação pública, que em si mesmo, permite variações de abordagem face ás necessidades de contratação. Em muitos casos, como se tratam de sistemas de informação sofisticados, é comum que as unidades de saúde recorram ao apoio de Universidades para os ajudar. Este comportamento é usual nos Países Nórdicos, Inglaterra, Estados Unidos, Singapura, Holanda e Alemanha. Para uma maior eficiência das compras de sistemas de informação na saúde é também importante que as unidades de saúde consigam desenvolver mecanismos de coordenação que levem a uma melhor gestão conjunta do processo de compras, quer através de mecanismos formais de centralização e coordenação ou mecanismos informais mas eficazes de gestão conjunta de compras de SI.
António Grilo actualmente é professor auxiliar na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e sócio da Neobiz Consulting. É consultor científico para a DG INFSO da Comissão Europeia e da IUT das Nações Unidas nas áreas das TIC. Nos últimos anos, tem desenvolvido projectos na área dos sistemas de informação colaborativos, e-procurement,
Conclusão As compras públicas de sistemas de informação pelas unidades de saúde devem ser meticulosamente ponderadas dentro dos objectivos estratégicos e planeadas, sendo necessário ter em consideração os condicionalismos legais que regem as organizações do estado, e a sua estratégia de compras. Os condicionalismos legais poderão obrigar a optar por um procedimento de contratação pública específico, caso seja expectável que o valor das propostas esteja acima de determinados intervalos e a unidade de saúde estar sujeita ao código de contratação pública. Num extremo pode haver necessidade de se abrir um concurso público internacional, não sendo possível controlar quem irá apresentar proposta, enquanto no outro extremo pode ser possível fazer uma adjudicação directa em regime simplificado por mera apresentação de factura. É no entanto fundamental enquadrar qual a melhor estratégia de compras, pois o facto do produto/serviço ser do tipo rotina, alavancagem, estrangulamento ou estratégico, deverá determinar a abordagem
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interoperabilidade, bem como nas áreas de gestão estratégica, gestão por objectivos, balanced scorecard, gestão de projectos e inovação no sector privado e na Administração Pública. É membro da Direcção do Project Management Institute – Chapter Portugal (PMI Portugal).
Luis Lapão
é professor auxiliar de Gestão de
Serviços de Saúde no IHMT da Universidade Nova de Lisboa, e professor convidado do Serviço de Bioestatística e Informática Médica na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Desenvolveu projectos de Organização e de Estratégia nos Hospitais de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira), Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e Norte Alentejano. É auditor da Comissão Europeia para os SI na Saúde e autor de vários artigos em revistas nacionais e internacionais.
artigo técnico
Aplicação de um Sistema Sanitário a Camas Hospitalares: Módulo Rotativo Cândida Malça, Pedro Beirão Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra candida@isec.pt, pbeirao@isec.pt
O desenvolvimento tecnológico, associado a metodologias inovadoras, permite a criação de produtos com acrescida qualidade e fiabilidade. Esta abordagem assume especial relevo quando aplicada a doentes temporariamente ou definitivamente acamados, cuja mobilidade é significativamente restringida. Neste contexto, o objectivo principal do presente trabalho centra-se no desenvolvimento de um sistema sanitário baseado na aplicação de sanitas químicas a camas hospitalares. Pretende-se que os doentes possam efectuar as suas necessidades fisiológicas de forma autónoma. Desta forma, é valorizado o potencial de funcionalidade do doente, proporcionando-lhe dignidade, autonomia, independência e auto-confiança. A estas vantagens acresce a ainda o aspecto económico mediante a possibilidade de redução de custos, pela aplicação deste sistema sanitário às camas hospitalares já existentes, e da rentabilização dos recursos humanos em meio hospitalar.
1. Introdução O desenvolvimento tecnológico associado a metodologias inovadoras permite a concepção de produtos e a prestação de serviços com acrescida qualidade e fiabilidade. Esta abordagem assume especial importância quando aplicada a doentes temporariamente ou definitivamente acamados cuja mobilidade é significativamente restringida. Neste contexto, constitui objectivo principal do presente projecto o desenvolvimento de um sistema sanitário autónomo e automatizado, baseado na aplicação de sanitas químicas a camas hospitalares, para que os doentes possam efectuar as suas necessidades fisiológicas, sem recurso à tradicional arrastadeira. Pretende-se valorizar e dignificar o potencial de funcionalidade dos doentes, proporcionando-lhe dignidade, autonomia, independência e auto-confiança. Minorar o esforço físico do doente para realizar as suas necessidades fisiológicas, simplicidade, funcionalidade e compacidade constituíram os principais requisitos deste projecto. O ponto de vista económico também não foi descurando. Assim, a reciclagem de camas hospitalares existentes e o recurso a sistemas de accionamento e movimentação estandardizados foram conceitos sempre patentes no desenvolvimento deste trabalho. A aplicação de sanitas químicas a camas hospitalares deverá resultar numa rentabilização efectiva dos recursos humanos em meio hospitalar, visto que a aplicação deste sistema apenas implicará uma recolha diária dos resíduos para posterior tratamento. Com base em pesquisas efectuadas, constatou-se a inexis-
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tência de sistemas capazes de desempenhar as funções objectivo aqui propostas. Este facto justifica, como primeira abordagem, a aplicação de sanitas químicas a camas hospitalares semelhantes à da Figura 1.
Figura 1 Cama hospitalar de primeira geração.
A selecção deste tipo de cama hospitalar de primeira geração baseou-se na disponibilidade de espaço existente na parte inferior da mesma (de modo a alojar a sanita química e o correspondente mecanismo de movimentação), bem como na possibilidade de reutilização de camas actualmente utilizadas nas unidades hospitalares. O tipo de camas ilustrado na Figura 1 tem vindo a ser gradualmente substituído por camas hospitalares mais modernas e automatizadas. Contudo, apesar da evolução que têm vindo a sofrer, as camas actuais ainda não apresentam uma solução para o problema descrito no projecto aqui apresentado. Nas secções seguintes descrevem-se as fases de desenvolvimento do projecto, desde as alterações estruturais ne-
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cessárias ao acoplamento da sanita química à estrutura da cama hospitalar até à automatização do sistema sanitário, de modo que o doente possa controlar o seu funcionamento.
2. Alterações estruturais A principal preocupação consiste em minorar o esforço físico do doente para realizar as suas necessidades fisiológicas. Aspectos adicionais tais como a compacidade, simplicidade, funcionalidade e redução de custos, mediante a adaptação de sanitas químicas a camas hospitalares já existentes, também não foram descurados. A Figura 2 ilustra o modelo desenvolvido recorrendo a ferramentas computacionais.
TABELA I Secção amovível do colchão (1) Sanita química (2) Braço rotativo (3) Actuadores eléctricos (4) Sistemas de elevação (5) Rodas (6)
O funcionamento do sistema sanitário implica a descida da secção amovível do colchão, coincidente com a zona da bacia (dimensionada de forma a permitir o apoio anatómico do doente), seguido da rotação do módulo rotativo e posterior elevação da sanita química, até o contacto físico com o doente ser atingido. A sequência destes movimentos é visível nas Figuras 4, 5 e 6, respectivamente.
Figura 2 Sistema sanitário aplicado a cama hospitalar. Figura 4 Descida da secção amovível do colchão.
Este modelo mostra a solução proposta para o sistema sanitário, a qual consiste em acoplar um módulo rotativo à cama hospitalar. Este módulo rotativo, visível na Figura 3, engloba todos componentes do sistema sanitário.
Figura 5 Rotação do módulo rotativo.
Figura 3 Módulo rotativo
A Tabela I descreve os componentes que integram o módulo rotativo.
Figura 6 Subida da sanita química.
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O sistema sanitário deverá efectuar os movimentos de forma inversa, ou seja, descer a sanita química, proceder à rotação do módulo rotativo, para que a secção amovível do colchão previamente retirado ocupe a sua posição correcta, e efectuar o movimento de subida da secção amovível do colchão, de modo que esta assuma a sua posição inicial. A configuração do braço rotativo, ilustrado na Figura 7, permite um movimento de rotação simultâneo e perpendicular entre a secção amovível do colchão e a sanita química.
eléctrico rotativo à estrutura da cama hospitalar efectua-se por intermédio da estrutura representada na Figura 9.
Figura 8 Reforço da zona central do estrado da cama.
Figura 9 Acoplamento do braço rotativo à estrutura da cama
3. Análise Estrutural
Figura 7 Braço rotativo.
O braço rotativo aloja a base superior que suporta a secção amovível do colchão, bem como a base que serve de apoio à sanita química e ainda todos os outros componentes necessários para efectuar os movimentos do sistema sanitário. A fixação da sanita química a esta base é efectuada com velcro adesivo, de modo a facilitar a sua manutenção. Esta base possui ainda dois conjuntos de duas rodas para a colocar em contacto com o pavimento, anulando assim a acção do seu peso próprio. A tampa da sanita química será fixa à estrutura da cama hospitalar de modo a garantir o seu fecho hermético após utilização. Os sistemas responsáveis pelos movimentos ascendente e descendente da sanita química, bem como da secção amovível do colchão foram desenvolvidos com base no sistema de plataforma do tipo tesoura. Este sistema, além de substancialmente compacto, é dotado de uma grande flexibilidade em ambos movimentos. Assim, para efectuar os movimentos da secção amovível do colchão e da sanita química, as bases superior e inferior do braço rotativo terão acoplados sistemas de elevação com actuadores lineares eléctricos, conforme ilustrado na Figura 3. Devido ao corte efectuado na zona do estrado central da cama hospitalar, correspondente à secção amovível do colchão, foi necessário proceder ao reforço das restantes secções. Tal é assegurado pelas barras diagonais representadas na Figura 8. O acoplamento do braço rotativo e respectivo actuador
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A análise estrutural das alterações previstas para a estrutura da cama hospitalar foi efectuada através de uma ferramenta computacional de cálculo automático, com base no método dos elementos finitos. Nesta análise foi considerado um carregamento máximo de 200 kg, sendo atribuído à sanita química um peso de 20 kg. A Figura 10 ilustra a tensão máxima obtida, da ordem dos 70 MPa, a qual corresponde à zona reforçada. Este valor é cerca de metade do valor da tensão de cedência do material, o que confirma a estabilidade global da estrutura modificada da cama hospitalar.
Figura 10 Cálculo das tensões máximas.
A parte da estrutura que suporta a secção amovível do colchão apresenta um deslocamento máximo na ordem dos 14 mm, tal como mostra a Figura 11. Para reduzir este valor, será soldado à parte inferior desta mesma secção um perfil UNP, tal como ilustrado na Figura 12.
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Figura 11 Cálculos dos deslocamentos máximos.
A fixação do actuador linear C1 à base superior do braço rotativo e à barra horizontal da plataforma tipo tesoura é efectuada por intermédio de olhais de fixação. O actuador rotativo C2 apenas necessita de vencer as forças de atrito que existem entre a fixação da estrutura à cama hospitalar e entre as rodas da estrutura e o pavimento. A fixação do actuador linear C3 é feita de forma similar à descrita para o actuador linear C1. A estrutura base do circuito eléctrico que conterá os actuadores eléctricos dependeu de um estudo prévio baseado em requisitos definidos a priori e que culminou com a definição da sequência dos movimentos dos actuadores eléctricos, descritos na Tabela III. TABELA III C1– C2+ C 3+ C3 – C2 – C1+
Figura 12 Cálculos dos deslocamentos máximos obtidos com a aplicação de perfil UNP.
O processo de automatização do sistema sanitário permitirá ao doente ou a terceiros, no caso de impossibilidade do primeiro, controlar o seu funcionamento. Este implica a movimentação, de uma forma sequencial, dos diversos componentes móveis que integram o referido sistema. Os movimentos dos componentes móveis são efectuados por intermédio de actuadores eléctricos, dois lineares e um rotativo, a instalar no módulo rotativo da cama hospitalar. A Tabela II identifica e descreve a função a desempenhar pelos actuadores eléctricos. TABELA II
C2 C3
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Cilindro responsável pelo movimento ascendente e descendente da secção amovível do colchão Motor responsável pela rotação da estrutura que suporta a secção retirada da cama e a sanita química Cilindro responsável pelo movimento ascendente e descendente da sanita química
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A Tabela IV descreve a função dos sensores de proximidade a usar no circuito eléctrico. TABELA IV
4. Automatização
C1
Cilindro recua permitindo a descida da secção amovível do colchão Motor roda 90º posicionando a sanita química debaixo do lugar antes ocupado pela secção amovível do colchão Cilindro avança permitindo a subida da sanita química até ao estrado da cama hospitalar Cilindro recua permitindo a descida da sanita química Motor roda -90º posicionando a secção amovível do colchão novamente debaixo da sua posição inicial Cilindro avança permitindo a subida da secção amovível do colchão até à sua posição inicial
S1 S2 S3 S4 S5 S6
Detecta o recuo do actuador 1 (FC1–) Detecta o avanço do actuador 1 (FC1+) Detecta a posição inicial (0º) do actuador 2 (FC2–) Detecta a posição final (90º) do actuador 2 (FC2+) Detecta o recuo do actuador 3 (FC3 –) Detecta o avanço do actuador 3 (FC3+)
Os sensores de proximidade são cruciais para o correcto funcionamento. São estes componentes que indicam em qual a posição dos actuadores eléctricos, enviando um sinal para o circuito eléctrico, de forma a permitir que este actue de forma correcta. Apesar de se pretender que a versão final da cama hospitalar com sistema sanitário de módulo rotativo seja equipada com actuadores eléctricos, a exequibilidade da sequência de movimentos foi simulada com actuadores pneumáticos disponíveis. Assim, para melhor compreender o processo de automatização, produziu-se, numa primeira fase, um circuito electropneumático, visível na Figura 13. O método utilizado designa-se por diagrama de fases. Com
sistema sanitário autónomo/automatizado
Figura 13 Circuito electropneumático.
Figura 14 Simulação virtual.
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os dados das Tabelas I, II e III é possível elaborar o diagrama de fases, o qual permite a obtenção de equações lógicas, do circuito pneumático inicial e do correspondente circuito electropneumático. É inevitável recorrer a duas válvulas de memória, que diferenciarão estados idênticos de posição dos actuadores pneumáticos que, de outro modo, implicariam um deficiente funcionamento do sistema sanitário. As válvulas de memória foram substituídas por relés contadores, mas podem igualmente ser utilizados relés biestáveis. A Figura 14 simula o circuito electropneumático desenvolvido, utilizando uma ferramenta informática específica. Um comando com dois botões de pressão, ON e OFF, ligado ao circuito eléctrico mediante um cabo flexível permite ao utilizador controlar o sistema sanitário. O circuito electropneumático aguarda o sinal do botão ON do comando para o início da sequência de movimentos. Após o botão ON do comando ser pressionado o actuador linear C1 recolherá a secção amovível do colchão, dando origem à posição da Figura 4; seguindo-se imediatamente a rotação de 90° do módulo rotativo através do actuador rotativo C2, originando a posição ilustrada na Figura 5. A sequência de movimentos cessa com o avanço do actuador linear C3, responsável pela elevação da sanita química, conforme ilustrado pela Figura 6. O módulo rotativo regressa à posição inicial pela ordem inversa à descrita anteriormente, após indicação do doente ou de terceiros, mediante o accionamento do botão OFF do comando. Além da simulação virtual atrás descrita efectuou-se também uma simulação em laboratório. O circuito electropneumático da Figura 15 simula os movimentos dos actuadores eléctricos a instalar na cama hospitalar.
Nesta simulação recorreu-se a um actuador linear, ao invés do actuador rotativo C2 não disponível e a usar na situação real. Esta modificação em nada altera o princípio de funcionamento, sendo o movimento rotativo substituído por um movimento linear. Como os componentes eléctricos, como por exemplo sensores de proximidade, electroválvulas, botões de pressão, funcionam com uma tensão de 24 V DC, a utilização de um transformador permitirá reduzir a tensão de 220 V AC fornecida pela rede eléctrica, evitando o perigo de electrocussão.
5. Conclusões Este trabalho descreve o desenvolvimento de uma solução integrada e eficaz de um sistema sanitário autónomo e automatizado aplicado a camas hospitalares. É expectável que a implementação deste equipamento de auxílio resulte num incremento significativo na qualidade e dignidade de vida dos doentes, bem como a quem com eles trabalha. A futura construção de um protótipo é crucial para testar, optimizar e viabilizar o conjunto de considerações tomadas, não só a nível estrutural, como por exemplo recorrendo a uma metodologia alternativa de movimentação da sanita química e da consequente modificação do processo de automatização.
Agradecimentos Ao Centro Hospitalar de Coimbra por ter facultado a recolha de informação sobre camas hospitalares, a qual foi bastante valiosa para o desenvolvimento deste projecto.
Referências bibliográficas
Figura 15 Simulação do circuito electropneumático.
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COLOQUE – O publi-reportagem
Carestream Health «Estar e evoluir no mercado com a melhor qualidade possível» − É sobre este lema que o IMI adoptou nos seus centros o Sistema Pacs da Carestream
OUAQUI AQUI, AQUI
Integrado no Grupo Português de Saúde e com mais de duas décadas de experiência, o IMI - Imagens Médicas Integradas é uma empresa de referência na área da Imagiologia em Portugal. Jorge Pires, administrador do IMI assume que este é um “projecto ambicioso com a preocupação de estar no mercado respondendo aos desafios com a melhor qualidade possível, quer ao nível de ferramentas quer ao nível da gestão e dos profissionais técnicos”. O IMI tem actualmente 7 centros próprios e 6 centros de Telerradiologia, espalhados de Bragança ao Alentejo, colaborando já com hospitais públicos.
Desafio da telerradiologia Com a oportunidade da prestação do serviço da telerradiologia a centros IMI e externos, surgiram também novas questões de como conseguir armazenar imagens e retransmiti-las. Jorge Pires explica como se iniciou este novo processo: “Para fazermos Telerradiologia era impensável continuar com os sistemas antigos, tínhamos que ter um sistema de arquivo de imagem eficiente, seguro, compacto e de fácil transmissão”, explica. Foi este o ponto de partida do IMI que respondeu com a aquisição do sistema PACS (Picture Archiving and Distribution System). O novo sistema trouxe benefícios claros para a produtividade da empresa, cumprindo o plano de crescimento traçado pela gestão: aquisição de um storage seguro e virtualmente perene, fim do uso das películas, a possibilidade infinita de reprodução com a mesma qualidade (em suporte de baixo custo – CD), análise remota com Streaming dos estudos via Internet e a possibilidade de solicitar uma segunda opinião on-line a um colega médico.
cessamento de imagem, ao nível das melhores Workstation, mas sobre um simples browser. O PACS evita também a repetição de exames pelos utentes e ao mesmo tempo possibilita criar um histórico do doente, o que se traduz em vantagens para os mesmos”, salienta Jorge Pires.
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nor uma vez que os exames também estão no PACS dos respectivos clientes. “Um dos nossos centros, em Cascais, dispõe também de um PACS local, de menor capacidade, que armazena os exames localmente para consulta local e também no Datacenter. O sistema integrado da Carestream ultrapassa um dos principais obstáculos da empresa, através de um armazenamento seguro dos dados dos utentes. Estamos a armazenar cerca de 3,5 Tb Ano, sendo que a nossa capacidade de Storage actual é de 12 Tb, que pode obviamente ser incrementada.” Jorge Pires manifesta objectivos claros e bem definidos para o futuro e apresenta o IMI como uma das principais promotoras de alta tecnologia de diagnóstico do país, com infra-estruturas modernas e vocacionadas para o melhor atendimento médico.
AGORA JÁ TEM UM SISTEMA DR. O novo sistema permitiu igualmente um aumento da produtividade na vertente técnica, com o PACS articulado com a Worklist e os Robots de gravação de CD, uma vez que o IMI está a utilizar em pleno a solução Carestream. “O sistema actual é altamente fiável e permite a ligação de novos centros IMI ou de Telerradiologia. A assistência Técnica da Carestream, dotada de técnicos altamente qualificados, é de grande qualidade, fiabilidade e disponibilidade, correspondendo de forma muito positiva às nossas necessidades”, revela Jorge Pires.
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Este sistema foi de encontro às necessidades do plano de crescimento traçado pela organização. “Seria muito difícil ter um plano de Armazenamento seguro de dados SERVE O NOVO DRX-1 da Carestream Health .* Trata-se do primeiro detector digital wireless no mundo que sem possui as evolução e crescimento que tivéssemos uma ferramenta poderosa e segura Falar em IMI é falar de evolução, de crescismas dimensões de um chassi 35cm x 43cm. Coloca-se no seu equipamento de raios X sem necessidade de qualquer como esta desenvolvida pela Carestream” concluiu mento, da busca constante pelo desenvolvidificação proporcionando um fluxo de trabalho ímpar convertendo a sua sala convencional de Raios-Jorge X, numa o administrador Pires. sala mento qualitativo e técnico. PACS - O sistema “altamente fiável” PREPARE-SE PARA FICAR “À ESPANTADO. medida que o desenvolvimento for acontecendo é preciso ter as ferramentas certas”, “Os benefícios são em grande parte de orexplica Jorge Pires. Todos os centros IMI endem clínica, uma vez que o PACS Carestream viam exames para o PACS, sendo que os de disponibiliza poderosas ferramentas de proTELE têm um cliclo e armazenamento mePantone 158C R-245 G-128 B-37
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Novo Hospital de Santa Maria inaugurado no Porto O novo Hospital Santa Maria, no Porto já foi inaugurado e teve a FDO Construções como empresa responsável pela intervenção de raiz efectuada na unidade hospitalar. Seguirse-á uma fase de reabilitação das instalações já existentes. Fruto de um investimento de 13,5 milhões de euros ao nível da construção, o projecto de expansão foi custeado pela Província das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora. Segundo um comunicado da empresa, o conhecimento da FDO «foi determinante para uma resposta adequada às exigências desta construção específica», uma vez que se tratouse de um processo complexo e toda a obra foi levada a cabo com o hospital em funcionamento. Segundo a mesma fonte, foi, desde logo, necessário criar circuitos alternativos para assegurar a acessibilidade às áreas hospitalares e controlar rigorosamente todos os ruídos e as poeiras.
que essas são «particularmente visíveis nos medicamentos para utilização hospitalar, oncológicos e órfãos». Para o coordenador do estudo, Jorge Félix, terá de se perceber as justificações para os atrasos: ou os prazos da lei são «excessivamente ambiciosos» ou a estrutura responsável (Infarmed) não tem capacidade para dar respostas mais rápidas. O responsável explicou ainda que «o tempo mediano corresponde a um período mais verdadeiro do que a média, ao englobar todos os medicamentos desde que o pedido foi feito até ao período mais actual, independentemente de já ter recebido o financiamento ou não». Das respostas recebidas pelas empresas do sector concluiuse que a probabilidade de a decisão de financiamento respeitar os prazos legais é inferior a 13 por cento nos medicamentos hospitalares e nos medicamentos propostos para as farmácias é inferior a oito por cento. Em menos de metade da amostra (46 por cento) verificou-se que o financiamento público e o tempo mediano até essa decisão foi de 437 dias. A mediana desde o pedido até à decisão é de 540 dias no caso dos fármacos hospitalares e 301 dias quanto ao ambulatório.
www.hsmporto.pt Reforma dos cuidados primários
estudo sobre o Financiamento público
Medicamentos hospitalares O Estado demora, em tempo mediano, 540 dias entre a recepção de um pedido para financiar um novo medicamento para ser introduzido nos hospitais e a decisão sobre o valor. De acordo com o estudo da consultora Exigo, encomendado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, a probabilidade do financiamento público cumprir prazos legais para novos medicamentos «é muito reduzida». As conclusões constam do estudo apresentado no Parlamento, denominado “Financiamento público dos medicamentos em Portugal: Acessibilidade aos medicamentos com novas moléculas ou novas indicações terapêuticas”, que refere ainda que a maioria dos pedidos submetidos desde 2007 ainda aguarda decisão. Através do documento, referem-se ainda «dificuldades de acessibilidade aos medicamentos com novas moléculas» e
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Ministério da Saúde discute novo modelo de governação O Ministério da Saúde reuniu os seus dirigentes para discussão do novo modelo de governação da reforma dos cuidados de saúde primários. Segundo o ministério, trata-se de um modelo simples, funcional, flexível e bem articulado com as estruturas da administração de saúde, com forte enfoque na análise e direcção estratégica da reforma e capacidade para promover um novo salto qualitativo na sua evolução. A mesma fonte adianta que a reforma dos cuidados de saúde primários, principalmente na vertente das unidades de saúde familiar (USF), «tem sido reconhecida, por todos, como um verdadeiro sucesso pela forma inovadora da sua organização e pelos resultados já alcançados nos domínios do acesso, da proximidade e da qualidade dos serviços prestados». Neste contexto e de acordo com uma proposta do Grupo Consultivo para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, o Ministério da Saúde apresentou um modelo em que se destaca uma Coordenação Estratégica, liderada pelo médico de medicina geral e familiar, Vitor Ramos, profissional de reconhecida competência desde sempre ligado à inovação da organização dos cuidados de saúde primários.
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Ricardo de Matos Valente assume a função de Principal área da saúde e sector público da SAP Portugal A SAP Portugal acaba de nomear Ricardo de Matos Valente como Principal para o sector público e para o segmento dos serviços de saúde, sendo o responsável por liderar a dinamização e o desenvolvimento do negócio da empresa nestas áreas no mercado português. Segundo um comunicado enviado à TecnoHospital, Ricardo de Matos Valente «tem uma experiência consolidada de cerca de oito anos na área da consultoria, onde se dedicou à participação e desenvolvimento de projectos com âmbito na Administração Pública e Saúde, envolvendo contextos públicos e privados». Anteriormente passou pela Deloitte, onde esteve cerca de seis anos. Alguns exemplos de projectos desenvolvidos por Ricardo Valente passaram por: reengenharia de processos em hospitais de SNS, bem como de organismos do ministério das Finanças e da Administração Pública. Também actuou na criação de Centros de Serviços Partilhados em Instituições Públicas de Ensino Superior, entre outros.
Tecnológicos LEITAT e ASINTEC e, em França, o GIH - Groupement des Industries de l’Habillement e o ICAM - Institut Catholique d’Arts et Métiers Ecole d’Ingénieurs Département Matériaux. Os investigadores, que utilizam fibras de cânhamo proveniente do Sul de França, estão optimistas com os primeiros resultados alcançados: «ultrapassada a grande dificuldade em que consistia a extracção e separação, sem danos, das fibras longas do caule da planta do cânhamo (que pode atingir os 4 metros de altura), conseguimos transformar, com sucesso, essas mesmas fibras, ou seja, retirar o mau odor característico da planta, modificar a cor, aumentar a resistência à temperatura, e introduzir propriedades anti-bacterianas, entre outras variáveis o que é conseguido através da aplicação de revestimentos/filmes finos de diversos materiais», declara a investigadora Ana Manaia. Agora, os investigadores preparam-se para iniciar a fase de produção do fio e, posteriormente, «é necessário optimizar o processo, realizar novos testes e estudos para se conseguir produzir um tecido que obedeça a todas as características estabelecidas pela indústria». O projecto deverá ser concluído no próximo ano, com a apresentação de uma colecção de vestuário técnico (uniformes para médicos, bombeiros, astronautas e outros) e com a transferência tecnológica para a indústria do vestuário. Questionada sobre as expectativas das empresas, a investigadora do IPN / FCTUC revela que «estão duas mil e quinhentas empresas da Europa à espera dos resultados para implementar o novo tecido no mercado».
I&D
Vestuário técnico à base de cânhamo Uma equipa de investigadores de seis centros tecnológicos de Portugal, Espanha e França está a trabalhar no projecto FIBNATEX – Produção e Valorização Técnica de Fibras Naturais para a Indústria Têxtil do Sudoeste Europeu. O objectivo é desenvolver tecidos totalmente feitos a partir de fibras naturais de cânhamo para serem colocados à disposição das empresas do sector do vestuário, especialmente de vestuário técnico. Liderado pelo CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário), a área científica do projecto no que diz respeito à modificação das fibras, é coordenada pela investigadora do Instituto Pedro Nunes (IPN) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Ana Manaia. Em Espanha são parceiros os Centros
Hospital de Braga dispensa 20 médicos das urgências à meia-noite O Hospital de Braga dispensou 20 clínicos, subcontratados à empresa de prestação de serviços médico Semeno, responsáveis por assegurar a triagem nas urgências 24 horas por dia. Segundo o Diário Económico, o Grupo Mello Saúde, responsável pela gestão clínica do hospital, rescindiu o contrato com a empresa, que estaria em vigor até Outubro. Contactada pelo Económico, fonte oficial do Hospital de Braga garantiu que «não há qualquer despedimento de médicos do hospital no serviço de urgência. Pelo contrário, há um reforço da equipa interna, reduzindo-se apenas o número de horas subcontratadas.» Este hospital iniciou um processo de transformação para o modelo de parceria público-privada (PPP) em Setembro passado, tendo a gestão clínica passado para o Grupo Mello Saúde. tecno hospital 39
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Hospital de Santo André
Inauguração do Serviço de Medicina Intensiva e Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular O Hospital de Santo André (HSA) inaugurou o novo Serviço de Medicina Intensiva (SMI) e a nova Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular (UHICV) do Serviço de Cardiologia. A cerimónia, presidida pela ministra da Saúde, Ana Jorge, incluiu ainda a inauguração de outras duas novas instalações, a cozinha e o refeitório, do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital de Leiria. A ministra da Saúde elogiou o empenho da instituição e dos seus profissionais nestes projectos, realçando o cuidado com que foram pensados e concretizados, com todas as condições de dimensão, estrutura e recursos humanos necessárias para funcionar da melhor forma. As duas novas unidades clínicas estão equipadas com tecnologia de ponta e permitirão a integração de três sectores da medicina crítica: os cuidados polivalentes e neurocríticos, coordenados pelo SMI, e os cuidados cardíacos, da responsabilidade do Serviço de Cardiologia. Será possível, desta forma, partilhar recursos e conhecimentos, embora com diferenciações técnicas específicas e, recorrendo aos melhores especialistas e tecnologias mais avançadas, melhorar os cuidados assistenciais ao doente crítico, reduzindo a mortalidade e a morbilidade. O investimento total destas unidades foi de 4,5 milhões de euros, mais de 1,5 milhões de euros na infra-estrutura, e cerca de três milhões de euros em equipamentos. Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do HSA, salienta que «estes projectos são, acima de tudo, um investimento na melhoria dos cuidados que prestamos, com ganhos claros na saúde dos nossos utentes, e resultam da estratégia que vimos implementando em várias frentes», acrescentando que «o empenho dos nossos profissionais nos projectos de melhoria tem sido fundamental e imprescindível para o seu sucesso». O Serviço de Medicina Intensiva tem uma lotação de 18 camas, dez para cuidados polivalentes, três de unidade de doente neurocrítico, cinco de cuidados intensivos cardía-
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cos, assegurados pelo Serviço de Cardiologia e ainda quatro quartos de isolamento com pressões, que permitem manter os doentes em isolamento. Todas as camas são servidas por monitores, ventiladores e sistemas de infusão e perfusão de última geração, com registo/interface contínuo dos parâmetros monitorizados. A deslocação de doentes dentro deste serviço é feita por um sistema de transporte suspenso e os sistemas de monitorização e de infusão e perfusão acompanham o doente nas suas deslocações entre o SMI e outras unidades do hospital e fora deste. O novo SMI avançará, para já, com os mesmos recursos humanos de que dispõe actualmente, ou seja, cinco intensivistas (a tempo inteiro) e três especialistas de Medicina Interna (a tempo parcial). A Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular dispõe de um equipamento de imagem e equipamentos de avaliação cardíaca que permitem a intervenção em duas áreas distintas, o chamado cateterismo cardíaco, quer para diagnóstico, quer para terapêutica, e a área de implantação de dispositivos para tratamento de arritmias, os chamados pacemakers e cardiodesfibrilhadores implantados. A criação desta nova unidade permitirá optimizar o tratamento dos doentes com enfarte agudo do miocárdio, inserindo o Hospital de Santo André na rede de referenciação para tratamento desta situação, desenvolvendo a Via Verde Coronária e, desse modo, tratando localmente e em tempo útil todos os doentes da região. A equipa do serviço será externa ao Hospital de Leiria, constituída por cardiologistas de intervenção, por médicos anestesiologistas, por enfermeiros, por técnicos de Radiologia e por técnicos de Cardiopneumologia, sendo que os especialistas em Cardiologia de Intervenção assegurarão o processo assistencial e formativo complementar dos cardiologistas do HSA, que levará a uma progressiva autonomia da instituição. Relativamente à cozinha e refeitório, coordenados pelo Serviço de Nutrição e Dietética, inaugurados também pela ministra da Saúde, as obras realizadas tiveram como objectivo a substituição dos equipamentos e remodelação de instalações que, assim, reúnem os parâmetros de qualidade exigidas para o efeito, em termos de condições técnicas e de funcionamento. O valor total do investimento foi de cerca de dois milhões de euros. www.hsaleiria.min-saude.pt
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ARS Alentejo
Nova unidade móvel de saúde A Administração Regional de Saúde do Alentejo, IP (ARS Alentejo) entregou no Centro de Saúde de Gavião, uma nova unidade móvel de saúde, no valor de cerca de 58 mil euros, co-financiada pelo INAlentejo. A unidade móvel de saúde irá prestar cuidados na área clínica e de enfermagem, apoio domiciliário, vigilância de programas de saúde (diabetes, hipertensão, anticoagulação oral), vigilância do estado de saúde de idosos, cuidados a acamados, rastreios, plano de vacinação e saúde escolar. O funcionamento da unidade móvel será assegurado segundo um protocolo de cooperação interinstitucional celebrado entre a ARS Alentejo, a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e a Câmara Municipal de Gavião. O protocolo proporcionará ao Centro de Saúde de Gavião uma unidade móvel de saúde apetrechada com meios técnicos diferenciados, destinada a assegurar maior acessibilidade e melhor qualidade na prestação de cuidados de saúde em Medicina Geral e Familiar às populações da sua área de influência. A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano assegurará à unidade móvel de saúde, através do Centro de Saúde de Gavião, os meios humanos adequados destinados a assegurar maior acessibilidade e melhor qualidade na prestação de cuidados de saúde. A Câmara Municipal de Gavião assegurará os custos com o combustível e a manutenção, os motoristas necessários ao seu funcionamento e uma técnica licenciada de Acção Social, que prestará apoio social aos utentes, nomeadamente aos idosos.
Hospital Padre Américo
Sistema de telemetria O serviço de cardiologia do Hospital Padre Américo, em Penafiel dispõe de uma nova unidade de cuidados intensivos com sistema de telemetria de última geração. Segundo fonte hospitalar, aquele serviço é capaz de internar cinco doentes em simultâneo, «permitindo a monitorização constante através de terminais instalados nos corredores da unidade». O serviço de cardiologia passa também a dispor de 17 camas para cuidados intermédios. Face aos melhoramentos realizados, o serviço de cardiologia passa a ocupar todo o piso 10 do edifício hospitalar, que até agora estava desocupado. A directora do serviço de cardiologia, Paula Pinto, sublinha que «a autonomia conseguida com a nova unidade irá permitir agilizar a realização de algumas técni-
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cas que até agora tinham que ser realizadas noutros hospitais, diminuindo o tempo de internamento dos doentes». Segundo este hospital, em 2009 a unidade de cardiologia tratou 865 doentes, o que significa um aumento de 6,4 por cento relativamente ao ano anterior.
Balanço económico dos hospitais EPE do Norte O Centro Hospitalar do Porto, o hospital com gestão empresarial no Norte que mais prejuízos gerou em 2009, prevê equilibrar as suas contas em dois anos, segundo o presidente da administração, Pedro Esteves. «Neste momento, temos em marcha um plano de recuperação com o objectivo de conseguir, até 2012, o equilíbrio das contas», afirmou o gestor. Organizar melhor os serviços, aperfeiçoar o controlo dos consumos e maior responsabilização das estruturas intermédias são algumas vertentes do plano, segundo Pedro Esteves. Os prejuízos dos hospitais nortenhos do sector público empresarial (hospitais EPE) cifraram-se em 62,1 milhões de euros, segundo dados avançados pelo Jornal de Notícias. O jornal noticiou que os hospitais com gestão empresarial aumentaram os prejuízos em 40 por cento, para os 295 milhões de euros, no ano passado. De acordo com o jornal, que cita dados provisórios da Administração Central do Sistema de Saúde, os prejuízos dos hospitais geridos com regras empresariais passaram de 213 milhões, em 2008, para 295 milhões de euros, no ano passado. Metade desse valor (31,7 milhões de euros, mais sete milhões do que em 2008) é da responsabilidade do Centro Hospitalar do Porto, que integra o hospital central de Santo António, a maternidade Júlio Dinis e o hospital pediátrico Maria Pia. O outro hospital central do Porto, o de São João, contabilizou lucros de 700 mil euros, que o presidente do conselho de administração, António Ferreira, justifica pela implementação de «novos modelos de gestão clínica». Melhor ainda do que o resultado do Hospital de S. João é o da unidade no Porto do Instituto Português de Oncologia, com lucros no ano passado de 8,2 milhões de euros. O presidente da Administração, Laranja Pontes, disse que os resultados alcançados decorrem, em parte, da forma como se faz gestão de pessoal. Os prejuízos da rede portuguesa de hospitais EPE, que inclui 40 unidades, aumentaram 40 por cento em 2009 para 295 milhões de euros.
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Hospital de Santarém
Instalação e renovação das centrais de ar comprimido medicinal e vácuo A Air Liquide Medicinal (ALM) está a preparar a instalação e renovação das centrais de ar comprimido medicinal e vácuo no Hospital Distrital de Santarém. A conclusão da obra está prevista acontecer este mê, e vai fazer parte da nova unidade de urgência que o hospital está a construir. O projecto global envolve um valor próximo de 400 mil euros. As centrais vão ser instaladas no exterior da unidade hospitalar e as unidades (vácuo e ar comprimido) ficarão inseridas em cabines, garantindo maiores níveis de segurança e eficiência. Segundo Nuno Carvalho, director de marketing e vendas da divisão Medgás da ALM, a «instalação e renovação das centrais apresenta-se como uma solução mais segura, eficiente e tecnologicamente superior na gestão do ar comprimido e vácuo.» As centrais vão ter como finalidade a gestão de ar comprimido medicinal que garante o funcionamento dos ventiladores pulmonares e do vácuo utilizado para sucção de substâncias líquidas provenientes de procedimentos, principalmente cirúrgicos.
ARSLVT
Contratos-programa reforçam regime de ambulatório A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e as unidades hospitalares com gestão pública desta região assinaram os contratos-programa para o ano de 2010. A contratualização prevê um reforço significativo na cirurgia de ambulatório e na diminuição dos tempos de espera para cirurgias nas especialidades de oftalmologia, ortopedia, ginecologia, urologia, otorrino-
laringologia e cirurgia geral. Está prevista, para este ano, a realização de 81.124 cirurgias de ambulatório, número que traduz que 47,1% do total de cirurgias programadas contratualizadas (172.323 operações) serão realizadas naquele regime, prevendo-se também a realização de 34.033 cirurgias de urgência. Estima-se que 68% das cirurgias realizadas sejam nas seis especialidades que apresentam maior número de inscritos: oftalmologia, ortopedia, ginecologia, urologia, otorrinolaringologia e cirurgia geral. Destaca-se ainda a previsão da realização de 3.798.998 consultas externas nas várias especialidades, das quais 1.133.150 serão primeiras consultas. A região de Lisboa e Vale do Tejo tem 33 unidades de saúde, 24 das quais estão agrupadas em nove centros hospitalares. Assim sendo, no âmbito da contratualização para o ano de 2010 foram assinados 17 contratos-programa. www.arslvt.min-saude.pt
Decreto-Lei
Contratação de médicos aposentados pelo SNS Foi aprovado no Conselho de Ministros de 1 de Junho, em versão final, o decreto que estabelece o regime excepcional de contratação de médicos aposentados pelos serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A iniciativa legislativa permite ao Estado e às instituições do SNS promover a contratação de médicos aposentados. No caso de médicos que tenham tido uma antecipação da sua aposentação, fica agora previsto que poderão retomar o exercício efectivo de actividade laboral, mas suspendendose o pagamento da sua pensão de reforma. Fica contudo assegurado aos médicos que se associem ao regime excepcional que, no período de exercício desta actividade laboral, os descontos que venham a fazer para a Segurança Social revertam a favor da pensão que poderão vir a auferir no final do contrato. www.portugal.gov.pt tecno hospital 39
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certifique-se!
Certificação para o fabrico de dispositivos médicos electrónicos A Exatronic concluiu com sucesso o processo de certificação de acordo com a norma ISO 13485:2003 – Medical Devices – Quality Management Systems. A par desta certificação foi também certificado um dispositivo médico ao abrigo da Directiva Médica 93/42/CEE. O equipamento em causa tem como função a administração transdérmica de fármacos e possui aposta a marcação CE0120, podendo ser comercializado como um dispositivo médico no espaço europeu. Ambas as certificações foram realizadas pela SGS-UK, organismo notificado pela União Europeia para o efeito. O culminar deste projecto resulta no desenvolvimento de dispositivos médicos, em estreita colaboração com universidades portuguesas. A actividade Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) levada a cabo nos últimos dois anos confirma o potencial para direccionar o desenvolvimento de novos equipamentos electrónicos para o contexto de medicina física e de reabilitação a médio prazo. www.exatronic.pt
A nova Unidade de Cuidados Intensivos e Intermédios está integrada no projecto de construção do novo hospital pediátrico integrado do S. João. «É o chamado andar modelo do edifício que vai ser», sublinhou o responsável, referindo que falta ainda construir mais três pisos. A nova ala pediátrica do S. João, que deverá ficar concluída em 2012, tem um custo total estimado de 15 milhões de euros, totalmente financiado por entidades privadas (parte do qual através da campanha pública ‘Um Lugar pró Joãozinho’). O novo hospital vai oferecer novas condições de assistência clínica no tratamento de crianças, disponibilizando mais de cem camas. O projecto «Um lugar para o Joãozinho» foi lançado em Maio de 2009 com a finalidade de angariar fundos para a construção da nova ala pediátrica. A opção de financiamento totalmente privado de equipamentos deste género é considerada uma novidade em Portugal, mas é relativamente comum noutros países. Em Inglaterra, por exemplo, muitas alas de unidades hospitalares ostentam o nome de patrocinador, como contrapartida ao apoio financeiro. A inauguração contou com a presença da Presidente da Comissão de Honra do projecto “Um lugar pró Joãozinho”, Maria Cavaco Silva. www.hsjoao.min-saude.pt
HSJ
Inauguração do Serviço de Cuidados Intensivos e Intermédios Pediátricos O Hospital de São João (HSJ) inaugurou aquando do Dia Mundial da Criança, o Serviço de Cuidados Intensivos e Intermédios Pediátricos (CIIP). A reformulação do serviço, que durante as obras funcionou em contentores, permitiu «aumentar a capacidade assistencial» a doentes com idades entre os 28 dias e os 18 anos, com todo o tipo de patologias graves. O presidente da Unidade Autónoma de Gestão da Mulher e da Criança, Almeida Santos, afirmou que o espaço disponível «quase que triplicou» e o número de camas passou de seis para dez. Anualmente, passam pelos cuidados intensivos pediátricos do S. João cerca de 300 crianças, mas a partir de agora será possível aumentar para «400 a 500 doentes».
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Racionalizar despesas é um dos objectivos do plano de austeridade do Governo O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, afirmou que a aplicação do plano de austeridade no sector não será «cortar» na prestação de cuidados, mas racionalizar as despesas. Segundo o responsável, uma área onde é possível «decisões de gestão» reduzirem custos é a dos medicamentos hospitalares, que representam «900 milhões de euros por ano», indicando que medidas como a racionalização de antibióticos ou a existência de uma única reserva de medicamentos por hospital e não uma por departamento, também podem resultar em contenção de despesas. Óscar Gaspar adiantou que brevemente haverá novidades quanto à avaliação dos gestores hospitalares, com três hospitais piloto que serão anunciados. www.min-saude.pt/portal
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Prémios Frost & Sullivan
Carestream Health recebe o Prémio Europeu 2010 “Novo Produto Inovador em Radiologia Digital” A Frost & Sullivan, premiou a Carestream Health a nível europeu na categoria de Inovação de Novos Produtos em Radiologia Digital Directa em 2010. Este prémio reconhece a Carestream pelo desenvolvimento do sistema DRX-1, o primeiro detector wireless do mundo com dimensões de um chassí de 35x43 cm compatível com o equipamento já existente e que possibilita a conversão rápida e fácil a um ambiente digital. «É uma honra receber este prémio da Frost & Sullivan», declarou Tony Graule, Director Europeu de Vendas e Desenvolvimento de Negócios em soluções de Captura Digital, da Carestream Health. «O reconhecimento do sistema DRX-1 vai de encontro com a nossa aposta na tecnologia de soluções de Imagem Digital. Esta inovação distingue-se da concorrência porque o DRX-1 foi projectado para resolver os desafios do dia-a-dia, ao nível da produtividade e fluxo de trabalho, existentes entre os prestadores de soluções médicas. Tornando assim mais fácil passar de um ambiente analógico a um digital em pouco tempo e a um custo reduzido, permitindo melhorar a atenção ao paciente». Na atribuição deste prémio à Carestream Health, foram avaliados e comparados cinco critérios, entre a concorrência: Elemento inovador do produto; Tecnologia de ponta única e própria do produto; Valor acrescentado da relação Funções / Benefícios; Retorno do Investimento para o cliente e Aquisição do Cliente / Potencial de Penetração de Mercado.
Medidas do ministério para uma boa gestão do SNS A ministra da Saúde lançou dez medidas para a gestão mais eficiente do Serviço Nacional de Saúde, divididas em medidas institucionais, medidas relativas a recursos humanos e política do medicamento. Nesse sentido, cada hospital deverá apresentar ao ministério da Saúde um plano de redução de despesas, onde se comprometem a baixar, pelo menos, 5% a despesa com horas extraordinárias; pelo menos, 2% a
despesa com fornecimentos e serviços externos e se comprometem a assegurar o cumprimento da meta orçamental de crescimento de apenas até 2,8% da despesa em farmácia hospitalar. O Plano de Redução de Despesa deverá ser elaborado em diálogo com as direcções de serviço de cada instituição. Deverá ser realizado um guia de combate ao desperdício, elaborado por todos os organismos da administração central e regional do ministério e cuja implementação deverá ser monitorizada de 2 em 2 meses, pelo dirigente máximo do serviço. Pretende-se uma poupança nas despesas correntes de cada serviço, excluindo pessoal, de cerca de 5%. No que diz respeito à redução da despesa dos gabinetes do ministério da Saúde, para além das cativações adicionais já definidas, os gabinetes da Ministra da Saúde e dos Secretários de Estado terão uma redução da despesa total de 5%. Em 1 de Junho de 2010, a SPMS, EPE iniciou a sua actividade, tendo como foco de acção as compras, contabilidade e recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde. Relativamente à medidas referentes a recursos humanos, as contratações de profissionais nos hospitais E.P.E., que tenham resultados líquidos negativos, passam a estar sujeitas a aprovação prévia e casuística da Ministra da Saúde. A contratação de profissionais de saúde já integrados no SNS, para outras unidades de saúde, passa a ser sujeita a autorização prévia da Ministra da Saúde, com fundamentação que demonstre estarem preenchidos critérios de necessidade em cuidados de saúde e justificados os valores salariais propostos. As medidas relacionadas com a política do medicamento vão obrigar a que a receita médica passará a discriminar a informação do valor que o utente pouparia se lhe tivesse sido prescrito um medicamento mais barato. Irá ser feita uma redução imediata de 10% do preço das tiras de controlo da glicemia para os diabéticos e uma redução do preço dos medicamentos genéricos, com preços elevados na comparação internacional, começando desde já pelos genéricos mais vendidos: omeprazol e sinvastatina, cujo preço deverá ser pelo menos 35% inferior ao preço do medicamento de marca. No que diz respeito às auditorias à despesa com medicamentos será feito um reforço das auditorias da IGAS à despesa com medicamentos nos estabelecimentos hospitalares do SNS. Estas auditorias incluem o controlo sobre o registo e a distribuição gratuita de medicamentos. Segundo um comunicado do ministério da Saúde, só em 2010, estas 10 primeiras medidas contribuirão com 50 milhões de euros na redução global da despesa do SNS, que se pretende que seja de mais de 100 milhões de euros até ao final do ano. tecno hospital 39
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boas práticas
Programa de cuidados alentejano recebe distinção da OMS O Programa de Intervenção Precoce na Infância no Alentejo, que apoia cerca de 2400 crianças com deficiência ou problemas de desenvolvimento e respetivas famílias, recebeu no passado mês de Maio um prémio da Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma distinção que a presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, Rosa Matos, qualificou como «muito importante», sobretudo «para os profissionais» envolvidos e «para as crianças e suas famílias». O prémio da OMS ao programa alentejano, implementado em 2000 e já considerado, em 2006, como «exemplo de boas práticas» a nível nacional, foi entregue em Genebra por
ocasião da 63.ª Assembleia Mundial da Saúde. Destinado a «pessoas, instituições ou organizações não governamentais» com um contributo «excepcional na área da Saúde», o prémio, no valor de 15 mil euros, é outorgado pela Fundação para a Saúde dos Emirados Árabes Unidos, a funcionar no âmbito da OMS. A Rede de Intervenção Precoce do Alentejo foi criada no âmbito do Programa Nacional de Intervenção Precoce, fruto de uma parceria entre os Ministérios da Saúde, da Educação e da Segurança Social. O programa envolve cerca de 300 técnicos, distribuídos por um total de 42 equipas que se deslocam ao terreno, apoiadas por 38 viaturas e presta cuidados em várias áreas: saúde, educação, psicologia ou assistência social. www.arsalentejo.min-saude.pt
legislação Regras de formação dos novos preços dos medicamentos Portaria n.º 154-A/2010 de 11 de Março de 2010 - Primeira alteração à Portaria nº 300-A/2007, de 19 de Março, que estabelece as regras de formação dos novos preços dos medicamentos, da sua alteração e ainda de revisão anual e transitória. Serviços Partilhados do Ministério da Saúde Decreto-Lei n.º 19/2010 de 22 de Março de 2010 - Cria a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E.. Unidades de Saúde Familiar Decreto-Lei n.º 25/2010 de 29 de Março de 2010 - Prorroga, até 31 de Dezembro de 2010, a vigência do regime excepcional criado pelo Decreto-Lei nº 48/2008, de 13 de Março, para a contratação de empreitadas de obras públicas e a aquisição ou locação de bens e serviços destinados à instalação das Unidades de Saúde Familiar, bem como à instalação ou requalificação dos serviços de saúde integrados na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação Portaria n.º 220/2010 de 16 de Abril de 2010 - Aprova as taxas relativas aos pedidos de autorização, referidas no nº 1 do artigo 32º da Lei nº 12/2009, de 26 de Março. Técnicas de procriação medicamente assistida Decreto Regulamentar n.º 1/2010 de 26 de Abril de 2010
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- Procede à primeira alteração do Decreto Regulamentar nº 5/2008, de 11 de Fevereiro, que regulamenta a Lei nº 32/2006, de 26 de Julho, que aprovou a aplicação de técnicas de procriação medicamente assistida em Portugal. Clínicas ou consultórios dentários Portaria n.º 268/2010 de 12 de Maio de 2010 - Estabelece os requisitos mínimos relativos à organização e funcionamento, recursos humanos e instalações técnicas para o exercício da actividade das clínicas ou consultórios dentários. Regime geral das comparticipações dos medicamentos Decreto-Lei n.º 48-A/2010 - Aprova o regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, altera as regras a que obedece a avaliação prévia de medicamentos para aquisição pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, procedendo à primeira alteração ao Decreto-Lei nº 195/2006, de 3 de Outubro e modifica o regime de formação do preço dos medicamentos sujeitos a receita médica e dos medicamentos não sujeitos a receita médica comparticipados, procedendo à segunda alteração ao Decreto-Lei nº 65/2007, de 14 de Março. Rectificação da criação da SPMS Rectificação n.º 15/2010 de 20 de Maio de 2010 - Rectifica o Decreto-Lei nº 19/2010, de 22 de Março, do Ministério da Saúde, que cria a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E., publicado no Diário da República, 1ª série, nº 56, de 22 de Março de 2010.
notícias ATEHP Painel de Apresentação do Novo Hospital Pediátrico de Coimbra Após ter sido fixada a data de 30 de Abril para a realização de um Painel de Apresentação do Novo Hospital Pediátrico de Coimbra, foi transmitido à Direcção da ATEHP, por parte da ARS-Centro, dono da Obra, a inconveniência da sua concretização, antes da data de inauguração do Hospital, que na altura, se previa para o dia 1 de Junho de 2010. Não se tendo concretizado esse facto, a Direcção aguarda autorização da ARS-Centro para marcação de nova data, que venha permitir dar cumprimento ao objectivo planeado.
Conselho Consultivo da ATEHP Nos Estatutos da ATEHP está previsto um órgão de consulta denominado Conselho Consultivo, que tem por objectivo pronunciar-se sobre assuntos relevantes para o ATEHP que lhe sejam postos à consideração pelos 3 órgãos directivos da Associação. É constituído por todos os Associados que exerçam, ou exerceram em anteriores mandatos, pelo menos uma das seguintes funções – Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Presidente da Direcção ou Presidente do Conselho Fiscal e de Disciplina. O Presidente da Direcção em funções irá convocar uma reunião do Conselho Consultivo, para o dia 17 de Setembro de 2010 em Coimbra. Será auscultada a opinião dos membros do Conselho Consultivo sobre diversos assuntos do futuro da ATEHP, nomeadamente sobre a eventual revisão dos Estatutos da Associação, que a Direcção tem intenção de propor em próxima oportunidade à Assembleia Geral de Associados.
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notícias ATEHP
O João Cotralha deixou-nos No final da tarde do passado dia 7 de Junho, um telefonema do Colega Joaquim Sousa, trouxe-nos uma triste notícia: o João Cotralha deixou-nos! Ainda não refeitos do “soco no estômago” que acabáramos de receber, cumpridas as obrigações de avisar os restantes órgãos directivos da ATEHP e alguns Colegas e Amigos. preparámos a resposta associativa adequada à situação. No dia seguinte participámos, juntamente com o Presidente do Conselho Fiscal, Abraão Ribeiro, e os ex-dirigentes Nelson Baltazar, Pinto dos Santos, Carlos Montes e Joaquim de Sousa, nas cerimónias fúnebres que se realizaram em Tomar, cidade onde sempre viveu o Eng. João Cotralha e onde foi sepultado. O Presidente da Direcção da ATEHP impedido de estar presente, enviou mensagem de pesar à família enlutada. Compareceram, para além dos familiares, muitos Amigos do “João”, como era conhecido entre os Amigos e Colegas do Hospital Distrital de Tomar, de onde se encontrava aposentado. Tivemos oportunidade de constatar que era unânime, entre os Colegas de trabalho e das Associações a que pertencia, o sentimento de perda, bem como o reconhecimento do espírito associativo do Engº. João Cotralha, o entusiasmo e boa disposição que sempre colocou na participação nas diversas actividades. Apresentámos à Esposa Deolinda e aos Filhos João Miguel e Ana Rita a nossa solidariedade e os votos de pesar, em nome dos órgãos directivos da ATEHP. Consideramos, porém, que o cumprimento das formalidades, não é suficiente para marcar o desaparecimento físico do Colega. O João Cotralha fez parte do grupo dos Engenheiros Hospitalares que assinou os dois documentos básicos que levaram à constituição da ATEHP, em Junho de 1984. Em 30 de Julho de 1982, com mais 28 Colegas, assinou um texto, enviado ao Ministro dos Assuntos Sociais, da altura, em que se alertava para a gravidade das alterações em preparação, nomeadamente do Decreto Regulamentar 30/77, que definia a organização e funcionamento dos órgãos de gestão e direcção dos Hospitais públicos. Esteve igualmente, na Escola Nacional de Saúde Pública, em Lisboa, a frequentar um Seminário sobre Instalações e Equipamentos, tendo assinado uma Moção aprovada em 4 de Fevereiro de 1983, pelos 20 Engenheiros Hospi-
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talares presentes e que é o documento que contém a estratégia organizativa que levou à constituição da ATEHP. Para além disso o Engº. João Cotralha foi membro da Mesa da Assembleia do Sector Hospitalar e co-organizou acções de formação da ATEHP, nomeadamente no novo Hospital Distrital de Tomar. Participava frequentemente nas acções de formação organizadas pela Associação Profissional e nas Assembleias Gerais e de Sector, quase sempre acompanhado pelo Amigo “do peito”, o Joaquim Sousa, de Abrantes. Sempre com entusiasmo e um sorriso nos lábios, sabendo dar palavras de incentivo e solidariedade a quem dirigia ou organizava as actividades, quando entendia oportuno. Nas viagens da ATEHP era um dos participantes habituais, sempre acompanhado da Esposa, Deolinda, tornando-a membro “honorário” da ATEHP, irradiando igualmente simpatia e afecto com a generalidade das restantes participantes. Foram sempre bons companheiros do nosso percurso associativo. Quando demos o Abraço de despedida à Deolinda, pediu-nos desculpa por nos ter “incomodado” com a notícia do falecimento do Marido. Mas não podia deixar de o fazer, porque o João gostava muito da ATEHP e de nós. É um sentimento recíproco. Todos nós gostámos do João e não o esqueceremos. Até sempre, Amigo João Cotralha Fernando Barbosa Presidente da Mesa da Assembleia Geral da ATEHP
produtos e tecnologias
Multifuncional monocromo laser
Technical Support Engineer
A OKI disponibiliza no mercado nacional a nova gama de multifuncionais monocromo A4, MB400, baseados na gama de impressoras B400 e ideais para o sector da saúde e hospitalar. A MB400 oferece a mesma velocidade de impressão (28 ppm), duplex e rede standard, em todos os modelos, e - sustentada pela garantia de três anos - permite a realização de tarefas vitais, como impressão, cópia, digitalização e fax. De realçar que para o sector da saúde, a série MB400 oferece as vantagens de um multifuncional - poupança de espaço, equipamento com preço competitivo e consumíveis de baixo custo – comparativamente com a aquisição de vários equipamentos em separado que reúnam todas as funcionalidades de um multifunções. A série MB400 compreende três modelos: a MB460 que oferece as funcionalidades de impressão, digitalização e cópia; a MB470 com capacidade adicional de fax e a MB480, com um tabuleiro de papel de maior capacidade.
A Siemens Healthcare passou a integrar um conjunto de especialistas (Technical Support Engineer – TSE) no seu Uptime Service Center (USC), cuja intervenção imediata visa proporcionar uma resposta mais assertiva, sempre que exista a possibilidade de intervir remotamente no sistema do cliente. O TSE tem por missão clarificar possíveis problemas através da intervenção remota, permitindo a resolução efectiva da avaria detectada ou preparar a logística necessária para se efectuar uma intervenção agendada nas instalações do cliente. Adicionalmente, permite ainda monitorizar remotamente sistemas ligados por SRS (Siemens Remote Services). Segundo a Siemens, desta forma é garantida, em qualquer dos casos, uma redução do tempo de paragem, ao agilizar os recursos envolvidos na operação.
www.oki.pt
www.siemens.pt
Nas tecnologias de Informação para a saúde, tem sido constante a procura de novas soluções que ajudem a reduzir erros e a aumentar a segurança do doente. Uma dessas tecnologias, é o BCPOC (Bar Code Point-of-Care). Este sistema é usado na administração da medicação de doentes acamados e permite, através da leitura de códigos de barras, a identificação do medicamento, a dosagem e a hora da toma, prevenindo os erros que podem ocorrer neste acto e avisando o enfermeiro de qualquer anomalia detectada. O HS-SGICM-M Advanced Care da Glintt HS é uma aplicação para PDA desenvolvida em tecnologia Microsoft Windows Mobile + .Net, totalmente on-line e integrada no ambiente hospitalar. É a primeira solução que integrada com a aplicação SGICM, permitindo o cumprimento dos 5 Right’s
(Patien, Drug, Time, Dose, Route) no “Point-of-Care”. Segundo a Glintt, nos E.U.A., o “Department of Veterans Affairs” trata, anualmente, de 5.8 milhões de doentes e foi um dos pioneiros na utilização desta tecnologia. Após essa implementação do sistema de BPOC (Bar Code Point of Care) – Advanced Care, verificou-se uma redução drástica de erros com medicação. Por exemplo, num dos seus hospitais a redução de erros anunciada é de 86% (dados de 2006 da FDA). O HS-SGICM-M da Glintt-HS com a extensão “Advanced Care”, permite: o acesso em tempo real do plano terapêutico do doente; a leitura do código de barras da pulseira do doente para a sua identificação; a leitura do código de barras do medicamento administrado ao doente; a eliminação de erros do tipo “look-a-like” e “sound-a-like”; o aumento da segurança do doente face ao cumprimento do plano terapêutico; a diminuição dos custos relacionados com erros de medicação e a não utilização de papel.
HS-SGICM-M Advanced Care
www.glintt.com
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produtos e tecnologias
Soluções de impressão para o mercado da saúde A Seiko Epson está actualmente a apostar numa nova área de negócio – soluções médicas – utilizando grande parte do conhecimento tecnológico em robótica e imagem, com o objectivo de lançar produtos inovadores que vão de encontro às necessidades do mercado actual. É neste contexto que surge o EPSON Discproducer PP100 e o EPSON TM-C3400. A PP-100 pretende ir de encontro às novas realidades da imagiologia: a substituição da película pela gravação em formato digital. Permite a ligação a software de gravação, labeling e impressão de CD/DVD médicos com imagens e estudos DICOM em rede. Utilizando robótica própria desenvolvida pela EPSON, o novo mecanismo AcuGrip garante que apenas 1 CD é retirado e manuseado de cada vez. Isto é uma vantagem enorme para aumentar a vida útil do equipamento. Outra característica diferenciadora é a utilização de tinteiros de cores separadas (6 tinteiros), permitindo, além de imprimir mais de 1000CD/DVD’s com um conjun-
to, reduzir custos (uma vez que apenas substitui a cor que necessita, e não o conjunto). Com um sistema de armazenagem de 100 CD/DVD’s, com uma velocidade de gravação de 30 CD por hora e de 17 DVD por hora (dependendo do tamanho dos dados), e com uma capacidade de impressão de 60 discos por hora. A TM-C3400 permite a identificação em cor, vendo como principais possibilidades de aplicação a medicação, sacos de sangue, pulseiras de identificação, mealtags para hospitais, laboratórios e clínicas. Utilizando tecnologia própria da EPSON, esta impressora utiliza tinteiros (CMY), para impressão de etiquetas até 112 mm. Nesta impressora podem ser impressas directamente os mais variados tipos de etiquetas, de papel contínuo e de wristbands. Sendo a velocidade também fundamental na operacionalidade diária, esta impressora consegue imprimir até 100 etiquetas em 3 minutos, (incluindo o seu corte). A Epson Ibérica – sucursal em Portugal, é a filial comercial portuguesa da empresa investigadora em tecnologias e construtora de equipamentos informáticos Seiko Epson Corporation. www.epson.pt
Controlo da qualidade dos gases medicinais A qualidade farmacêutica dos gases medicinais está intimamente ligada a dois factores: todo o processo de fabrico de embalagem e de distribuição, garantido pelo fabricante; e o encaminhamento dos gases medicinais dentro do hospital e, neste caso, a qualidade depende do processo de construção e dos materiais utilizados, bem como da manutenção das redes e da eventual existência de contaminantes no interior das mesmas. As Redes de Gases Medicinais são classificadas segundo o Decreto-Lei nº 145/2009, obrigando as unidades hospitalares a realizar instalações com marcação CE e registá-las como dispositivo médico na autoridade competente (INFARMED). Assim, os fabricantes e distribuidores dos Sistemas de Distribuição de Gases Medicinais têm de ser certificados pela norma ISO 13485, através de organismo notificado, a fim de obter o certificado de conformidade CE. Sabendo que um dos ensaios incluídos na directiva implica uma análise dos gases medicinais procedentes das tomadas de distribuição, a Air Liquide Medicinal (ALM) propõe um controlo periódico da qualidade dos gases medicinais no ponto
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mais próximo possível da administração ao doente: a tomada. Este controlo é executado através de recolhas e análises periódicas e de acordo com as monografias da Farmacopeia Europeia para o oxigénio medicinal, protóxido de azoto medicinal, Ar Medicinal e Ar Respirável produzido por compressor. Os meios de amostra estão adaptados para não interferir com os componentes a analisar. As análises são feitas por um laboratório farmacêutico, os meios de análise são controlados, mantidos e calibrados periodicamente. O acompanhamento da qualidade dos gases medicinais à saída das tomadas permite detectar desvios ou não conformidades. O farmacêutico hospitalar recebe um certificado de análise assinado pelo farmacêutico de Air Liquide, permitindo, assim, assegurar o controlo da qualidade dos gases medicinais no ponto de administração ao doente e tomar medidas correctivas em caso de não conformidades. Com esta maximização do controlo e processo de segurança consegue-se reduzir, ao mínimo, o risco de eventuais acidentes e, dessa forma, salvaguardar a integridade e bem-estar de todos os envolvidos. www.airliquide.pt
produtos e tecnologias
ClinidataTRM – Gestão de termos de responsabilidade Os termos de responsabilidades são documentos em papel que o hospital utiliza para controlar os exames que precisa de enviar para laboratórios externos por não dispor de capacidade instalada para os realizar internamente e para garantir o respectivo pagamento a estas entidades. O tratamento dos Termos de Responsabilidade passa por um processo transversal a vários sectores do Hospital. Inicia-se no médico que prescreve exames que os laboratórios hospitalares não realizam, passa pela aprovação do Director de Serviço, pela validação pelo Director do Laboratório, pela Confirmação da Administração e pelo seu envio para os laboratórios externos, juntamente com as amostras. Tendo-se constatado a ausência de sistemas de informação vocacionados para a gestão integral deste processo a Maxdata partiu para o desenvolvimento do ClinidataTRM. Neste sistema, houve a preocupação em disponibilizar uma solução que fosse flexível, para responder às diferentes realidades específicas de cada organização, e que fosse suficientemente ágil, para facilitar a intervenção de todos os sectores hospitalares intervenientes no processo de cada termo. Uma outra preocupação foi registar as intervenções sofridas por cada termo, sector ou pessoa interveniente, data, hora, estado aplicado e justificações, de modo a viabilizar o rastreamento de todo o processo. Assim, cada instituição tem a possibilidade de definir: os
sectores intervenientes no processo e sua sequência; a amplitude do fluxo a controlar, podendo ir até ao pagamento dos serviços prestados; os estados por que passa o termo de responsabilidade; as causas das possíveis rejeições e os ecrãs de trabalho e respectivos textos e mensagens. Exemplo: o termo é disponibilizado em primeiro lugar ao director do serviço que o aprova ou rejeita, podendo alterar aprovações ou rejeições feitas por si anteriormente. Depois da aprovação pelo serviço, o termo pode ser disponibilizado ao laboratório para validação, para alterar o laboratório exterior ou para o rejeitar. Em seguida, os termos podem ser disponibilizados ao conselho de administração para confirmação, seguindo depois para a secretaria do laboratório. Aqui são impressos e assinados todos os termos já confirmados pela administração e enviados com o produto para fora. Depois do envio para fora com as amostras, o termo fica como que despachado, aguardando-se a recepção dos resultados dos exames do termo. Os serviços financeiros da instituição podem ser intervenientes no processo para seleccionar os termos já tratados pelos laboratórios, aqueles cujos resultados já foram integrados no sistema da organização, de modo a poderem efectuar o pagamento dos serviços efectivamente prestados. A solução tecnológica assenta sobre base de dados Oracle, com a disponibilização de WebServices para a integração de dados e um interface WEB para os utilizadores intervenientes nos processos de gestão dos termos de responsabilidade. www.maxdata.pt
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produtos e tecnologias
Sistema pioneiro e inovador na logística da cadeia de frio
Inteligência Integrada em Saúde – Integrated Health Intelligence – iHi
Os medicamentos são produtos sensíveis à temperatura e humidade e o seu transporte exige um rigoroso controlo da temperatura, a qual não deve ultrapassar os valores limites de 2ºC e 8ºC. Nesse sentido, o Grupo Medlog adoptou um sistema inovador para controlar e manter inalteráveis as propriedades terapêuticas dos medicamentos que utiliza o RFID (Identificação por Rádio Frequência). A inovação foi implementada no processo de transporte e distribuição de medicamentos de temperatura controlada e consiste na associação de uma etiqueta RFID passiva ao medicamento para monitorização e controlo da temperatura correcta. No acto da entrega dos medicamentos, a etiqueta é desactivada e a informação é armazenada numa base de dados para futura análise e reporting interno e externo para os clientes. Segundo a empresa, o objectivo da solução integrada é acrescentar valor ao serviço prestado e alcançar resultados como ganhos de qualidade e aumento o grau de satisfação dos clientes. www.medlog.pt
A Inteligência Integrada em Saúde (Integrated Health Intelligence – iHi) é uma solução que distribui a informação a toda a organização, permitindo que esta seja usada em tempo real, facilitando tomadas de decisão. Através de uma plataforma integrada de business intelligence, desenhada especificamente para os prestadores de cuidados de saúde, o iHi inclui scorecards e dashboards pré-desenvolvidos de gestão de desempenho, relatórios operacionais seguros tendo por base o cargo de cada colaborador, análises avançadas ad hoc e pesquisa empresarial. Sustentada por um robusto modelo de dados, a iHi inclui módulos para business intelligence clínico, operacional e financeiro e apoio à decisão. Com a iHi, as entidades de saúde poderão integrar todos os seus sistemas financeiros, clínicos, administrativos e operacionais existentes e desenvolvidos internamente num único sistema, obtendo uma visão global da organização e compreendendo que processos devem ser alterados para potenciar a rentabilidade e a satisfação dos pacientes. www.informationbuilders.pt
DRX-Mobile Retrofit O DRX-Mobile Retrofit Kit é um equipamento de raios-x portátil, inovador, versátil e alimentado pelo detector DRX-1, que proporciona um aumento da produtividade no local de trabalho e permite a captura e pré-visualização de imagens imediata assim como o seu envio directo via wireless para a workstation. Este equipamento tem como principal vantagem o facto de poder manter o seu sistema portátil actual e de aumentar a sua rentabilidade, ao incorporar o detector de radiologia
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digital directa. Não existem cabos e o seu design sem fios permite que o detector seja posicionado com precisão de modo a obter um maior número de imagens não repetidas no mesmo período de tempo e facilitar o posicionamento do paciente. O DRX-Mobile caracteriza-se pela atenção centrada no paciente e no técnico de radiologia mas também pela sua mobilidade: a sua utilização nos diversos departamentos do seu centro, fora do Serviço de Imagiologia, especialmente nos casos em que o trabalho é efectuado em espaços limitados ou quando o exame é feito a pacientes com capacidade de movimentos reduzida. O kit de adaptação DRX-Mobile é compatível com os sistemas portáteis Siemens Mobilet, GE AMX e Shimadzu. www.carestreamhealth.com
produtos e tecnologias
Sistema modular Allegra 900
Soluções para a Segurança do Doente
Os microscópios Möller-Wedel foram concebidos para as áreas de neurocirurgia, oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia reconstrutiva ou odontologia, dada a pequena dimensão dos tecidos, vasos sanguíneos e nervos a tratar. Junto com os microscópios, são disponibilizados diversos acessórios para Cirurgia Guiada por Imagem e para ligação com sistemas de navegação. A ligação ao sistema informático do hospital é feito por meio de protocolo DICOM. As suas principais características incluem uma base estereoscópica de 25 mm para visualização 3D melhorada; óptica apocromática; evidenciação dos reflexos vermelhos; zoom e focagem motorizados; acoplamento X-Y motorizado com travão electromagnético; inclinação de -8° a +100; cabeça ocular inclinável a 200° com oculares de ângulo largo 10x 21B; lentes frontais de 200 mm e um módulo opcional com câmara integrada. Relativamente à gestão da luz, existe um botão esterilizável que permite a selecção dos seguintes diafragmas e filtros: diafragmas para campo normal e pequeno; filtro diurno; filtro azul (fluorescência); filtro verde (vasos sanguíneos); filtro difusor da luz; filtro de protecção UV (amarelo). Em Portugal, o equipamento é distribuído pela empresa Iberdata. www.iberdata.pt
A BIQ Consultores apresentou a nova solução CATO®, um software que coordena a comunicação entre médicos e farmacêuticos, permitindo a prescrição, preparação, monitorização e dispensa de medicamentos que requerem manipulação estéril, para doentes com necessidades específicas de terapêutica individualizada. Este software permite a preparação e controlo da preparação por método gravimétrico. Christian Hanke, responsável pelo desenvolvimento deste software, já implementado em mais de 140 hospitais pela Europa, apresentou o software para o mercado português, em dois seminários realizados no Porto e Lisboa, subordinados ao tema Segurança do Doente. Christian Hanke demonstrou o funcionamento do software CATO®, que contou com a preparação de uma medicação prescrita e com toda a documentação disponível no computador acerca de todo o procedimento, assim como de relatórios estatísticos, de consumos e custos do respectivo tratamento. Neste Seminário foi ainda apresentada a Solução Ekanban Pharma®. Este modelo traduz-se na imputação dos medicamentos ao doente, “cruzando” através de um PDA, os dados da pulseira do doente, com a prescrição electrónica e os dados contidos nos medicamentos reembalados, através de um código 2D. www.biqconsultores.com
Sistema de Monitorização Contínua O ViGIE Healthcare consiste numa solução de monitorização contínua de instalações e equipamentos hospitalares, que visa dar resposta a todas as necessidades de monitorização existentes em ambiente hospitalar. Os dados monitorizados são armazenados em bases de dados e estão disponíveis em tempo real através de um portal Web, incluindo adequada protecção de acessos. O sistema é constituído por uma solução integrada de monitorização com a capacidade de monitorizar continuamente os seguintes parâmetros: temperatura e humidade relativa, pressão diferencial, nível de partículas em suspensão (classe ISO), poluição anestésica, poluição gasosa por óxido de etileno, Qualidade do Ar Interior (QAI), velocidade do ar e temperatura radiante. Os parâmetros descritos acima permitem com que o sistema
se torne ideal para monitorização integrada de Blocos Operatórios, Unidades de Cuidados Intensivos, Serviços de Farmácia, Imunohemoterapia, Centrais de Esterilização, Câmaras de Fluxo Laminar, Quartos de Isolamento, entre outros. O sistema ViGIE Healthcare permite a configuração pelo administrador do sistema no hospital - tipicamente o engenheiro responsável pelo Serviço de Instalações e Equipamentos – do envio de alertas por email e mensagens escritas (SMS) em caso de desvio dos valores lidos relativamente aos valores configurados como condições de funcionamento normal. A solução inclui ainda um sistema de geração de relatórios automáticos e completamente configuráveis pelos utilizadores, com tratamento estatístico dos dados e possibilidade de envio por email dos mesmos. A ViGIE Solutions venceu um prémio europeu de Inovação com o sistema ViGIE Healthcare. www.vigiesolutions.com tecno hospital 39
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estante notícias
EcoCardiografia Transtorácica Autor: Nuno Cardim · Editora: Lidel · Data de edição: Fevereiro de 2010 · ISBN: 978-972-757-525-1 Páginas: 304 · Preço: 33,30 euros, à venda em www.engebook.com
Este livro, com a coordenação de Nuno Cardim e com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, pretende realçar o papel que a ecocardiografia desempenha em Cardiologia, sendo um exame complementar de primeira linha na abordagem dos doentes cardíacos, uma verdadeira extensão do exame objectivo cardiológico. Apesar dos avanços recentes noutras técnicas de imagem, a ecografia cardíaca é, e continuará a ser, o método de imagem mais solicitado no doente cardíaco, pois às suas vantagens intrínsecas – acessível, realizado “à cabeceira do doente”, inócuo, etc. – associam-se informações diagnósticas morfológicas e funcionais precisas, com implicações na selecção da terapêutica e determinação do prognóstico. Este livro, repleto de imagem, é o legado e o contributo escrito de toda uma geração de ecocardiografistas, das diferentes regiões do país, para a ecocardiografia e cardiologia nacional e poderá servir não só como texto de consulta mas também como veículo didáctico de aprendizagem pré e pós-graduada. Ao longo do livro são abordados temas como princípios físicos do estudo Doppler, Doppler tecidular e deformação miocárdica, doenças da aorta, coração direito e hipertensão pulmonar, o doente com prótese valvular, massas intracardíacas, ecocardiografia nas cardiopatias congénitas mais frequentes do adulto, entre outros.
A história da engenharia em Portugal Autor: Franklin Guerra · Editora: Publindústria · Data de edição: 2010 (2ª edição)vISBN: 978-8953-43-0 Páginas: 250 · Preço: 15,00 euros, à venda em www.engebook.com
A obra não é a história exaustiva da engenharia mas apenas um contributo para ela, um subsídio, um esboço, uma perspectiva das suas épocas e momentos mais significativos, circunscrita a Portugal continental. É um livro para toda a gente, engenheiros e não engenheiros. Está dividido em 20 capítulos: a revolução técnica da idade média; os castelos dos templários; forças motrizes da idade média; construção das sés; a igreja do mosteiro da batalha; força motriz do vento; a engenharia do renascimento; a construção naval e as grandes navegações; arquitectos-engenheiros do século XVI; engenharia militar; aqueduto das águas livres; raízes da engenharia moderna; a academia politécnica; os nossos primeiros caminhos-de-ferro; engenharia do ferro;minas e metalurgia no século XIX; a engenharia tradicional no liberalismo; engenharia do cimento; a electricidade em Portugal e a engenharia dos nossos dias. pub
da vida e do cosmos por: carlos pinto dos santos
escolhas de fim de vida 3 ª parte: os medos, os mitos e os místicos Os principais argumentos éticos válidos a favor e contra a prática da morte assistida, são geralmente sintetizados da seguinte forma: — contra: carácter sagrado da vida humana, integridade da profissão médica e abuso potencial; — a favor: respeito pela autodeterminação da pessoa e alívio da dor e do sofrimento (compaixão). Verifica-se, inequivocamente, que a influência religiosa é um factor condicionante na avaliação das escolhas de fim de vida. As três grandes religiões opõem-se à morte assistida. Mas tal não obsta a que se realize no nosso país o debate sério e sereno sobre a ajuda na morte voluntária, de modo a analisar com tolerância e máximo rigor, e sobretudo com espírito de misericórdia, os múltiplos aspectos – sociais, éticos, morais e legais – do tema em causa. As convicções ideológicas e religiosas não podem condicionar a capacidade de uma pessoa para decidir em matérias tão importantes do foro pessoal, como as escolhas de fim de vida dos outros. As religiões, porque idealizadas pela mente humana, já se equivocaram demasiadas vezes ao longo dos séculos e com isso condenaram durante largos períodos da História muitas pessoas inocentes a um sofrimento injusto e atroz. O que se pretende hoje, é que crentes e não crentes possam exercer individualmente a liberdade de decidir em consciência, podendo os crentes continuar a optar pelas orientações da sua religião. O que não podem é impor aos outros as suas convicções religiosas, cortando-lhes a possibilidade de estes actuarem em conformidade com as suas próprias convicções.
Testamento vital As directivas antecipadas de vontade, contempladas na legislação de muitos países, revestem a forma de “testamento vital”. Trata-se de um documento escrito pelo paciente sobre os cuidados referentes à sua saúde, que desejaria fossem fornecidos numa eventual incapacidade de poder decidir numa fase mais avançada da sua vida. Outra possibilidade ao alcance do paciente é incluir nesse documento alguém, legalmente reconhecido como seu legítimo procurador, com poderes representativos em matéria de cuidados
de saúde, para o caso de se encontrar incapaz de expressar pessoal e autonomamente a sua vontade. Este tipo de directivas não é novidade: já em 1976 a Califórnia legalizou o testamento vital, a que se seguiu legislação idêntica nos restantes estados norteamericanos. Na Europa, é hoje prática corrente em muitos países, de entre os quais a nossa vizinha Espanha, sendo geralmente considerado um passo civilizacional relevante em matéria de direitos de fim de vida. Nos países europeus como a Holanda ou a Bélgica, em que é possível a um médico antecipar a morte a pedido do
paciente nas circunstâncias prescritas na lei, há dois tipos diferentes de directivas antecipadas: umas que dizem respeito ao tratamento da doença e outras que dizem respeito à eutanásia.
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A dissecação de cadáveres O desejo irresistível de conhecer o funcionamento do corpo humano e a importância transcendente que tal facto representaria para o desenvolvimento da Medicina e, em particular, das técnicas cirúrgicas, levaram o ser humano, desde a Antiguidade, a interessar-se pela anatomia, havendo referências a um expressivo número de investigadores que, valorizando a razão e a experimentação, se aventuraram na dissecação de cadáveres. Tal passou a ser proibido pelas autoridades religiosas e governamentais que, sobretudo durante a Idade Média, consideravam a abertura do corpo humano e a dissecação de cadáveres como uma acção inconcebível, um gesto do mais supremo sacrilégio, que levou a um longo período de estagnação no estudo da anatomia humana e, consequentemente, da Medicina. Mas nem o facto de um édito do Papa Bonifácio I reforçar a proibição da dissecação de cadáveres em nome da “dignidade humana”, impediu que a mesma se continuasse a praticar através de cadáveres furtivamente exumados e roubados nos cemitérios ou simplesmente descidos do cadafalso. Alguns pagaram severamente esse gesto científico corajoso, como foi o caso, entre outros, do médico espanhol Miguel de Servet (1511-1550) que pôde descrever pela primeira vez o funcionamento da circulação do sangue nos pulmões. Mas a lei era clara: os mortos deveriam ser chorados, velados e enterrados. Quem fosse apanhado dissecando corpos post mortem, seria punido também com a própria morte, geralmente em praça pública. Foi isso que aconteceu a este médico, de formação inicial teológica, por exigência do supremo tribunal das autoridades religiosas cristãs – o Santo Ofício. Foi criticado, perseguido e, sem piedade, queimado na praça pública, juntamente com os seus livros e tratados de anatomia. Mas aqui também a nova mentalidade científica não se deixou intimidar. Aguardou a altura mais oportuna propiciada pelo Renascimento e, aproveitando a maré renovadora de toda a ciência europeia, dedicou-se ao estudo anatómico do corpo humano, vencendo os preconceitos morais e religiosos daqueles que nunca deixaram de tentar impor as tradições culturais medievais. E foi assim que a Medicina pôde aceder ao conhecimento do corpo humano através do uso de cadáveres, o qual não era permitido pela crença de que isso afectaria a vida após a morte desse indivíduo. Hoje, por mais fundamentalista que seja, quem põe em questão essa prática (já não falando da ainda mais delicada colheita de órgãos de cadáveres para aproveitamento noutros seres vivos) considerada sacrilégio à altura?
Portugal marca passo… Um pouco precipitadamente, o Partido Socialista apresentou no final da anterior legislatura um diploma que regulava o direito dos doentes à informação, o consentimento informado e o testamento vital, uma iniciativa que chegou a ser aprovada na generalidade, mas que ficou na gaveta e caducou com o fim da legislatura. Ago-
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ra, tudo leva a crer que PS e CDS-PP se preparam para apresentar projectos de lei próprios sobre o testamento vital, até ao final do corrente ano. A legislação do testamento vital ,que dá aos portugueses a possibilidade de aceitar ou recusar intervenções em casos terminais, vai pois, tudo o indica, voltar a ser discutida no Parlamento. Veremos em que moldes…
A sua aprovação seria um passo importante no sentido da afirmação dos direitos individuais, permitindo disponibilizar ao paciente o que se considera de “boa morte” (não utilização desproporcionada do uso de alta tecnologia; morte sem dor; morte em casa, cercado pelos familiares e amigos; ausência de evitável sofrimento existencial para o paciente, sua família e cuidador, etc.), tendo as suas decisões autónomas como fundamento ou as do seu legítimo procurador e intérprete da sua vontade.
O factor religioso Imaginemos o que pode vir a ser uma situação real. Uma determinada religião alcança uma influência religiosa e política tal na sociedade que consegue fazer prevalecer nas leis do nosso país a sua ética religiosa relativamente à recusa de transfusões de sangue. Será aceitável estender um princípio que deveria abranger apenas os seus membros, a toda a sociedade? Os membros de outros credos aceitariam de bom grado esta imposição?. Não? Então compreender-se-á melhor porque não é lícito impor uma determinada ética religiosa a todas as pessoas, independentemente das suas convicções. É inquestionável que as religiões são forças poderosas para influenciar o comportamento humano dirigido para os outros. Mas a ética religiosa, sendo sempre a mesma de há muitos séculos a esta parte, tem permitido entendimentos diferentes na sua interpretação, e consequente aplicação, às situações de sofrimento alheio, o que nos deve levar a ponderar bem cada caso. Há uma herança genética que as religiões transportam, com genes de um e outro tipo; de tolerância e misericórdia por um lado e de dogmatismo e dureza por outro. Cabe à sociedade, e em particular aos crentes, adoptar a atitude que tenham por mais humanista, sabendo-se que daqui a umas dezenas de anos as au-
da vida e do cosmos artigo
E Portugal…?
toridades eclesiásticas serão as primeiras a reconhecer a justeza quanto à aceitação da morte voluntária em situações terminais de sofrimento intolerável. Senão vejam-se dois casos paradigmáticos que ajudam a perceber o contexto em que nos movimentamos: a dissecação de cadáveres e o uso de anestésicos na cirurgia.
O Código Penal considera ilegal no nosso país qualquer forma de morte assistida, e consoante a conduta, pode considerá-la um homicídio privilegiado, homicídio em geral, incitamento ou ajuda ao suicídio ou ainda homicídio a pedido da vítima. Não existem no nosso país movimentos cívicos que reclamem a morte assistida ou considerem oportuno reflectir sobre a questão. Mas há excepções a esta apatia. Os livros recentemente editados, com perspectivas diferentes sobre o tema, respectivamente “Ajudas-me a morrer?” da Doutora Laura Santos e “Eutanásia e outras questões de fim de vida” coordenado pelos professores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Professor Rui Nunes, Guilhermina Rego e Ivone Duarte, são verdadeiras pedras no charco da indiferença em que este tema está mergulhado. Destaque ainda para o papel desempe-
O uso de anestésicos na cirurgia O mesmo se passou com a resistência ao uso de anestésicos no início da cirurgia moderna em fins do século XIX. Foi necessário, muito mais tarde, um documento pontifício do Papa Pio XII, em 1957, para clarificar “os aspectos religiosos e morais da analgia considerada perante a lei natural, e A primeira anestesia sobretudo perante a doutrina cristã contida no Evangelho e proposta pela Igreja.” Tal se deveu ao facto de “a este propósito se manifestarem tendências muito divergentes nos cristãos. Uns apoiam sem reservas a prática do uso de anestésicos; outros inclinam-se a rejeitálos sem restrições por contradizer o ideal do heroísmo cristão.” E os pacientes - crentes e não crentes - a torcerem-se com dores horríveis nas mesas operatórias, sentindo na pele o idealismo religioso dos médicos… Assim, e às dúvidas dos crentes – profissionais e doentes – sua Santidade, começando por lembrar “Se é incontestável que o cristão sente o desejo de aceitar e até de procurar a dor física - para melhor participar da paixão de Cristo, renunciar ao mundo e às satisfações sensíveis e mortificar a carne – é preciso saber interpretar essa tendência e ajustá-la aos tempos actuais pelo que”, conclui, (…) “o paciente que deseja evitar ou acalmar a dor, pode sem inquietação de consciência utilizar os meios encontrados pela ciência e que em si mesmos não são imorais.” E foi assim que, depois de dezenas de anos de acesa controvérsia, eu e o leitor pudemos respirar de alívio, porque passámos a ter a sorte de, independentemente do vínculo religioso dos médicos, usufruir da bendita anestesia na sala de operações.
nhado pela Associação Portuguesa de Bioética (Porto), fundada em 2002, que tem precisamente como Presidente o Professor Rui Nunes, a qual tem tido nos últimos quatro anos um papel dinamizador na reflexão sobre as temáticas de fim de vida e dos direitos dos doentes, muito embora a sua orientação não penda para o lado da morte assistida. Neste âmbito, tem realizado alguns estudos e projectos de diplomas que merecem ser consultados no site desta Associação. Entre outras iniciativas, apresentou em 2006 um projecto de diploma à Comissão Parlamentar de Saúde, que Regula o Exercício do Direito a Formular Directivas Antecipadas de Vontade no Âmbito da Prestação de Cuidados de Saúde, e em 2008 elaborou uma Proposta de Referendo Nacional sobre a Prática da Eutanásia. A primeira fase de um estudo sobre esta temática, realizado em 2007, pelo Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluiu que mais de um terço dos oncologistas (39%) defendem a legalização da eutanásia. Posteriormente, a segunda fase do estudo, que teremos a oportunidade de divulgar parcialmente no próximo número da revista, prosseguiu com a inquirição de pessoas internadas em lares e instituições da terceira idade. Segundo o Professor Catedrático Rui Nunes, a solidão, o esquecimento e o sofrimento interior, para além da dor física, são algumas das razões que, em muitos casos, poderão levar as pessoas a desejar a morte. Os doentes terminais, nomeadamente oncológicos, e neurológicos (com consciência, mas sem autonomia) são os que mais vezes pensam encontrar na morte o alívio para o seu sofrimento. A terceira fase do estudo, que vai decorrer no corrente ano, vai analisar pessoas que, caso a eutanásia fosse legal em Portugal, pediriam ajuda para morrer. Veremos então, quem fala por quem! Nota: No próximo número da revista apresentaremos o último artigo sobre as “Escolhas de Fim de Vida”.
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eventos Evento
Temática
Local
Data
Organização
12th International Conference on e-Health Networking, Application & Services
Conferência de redes, aplicações e serviços na área da saúde
Lyon França
1 a 3 de Julho de 2010
IEEE Communications Society www.ieee-healthcom.org
Seminário Saúde, Inovação e Empreendedorismo -
Inovação e empreendedorismo na saúde
Lisboa Portugal
14 de Julho de 2010
Escola Nacional de Saúde Pública www.ensp.unl.pt
e-Health 2010
Conferência em ciências de computadores e sistemas de informação na saúde
Freiburg Alemanha
19 a 31 de Julho de 2010
IADIS www.ehealth-conf.org
13th International Conference on Quality and Service Sciences
Conferência internacional de ciências da qualidade e serviços
Coimbra Portugal
2 a 4 de Setembro de 2010
Universidades de Coimbra, Toulon e Verona www4.fe.uc.pt/servicesconf
2nd mHealth Networking Conference
Conferência de redes na saúde
San Diego Estados Unidos da América
8 e 9 de Setembro de 2010
International Council on Medical & Care Compunetics www.mobih.org
Medinfo2010
3º Congresso Internacional de Informática na Medicina
Cidade do Cabo África do Sul
12 a 15 de Setembro de 2010
IMIA e SAHIA www.medinfo2010.org
HIMSS
Europe Health IT Leadership Summit
Roma Itália
29 de Setembro a 1 de Outubro de 2010
Healthcare Information and Management Systems Society http://hitleadershipsummit.eu
Healthcare IT Exchange
Tecnologias colaborativas e inovadoras em serviços de saúde
Londres Reino Unido
3 a 5 de Outubro de 2010
International Quality and Productivity Centre (IQPC) Exchange www.healthcareitexchange.co.uk
Health 2.0
Conferência sobre tecnologias na área da saúde
São Francisco, Estados Unidos da América
7 e 8 de Outubro de 2010
Health 2.0 Accelerator e Health 2.0 Advisors www.health2con.com
Expomedical
8ª Feira internacional da saúde
Buenos Aires Argentina
13 a 15 de Outubro de 2010
Mercoferias www.expomedical.com.ar
XII Congresso Brasileiro de Informática em Saúde
Informática na saúde
Pernambuco Brasil
18 a 22 de Outubro de 2010
SBIS www.sbis.org.br/cbis2010
CENTERIS’2010
Conferência em sistemas de informação
Viana do Castelo Portugal
20 a 22 de Outubro de 2010
UTAD e IPCA www.eiswatch.org/centeris2010
Inovação em Informação de Saúde
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As informações deste calendário poderão sofrer alterações. Para confirmação oficial, deverá contactar a Organização.
SOLUÇÕES EM
SAÚDE
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Rua do Castanhal, 316 - Zona Ind. da Maia I Sector II - Apt 6019 EC Outeiro 4476-908 Maia - Portugal Telf.: +351 229 059 170 I Fax.: + 351 229 015 900 - p r o h s @ p r o h s . p t - w w w . p r o h s . p t
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