Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra
Terceira Água de Fátima Córrego do Violão Parque da Terceira Água
Terceira Água de Fátima Córrego do Violão Antes da intervenção
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra O Programa Vila Viva no Aglomerado da Serra é a maior obra de urbanização em vilas e favelas da América Latina. Tem por objetivo realizar a requalificação urbana e ambiental de um Aglomerado formado por seis vilas com 50 mil moradores em sua totalidade. Localizado na Serra do Curral em Belo Horizonte, é um espaço com importância ambiental e ecológica para a cidade, fazendo fronteira com duas grandes áreas de preservação (Parque das Mangabeiras e Parque Florestal da Baleia), tendo em seu interior duas importantes sub-bacias dos Córregos Cardoso e Serra. A pressão social de ocupação e a degradação por lançamento irregular de lixo e esgoto vêem comprometendo esta região e seu papel ambiental.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Todo o trabalho de requalificação segue orientação do PCA, Plano de Controle Ambiental. Tendo por objetivo potencializar os efeitos positivos da intervenção. Potencializar ultrapassa o limite da preservação e conservação. Um Plano de Controle Ambiental não deve se resumir a conter as ações prejudiciais da intervenção física, deve sim estar no controle destas intervenções, dirigindo e apresentando propostas de sustentabilidade e principalmente propostas que ampliem os resultados positivos desta intervenção. Não basta evitar que a execução das obras degradem o meio ambiente, é preciso que, aliado às intervenções físicas, as intervenções ambientais sejam também construtivas e não só de conservação e preservação.
Assim o trabalho ganha um peso e uma responsabilidade maior, se transformando num instrumento de comunicação, mobilização e capacitação da comunidade. Os objetivos da requalificação do sistema ambiental do Aglomerado da Serra apontam para benefícios que ultrapassam em muito os limites do seu território além de ampliar a oferta de qualidade de vida disponibilizando áreas de convívio e lazer para os moradores.(RCAPMISERRA)
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Recuperar uma área degradada em solo urbano depende quase que exclusivamente do respeito conquistado por este espaço na população que convive diretamente com o local. Para que isto aconteça o projeto de recuperação deve ser claro e objetivo. Como construir uma relação sustentável dos moradores de assentamentos urbanos com áreas de proteção ambiental? O caminho escolhido foi o do potencial comunicativo do projeto paisagístico. O caminho foi encontrar uma linguagem comum entre o morador e o paisagismo. E a linguagem desenvolvida foi o jardim. Desenhar um projeto de recuperação ambiental numa linguagem construída pelos próprios moradores. Iniciar um diálogo entre o espaço e o morador mas com palavras do próprio morador.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra É preciso no Aglomerado, que todas as áreas sejam vistas como jardins, como praças públicas, áreas comuns e com função explícita de acabamento, embelezamento, integradas às obras físicas. Em áreas de ocupação irregular, qualquer espaço livre é visto como espaço de possível ocupação. Tornar as áreas de proteção e conservação ambiental, áreas de risco geológico, áreas recuperadas, taludes de corte e aterro, em áreas visivelmente ocupadas, com utilidade explicita, transformar estas áreas em áreas públicas, em parques, praças, em áreas respeitadas e principalmente em áreas bem cuidadas. Reconhecer estes espaços é a iniciação ao processo de aceitação deste espaço. A ignorância, o ignorar, o não entendimento é o pior inimigo da apropriação de espaços.
O não reconhecer no espaço seus elementos e a importância deles faz destes elementos, elementos sem nome. Faz do espaço um espaço ausente.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Um projeto paisagístico deve se integrar ao espaço. Seus elementos devem ser facilmente identificados, inclusive suas relações. Relações com objetos construídos, com seu entorno direto, com a paisagem e também com os outros elementos do projeto. Clareando relações estéticas, funcionais e ecológicas. Ao facilitar o reconhecimento, A identificação e principalmente a integração com as obras físicas do Programa, A intervenção ambiental passa a ter papel fundamental na capacitação da comunidade para uma nova realidade a ser construída no Aglomerado. Uma nova leitura do espaço. Uma nova relação com este espaço surge de uma proximidade. De uma intimidade.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Ao se implantar elementos desconhecidos, em locais carentes desta infra-estrutura, tem-se a impressão de que seria o mesmo que tentar começar uma conversa, mas em uma língua estrangeira. A favela e a cidade têm vocabulários diferentes. Como encontrar então uma língua comum? Como construir esta linguagem? Dando nomes. Encontrando elementos comuns a estes dois vocabulários. Construindo um jardim numa área remanescente, implantando uma praça ou realizando um projeto de arborização em um beco, dá-se a este beco o caráter de via urbana. Encontra-se um nome em comum. Na favela é beco. Na cidade é rua. Mas são os dois, vias urbanas. São os dois, partes da mesma cidade. Faz-se assim a tradução de uma palavra. A intervenção funcionando como ferramenta de comunicação.
A intervenção física inicia o diálogo entre a cidade e a favela, mas numa língua estrangeira, desconhecida. A intervenção ambiental e paisagística traduz este diálogo para uma linguagem comum.
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Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra - Mas afinal, o que é meio-ambiente? - ...meio-ambiente é pracinha...
Declaração de aluna do Programa de Educação Ambiental
Este é o maior objetivo. Proporcionar a integração de vila e cidade através de intervenções estruturantes e da regularização fundiária. Capacitar uma comunidade a diferenciar o público do privado através da requalificação espacial. Através de intervenções ambientais paisagísticas. E para a construção deste trabalho foi constituída a Equipe Ambiental. Formada em fins de 2007 para a execução de paisagismo nas áreas livres dos condomínios e Complexo Esportivo do Aglomerado da Serra, a Equipe inicia suas atividades com a contratação de jardineiros locais com o objetivo de economia e de maior controle sobre o processo executivo. A carência de mão de obra apontou pra necessidade de capacitação dos membros da Equipe.
Cursos de formação e capacitação foram oferecidos à toda a Equipe e todo este trabalho de capacitação funcionou como piloto da construção da Escola de Jardinagem. Material didático foi constituído a partir de parcerias com a FZB e Parque das Mangabeiras. Em Março de 2008 a Equipe se estrutura de maneira definitiva. O trabalho desenvolvido pela Equipe Ambiental se estrutura em três eixos: - Capacitação - Execução - Mobilização e comunicação
Capacitação .Escola de Jardinagem .Escola Infantil de Jardinagem .Atividades dos Programas de Educação Ambiental e Remoção e Reassentamento, realizando Cursos de Jardinagem para adultos e crianças.
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Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Mobilização A presença da Equipe Ambiental realizando a implantação e manutenção de jardins no Aglomerado além de funcionar como ferramenta de capacitação, explicitando o caráter publico destes locais, proporcionou também a execução do cadastro de moradores parceiros do programa. Apresentando e, principalmente, cuidando e dividindo a responsabilidade deste cuidado com os moradores locais, a Equipe alcançou resultados positivos em quase a totalidade de jardins implantados nas áreas remanescentes antes sem destinação de uso e com o histórico de reocupação e degradação por lixo e entulho. Além da integração com a comunidade e a cidade formal através de canais de comunicação e na prestação de serviços de jardinagem. Para a execução dos projetos de paisagismo foi constituído a partir de junho de 2008 o Viveiro Escola . O processo de formação do viveiro foi participativo com doações de mudas pela comunidade através do trabalho de mobilização e cadastro de moradores parceiros. Hoje o Viveiro produz todas as mudas Ornamentais necessárias aos projetos.
Execução Jardins dos condomínios Jardins comunitários Recuperação de áreas degradadas Renaturalização de córregos Recuperação de mata ciliar e nascentes Manutenção de praças e canteiros Arborização de vias e becos
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Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Planejamento de Metas da Equipe Ambiental ANO 2009 Descrição da Equipe - Analista Ambiental (1) Biólogo (Especialista em Planejamento Ambiental Urbano) - Coordenador de Campo (1) Paisagista técnico jardinagem e viveiro - Jardineiros (10) Plano de Ações Equipe executiva de 10 jardineiros Formação de 5 duplas de trabalho Produtividade -Uma praça (área) por dupla por semana com 150 mudas (em média) plantadas por praça -Implantação e manutenção do viveiro Totalizando 200 praças por ano e viveiro produzindo 30.000 mudas por ano
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Todo o trabalho executivo buscou alcançar este objetivo, mas a dinâmica do processo executivo do Programa Vila Viva exigiram outras ações: .Paisagismo - Mais de 60 jardins nos conjuntos habitacionais(584 unidades habitacionais distribuídas em blocos de 8 unidades, todas elas com espaço para a implantação de jardins, e alguns condomínios contemplados com áreas de proteção ambiental que foram transformados em pomares ou revegetadas com arbóreas nativas ou ornamentais) - 13 praças de lazer (praça de skate, basquete rua, parkour, pomar ravel, playgrounds, academia, nascente, bicicleta, rua união, arauto, bandoneon, ginástica rua nascentes, projeto providencia) - 31 áreas remanescentes degradadas por entulho e lixo (beco oliveira, 3 na rua das nascentes, 3 na rua ravel, pedra verde, joana darc, luiz gonzaga, 2 na rua rui guerra, edson pisani, dona benta, pomar da bandoneon, talude bandoneon, 3 no beco do interceptor da 3ª agua, taludes da av do cardoso, mangabeira da serra, corredor rua amizade, esquina do bloco B,esquina da rua são joão, passeio da av do cardoso, talude da av nossa senhora de fátima, viaduto, 4 app da rua são joão)
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra - recuperação de área de recarga da nascente da 3ª agua - renaturalizacao de dois cursos dagua (limpeza e plantio)(3ª agua e cardoso) - paisagismo do parque do cardoso e recomposição de mata nativa no núcleo da rua jorge dario) - recomposição de mata ciliar do parque da 3 agua e entorno limite do parque - semeadura manual do parque do pocinho - semeadura manual de taludes (binário, muros da cardoso, barragem, edson pisani, pablo neruda, rui guerra, chaparral, bh cidadania) - arborização de vias (av cardoso, rua são joão, rua argemiro) - arborização de becos
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.Viveiro - produção de aproximadamente 30.000 mudas de ornamentais e arbóreas - mais de 70 espécies diferentes(abacaxi roxo, agave americana, agave azul,alpinea, alumínio, angélica, aptenia, arvore da felicidade, banana de macaco, bastão do imperador, beijinho, bico de papagaio, bico de veludo, boldo do chile, boldo, camarão amarelo, camarão azul, clusia, comigo ninguém pode, coração magoado, dinheiro em penca, dracena, dracena real, dracena vermelha, eritrina, espada de são jorge, espironema, espirradeira, azulzinha, furcreae, gerânio, giesta, heliconia, hibiscus, ipomea, algodão bravo, íris, ixoria, jasmim manga, jibóia, lambari, camará, lanterna chinesa, brinco de princesa, lichia, clorofito, maranta, maranta pavão, margarida, vedelia, margarida de arvore, moréia, onze horas, oropronobis, oropronobis amarelo, paineira rosa, palma, piteira, piteira amarela, piteira branca, piteira de bola, scheflera, taioba, yuca, zabumba, zebrinea, olho de cabra, aroeira salsa, álamo, ipê amarelo, amora)
Atividades de Executivas da Equipe Ambiental
Pessoas atendidas Atividade
Curso de Jardinagem
Local
ESPÉCIE/QUANTIDADES * YUCAS * IRIS * AGAVE * PALMA * ARVORE FELICIDADE * JIBOIA * ALGODÃO BRAVO * UVA * CORAÇÃO MAGOADO * VEDÉLIA * AMORA * CACTO * DINHEIRO EM PENCA * LAMBARI * HERA * ABACAXI ROXO * PINGO DE OURO * ESPIRRADEIRA * HIBISCUS * CANELA DE EMA * DRACENA * BICO DE VELUDO * ORA PRONOBIS
102 160 2361 50 298 376 552 32 1000 1000 516 83 84 475 168 08 73 34 618 32 30 28 14
CLUZIA VINAGREIRO CHAPÉU NAPOLEÃO AZALEIA INGÁ ROSA BRANCA CLOROFITO COPO DE LEITE ALAMO PITEIRA ESPIRONEMA IPÊ MIRIM PAINEIRA CHEFLERA LANTERNA CHINESA BICO PAGAGAIO AMARANTA MARGARIDA DE ARVORE MOREIA ESPADA DE SÃO JORGE BASTÃO DO IMPERADOR ZABUMBA ANGELICAS FÓRMIO TOTAL
22 16 07 44 235 69 200 71 17 1383 51 101 110 182 65 1132 61 13 292 56 46 26 912 13 13218
Público Alvo 2008
2009
Horas
20
20
16h
50
20h
Sala Verde - Vila Viva Serra
Programa de Remoção e Reassentamento
Curso de Jardinagem
Parque da Terceira Água
Programa de Remoção e Reassentamento
Educação Ambiental
Parque da Terceira Água e Parque do Cardoso
Alunos do Programa de Educação Ambiental
370
293
2h/turma de 25 alunos
Sala Verde
Moradores locais
-
60
24 h
Sala verde
Projetos sociais do Aglomerado
240
2h/turma de 30 alunos
ESTOQUE ATUAL VIVEIRO 20 DE JAENEIRO DE 2010 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
- Educação e Percepção Ambiental
Curso de Jardinagem para crianças
Curso de Jardinagem
180
Atividades de Capacitação e Formação da Equipe Ambiental Atividade Curso de introdução a jardinagem Curso prático de produção de mudas Trabalho prático de percepção ambiental Curso de arborização e jardinagem Curso prático de produção de mudas Visita Orientada
Local Parque das Mangabeiras Viveiro Fundação ZooBotânica Praças e Parques municipais UFV - Florestal Viveiro Fundação ZooBotânica Viveiro FZB
Pessoas 7 8 7 2 10 2
Horas 8h 4h 4h 28h 4h 4h
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra .Educação Ambiental, Capacitação e Ocupação Além do trabalho executivo, a Equipe Ambiental realizou grande parte do trabalho de Educação Ambiental, com atividades de Iniciação a Jardinagem para crianças(250 crianças atendidas por semestre), percepção ambiental(370 crianças atendidas por semestre), atendimento a visitas orientadas, atendimento a escolas e faculdades e desenvolvendo atividades e ações da Escola de Jardinagem.
Pela Escola de Jardinagem foram capacitados por volta de 60 moradores. O resultado tem sido positivo na formação de uma nova oportunidade profissional, o que tem garantido a recolocação de alunos no mercado de trabalho. Tendo por prestação de serviços ou em empregos formais. Uma curiosidade da Escola é que a grande maioria dos alunos é do sexo feminino(70%), são pessoas que demonstraram interesse pelo curso como curiosidade ou por interesse em cuidar de plantas. Estas pessoas durante o curso se conscientizaram da oportunidade profissional que se abria para elas e se tornaram os melhores alunos da Escola. Algumas mulheres hoje estão empregadas em empresas de manutenção de condomínios na cidade formal e outras, além de se apropriarem dos jardins das unidades habitacionais que residem, realizam manutenção profissional em jardins particulares da cidade. A Equipe Ambiental também foi responsável pela contratação de ao menos vinte alunos que trabalharam no processo executivo do programa como forma de alcançar experiência profissional. A rotatividade profissional da Equipe sempre teve este objetivo, possibilitar uma formação profissional de maior qualidade para os alunos da Escola.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra O planejamento da Escola de Jardinagem se estrutura em ações teóricas e práticas. As turmas são formadas em número de vinte alunos. O Curso tem a duração de seis semanas, duas aulas por semana de 150 min, assim distribuído: -Módulo 1: Jardim e Paisagismo -Módulo 2: Técnicas de Jardinagem -Módulo 3: Produção de Mudas -Módulo 4: Meio Ambiente e Jardim -Módulo 5: Cidadania e Mercado de Trabalho -Módulo 6: Mobilização e Marketing pessoal Todo o trabalho realização pela Equipe Ambiental tem a preocupação de ser também ator no processo de integração com a cidade formal, para isto qualquer trabalho executivo é acompanhado de mobilização social, aumentando a proximidade do processo de urbanização com o morador, proporcionando uma melhor apropriação das intervenções pela comunidade. Realçando os limites entre áreas públicas e áreas privadas.
Além da parceria com a FZB e o Parque das Mangabeiras, outras pessoas ou entidades já fizeram presentes nas atividades da escola de jardinagem. Fornecendo material teórico, vídeos, DVDs, apostilas e inclusive algumas palestras de profissionais da área de paisagismo.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Paisagismo, jardinagem, praças, canteiros comunitários, condomínios, viveiros, parques. Capacitação, mobilização, integração. Requalificar um espaço através de intervenções estruturantes e ambientais foi o eixo mais forte de outro trabalho da Equipe Ambiental. O Programa de Educação Sanitária-ambiental do Aglomerado da Serra. Ação pioneira do trabalho ambiental e com o objetivo principal de otimizar a sustentabilidade das intervenções, este programa foi elaborado em parceria com os seguintes orgãos municipais e estaduais. -URBEL -Sec. Meio Ambiente -FPM -ZOONOSE -COPASA -Sec. Saúde -SLU O trabalho foi realizado em toda a rede social do Aglomerado, escolas, postos de saúde, projetos sociais, e etc.. Atuando como agente de formação de multiplicadores, capacitando professores, agentes de saúde e monitores. Realizando atividades teóricas relacionadas a saúde, meio-ambiente, esgoto, lixo, obras e cidadania. Atingindo todas as vilas. Alcançando diretamente e indiretamente já no seu primeiro ano de atividade(07/2006 a 07/2007) por volta de 5000 pessoas, entre alunos, professores e moradores. Outra ação realizada pelo Programa foi a retirada das crianças dos canteiros de obras e oferecer atividades de lazer e educação ambiental, diminuindo o risco de acidentes nas obras, principalmente da época das férias escolares. Este trabalho acabou se tornando um sucesso, ganhando o nome de Colônia de Férias do Aglomerado da Serra, e hoje se encontra na sua sétima edição. Oferecendo atividades esportivas, artísticas e educativas pra quase 500 crianças. Esta ação já foi inclusive assumida pelas secretarias de educação e pelo BHCIDADANIA implantado pelo Vila Viva no Parque da Terceira Água.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra O ano de 2010 é um ano decisivo pro trabalho ambiental. Neste ano as intervenções terminam e a Equipe Ambiental também. Como terminar um processo executivo sem perder todo o trabalho executado? Mas como entregar pra cidade tamanha responsabilidade em cuidar e manter estas áreas públicas? Em Belo Horizonte existe um problema muito sério em relação às áreas verdes e parques municipais. São mais de 70 parques, mas menos de dez são conhecidos pela cidade e apenas um é comum no imaginário das pessoas. O Parque Municipal, implantado na fundação da cidade. Um parque com roda gigante, com brinquedos e diversão. No Aglomerado da Serra as áreas destinadas aos parques sempre foram importantes no processo de comunicação com a comunidade. A metodologia de saneamento e coleta de esgoto doméstico, antes lançados diretamente nas ruas, drenagens e córregos, foi a de interceptar estes lançamentos antes que eles alcançassem os cursos d’água. As áreas definidas pela implantação destes interceptores foram destinadas aos Parques do Aglomerado.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra A Educação Ambiental do Programa Vila Viva partiu na direção de transformar estas áreas de proteção ambiental em áreas públicas. A renaturalização de um córrego tão degradado se transforma na construção de recursos naturais, de córregos e suas matas ciliares. Esta construção, este processo de transformação de um canal de esgoto em um curso d’água, foi um grande desafio mas acima de tudo um aliado do Programa ao possibilitar a visibilidade da recuperação da qualidade das águas. Ao expor para a comunidade a requalificação de um local extremamente degradado em um local saudável e com qualidade ambiental. As primeiras intervenções de saneamento já foram suficientes para possibilitar a visibilidade do Córrego do Violão ou Terceira Água. Definindo assim o primeiro e maior parque do Aglomerado, o Parque da Terceira Água.A implantação da Avenida também definiu outra área, o Parque do Cardoso. Estas áreas foram de imediato introduzidas nas atividades de percepção ambiental do programa de educação ambiental. Mesmo ainda poluídas foram trabalhadas em atividades relacionadas ao lixo, esgoto, degradação, meio ambiente e etc. Isto trouxe à comunidade a visibilidade de todo o processo de recuperação destes cursos dágua e seus entornos. Proporcionando uma maior apropriação destes lugares após sua renaturalização. Sendo estes espaços hoje utilizados como referência de lazer e qualidade de vida para a comunidade.
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Parque do Cardoso Parque? Vai ter roda gigante? ¨Criança do grupo mirim de Educação Ambiental”. Parque tem que ter roda gigante. Se não tem brinquedo, não é parque. Ali no meio do esgoto e do lixo vai nascer um parque. O Parque do Cardoso. Vai ter roda gigante? Não. Não vai ter nenhum brinquedo. Vai ser um parque contemplativo... E fiquei eu contemplando, ali parado, aquelas crianças. Tentando explicar pra que diabos servia um parque contemplativo. Ali, bem na entrada do aglomerado, um parque fechado. Sempre fechado. O primeiro parque a ser feito. A vitrine da intervenção. Mas não pode tocar. Ninguém pode entrar. Só contemplar. Contemplar o quê? Preservar o quê? Um parque sem motivo aparente. Um parque sem ser parque, vale a pena chamar de parque? Pode até não ter roda gigante mas tem que ter brinquedo. Tem que ser divertido. Mesmo se for contemplativo, que seja bom só de olhar. Que diversão encontramos ali naquele lugar? Um canal que recebe três córregos. Encontramos um encontro de águas. Das águas do morro. Uma duas três. Primeira segunda e terceira Águas de Fátima. Um parque santuário. Um Santuário pra N. S. De Fátima. Nem tanto ao céu nem tanto ao inferno. Um parque para a água. Uma água que vai passar mais limpa. Uma não, três. Três águas que descem do morro. Um bom motivo de contemplação. Um bom motivo pra diversão. Com cores e flores. E ali no cantinho pode até caber uma capelinha. E que Nossa Senhora de Fátima nos abençoe.
Diretrizes Um Parque contemplativo sem acesso direto da população. Um Parque para ser visto e admirado de longe. Mas que mesmo longe cause emoção e desperte a curiosidade. Desperte o sentimento de próprio, de pessoal, de proximidade. Um espaço contemplativo, mas perto de todos. Perto de cada um. Um jardim, um quintal, um terreiro da casa de todos. Na vida de todos. Um projeto paisagístico que transforme um espaço degradado, desocupado, em um local de beleza e contemplação. Que requalifique o lugar, dê nome ao espaço. Dê qualidade, beleza, cor. Trabalhar com cores, com coleções de cores. Trabalhar com coleções de árvores de diferentes cores e tipos. Mas formando grupos, ilhas de cores. Ao invés de uma visão heterogênea e de difícil reconhecimento. Ilhas de cores. Ilhas amarelas. Vermelhas. Roxas. Brancas. O desenvolvimento da vegetação arbórea visto de longe, é um processo lento e monótono. Mas visto de perto, muito dinâmico. Ervas. Arbustos. Árvores pioneiras. Secundárias. Clímax. Confrontos. Disputas. Mortes. Nascimentos. Trazer este movimento para os olhos de quem contempla, através das cores. Da seleção e escolha minuciosa das espécies vegetais de acordo com seus papéis ecológicos. Separadas por cor com o objetivo de realçar o desenvolvimento da vegetação. Recuperar, formar, construir uma mata ciliar que proteja os cursos d' água e águas cada vez mais limpas do Aglomerado, mas uma mata ciliar que proteja, na história de cada cidadão, O direito a um espaço saudável, a um local agradável, a um grande jardim.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Projeto Paisagístico O projeto Paisagístico de Recuperação Ambiental do Parque do Cardoso muito mais que um projeto de recuperação da vegetação ciliar deve ser um projeto muito mais abrangente e de muito maior responsabilidade social. Proteger um curso d'água em solo urbano e principalmente em área de vilas e favelas tem um papel de capacitar a comunidade a reconhecer, a identificar, no espaço em que vive, um local mais saudável, resultado das obras estruturantes que estão sendo executadas. O Parque do Cardoso localizado na Avenida do Cardoso, maior obra física do Programa Vila Viva, recebe as águas naturais de quase toda a vila. Tornando-se uma grande vitrine da Intervenção. O projeto paisagístico foi realizado em parceria com a FZB dentro da idéia original de ilhas ou maciços, formando blocos coloridos que respeitassem a relação ecológica entre as espécies escolhidas. O Parque tem sido já reconhecido e apropriado pela comunidade. Ali já foi realizado um grande evento comemorativo do Dia da Árvore em parceria com um Projeto Social do Parque das Mangabeiras (Projeto Meninos do Parque), onde foram plantadas duzentas mudas por crianças e moradores vizinhos ao parque. Formando um maciço heterogêneo mas bem denso de nativas de mata ciliar. Este trabalho tem sido mantido e realçado pela equipe ambiental com a execução de coroas e plantio de arbustos e folhagens definindo uma área e valorizando os indivíduos arbóreos. Todo o Parque está cercado e um tratamento especial tem sido dado à vegetação limite à cerca. Os taludes foram revegetados por hidro-semeadura e biomanta com espécies variadas de gramíneas e leguminosas. Infelizmente este capim e arbustos têm obstruído a vista do Parque. Uma faixa desta vegetação tem sido substituída gradativamente por vegetação de pequeno porte com o objetivo de facilitar a visibilidade do projeto paisagístico.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Mas parque tem que ter roda gigante... E a equipe ambiental, novamente integrada com as equipes social, projetos e obras, realiza um levantamento das áreas remanescentes, resultantes de remoções de risco ou obras, no entorno do Parque e desenvolve projetos de ocupação destes locais. Mas um projeto onde todas as áreas tivessem uma ligação, uma unidade, uma linguagem explícita de comunicação entre cidade e vila, devido à localização do Parque. Foi então realizado um levantamento de possibilidades, de acordo com a disponibilidade e topografia destas áreas, mas acima de tudo compatibilizando com as demandas da comunidade, já conhecidas através do PGE, por equipamentos de lazer. O grande número de jovens moradores do Aglomerado (aproximadamente 30%, no caso específico da Vila do Cafezal 35%) foi decisivo na direção do planejamento de ocupação destas áreas remanescentes. A dificuldade de grandes áreas planas inviabilizariam a implantação de campos de futebol ou quadras poli-esportivas. Era preciso então encontrar um tema que tornasse possível esta ocupação. Um tema jovem, uma linguagem jovem, um diálogo possível com a com a comunidade, com a juventude de toda a cidade. Um trabalho de pesquisa foi realizado com associações de praticantes de esportes de Belo Horizonte. Após a pesquisa foi feito um trabalho de compatibilização destes esportes e suas respectivas necessidades, quadras, equipamentos, com a real situação das áreas remanescentes disponíveis para ocupação. Foram assim selecionados esportes de grande apelo jovem e cultural. Esportes radicais. Esportes urbanos. A decisão por estes esportes tem também o papel de transformar o olhar do jovem em relação ao espaço em que vive. Ajudando no reconhecimento da cidade como lugar de todos.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Os esportes definidos para o Parque do Cardoso fizeram do Parque um grande Parque de Esportes Radicais, talvez o maior da cidade com este tema. São praças separadas fisicamente mas conectadas por uma linguagem jovem e por uma unidade arquitetônica, de cores e volumes. Praças de Skate, parkour, bike, basquete de rua, playground para crianças, alongamento, tubos e ginástica. Tudo isto aliado a um projeto de arborização margeando a Rua Ravel, via localizada no limite da Vila do Cafezal com o Parque e que faz a ligação física entre as praças construídas. Este projeto facilitará o reconhecimento do Parque como um Parque e não um conjunto de praças isoladas. Para isto era preciso encontrar uma espécie que fosse facilmente reconhecível pela população, uma espécie presente na história da Vila. E a vila mais próxima é a Vila Cafezal. Fizemos então a escolha pelo café. Introduzir uma espécie pouco utilizada em paisagismo tem também papel, além de estético ou de resgatar no imaginário das pessoas a relação desta planta com o nome da própria vila, tem o papel de apresentar um parque diferente, com equipamentos diferentes, mas um parque que transformou áreas degradas em locais de lazer e convívio. Transformou um local degradado num local saudável. Tão saudável quanto na época em que neste espaço só existia uma fazenda de café. Outro benefício deste parque foi encontrar uma nova possibilidade de ocupação de áreas remanescentes. Normalmente inviáveis para a implantação de quadras ou equipamentos convencionais.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Mas um diálogo não se faz numa única direção, era preciso iniciar, chamar os jovens pra conversar. Aproximar os jovens dos esportes radicais, que a grande maioria apenas conhecia de longe. Assim antes que as praças pudessem ser mal interpretadas ou degradadas, oficinas de introdução a estes esportes, apresentando técnicas de segurança e de uso destes equipamentos construídos, estão sendo realizadas como parte integrante do trabalho de Educação Ambiental. Escolinha de Introdução ao Skate Público alvo: crianças e adolescentes Peíodo: 07/2007 a 11/2009 (realizados 8 módulos de dois meses cada com turma manha e tarde) Periodicidade: três vezes por semana turmas pela manha e a tarde Público capacitado: 20 crianças por turno totalizando 320 alunos Público iniciante: crianças das escolas vizinhas (duas turmas por semana com 20 crianças) totalizando 720 crianças Esolinha de Introdução ao Parkour Público alvo: crianças e adolescentes Período: 10/2008 a 02/2009 (realizados 2 módulos de dois meses cada com turma manha e tarde) Periodicidade: três vezes por semana turmas pela manha e a tarde Público capacitado: 30 crianças por turno totalizando 120 alunos Público iniciante: crianças das escolas vizinhas (duas turmas por semana com 20 crianças) totalizando 320 crianças Estas oficinas estão sendo ministradas por profissionais de cada esporte, profissionais que pertencem a associações ou grupos de praticantes já estabelecidos na cidade. Estes mesmos grupos foram parceiros voluntários na idealização e principalmente na execução dos projetos de cada praça. Isto aumentou muito a qualidade dos projetos executados, mas acima de tudo cooperou em muito para o maior objetivo do programa, integração entre cidade e vila. Dando visibilidade aos equipamentos implantados, que são assim utilizados por praticantes não apenas do Aglomerado mas também da cidade formal. Tendo sido inclusive realizado um encontro nacional na Praça de Parkour além do parque já ter sido citado em revistas e programas especializados.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Além de oficinas o projeto contempla a formação de uma biblioteca especializada em esportes radicais. Funcionando como centro de referência pra população jovem, com revistas, livros e vídeos. Cadastrando os praticantes e interessados, mas acima de tudo melhorando o relacionamento da comunidade com os equipamentos de lazer produzidos. Este projeto será realizado em parceria com publicações especializadas em esporte e cultura radical e funcionará também como ferramenta de comunicação e divulgação destes locais e oficinas.
Assim nasce o Parque do Cardoso, um Parque localizado na divisa entre a vila e a cidade, um Parque de Esportes Radicais, mas acima de tudo um Parque comunicativo, um grande Parque Cultural. Cultura é transformar em utilidade aquilo que temos. Tínhamos limites radicais, que foram transformados em oportunidades. Oportunidades radicais.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra
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Parque da Terceira Água O Parque da Terceira Água vai ser o grande parque do Aglomerado. Suas características topográficas favoráveis, seu curso dágua poluído mas em leito natural, suas margens vegetadas ainda que com poucas espécies nativas, sua baixa ocupação por residências, tudo isto aliado à localização dos conjuntos habitacionais da rua São João, av. do Cardoso e núcleo CREAR, trazem uma responsabilidade muito grande sobre a utilização desta área. São mais de 300 famílias reassentadas que serão vizinhas ao parque. Serão implantados também, no seu entorno, equipamentos do BHCIDADANIA e UMEI. O acesso principal ao parque se dará pela rua D. Benta que terminará na entrada do BHCIDADANIA, local que funcionará como espaço de educação, capacitação, bem como atividades das políticas sociais da PBH.Dando suporte às famílias reassentadas e funcionando como referência de informação à população e aos visitantes. Aqui novamente a integração da Equipe Ambiental tem um papel importante na execução dos Projetos Arquitetônicos desenvolvidos para a ocupação desta área. Os equipamentos de lazer construídos foram elaborados com a diretriz de serem utilizados como ferramentas da Escola Integrada, beneficiando diretamente a população. Apesar de ter uma topografia não tão acentuada como as outras áreas, aqui ainda se encontram apenas pequenos platôs localizados onde foram removidas casas e benfeitorias e algumas áreas remanescentes antigas que serão aproveitadas para obras. A ocupação da área se dará pela utilização destes múltiplos espaços, não muito grandes, formando um emaranhado de equipamentos de lazer que terão alguma relação entre eles formando uma trilha de espaços de convívio e diversão, dando identidade ao Parque como um todo.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra As áreas destinadas à implantação dos parques do aglomerado são áreas lineares aos cursos dágua. Sendo áreas protegidas desde a nascente. Assim a primeira intervenção executada foi o trabalho de proteção e enriquecimento da área de recarga da nascente da Terceira Água. Para uma melhor apropriação e capacitação da comunidade a reconhecer esta nascente como área de lazer foi projetada uma praça com poucos equipamentos valorizando o caráter contemplativo do local. Todo o Projeto Arquitetônico do Parque foi desenvolvido visando a integração com o entorno, com os novos conjuntos residenciais construídos e principalmente com os equipamentos de outras politicas públicas, como escolas e projetos sociais. A principal diretriz foi a mínima intervenção em áreas já vegetadas, ficando os projetos a serem desenvolvidos tendo apenas as áreas onde foram removidas moradias para a implantação de equipamentos. Evitando movimento de terra e remoção da vegetação. A área total do Parque é de aproximadamente 60000 m2. Com total de área impermeável prevista no projeto não alcançando 5%(2960 m2). O maior equipamento construído será o BHCIDADANIA, e o local possível destinado para esta implantação foi um platô localizado no fim da Rua Dona Benta, onde foi removido uma moradia que aliada a um terreno ocupado por um ferro velho do antigo morador, resultou em um platô com poucas árvores (mangueiras e ameixeiras) a serem suprimidas, viabilizando a implantação com o mínimo de movimento de terra e retirada de vegetação. A implantação próxima à via e principalmente na entrada realça a importância do parque. Um parque ativo socialmente e ambientalmente já que também ali funciona o viveiro de mudas. Este equipamento totaliza um área construída de 1000 m2 e com uma área de projeção de 700 m2. A localização deste equipamento, em termos geológicos, se dá próxima a um talvegue seco utilizado como caminho de drenagem de chuvas e por onde também era conduzido o esgoto de parte da Vila Fátima, antes da implantação do interceptor de esgotos. Para a execução do projeto foram realizados furos de sondagens próximos ao talvegue e não foi constatada a presença de água em nenhum deles.
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Parque da Segunda Água Talvez o talvegue mais difícil do aglomerado. Muito estreito e inclinado A área que deve ser aproveitada para uso provavelmente não será suficiente para a implantação de nenhum equipamento de lazer Deve ser contemplado também apenas com projeto paisagístico na recuperação das margens e enriquecimento com espécies vegetais. Além da recuperação do curso d’água. Uma grande mata de palmeiras diversas que se desenvolverão e tornarão possível no futuro que se estabeleçam algumas trilhas de caminhada confortáveis e agradáveis, ao longo do córrego. O desenvolvimento das ilhas de palmeiras dará ao lugar antes visto apenas como um buraco para lançamento de lixo e esgoto um aspecto menos profundo e mais saudável. Aqui o papel das ilhas de dispersão no tocante ao reconhecimento e qualificação do espaço volta a ser fundamental na apropriação deste espaço. Outro fator fundamental pra este reconhecimento se deve ao planejamento de expansão do viveiro de mudas para alguns platôs resultantes de remoções de moradias bem próximos à avenida do Cardoso e também do córrego, o que viabiliza a implantação de canteiros produtores de mudas, inclusive de palmeiras. Esta ampliação vai possibilitar a visibilidade de mais esta área de proteção e lazer para a cidade.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra Neste encontro com a avenida também se encontram alguns equipamentos que foram construídos como canteiros de obra, refeitório e escritórios. São construções realizadas em madeira e com metragem suficiente e qualidade construtiva para abrigar equipamentos de apoio aos parques do aglomerado. Sua localização na avenida do Cardoso dará às áreas dos parques uma maior visibilidade, principalmente como área pública. São duas construções: A primeira e maior, se constitui de um refeitório com um grande espaço livre que poderia abrigar o centro de apoio aos visitantes dos parques e funcionaria também como sede da Escola de Jardinagem. Além de um depósito para ferramentas e insumos necessários à manutenção dos parques. A segunda área é um conjunto de três escritórios que poderiam servir de salas para educação ambiental, biblioteca de esportes radicais (ver parque do Cardoso) e local para reuniões ou administração.
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Parque da Primeira Água A área do talvegue destinada ao parque vai receber também a maior obra do programa, a av. do Cardoso, que será implantada na margem direita do córrego, respeitando-se a área de proteção ambiental, que se encontra protegida e vegetada sendo alvo de enriquecimento arbóreo. Quase na esquina com a av. N. S. de Fátima existe uma pequena cachoeira. Cabe aqui um outro equipamento onde o valor da água seja resgatado e aproveitado com bicas e área de lazer. Novamente com a idéia de se separar as águas de drenagem das águas de nascentes, já que abaixo deste cruzamento uma grande galeria funcionará de receptora de grande rede de drenagem despejando um grande volume de água na época das chuvas. Existe também problema de lançamento de lixo e entulho, planejar o uso deste espaço daria ao lugar um outro aspecto além de resolver o problema de degradação, transformando o local numa área de lazer sendo assim mais facilmente apropriada pela população.
Mata do Cafezal A área de maior importância ambiental e histórica do Aglomerado Ambiental por se tratar da maior coleção de espécies de mata ciliar existente em todo Aglomerado. E histórica por ser uma área de grande porte que foi protegida pela família de um morador. Protegida cuidada e praticamente plantada por esta família que reside ali desde os anos 30. Árvores de grane porte dão ao lugar um aspecto de ilha ecológica no meio de um aglomerado de casas dos mais adensados existentes. Aqui o valor deste cuidado com o espaço realizado pelos moradores deve ser realçado. Nenhuma intervenção deve ser executada. Nenhum movimento de terra. Nenhum equipamento construído. Aqui a preservação deve ser rigorosa e mais ainda valorizada. A implantação de estufas de produção de flores e pequenos canteiros dando acabamento ao espaço, algumas trilhas de caminhadas devem funcionar educativamente aos visitantes, já que o lugar por si só impressiona. Requalificar aqui ganha o papel de homenagem ao cuidador e protetor desta área
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Parque do Pocinho A área destinada ao parque do pocinho é a área mais degradada de todos os parques Dois cursos dágua completamente transformados em canaletas e escadas de drenagem pluvial mas que recebem esgoto em grande escala Situado abaixo da rua da Água na vila Marçola toda sua área se encontra ocupada e muito adensada Um talvegue semelhante aos outros parques mas com áreas de lançamento de lixo bem antigas Algumas com mais de vinte metros de profundidade, toda a área se encontra comprometida por risco geológico ou por insalubridade Recuperar a vegetação e os cursos dágua num processo normal de restauração de áreas degradadas após a retirada das casas levaria anos e seria impossível conter novas ocupações Já que a região é muito próxima à cidade, bairro Serra O trabalho de revegetação deve ser aliado a um trabalho de permeabilidade do parque Com a remoção das moradias e acomodação dos entulhos, grandes bermas e taludes definiram o perfil do terreno, estas bermas podem ser usadas como áreas de lazer e recreação. Este trabalho deve caminhar junto com o trabalho final de revegetação arbórea. A cobertura vegetal foi realizada por semeadura manual com resultado excelente estando atualmente no processo de plantio de maciços vegetais com espécies nativas, frutíferas e ornamentais produzidas pelo Viveiro Escola do Parque da Terceira Água.
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Conselho Gestor A Gestão das áreas destinadas à implantação dos Parques do Aglomerado, assim como todas as áreas de Parques da cidade, ficará a cargo da FPM-Fundação de Parques Municipais de Belo Horizonte. Ainda cumprindo determinação das Condicionantes do Licenciamento Ambiental, um Conselho Gestor deverá ser constituído sendo partes deste Conselho representantes da Secretaria de Meio-ambiente, Fundação de Parques Municipais, Secretaria de Administração Regional Municipal Centrosul, Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte e da Comunidade representada pelo Conselho Consultivo. A formação deste Conselho Gestor segue a linha dos outros conselhos já constituídos para gestão de outros equipamentos públicos municipais. Tendo representantes da comunidade como conselheiros consultivos. No Aglomerado da Serra a capacitação e formação da Equipe Ambiental e principalmente dos profissionais formados pela Escola de Jardinagem apontam para um outro caminho de co-responsabilidade da gestão das áreas de parques implantadas. A formação de um Conselho Consultivo mas também Executivo. A implantação do Viveiro Escola, como fornecedor de mudas para os projetos paisagísticos, aliada ao processo de intervenção saneadora do curso d’água possibilitaram uma apropriação saudável do Parque da Terceira Água pela comunidade como equipamento de lazer. Mas acima de tudo como equipamento produtivo comunitário. Os jardineiros formados pela Escola e também os cadastrados pela Equipe Ambiental formam um grupo de profissionais que através do trabalho de produção de mudas fazem a gestão e manutenção de todo o parque. Cooperando com a fiscalização e principalmente diminuindo muito as despesas com manutenção deste equipamento.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra A formação de uma rede de profissionais de jardinagem independente de recursos públicos mas que através da utilização destes espaços para a produção de mudas ornamentais para a manutenção e implantação de jardins na cidade formal, tanto em locais privados quanto associado ao Projeto Adote o Verde tem apresentado resultados promissores desta gestão executiva. A participação desta rede na cidade formal coopera também para a apresentação dos resultados de Requalificação Ambiental realizado no Aglomerado da Serra, aproximando a cidade da favela. A rede de profissionais além de se tornar co-responsável pelos parques através da implantação de viveiros produtivos é formada também de moradores locais que, através de um instrumento da URBEL (Termo de Uso Não Edificante de Área Remanescente), se apropria de áreas antes degradadas por lixo ou entulho resultantes de remoções de risco ou de intervenções, realizando ali pequenos jardins produtivos de mudas ornamentais. Estas pessoas são cadastradas e se responsabilizam por estes espaços antes reservados à possíveis novas ocupações com moradias ou por lançamento de lixo e entulho. Este trabalho poderá ser associado ao trabalho de um outro programa da Prefeitura Municipal (SLU-Superintendência de Limpeza Urbana) chamado Agentes Comunitários de Limpeza, formado por moradores da comunidade. A capacitação destes Agentes em técnicas de jardinagem e manutenção de jardins além de proporcionar a formação profissional e consequente profissionalização e geração de renda, transformaria o trabalho de limpeza urbana em agente de capacitação da comunidade como um todo a respeito da diferenciação entre áreas públicas e privadas. Cooperando para o trabalho de Regularização Fundiária, definindo limites precisos através da requalificação espacial destes locais antes degradados e abandonados.
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Conselho Gestor Todo este trabalho de apropriação e requalificação tem dado certo e apresentado resultados muito positivos. Foram realizados mais de trinta jardins em áreas remanescentes, destes jardins nenhum foi novamente degradado ou foi invadido por novas moradias. Aqui vale uma observação interessante sobre a metodologia participativa. As áreas ou praças implantadas com projetos paisagísticos realizados por paisagistas contratados ou voluntários foram degradadas pela comunidade. Ao contrário daqueles projetos realizados como oficinas da Escola de Jardinagem, que foram respeitados e apropriados. Demonstrando mais uma vez o potencial da participação popular como ferramenta de gestão dos espaços públicos implantados pelo Programa. Este Gestor Executivo tem sua sede formal na Associação de Moradores da Vila Fátima, que já é referência para a comunidade. Pensar hoje num processo descentralizado de gestão pode ser audacioso mas também promissor e de pouco risco para o poder público. A gestão executiva teria autonomia mas seria fiscalizada pela FPM e demais orgãos públicos envolvidos no Conselho Gestor. A preocupação com a sustentabilidade das intervenções foi sempre uma constância no processo executivo do Vila Viva, ferramentas de educação e capacitação comunitária foram desenvolvidas e aplicadas com este objetivo, mas sustentabilidade tem início com o final do processo executivo.
Programa Vila Viva - Serra Parques do Aglomerado da Serra O Córrego do Violão, curso d’água do Parque da Terceira Água, era usado como coletor de esgoto de parte da Vila Fátima, com a implantação dos interceptores de esgoto as suas águas começaram a correr limpas, mas seu leito e suas margens estavam repletas de lixo e lodo de esgoto. Seu curso impedido ou desviado por entulhos ou escorregamentos de terra. Foram precisos dois anos de trabalho para que ele pudesse ser totalmente saneado e limpo. Além de fiscalização intensa evitando novos lançamento de esgoto ou vazamentos das tubulações. O trabalho de Remoção e Reassentamento garante ao morador das Unidades Habitacionais o acompanhamento das famílias por um período de dois anos após a mudança. Este trabalho fornece ao morador maior segurança numa nova condição de vida e maior sustentabilidade dos condomínios implantados. As intervenções ambientais não têm o mesmo desenvolvimento das intervenções físicas. Após o plantio de centenas de árvores numa mata ciliar ou a mudança de uma família para um apartamento é preciso acompanhamento. Dois anos foram necessários para o Córrego do Violão e o Parque da Terceira Água se transformar num equipamento de lazer. As vezes leva tempo pra se reconhecer um parque onde antes corria esgoto.