Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010
BANCOS ENROLAM E BANCÁRIOS MARCAM
GREVE
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LEIA MAIS
epois de oito reuniões para negociar as reivindicações dos bancários, os bancos continuam sem proposta. Até agora, disseram “não” para uma série de questões e prometeram
Pernambuco registra oito assaltos a bancos em menos de quinze dias Pág. 4
apresentar algo concreto no próximo dia 22. Se a proposta não agradar, bancários devem cruzar os braços por tempo indeterminado a partir do dia 29 de setembro. Páginas 5, 6, 7 e 12
Funcionários exigem avanços nas negociações específicas com BB e CEF Pág. 8
Pressão do Sindicato arrancar restabelecimento da licença-prêmio no BNB Pág. 9
TEMA LIVRE
Jornal dos Bancários
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O Brasil e as eleições N
o próximo dia 3 de outubro, os brasileiros vão às urnas para escolher o novo ou a nova presidente da República, além de governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Após 121 anos de República, essa é a primeira vez na história do país que uma mulher tem a possibilidade real de chegar ao mais alto cargo do Brasil. De acordo com as últimas pesquisas, Dilma Rousseff, do PT, deve ganhar no primeiro turno com o dobro de votos do segundo colocado, o tucano José Serra. A expressiva votação tem um motivo. Dilma representa a continuidade do governo Lula, enquanto Serra carrega o projeto de Fernando Henrique Cardoso, governo do qual fez parte. Com Dilma, os brasileiros esperam as mesmas políticas de desenvolvimento econômico dos últimos oito anos que garantiram a inclusão social, geração de empregos, respeito aos trabalhadores e fortalecimento dos bancos públicos. Já Serra significa uma volta ao passado, com políticas sociais e econômicas contrárias aos interesses dos trabalhadores e novas privatizações. Foi por isso que os bancários, reuni-
HUMOR
Libório
dos na Conferência Nacional em julho, decidiram por ampla maioria apoiar Dilma. Afinal, a categoria conhece de perto as duas formas de governar. FHC, por exemplo, tentou privatizar o Banco do Brasil e a Caixa e só não conseguiu porque seu mandato acabou. Serra vendeu no ano passado a Nossa Caixa em São Paulo, que era o único banco público do Estado, já que o outro, o Banespa, tinha sido privatizado pelos tucanos.
mais fortes e vitoriosas. Enfim, o Brasil de hoje é bastante diferente do que era há oito anos, quando o PSDB deixou a presidência da República. Essa mudança é resultado direto da forma de governar o país e dos projetos políticos do PT e do PSDB. Mas, embora o brasileiro esteja bem atento a esses projetos distintos que concorrem à presidência, o mesmo não se pode dizer do parlamento, onde está diminuindo a participação
Com Dilma, o brasileiro espera a mesma política de desenvolvimento econômico, que garantiu inclusão social, mais empregos e respeito aos trabalhadores FHC também criou duas classes de bancários nos bancos públicos ao retirar grande parte dos direitos de quem foi contratado depois de 1998. Já sob o comando do PT, os bancários conseguiram reconquistar a maioria desses direitos, além de fazer com que os bancos públicos cumprissem a Convenção Coletiva. Agora, com toda a categoria unida, as campanhas salariais têm sido
dos deputados e senadores que têm origem no movimento sindical. No Brasil, o Congresso Nacional é tão importante quanto à presidência da República. Por isso, no dia 3, não eleja apenas Dilma para presidente. Vote também nos parlamentares que têm compromisso com o trabalhador.
A diretoria
AGENDA EXPOSIÇÃO - Instalada no Espaço Muda, a exposição "3 lugares diferentes" apresenta o trabalho de três jovens artistas: Daniel Andrade, Heitor Pontes e Mariana Belém. Até o final do mês. O Espaço Muda fica em Santo Amaro, ao lado da TV Jornal. LITERATURA - No Laboratório Ascenso Ferreira, do Sesc Santa Rita, o destaque de setembro é o curso sobre Literatura e Gênero. Entre as palestras programadas, estão: O Cânone e os Estudos de Gênero, com Elizabeth Siqueira (dia 21); Gênero e literatura das etnias, com Graça Graúna (dia 23); Gênero e Classe Social, com Haidée Camelo (dia 28) e Homoerotismo na literatura, com Raimundo de Maoraes (dia 30). Das 9 às 12 horas.
PLUGADOS - A 3ª edição do Plugados Alternativos movimenta o Recife Antigo no dia 25. O objetivo é gerar um intercâmbio entre as bandas da capital e do interior. Estarão nos palcos as bandas D.E.C.(Recife); Mazamorra (Camocim de São Felix); Sociedade Oculta (Olinda) e Sobreviventes do IDR (Caruaru). Na Estação do Reggae, a partir das 21 horas. DOSE DUPLA - No Teatro Joaquim Cardoso, a Companhia Máscaras apresenta dois espetáculos. Para a meninada, o teatro de bonecos Perna de Pinto, Perna de Pato, aos domingos, 16 horas. Para os adultos, Odemar, uma recriação da obra Ode Marítima, de Fernando Pessoa. Domingos, 20 horas.
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FESTA E LUTA
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Bancários lotam a Downtown para comemorar o seu dia O Sindicato sorteou vários brindes numa festa marcada pela animação
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erca de 650 bancários lotaram o Downtown Pub no último dia 6 e se divertiram na festa promovida pelo Sindicato para comemorar o Dia dos Bancários, lembrado em 28 de agosto. O forró e os ritmos regionais abriram a noite, com a banda Bellas Marias. Depois, veio o rock mais pesado da Sociedade Oculta e, por fim, DJ Sapo botou todo mundo para balançar o esqueleto. O Sindicato sorteou vários brindes, entre os quais dois netbooks. Os ganhadores, Josiene Luíza dos Santos, do Bradesco Polo, e Saulo Maranhão, da Caixa Cais do Apolo, elogiaram a iniciativa e a
organização da festa. “Foi muito bom. Havia gente de todos os bancos, o que facilitou a integração. Tudo muito divertido”, afirmou Josiene. “A festa foi super animada, os bancários adoraram a confraternização. Fazia tempo que o Sindicato não realizava a festa que homenageia o Dia dos Bancários. Esta diretoria retomou a ideia e pretende realizar o evento todos os anos”, diz Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato. Para o secretário de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato, Adeílton Filho, a festa foi um sucesso. “Mesmo com a chuva, os bancários lotaram a boate e mostraram muita animação. O tempo feio e o feriado não atrapalharam e quase que não coube tanta gente no Downtown”, comenta Adeílton.
Sindicato participa da Parada da Diversidade de PE Milhares de pessoas participaram no último dia 12 da Parada da Diversidade de Pernambuco. A avenida Boa Viagem foi tomada por uma multidão animada pelo som de oito trios elétricos. Uma comitiva do Sindicato participou da manifestação para dar apoio ao movimento. Para a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a Parada da Diversidade foi marcante na luta pela igualdade de direitos e respeito às diferenças. Bancários na vanguarda Enquanto os movimentos LGBTs lutam por mudanças na legislação brasi-
Esquenta disputa no Campeonato de Futebol
leira que contribuam para romper com o preconceito e assegurem os mesmos direitos dos héteros, o movimento sindical bancário já garantiu alguns avanços, como a extensão dos direitos dos cônjuges aos parceiros do mesmo sexo.
Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, é muito importante que as bancárias e os bancários consultem a convenção coletiva para que possam exigir o cumprimento de seus direitos.
Termina no próximo dia 25 a primeira fase do Campeonato de Futebol dos Bancários. Para a segunda etapa, serão classificados os dois primeiros colocados de cada grupo e os dois melhores times que ficarem terceiros. Até agora, o Santander é líder isolado da chave B. Na A, quem lidera é a Apcef e Bradesco Marquês de Olinda. Na chave C, Itaú e Bradesco Conselheiro Aguiar seguem na ponta. Na artilharia, Daniel Oliveira, do Itaú.
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SEGURANÇA
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Pernambuco registra oito assaltos a bancos em menos de 15 dias Marcos Paulo
Bandidos arrombam agências e explodem caixas eletrônicos
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razeres, Igarassu, Sirinhaém, Ferreiros, Machados, Frei Miguelinho, Taquaritinga do Norte e Casa Caiada: em 13 dias, todos estes municípios tiveram suas agências bancárias ou terminais de autoatendimento sob ação de bandidos. Todas as investidas ocorreram durante a noite ou madrugada, com arrombamento da agência ou explosão dos caixas eletrônicos. Apenas no Bradesco de Sirinhaém ainda havia vigilantes e funcionários no local. Aconteceu no dia 6 de setembro, véspera de feriado. Os assaltantes entraram na unidade, pagaram contas e efetuaram depósitos. Depois, anunciaram o assalto. Foi o segundo assalto à agência em menos de três meses. Em agosto, menos de um mês antes, a agência do Banco do Brasil do mesmo município também foi assaltada. Nos demais casos, as características são se-
JÁ SÃO 21 ASSALTOS à agências bancárias desde o início do ano melhantes. Os bandidos arrombaram as dependências da agência, como ocorreu no BB de Prazeres e Itaú de Casa Caiada – nos dias 13 e 15, ou caixas eletrônicos, como foi o caso do Real de Igarassu, no dia 8. Em Ferreiros, Machados, Frei Miguelinho e Taquaritinga do Norte, eles usaram explosivos
para arrombar os caixas eletrônicos do Banco do Brasil – tudo em apenas dois dias, 1 e 2 de setembro. Entre as demandas da Campanha Nacional dos Bancários, estão o reforço à segurança nas agências bancárias. "A existência d e c i r c u i t o d e c â m a ra em toda área interna da
unidade, inclusive autoatendimento, ajudaria a reduzir este tipo de crime", afirma o secretário de Saúde, João Rufino. À mão armada - Com a Caixa Marcos Freire, em Olinda, e Bradesco de Sirinhaém, já são 21 assaltos à agências bancárias desde o início do ano.
Banqueiros faltam a audiência no MTE sobre práticas antissindicais A Fenaban e os bancos HSBC, Caixa, Bradesco, Safra, Santander e Itaú Unibanco não enviaram representantes à audiência convocada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no dia 13 de setembro, em Brasília. A pauta principal seria a denúncia feita pela CUT e sindicatos de bancários à Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra as instituições financeiras por utilização e acolhimento de práticas antissindicais, como o interdito proibitório.
As entidades sindicais registraram o seu protesto junto ao MTE contra o não-comparecimento da Fenaban e dos bancos. "Nosso temor é de que essa ausência signifique que eles pretendem manter o uso de interditos e outras medidas truculentas para tentar impedir a livre organização dos trabalhadores nesta Campanha Nacional dos Bancários 2010. O Estado brasileiro não pode compactuar com esse absurdo", diz Miguel Pereira, diretor da Contraf.
Augusto Coelho
CADEIRAS FICARAM VAZIAS do lado dos banqueiros, que mais uma vez desrespeitaram os bancários e o MTE Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010
CAMPANHA NACIONAL
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IMPASSE NAS NEGOCIAÇÕES Um mês depois do início das discussões, bancos dizem “não” para uma série de reivindicações dos bancários e deixam outras sem respostas. Próximos dias serão decisivos e, caso não haja avanços nas negociações, bancários vão deflagrar greve
JAQUELINE (no centro da mesa): “bancos estão empurrando os bancários para a greve”
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epois de oito reuniões em mais de um mês de negociações, a Campanha Nacional dos Bancários está num impasse. Até agora, os bancos disseram “não” para uma série de reivindicações e deixaram outras tantas sem respostas. Os patrões prometeram apresentar uma proposta global em negociação marcada para o dia 22 de setembro. Caso ela não seja boa, os bancários podem deflagrar mais uma greve, por tempo indeterminado, a partir do dia 29. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a falta de vontade dos bancos na mesa de negociação está obrigando os bancários a cruzarem os braços. “Nos últimos anos, temos realizado grandes greves em praticamente todas as campanhas salariais. Em vez de negociar com seriedade, as instituições financeiras empurram seus funcionários para a greve de forma irresponsável. Os bancos apostam que os bancários não vão parar e quebram a cara sempre, porque nossa categoria é de luta e vamos mais uma
vez mostrar a nossa força este ano”, afirma. Neste mês de negociações, os bancários já debateram o reajuste de 11%, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização dos pisos salariais, elevação dos auxílios refeição/alimentação e creche/babá, combate às metas abusivas, fim do assédio moral, plano de carreiras, cargos e salários em todos os bancos, proteção ao emprego, mais contratações, auxílio-educação e segurança contra assaltos, entre outros pontos. “Destacamos para os bancos que eles podem muito bem atender nossas reivindicações porque a economia brasileira vai muito bem e as instituições financeiras vão melhor ainda. Só os seis maiores bancos que operam no país lucraram R$ 21,7 bilhões no primeiro semestre do ano, resultado quase 32% superior ao do mesmo período de 2009. Todo esse ganho também se deve ao trabalho dos bancários e nós exigimos a nossa parte”, destaca Jaqueline.
Nenhum avanço até agora Divididas em quatro rodadas de negociação, as oito reuniões realizadas com os bancos até agora discutiram as reivindicações dos bancários por temas. Confira um resumo de como foram os debates.
REMUNERAÇÃO
Os bancos acharam o reajuste pedido pelos bancários muito alto, disseram que não querem mexer na fórmula atual da PLR e negaram a valorização das demais verbas.
SAÚDE
Embora o assédio moral e as metas abusivas sejam os problemas mais graves que os bancários enfrentam no trabalho, os bancos não mostraram disposição para resolver a situação.
SEGURANÇA
A Fenaban também negou o atendimento das principais reivindicações que tratam de segurança, como a proibição ao transporte de numerário e a guarda das chaves pelos bancários, adicional de risco e medidas preventivas contra assaltos.
EMPREGO
A Fenaban se negou a debater a geração de postos de trabalho, a garantia de emprego e o fim da terceirização.
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CAMPANHA NACIONAL
Um mês de muit
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á faz mais de um mês que os bancários entregaram para os bancos a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2010. Desde então, os trabalhadores estão realizando atividades em todo o país para pressionar as instituições financeiras. Em Pernambuco, as manifestações de rua começaram em 24 de agosto, mesmo dia em que teve início as negociações com os bancos. De lá para cá, o Sindicato realizou atividades e reuniões nas principais agências e departamentos das instituições financeiras em Recife e na região metropolitana, como em Olinda, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os bancários pernambucano também já deram início às paralisações. “No dia 14 de setembro, atrasamos em uma hora a abertura das agências do Bradesco, Itaú, Unibanco e Real em Afogados. A adesão dos bancários foi muito grande, uma prova de que a categoria está pronta para a greve que se avizinha”, destaca Jaqueline, que ressalta: “Antes do início da Campanha, fizemos uma pesquisa e ela apontou que mais de 85% dos bancários de Pernambuco estão dispostos a lutar e a participar efetivamente dos protestos”. Além da região metropolitana do Recife, o Sindicato percorreu dezenas de agências do interior do Estado, como em Araripina, Trindade, Ouricuri, Salgueiro, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim, Tabira, Sertânia, Tuparetama e São José do Egito. “Estamos mostrando a força da nossa categoria, com mobilizações em todo o Estado de Pernambuco e no Brasil inteiro. Essa pressão é fundamental para conquistarmos as nossas reivindicações”, finaliza Jaqueline. Confira nas fotos a seguir um pouco das atividades realizadas pelo Sindicato ao longo do último mês e que agitaram as agências e departamentos dos bancos em Pernambuco.
CAMPANHA ESTÁ NAS RUAS desde 24 de agosto, com manifestações
Fotos: Ivaldo Bezerra, Beto Oliveira, José Alves e Marcos Paulo
CLIENTES têm dado todo apoio à Campanha dos Bancários. Em Afogados, eles não se importaram com a paralisação
AGÊNCIA DO BB no Centro do Recife foi palco de um teatro, que mostrou o sufoco dos bancários para cumprir as metas Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010
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ta luta e pressão AGÊNCIA DO ITAÚ em Afogados abriu uma hora mais tarde no dia 14 de setembro. Adesão dos bancários às paralisações foi massiva
AGÊNCIA DO SANTANDER no Cabo estava lotada quando o Sindicato chegou, em 15 de setembro. Clientes e usuários apoiaram as manifestações
AGÊNCIA DA CAIXA no Centro do Recife teve manifestação e muita reclamação dos bancários por conta das metas e do assédio moral
AGÊNCIA DO UNIBANCO em Afogados também ficou fechada na manhã de 14 de setembro, num protesto que teve apoio massivo dos bancários
s em todos os bancos
EM CAMARAGIBE, Sindicato fez reuniões com clientes e funcionários nas principais agências bancárias da cidade, em 1° de setembro
EM PAULISTA, Campanha Nacional dos Bancários movimentou as agências de todos os bancos e recebeu muitos apoios dos clientes, em 9 de setembro Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010
SEU BANCO
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Bancários exigem avanços na negociação específica do BB e Caixa Contraf
Até agora, as discussões com os dois maiores bancos públicos do país não renderam frutos
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nquanto os bancários negociam as reivindicações gerais da categoria com a Fenaban, os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa debatem as suas questões específicas com a direção das empresas. Apesar da pressão do Sindicato, até agora não houve avanços nas discussões com os dois maiores bancos públicos do país. “Está parecendo que os bancos querem que seus funcionários façam mais uma greve”, comenta a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida. Para ela, os bancários terão de ampliar a pressão para garantir que tanto o BB como a Caixa atendam as reivindicações da pauta específica do funcionalismo. “O Sindicato vai ampliar nos próximos dias as atividades de protesto. Os bancários devem ficar atentos e participar da mobilização, pois sem pressão
NEGOCIAÇÃO COM A CAIXA tem decepcionado os bancários. Com o BB não é diferente não vamos conseguir avançar”, ressalta. Banco do Brasil – O Sindicato e o BB deram início às negociações específicas no dia 2 de setembro. Durante o encontro, os representantes dos bancários deixaram claro para o BB que o novo acordo só será fechado se houver mais avanços do que os conquistados no ano passado. Além das atividades de protesto, o Sindicato está realizando reuniões com os bancários do Banco do Brasil para discutir o PCCS - Plano
de Cargos, Carreiras e Salários. Até agora, as conversas aconteceram em 23 agências da capital e Região Metropolitana do Recife. “Nós estamos vivendo um momento único e precisamos estar alertas porque, sem pressão, não vamos conquistar o Plano que queremos”, lembra a diretora do Sindicato, Sandra Trajano. Caixa – As negociações com a Caixa começaram no dia 3 de setembro e até agora o banco só decepcionou os trabalhadores. A
direção se recusa a atender as reivindicações restantes da pauta de isonomia e não discute com seriedade as questões relacionadas à saúde, carreira, jornada de trabalho e segurança. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, comenta que nos últimos anos, a categoria tem encerrado as sucessivas greves antes dos empregados da Caixa. “E a história parece estar se repetindo este ano. As negociações com a Caixa estão muito ruins, o banco não aprendeu nada com as últimas greves”, diz.
Sindicato garante pagamento da 7ª e 8ª horas no BB
Jurídico prepara ação contra o PFG da Caixa
Decisão da 10ª Vara do Trabalho publicada no dia 1º garantiu aos analistas júnior do Banco do Brasil o direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas trabalhadas como suplementares, ou seja, o valor da hora normal acrescido do adicional de 50% e seus reflexos, a partir da admissão no execício da função. Em fevereiro de 2007, o Sindicato dos Bancários entrou como substituto processual em uma ação reclamatória pleiteando o pagamento para 18 grupos de funcionários do BB divididos por função. Para o juiz José Augusto Segundo Neto, o cargo comissionado de analista júnior é reconhecido pelo próprio banco como integrante do segmento técnico, e não um cargo de confiança. Vale salientar que serão pagos apenas os valores devidos até 2007, ano em que foi impetrada a ação.
O Departamento Jurídico do Sindicato está preparando uma ação como substituto processual para garantir aos tesoureiros da Caixa o cumprimento da jornada de seis horas e o pagamento das horas trabalhadas além desse período. Esses empregados estão entre os mais prejudicados pelo PFG (Plano de Função Gratificada), criado pelo banco sem negociação com os sindicatos. O Sindicato também está preparando uma ação para acabar com a discriminação da Caixa contra os empregados que não saldaram o Reg/Replan e ficaram de fora do PFG. Além de ingressar com os processos na Justiça, o Sindicato também vai acionar o Ministério Público para garantir o apoio da instituição na luta contra essa discriminação. Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010
SEU BANCO
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Pressão do Sindicato garante licença-prêmio no BNB Francisco Ferreira
Benefício será pago para 1.724 funcionários que tinham o direito adquirido até 6 de janeiro passado
55% serão indenizados e 10% serão disponibilizados para gozo. É importante ressaltar que a adesão ao acordo será individual e o pagamento dos valores já será creditado em outubro.
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epois de muita pressão dos bancários e do Sindicato, o BNB finalmente aceitou restabelecer a licença-prêmio para todos os 1.724 funcionários do banco que tinham o direito adquirido até 6 de janeiro passado, mas que não foram contemplados por acordos extra-judiciais. Em negociação com os representantes dos trabalhadores, no dia 13, o BNB apresentou uma proposta de acordo específico. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a volta da licença-prêmio é mais uma vitória dos bancários contra os desmandos que assolaram os bancos
O SINDICATO também reuniu-se com o BNB para acertar os últimos detalhes do acordo da URP e do Plano Bresser públicos nos oito anos de governo FHC. “A turma do PSDB retirou grande parte dos direitos dos bancários com o objetivo de facilitar a privatização dos bancos federais. Nos últimos oito anos, os sindicatos lutaram junto com os trabalhadores para garantir o retorno desses direitos. Já conquista-
Caos toma conta das agências do Unibanco em reforma
mos muitos avanços nesta luta, mas ainda temos um longo caminho”, comenta Jaqueline. Conforme a proposta de acordo, todos os funcionários que completaram quinquênio entre janeiro de 2005 e dezembro de 2010 farão jus a 90 dias de licença-prêmio, dos quais
Passivo trabalhista – O Sindicato reuniu-se com o BNB para acertar os últimos detalhes do acordo que vai solucionar o passivo trabalhista da URP (1988) e do Plano Bresser (1992). Durante o encontro, os advogados do Sindicato e do banco fecharam a redação final do acordo e assinaram uma petição para que a J u s t i ç a c o nvo q u e u m a audiência de conciliação. Na sequência, os valores serão creditados na conta dos trabalhadores, colocando um ponto final em vinte anos de batalha judicial.
Funcionários cobram e Itaú acerta valores de programas próprios Os funcionários do Itaú Unibanco que tiveram problemas com os valores creditados para os programas próprios Agir e RR (Remuneração por Resultado) receberam a diferença no final de agosto. Após cobrança do
Sindicato, o banco admitiu o erro e fez as correções. “Isso mostra que as denúncias dos funcionários valeram a pena, mostrando para o banco que houve erro”, comenta Francisco Ferreira, o Chico, dirigente do Sindicato.
Bradesco tenta dividir empregados para enfraquecer a luta Fios desencapados. Calor insuportável. Semi-escuridão. Poeira. É assim que vem funcionando as cerca de quinze agências do Unibanco que estão em reforma para se adequar aos padrões do Itaú. Alguns funcionários já começam a adoecer. Não há ar-condicionado e a energia não é suficiente. No último dia 6, uma pane tirou o sistema do ar e as unidades tiveram que ficar fechadas. O banco ainda insistiu em abrir algumas, em condições inadequadas. O Sindicato garantiu o fechamento da agência Dom Vital e Capibaribe, até meiodia. Depois, os clientes iam entrando de dez em dez.
Em plena Campanha Nacional dos Bancários, o Bradesco tenta dividir seus funcionários para enfraquecer a luta. A direção do banco acaba de anunciar um reajuste salarial de até 24% para os gerentes, deixando de fora os demais empregados. “Estamos negociando nossos salários com a Fe-
naban e não achamos justo que um pequeno grupo ganhe um aumento desses enquanto a grande maioria dos bancários tenha de brigar para corrigir seus vencimentos”, comenta Suzineide Rodrigues, diretora do Sindicato, que ressalta: “Queremos um novo Plano de Cargos e Salários”.
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SISTEMA PERVERSO
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Lucro dos seis maiores bancos dá sete voltas e meia na Terra Mesmo assim, banqueiros acham reajuste reivindicado pelos bancários alto. Quase todas as categorias conquistaram aumento real este ano
rios. É um absurdo, uma i n t ra n s i g ê n c i a q u e s ó vamos conseguir quebrar com muita mobilização”, diz Jaqueline.
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m seis meses, os seis maiores bancos que atuam no Brasil embolsaram R$ 21 bilhões. Esse foi o lucro que Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Caixa Federal, Santander e HSBC registraram no primeiro semestre deste ano. Se transformados em notas de R$ 10 e enfileirados, os mais de R$ 21 bilhões seriam suficientes para dar sete voltas e meia ao redor da Terra. Apesar da lucratividade de fazer inveja aos demais segmentos da economia, os bancos não querem dar o aumento salarial reivindicado pelos bancários. Em flagrante desrespeito à mesa de
negociação, o negociador da federação dos bancos (Fenaban) disse, em entrevista ao jornal O Globo no sábado 11, que “11% de aumento é inviável” e que a reivindicação dos bancários “não tem viabilidade diante de uma inflação próxima de 4%. Temos que trazer esse número para realidade”.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueli ne Mello, a declaração de Magnus e a falta de proposta da Fenaban é um desrespeito com os bancários. “O lucro dos bancos cresceu mais de 28% no primeiro semestre e eles se recusam a pagar 11% de aumento para seus funcioná-
Aumento real - Segundo pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 290 camp anhas real i z adas no primeiro semestre deste ano, 255 (87,9%) tiveram reajustes salariais acima da inflação. Outras 26 (9%) tiveram reajustes equivalentes à inflação. Assim, 97% das convenções ou acordos coletivos foram fechados com no mínimo a inflação, superando os resultados de 2008 (87%) e 2009 (93%). Apenas nove acordos (3,1%) ficaram abaixo da inflação. Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, responsável pelo estudo, o resultado positivo é reflexo do crescimento econômico, da redução da inflação e da ação sindical.
Em um ano e meio, bancos desligam 10,25% dos bancários Em apenas um ano e meio (janeiro de 2009 a junho de 2010) os bancos desligaram 48.295 empregados no Brasil, o que representa 10,25% da categoria. Os dados foram apurados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego. O
estoque de emprego nos bancos foi de 471.232 no final do primeiro semestre deste ano. “Os bancos desligaram um Pacaembu lotado de pais e mães de famílias em apenas 18 meses, o que mostra a perversidade da rotatividade e do descaso com o emprego”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da ContrafCUT. No mesmo período
as instituições financeiras geraram somente 9.048 novos postos de trabalho. Muitos trabalhadores foram dispensados porque não cumpriram as metas abusivas para a venda de produtos, enquanto outros pediram demissão porque não suportaram o assédio moral e as precárias condições de trabalho, que tem trazido estresse e adoecimento.
Bancários na luta - Entre as principais reivindicações dos bancários está a proteção contra demissões imotivadas, mais contratações, melhores condições de trabalho, igualdade na remuneração, reversão das terceirizações e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento.
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SINDICATO EM AÇÃO
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Cadastre-se e receba notícias do Sindicato no seu celular Os torpedos dão mais agilidade na comunicação com os bancários
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ara se aproximar ainda mais dos bancários, o Sindicato está enviando notícias para o celular de quem se cadastrar no site. É o chamado SMS, conhecido popularmente como torpedo. “São mensagens curtas que enviamos quase que diariamente para o celular dos bancários de forma gratuita. É um serviço de extrema importância, que vai dar muito mais agilidade na comunicação entre o Sindicato e os bancários, principalmente na Campanha Nacional”, explica a
secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva. Segundo a dirigente, por meio dos torpedos o Sindicato informa aos bancários sobre o resultado das negociações com os bancos e os próximos passos da Campanha Nacional, além de convocar os trabalhadores para assembleias e
atividades de pressão. Quem quiser se cadastrar para receber os torpedos de forma gratuita pode acessar o link no site ou colocar o endereço www.bancariospe. org.br/enquete/sms_cad. asp. Basta informar o nome, o telefone, a cidade, o banco e o e-mail para começar a receber as mensagens.
Boletim eletrônico dos bancários muda para melhorar a comunicação A Secretaria de Comunicação do Sindicato acaba de criar uma nova versão para o boletim eletrônico. Desde o dia 30 de agosto, o antigo Ação Positiva mudou para Expresso Bancários, como novo formato que facilita a leitura. Se você ainda não recebe o boletim, cadastre-se no site e fique por dentro de tudo o que acontece no seu sindicato e com os bancários.
Bancários entregam donativos para vítimas das chuvas em Machados Diretores do Sindicato visitaram no dia 11 a cidade de Machados, no Agreste de Pernambuco, para entregar donativos para as vítimas das chuvas. O município foi um dos atingidos pelos temporais que devastaram várias cidades do interior pernambucano entre junho e julho. Na época, adutoras se romperam com a força das águas. O abastecimento de água e de luz ficou parcialmente cortado e agricultores perderam seu plantio. "Trata-se de um município muito carente. Nós entregamos as doações a um conhecido nosso, que faz parte da Igreja, e ele se responsabilizou pela distribuição", afirma o diretor do Sindicato, Ronaldo Batista.
SOLIDARIEDADE dos bancários lotou uma caminhonete de donativos para Machados O Sindicato continua recebendo doações. Quem quiser doar roupas, comida,
agasalhos ou produtos de limpeza e higiene pessoal para os desabrigados pode
procurar a sede do Sindicato, na Avenida Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife.
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CAMPANHA NACIONAL
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GREVE Bancos apresentam proposta no dia 22 e se ela não for boa bancários começam greve no dia 29
PROMOTORA DE CRÉDITOS do BMG deu seu apoio à Campanha dos Bancários depois que soube que a categoria também luta pelos terceirizados
José Alves
BANCÁRIOS SE PREPARAM PARA A
O
dia 28 de setembro será o “Dia D” para a Campanha Nacional dos Bancários. Depois de oito reuniões com os bancos, os trabalhadores realizam assembleia para avaliar a proposta que as instituições financeiras vão apresentar no dia 22. Caso ela não seja boa, os bancários devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 29 de setembro. Para pressionar os bancos na mesa de negociação, os bancários vão realizar um Dia Nacional de Luta em 21 de setembro, véspera da reunião com a Fenaban. O Sindicato também já realizou outras paralisações, num verdadeiro esquenta para a possível greve que se aproxima. “Os bancários estão mobilizados e prontos para o embate. Esperamos resolver o impasse na mesa de negociação, mas se não for possível vamos para a greve”, diz a presidenta do Sindicato, DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Jaqueline Mello Secretário-Geral: Fabiano Félix Comunicação: Anabele Silva Finanças: Suzineide Rodrigues Administração: Epaminondas França Assuntos Jurídicos: Alan Patricio Bancos Privados: Geraldo Times Bancos Públicos: Daniella Almeida Ramo Financeiro: Elvis Alexandre Cultura, Esportes e Lazer: Adeílton Correia Saúde do Trabalhador: João Rufino Sec. da Mulher: Sandra Albuquerque Formação: Tereza Souza Aposentados: Luiz Freitas Intersindical: Cleber Rocha
Jaqueline Mello. Ela orienta que os bancários devem ficar atentos e acompanhar pelo site do Sindicato (www.bancariospe.org.br) as novidades da Campanha. Atividades de mobilização e pressão serão convocadas nos próximos dias. “Discuta com seu colega de trabalho e participe da mobilização. Precisamos mostrar a nossa força para os bancos se quisermos sair vitoriosos dessa Campanha”, afirma Jaqueline. Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564 Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-000 Fone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Anabele Silva, Dileã Raposo, Geraldo Times e Jaqueline Mello. Redação: Fabiana Coelho e Wellington Correia. Diagramação: Libório Melo e Jairo Barbosa. Impressão: AGN Tiragem: 9.000 exemplares
Nº 383 - Ano XVIII - 16 a 30/Set/2010