Jornal dos Bancários - ed. 447

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ANO XXI • Nº 447 • 01 A 15 DE MARÇO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Março é das mulheres Março é mês de discutir igualdade de oportunidades, de exigir relações compartilhadas, brigar contra a violência que atinge as mulheres, combater as desigualdades no ambiente de trabalho. Mas é também mês de festejar o orgulho de ser mulher, trabalhadora, guerreira. E, para isso, o Sindicato reservou uma noite especial: com poesia, arte e cultura. Página 8

BANCO DO BRASIL

LEIA TAMBÉM

Bancários iniciam campanha contra novo Plano de Funções

Página 3 Lumen Fotos

Os bancários entraram com força na briga contra o novo Plano de Funções do Banco do Brasil. Na primeira atividade nacional, oito agências tiveram a abertura retardada em Pernambuco. E os bancários mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos. As mudanças prejudicam os trabalhadores e atentam contra a jornada. Uma agenda de atividades já está traçada para o mês de março, com ações junto ao governo federal e parlamentares e novas mobilizações em todo o país. Páginas 4 e 5

HSBC rebaixa PPR e frustra bancários Caixa desmente boatos sobre reestruturação Página 6

MPT entra com ação contra demissões no Santander Página 3

Projeto do Sindicato resgata história de Pernambuco Página 8

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2 editorial

Mulheres: entre conquistas e percalços A cada novo censo do IBGE, um número da dos trabalhadores, a marcha fala em nome de maior de mulheres ingressa no mercado de tra- todos, mas sobretudo dos que estão nos degraus balho e cada vez mais famílias passam a ser che- mais baixos da escadaria. Mulheres, por exemplo. fiadas por elas. Infelizmente, isso não significa Se são elas as maiores beneficiadas com as que a desigualdade vem políticas públicas, são diminuindo. Apenas muda também as mais prejudide perfil. Embora 43,9% cadas quando se trata de Ao exigir delas estejam empregadas flexibilização de direitos, “desenvolvimento, e 19,2% tenham concluído demissão, rotatividade. Cidadania e Valorização a faculdade - índice supeNos bancos, por exemplo, do Trabalho” e colocar rior ao dos homens, elas a remuneração média dos em pauta a agenda dos continuam recebendo, em trabalhadores admitidos é trabalhadores, a marcha 38,65% menor que a dos média, 72,3% do salário fala em nome de todos, masculino. E ocupam os desligados. E as mulheres mas sobretudo dos que postos mais vulneráveis: admitidas recebem 23,4% estão nos degraus mais são mulheres, por exema menos que os homens. plo, 92,7% dos trabalhaAo relatar mais um cabaixos da escadaria. dores domésticos. pítulo na luta contra as Mulheres, por exemplo. Neste cenário, são elas demissões no Santander, as principais beneficiadas ou ao denunciar a perda pelas políticas públicas de inclusão social. Elas de direitos com o Plano de Funções do Banco ganham, por exemplo, com as políticas de incen- do Brasil, esta edição do Jornal dos Bancários tivo à agricultura familiar; ganham com a nova fala especialmente às mulheres, que são 42,97% legislação a reger o serviço doméstico; ganham dos empregados de bancos públicos e 53% da com os programas de combate à fome ou com a mão-de-obra nos bancos privados. No dia 13 de valorização do salário mínimo. março, o Sindicato preparou uma noite de poeA Marcha à Brasília, no próximo dia 06, tem sia e cultura para as bancárias. E, todos os dias, portanto um significado especial para as mulhe- está de portas abertas para recebê-las nas lutas res. Ao exigir “desenvolvimento, Cidadania e Va- por mais empregos, mais igualdade e melhores lorização do Trabalho” e colocar em pauta a agen- condições de trabalho.

Humor

LIBÓRIO MELO

Tema livre Insegurança bancária

A falta de investimentos dos bancos em equipamentos de segurança causou mais um assalto no final de fevereiro. O ataque ao Bradesco de Rio Formoso teve troca de tiros, mortes, e muita tensão. Que se diga: o número de bancários vítimas de doenças psíquicas decorrentes de assaltos tem aumentado a cada ano.

Fator previdenciário

Na Marcha à Brasília, do dia 06, os aposentados voltam a exigir o fim do Fator previdenciário. Há mais de dez anos, ele prejudica milhões de trabalhadores que se aposentam com a redução de até 40% nos benefícios. A ordem é ampliar a pressão para que a Câmara dos Deputados vote ainda no primeiro semestre o projeto que põe fim ao instrumento.

Trabalho infantil

Relatório da OIT no Brasil mostra que, entre 2004 e 2009, o número de crianças e adolescentes com idade entre cinco e 17 anos que trabalhavam diminuiu 1,05 milhão. Apesar disso, os números continuam altos: passaram de 5,3 milhões para 4,2 milhões. O relatório mostra, ainda, que crianças e jovens tem duas vezes mais chances de sofrer acidentes de trabalho.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal

Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta Jaqueline Mello

Secretário-Geral Fabiano Félix Comunicação Anabele Silva

Saúde do Trabalhador Wellington Trindade

Finanças Suzineide Rodrigues

Secretaria da Mulher Sandra Trajano

Administração Epaminondas França

Formação João Rufino

Assuntos Jurídicos Justiniano Junior

Ramo Financeiro Flávio Coelho

Bancos Privados Geraldo Times

Intersindical Renato Tenório

Bancos Públicos Daniella Almeida

01 a 15 de março de 2013

Cultura, Esportes e Lazer Adeílton Filho

Aposentados Luiz Freitas


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Ministério Público do Trabalho pede nulidade das demissões

O

Ministério Público do Trabalho entrou com Ação Civil Pública contra o Santander requerendo a nulidade de todas as demissões ocorridas em dezembro último e reintegração dos demitidos. Depois de quatro audiências e exame minucioso dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o MPT reconheceu que o banco praticou demissões em massa. “Em Pernambuco, por exemplo, houve 24 demissões sem justa causa de janeiro à novembro de 2012. Em dezembro, este número praticamente triplicou”, afirma a diretora do Sindicato, Teresa

Souza, representante da Fetraf/NE – Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste. O ajuizamento da ação ocorreu depois que a Contraf/CUT – Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro entrou com representação junto ao Ministério Público, no início de dezembro. Desde então, foram quatro audiências de mediação, duas delas abertas à participação dos sindicatos e federações de todo país, que tiveram acesso à lista de demitidos e dados do Caged de 2011 e 2012. O estudo das informações mostrou que, enquanto a média de demissões sem justa causa era de 182

entre janeiro e novembro, o banco despediu 1.153 pessoas em dezembro – um crescimento de 533,5%. O Ministério Público do Trabalho também requereu tutela antecipada

HSBC

BNDES

Banco altera regras e reduz a PPR; bancários protestam

PLR aprovada Beto Oliveira

Avanços e retrocessos marcaram a última negociação entre representantes dos bancários e do HSBC, no dia 19. A PLR – Participação nos Lucros e Resultados, que é negociada com os trabalhadores e está na Convenção Coletiva, não sofrerá desconto: será paga integralmente em sua regra básica, e o adicional ficará em uma média de R$ 610. Também não sofrerá desconto da PPR – programa próprio de remuneração. Mas a PPR, cujas regras são validadas por uma comissão interna, teve regras alteradas em prejuízo dos empregados. A diminuição será tão grande que, mesmo sem o desconto na Participação nos Lucros, a soma da remuneração variável resultará em uma diminuição de 10% a 15%. “Para se ter uma ideia, um caixa deve receber uma média de

para que o Santander seja condenado a abster-se de realizar demissões coletivas ou em massa sem que haja prévia negociação com as entidades sindicais.

Os trabalhadores do BNDES em Pernambuco aprovaram por unanimidade a proposta de acordo para Participação nos Lucros e Resultados 2012 /2013. A assembleia foi realizada na sede do banco em Pernambuco. A proposta prevê o pagamento de 3,3 salários em 2013, valor que será majorado a 3,6 salários em 2014. Após a assinatura do acordo, os valores serão creditados em um prazo de dez dias.

bancos R$ 4.740 de PLR, somadas as duas parcelas. E, de PPR, apenas R$ 125”, critica o diretor do Sindicato, Alan Patrício, que também é secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf/CUT – Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. PLANO DE SAÚDE

Os representantes dos bancários foram enfáticos, também, nas críticas às alterações no Plano de Saúde. O HSBC ficou de levar as críticas

para o Conselho de Administração e uma nova reunião foi marcada para a primeira quinzena de março para tratar sobre o assunto. A exemplo da PPR, as mudanças no Plano de Saúde também não foram negociadas com o movimento sindical. Esta ausência de diálogo na tomada de decisões foi o principal alvo dos protestos realizados no Dia Nacional de Lutas, 27 de fevereiro. Em Pernambuco, houve ato na agência Conde da Boa Vista.

Financiamentos A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo quer que os bancos privados financiem os projetos de infraestrutura. Ela citou exemplos de financiamentos por debêntures e a partir da liberação dos depósitos compulsórios, como alternativa ao crédito oferecido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 01 a 15 de março de 2013

Contraf/CUT

SANTANDER


4 BANCO DO BRASIL

A

luta contra o novo Plano de Funções do Banco do Brasil começou forte. Em Pernambuco, oito agências tiveram a abertura retardada e debates foram realizados nos locais de trabalho no Dia Nacional de Luta, 20 de fevereiro. O calendário de mobilizações para os próximos meses também já está traçado: inclui articulação junto ao governo federal e um novo ato nacional, previsto para 20 de março (confira a agenda abaixo). No primeiro ato unificado, protestos e paralisações foram realizados em todo o país. Em Pernambuco, as agências Cidade Universitária, Recife, Barão de Souza Leão, Guararapes, Getúlio Vargas, Derby, Sete de Setembro e São José do Egito só abriram por volta das 11 horas. Enquanto as unidades permaneciam fechadas, uma parte dos diretores do Sindicato debatia com os bancários e outra parte conversava com os clientes. No interior do estado, a agência de São José do Egito trouxe à tona, também, outros problemas. “Lá o protesto foi contra o Plano de Funções, mas também contra a falta de condições de trabalho. A agência está em reforma, o ambiente é insalubre e clientes idosos ou deficientes não tem como ser atendidos, já que o único acesso é por uma escadaria”, relata o diretor do Sindicato, Gilvan Santana. Na agência Recife, o destaque foi o apoio dos clientes, que se manifestaram em favor dos trabalhadores. Em cada uma das unidades, os bancários mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos. Ressaltaram, inclusive, a importância de fazer este debate em todas as unidades do banco. “O pessoal também elogiou bastante a forma democrática com a qual construímos o ato. Fizemos questão de deixar à cargo deles a decisão de retardar a abertura e participar da reunião. E o retorno foi muito positivo”, afirma o diretor do Sindicato, João Marcelo. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os bancários mostraram força e disposição neste primeiro passo da caminhada. Implantado unilateralmente pela empresa, o plano cria uma nova nomenclatura para alguns cargos comissionados, que passa a chamar de Cargo de Confiança; e garante a “opção” pela jornada de seis horas, mas com prejuízos de mais de 15% na remuneração. “Trata-se de mais uma manobra para driblar a Justiça, estender a jornada e retirar direitos dos trabalhadores. Seremos enfáticos na luta pela jornada de seis horas para todos, sem redução de salários, e por um Plano de Funções decente, negociado com os trabalhadores”, afirma a presidenta.

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Agência Sete de Setembro

Agência Derby

Confira a agenda de luta contra o Plano 5 de março - reunião do Comando, com apresentação da marca de campanha; panfletagem junto a parlamentares e ministros em Brasília. 6 de março - ato no Ministério da Fazenda, em conjunto com a Marcha das Centrais por Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho; busca de interlocução com o ministro Guido Mantega para tratar das questões do BB. 20 de março - novo Dia Nacional de Luta. Março e abril - campanha nacional em todas as bases sindicais Maio - Congressos dos bancos públicos (leia mais na página 07)

Fotos: Ivaldo Bezerra

ESQUENTA A LUTA CONTRA O


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NOVO PLANO DE FUNÇÕES Agência Recife

Notas

Conversa

fiada

Drible

Lei

O banco bem que tentou enrolar os trabalhadores e convencê-los de que o novo Plano não traria perdas. Mas bastou receber o contracheque para que os bancários confirmassem que os prejuízos não são poucos. Quem decidir “optar” pela jornada de seis horas, tem perdas de mais de 15% na remuneração.

na

O BB também atenta contra a jornada. Para driblar a Justiça, que vem reconhecendo que a comissão remunera responsabilidade e não jornada extra, passou a classificar alguns cargos como “Função de Confiança”, embora sem a liberdade de gerir que é devida a quem tem função de confiança.

Piso

ou teto

Com as mudanças implantadas pelo banco - gratificação de função equivalente a 10% do Valor de Refrência -VR (6 horas) e 30% do VR (8 horas) - o objetivo é que o VR seja teto remuneratório de função e não piso, prejudicando todos os direitos conquistados durante a vida funcional. . Agência Guararapes

Agência Getúlio Vargas

Súmula

do

TST

Lucros

no céu

A composição dos salários dos comissionados, antes da mudança, era formada por gratificações de função muito maiores. O banco vai de encontro, inclusive, à Súmula 372 do TST, que garante incorporação e/ou não redução de valor da gratificação de função após 10 anos de exercício

No balanço publicado em fevereiro, mostrou lucro líquido nominal recorde de R$ 12,2 bilhões em 2012. E a soma da receita com prestação de serviços, que cresceu 15,5%, cobre 127,68% das despesas de pessoal. Estas aumentaram apenas 10,7%, apesar das 99 novas agências.

01 a 15 de março de 2013


6 CAIXA

N

ão há qualquer reestruturação prevista. É o que garantiram os representantes da Caixa Econômica em negociação no dia 21. O assunto veio à tona depois que o banco contratou uma consultoria para realizar um estudo na estrutura da instituição. “A última reestruturação realizada pelo banco foi muito traumática. Vários setores foram extintos, com redução de funcionários e de comissões. A preocupação dos trabalhadores é bastante compreensível”, afirma a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniela Almeida. Uma boa notícia da negociação diz respeito à antecipação da PLR – Participação nos Lucros e Resultados. O movimento sindical co-

brou e o banco aceitou: a segunda parcela do benefício foi antecipada para 1º de março. E vem bem recheada, já que o balanço anual de 2012 mostra lucro liquido recorde de R$ 6,1 bilhões. Os bancários também denunciaram ao banco a situação das agências recém inauguradas. As agências de Pernambuco foram, inclusive, utilizadas como exemplo da carência de funcionários e falta de estrutura para trabalho e atendimento. O banco informou que a lotação autorizada de pessoal nas novas unidade é de nove empregados em média e garantiu que os problemas seriam resolvidos. A elaboração de uma política de descomissionamento e discussão

Condições das agências recém inauguradas foram pauta da negociação

dos critérios para avaliação por mérito também foram pauta da reunião. Os representantes dos trabalhadores apresentaram sugestões pra instituição de critérios e procedimentos a serem adotados nos

BNB

Lumen Fotos

Lucro aumenta mais de 60% e bancários cobram melhorias

Fernando Batata: “é hora de investir na valorização dos funcionários”

O BNB - Banco do Nordeste encerrou o ano passado com lucro líquido de R$ 508,5 milhões, um crescimento de 61,5% em relação a 2011, quando o ganho foi de R$ 314,8 milhões. Para o diretor do Sindicato, Fernando Batata, empregado do BNB, os resultados ajudam a resgatar a imagem do banco, que tinha sido arranhada com as 01 a 15 de março de 2013

denúncias que resultaram na mudança da administração. “Também significam que há margem de lucro bastante para se investir nos funcionários, na melhoria das condições de trabalho e no papel social dos bancos”, diz Batata. Os bancários cobram a valorização dos trabalhadores, por meio do atendimento à reivindicações que

Lumen Fotos

Banco desmente boatos sobre reestruturação

se arrastam há anos, como a revisão do Plano de Cargos e Remuneração e Plano de Funções. Também cobram a resolução dos problemas de infraestrutura das agências; convocação dos aprovados no último concurso; respeito à carga horária; quitação de todos os passivos trabalhistas e uma PLR – Participação nos Lucros e Resultados melhor. Outra reivindicação importante diz respeito aos investimentos em segurança. “Com este lucro, dá para cumprir integralmente a legislação, implantando todos os equipamentos previstos na lei de segurança bancária do Recife”, diz Batata. E completa: “Cobramos, ainda, que o banco amplie os investimentos em projetos sociais, cumprindo o papel que lhe é devido”.

casos de retirada de função. Quanto à avaliação por mérito, instituída na empresa desde 2008, a empresa concordou com a retomada das discussões, que começa já nos dias 11 e 15 de março.

Notas Expansão

do

crédito

Os bancos públicos despejaram crédito na economia brasileira em 2012. No Banco do Brasil, a expansão ficou perto de 25% e a Caixa Econômica Federal teve avanço ainda mais expressivo: 45%. Em termos de lucro, os dois públicos tiveram alta, apesar da queda dos juros cobrados dos clientes. No BB, a expansão foi de 0,7%, para R$ 12,2 bilhões. Na Caixa, de 17,1%, para R$ 6,1 bilhões.

Público X privado

No sistema financeiro em geral, a expansão no crédito foi de 16%, segundo o Banco Central (BC). Mas a participação dos bancos privados é mínima. No Itaú, líder do segmento, os empréstimos subiram apenas 6%. No Bradesco, 8,3%, e no Santander, 7,6%. Nos últimos 12 meses, as ações do BB na Bovespa acumulam desvalorização de 3,3%. No mesmo período, os papéis do Itaú perderam 4% e os do Santander, 19,3%


7

Trabalhadores marcham em defesa de direitos e empregos

N

o dia 06 de março, centrais sindicais e movimentos sociais estarão juntos em Brasília, na Marcha por Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho. “É um momento de pressionar o governo federal e o Congresso Nacional pela retomada dos investimentos públicos e em defesa da produção, dos direitos, dos salários e empregos de qualidade. Para isso, a regulamentação do sistema financeiro é uma das prioridades. Precisamos exigir dos bancos contrapartidas sociais e combater a especulação e os abusos”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. No início de fevereiro, a presidenta Dilma, em audiência com a CUT – Central Única dos Trabalhadores, se mostrou favorável

à realização de uma conferência nacional do sistema financeiro. Na marcha do dia 06, ela volta a receber os trabalhadores para iniciar a discussão da pauta unificada da classe, que inclui a luta pela redução da jornada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, negociação coletiva no setor público, reforma agrária, 10% do orçamento da União para a saúde e combate à demissão imotivada. Este último ponto atinge especialmente os bancários, que vivem sob a sombra da rotatividade e demissões em massa. Neste sentido, a Contraf/CUT – Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro vem buscando desde dezembro passado, após as demissões no Santander, uma audiência com o ministro

da Fazenda Guido Mantega. O pedido foi reforçado na reunião com a presidenta Dilma em fevereiro e a expectativa é de que, desta vez, o canal de interlocução seja aberto.

RUMO À CAMPANHA

Notas

Conferência Nacional dos Bancários será de 19 a 21 de julho veitosa. “Discutimos, inclusive, estratégias de organização que serão amadurecidas nas conferências e encontros”, diz. A Conferência Nacional é o ápice desta etapa preparatória para a Campanha. É lá que é

Aposentados

Depois de breve pausa no mês de fevereiro, o café dos Aposentados volta a acontecer em março. No mês passado, por conta do carnaval e da agenda apertada de atividades, o evento não aconteceu. Mas, no próximo dia 22, os aposentados voltam a se encontrar.

definida, entre outras coisas, a pauta de reivindicações da categoria. Antes disso, em conferências estaduais e regionais, os trabalhadores definem as contribuições que serão levadas ao plano nacional.

Interior

Lumen Fotos

Os primeiros passos para construção da Campanha Nacional 2013 já começam a ser dados. Em reunião no dia 22 de fevereiro, o Comando Nacional dos Bancários, formado por representantes dos trabalhadores em todo o país, definiu o calendário de encontros preparatórios. A Conferência Nacional será realizada em São Paulo, de 19 a 21 de julho. Já os congressos dos funcionários da Caixa e do Banco do Brasil ocorrem antes, a exemplo do que já acontecia em anos anteriores: 17 a 19 de maio, também em São Paulo. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a reunião do Comando foi bastante pro-

Além do problema das demissões, a intenção é pedir, também, a intervenção do ministro no que se refere às mudanças no Plano de Funções do Banco do Brasil.

As visitas aos bancários do interior não param. Depois de percorrer 111 municípios em janeiro e várias outros municípios da Zona da Mata e Agreste no início de fevereiro, a direção da entidade visitou, na terceira semana do mês, outras 14 cidades do Sertão pernambucano.

Reabilitação

O Sindicato participou, no dia 20 de fevereiro, do Seminário Nacional sobre Reabilitação Profissional. Os debates contaram com a participação de Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, e de Mara Alice Conti Takahashi, socióloga e ergonomista. Em xeque, a política de reabilitação profissional do país.

01 a 15 de março de 2013

Agnaldo Azevedo

MARCHA À BRASÍLIA


8

Noite cultural para as mulheres

U

ma noite cultural vai marcar a programação do Sindicato em homenagem à mulher. No dia 13 de março, todas e todos os bancários estão convidados para um encon-

tro regado à poesias, maracatus e artesanato. A poeta Suzana Moraes, que também é bancária da Caixa, participa de uma roda de conversas e poemas. Autora de mais de 50 cordéis, Suzana tam-

bém é declamadora. E a mulher é personagem principal de boa parte de seus escritos. A programação continua com apresentação do grupo de maracatu Conxitas, formado unica-

mente por mulheres e mostra de artesanato do grupo “Fuxiqueiras do Coque”, que também soprarão poesias no ouvido de quem estiver disposto a escutar. A partir das 19 horas, no Sindicato.

A história de Pernambuco revisitada No próximo 06 de março, a Data Magna do Estado de Pernambuco não passará em branco. Palestra e debate no Sindicato dos Bancários dão início ao projeto que pretende trazer à tona os fatos da história do estado que foram “esquecidos” pelos livros didáticos. A ideia partiu de um grupo de escritores e pesquisadores, e foi abraçada pela diretoria do Sindicato: a cada mês, uma história diferente. Na abertura, o escritor Paulo Santos

fala sobre a Revolução de 1817. Paulo Santos de Oliveira é autor do premiado romance histórico A Noiva da Revolução (Comunigraf, 2008), já em sua quarta edição no Brasil, e também publicado em Portugal e em Cuba. O livro retrata, de forma romanceada, a revolução de 1817 que, segundo o historiador Oliveira Lima, é “a única que merece o nome de revolução, no Brasil”. O debate será às 19 horas, no Sindicato..

Os II Jogos

do

Sindicato

dicas de alongamento

#

05

Deitado, mantenha um dos pés apoiado no chão e, com ajuda das mãos, estenda a outra perna com a ponta do pé flexionada

01 a 15 de março de 2013

#

06

Coloque as mãos sobre a cabeça e pressione-a para baixo

estão chegando!


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