Jornal dos Bancários - ed. 448

Page 1

ANO XXI • Nº 448 • 16 A 31 DE MARÇO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Trabalhadores somam forças Cinquenta mil trabalhadores, da cidade e do campo, de diferentes categorias e estados, tomaram as ruas de Brasília no dia 06 de março. Apesar da grandiosidade da Marcha, os meios de comunicação silenciaram. No mesmo dia, a imprensa pernambucana também calou diante da passagem da Data Magna do estado – a Revolução de 1817. É que a história das lutas dos trabalhadores não sai na TV. O Sindicato estava lá, na Marcha. Estava também no Encontro dos trabalhadores do setor terciário. E inaugurou projeto de debates sobre a história pernambucana. A certeza é de que é preciso somar forças e manter viva a memória das lutas coletivas. Página 3 e 7.

Participe dos II Jogos do Sindicato As inscrições para os II Jogos do Sindicato já estão abertas. Vai ter natação, vôlei de areia, tênis de mesa, xadrez, sinuca, dominó, canastra e atletismo. A disputa vai agitar o Clube de Campo em abril e promete muita animação. Inscreva-se: www.bancariospe.org.br. Página 8.

Mês da Mulher com cultura e alegria

LEIA TAMBÉM Bancários do BB em Campanha contra Plano de Funções Página 4

Sindicato reintegra três bancárias do HSBC Página 5

Mais uma audiência de conciliação no Santander Página 6

Mês da Mulher com luta, poesia e animação Página 7

Uma Noite Cultural agitou o Sindicato no dia 13, como parte da programação do Mês da Mulher. Teve poesia, música, bate-papo, artesanato e muita animação. Página 7.

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

@bancariospe

/bancariospe

/bancariospe


2 editorial

As lutas populares não saem na TV No último dia 6 de março, 50 mil trabalhado- ços alternativos de informação tem sido favoreres foram às ruas em Brasília. Os jornais, tele- cida pelas redes sociais e possibilidades digitais. visões e meios de comunicação em massa não Mas a concorrência com a grande mídia é difícil dedicaram ao assunto uma única chamada. Seis e desleal. Há que brigar, também, pela redemode março é, também, a cratização das concessões Data Magna do estado de públicas para emissoras de Pernambuco. É quando rádio e televisão. É hora de somar forças se lembra a Revolução Vale lembrar, entretane pressionar o governo de 1817, quando durante to, que a comunicação contra a política 74 dias o estado foi in- oficial ou alternativa de precarização do dependente, a escravidão escolhe fatos, mas não os trabalho. Afinal, de foi abolida, um governo cria. As revoltas no Egito, pressão os patrões provisório foi formado e por exemplo, não foram entendem. E eles se criou um novo regime, criadas pelas redes sociais. estão muito bem baseado na Declaração Os grupos já se articularepresentados nas dos Direitos Humanos. Na vam há bastante tempo e mídia local, quase não se o que as redes fizeram foi esferas de poder. falou sobre o assunto. Na facilitar a organização. As semana seguinte, o aniverpalavras-chave são, pois, sário de Recife e Olinda organização e unidade. teve festivas comemorações oficiais e ampla co- Além de juntarem forças na Marcha à Brasília, bertura da mídia. os trabalhadores também começam a se articular O fato é que a história oficial é contada pela em macrossetores, a partir de encontros convoboca de poucos e conforme a conveniência de cados pela CUT. O setor terciário, por exemplo, quem está no poder. As lutas sindicais só são as- do qual fazem parte os bancos, se reuniu nos dias sunto de jornal quando as greves ameaçam a co- 12 e 13 de março. A hora é de somar forças e modidade da população, especialmente da classe pressionar o governo contra a política de precarimédia. Já é hora, portanto, de tratar a comuni- zação do trabalho. Afinal, de pressão os patrões cação como assunto prioritário dos movimentos entendem. E eles estão muito bem representados sociais, sindicais e populares. A criação de espa- nas esferas de poder.

Humor

LIBÓRIO MELO

Tema livre Mulher e violência

De janeiro a dezembro de 2012, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) contabilizou 732.468 registros, sendo 88.685 relatos de violência. Isso significa que, a cada hora, dez mulheres foram vítimas de maus tratos ao longo do ano passado. Em 70% dos casos, o agressor é o companheiro ou o marido da vítima.

Assédio sexual

Em todo o mundo, 52% das mulheres já sofreram assédio sexual, segundo a OIT. O assédio é crime no Brasil desde 2001, quando ficou estabelecida pena de detenção de um a dois anos para quem praticar o ato. No entanto, enquanto em boa parte dos países, são os acusados que precisam provar que não cometeram o crime, no Brasil, a apresentação de provas é dever da vítima.

Mercado de trabalho

Dados do governo federal revelam que, de 2005 a 2011, 475 brasileiros foram vítimas de organizações criminosas internacionais para fins de exploração sexual e trabalho escravo. Uma média de 68 casos por ano. Ou uma vítima a cada cinco dias. Mulheres são a maior parte das vítimas.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal

Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta Jaqueline Mello

Secretário-Geral Fabiano Félix Comunicação Anabele Silva

Saúde do Trabalhador Wellington Trindade

Finanças Suzineide Rodrigues

Secretaria da Mulher Sandra Trajano

Administração Epaminondas França

Formação João Rufino

Assuntos Jurídicos Justiniano Junior

Ramo Financeiro Flávio Coelho

Bancos Privados Geraldo Times

Intersindical Renato Tenório

Bancos Públicos Daniella Almeida

16 a 31 de março de 2013

Cultura, Esportes e Lazer Adeílton Filho

Aposentados Luiz Freitas


3 MARCHA À BRASÍLIA

Mais de 50 mil trabalhadores pedem investimento público

A

diretora do Sindicato, Eleonora Costa; a funcionária da entidade, Rosilene Batista; e a bancária aposentada Marly Araújo foram parte da delegação que representou a categoria na Marcha dos Trabalhadores à Brasília. Elas enfrentaram 30 horas de ônibus e não se arrependem. Lá, se juntaram aos mais de 50 mil trabalhadores,para pedir investimento público e desenvolvimento social. Estavam lá, juntas, as várias centrais sindicais do país. Estavan lá também os movimentos sociais, estudantes e, principalmente, mulheres. Para a secretária da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, que participou da Marcha,“o que os trabalhadores mostraram é que têm força e estão dispostos a pressio-

nar o governo para garantir suas reivindicações. Se o diálogo não dá resultado, é preciso encontrar outras formas de impedir a política de arrocho e precarização de direitos”. Diante de um mar de faixas e bandeiras que cobriram a frente do Congresso Nacional, os trabalhadores fizeram uma homenagem especial ao presidente da Venezuela Hugo Chávez, falecido no dia anterior. Na pauta unificada, estão demandas como a redução da jornada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, reforma agrária, 10% do orçamento da União para a saúde e combate à demissão imotivada.

UNIDADE

Encontro de macrossetores reforça estratégia de unir a classe trabalhadora O Sindicato participou, nos dias 12 e 13 de março, do Encontro do Macrossetor de Comércio, Finanças, Serviços e Logística. Promovido pela CUT – Central Única dos Trabalhadores, o objetivo é articular as diversas categorias, definindo problemas comuns e uma agenda unificada de ações. Encontros semelhantes já foram realizados nos setores da Indústria e Serviços Públicos; e deve ocorrer também entre os trabalhadores rurais. Participaram do encontro 450 delegados - 65 bancários. O Sindicato foi representado pela presidenta Jaqueline Mello e pela secretária de Finanças, Suzineide Medeiros. Além deles, a delegação pernambucana incluiu os dire-

tores do Sindicato, Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf/CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT; além da representante da

Fetrafi/NE (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), Teresa Souza. Para Jaqueline, é cada vez mais necessário que se estabeleçam conexões entre os trabalhadores, já que existem muitos problemas

comuns. “A rotatividade, a terceirização, extrapolação de jornada e precarização de direitos não são exclusivos do ramo financeiro”, ressalta a presidenta. O setor terciário responde atualmente por 68,5% do PIB nacional. Apesar disso, o que se evidencia é a precarização nas relações de trabalho. As lideranças definiram que unificar a data-base, dividir uma pauta comum e combater a rotatividade e a terceirização são prioridades. O próximo passo é pressionar o governo para que realize as conferências do direito do consumidor - na qual será discutido o setor financeiro - e da educação e qualificação profissional .

16 a 31 de março de 2013


4 BANCO DO BRASIL

Bancários denunciam arbitrariedades da gestão

E

stá deflagrada a campanha nacional dos funcionários do Banco do Brasil contra a política adotada pela atual gestão. Em xeque, não apenas o Plano de Funções – implantado unilateralmente pela empresa, com prejuízos na remuneração dos trabalhadores. As denúncias, que foram levadas ao governo e ao Parlamento, envolvem o descumprimento de jornada; desrespeito a acordos, Convenção Coletiva e até decisões judiciais; terceirização ilegal e demissões por ato de gestão, sem processos administrativos. As atividades aconteceram em Brasília, no mesmo período em que ocorreu a Marcha dos Trabalhadores. No dia 5, uma caravana, formada por dirigentes sindicais de todo país, levou ao conhecimento de vários parlamentares os problemas que os bancários vinham enfrentando no BB. Os

deputados se mostraram bastante receptivos, entre eles José Genoíno (SP), João Paulo (PE), Artur Bruno (CE), Ângelo Vanhoni (PR) e Ricardo Berzoini (SP). Funcionário licenciado do Banco do Brasil, Berzoini se comprometeu a reunir um grupo de parlamentares bancários, na Câmara e no Senado, para estabelecer um

debate técnico. Propôs, ainda, a criação de uma frente parlamentar. No dia seguinte, foi a vez do grupo se reunir com representantes do governo. Pela manhã, a conversa foi com o diretor do Dest – Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, Murilo Barella. À tarde, na Secretaria-Geral da Presidên-

cia da República, com o assessor especial do ministro, José Lopez Feijóo. Ambos ficaram de apurar as denúncias e dar os devidos encaminhamentos. Segundo o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que integrou a caravana, tanto o governo quanto os parlamentares demonstraram bastante preocupação com as denúncias. “O Banco do Brasil, maior banco público do país, é hoje o maior devedor de passivo trabalhista junto ao TST. Isso mostra que existe algo de errado. E nós mostramos que, com as últimas decisões tomadas, a direção põe em risco o futuro do banco e se caracteriza como gestão temerária”, diz Fabiano. Um novo Dia Nacional de Luta está previsto para o próximo dia 20. E, nos meses de março e abril, haverá plenárias, paralisações e atividades em todo o país.

BANCO DO NORDESTE

Diretoria do BNB chama movimento sindical para negociar mudanças Ao contrário do Banco do Brasil, a direção do BNB realizou seminário para debater com o movimento sindical possíveis mudanças a serem implantadas pela gestão. Realizado no último dia 12 de março, o seminário Rumos e Desafios do Banco do Nordeste contou com a presença do presidente da instituição, Ari Joel Lanzarin. O Sindicato estava lá, representado pela presidenta Jaqueline Mello, pela secretária de Bancos Públicos Daniella Almeida e pela secretária de Comunicação Anabele Silva.

16 a 31 de março de 2013

Para Jaqueline, o encontro foi bastante positivo. “Além de anunciar a antecipação da PLR, o banco demonstrou interesse em dialogar e valorizar os trabalhadores. Nossa função é pressionar para que estes compromissos sejam cumpridos”. Em pauta, questões como uma possível reestruturação e Plano de Incentivo à Aposentadoria; revisão do PCR – Plano de Carreiras e Remuneração; além de mudanças na Capef – Caixa de Previdência e Camed – Caixa de Assistência. “A direção do BNB chamou os

sindicatos, federações e confederação para dialogar e garantiu que nenhuma mudança seria feita sem negociação com o movimento”,

afirma Daniella. “Foi uma iniciativa muito boa, que deveria inclusive servir de exemplo a outros bancos”, complementa Anabele.


5 HSBC

Sindicato reintegra três bancárias da mesma agência

T

rês bancárias da mesma agência do HSBC tiveram seu emprego de volta em fevereiro e março. Duas delas conseguiram antecipação de tutela a partir de ação judicial e a outra teve sua demissão cancelada, por via administrativa. Nos três casos, o Sindicato emitiu a CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho e as aconselhou a mover ação judicial. Edineide e Ivani o fizeram, via escritório jurídico Campos Machado, contratado pela Appdort – Associação Pernambucana dos Portadores de Doença Ocupacional Relacionada ao Trabalho. Aline também entrou na Justiça, mas a negociação conduzida pelo Sindicato foi eficaz. O diretor Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e funcio-

nário do HSBC, foi o articulador. Edineide (foto à direita) havia sido parabenizada pelo desempenho no ano de 2011. Oito dias depois, foi surpreendida com a demissão. “Entrei em depressão profunda. Vi que nada adiantou eu ter ignorado as dores para não causar problemas”, reconhece. Orientada pelo Sindicato, obteve benefício acidentário pelo INSS por dois meses. Superada a depressão, conseguiu emprego de supervisão em empresa do setor financeiro. Mas as patologias não permitiram que mantivesse o novo emprego. Desde o dia 04 de março está de volta ao banco. Ivani (foto à esquerda) trabalha há 22 anos no HSBC. Antes da demissão, trabalhava no Atendimento ao Cliente. Chegou a gerente de Atendimento, depois de passar por

diversas funções e vivenciar três assaltos. Herdou as sequelas: tendinite e depressão, que a obrigaram a idas e vindas a especialistas e a tomar remédio controlado. Foi demitida no dia 17 de novembro de 2011. O Sindicato emitiu a CAT e, de posse dos laudos médicos, procurou o INSS, que lhe recusou benefício. Desde então, sobrevive a peso de remédios controlados e ajuda financeira da família. Sem salário e sem plano de saúde, entrou na Justiça, e no último dia 11, conseguiu a reintegração. Para Aline, a notícia do cancelamento da demissão chegou de forma singular: na véspera do Carnaval, ao tirar um extrato de sua conta bancária, se deparou com o crédito de proventos. “Liguei para o Alan em São Paulo, e ele me deu

a notícia de que minha demissão havia sido cancelada Foi uma das maiores alegrias da minha vida, nos últimos tempos”, observa. Surpresa em sentido contrário ela teve em 19 de novembro do ano passado, quando recebeu o bilhete de saída, sem qualquer explicação. “Havia batido todas as metas e conquistado direito a premiação. Não entendi. Ninguém entendeu”, conta Aline. Aline está em benefício acidentário pelo INSS até 30 de abril. Segue em tratamento do transtorno depressivo grave, e faz fisioterapia para recuperar-se da tendinite nos dois ombros. “Você adia o problema com medo de ficar visada. Só quando fui demitida é que procurei me cuidar. Não aconselho a que me imitem”, observa.

DELEGADOS SINDICAIS

Eleições acontecem nos dias 20, 21 e 22 Os bancários do Banco do Brasil, BNB, Caixa, BNDES e Banrisul escolhem, nos próximos dias 20 a 22, seus representantes sindicais de base. Os empregados da Caixa elegem um delegado para cada 100 empregados em cada

unidade. No BNB, a eleição é de um bancário para cada 50 funcionários. No BB, a proporção é de um para 80 e a eleição se dá por grupo de agências. O BNDES e o Banrisul, que só dispõem de uma unidade no estado, localizadas na

capital, elegem um delegado cada. As inscrições foram abertas desde o final de janeiro, por meio dos formulários enviados às agências e departamentos e também pelo sítio eletrônico do Sindicato. “O delegado Sindical é o elo entre o Sin-

dicato e os funcionários da unidade e tem, portanto, papel essencial na organização dos trabalhadores. Nossa luta, agora, é para estender a conquista aos bancos privados”, afirma a secretária de Bancos Públicos, Daniella Almeida. 16 a 31 de março de 2013


6 DEMISSÕES EM MASSA

Santander frustra nova tentativa de conciliação

O

Santander frustrou a expectativa da procuradora Ana Cristina Tostes Ribeiro, do Ministério Público do Trabalho (MPT), durante audiência realizada no último dia 14 de março sobre as demissões em massa de dezembro. O banco não trouxe nenhuma nova proposta para resolver o processo judicial. A reunião havia sido marcada após a primeira audiência de conciliação da Ação Civil Pública movida pelo MPT contra o banco e em tramitação na 14ª Vara do Trabalho de Brasília. Ela acabou sendo suspensa por determinação da juíza pelo prazo de 30 dias para nova tentativa de conciliação. Ela também deferiu prazo de 10 dias para que o Santander juntasse documentos mais uma vez. E designou o dia 16 de abril para o encerramento da instrução e renovação da proposta conciliatória, dispensado o comparecimento das partes. A Ação Civil Pública foi ajuizada depois que a Contraf-CUT en-

SINDICATO REALIZOU PROTESTOS CONTRA AS DEMISSÕES NO SANTANDER

trou com uma representação junto ao MPT, em Brasília, denunciando a ocorrência das demissões coletivas. Desde então, foram quatro audiências de mediação, duas delas abertas à participação dos sindicatos e federações de todo país, que tiveram acesso à lista de demitidos e dados do Caged de 2011 e 2012. O estudo das informações mos-

trou o que os bancários já sabiam: que o Santander praticou demissões em massa. Enquanto a média de demissões sem justa causa era de 182 entre janeiro e novembro, o banco despediu 1.153 pessoas em dezembro – um crescimento de 533,5%. Na Ação, o Ministério Público do Trabalho pede que seja declara-

BRADESCO

Funcionários decidem sobre capacitação para designado CIPA Os funcionários do Bradesco participam de assembleia na sede do Sindicato, no próximo dia 20. Em pauta, o programa de capacitação para os designados à CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A comissão é exigência da Norma Regulamentadora número 5, do Ministério do Trabalho. No entanto, para agências com menos de 100 funcionários, a lei facul-

ta à empresa designar um trabalhador para as funções da CIPA. É justamente para estes profissionais que está sendo proposto o programa de treinamento. Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, o programa de capacitação teve um avanço, já que o banco se compromete a realizar o treinamento durante o horário de trabalho, em horários planeja-

16 a 31 de março de 2013

dos conjuntamente entre empregado e gestor. “Além disso, os sindicatos terão acesso à relação mensal dos designados, o que pode permitir que a gente se articule melhor com estes trabalhadores”, diz Geraldo. A capacitação será realizada na modalidade à distância, pela Internet corporativa. A carga horária será de 20 horas, distribuídas em, no máximo, oito horas diárias.

da a nulidade das despedidas sem justa causa ocorridas em dezembro de 2012 e que o réu reintegre os trabalhadores. Também pede que o Santander seja proibido de realizar demissões coletivas sem negociação com as entidades sindicais. E reivindica indenização por danos morais coletivos e pagamento de custas processuais.

Nota Lucro

e

demissões O HSBC no Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,225 bilhão em 2012, um crescimento de 9,6% em relação a 2011, de acordo com o Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos. Apesar disso, o banco inglês cortou empregos. No ano passado houve o fechamento de 946 postos de trabalho, passando de 23.483 funcionários em dezembro de 2011 para 22.537 em dezembro de 2012, uma redução de 4%. Em relação aos ganhos globais, o banco obteve lucro líquido de US$ 15,33 bilhões no ano passado, um declínio de 14,5% na comparação com 2011.


7 HISTÓRIA DE PERNAMBUCO

Projeto traz à tona desmandos da ditadura

N

o próximo dia 3 de abril, o projeto “A História de Pernambuco em Debate pelos Trabalhadores” traz ao Sindicato Urariano Mota, jornalista e escritor – e também bancário aposentado do Banco do Brasil. Seu tema é o regime militar, de triste memória, e os desmandos da ditadura instalada no país durante 21 anos, a partir de 1964. Urariano é autor de dois livros sobre o período, ambos romances: Os Corações Futuristas e Soledad no Recife. E é partir da segunda história que se dará a conversa com o escritor na primeira quarta do próximo mês. Soledad, uma ativista paraguaia, estava no grupo de jovens militantes de esquerda, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), sequestrado e assassinado, a partir da delação do próprio companheiro da personagem-título, que dele estava grávida. Veio a se descobrir depois, tratava-se do Cabo Anselmo, que atuava de agente duplo, coop-

tado pela repressão. O projeto é uma parceria com a CUT PE e com o recém-criado grupo Typhis, que reúne escritores e jornalistas com trabalhos publicados sobre fatos e personagens pernambucanos. O objetivo, de acordo com Jaqueline Melo, presidenta do Sindicato, “é jogar luz sobre a memória popular, trazendo ao debate episódios que são patrimônio do povo pernambucano; e com isso contribuir para enriquecer a cultura, sobretudo, de trabalhadores e estudantes, e estimular sua participação na política nos tempos atuais”. Os debates tiveram início no dia 06 de março, Data Magna do estado de Pernambuco. O escritor Paulo Santos, autor do livro “A Noiva da Revolução”, falou sobre o episódio que embasa a data magna e que, no entanto, continua esquecido pela mídia e pela história oficial: a Revolução de 1817.

Mês da mulher

Poesia, música e animação marcam programação em homenagem à mulher “A literatura é minha bandeira, minha arma e minha luta”. As palavras são da bancária Susana Morais, cordelista e declamadora, que brindou a plateia do auditório do Sindicato, na noite do dia 13 de março, com vários poemas e um agradável bate-papo. A atividade foi parte da programação do Mês da Mulher e o tema em discussão, “A presença da Mulher na Cultura”, acabou tomando outro rumo: “como a cultura pode operar mudanças na vida das pessoas”. Susana mostrou isso de forma descontraída, lembrando recitais realizados em penitenciárias, creches e periferias. E mostrou, na prática, como a literatura lhe ajuda a protestar, se encontrar e reafirmar sua identidade feminina. Declamou poemas engajados,

sobre a história de lutas do dia 8 de março. E também poemas que são uma resposta bem humorada aos machistas de plantão. Na plateia, estavam sindicalistas, trabalhadoras, integrantes do movimento feminista, bancárias, mulheres e homens. Estava lá, inclusive, o cônsul da Venezuela.

E estavam lá, também, as “Fuxiqueiras do Coque”, que realizam um trabalho integrado de leitura e artesanato. Entre a saída do auditório, onde ocorreu o bate-papo com Susana, e a chegada no pátio interno do Sindicato, onde as Conxitas se apresentavam e as Fuxiqueiras

expunham seus trabalhos, algumas pessoas foram presenteadas com poemas ao pé-do-ouvido, recitadas pelas leitoras artesãs do Coque. Depois, foi a hora de balançar o esqueleto, confraternizar, girar na roda de ciranda e se deleitar com a percussão e a música do grupo Conxitas. Programação

A programação do mês de março não parou por aí. No dia 8, o Sindicato participou da atividade convocada pela CUT – Central Única dos Trabalhadores, com concentração no Parque 13 de Maio e passeata pelas ruas do Recife. Diretores do Sindicato também visitaram as agências da Região Metropolitana para homenagear as bancárias. 16 a 31 de março de 2013


8

Inscrições abertas para os II Jogos do Sindicato

A

s inscrições para o II Jogos do Sindicato já estão abertas. A exemplo do ano passado, as disputas acontecem em várias modalidades: natação, vôlei de areia, tênis de mesa, xadrez, sinuca, dominó. E este ano, também canastra e atletismo, com corrida rústica e de velocidade. “No ano passado, a atividade foi muito elogiada, até porque cria um ambiente agradável de confraternização. Este ano, queremos ampliar a participação dos bancários, inclusive do interior”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. Para facilitar a vida dos atletas do interior, eles terão prioridade na ocupação das vagas para os chalés do Clube de Campo no fim de semana do torneio. Os atletas da Região Metropolitana ocupam o segundo lugar na ordem de prioridade. As inscrições vão até dia 11 de abril, com sorteio no dia seguinte. As disputas serão abertas, também, aos dependentes dos bancários sindicalizados, diretores e funcionários do Sindicato, ampliando o entrosamento entre todos. A corrida rústica terá um percurso de três quilômetros, dentro do próprio Clube de Campo dos Bancários. Já a de velocidade será disputada em 75 metros. Já na natação, haverá provas individuais, 50 metros, de nado livre, peito, borboleta e costas. Estas duas modalidades serão divididas por gênero e faixa etária. As inscrições podem ser feitas por meio de formulário impresso ou do sítio eletrônico do Sindicato: www.bancariospe.org.br. As competições serão nos dias 20 e 21 de abril. Para adquirir a camiseta dos Jogos, os participantes devem levar um quilo de alimento não perecível ou um garrafão de três litros de água mineral, que serão doados às vítimas da seca. Inscreva-se e agende-se.

Sábado,

20 de abril

Natação, vôlei de areia, xadrez e sinuca

Domingo,

21 de abril

Atletismo, dominó, canastra e tênis de mesa

Café dos Aposentados está de volta no dia 22

Inscrições para chalés vão até dia 22

Depois de uma breve pausa no mês de fevereiro, o Café dos Aposentados volta a reunir na sede do Sindicato antigos colegas de profissão. Criado pela atual gestão há quase três anos, o objetivo é trazer de volta os que tanto já contribuíram para as conquistas da categoria. A atividade acontece na terceira sexta-feira do mês. No caso de março, no próximo dia 22. Além do delicioso café regional, uma

Para as outras semanas de abril, que não as do torneio, as inscrições para quem quiser concorrer a uma das vagas nos chalés do Clube de Campo vão até dia 22 de março. O sorteio é uma forma de democratizar o acesso aos chalés, diante da grande demanda

16 a 31 de março de 2013

funcionária da Cassi – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil estará à disposição dos aposentados, para orientar e aferir pressão. “É um momento muito agradável, de reencontro, de lembranças, de colocar a conversa em dia, saber o que se passa e como contribuir com a organização sindical”, afirma o secretário de Aposentados do Sindicato, Luís Freitas.

por parte dos bancários. São dez chalés mobiliados e equipados, com dois quartos, banheiro, sala e cozinha conjugados. Localizado no quilometro 14,5 da Estrada de Aldeia, o Clube tem parque aquático, bicas, campos de futebol e vôlei, bar e restaurante e parque infantil.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.