Jornal dos Bancários - ed. 456

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ANO XXI • Nº 456 • 16 A 31 DE JULHO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Campanha Nacional

BANCÁRIOS DEFINEM AS REIVINDICAÇÕES NO DIA 21 Emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho. É em torno destes eixos que a Campanha Nacional dos Bancários entra em campo no início de agosto, a partir das definições tomadas pela Conferência Nacional dos Bancários, que acontece de 19 a 21 deste mês, em São Paulo. Na Conferência Nacional, representantes de trabalhadores em bancos de todo o país, eleitos na base regional, debatem as propostas ti-

radas nas respectivas conferências regionais. A pauta do Nordeste, discutida e aprovada em Maceió (AL), em encontro realizado no primeiro fim de semana deste mês, contempla: aumento real de 5%, cesta-alimentação de um salário mínimo e piso salarial do Dieese, o equivalente a R$ 2.860,21, mínimo para se garantir as necessidades básicas de uma família. Página 4

Estratégias de mobilização também serão definidas na Conferência Nacional

Sindicato engrossa o Dia Nacional de Luta dos trabalhadores Os bancários de Pernambuco realizaram, em 11 de julho, uma série de paralisações, protestos e manifestações para cobrar do Governo Federal e do Congresso Nacional avanços na pauta de reivindicações da classe trabalhadora. A mobilização fez parte do Dia Nacional de Luta convocado pela CUT e demais centrais sindicais, e contou com a adesão de milhares de trabalhadores em todo o país. No Recife, os bancários pararam treze agências do bairro da Boa Vista e participaram da grande passeata que tomou conta das ruas do centro. Página 8

Passeata reuniu mais de 10 mil trabalhadores no Recife

LEIA TAMBÉM Veja como andam as negociações por banco

Sobe para 17 o número de

Vote Jaqueline Barros para

Financiários dão início

Páginas 5, 6 e 7

assaltos a bancos em PE Página 3

o Conselho de Ética do BB

à campanha salarial

Página 5

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

Página 3


2 editorial

Tema livre

Terceirização mata O Projeto de Lei (PL) 4330/2004, do deputa- Trabalho vem condenando esse procedimento do Sandro Mabel (PMDB- GO), representa um como ilícito, prática de intermediação ilegal de imenso ataque aos trabalhadores. Além de não mão-de-obra, mandando pagar as diferenças salaresolver nenhum dos problemas atuais dos mais riais. E a nova lei resolveria isso para os bancos. de 10 milhões de terceirizados no Brasil, traz para O PL 4330 também enterra definitivamente a os demais 45 milhões de trabalhadores formais o possibilidade do estabelecimento da responsarisco iminente de se tornarem prestadores de ser- bilidade direta e solidária entre a empresa que viços eventuais, em condições precarizadas. Isso contrata os serviços e a prestadora. Assim, caso porque o principal motivo da terceirização é a re- uma empresa terceirizada não cumpra com suas dução dos custos com pessoal. obrigações trabalhistas ou descumpra normas de As empresas poderão contratar prestadores para saúde e segurança, a tomadora de serviços não toda e qualquer atividade. Hoje, apesar de não precisará arcar de imediato com os prejuízos que haver legislação específica, o Trio trabalhador possa vir a sofrer, Projeto de Lei bunal Superior do Trabalho (TST) como é comum, por exemplo, o não 4330 acaba proíbe a terceirização das atividapagamento das verbas rescisórias. des principais das empresas. A pro- com os direitos Vale destacar que, segundo estuposta de PL acabará com isso, desdo de 2011 da CUT e do Departatrabalhistas de que a empresa contratada seja mento Intersindical de Estatísticas e elimina os classificada como “especializada”. e Estudos Socioeconômicos (Dieeempregos Por exemplo, os bancos – que lise), o trabalhador terceirizado sofre formais deram as negociações no Congresmuitos prejuízos. Ele permanece so Nacional pela aprovação do PL 4330 – pode- 2,6 anos a menos no emprego do que o trabalharão funcionar sem qualquer bancário, com caixas dor contratado diretamente, recebe na média saláe gerentes fornecidos por empresas terceirizadas rios 27% menores e sem benefícios. No caso dos como profissionais especializados nessas funções, bancos, essa diferença chega a 75% menos em ampliando o que já ocorre nas áreas de retaguar- relação aos lotéricos. da, processamento de documentos e tesouraria. E, A cada 10 acidentes de trabalho fatais, oito ocorobviamente, pagando salários ínfimos, jornadas rem entre trabalhadores terceirizados. Por falta de maiores e sem os direitos da categoria bancária. treinamento e investimentos em qualificação, a O problema para os bancos é que a Justiça do terceirização está matando os trabalhadores.

Humor

LIBÓRIO MELO

Bancários prontos para a Campanha Nacional 2013

Reforma

política

Em carta enviada à presidenta Dilma no dia 2 passado, a CUT apresenta a sua proposta para a reforma política. Entre elas está o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, que macula indelevelmente o processo eleitoral, e que é fonte importante de corrupção. Também fazem parte das propostas o fim do Senado e o fim da imunidade parlamentar.

Juros

abusivos

A receita dos três maiores bancos brasileiros com juros é desproporcional ao tamanho deles, conforme indica um levantamento da revista britânica The Banker. O Itaú, apesar de ser só o 39º maior banco do mundo, é o 13º quando o assunto é cobrança de juros. O BB, 36º do mundo em tamanho, é o 14º em cobrança de juros. O Bradesco é o 16º nesse quesito, mas apenas o 42º em tamanho. Juntos, Itaú, BB e Bradesco ganharam US$ 72 bilhões com juros em 2012.

Tarifas

escorchantes

Os bancos passaram a oferecer no dia 1º de julho aos clientes novos pacotes padronizados de serviços básicos, seguindo resolução do Banco Central. A diferença entre os preços oferecidos pelas instituições é de até 29,75%, segundo levantamento da Folha de S.Paulo.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal

Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 12.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta Jaqueline Mello

Secretário-Geral Fabiano Félix Comunicação Anabele Silva

Saúde do Trabalhador Wellington Trindade

Finanças Suzineide Rodrigues

Secretaria da Mulher Sandra Trajano

Administração Epaminondas França

Formação João Rufino

Assuntos Jurídicos Justiniano Junior

Ramo Financeiro Flávio Coelho

Bancos Privados Geraldo Times

Intersindical Renato Tenório

Bancos Públicos Daniella Almeida

16 a 31 de julho de 2013

Cultura, Esportes e Lazer Adeílton Filho

Aposentados Luiz Freitas


3 Insegurança

NOTAS

Sequestro e tensão no Santander do Cabo

A

já imensa carga de pressão sustentada pelos funcionários do Santander do Cabo dobrou de tamanho em15 de julho. No início do dia, o tesoureiro da unidade foi abordado por bandidos dentro de sua própria casa. Viu sua mãe e sua tia serem levadas como reféns, enquanto ele era forçado a esperar na agência pela chegada do carro-forte. No interior da unidade, os colegas perceberam que havia algo de errado no comportamento do tesoureiro e, depois de descobrirem o que havia acontecido, ligaram para a Polícia, que iniciou as investigações. A mãe e a tia do funcionário foram encontradas no início da tarde. O Sindicato visitou a unidade e encontrou os trabalhadores muito apreensivos. “Vamos entrar em contato com o banco para achar uma forma de garantir a segurança do pessoal. Os bandidos sabiam detalhes sobre a vida e a rotina de cada um. Estão

todos se sentindo muito expostos”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade. A agência ficou fechada durante todo o dia e o Sindicato também solicitou do Santander a presença de um psicólogo.

a mesma registrada no primeiro semestre do ano passado. “Só nos primeiros quinze dias de julho Pernambuco assistiu a três assaltos a banco. Além do Santander do Cabo, foram alvo das investidas dos bandidos o Bradesco do Janga e o Banco do Brasil do Ceasa, ambos no dia 5. Esperamos que os bancos cumpram o compromisso firmado para implantação do projeto-piloto de segurança bancária, cujo prazo expira em agosto. O número de assaltos evidencia que é necessário investir mais na segurança das agências”, afirma Wellington.

Assaltos

Esta foi a sétima tentativa de assalto ou arrombamento só no Santander do Cabo. Com o crime, subiu para 17 o número de assaltos a banco registrados em Pernambuco este ano. A quantidade de crimes é

Wellington Trindade

Ramo Financeiro

Financiários entregam pauta da campanha salarial no dia 16 Os financiários entregam sua pauta de reivindicações às financeiras no próximo dia 16. A pauta da campanha salarial da categoria

Flávio Coelho

foi definida em assembleia realizada pelo Sindicato. Os financiários reivindicam reajuste de 12,30% (composto pela reposição da inflação de 6,95% medida pelo INPC entre 1º de junho de 2012 a 31 de maio de 2013, mais 5% de aumento real); Participação nos Lucros e Resultados de três salários mais o valor fixo de R$ 4.989, 26; e o valor do salário mínimo nacional (R$ 678) para cada uma das verbas: auxílio-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.

Diferentemente dos bancários, que têm data base em 1º de setembro em todo o país, os financiários têm datas distintas, sendo 1º de junho a dos que trabalham em Pernambuco. “Vamos reivindicar, também a unificação da data base em todo o Brasil. Acreditamos que esse seja o primeiro passo para a construção de uma Convenção Coletiva Nacional nos moldes da que os bancários conquistaram há mais de vinte anos”, explica o secretário do Ramo Financeiro do Sindicato, Flávio Coelho.

História de PE em debate

Após dois meses de pausa, o ciclo de palestra sobre a história de Pernambuco será retomado no dia 7 de agosto – primeira quarta-feira do mês. O evento será realizado às 19h, na sede do Sindicato. O personagem da vez é o general Abreu e Lima, destacado participante das lutas latino-americanas pela independência. Quem fala sobre o tema é o escritor Paulo Santos, autor do livro “O general das massas”. Os debates em torno da atividade histórica que tem Pernambuco e o Nordeste como protagonistas é uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, em parceria com a CUT-PE e o Grupo Typhis, que reúne escritores e jornalistas

Insalubridade no BB de Bezerros

Quase um mês depois da explosão que danificou a estrutura da agência do Banco do Brasil de Bezerros, no dia 19 de junho, a unidade ainda aguarda o conserto da porta com detector de metais para voltar a atender o público. No entanto, os bancários continuam realizando trabalho interno. Pior: durante vários dias, foram forçados a trabalhar sob a poeira e entulhos causados pela reforma na unidade. “Quando visitamos a agência, no final de junho, tomamos um susto. O pessoal estava trabalhando com máscaras de pintor, de tão insalubre que estava o local”, conta o diretor do Sindicato Marcílio França. O Sindicato entrou em contato com a agência no dia 12 de julho para verificar a situação. A reforma já havia sido concluída, mas a porta com detector de metais continuava sem funcionar.

Marcílio França

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4 Campanha Nacional

Bancários definem pauta de reivindicações no dia 21 Bancários de Pernambuco e do Nordeste levarão suas demandas para a Conferência Nacional, definidas no Encontro Estadual (foto da esquerda) e na Conferência Regional (direita)

E

mprego, remuneração, saúde e condições de trabalho. É em torno destes eixos que a Campanha Nacional dos Bancários entra em campo no início de agosto, a partir das definições tomadas pela Conferência Nacional dos Bancários, que acontece de 19 a 21 deste mês, em São Paulo. Uma campanha movida pela “unidade, ousadia e esperança” de toda a categoria, na sintética interpretação do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, durante sua participação no Encontro Estadual dos Bancários de Pernambuco, mês passado, no Recife. Na Conferência Nacional, representantes de trabalhadores em bancos de todo o país, eleitos na base regional, debatem as propostas tiradas nas respectivas conferências regionais. A pauta do Nordeste, discutida e aprovada em Maceió (AL), em encontro realizado no primeiro fim de semana deste mês, contempla: aumento real

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de 5%, cesta-alimentação de um salário mínimo e piso salarial do Dieese, o equivalente a R$ 2.860,21, mínimo para se garantir as necessidades básicas de uma família. Em São Paulo, a delegação representativa de bancários e bancárias do Nordeste vai defender, também, a estratégica de organização da categoria para o embate com os banqueiros neste 2013: campanha unificada, com negociações em torno de pauta geral única de reivindicações junto à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e mesas paralelas com os bancos públicos para negociar as demandas específicas. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, destaca outros aspectos positivos da Conferência Regional Nordeste: “A unidade entre as diferentes forças políticas contribuiu para um encontro bastante participativo na definição dos conteúdos e permitiu que se definisse chapa única para re-

presentar os trabalhadores da região na Conferência Nacional”, observa. Além de Pernambuco, estavam em Alagoas delegações de trabalhadores de Alagoas, do Ceará, Maranhão e Piauí, da Paraíba e dos sindicatos de Campina Grande (PB), do Cariri (CE) e do Extremo Sul da Bahia. Durante três dias – de 05 a 07 de julho – analisaram e debateram a conjuntura social, política e econômica brasileira, seus reflexos para os bancos e para os bancários, bem como a reestruturação produtiva do sistema financeiro. Inseridos no contexto, os quatro eixos da Campanha Nacional: emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho. Outra decisão da Conferência: reforçar a participação da categoria nas mobilizações convocadas pela CUT para pressionar governos e Congresso a avançar na agenda trabalhista e cidadã: derrubada do PL 4330, do deputado goiano Sandro

Mabel (PMDB), que legaliza a terceirização para as atividades-fim; extinção do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário; transporte público de qualidade; reformas política, urbana e agrária; 10% do PIB para educação e saúde, dentre outras reivindicações históricas dos movimentos sociais, sindical e popular. “A riqueza do momento favorece a oportunidade de avançar nas conquistas da pauta dos trabalhadores e construir, de fato, alguma mudança social”, avalia Carlos Eduardo Marques, presidente da Fetrafi-NE (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste). Até porque, a avaliação das mobilizações de junho e julho e seu impacto na agenda do governo e do parlamento serão pontos de debate durante a Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo.


5 Caixa

Vote em Jaqueline Barros para o Conselho de Ética do BB

Banco promete responder pendências das negociações

O

Sindicato e a Contraf-CUT obtiveram no dia 12 de julho, durante negociação com a Caixa, o compromisso da empresa de apresentar posicionamento a respeito de uma série de reivindicações ainda pendentes de respostas. Os assuntos vão desde condições de trabalho até questões de interesse dos aposentados. As respostas deverão ser encaminhadas pela Caixa aos sindicatos antes da próxima rodada de negociações, quando já será apresentada a pauta de reivindicações específicas dos empregados para a Campanha Nacional dos Bancários de 2013. “Esperamos respostas concretas da Caixa e o atendimento das nossas reivindicações”, avisa a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Temos diversas pendências que precisam ser solucionadas ainda este mês para que a gente possa iniciar, em agosto, as discussões da Campanha Nacional com a pauta limpa”, completa Jaqueline. Entre as pendências estão reivindicações relativas à condições de trabalho, aposentadorias, tesoureiros, ranqueamento, assédio moral e descomissionamento. Leia mais em www.bancariospe.org.br.

Jaqueline Mello

Banco do Brasil

Nova reestruturação gera transtornos e insegurança aos funcionários Já virou pesadelo a rotina do Banco do Brasil de reestruturações recorrentes, umas após outras. Os fechamentos e centralizações de unidades estão trazendo inúmeros transtornos e insegurança a centenas de trabalhadores que acabam por perder suas funções e postos de trabalho nas regiões onde estão estabelecidos com suas famílias. Dessa vez as mudanças são na Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais (Dirao).Diversos sindicatos no país têm recebido denúncias sobre as consequências oriundas dessa reestruturação e que unidades e postos de trabalho serão fechados em vários locais. A pedido da Contraf-CUT, foi marcada reunião de emergência com a direção do Banco do Bra-

Fabiano Félix

sil para o dia 16 de julho. “Vamos ouvir o que o BB tem a dizer sobre esta nova reestruturação, mas desde já estamos mobilizando os bancários para lutar contra mais

este ataque do banco”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix. Leia mais em www.bancariospe.org.br.

De 15 a 19 de julho, bancárias e bancários do Banco do Brasil escolhem quem vai representá-los no Comitê Estadual para Ética do banco, responsável pelo julgamento de processos relativos a assédio moral, por exemplo. O Sindicato apoia a candidatura de Jaqueline Barros, gerente de Relacionamento da Agência Derby, no Recife, e integrante da diretoria da entidade. A votação se dá pelo SisBB e está apto funcionário com vínculo ativo até 17 de junho passado. O Sindicato participa pela primeira vez. “Embora o comitê não seja paritário, a eleição coloca o funcionário no processo de julgamento dos casos de assédio moral. Sem o comitê não tínhamos como saber se havia favorecimento deste ou daquele caso”, avalia Fabiano Félix, secretário-geral do Sindicato e funcionário do BB. Jaqueline Barros esperava a oportunidade para candidatar-se: “Da primeira vez, eu ainda não tinha 10 anos de banco, uma exigência para as candidaturas. Vi que há muitos candidatos que são administradores e, na minha opinião, administrador não representa funcionário. É uma lacuna que me estimula a participar, para contribuir e fiscalizar”, afirma.

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6 Santander

Bancários cobram fim das demissões em massa

O

Sindicato e a Contraf-CUT retomaram as negociações com o Santander, no último dia 4, e cobraram o fim das demissões. Segundo a diretora da Fetrafi-NE (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste), Tereza Souza, só no primeiro semestre deste ano foram dispensados 2.604 bancários. “Nesta primeira reunião de negociação, após o fechamento da nossa pauta de reivindicações, exigimos o fim imediato das demissões. Aliás, o banco precisa é contratar mais bancários e parar com a política de rotatividade e terceirização, que só precarizam o emprego”, diz Tereza. A pauta específica de reivindi-

cações, aprovada no Encontro Nacional dos Funcionários e entregue ao banco no dia 26 de junho, não chegou a ser debatida, frustrando a expectativa de todos. O novo superintendente de relações sindicais do Santander, Luiz Cláudio Xavier, que assumiu o cargo há um mês e meio, alegou que ainda não conseguiu examinar todas as demandas, propondo discuti-la em nova reunião do CRT, agendada para o próximo dia 22, às 14h.

Tereza Souza

Caixas sem metas individuais

Na reunião, o Santander entregou aos dirigentes sindicais o texto de um comunicado interno, que está

sendo distribuído aos gerentes na rede de agências, sobre as atividades do caixa. Nele, o banco destaca que “esses profissionais não podem

estar sujeitos ao cumprimento de metas individuais de venda de produtos bancários. E a avaliação deve ser baseada pelo atendimento”.

Bradesco

HSBC

Sindicato obtém avanços no programa de reabilitação

Negociação traz resultados, mas precisa avançar muito mais

O Bradesco aceitou a proposta do Sindicato e da Contraf-CUT de não incluir funcionário afastado pelo INSS no programa de reabilitação profissional. Além disso, prometeu que irá estudar a sugestão de compartilhar o processo de reabilitação com entidades de defesa dos trabalhadores. O anúncio ocorreu no último dia 5, em reunião entre representantes das entidades sindicais e do banco. O programa de reabilitação profissional faz parte da Campanha de Valorização dos Funcionários e está na pauta de reivindicações dos bancários. A secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, destaca que as negociações com o Bradesco continuam e que o objetivo dos funcionários é avançar ainda mais na construção do programa de reabilitação Novas reuniões foram agendadas para continuar discutindo a reabilitação profissioSuzineide nal, nos dias 24 de juRodrigues lho e 7 de agosto.

O Sindicato e a Contraf-CUT retomaram as negociações com o HSBC no último dia 2, para discutir a pauta de reivindicações dos funcionários entregue ao banco há um mês. Nesta primeira reunião, o HSBC aceitou algumas demandas, como a criação da Comissão Paritária de Saúde, treinamento interno de funcionários somente durante a jornada de trabalho, adiantamento de férias entre duas e cinco parcelas, bolsa auxílio-educação, folga nas datas de aniversá-

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Alan Patrício

rio do funcionário e de tempo de casa, e planos de saúde e odontológico com mínimo de duas operadoras. Segundo o diretor do Sindicato, Alan Patrício, esta é a primeira vez que o HSBC aceita colocar essas conquistas num Acordo Coletivo de Trabalho, que deve ser assinado no final das negociações. “A formalização de um acordo é um significativo passo na questão da segurança jurídica dos atuais e futuros funcionários do banco. Agora, os direitos não ficarão mais como mera liberalidade da empresa, podendo ser alternados ou suprimidos a qualquer momento. O nosso próximo desafio será agregar novas conquistas”, comenta Alan, que também é secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT. O HSBC também se comprometeu a debater a viabilidade dos demais itens da pauta de reivindicações em nova rodada de negociação agendada para o próximo dia 30.


7 Itaú-Unibanco

Sindicato apoia Chapa 1 na eleição para a Fundação

T

erminam no próximo dia 22 as eleições que vão escolher os novos dirigentes da Fundação Itaú Unibanco, que abriga os diversos planos de

previdência complementar dos funcionários da empresa. O pleito começou no dia 13 de julho e escolherá quem

vai representar os bancários no Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Comitês de Planos. O Sindicato e a Contraf-CUT apoiam a Chapa 1 - Convicção e Experiência. “Apoiamos a Chapa 1 porque ela é formada por companheiros e companheiras indicados pelo movimento sindical. Alguns participam da eleição pela primeira vez e outros já têm experiência na direção da Fundação Itaú-Unibanco e são os principais responsáveis pelas mudanças dos últimos oito anos que melhoraram os benefícios dos participantes”, afirma Jair Alves, da coordenação da Comissão

de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. Todos os participantes (ativos, autopatrocinados, optantes pelo BPD e assistidos) poderão votar de duas formas: pelo sistema eletrônico no site da entidade (www. fundacaoitauunibanco.com.br) ou por telefone, com senha que será enviada por correio aos participantes. Além da Chapa 1 - Convicção e Experiência, o Sindicato e a Contraf-CUT também apoiam candidatos avulsos aos Comitês de Gestão de todos os planos da Fundação Itaú-Unibanco. Confira a relação dos candidatos em www. bancariospe.org.br.

Banco do Nordeste

Funcionários exigem soluções para descomissionados na reestruturação Em negociação ocorrida no último dia 28 de junho, o Sindicato e a Contraf-CUT cobraram mais uma vez do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) a lista dos funcionários afetados pelos descomissionamentos resultantes do processo de reestruturação em curso no banco. O BNB afirmou ainda não dispor de todas as informações necessárias.

Os dirigentes sindicais solicitaram que seja disponibilizada às entidades o calendário de abertura de agências até o final do ano para que se possa acompanhar com mais precisão e detalhes a realocação dos descomissionados. Os representantes dos bancários também questionaram os critérios desses descomissionamentos. “Falta transparência do BNB

nesses descomissionamentos”, destaca o diretor do Sindicato, Fernando Batata, que é funcionário do Banco do Nordeste. “Os bancários estão preocupados e sem informações sobre o que o banco pretende fazer nesta reestruturação”, diz. Leia mais sobre a negociação em www.bancariospe.org.br.

Fernando Batata

Banrisul

Banco apresenta nova proposta de Plano de Carreira Depois de 88 dias, a direção do Banrisul apresentou uma nova proposta de Plano de Carreira, no dia 12 de julho. Os dirigentes sindicais que participaram da reunião avaliaram que ainda não era possível fazer

uma análise mais detalhada sobre o impacto que essa nova proposta teria nas carreiras dos banrisulenses, porém, já se pode dizer que houve mudanças. Entre essas, pode-se destacar mo-

dificações no enquadramento, no step e no interstício. A ideia é elaborar um estudo com as assessorias do movimento sindical, emitir parecer e chamar a categoria para debater a proposta em as-

sembleia geral. A primeira proposta do banco havia sido apresentada em 16 de abril. A direção do banco disse que pretende implantar o novo Plano em 1º de janeiro de 2014, mas admite voltar à mesa para negociar. 16 a 31 de julho de 2013


8 Dia Nacional de Luta

Trabalhadores tomam as ruas Bancários de Pernambuco param treze agências, fazem passeata e ajudam a construir um grande Dia Nacional de Luta, em 11 de julho

O

s bancários de Pernambuco realizaram, em 11 de julho, uma série de paralisações, protestos e manifestações para cobrar do Governo Federal e do Congresso Nacional avanços na pauta de reivindicações da classe trabalhadora. A mobilização fez parte do Dia Nacional de Luta convocado pela CUT e demais centrais sindicais, e contou com a adesão de milhares de trabalhadores em todo o país. No Recife, os bancários iniciaram o Dia Nacional de Luta pela manhã com a paralisação de treze agências do bairro da Boa Vista, no centro da capital. À tarde, os bancários se juntaram a milhares de trabalhadores e engrossaram a grande passeata que tomou conta das ruas do centro do Recife. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a participação

dos bancários no Dia Nacional de Luta foi muito forte em Pernambuco. “Os bancários aderiram massivamente aos protestos e, junto com milhares de trabalhadores de todo o país, construímos um grande Dia Nacional de Luta. Acredito que

conseguimos dar o nosso recado aos políticos e, agora, esperamos que as nossas reivindicações sejam negociadas com seriedade e atendidas”, diz. Entre as principais reivindicações do Dia Nacional de Luta estão a ex-

tinção do projeto de lei 4330, que legaliza a terceirização e amplia a precarização do trabalho, fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, 10% do Orçamento da União para a saúde e transporte público e de qualidade.

Sindicato na pressão contra o PL 4330 Não foi apenas no Dia Nacional de Luta que o Sindicato protestou contra o projeto de lei 4330, que legaliza a terceirização e acaba com direitos e empregos. A mobilização começou no dia 1º de julho, quando o Sindicato se reuniu com o deputado federal Fernando Ferro (PT) e garantiu o apoio do parlamentar contra a proposta do deputado Sandro Mabel (PMDB). “Depois disso, realizamos dois protestos em 14 agências bancárias no Recife, no dia 4 de julho, e movimentaram os bancos de Olinda e da avenida Conde da Boa Vista e do bairro de Casa Amarela, no Recife, no dia 10. Além disso, circulamos pelas agências, explicando para os bancários e clientes os problemas do PL 4330”, conta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. O Sindicato também enviou a Bra-

16 a 31 de julho de 2013

Mobilização em Brasília conseguiu adiar votação do projeto de lei

sília uma comitiva com quatro diretores para pressionar os deputados. “Fizemos uma grande mobilização no Congresso Nacional, com trabalhadores de todo o país. E conseguimos uma vitória parcial. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, que deve-

ria discutir o PL no dia 10 de julho, retirou a proposta da pauta e abriu um canal de negociações com os trabalhadores. Mas a luta continua e ainda é longa, já que os empresários também estão mobilizados para aprovar o PL 4330. Aliás, quem está liderando as negociações pelo setor

patronal com o Congresso Nacional é a Febraban. Os bancos estão entre os principais interessados em garantir a aprovação do PL para escancarar as terceirizações que já afligem – e muito – os bancários”, diz a secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele Silva, que integrou a comitiva do Sindicato em Brasília, juntamente com os diretores João Marcelo Lopes, Flávio Coelho e Ronaldo Cordeiro. A Comitiva também se reuniu com o deputado federal de Pernambuco, João Paulo (PT), que se comprometeu a lutar contra o PL. O parlamentar é membro da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde tramita o projeto de lei. Saiba mais sobre o PL 4330 e como andam as negociações no Congresso em www.bancariospe. org.br.


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