Jornal dos Bancários - ed. 461

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ANO XXI • Nº 461 • 02 A 08 DE SETEMBRO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO Agora é hora de ampliar a mobilização para pressionar os bancos

Jaqueline Mello

Campanha Nacional

Suzineide Rodrigues

Bancos vão apresentar proposta para os bancários nesta quinta

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epois de um mês de negociações, a Fenaban finalmente se comprometeu a dar uma resposta para as reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários. Na próxima quinta-feira, dia 5, o sindicatos e os bancos voltam a se reunir, na quarta rodada de negociações, para a Fenaban apresentar o que ela chama de “proposta global” para as demandas dos bancários. Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os bancos têm todas as condições de formular uma proposta que atenda as reivindicações dos seus funcionários. “O Dieese apresentou um estudo na semana passada que mostra um cenário favorável para os trabalhadores. Segundo o levantamento, 84,5% dos 328 acordos coletivos fechados no primeiro semestre deste ano garantiram reajustes acima da inflação para os trabalhadores. Se outros setores da economia nacional garantiram aumento real de salário para os funcionários, os bancos também podem fazer o mesmo, já que são as empresas que mais lucram no Brasil”, diz Jaqueline, que representa Pernambuco no Comando Nacional dos Bancários, responsável pelas negociações com os bancos. Nas três rodadas de negociações realizadas até agora, os bancos não aceitaram nenhuma das reivindicações dos bancários sobre os temas saúde, emprego, segurança, condições de trabalho, igualdade de oportunidades e remuneração. Para a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, que representou os bancários de Pernambuco na última negociação, agora é hora de manter a mobilização forte para arrancar dos bancos uma proposta que contemple as reivindicações apresentadas. “Estamos preparados para o embate com os bancos, inclusive para encarar uma greve se for necessário. Mas esperamos bom senso dos bancos para resolvermos os impasses da Campanha na mesa de negociações”, afirma Suzineide.

Principais reivindicações REAJUSTE SALARIAL 11,93% (5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%) PLR Três salários mais R$ 5.553,15 PISO R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese) VALES ALIMENTAÇÃO, REFEIÇÃO, 13ª CESTA E AUXÍLIO-CRECHE/BABÁ R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional) MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO Fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários EMPREGO Fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que libera geral e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS (PCCS) Para todos os bancários AUXÍLIO-EDUCAÇÃO Pagamento para graduação e pós PREVENÇÃO CONTRA ASSALTOS E SEQUESTROS Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários IGUALDADE DE OPORTUNIDADES Contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afrodescendentes

Acompanhe o dia-a-dia da Campanha Nacional dos Bancários e o andamento das próximas rodadas de negociação em www.bancariospe.org.br


2 campanha nacional

DIA DOS BANCÁRIOS SE TRANSFORMA EM DIA DE LUTA O Dia dos Bancários foi lembrado na última quarta-feira, 28 de agosto, com uma série de atos e protestos em todo o Brasil contra os bancos, que até agora não aceitaram nenhuma reivindicação da Campanha Nacional deste ano. No Recife, os protestos foram realizados em cinco agências localizadas no bairro da Encruzilhada

BANCO DO BRASIL: Agência da Avenida Norte foi a primeira parada do Sindicato, que encontrou clientes revoltados com a porta de segurança quebrada

BRADESCO: Alan Patrício, diretor do Sindicato, esclareceu aos clientes sobre as reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários

ITAÚ: O diretor do Sindicato, Flávio Coelho, falou sobre o andamento das negociações e convocou os bancários para a luta

CAIXA: A secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, explicou que as negociações específicas com a Caixa também não avançaram

SANTANDER: Chico Assis, diretor do Sindicato, falou sobre a necessidade de contratar mais bancários com os clientes que encaravam uma fila enorme

ITAÚ: O diretor do Sindicato, João Marcelo Lopes, explicou para bancários e clientes que a Campanha também luta contra o PL 4330 que escancara a terceirização

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Jaqueline Mello Secretário-Geral: Fabiano Félix Comunicação: Anabele Silva Finanças: Suzineide Rodrigues Administração: Epaminondas França Assuntos Jurídicos: Justiniano Junior Bancos Privados: Geraldo Times Bancos Públicos: Daniella Almeida

Cultura, Esportes e Lazer: Adeílton Filho Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Secretária da Mulher: Sandra Trajano Formação: João Rufino Ramo Financeiro: Flávio Coelho Intersindical: Renato Tenório Aposentados: Luiz Freitas

02 a 08 de setembro de 2013

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação semanal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul. Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 12.000 exemplares


3 Banco do Nordeste

Sindicato prorroga prazo para gerentes integrarem ação da sétima e oitava horas

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Sindicato prorrogou para o dia 17 de setembro a data-limite para os bancários do BNB entrarem em contato com a entidade e participarem da ação contra a sétima e oitava horas. O processo tem como foco os gerentes de negócios, gerentes de negócios Pronaf, gerente de suporte de negócio e gerente executivo. Quem trabalha nessas funções ou ocupou um desses cargos entre 2008 e 2012 deve entrar em con-

tato com os diretores do Sindicato Fernando Batata e Alan Patrício (3316-4233) e apresentar o histórico funcional. Os bancários representados na ação devem ser sindicalizados. Quem ainda não estiver filiado ao Sindicato, pode acessar o formulário de sindicalização no site, imprimir, preencher e enviar pelos Correios: Avenida Manoel Borba, 564, Boa Vista, CEP 50.070-000. “Estamos prorrogando o prazo porque a procura tem sido gran-

de”, diz Fernando Batata. “Peço aos bancários que estão enviando os documentos solicitados para o meu e-mail que utilizem o endereço fernando.antonio50@ yahoo.com.br. Muitas pessoas estão enviando os documentos para o meu e-mail do BNB. Como estou liberado do banco para trabalhar no Sindicato, não tenho mais acesso ao e-mail corporativo”, diz Batata.

Fernando Batata

Irresponsabilidade social

Bancos privados cortam 5,8 mil empregos e reduzem salários Os bancos privados que operam no país fecharam 5.800 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 907.214 novos empregos de janeiro a julho. Além disso, o sistema financeiro continua mantendo a política de alta rotatividade como mecanismo para

reduzir custos e salários. Esses são os principais resultados da 19ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada na semana passada pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados dos Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.

“Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam fechando postos de trabalho e utilizando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores”, critica Carlos Cordeiro, presidente da

Contraf-CUT. A pesquisa mostra ainda que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro semestre foi de R$ 2.888,74, contra salário médio de R$ 4.527,84 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 37,5% inferior à dos que saem.

Itaú

Sindicato reintegra bancária demitida com doença ocupacional Desde o início da semana passada, Samanta Maria da Conceição está de volta a sua agência, no Itaú do Cabo. Foi lá que ela trabalhou durante onze meses, após dois anos de emprego no Hipercard. Foi lá que ela passou a desenvolver os primeiros sintomas de LER (Lesões por Esforço Repetitivo). Descartada do quadro de pessoal em abril do ano passado, ela recorreu ao Sindicato, que garantiu na Justiça a reintegração da bancária. A doença ocupacional de Samanta é fruto evidente do ambiente em que trabalhou. Todos os dias, ela precisava despertar às 5h30 para chegar cedo na agência do Cabo, onde muito trabalho a aguardava. “Eram

Samanta foi acompanhada na reintegração pelos diretores do Sindicato Onésimo Reinaux e Luís Henrique

apenas três mesas para abertura de contas e tinha muita conta a abrir

por causa de Suape. A ordem era cumprir a meta. Como isso nunca

ocorria dentro da jornada, tínhamos de trabalhar mais de oito horas por dia”, lembra a bancária. No dia 27 de abril de 2012, veio a demissão. “Não havia nada que justificasse: eu sempre deixei os números em dia. No mês anterior, tinha sido segundo lugar no ranking de seguro de vida na região”, afirma Samanta. Após a dispensa, a bancária procurou o Sindicato, que não homologou a demissão e a encaminhou para exames médicos e para o INSS, que constataram a lesão. A ação foi impetrada e, no dia 19 passado, Samanta fez os exames de retorno e voltou à mesma agência no dia seguinte.

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4 Terceirização

PL 4330 pode ser votado esta semana pela Câmara dos Deputados

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projeto de lei (PL) 4330, que escancara a terceirização no Brasil, volta à pauta da Câmara dos Deputados nesta semana. Para evitar que o PL seja aprovado, centenas de bancários se juntarão a outras categorias de trabalhadores e tomarão os gabinetes dos deputados para pressionar e garantir a rejeição da proposta que praticamente acaba com as leis trabalhistas no Brasil. A participação dos bancários foi determinante nas mobilizações nos dias 13 e 14 de agosto e nos dias 9 e 10 de julho, quando evitaram a votação do PL 4330 e abriram um canal de negociação, que se encerra nesta segunda-feira, dia 2. Até agora não houve avanços no debate entre trabalhadores, empresários, governo e deputados. Na última sexta-feira, dia 30, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco engrossou o Dia Nacional de Luta convocado pela CUT e demais centrais

sindicais para protestar contra o PL 4330 e em favor da pauta da classe trabalhadora. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, explica que, se o PL 4330 for aprovado, todo trabalhador com carteira assinada pode ser terceirizado, ganhando menos e sem os direitos que hoje tem. “E os bancários estão entre os principais prejudicados. Não é à toa que os bancos estão trabalhando pesado no Congresso Nacional e liderando as negociações do setor patronal com os deputados para garantir a aprovação da proposta”, diz. Jaqueline ressalta que todos os bancários podem ajudar nesta luta. “Entre no site do Sindicato, que lá tem o e-mail de todos os deputados federais. Envie uma mensagem para os parlamentares e cobre deles a rejeição do PL 4330. Afinal, um país de primeira não pode ter emprego de terceira”, finaliza Jaqueline.

Três décadas de lutas e conquistas

CUT comemora 30 anos de uma história que ajudou a transformar o Brasil A Central Única dos Trabalhadores (CUT) completou 30 anos na última quarta-feira, 28 de agosto, data em que também se comemora o Dia dos Bancários. A trajetória da maior organização de trabalhadores da história do país é de protagonismo nas conquistas de direitos e na transformação social do Brasil. Para marcar a data, a CUT foi homenageada na segunda-feira da semana passada no Congresso Nacional pelo aniversário e pela participação nas melhorias sociais que os trabalhadores experimentam nos últimos 10 anos. Uma das vitrines deste período tem sido a valorização permanente

do salário mínimo. A política é motor para o desenvolvimento social do país, pois aquece a economia e distribui renda. Entre 2003 e 2013, o ganho real do salário mínimo no Brasil foi de 70,49%, segundo dados do Dieese. A valorização passou a ser uma política oficial após muitas lutas da CUT e das centrais sindicais que, desde 2004, levam anualmente milhares de trabalhadores a Brasília. “A política de valorização do salário mínimo é o maior acordo salarial do mundo. Esse é um de grandes legados da CUT para a classe trabalhadora nos últimos tempos”, afirma Vagner Freitas, bancário e presidente da central.

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