Jornal dos Bancários - ed. 483

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ANO XXII • Nº 483 • 01 A 15 DE JULHO DE 2014 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONSULTA

O que você quer na Campanha deste ano?

A

Campanha Nacional dos Bancários deste ano já está chegando. No final do mês, os sindicatos de todo o país vão se reunir na Conferência Nacional, em São Paulo, para elaborar a pauta de reivindicações e as estratégias da Campanha. O Sindicato de Pernam-

buco está realizando uma consulta com os bancários para verificar as prioridades. As respostas do questionário serão levadas a São Paulo e vão subsidiar a construção da pauta. Página 4

LEIA TAMBÉM

CAIXA

Sindicato garante o pagamento das 7ª e 8ª horas aos tesoureiros

Bancos cortam cerca de 3.300 empregos entre janeiro e maio Editorial, página 2

Sindicato reintegra mais dois bancários demitidos ilegalmente Página 5

Financiários, em campanha salarial, entregam pauta para as financeiras Página 4

Sindicato volta a cobrar negociação do Santander para discutir emprego Página 7

O Sindicato acaba de ganhar uma ação na Justiça que obriga a Caixa a pagar as 7ª e 8ª horas trabalhadas pelos tesoureiros. A deci-

são fortalece a luta pelo respeito à jornada especial de seis horas dos bancários. Página 7

Veja como foi a Festa Junina dos Bancários no Clube de Campo

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

Página 8


2 EDITORIAL

Tema livre

O emprego dos bancários Acabou de sair do forno a última pesquisa sobre 14.031 funcionários. O salário médio dos admitio emprego dos bancários. O levantamento man- dos foi de R$ 3.268,95 contra o salário médio de tém a tendência das pesquisas anteriores: a cada R$ 5.188,23 dos desligados. Assim, os trabalhamês os bancos cortam mais funcionários, ceifando dores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 63% da milhares de vagas para nossa remuneração dos que saíram. categoria e piorando, consiEssa prática nefasta, coderavelmente, o atendimento É preciso ampliar, nesta nhecida como rotatividade, aos clientes. Campanha Nacional, só serve para duas coisas: A pesquisa publicada no a luta contra as reduzir a massa salarial dos último dia 25 pela Confededemissões e por mais bancários e turbinar ainda ração Nacional dos Trabalhacontratações como mais o lucro dos bancos. Vale dores do Ramo Financeiro forma de proteger o lembrar que, nos últimos dez (Contraf-CUT) mostra que emprego dos bancários anos, os bancários conquistaos bancos fecharam 3.283 ram aumentos reais em todas empregos de janeiro a maio deste ano. Os números só não são piores porque a as Campanhas Nacionais, mas esses ganhos foram Caixa abriu 1.433 novas vagas no mesmo período. corroídos pela rotatividade. A pesquisa ainda guarda outras notícias ruins. Por O corte de empregos no setor mais lucrativo da economia brasileira é um absurdo. Até porque exemplo, que as mulheres permanecem sendo disas demais empresas geraram, no mesmo período, criminadas pelos bancos. No ato da contratação, por 543.231 novos empregos. E olhe que não há ne- exemplo, as bancárias recebem 74,5% da remunenhuma empresa no Brasil que chegue perto da lu- ração dos homens. Já o salário médio das mulheres no desligamento equivale a 73,4% da remuneração cratividade dos bancos. O corte das 3.283 vagas no setor bancário é ape- dos homens. Os bancários estão prestes a começar mais uma nas a ponta de um iceberg que revela um problema ainda maior. É que além da redução do número de Campanha Nacional. Os números da nova pesquisa empregados, os bancos também demitiram outros fortalecem cada vez mais a certeza de que é preciso milhares para recontratar funcionários ganhando ampliar a luta contra as demissões e pelo fim da rotatividade, por mais contratações e contra o PL 4330 bem menos. Segundo a pesquisa, nos cinco primeiros meses da terceirização, como forma de proteger e ampliar do ano, os bancos desligaram 17.314 e contrataram o emprego da categoria e da classe trabalhadora.

Acompanhe as notícias do Sindicato em tempo real pelo Twitter!

@bancariospe DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Jaqueline Mello Secretário-Geral: Fabiano Félix Comunicação: Anabele Silva Finanças: Suzineide Rodrigues Administração: Epaminondas França Assuntos Jurídicos: Justiniano Junior Bancos Privados: Geraldo Times Bancos Públicos: Daniella Almeida

Cultura, Esportes e Lazer: Adeílton Filho Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Secretária da Mulher: Sandra Trajano Formação: João Rufino Ramo Financeiro: Flávio Coelho Intersindical: Renato Tenório Aposentados: Luiz Freitas

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Diferente

dos bancos

Enquanto as notícias sobre emprego são desfavoráveis aos bancários (vide editorial), para os demais setores a situação está das melhores. Segundo o Dieese, a tendência verificada nas empresas nos últimos anos foi de não fechamento de vagas e manutenção de ritmo de contratações – diferentemente do que ocorria nos anos 1990, quando se convivia com constantes processos de enxugamentos. Para o Dieese, o risco de demissão caiu 61% em 10 anos.

Racismo

e machismo

Pesquisa feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que 84,5% dos juízes brasileiros são homens brancos, com média de idade de 45 anos, casados e com filhos. Conforme a pesquisa, 14% dos magistrados se declararam pardos. E, apenas, 1,4% são negros. De acordo com o CNJ, o censo terá importância para a formulação de políticas de recursos humanos e públicas do Judiciário.

Venda

casada no

BB

O Banco do Brasil é alvo de reclamações de agricultores, que acusam a instituição de travar o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O programa é usado para os produtores contratarem apólices para cobrir eventuais perdas gerada por problemas climáticos. De acordo com os produtores, o banco estatal libera o seguro quando há a contratação de financiamento de custeio para o início do plantio e apenas quando a seguradora é a BB Mafre - joint venture com uma carteira estimada em R$ 10 bilhões. A chamada “venda casada” do custeio com seguro é proibida.

De

volta ao topo

O Santander voltou a liderar em maio, pela quarta vez em 2014, o ranking das instituições financeiras com o maior número de reclamações no Banco Central (BC). O banco que mais demite no Brasil teve 415 reclamações procedentes. Banrisul, HSBC (que liderou o ranking em abril), BB e Itaú vêm logo depois. Em 2013, o Santander ocupou por oito vezes o primeiro lugar no ranking do BC.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: comunicacao@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul. Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Camila Lima, Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia. Diagramação: Studio Fundação Design & Editorial. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares


3 DITADURA

Ato nacional lembra crimes contra os trabalhadores

I

ntegrantes da Comissão Nacional da Verdade, da Comissão Estadual Dom Hélder Câmara, de centrais sindicais e movimentos sociais se reuniram na sede do Sindicato, no último dia 17, para organizar um grande ato nacional, previsto para o final de agosto. O objetivo é dar visibilidade aos crimes cometidos pela ditadura contra a classe trabalhadora. Nesta data, haverá atividades nas várias partes do país, assim como escuta de depoimentos de sobreviventes e testemunhas da repressão. Segundo Rosa Maria Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade, as investigações do chamado G-13, grupo de trabalho que investiga a ditadura e repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical, tem um alcance bastante amplo. “É preciso que se deixe bem claro que os efeitos da ditadura para os trabalhadores vão além das estatísticas de mortos e desaparecidos. O cerceamento da atividade sindical e toda a precarização do trabalho imposta pela ditadura geram consequências até hoje. Ainda não conseguimos, apesar de todos os avanços e de toda a luta, recuperar o nível salarial que se tinha antes do Golpe de 64”, afirma Rosa. Para Manoel Moraes, integrante

Reunião das Comissões Nacional e Estadual da Verdade ocorreu na sede do Sindicato

da Comissão Estadual Dom Hélder Câmara, é essencial que se envolva a sociedade civil em todo o trabalho que vem sendo construído pelas comissões nacional e estaduais da verdade. “Até porque deste trabalho vai resultar as recomendações. E, para que essas recomendações se transformem em políticas públicas e saiam do papel, a sociedade tem de cobrar”, ressalta. E completa: “Além disso, é importante que as novas gerações conheçam o que se passou. O Sindicato dos Bancários, por exemplo, tem uma história belíssima. Foi quem acolheu uma assembleia de estudantes no dia

em que aconteceu o golpe, antes de sofrer intervenção”, lembra Manoel. ANOS DE CHUMBO

A secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, conta que o Sindicato dos Bancários de Pernambuco sofreu uma forte intervenção dos militares antes e após o Golpe de 64. “Em 1961, a polícia invadiu a sede do nosso Sindicato e prendeu quase todos os dirigentes do chamado Conselho Sindical dos Trabalhadores, que se reunia ali. O dirigente bancário, Gilberto Azevedo, foi um dos presos. Após o Golpe, os militares ar-

rancaram o presidente do Sindicato, Darcy Leite, do cargo e passaram a comandar a entidade. Mesmo após o fim da ditadura, os prepostos dos militares continuaram no Sindicato. Só conseguimos retomar a entidade de volta para as mãos dos bancários em 1988”, conta Suzineide.

Suzineide Rodrigues

SOLIDARIEDADE

Sindicato doa 435 litros de água ao Hospital do Câncer O Sindicato doou 290 garrafas de água mineral, de um litro e meio, totalizando 435 litros, ao Hospital do Câncer de Pernambuco. As garrafas foram arrecadados entre os bancários que participaram dos III Jogos do Sindicato, realizados no final de março. “O pessoal que se inscrevia na competição, doava a garrafa de água que agora está sendo entregue a uma

instituição que precisa”, afirma a diretora do Sindicato Maria José Leódido. A entrega foi feita na manhã do dia 12 de junho à Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer de Pernambuco, que funciona no hospital. Estavam presentes a superintendente administrativa do Hospital do Câncer, Cláudia Barbosa; a presidenta e a vice-presidenta da Rede, respectivamente Maria da Paz Azevedo

e Enídia Tenório, além dos voluntários da entidade. Para Maria José, a ação reafirma o caráter solidário dos bancários e do Sindicato, que costuma apoiar e promover ações de cidadania. É o caso do apoio a programas de construção de cisternas; arrecadação e doação de roupas e produtos de higiene para vítimas da seca; campanhas de doação de sangue, entre outras. 01 a 15 de julho de 2014


4 CAMPANHA NACIONAL

Sindicato consulta bancários sobre as prioridades da pauta

O

Sindicato está realizando uma consulta com os bancários para verificar as prioridades da Campanha Nacional 2014. As respostas do questionário vão subsidiar a construção da pauta de reivindicações, que será fechada no final deste mês, durante a Conferência Nacional dos Bancários.

Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a consulta é um importante passo para a construção da pauta. “A organização dos bancários é uma das mais democráticas do país e tem servido de exemplo para outras categorias. A construção da nossa pauta de reivindicações é feita da forma mais transparente e participativa possível”, afirma Jaqueline. Os dirigentes sindicais já estão

percorrendo as agências e departamentos dos bancos para aplicar a consulta. Os bancários também podem acessar o questionário pelo site do Sindicato, imprimir e responder. As respostas devem ser encaminhadas ao Sindicato até o dia 9 de julho. A elaboração da consulta à categoria foi definida pelo Comando Nacional dos Bancários. Entre as questões apresentadas, desta-

cam-se as reivindicações de remuneração fixa e variável, como o índice de reajuste salarial. O questionário também pergunta sobre quais devem ser as demandas prioritárias de emprego, saúde, segurança e condições de trabalho. Além disso, é perguntado sobre a disposição de participar da campanha. O resultado final da consulta, que também está sendo aplicada no restante do país, será apresentado durante a 16ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada entre 25 e 27 de julho, em São Paulo.

Participe da consulta e ajude o Sindicato a construir a pauta de reivindicações da Campanha Nacional Suas respostas devem ser enviadas ao Sindicato até o dia 09 de julho

Jaqueline Mello

CAMPANHA SALARIAL

Financiários entregam pauta de reivindicações para as financeiras O Sindicato e a Contraf-CUT entregaram no dia 30 de junho a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Financiários para a Fenacrefi, a federação das financeiras. A pauta nacional foi aprovada pelos financiários de Pernambuco em assembleia realizada no último dia 16, pelo Sindicato. Entre as principais demandas está o reajuste salarial composto pela reposição da inflação (5,6%) e mais 5% de aumento real. Também integra a pauta a valorização da Participação nos Lucros e Resulta-

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dos (PLR); melhores condições de saúde e de trabalho; e combate às metas abusivas, à terceirização e ao assédio moral. O secretário do Ramo Financeiro do Sindicato, Flávio Coelho, destaca que a unificação da data-base dos financiários em todo o Brasil também está entre as principais reivindicações. “Aqui em Pernambuco, a data-base é em 1º de junho. Mas ela varia dependendo do estado. Queremos unificar a data-base, pois este é o ponto de partida para a construção

de uma Convenção Coletiva Nacional nos moldes da dos bancários”, afirma. Na campanha deste ano, os trabalhadores também estarão mobilizados pela conquista do vale-cultura. O benefício de R$ 50 mensais é destinado por lei aos trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos, mas as empresas precisam aderir ao Programa Cultura do Trabalhador no Ministério da Cultura. Flávio lembra que no ano passado os financiários conquistaram reajuste de 8,9% (1,82% de aumento

real), além de valorização dos pisos, melhoria na PLR e avanços sociais. “Agora, vamos esquentar a mobilização dos financiários e lutar para, mais uma vez, garantir um bom acordo”, explica o dirigente sindical.

Flávio Coelho


5 BRADESCO

Funcionário demitido com 26 anos de banco é reintegrado

O

Sindicato reintegrou mais um bancário demitido indevidamente. Flávio Amorim trabalhava, há 26 anos, no Bradesco e possuía doenças ocupacionais: Lesão por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculadres Relacionados ao Trabalho (LER/ DORT). O bancário teve direito a dois anos de licença pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O Bradesco demitiu Flávio, sob a alegação de que a senha dele, para utilização do sistema do banco, havia sido utilizada indevidamente para liberação de dois veículos financiados que ainda não haviam sido quitados. Pelo normativo do banco, a senha é individual; no entanto, na prática,

é de praxe gerentes compartilharem suas senhas com outros funcionários para atender as exigências dos próprios bancos de atingir as metas com celeridade. “A minha senha ficava acessível a quem precisasse dela. O banco não me deu a possibilidade de provar que eu não era o responsável por aquela transação e se negou a identificar em que computador ela havia sido realizada”, conta Flávio. Entre a demissão e a reintegração passaram-se três anos e nove meses. De acordo com Flávio, é até difícil descrever o que ele passou nesse período. “Minha vida ficou de cabeça para baixo”, afirma. Uma das situações difíceis foi a seguinte: ele perdeu o plano de saúde, quando foi demitido, e por isso

Flávio Amorim (na ponta da mesa) voltou ao trabalho acompanhado pelos diretores do Sindicato

teve dificuldades para renovar a licença do INSS. “Marquei os exames no Sistema Único de Saúde (SUS). Como só tinha vagas para muito tempo depois, o perito não esperou e perdi a renovação da licença”, contou. O diretor do Sindicato Gilvan Santana ressalta que é comum a rotatividade de funcionários nos ban-

cos privados com objetivo de pagar salários mais baixos. O próprio bancário reintegrado conta que, em 26 anos, nunca viu alguém se aposentar no Bradesco. Além de Gilvan, estavam presentes na reintegração de Flávio os também diretores do Sindicato Adeílton Filho e Ronaldo Cordeiro.

SANTANDER

O Sindicato reintegrou mais uma bancária. Desta vez, a uma agência do Santander, no Recife. A funcionária, que pediu para manter o nome preservado, foi demitida sob o argumento de que não estava alcançando as metas estabelecidas pela instituição. No entanto, ela possuía doenças ocupacionais e não poderia ser demitida. A demissão ocorreu em março e a reintegração, por antecipação de tutela, em meados de junho. A bancária ressalta que o Sindicato foi fundamental no processo de reintegração. “Recebi as orientações de como deveria proceder e o apoio necessário em um momento de fragilidade emocional”, conta a bancária, que ainda está de li-

Carpal Tunnel Gadgets / FreeImages

Justiça devolve emprego à bancária demitida com doença ocupacional

cença pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Há mais de um ano, ela sentia dores nos ombros. Um exame médico havia mostrado que ela possuía Lesão por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

(DORT) nos ombros. A bancária conta que não fez o tratamento adequado por estar muito envolvida na rotina de trabalho. “Era uma dor constante, mas, como não me paralisava, fui levando”, afirma. Após a demissão, novos exames mostraram que, além de o quadro

dos ombros ter piorado, a bancária também apresentava LER e DORT nos punhos. “Todo mundo me dizia que os funcionários só representavam números para os bancos, ainda assim eu me dedicava muito. Agora, senti na pele que isso é verdade”, lamenta a bancária. Ela trabalha em bancos há mais de 20 anos, e há quase 4, no Santander. Trabalhava em outro estado do Nordeste e, no ano passado, foi transferida para o Recife. “Meus resultados eram tão bons que, quando pedi a transferência, consegui também uma promoção”, afirma a bancária, que foi acompanhada em sua reintegração pelo diretor do Sindicato Luiz Henrique. 01 a 15 de julho de 2014


6 NOTAS

Terceirizados da Losango podem ser bancários

Em reunião realizada no último dia 16, o HSBC aceitou a reivindicação dos sindicatos e concordou em transformar os funcionários da financeira Losango em bancários. Com isso, seria aplicada integralmente a convenção coletiva de trabalho da categoria bancária a esses trabalhadores. Ao todo, são 1.145 funcionários em todo o país. Uma nova rodada de negociações será marcada até a primeira quinzena de julho para acertar os detalhes da mudança de categoria.

Organização no Banrisul

O 22º Encontro Nacional dos Banrisulenses já tem data definida: 19 de julho. O Encontro constitui o principal espaço de debate e deliberação sobre as demandas específicas dos bancários do Banrisul. Após amplos debates, os banrisulenses irão definir a pauta de reivindicações que será encaminhada para negociação com a direção do banco, na Campanha Nacional 2014.

Desrespeito e insegurança

Os bancários da Região Metropolitana do Recife tiveram de trabalhar normalmente durante os jogos da Copa do Mundo na Arena Pernambuco. O Sindicato havia solicitado a dispensa dos bancários por questões de segurança: nos dias de jogos, o efetivo da Polícia Militar focou seus trabalhos na segurança da Copa, deixando os bancos expostos a possíveis ações criminosas. A Febraban sequer respondeu o ofício do Sindicato, mostrando um grande desrespeito aos bancários e clientes.

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BANCOS PRIVADOS

Bancários são impedidos de gozar a folga assiduidade Folga assiduidade foi conquistada no ano passado com muita luta, após 23 dias de greve

U

ma nova Campanha Nacional já se aproxima e muitos bancários dos bancos privados ainda não conseguiram gozar a folga assiduidade. A conquista foi garantida na Convenção Coletiva do ano passado e garante um dia de ausência remunerada ao empregado que não tenha nenhuma falta injustificada entre 1º de setembro de 2012 e 31 de agosto de 2013. O direito à folga assiduidade

precisa ser exercido até o dia 31 de agosto deste ano. O Sindicato tem recebido denúncias de empregados de diversos bancos privados que não estão conseguindo garantir o benefício. Segundo o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, a escolha do dia de folga deve ser decidida em conjunto entre o funcionário e seu gestor. “Mas uma nova data-base já está chegando e muitos empregados,

pressionados pelos gerentes, ainda não usufruíram de seus direitos”, questiona.

Geraldo Times

LEI DAS FILAS

Bradesco de Piedade é a 11ª agência interditada em Jaboatão dos Guararapes O Bradesco de Piedade é a 11ª agência interditada pelo Procon de Jaboatão por descumprimento da Lei das Filas. Interditada na tarde de 11 de junho, ela foi reaberta dois dias depois. Como nos outros casos, ela descumpre a legislação que estabelece limite de quinze minutos para a espera por atendimento bancário. “Em média, os clientes e usuários dos bancos de Ja-

boatão levam uma hora ou mais para serem atendidos”, afirma o diretor do Sindicato, Carlos Alberto Oliveira, o Carlão. Desde o início de junho, esta é a terceira unidade interditada pelo Procon. No dia 6, a agência do Itaú de Prazeres sofreu sua segunda interdição em menos de dois meses. Quatro dias depois, foi a vez do Itaú da Bernardo Vieira de Melo.


7 TESOUREIROS DA CAIXA

Sindicato garante na Justiça o pagamento das 7ª e 8ª horas

O

Sindicato ganhou mais uma ação contra a Caixa. A Justiça determinou que o banco pague horas extras aos bancários que exercem a função de tesoureiros e têm a jornada estendida, habitualmente, em duas horas. A decisão beneficiará 27 bancários em Pernambuco. A Justiça determinou, também, o pagamento retroativo das horas extras realizadas no período que antecede em até cinco anos o ajuizamento da ação. O Sindicato a ajuizou em março 2011. Ou seja, os bancários terão direito ao pagamento das horas extras realizadas desde março de 2006. Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, é uma prática comum, dos bancos, tentar burlar a legislação trabalhista, ao criar funções de confiança fictícias. “A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) garante, aos bancários, jornada de seis horas e pagamento de adicio-

nal de 50% no caso de realização de horas extras”, explica. O próprio nome do cargo dos tesoureiros na Caixa evidenciava a irregularidade: “técnico de operação de retaguarda”. Tratava-se de uma função técnica que o banco alegava ser de confiança, para não pagar horas extras. A advogada Keyla Freire, do escritório Lapenda e Freire Advogados, que presta serviço ao Sindi-

cato, explicou que foram duas vitórias nesse caso. O Sindicato teve o direito de representar os bancários, como substituto processual, assegurado pela última instância da Justiça do Trabalho (o Tribunal Superior do Trabalho). “Quanto ao mérito do processo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, também, determinou ganho de causa para o Sindicato. A Caixa entrou com recurso

contra a decisão, mas ele foi negado e considerado meramente protelatório”, explica a advogada. Na avaliação do secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Justiniano Júnior, o ganho dessa ação foi importante principalmente por fortalecer duas bandeiras da categoria: a representatividade do Sindicato e a jornada especial de seis horas. “Muita gente tinha medo de perder a função e não iria ajuizar, individualmente, a ação contra a Caixa. Por meio da ação coletiva, o Sindicato consagrou um direito garantido há muitas décadas aos bancários [a jornada de seis horas]”, ressalta Justiniano.

Justiniano Júnior

SANTANDER

Bancários voltam a cobrar reunião com a cúpula do banco para discutir emprego Bancários de Pernambuco estão mobilizados e vão intensificar os protestos contra as demissões

Uma nova carta foi enviada no dia 25 de junho pelas entidades sindicais ao presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, cobrando uma reunião para debater emprego e fim das demissões. Duas correspondências haviam sido encaminhadas anteriormente com o mesmo conteúdo. A última foi entregue em mãos no dia 27 de maio para a diretora de Recursos Humanos, Vanessa Lobato, durante o ato nacional contra as dispensas no banco em frente à Torre Santander. No dia 6 de junho, o executivo remeteu uma carta-resposta para as entidades, dizendo que “em função de compromissos já assumidos, inclusive fora do País e que me impossibilitam

de recebê-los com a urgência requerida, solicitarei à Vice-Presidência Executiva Sênior que viabilize uma agenda futura para que a reunião ocorra oportunamente”. CAMPANHA INTERNACIONAL

A UNI, sindicato global que representa três milhões de trabalhadores em bancos e seguros de todo mundo, lançou no último dia 27 uma campanha internacional contra as demissões do Santander no Brasil. O objetivo da campanha é envolver bancários de outros países e aumentar a pressão para que o banco espanhol pare o processo de dispensas, corte de empregos e fechamento de agências no Brasil. 01 a 15 de julho de 2014


8 FESTA JUNINA DO SINDICATO

Arraiá dos Bancários, com jogo da Seleção, é só alegria

O

Arraiá dos Bancários, realizado no último dia 28, teve muito forró e torcida pela seleção brasileira. Cerca de 300 pessoas reuniram-se no Clube de Campo do Sindicato para assistir ao Brasil ganhar do Chile nas oitavas de final da Copa, comer co-

midas típicas, brincar ao redor da fogueira e dançar quadrilha. “A festa foi muito boa. A decoração estava bem bonita e ninguém queria ir embora. O trio de forró pé de serra tocou até 22h30”, conta o secretario de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato, Adeílton Filho.

O Arraiá contou com as seguintes atrações musicais: Walgrene Agra; Trio Chamego Urbano; João Júnior e Banda; e DJ Rogério. O diretor do Sindicato conta que nem a queda de energia, ocasionada por um problema da Celpe, desanimou os presentes. “Nós im-

provisamos para continuar a festa e o pessoal estava super animado. As pessoas cantaram músicas juninas enquanto a luz não voltava. Aliás, o pessoal já chegou animado à festa, dançando quadrilha nos ônibus que nós alugamos”, completou Adeílton.

ESPORTE E LAZER

Sindicato abre as inscrições para o Campeonato de Futebol dos Bancários Preparem suas equipes: o 16º Campeonato de Futebol dos Bancários de Pernambuco já está com as inscrições abertas. O número de times que participarão da disputa será limitado. As vagas são para doze equipes, com um mínimo de 16 e um máximo de 22 jogadores cada. “Por isso é bom se apressar e não deixar a inscrição para a última hora”, diz o secretário de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato, Adeílton Filho. As inscrições devem ser feitas pelo site do Sindicato, no ícone que fica do lado direito da página principal ou diretamente pelo link www.

01 a 15 de julho de 2014

Adeílton Filho

Itaú é o atual campeão

bancariospe.org.br/futebol2014/times_cad.asp. Todos os integrantes das equipes devem ser bancários sindicalizados. A única exceção é para os goleiros, que podem, inclusive, ser de outra

categoria. As inscrições terminam no dia 8 de agosto e o Campeonato está previsto para começar entre o final de agosto e início de setembro. “Assim que encerrarem as inscri-

ções, faremos uma reunião com todos os times para discutir o regulamento e outros detalhes da disputa”, afirma o diretor do Sindicato. Para Adeílton, o Campeonato de Futebol dos Bancários já é uma tradição da categoria: “Além de integrar os trabalhadores, ele incentiva a prática de exercícios como atividade essencial à boa saúde”, afirma.


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