Jornal dos Bancários - ed. 526

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ANO XXIV • Nº 526 • 16 A 31 DE MARÇO DE 2016 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

a d a s e f e d Em

a i c a r c o m de S

exta-feira (18) é dia de ir às ruas e defender a democracia. É dia de lutar contra todo e qualquer retrocesso. É dia de protestar contra a seletividade da Justiça na apuração dos crimes de corrupção; contra o avanço da direita e do conservadorismo; contra a intolerância e criminalização dos movimentos sociais e sindicais. A concentração é na Praça do Derby, a partir das 15 horas. Pg 3

Mulheres contra o retrocesso

A defesa da democracia e a luta contra os projetos conservadores que avançam no Congresso Nacional também foi a tônica no Dia Internacional da Mulher. O Sindicato se uniu aos movimentos e foi às ruas. Mas também homenageou as mulheres nas agências, exibiu filme e se uniu à Apcef na realização da Caminhada Ciclística. Pg 2

Plano de reestruturação ameaça bancários da Caixa Eleição de delegados sindicais será de 21 a 23 Procon interdita parcialmente quatro agências

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2 8 DE MARÇO

NOTAS

Mulheres nas ruas contra qualquer retrocesso

Convenção 156

Outra reivindicação levada às ruas foi a ratificação da Convenção 156, da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que estabelece diretrizes que facilitam o compartilhamento das responsabilidades domésticas, sem prejuízos ao emprego.

Trabalho a mais

Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita entre os anos de 2004 e 2014 com 150 mil famílias, a dupla jornada feminina aumentou uma hora. Agora elas trabalham cinco horas a mais do que eles.

C

om o tema “É Pela Vida das Mulheres”, mulheres integrantes de mais de trinta organizações dos movimentos social, sindical e estudantil foram às ruas nesta terça, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A atividade marcou o início de uma agenda de mobilizações da Frente Popular e Sindical em defesa da democracia (ver página 5). Na concentração, no Parque 13 de Maio, mais de dez rodas de diálogos abordaram temas como saúde, violência, creche, conjuntura política, trabalho, entre outros. De lá, as mulheres seguiram em marcha pelas ruas do Recife. O destaque foi a participação da juventude, com sua alegria, disposição e ousadia: "É muito bonito ver a nossa esquerda se renovando", afirmou a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Para a secretária de Assuntos da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa, a defesa da democracia e a luta contra qualquer retrocesso também foi uma das bandeiras da marcha. “O que não falta, neste Congresso, são projetos que atacam direitos já conquistados

Salário a menos

pelas mulheres. Queremos avançar, retroceder jamais!”, salienta Eleonora. Em foco, também, a luta contra a violência sexista, por igualdade de oportunidades, pelo trabalho doméstico compartilhado, contra os estereótipos de gênero, por autonomia, contra a Reforma da Previdência, entre outros temas. CONTRA A VIOLÊNCIA

Outra questão que foi à tona nas manifestações foi o aumento dos casos de violência no estado. Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Tenório Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas

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a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), revelam que o número de homicídios contra mulheres negras em Pernambuco cresceu 19,8% entre os anos de 2003 e 2013. As informações fazem parte do "Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres". Em 2003, foram 187 mulheres negras assassinadas, contra 224 mulheres negras mortas em 2015. No caso dos homicídios de mulheres brancas, Pernambuco registrou queda de 50,9%. Em 2003, foram assassinadas 53 mulheres brancas, enquanto foram mortas 26 em 2013.

Enquanto a jornada masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41 horas e 36 minutos por semana, as horas dedicadas ao trabalho doméstico não aumentaram. Já a mulher manteve uma jornada de 35 horas e meia fora de casa, mas continua ganhando 24% a menos– e acumulando tarefas domésticas.

Violência

A violência doméstica é responsável pela morte de cinco mulheres por hora no mundo, segundo a ONG Action Aid. A informação é resultado de análise do estudo global de crimes das Nações Unidas e indica um número estimado de 119 mulheres assassinadas diariamente por um parceiro ou parente.

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife Telefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: comunicacao@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Jornalista responsável: Fabiana Coelho. Conselho Editorial: Suzineide Rodrigues, Daniella Almeida, Adeilton Filho e Epaminondas Neto. Redação: Camila Lima e Fabiana Coelho. Diagramação: Studio Fundação Design & Editorial. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares


3 TODOS ÀS RUAS NO DIA 18

Esquerda se une em defesa da democracia Em ato no Monumento Tortura Nunca Mais, militantes saem em defesa da democracia

NOTAS

Imprensa golpista

Cerca de 2 mil pessoas participaram de um protesto em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, no dia 6. Eles protestaram contra a condução coercitiva do ex-presidente pela Polícia Federal e pediram a democratização dos meios de comunicação.

8 de março

Em todo o país, a defesa da democracia foi à tona durante as atividades do Dia Internacional da Mulher. Elas lembraram projetos como o que retira a palavra gênero dos Planos de Educação e o que impõe dificuldades ao aborto legal como exemplos de retrocessos que precisam ser evitados.

Não se sustenta

O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas até dos oposicionistas. “Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva. É preciso ter prudência”, disse o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB)

M

ilitantes de esquerda e integrantes dos movimentos sociais, sindicais, estudantis e populares vão às ruas no próximo dia 18, em defesa da democracia. A atividade acontece em todo o país e é mais um ato da jornada que começou no dia 04, pouco depois que o ex-presidente Lula foi constrangido a depor coercitivamente pela Polícia Federal, mesmo não tendo uma única prova de que cometeu qualquer ato ilícito. Apesar do ato ter sido marcado às pressas, a militância reagiu e marcou presença junto ao monumento Tortura Nunca Mais, símbolo de tempos difíceis de censura e repressão. “Sem querer, o juiz Moro acendeu a centelha da militância que já mostrou várias vezes que tem disposição para ir às ruas defender a democracia, conquistada com tanta luta”, afirmou o ex-deputado federal, Fernando Ferro. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, o que aconteceu no dia 04 foi um atentado ao

Sindicato presente no ato em defesa da democracia

estado democrático de direito: “O ex-presidente Lula tem endereço fixo, se prontificou a dar todas as informações solicitadas e a única denúncia contra ele é a suposta delação feita pelo senador Delcídio Amaral. É o golpe que vem sendo construído pela direita há meses, sendo colocado em prática com a parceria dos grandes meios de comunicação do país”, denunciou. Uma semana depois, o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo, às vésperas de uma manifestação pelo impeachment, foi mais um capítulo no golpe forjado para apagar a his-

tória construída por governos dos trabalhadores ao longo dos últimos 13 anos. No ato em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, Fernando Ferro lembrou, ainda, que este tipo de golpe institucionalizado não está acontecendo apenas no Brasil, mas em todos os governos populares da América Latina. “E isso é uma ação orquestrada internacionalmente pelo capital. Não é à toa que, depois da condução coercitiva de Lula, a Bolsa de Valores disparou 5,12%, a maior alta desde 2009. Ou seja, o capital especulativo tem interesse em derrubar o governo”, salienta Ferro.

Chacota

O documento dos promotores do Ministério Público acabou virando piada na Internet. Ao confundirem Marx e Engels, autores do Manifesto Comunista, com Marx e Hegel, eles se tornaram um dos assuntos mais repercutidos no twitter.

Programação

Para a atividade do dia 18, a concentração será a partir das 15h, na Praça do Derby. Também já está na agenda uma mobilização nacional no dia 31 de março, em defesa da democracia.

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4 CAIXA ECONÔMICA

Reestruturação: o novo pesadelo dos bancários

Já afetados pela falta de contratações, bancários da Caixa enfrentam mais um problema: a reestruturação

O

s empregados da Caixa já afetados pela ausência de contratações e sobrecarga de trabalho, estão tendo que conviver com mais um fantasma. Sem qualquer diálogo com os representantes dos trabalhadores, o banco anunciou o início de um plano de reestruturação. Os trabalhadores realizam ato em Brasília no dia 22 e Dia Nacional de Luta no dia 24, para protestar contra o plano. O plano foi apresentado rápida e superficialmente aos dirigentes sindicais no dia 10 de março. Para

a diretora do Sindicato e da Fenae (Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica), Anabele Silva, as primeiras impressões do Plano são muito ruins: “Tudo é muito vago, falta transparência e os funcionários estão sendo tratados sem nenhum cuidado ou respeito”, diz. No Recife, a pior situação está sendo vivida pelo pessoal da Girec (Gerência Recife de Crédito). O Sindicato constatou o clima de pânico em visita à unidade (foto 1): “O pessoal estava muito tenso, pois circulavam informações

sobre extinção do setor. Mas, até agora, o banco não oficializou nada”, diz a secretária de Finanças do Sindicato, Jaqueline Mello. As informações repassadas pelos bancários são de que, das 24 Girecs existentes hoje, ficariam apenas seis centralizadoras. Os informes dados pelos bancários já foram repassados para a Comissão Executiva dos Empregados, para serem tratados na negociação com o banco. No encontro realizado na última quinta (10) para anúncio do plano, a direção da Caixa se comprometeu a realizar encontros

semanais para tratar do assunto. O pouco que se sabe do plano é que as mudanças vão começar pela matriz e filiais. Segundo a direção da Caixa, a intenção é liberar empregados da matriz para filiais, centralizadoras e redes. Ainda conforme o modelo adotado, serão extintas 437 gratificações e 32 unidades da estrutura da matriz. Os bancários cobram mais transparência e diálogo.”A inexistência disso está deixando o clima nas unidades insuportável”, diz a secretária de Comunicação do Sindicato, Daniella Almeida.

EM DEFESA DAS EMPRESAS PÚBLICAS

PLS 555 é aprovado no Senado, com alguns avanços A votação do PLS 555, na noite do dia 15 no Senado, depois de muitas mobilizações e cinco adiamentos, encerrou o primeiro capítulo da luta contra o projeto privatista. A pressão sobre os parlamentares feita pelo movimento sindical e social e a entrada do governo na negociação levaram à construção de um substitutivo que resultou em avanços. Para a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, 16 a 31 de março de 2016

Projeto foi votado depois de muitas mobilizações e cinco adiamentos

são pelo menos três os avanços a destacar. O primeiro é a retirada da obrigatoriedade de as empresas se

tornarem sociedades anônimas, ou seja a manutenção das empresas 100% públicas.

O segundo é o fim da exigência de as empresas não terem mais ações preferenciais. E, finalmente, a aprovação de que o Estatuto das Estatais só será obrigatório para as empresas que tenham mais de R$ 90 milhões de receita operacional bruta. “Na comparação com o projeto original, conseguimos evoluir e brecar itens muito perigosos para as estatais. Tiramos leite de pedra, mas não acabou, a luta continua agora na Câmara dos Deputados”, afirma Rita.


5 REPRESENTANTE DE BASE

Eleição de delegados sindicais será nos dias 21, 22 e 23

D

e 21 a 23, bancários da Caixa, Banco do Brasil, BNB, BNDES e Banrisul escolhem seus delegados sindicais. O mandato tem início em 1º de abril de 2016 e vai até 31 de março de 2017. No ano passado, foram eleitos 101 representantes sindicais de base: 34 do BB; 41 da Caixa; 23 do BNB; um do BNDES e dois do Banrisul (titular e suplente). “Eles fortalecem a organização da categoria e contribuem para a construção das estratégias de luta do Sindicato. São um elo permanente entre os bancários e o Sindicato”, explica o secretário de Bancos Públicos do

Marcos Santos / USP Imagens

Sindicato, Renato Brito. Os delegados sindicais promovem reuniões nos locais de trabalho, organizam as demandas e as encaminham ao Sindicato. Além disso, esti-

mulam os colegas a participarem das ações coletivas do Sindicato. Para isso, eles gozam de algumas garantias, como estabilidade no emprego e permanência na unidade du-

rante o exercício do mandato. Eles também podem deixar de comparecer ao trabalho para participar das atividades do Sindicato, além de promover reuniões nas suas unidades, mediante acordo prévio com o gestor. Os empregados da Caixa elegem um delegado para cada cem empregados. No BNB, a eleição é de um bancário para cada cinquenta funcionários. No BB, a proporção é de um para oitenta e a eleição se dá por grupo de agências. O BNDES e o Banrisul, que só dispõem de uma unidade no estado, elegem um delegado cada. A Caixa e o BNB garantem, pelo menos, um delegado por unidade.

BANCO DO BRASIL

CASSI

Sindicato participa de Dia Nacional de Luta contra a reestruturação

Projetos estruturantes e ações emergenciais são temas de negociação

O Sindicato participou, no dia 15, de mais uma atividade contra as reestruturações no Banco do Brasil. Como parte do Dia Nacional de Luta, a agência Centro foi paralisada até meio-dia e os diretores do Sindicato conversaram com os empregados. “Foi um debate muito rico, que ajuda na organização dos trabalhadores”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Sandra Trajano. Segundo ela, o Dia Nacional de Luta, realizado nos vários estados do país, teve como estopim o descumprimento, por parte do banco, de acordo feito em mesa de negociação,

quando afirmara que os caixas executivos que perderam os cargos na reestruturação poderiam ficar na plataforma de suporte operacional (PSO) por um período de quatro meses. Outra situação grave no processo envolvendo os caixas é que o banco não pagará as Verbas de Caráter Pessoal (VCP) para os caixas que foram descomissionados, o que deveria acontecer em todos os casos em que há perda de cargo por reestruturação. Até momento, o BB não forneceu uma planilha completa com todos os cargos cortados e cidades envolvidas.

No último dia 02, houve mais uma rodada da mesa de negociação sobre a Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do BB). Os representantes dos associados cobraram informações sobre o andamento dos projetos de ações estruturantes e também das propostas que o BB apresentaria para solucionar temporariamente os problemas de caixa e fluxo financeiro. O banco informou que houve avanço no andamento dos projetos estruturantes, com prospecção e apresentação de projetos às empresas e que já estaria em fase de pré-

-licitação para a contratação. Quanto às propostas emergenciais para reforço de caixa, o banco disse que avançou nos estudos técnicos e está avaliando a possibilidade de fazer a antecipação da parte patronal do 13º salário de novembro. Também informou que outras propostas continuam sendo debatidas. Os representantes dos associados exigiram que nenhuma proposta contenha corte de benefício ou direitos e também que não falte dinheiro para pagamento aos prestadores e fornecedores. 16 a 31 de março de 2016


6 LEI DAS FILAS

Procon interdita parcialmente quatro agências do estado

A

s agências Itaú da Encruzilhada, Santander de Campo Grande, Bradesco de Bairro Novo e Caixa Econômica de Afogados foram parcialmente interditadas pelo Procon-Pernambuco por descumprirem a lei estadual que determina o tempo máximo de espera em filas de caixas. As áreas de negócios dessas agências foram fechadas por 72 horas. Durante a semana, foram fiscalizadas 13 agências da RMR. O gerente de fiscalização do Procon-PE, Flávio Sotero, explica por que a interdição parcial das agências foi escolhida entre as possíveis sanções administrativas pelo descumprimento da lei estadual. “O Estado tem a obrigação de tentar

diminuir o prejuízo à população causado pelos bancos. Ao interditarmos as áreas de negócios, impedimos o potencial aumento das filas com a criação de novos clientes e pressionamos os bancos a cumprirem a lei”, afirma Flávio. A área de negócios é estratégica para a geração de lucros dos agências. Flávio explica que apenas a imposição de multas às instituições financeiras que descumprem a lei não tem surtido o efeito esperado, daí a necessidade das interdições. “Quando as sanções mais brandas não surtem efeitos, partimos para as mais severas”, afirma o gerente do Procon. Para o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, ações

como essa ajudam a pressionar os bancos a cumprirem a lei. “Se a lei for respeitada, toda a população será beneficiada. Os bancos contratarão o número de funcionários adequado

à demanda de trabalho. Os clientes serão atendidos num tempo razoável e os bancários trabalharão em condições adequadas”, afirma.

O diretor Gilvan Santana visitou o Bradesco de Bairro Novo, parcialmente interditado

Bancos abrem postos Santander da Iputinga de trabalho; Caixa reduz é arrombado de novo Os bancos brasileiros abriram 544 postos de trabalho no Brasil, em janeiro de 2016, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apenas a Caixa Econômica Federal apresentou saldo negativo no período, com menos 82 postos de trabalho. Apesar dos números, a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, afirma que não há o que comemorar. Ela lembra que, no encerramento do quarto trimestre de 2015, os bancos comemoraram os maiores lucros da sua história combinado com a redução de 9.886 postos de trabalho. “Esperávamos que a partir de janeiro de 2016 os bancos voltassem a contratar, fato que se deu, ainda que num número muito abaixo da nossa expectativa”, afirma Suzineide.

bancos no primeiro mês de 2015 receberam, em média, 83,9% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período. A diferença é observada também na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos em janeiro recebiam 73,4% da remuneração média dos homens que foram desligados.

DESIGUALDADES

As 1.427 mulheres admitidas nos 16 a 31 de março de 2016

shinjaejun/FreeImages

O Santander da Iputinga voltou a ser fechado, após mais um arrombamento, no dia 07 de março. No ano passado, a unidade sofreu dois arrombamentos, dois assaltos e uma tentativa de assalto. Desta vez, os assaltantes entraram por cima, destruindo parte do forro da agência. O diretor Fábio Régis visitou o local. “A agência ficará fechada até que tenha condições de funcionar em segurança”, diz. Desde o início do ano, três assaltos já aconteceram nas agências bancárias do estado: Itaú do Mercado de São José; Itaú da Conselheiro Aguiar e Banco do Brasil da Conselheiro Aguiar.


7 NEGOCIAÇÃO

Sindicato abre canal de diálogo com Santander no Recife

O

Sindicato se reuniu no dia 04 com a diretora Operacional e a diretora de Relações Sindicais da Regional Recife do Santander. Os diretores do Sindicato conversaram com os representantes do banco sobre alguns dos principais problemas vividos pelos bancários. “São questões de fraude no ponto eletrônico, de insegurança e, principalmente, de problemas nas relações interpessoais”, afirma a diretora da Fetrafi-NE (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), Tereza Souza. Para ela, os conflitos no ambiente de trabalho e problemas de assédio

CONSULTA

moral, boa parte deles causados pela cobrança excessiva de metas, têm sido os maiores inimigos dos trabalhadores do Santander. “A diretora operacional pediu que todas as de-

núncias fossem levadas ao conhecimento dela e garantiu que se empenharia em ampliar esse canal de diálogo e interferir na melhoria do ambiente de trabalho”, diz Tereza.

BANCO AZTECA

Sindicato garante bloqueio de créditos em favor dos bancários

O Sindicato garantiu, na Justiça do Trabalho, o bloqueio de créditos captados em favor do Banco Azteca para o pagamento das verbas rescisórias de bancários demitidos pelo banco. A Justiça determinou, ainda, a reintegração de uma bancária demitida em período gestacional. Em janeiro, o Banco Central

decretou a liquidação extrajudicial do Banco Azteca e nomeou um interventor para gerir a instituição financeira mexicana, cuja sede brasileira fica no Recife. O interventor demitiu os funcionários do Banco Azteca sem pagar as verbas rescisórias. Diante dessa situação, o Sindicato procurou os meios cabíveis

para garantir o direito dos trabalhadores. “Dialogamos com o interventor designado pelo Banco Central e solicitamos a mediação da Superintendência Regional do Trabalho, sem obter êxito. Esgotadas as medidas administrativas, partimos para a esfera judicial”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino.

O Sindicato está realizando consulta com os funcionários do Santander para saber quais as prioridades a serem negociadas com o banco para o Acordo Aditivo à Convenção Coletiva 2016/2017. Diretores da entidade já estão visitando as agências. A consulta vai até 18 de março e as reivindicações estão divididas em quatro grupos: emprego, condições de trabalho, saúde e cláusulas econômicas. A negociação do Acordo Aditivo com o banco deve ter início em abril. “A consulta é um espaço democrático para que os bancários possam se posicionar e expor suas prioridades e interesses”, ressalta Teresa.

BANCO DO BRASIL

Sindicato tenta agilizar processo do anuênio A Justiça do Trabalho determinou que um perito analise, novamente, a documentação de todos os envolvidos na ação de anuênio do Banco do Brasil. Diante disso, o Sindicato solicitou à Justiça a liberação imediata da segunda parcela do pagamento do acumulado do anuênio àqueles que não apresentam pendência de documentação. O advogado João Pinheiro, que presta serviços ao Sindicato e está à frente dessa ação, explica que não há sentido em reanalisar a documentação de todos os envolvidos. “O Banco do Brasil questiona a documentação de menos de 200 pessoas das 1700 envolvidas. Por mais competente que o perito seja, ele levará alguns meses para reavaliar, sem necessidade, toda essa documentação”, explica João.

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8

Sindicato presta homenagem às mulheres nas agências

NOTAS

Filme

Com exibição do filme “O Amor e a Fúria”, do diretor Lee Tamahori, o Sindicato fechou a programação da Semana da Mulher. O filme mostra a realidade de uma família marcada pela pobreza, machismo e violência doméstica. Depois da exibição, houve debate.

Apcef

D

urante o mês de março, o Sindicato visitou as agências e homenageou as mulheres com brindes e música. O violino encantou as bancárias e muitas delas se emocionaram. Algumas, como as trabalhadoras da Losango, eram homenageadas como mulheres bancárias pela primeira vez, graças à conquista do enquadramento à categoria bancária dos financiários da empresa. “Há 29 anos eu não via isso. Estou muito feliz”, falou a funcionária Eva Vasconcelos. Empregada da Caixa Guararapes, Deise Santos lembrou que o 8 de

março é um dia “para lembrar que as mulheres são guerreiras, que elas devem ter os mesmos direitos que todos. E o dia da mulher não é um dia só. A mulher merece ser tratada com respeito e igualdade todos os dias”. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, reforçou o sentido do 8

de março, como dia de luta e organização das mulheres. “Para termos os direitos que a gente tem hoje, muita gente lutou, muita gente morreu. Então é importante que a gente lembre destas pessoas e que o exemplo delas sirva como combustível para nossa luta”, afirmou.

Depois de lutar durante sete meses contra um câncer de pulmão, o percussionista Naná Vasconcelos morreu no último dia 9, aos 71 anos. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat, Naná Vasconcelos chegou a fazer parcerias com artistas como B.B. King e Ella Fitzgerald. Fruto do aprendizado informal da música, sem nunca ter cursado nível superior, em dezembro de 2015, o artista recebeu o título de doutor honoris causa pela Universi-

dade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Naná descobriu o câncer no ano passado e, mesmo com a saúde debilitada, chegou a produzir um último trabalho com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit, o Café no Bule. Ele não participou das apresentações dessa parceria, mas em fevereiro conseguiu brincar pela última vez o carnaval pernambucano. Como fazia há 15 anos, Naná Vasconcelos abriu a folia no Recife, com um grupo de centenas de percussionistas sob seu comando.

Adeus, Naná

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Graças à parceria do Sindicato com a Apcef (Associação de Pessoal da Caixa Econômica), as bancárias também puderam participar de passeio ciclístico e festa na sede da associação.

Intersindical

A diretora do Sindicato, Janaína Kunst, representou a CUT no 4° Seminário Interno das Mulheres do Sintufepe (Entidade sindical dos servidores Técnicos Administrativos da UFPE), realizado no dia 10. Em pauta, temas como a situação das mulheres negras na realidade brasileira e o empoderamento das mulheres.

Igualdade racial

A secretária de Assuntos da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa, participou no dia 10 da primeira reunião da Secretaria de Igualdade Racial da Cut-Pernambuco em 2016. Além de debate sobre a conjuntura, o encontro serviu para planejar as ações da secretaria.


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