Jornal dos Bancários - ed 531

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ANO XXIV • Nº 531 • 12 A 27 DE JULHO DE 2016 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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Luta do Sindicato reintegra bancários e bancárias demitidos injustamente

Este é um fruto do trabalho das secretarias de Assuntos Jurídicos e de Saúde do Sindicato que já conseguiu recolocar no posto de trabalho 42 bancários demitidos injustamente em 2016. Pág 5. AL

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Arraiá dos Bancários completa seis anos de animação O 6º Arraiá dos Bancários de Pernambuco resultou em um evento de sucesso com a ampla participação da categoria. Os quatro ônibus disponibilizados para a condução ao Clube de Campo ficaram lotados. Muitos outros foram em seus carros. Confira as fotos. Pág. 4 e 5

Bancários do Bradesco e do Itaú lutam contra demissões. Pág. 3 Vitória: reconhecimento da hora extra na operação de retaguarda da Caixa. Pág 6 Bancos públicos definem suas pautas. Págs. 6 e 7

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2 EDITORIAL

A luta política do Sindicato pela democracia e em defesa das conquistas históricas dos trabalhadores não é dissociada da luta por melhorias no cotidiano dos bancários. Uma coisa influencia a outra. Essa percepção nos faz atuar tanto na pauta mais ampla da sociedade como os direitos pela cidadania, sem sair do front de batalha corporativo, que tem a ver com os anseios dos bancários, sua valorização salarial e suas condições de trabalho, expressada na definição de nossa Campanha Salarial 2016. Enxergar através do princípio da luta e da consciência de classes, também nos faz promover a constante formação de novos quadros para assumir as tarefas coletivas que exigem conhecimento técnico e habilidade para a negociação e o embate com o patrão. Você verá nesta edição do Jornal dos Bancários a exata dimensão desse trabalho político, jurídico, técnico, estratégico, de formação e de valorização que torna nosso sindicato um dos mais fortes do Estado e nossa categoria uma das mais organizadas do país. Boa leitura. Suzineide Rodrigues

DEMOCRACIA

Conferência Regional da Fetrafi-NE elege 46 delegados para nacional

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m total de 46 bancários representarão o Nordeste na Conferência Nacional que ocorrerá entre os dias 29 e 31 de julho e que definirá a pauta unificada da categoria para a Campanha Salarial 2016. Estes companheiros e companheiras foram eleitos na V Conferência Regional da Fetrafi-NE, ocorrida nos dias 8, 9 e 10 de julho, na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. A Conferência contou com a participação de delegações de todo o Nordeste, que discutiram em grupos de trabalho as temáticas “emprego”, “saúde do trabalhador”, “segurança bancária e condições de trabalho” e “remuneração”. Os debates chega-

Votação elege participantes para a conferência regional

ram a textos consensuais que estarão disponíveis no site da Contraf e dos Bancários de Pernambuco. Além de representantes de todos os sindicatos da região, a conferência contou com a presença do vice-presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, com o presidente da Contraf-CUT Roberto

Van Der Oster (Betão) e com o jornalista e analista político Renato Rovai. Em Pernambuco, este encontro foi precedido da eleição de 36 delegados, ocorrida em assembleia geral no Sindicato em 28 de junho, onde 548 bancários escolheram seus representantes.

FORMAÇÃO SINDICAL

Conjuntura política é pauta de encontro de delegados A campanha nacional “Se é público, é para todos”, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas públicas, foi a principal temática do I Encontro de Delegados Sindicais de Pernambuco, que ocorreu no dia 21 de junho e teve a participação de dirigentes e delegados sindicais em um debate sobre a conjuntura política nacional. De acordo com o secretário de Bancos Públicos do Sindicato, Renato Brito, o encontro faz parte do processo de formação contínua de delegados e dirigentes sindicais. “Aprofundamos discussões acerca das prioridades do projeto de sociedade defendido pela classe trabalhadora”. “O dirigente e delegado sindical precisam estar preparados para o debate com a categoria e com os representantes dos bancos”, lembrou a

Diretores do Sindicato dividem mesa com palestrantes

Secretária Geral, Sandra Trajano. O Encontro contou com as palestras do ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago, do professor de ciência política da UFPE Michel Zaidan e do economista do Dieese Felipe Miranda. Paulo Rubem explicou porque a Previdência Social, em sua visão, não é deficitária e avaliou o papel do Estado na economia.

Michel Zaidan corroborou a ideia de que bens juridicamente tutelados pelo Estado brasileiro, como saúde e educação, estão ameaçados durante a vigência do governo interino de Michel Temer. Para Zaidan, se a presidenta eleita, Dilma Roussef, voltar ao poder, a pauta prioritária do movimento social brasileiro deve ser a reforma política por meio de uma constituinte exclusiva.

EXPEDIENTE Jornalista responsável: Jônatas Campos (DRT/PE 3411).

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 531 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares

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Conselho Editorial: Suzineide Rodrigues, Daniella Almeida, Adeilton Filho, Epaminondas Neto e Cleonildo Cruz. Redação: Camila Lima, Micheline Américo, Wellington Correia e Brunno Porto Diagramação: Bruno Lombardi e Tempus Comunicação. Fotos: Agência Lumen | Tempus Comunicação.

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Tenório Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas


3 BRADESCO/HSBC

Protestos do sindicato paralisaram 18 agências entre maio e 7 de julho

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m mais um ato político que repercutiu na imprensa pernambucana, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou intensas ações contra o Bradesco/HSBC e fechou oito agências no último dia Grupo teatral, diretores e 7 de julho, todas em funcionários denunciam Boa Viagem. A paraliarbítrios sação foi em protesto contra a demissão de 45 que mais de 25 mil atendimentos deifuncionários em Pernambuco e mais xaram de ser feitos nas unidades, entre de 2.500 em todo o Brasil, até o co- os meses de maio e início de julho. A adesão da categoria também foi exemmeço de julho de 2016. O Sindicato vem pressionando o plar, demonstrando que os trabalhadobanco desde maio e já realizou atos res e trabalhadoras estão unidos com em 18 agências do banco, contando sua entidade representativa. Adeílton Filho, secretário de Bancom as Prime e Prive. Além das paralisações, o Sindicato também fez cos Privados do Sindicato, ressalta atividades com teatro em outras sete que a entidade está em constante aleragências. Dados da Secretaria de Ban- ta em defesa da categoria. “Os núcos Privados do Sindicato estimam meros que denunciam as demissões

são assustadores. Não adianta tentar esconder. “O Sindicato vai continuar as ações, pois muitas agências ainda não foram visitadas. O Banco nega essa onda de demissões, mas nós vivenciamos esta realidade”, relatou Adeílton. No levantamento anual, os cortes somam 3.581 empregos a menos, entre março de 2015, e o mesmo período deste ano. Em 6 e julho, as COE’s do Bradesco e do HSBC se reuniram, em São

Paulo, com o objetivo de aprofundar e aproximar as pautas de reivindicações específicas dos bancos. “As negociações com o banco não têm sido fáceis pela intransigência da instituição financeira. Mantivemos nosso posicionamento radicalmente contrário às demissões e pressionamos sobre cláusulas específicas na carreira, saúde e benefícios”, disse Suzineide Rodrigues, membro da COE nacional do Bradesco.

ITAÚ

Comissão dos funcionários cobra fim de demissões e novas contratações no Itaú A Comissão de Organização dos Empregados do Itaú se reuniu com o banco, no dia 21 de junho, no Ceic, em São Paulo, para discutir a questão do emprego. O grande número de demissões gera preocupação entre os trabalhadores. Um levantamento feito no primeiro trimestre deste ano revela que, em doze meses, já foram eliminados 2.902 postos de trabalho no Itaú. Desde 2011 o banco já fechou 21 mil postos de trabalho, de acordo com levantamento do Dieese. Diante deste absurdo, a COE cobrou do banco o fim das demissões e mais contratações. Os representantes dos trabalhado-

res reivindicaram o fim das demissões arbitrárias, mas que são consideradas pelo banco como “justa causa”, pois, muitas delas, são reflexo da política desumana de cobrança de metas e do assédio moral. A COE também cobrou do banco a necessidade de haver mais contratações de funcionários, principalmente nas agências onde existem poucos com sobrecarga de trabalho, o que compromete o atendimento à população. De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Mauri Sergio Martins, outro grave problema que vêm afetando os funcionários do Itaú diz respeito

COE também pontuou condutas abusivas contra bancários

ao ponto. “Muitas denúncias foram feitas por causa de um sistema de controle com rigor excessivo como, por exemplo, casos de bancários que ficam alguns minutos a mais no local de trabalho após assinalar o fim da jornada, fatos que vem

causando demissões abusivas”, pontuou Mauri. O Itaú ficou de analisar e se posicionar sobre estes casos e outras reivindicações dos bancários, em que recebem advertência por motivos considerados banais. 12 a 27 de Julho de 2016


4 A LUTA VAI CONTINUAR

Santander continua intransigente e impede avanço das negociações

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Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, representada pela Contraf-CUT, reuniu-se pela quinta vez com a direção do banco no dia 6 de julho, em São Paulo, para discutir a renovação do Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O banco apresentou uma contraproposta que atende apenas algumas reivindicações dos trabalhadores. Mesmo assim, elas ficaram aquém do anseio da categoria. “Percebemos que a postura do banco mudou na mesa de negociações, mas nossas reivindicações em relação a garantia do emprego e fim das metas abusivas só vão prosperar com muita luta dos funcionários do Santander”, analisa Tereza Souza, representante do Nordeste na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander. O Santander recuou em relação aos requisitos de concessão da bolsa auxílio-estudo e retirou algumas exigências

para conceder o benefício, como por exemplo, avaliação comportamental e medidas disciplinares, mas não reajustou o valor da bolsa. Para protestar contra a falta de avanços nas negociações, no último dia 20 de junho foi realizado o Dia Nacional de Luta dos Funcionários do Santander. Em Pernambuco o Sindicato dos Bancários protestou em clima de São João. Diretores do Sindicato cantaram uma paródia da música “Assum preto”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, acompanhados pelo trio de forró pé-de-serra “Raízes da Terra”. A presidenta da entidade, Suzineide Rodrigues, explicou para bancários e clientes que a mobilização nacional reivindica avanços na negociação do acordo aditivo do Santander. “Mais de 10 mil funcionários do Santander contribuíram para a construção da pauta, estabelecendo suas demandas prioritárias. O banco não tem se mostrado disposto a avançar em novas cláusulas.

Paródia de música de Luiz Gonzaga fez sucesso entre funcionários

Apenas a forte mobilização dos bancários junto com os sindicatos pode fazer a diretoria do banco mudar de postura”, afirma Suzineide. Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão mais transparência nos critérios de remuneração variável, fim das metas abusivas, par-

celamento sem juros do empréstimo de férias e critérios claros para avaliação de desempenho. Os funcionários esperam respostas para cláusulas importantes como o empréstimo de férias, com o pagamento em 10 parcelas sem juros, e a mudança nos critérios de cobrança de metas.

CAIXA

Sindicato realiza reunião contra perda de direitos dos empregados da Caixa Defesa de direitos e contra retrocesso. Foi com esta ideia que o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou, no dia 12 de julho, um encontro em sua sede para discutir os problemas enfrentados pelos empregados da Caixa Econômica. O foco do encontro foi a “Caixa Minuto” e a função de avaliador de penhor, que foi discutido e analisado pelos caixas do banco e o Sindicato. Os empregados da Caixa estão perdendo direitos. A mudança do item 184 do normativo da Caixa Econômica Federal, relativo ao exercício da função gratificada/cargo em comissão, representa a perda função de caixa. De acordo com o normativo, o novo provimento da função de caixa ocorre, exclusivamente, por meio de designa12 a 27 de Julho de 2016

ção por minuto. Ou seja, as vagas geradas pela saída de funcionários que possuem a função de caixa não serão ocupadas de maneira permanente por outros funcionários. Empregados sem comissão exercerão a função de caixa pelo tempo que for necessário, a depender da demanda do dia, e receberão o pagamento proporcional pelo exercício da função. Daí, a criação do chamado “caixa minuto”. O Sindicato é absolutamente contrário a essa mudança. Isso vai na contramão da nossa luta por melhores condições de trabalho e representa a retirada de direitos. Os caixas já sofrem forte pressão por trabalharem com numerário e diretamente com os

clientes. É inadmissível a Caixa cortar sua gratificação fixa. Outra função que está sofrendo ataque é a de avaliador de penhor. Atualmente os avaliadores de penhor recebem adicional de insalubridade por trabalharem com ácido. A Caixa, no entanto, divulgou um comunicado em que afirma que, a partir deste mês, não fará mais o pagamento do adicional para as pessoas que exercem essa função. O banco alega que uma empresa contratada realizou um estudo e concluiu que não há motivo para o pagamento do adicional, pois o exercício dessa função não é considerado insalubre. Vários estudos já foram realizados e mostraram que essa atividade é in-

salubre. E é um trabalho altamente especializado. Essa função que só existe na Caixa, o único banco que possui avaliador das joias. O Sindicato quer a valorização da função e não aceita esse retrocesso. Nesta semana, diretores do Sindicato visitaram várias agências e departamentos da Caixa e agendaram reuniões. O Sindicato está encarando vários problemas na Caixa e tem muitos desafios pela frente. A tentativa de privatização, a diminuição do número de empregados e ataques a vários segmentos internos são alguns deles. Também estão no roteiro visitas as agências e departamentos da Região Metropolitana do Recife e do interior do estado.


5 REINTEGRAÇÕES

Sindicato luta na justiça para reverter demissões e reintegrar trabalhadores

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ais de quarenta bancários foram reintegrados em Pernambuco neste ano. A atuação do Sindicato dos Bancários tem sido decisiva para reverter demissões ilegais e garantir a efetivação dos direitos dos trabalhadores. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Sindicato, 42 bancários foram reintegrados por determinação na Justiça do Trabalho no estado, em 2016. Todas as Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) utilizadas nas ações judiciais que resultaram nas reintegrações foram expedidas pelo Sindicato. É comum os bancos se negarem a emitir o documento. A grande maioria dos bancários reintegrados foram demitidos quando

sofriam de doenças ocupacionais. O que é ilegal. As doenças mais comuns são LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e transtornos psíquicos. Há ainda casos de demissão no período de estabilidade que precede a aposentadoria e de demissão por justa causa considerada irregular pela Justiça do Trabalho. O secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, ressalta que o trabalhador não deve colocar a responsabilidade sobre o cuidado com a própria saúde nas mãos do empregador. “A saúde é o bem mais precioso de uma pessoa. O bancário deve se afas-

Reintegração de Lindomar José de Freitas, do Bradesco de Piedade, Jaboatão dos Guararapes

Diretores presentes na reintegração de Rosemary, do Santander do Cabo de Santo Agostinho

tar do trabalho, sem hesitar, caso seja necessário realizar um tratamento de saúde. Mesmo porque o banco não respeita a fragilidade do empregado, quando ele está doente, o demite”, afirma Wellington. Além de orientação, o Sindicato oferece assistência jurídica aos bancários. Parte significativa das reintegrações é resultado de ações judiciais movidas pelos escritórios de advocacia que prestam serviço à entidade. “Oferecemos aos bancários assistência jurídica gratuita, na área trabalhista”, destaca o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino. A direção do Sindicato já estuda a ampliação do número de escritórios. “Nossa intenção é que haja advoga-

REINTEGRAÇÃO É JUSTIÇA E VITÓRIA DA CATEGORIA! Em 2016 já foram 42 bancários reintegrados Todas as CATs foram feitas pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco Maioria das demissões injustas resultam de doenças ocupacionais Sindicato já estuda ampliar a assistência jurídica em 2016

dos para atender aos bancários, em todos os dias da semana, de manhã e à tarde. Queremos garantir a efetivação de todos os direitos, coletivos e individuais, dos bancários”, completa Rufino.

Reintegração de Marcos Antônio Carneiro, do Santander da Iputinga, Recife

Reintegração de Ana Elisabeth dos Santos, do Bradesco da Imbiribeira Com André Boudoux, do Bradesco de Carpina

Com a companheira Maria Eduarda Muniz, do Bradesco do Derby, Recife

Reintegração de Luiz Neilton, do Banco Safra

Reintegração de Itamar Pereira da Silva, do Bradesco do Cabo de Santo Agostinho

12 a 27 de Julho de 2016


6 SE É PÚBLICO É PARA TODOS

CONECEF e CNFBB mobilizam bancários e aprovam demandas das lutas da categoria

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ntre os dias 17 e 19 de junho, em São Paulo, aconteceram simultaneamente o 27º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) e o 32º Congresso dos Empregados da Caixa (CONECEF), buscando debater as demandas dos dois bancos. Durante três dias, mais de 800 trabalhadores, entre delegados, convidados e observadores, estiveram presentes nos congressos, debatendo as questões em um momento em que os bancos públicos estão sendo ameaçados pelo governo interino de Michel Temer. Cada um dos congressos aprovou suas pautas específicas, que serão encaminhadas aos bancos. A edição deste ano foi marcada, também, por uma forte representação e pelo pioneirismo da adoção do princípio da paridade de gênero, que passa a ser obrigatório a partir dos congressos que serão realizados em 2017. No CNFBB, os principais te-

Na foto, funcionários da Caixa aprovam pauta específica

mas debatidos no encontro foram remuneração, saúde, organização do movimento, sistema financeiro nacional e previdência. A participação dos bancários na campanha “Fora Temer” e nas mobilizações em defesa dos bancos públicos foram aprovadas por unanimidade. O CONECEF foi marcado pelas discussões da pauta de reivindicações específicas que será defendida

durante a Campanha Nacional dos Bancários 2016, tendo como alguns dos eixos o Fora Temer, a defesa da Caixa 100% pública, o fortalecimento do papel social do banco, as condições dignas de trabalho e mais contratação de empregados. A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, enfatizou a importância da realização dos con-

gressos, pela força que tem uma pauta unificada e pelo significado político de amadurecimento da luta da categoria. “Os congressos do Banco do Brasil e da Caixa aconteceram em uma conjuntura política e econômica que inspira cautela, mas que não pode esfriar a vontade de luta por mais direitos e melhores condições de trabalho. Agora não vai ser diferente. Estamos muito bem organizados, temos pautas unificadas e queremos deixar claro que seremos firmes nas nossas convicções”, disse Suzineide. Aproveitando a realização dos congressos do BB e da Caixa, aconteceu, também no dia 17 de junho, o 1º Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos. O Seminário reuniu bancários de bancos públicos e privados, além de envolver diversos atores da sociedade civil, movimentos sindicais, sociais e populares, MST e parlamentares.

CONQUISTA NA JUSTIÇA

Ação do Sindicato beneficia 29 bancários que trabalham na operação de retaguarda da Caixa Econômica

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco obteve vitória em ação impetrada na Justiça do Trabalho contra a Caixa Econômica Federal, pleiteando o reconhecimento de horas extras feitas por técnicos de operação de retaguarda (antigos tesoureiros executivos). O Tribunal Superior do Trabalho decidiu, em última instância, que o pleito do Sindicato, que atuou como substituto processual, é procedente. A decisão beneficia 29 bancários de Pernambuco que cumpriam jornada diária de trabalho de oito horas sem recebimento de horas extras. 12 a 27 de Julho de 2016

Não cabe mais discussão acerca do fato de que a Caixa deve pagar as horas extras aos bancários. Resta ao Sindicato apresentar os cálculos de cada trabalhador para que a Justiça do Trabalho determine o valor que será pago para cada um deles. O Sindicato ingressou com a ação na Justiça em 2011. No caso em questão, a Caixa não cumpriu os requisitos para que o cargo dos bancários envolvidos fosse considerado de confiança e, portanto, eles pudessem cumprir a jornada de oito horas sem pagamento de horas extras.

O entendimento do Sindicato é que o fato de pagar comissão não exclui os bancários da jornada regular de seis horas. Para isso, é preciso cumprir outros requisitos. Entre esses requisitos estão: a gratificação paga ao trabalhador deve corresponder a, pelo menos, 1/3 do salário do cargo efetivo; e ele deve ter uma equipe sobre a qual possua poderes de mando e gestão. O secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, ressalta que essa é mais uma vitória da entidade que é comprometida com os direitos individuais e coletivos

dos bancários. “O Sindicato oferece assistência jurídica gratuita aos bancários por profissionais de alta qualidade. Também oferecemos assistência previdenciária por valores muito abaixo dos preços de mercado”, avalia Rufino. O secretário lembra ainda que os bancários que estiverem na mesma situação desses que participaram da ação judicial para o pagamento das sétima e oitava horas diárias de trabalho devem procurar o departamento jurídico do Sindicato para avaliação da possibilidade de uma nova ação.


7 CONGRESSO

Piso do Dieese, 5% de PLR Social e outras decisões dos funcionários do BNB

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nidade e mobilização. Esses foram os principais eixos do XXII Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, realizado em Juazeiro do Norte (CE), durante os dias 1 e 2 de julho. A busca pela unidade foi o principal meio apontado pelos participantes do evento para que se possa lutar pela manutenção da democracia e dos direitos conquistados pelo funcionalismo do Banco ao longo de sua história. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco marcou presença. Durante os dois dias de Congresso, os cerca de 100 delegados debateram temas como Emprego, Remuneração, Saúde, Previdência, importância do BNB como banco público, além da organização e mo-

xual; Redução da co-participação do funcionário na Camed; Reformulações no Plano de Previdência da Capef. BANCOS PÚBLICOS

Unificando a pauta que será enviada para a Campanha Nacional

bilização para a campanha salarial que se aproxima. Ao final, os funcionários definiram a pauta de reivindicações a ser entregue ao Banco. Confira as principais deliberações: REMUNERAÇÃO E EMPREGO

Adotar no PCR o piso salarial baseado no salário mínimo do DIEESE; Permissão para funcionários

exercerem profissão de magistério em instituições públicas; Melhorias na bolsa educação; 5% de PLR Social com pagamento linear para todos os funcionários; Isonomia de tratamento e Isonomia entre funções; Melhorias nos processos de concorrência. SAÚDE PREVIDÊNCIA

Combate ao assédio moral e se-

Estabilidade para diretor representante, ouvidor e membros do Conselho de Ética semelhante a de dirigente sindical; Fim da terceirização no Agro e Credi Amigo com realização de concurso específico; Continuidade ao calendário para eleição de Representante dos Empregados no Conselho de Administração (CAREF). ORGANIZAÇÃO

E MOBILIZAÇÃO

Unidade na mobilização do funcionalismo e manutenção da mesa única de negociação.

PÉ NA ESTRADA

Diretoria do Sindicato dos Bancários realiza visitas a agências da Zona da Mata de Pernambuco Tracunhaém, Nazaré da Mata, Buenos Aires, Vicência e São Vicente Ferrer. Essas foram algumas das cidades visitadas pelo Sindicato dos Bancários durante a última semana de junho. As visitas periódicas servem para que a entidade possa colher informações, receber denúncias, averiguar a situação de trabalho dos funcionários e, sobretudo, aproximar o sindicato dessas agências que ficam afastadas da Região Metropolitana do Recife. De acordo com a diretora do Sindicato, Suzana Andrade, nas visitas realizadas nesta última semana de junho e início de julho, a equipe dos Bancários pôde observar algumas dificuldades encontradas pelos funcionários e clientes das agências do interior devido ao grande fluxo de pessoas precisan-

Visitas para aproximar sindicato das agências mais distantes da RMR

do de atendimento, sobretudo na sexta-feira, primeiro dia útil do mês de julho. “Hoje (01) é um dia de muita movimentação nas agências e o que temos percebido em praticamente todos os bancos, é que esses

dias de pico, em que geralmente ocorrem pagamento de INSS e de alguns impostos, os bancos não se preparam para atender e ficam super lotados. Além do mais, há o estresse por parte dos funcionários, que desejam atender a todos

de forma ágil e positiva, mas, sem uma estrutura adequada, ficam super atarefados”, destacou Suzana. No total, foram visitadas as cidades de Machados, Macaparana, Limoeiro, João Alfredo, Bom Jardim, Orobó, Tracunhaém, Nazaré da Mata, Buenos Aires, Vicência e São Vicente Ferrer. As visitas ocorrem em períodos de 15 em 15 dias. Já no Sertão pernambucano, o sindicato faz um esforço para estar presente nas cidades uma vez a cada trimestre. “Visitamos todas as cidades que o sindicato atende. As visitas têm finalidade de passar informações, colher denúncias, identificar irregularidades que o sindicato precise denunciar. Também aproveitamos a visita para aproximar o bancário mais distante do sindicato”, diz Suzana Andrade. 12 a 27 de Julho de 2016


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Arraiá dos Bancários consolidou-se como sucesso de público e organização. Ano que vem tem mais!

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6º Arraiá dos Bancários, a festa de São João da categoria, consolidou-se como um evento permanente no calendário das atividades do Sin-

12 a 27 de Julho de 2016

dicato dos Bancários de Pernambuco. A festa ocorreu em 2 de julho e foi sucesso de público, organização e alegria. Calcula-se a presença de 400 pessoas, entre bancários e familiares. Além dos quatro ônibus disponibilizados pelo Sindicato e que seguiram lotados para o

Arraiá, muitos compareceram em seus próprios veículos para aproveitar a festa. Além da fogueira, comidas típicas e os dois grupos musicais que animaram a festa, os presentes contaram também com show pirotécnico e a ampla estrutura do Clube

de Campo dos Bancários, incluindo segurança e primeiros-socorros. O diretor de Cultura, Fábio Sales, confirmou o Arraiá como festa permanente no calendário. "Mais uma vez bancários de todos os bancos marcaram presença e nossa festa foi outro sucesso", disse.


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