ANO XXIV • Nº 535 • 12 A 23 DE SETEMBRO DE 2016 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAMPANHA NACIONAL
Bancários dizem NÃO à proposta rebaixada Adesão massiva à greve do cais ao sertão Pág. 03
Ato em defesa dos bancos públicos Pág. 02
Bancários participam do Grito dos Excluídos Pág. 04
Alerta: Bancos exploram clientes Pág. 04
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Primeiro dia de greve mobiliza 75% das agências
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paralisação dos bancários começou forte em Pernambuco. No mesmo dia de deflagração da greve, iniciada em 6 de setembro, o Sindicato dos Bancários esteve presente nas agências e realizou um ato no Banco do Brasil, localizado no Bairro do Recife, para dialogar com a categoria e fortalecer a mobilização. A estratégia inicial foi ampliar a mobilização e reforçar com os bancários que a minuta de reivindicações não contempla apenas o reajuste de 14,78%, como também mais contratações; melhores condições de trabalho; fim das metas abusivas; fim do assédio sexual e moral; entre outros itens. Já no primeiro dia, a greve contou com a adesão de 75% dos bancários, e foi ampliada ao logo da semana.
Ato em defesa dos bancos públicos Em Pernambuco, os bancários receberam o apoio do Movimento Sem Terra, no terceiro dia de greve, no ato em Defesa dos Bancos Públicos. Os trabalhadores do campo e da cidade seguiram em marcha do Banco do Brasil, na Av. Guararapes, até o Banco do Nordeste, na Av. Conde da Boa Vista, chamando a atenção da população sobre a importância de valorizar as empresas públicas. A defesa da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste é fundamental neste momento em que o atual presidente Michel Temer anuncia a venda de diversas e importantes empresas públicas para o capital privado. Um dos estudos objetiva fundir o Banco do Brasil e a Caixa. Outro pretende transformar o BNB em uma agência de fomento. Esses bancos possuem destacado investimento no desenvolvimento social e não podem ser usurpados da população. 12 a 23 de setembro de 2016
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Greve prossegue apesar de liminar
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Sindicato dos Bancários de Pernambuco reiterou que, com ou sem liminar, a greve prossegue firme. Bem como já aderiu ao movimento nacional de greve geral. As propostas foram apresentadas pelos bancários e validadas em assembleia da categoria, no último dia 19, com a participação de dezenas de funcionários de bancos públicos e privados e representantes da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco(CUT-PE). As deliberações objetivam fortalecer ainda mais as pautas da categoria diante das pressões ostensivas advindas da Federação Nacional dos Bancos(Fenaban) e da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB). De acordo com a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, apesar da pressão, a paralisação prossegue. “Entrar em greve foi uma decisão dos bancários e só a nós cabe decidir se encerramos ou não a greve. Nem os banqueiros, nem a
OAB podem decidir por nós. A greve continua firme e forte”, afirma. Para comprovar a capacidade de mobilização do movimento grevista, em contraposição à coação dos poderes econômicos e jurídicos, já programaram uma passeata percorrendo os bancos do bairro de Boa Viagem. A categoria também vai marchar com o movimento nacional de greve, cujo primeiro ato está marcado para a próxima quinta-feira(22), denominado “esquenta da greve-geral”. A entidade estuda a possibilidade de recorrer da decisão da Justiça do Trabalho de Recife-PE que atendeu à ação da OAB-PE para que as agências funcionem duas horas por dia até o final da paralisação. Segundo o setor jurídico do Sindicato, essa medida já foi derrotada em vários estados brasileiros uma vez que confronta a Lei de Greve. “A referida entidade usa como pretexto as necessidades diárias da
população, mas o verdadeiro motivo é o pagamento dos alvarás dos advogados”, afirma o Secretário de Formação do Sindicato, João Rufino. Na ocasião foi registrado que o Sindicato cumpre rigorosamente com todas as determinações estabelecidas na Lei de Greve, entre elas: garantia de 30% de funcionamento dos serviços bancários, priorizando os direitos dos aposentados e pensionistas, prova de vida, troca de senhas e recebimentos de novos cartões; e, garantia de 100% das salas de autoatendimento. “Se a OAB-PE estivesse preocupada com o usuário do sistema financeiro, deveria colocar entre suas pautas cobrar a segurança dos clientes, a Lei de Segurança no Recife, a redução dos juros e das taxas exorbitantes cobrados pelos bancos, o fim das longas filas de espera e, as vendas casadas de pacotes de serviços ao público”, denuncia a secretária Geral do Sindicato, Sandra Trajano
NOTA PÚBLICA DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PERNAMBUCO Em resposta à oficialização do Mandato Judicial deferido pela Justiça do Trabalho de Recife-PE em atendimento ao Processo nº 000128546.2016.5.060011 de autoria da Ordem dos Advogados do Brasil-Secção de Pernambuco (OAB-PE) contra o Sindicato dos Empregados de Estabelecimento de Crédito do Estado de Pernambuco-Sindicato dos Bancários de Pernambuco, consideramos: Nossa greve é tão legítima quanto legal, uma vez que o Sindicato cumpre rigorosamente com todas as determinações estabelecidas na Lei de Greve, entre elas: garantia de 30% de funcionamento dos serviços bancários, priorizando os direitos dos aposentados e pensionistas, prova de vida, troca de senhas e recebimentos de novos cartões; e, garantia de 100% das salas de autoatendimento através das quais os clientes podem realizar todos os serviços bancários. A ação impetrada pela OAB-PE só não é totalmente inútil por seu explícito caráter corporativista. Em seu argumento jurídico, a referida entidade usa como pretexto as necessidades diárias da população, mas em seguida logo revela o real motivo da ação:“o atendimento exclusivo a ordens judiciais exaradas pelos órgãos do Poder Judiciário Estadual e Federal, em todo o Estado do Pernambuco, viabilizando o cumprimento dos alvarás expedidos”. Utilizando-se deste expediente, a OAB-PE assume o papel de advogada dos banqueiros que nos últimos anos vêm tentando usurpar o direito à greve valendo-se do famigerado Interdito Proibitório. Se, de fato, a OAB-PE estivesse preocupada com o usuário do sistema financeiro, como espera fazer crer, deveria colocar entre suas pautas prioritárias: zelar pela segurança dos clientes que diariamente sofrem com os assaltos e demais atos violentos; fazer cumprir a Lei de Segurança no Recife e ampliá-la para todo Estado e até para Brasil, exigir a redução dos juros e das taxas exorbitantes cobrados pelos bancos que figuram entre os mais altos do mundo; cobrar o fim das longas filas de espera, e; reclamar as vendas casadas de pacotes de serviços ao público. Pautas para as quais o Sindicato é protagonista e como tal, vem de público convidar a Ordem para somar-se na promoção de uma economia justa e solidária. Quanto à ação judicial, o Sindicato informa que irá cumprir a determinação legal, mas não passivamente. Em tempo, nosso setor jurídico adotará as medidas legais cabíveis diante da postura corporativista da OAB-PE travestida de nobre preocupação social. E, com liminar ou sem liminar, a greve prossegue firme e forte. 12 a 23 de setembro de 2016
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Bancários promovem acampamento da resistência nos bancos
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Acampamento da Resistência Contra a Ganância dos Bancos vem sendo armado nas agências para fortalecer os funcionários que são pressionados para voltar ao trabalho. Os bancários não aceitam essa prática antissindical e se mantém firmes. Durante a ação, diretores do
Sindicato, ativistas sindicais e integrantes de movimentos sociais conversam, lancham e almoçam com bancários e clientes. O primeiro acampamento foi montado na agência Bradesco do bairro de Boa Viagem, na última semana. Em plena greve da categoria, o banco pressionou os funcionários para que reabrissem
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a unidade. A Caixa e o Santander também ameaçaram reabrir. “Trata-se de prática antissindical. Os banqueiros estão nos pressionando e ameaçando demitir os bancários que continuarem em greve, para tentar nos obrigar a aceitar uma proposta que não cobre nem mesmo a inflação. Não vamos ceder. Nossa greve continua forte”,
afirmou a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Já o diretor do Sindicato, Fabiano Moura, destaca que a estratégia é reforça a luta. “Estamos denunciando a postura intransigentes dos bancos. Estão tentando enfraquecer nossa luta. Em resposta, fortaleceremos ainda mais nossa mobilização”, ressaltou.
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Adesão massiva à greve do cais ao sertão
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ais de 98% dos bancários das agências públicas e privadas, localizadas na Região Metropolitana do Recife e Interior do Estado, aderiram à greve da categoria e paralisaram as atividades
internas nas duas últimas semanas. Além da capital, a greve atingiu os municípios de Santa Cruz do Capibaribe, Limoeiro, Carpina, Flores, Gravatá, Vitória de Santo Antão e Bezerros. Já estavam com todas agên-
cias fechadas, desde o primeiro dia de greve as cidades de Serra Talhada, Bonito, Ouricuri, Iguaraci, Tuparetama, São José do Belmonte, Exu, Araripina, Trindade, Salgueiro e Arcoverde. A greve em Pernambuco reforça a
unidade nacional dos bancários. Em todo o Brasil, mais de 12 mil agências e cerca de 50 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 54% de todas as agências do País.
Fenaban oferece proposta rebaixada Em razão da força do movimento em todo o Brasil, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) convidou o Comando Nacional dos Bancários para retornar à mesa de negociação. Na primeira reunião após o início da greve, realizada na sexta-feira (9), a Fenaban apresentou uma proposta rebaixada de 7% de reajuste mais abono de R$3,3 mil. A oferta foi rejeitada na mesa, resultando na continuidade da greve por tempo indeterminado.
Na terça-feira (13), foi realizada a sétima rodada de negociação. Porém, não houve avanço na proposta aos bancários, assim como na oitava, realizada na última quinta-feira (15). A Fenaban insiste na proposta rebaixada, com índice de reajuste menor que a inflação. Os bancários aumentaram a mobilização para forçar os banqueiros a oferecerem uma proposta decente. Uma nova rodada de negociação está prevista para a quinta-feira (15).
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Bancários participam do Grito dos Excluídos
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s bancários de Pernambuco se uniram ao coro por “nenhum direito a menos” no 22º Grito dos Excluídos, ocorrido no dia 7 de setembro. Mais de 50 mil pessoas participaram da marcha de protesto em defesa da democracia, que culminou em uma grande ciranda na Praça da Independência. Os principais posicionamentos do Grito dos Excluídos deste ano foram: contra o golpe e em defesa da democracia; contra o retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas; pela democratização da mídia; contra o feminicídio e lesbofobia; e contra a
exploração infantil e o extermínio da juventude pobre e negra. No próximo dia 22 de setembro, haverá um grande ato de paralisação de todas as categorias em preparação para a greve geral. Com o objetivo de dialogar com a população sobre as razões para a realização da greve, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco vem fazendo uma série de abordagens na Região Metropolitana do Recife e no Interior do Estado. A atividade conta com a participação de dirigentes sindicais, bancários e artistas populares.
Alerta: Bancos exploram clientes Com o objetivo de dialogar com a população sobre as razões para a realização da greve, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco vem fazendo uma série de abordagens na Região Metropolitana do Recife e no Interior do Estado. A atividade conta com a participação de dirigentes sindicais, bancários e artistas populares. Durante os atos grevistas, o documento "Carta aos Clientes" está sendo distribuído nas imediações das agências bancárias em pontos de grande circulação de pessoas. O material informativo esclarece que as reivindicações da categoria não são apenas por reajuste salarial e benefícios. Mas, por mais contratações para redução de filas nas agências, segurança e melhorias no atendimento ao cliente. "Os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões somente no primeiro semestre deste ano” e “No Brasil, os bancos sugam os clientes cobrando os juros e tarifas mais altos do mundo”, denuncia a carta. EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 535 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares
Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Tempus Comunicação, Suzineide Rodrigues, Micheline Américo, Adeilton Filho, Daniella Almeida e Epaminondas Neto. Redação: Jonatas Campos, Beatriz Albuquerque, Camila Lima e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Agência Lumen | Tempus Comunicação.
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DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Tenório Bancos Privados: Adeílton Filho
Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas