ANO XXIV • Nº 537 • 01 A 20 DE NOVEMBRO DE 2016 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Dia Nacional de Greve - Contra o desmonte social Contra os cortes nos investimentos sociais Pelo respeito aos direitos dos trabalhadores Contra as privatizações e terceirizações Em defesa da riqueza e da autonomia nacionais
Ações violentas contra bancos já somam mais de 250 ocorrências. Pág. 06 Bradesco incorpora HSBC aos trancos e barrancos. Pág. 07 Sindicato dos Bancários de Pernambuco comemora 85 anos. Pág. 08
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2 EDITORIAL
Prezados(as) companheiros(as), os tempos são sombrios, mas seguimos entrincheirados em defesa dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais. Lamentavelmente, os trabalhadores e as trabalhadoras estão sendo massacrados pelos projetos neoliberais do governo golpista de Temer. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que corta e congela por 20 anos investimentos sociais nas áreas de educação, saúde e assistência, foi aprovada com folga pelos deputados federais e agora tramita no Senado como PEC 55. E, segue em curso voraz o processo de privatização de estatais, a dilapidação do patrimônio nacional e a usurpação das conquistas dos trabalhadores e demais avanços sociais. A sociedade reage bravamente, com destaque para os estudantes que ocupam as escolas, mesmo sob a mira dos cacetes e da criminalização midiática. A bela resistência da juventude revigora nossa esperança e nos faz novamente crer que nossa luta não foi em vão e que ainda é possível virar a mesa. Oxalá que o vigor da moçada inspire toda a sociedade, e que nós, bancários, façamos nossa parte antes que seja tarde demais. Por essa razão, neste dia 11 de novembro, precisamos estar todos nas ruas outra vez para fortalecer o movimento de Greve Nacional. A maior derrota é a opção por não lutar. Até lá! Fabiano Moura Presidente Interino do Sindicato dos Bancários de Pernambuco
Mais de 60 trabalhadores foram reintegrados aos seus postos
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Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou duas novas reintegrações de funcionários demitidos ilegalmente pelos bancos Itaú e Santander. Até o início deste mês, mais de 60 bancários no Estado foram reintegrados aos seus postos de trabalho. Em agosto deste ano, a bancária Renata Cruz foi demitida sob alegação de “baixa performance”. Com mais de dez anos de trabalho na agência Olinda do Itaú, ela procurou os setores Jurídico e de Saúde do Sindicato por ser portadora de Lesões por Esforços Repetitivos e “Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT). Para Renata, a demissão foi uma surpresa. “Eu me dedicava muito à empresa e vinha numa crescente de desempenho neste último trimestre. Só descobri que tinha adquirido uma doença do trabalho após o desligamento”, explicou. Três meses após o desligamento, o Sindicato conseguiu assegurar a reintegração da bancária, que recebeu aval do perito do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Funcionários reintegrados
De acordo com Gilvan Santana, diretor do Sindicato que acompanhou o processo, esta foi mais uma conquista do Sindicato frente à implantação da plataforma digital do Itaú. “O próprio banco já anunciou a perspectiva de diminuição de quadros. Além disso, as metas estabelecidas são impossíveis de ser atingidas todos os meses. Mesmo porque, quando o bancário atinge, o banco cria uma nova meta superior”, comenta. Outro bancário reintegrado, George Alves, havia sido demitido arbitrariamente da agência Camaragibe do Banco Santander por suposta Justa Causa. Ele foi responsabilizado pelo prejuízo resultante de um assalto, ocorrido em março de 2015. Segundo o secretário de Saúde do
Sindicato, Wellington Trindade, a demissão por Justa Causa é uma ação violenta contra o trabalhador. “Nesse caso, especificamente, fica claro que ocorreu como forma de retaliação por um prejuízo que o banco sofreu após o assalto. O funcionário foi responsabilizado pela investida criminosa”, afirma. Para o bancário, as orientações prestadas pelo Sindicato foram fundamentais ao desfecho do caso. “Eu não fui responsável pelo assalto e, além disso, quando fui demitido estava em estabilidade acidentária pela Previdência Social. A Secretaria de Saúde do Sindicato me orientou e consegui garantir a reintegração”, afirma Alves. O funcionário aguarda a realização do exame de retorno para retomar às atividades.
Cláusula 45ª é uma conquista para a saúde do trabalhador O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participará neste mês de novembro de um debate promovido pela Contraf-CUT, no qual estarão presentes todas as federações e sindicatos da categoria, para avaliar as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2016-2017 relativas à saúde. Segundo o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, a introdução da cláusula 45ª, que trata do Programa de Retorno ao Trabalho, foi uma das principais conquistas na área
para os trabalhadores. “A mudança do termo ‘reabilitação’ por ‘retorno’ pode parecer simples, mas traz um importante avanço no âmbito jurídico”, afirma. Anteriormente, com a cláusula 44ª (Programa de Reabilitação Profissional), os trabalhadores não precisavam receber o crivo da Previdência Social, apenas do empregador. Isso possibilitava que os bancos convocassem os trabalhadores que ainda estavam afastados do trabalho pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). “A cláusula
mascarava os problemas de saúde e, inclusive, desabilitava o trabalhador para receber o auxílio-acidente, por exemplo”, explicou Trindade. As negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em torno dessa cláusula duraram cerca de três anos. Com a mudança do termo no título da cláusula, o público-alvo foi limitado exclusivamente para trabalhadores que tenham a cessação de benefício previdenciário ou aposentadoria por invalidez.
EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 537 / Circulação mensal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares
Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Daniella Almeida, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues. Redação: Jonatas Campos, Beatriz Albuquerque, Camila Lima e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Agência Lumen | Tempus Comunicação.
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DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Tenório Bancos Privados: Adeílton Filho
Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas
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Sindicato alerta sobre instalação de escritórios virtuais em Recife
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Banco do Brasil(BB) vai instalar em Recife/PE dois modelos de escritórios virtuais, a partir do dia 29 deste mês. Para isso, as agências Guararapes e Shopping Boa Vista terão seus prefixos remanejados e deixarão de existir. Os atendimentos serão absorvidos pelas agências Dantas Barreto e Sete de Setembro, respectivamente. Pernambuco figura entre os 18 Estados brasileiros onde os escritórios passarão a funcionar. Em reunião ocorrida com a superintendência do banco, na última quinzena, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi em busca de informações complementares sobre o pro-
cesso, principalmente no que se refere aos funcionários. Na ocasião, o gerente Administrativo da Superintendência do BB, Carlos Eduardo, esclareceu pontos importantes. De acordo com ele, não se trata de trabalho de telemarketing
e, sim, de suporte à operacionalização de negócios e assegurou que os trabalhadores não serão prejudicados. Para a secretária Geral do Sindicato, Sandra Trajano, os escritórios virtuais já são uma realidade pelo país afora, e a modernização dos serviços bancários
Sandra Trajano
só tende a crescer. Porém, vê com preocupação a interrupção do atendimento em duas unidades do banco. “Tais iniciativas voltadas à competição de mercado com outros bancos comerciais revela que o Banco do Brasil está cada dia mais distante do seu papel de banco público”, analisa. Ela alerta ainda que nem os funcionários nem a população podem sofrer com as alterações feitas por interesses comerciais e que devem ser asseguradas toda a estrutura e condições de trabalho e atendimento. “Estamos vigilantes. Nosso Sindicato está a postos para acompanhar as etapas de implantação das unidades e para receber e encaminhar as denúncias dos funcionários, caso necessário”, conclui.
Caravana busca fortalecer bases no Interior
Mais de 70 municípios visitados
Iniciado, neste mês de novembro, o último ciclo de visitas do Sindicato dos Bancários de Pernambuco ao Interior do Estado, neste ano. A ação em curso objetiva fortalecer a relação com a base por meio do contato direto com as lideranças locais. Os diretores da entidade estão visitando mais de 150 agências, 40 Postos de Atendimento Bancário (PAB) e Postos de Autoatendimento (PAA), em 78 municípios. Este é o quarto ciclo de viagens às regiões pernambucanas do Agreste,
Zona da Mata e Sertão, complemen-
Campanha Nacional 2016 e, no caso
tando o calendário das atividades realizadas nos meses de fevereiro, maio e agosto deste ano. As principais pautas de discussão dessas caravanas são a avaliação da
específico dos funcionários do Banco do Brasil, a proposta de solução para o deficit da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).
As visitas trimestrais integram a política do Sindicato de manter o diálogo constante com a base a fim de fortalecer as bandeiras da categoria. “Em Pernambuco, a participação dos bancários do Interior na Campanha Nacional foi bastante expressiva. Queremos ouvir as avaliações deles, além de recebermos as demandas específicas de cada posto de trabalho e tentaremos resolver, de imediato, o que for possível”, explica o diretor do Sindicato, Flávio Coelho.
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Sobre abono incide Imposto de Renda
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obre o abono de R$3,5 mil recebidos pelos bancários como parte do acordo da Campanha 2016 incide a dedução do Imposto de Renda (IR). O recolhimento do tributo pelos bancos é balizado por decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Todos os empregados ativos em 31 de agosto de 2016 têm direito ao abono. Para efeitos do IR, o abono deverá ser somado ao salário do mês de outubro, para que o trabalhador saiba sobre que faixa recairá a taxa do imposto. Não há pagamento de contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre o abono. O abonamento não tem natureza indenizatória, ainda que seja assim denominado. Apenas pode ser considerado indenizatório o abono concedido em substituição a uma vantagem ou benefício. Não é este o caso, pois foi concedido aos bancários em substituição ao reajuste integral da inflação. O secretário de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Adeílton Filho, destaca que a incidência do imposto de renda sobre o abono representa mais um
Decisão balizada pelo STJ
motivo para defesa do aumento real nos salários, nas negociações dos próximos anos. “Além de se negarem a repor as perdas nos nossos salários em decorrência da inflação, os banqueiros nos oferecem abonos que não vão, em totalidade, para os nossos bolsos. Isso serve de alerta: nas próximas campanhas, continuaremos
lutando pelo ganho real”, defende. É importante lembrar ainda que bancários que tiveram alteração da faixa progressiva de incidência do imposto de renda em razão do recebimento do abono, quando do ajuste anual (Declaração do Imposto de Renda), poderão requerer a restituição de parte do valor, conforme caso
particular. Há situações em que bancários que estavam afastados do trabalho em 31 de agosto de 2016 têm direito a receber o abono. Para mais informações sobre o assunto, os interessados devem entrar em contato com a Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Veja as fotos do Sindicato dos Bancários de Pernambuco no As fotos dos atos e atividades desenvolvidas pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, agora, estão no Flickr: www.bit.ly/FotosBancarios. O registro de atos da Campanha Nacional 2016, da assembleia que deflagrou a greve deste ano, da V Conferência Regional da Fetrafi-NE, do 18º Campeonato de Futebol dos Bancários e da Festa de Comemoração do Dia das Crianças já estão disponíveis. A página vem sendo constantemente atualizada. Acompanhe!
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Dia Nacional de Greve Contra o desmonte social
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Dia Nacional de Greve, em 11 de novembro, é uma resposta da classe trabalhadora aos ataques do governo golpista de Michel Temer aos direitos dos cidadãos brasileiros. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), junto com outras centrais sindicais, convoca todos os trabalhadores a participarem da mobilização nacional. Segundo consulta feita pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, junto à base na Região Metropolitana do Recife, mais de 70% dos bancários são favoráveis à participação da categoria no Dia Nacional de Greve. O presidente Interino do Sindicato, Fabiano Moura, ressalta que a entidade vem participando ativamente dos atos de preparação para a greve geral. “A única forma de reagirmos às propostas de retrocessos e barrarmos o projeto neoliberal que está sendo implementado no Brasil é a luta unificada dos trabalhadores”, avalia Moura.
Contra os cortes nos investimentos sociais Pelo respeito aos direitos dos trabalhadores Contra as privatizações e terceirizações Em defesa da riqueza e da autonomia nacionais Medidas anunciadas pelo governo golpista e propostas em apreciação no Congresso Nacional apontam para uma série de retiradas de direitos da classe trabalhadora: arrocho salarial, privatização das empresas e serviços públicos, entrega de ri-
quezas nacionais a empresas multinacionais e diminuição drástica dos investimentos em serviços públicos essenciais, como educação e saúde. A categoria bancária será bastante afetada por essas medidas. “Estão em curso os projetos de privatiza-
ção da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste do Brasil, de legalização da terceirização de atividades-fim e da supressão da garantia ao emprego”, completa o presidente interino do Sindicato.
(Des)Governo Temer pretende congelar investimentos sociais por 20 anos A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que foi aprovada na Câmara dos Deputados e está em apreciação no Senado Federal sob a denomi-
nação de PEC 55, representa um retrocesso sem precedentes nos direitos dos cidadãos brasileiros. A proposta do presidente golpista Michel Temer é congelar, por 20 anos, os investimentos em serviços públicos essenciais, como saúde e educação. “Essa proposta jamais seria vitoriosa nas urnas. A forma encontrada para implementá-la foi o golpe”, avalia o presidente interino do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura. Para avaliar o impacto da proposta, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT) realizou um estudo sobre o
assunto. Se a PEC 55 já estivesse em vigor desde 2006, o investimento em saúde, que atualmente é de R$ 102 bilhões, seria de apenas de R$ 65 bilhões. O investimento em educação, que é de R$ 103 bilhões, seria de R$ 31 bilhões. Além disso, o salário-mínimo, que é de R$ 880, seria de R$ 550. A PEC 55 comprova o real objetivo do golpe que levou Michel Temer à presidência do Brasil: restringir, à revelia da Constituição Federal de 1988, os direitos da maioria dos cidadãos brasileiros em benefício de uma minoria já privilegiada. O presidente interino do Sindicato destaca ainda que a PEC 55 ignora o crescimento populacional e o aumento das demandas sociais. “Os custos da
educação e da saúde, hoje, certamente são menores do que serão daqui a cinco anos. Na prática, ou o governo vai retirar investimentos de algumas áreas ou vai selecionar o público que será beneficiado pelas suas ações. De qualquer forma, a população que mais precisa do serviço público será penalizada”, analisa Moura As ações do Poder Executivo estão orquestradas com as do Judiciário. No fim de outubro, o Supremo Tribunal Federal Tribunal (STF) determinou que os servidores públicos não mais receberão a parcela dos salários referentes ao período em que estiverem em greve. E está na pauta do STF o julgamento da legalização da terceirização de atividades-fim, no início de novembro.
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Investidas violentas contra bancos já somam mais de 250 ocorrências em Pernambuco
13 Arrombamentos
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Sindicato dos Bancários de Pernambuco vem cobrando uma ação efetiva dos órgãos de segurança do Estado no sentido de combater a crescente ação criminosa de quadrilhas especializadas contra as agências bancárias em Pernambuco. De acordo com o mapa da violência elaborado pela entidade, entre janeiro e 4 de novembro deste ano, estão contabilizadas 251 atos violentos contra bancos. Até agora foram registrados 13 assaltos, seis sequestros, 32 explosões, 13 ar-
32 Explosões
rombamentos, 128 ataques aos terminais de autoatendimento instalados fora das agências, 18 ataques a agências dos Correios, 36 ações em casas lotéricas e cinco explosões de carros-fortes. De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, houve ocorrências em todas as regiões do Estado, totalizando 48 municípios. “Nós observamos um incremento na Região do Sertão. Com a desativação temporária de várias agências, a unidade do Banco do Brasil de Arcoverde,
por exemplo, está sobrecarregada com atendimento de cinco cidades”, afirma. As principais preocupações da entidade após tais investidas referem-se às doenças físicas e mentais que se abatem sobre os trabalhadores, à exposição da população à violência e à falência do comércio local que gera o desemprego. “Nós temos vários companheiros da categoria afastados pelo INSS, que, devido ao medo de assaltos, desenvolveram a Síndrome do Pânico”, explica o presidente Interino do Sindicato,
Fabiano Moura. Ele destaca ainda que o investimento em inteligência é fundamental, uma vez que esses crimes estão sendo praticados por quadrilhas especializadas. Outra questão por ele apresentada é a necessidade de se aumentar o efetivo da Polícia Militar nos municípios. “Seria fundamental que o poder público local dialogasse com a sociedade civil, e ele não está fazendo isso. Cobramos que governo e demais autoridades nos convoquem para que busquemos uma solução conjunta”, conclui Moura.
Justiça determina apresentação de valor de anuênio devido pelo BB HISTÓRICO
A Justiça do Trabalho determinou que um perito elabore a planilha com os valores devidos pelo Banco do Brasil (BB) aos bancários e herdeiros integrantes da ação de anuênio movida pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco. No primeiro semestre deste ano, a Justiça intimou o BB a apresentar a relação dos bancários envolvidos na ação que ainda estavam na ativa e dos que estavam afastados, para que fosse apurada a incidência do anuênio sobre o Fundo de Garantia por Tem por de Serviço (FGTS). Para retardar o pagamento, o BB só apresentou a rela01 a 20 de novembro de 2016
ção no fim do mês de setembro. O secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, reuniu-se com a juíza responsável pelo caso, ressaltando a relevância social da ação em que estão envolvidos 1700 bancários. “Essa conversa foi crucial para que, de imediato, a juíza determinasse que o perito fizesse os cálculos. Continuaremos em diálogo com a Justiça para garantir que essa nova etapa ocorra com o máximo de celeridade possível, considerando que já estamos próximos ao recesso de fim do ano do Poder Judiciário”, afirma.
1998: O BB parou de pagar anuênio para os bancários. A decisão foi tomada pelo Governo FHC, que retirou muitos direitos dos funcionários dos bancos públicos com o objetivo de privatizar essas empresas. 2000: O Sindicato entrou com a ação na Justiça do Trabalho para garantir o direito dos trabalhadores ao pagamento do anuênio. 2009: A Justiça do Trabalho reconheceu o direito dos trabalhadores e determinou que o BB incorporasse o anuênio à folha de pagamento deles. 2014: A maioria dos envolvidos recebeu a primeira parcela do acumulado de anuênios de 1998 a 2009 (cerca de 50% do valor total). Desde então, aguardam o recebimento da segunda parcela.
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Bradesco incorpora HSBC aos trancos e barrancos
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incorporação do HSBC ao Bradesco está gerando um caos nas agências, relatado por clientes e funcionários do banco, desde outubro, quando foi efetuada a migração de 5 milhões de correntistas que eram do banco inglês. Em Pernambuco, os bancários se queixam da sobrecarga de atendimentos e das dificuldades para contactar os canais de suporte. O Bradesco assumiu todas as operações do HSBC no Brasil, incluindo varejo, seguros e administração de ativos, bem como todas as agências e clientes. A decisão de fazer a transição de uma só vez se deveu ao fato de que a plataforma do HSBC seria completamente extinta. Em outras integrações, os sistemas foram aos poucos sendo unificados. De acordo com o secretário de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Adeílton Filho, a transição está provocando a retirada de direitos de ex-funcionários do HSBC. “O Bradesco emitiu um documento para os bancários assinarem, que prevê a retirada de direitos como o au-
PRINCIPAIS DÚVIDAS DOS BANCÁRIOS Contraf/CUT
Horas extras
A duração legal da carga horária de trabalho dos empregados em bancos é de 6 horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 horas de trabalho por semana. Assim, as horas extras referentes à 7ª e 8ª horas estão direcionadas aos empregados bancários que cumprem uma jornada contratual de 8 horas diárias.
Fusão caótica
xílio-educação e o plano de previdência privada e modifica o plano de saúde. Além disso, constatamos jornadas exorbitantes, que não são aceitáveis”, denuncia. Enquanto os clientes reclamam de falhas nas contas, inclusive para receber os salários, atraso na entrega de cartões e dificuldades em acessar a internet banking, os funcionários relatam que estão sem horário de almoço, realizando jornadas diárias de trabalho extenuantes, muito acima de dez horas. Para a dirigente do Sindicato e ex-funcionária do HSBC, atualmente do Bradesco, Suzana Andrade, o banco demonstrou falta de organização estrutural para con-
cretizar a transição. “Os bancários estão trabalhando com alto nível de estresse e sem horário para encerrar o expediente. Isso porque a migração dos clientes gerou uma sobrecarga de atendimentos, agências superlotadas e canais de suporte que não oferecem informações sobre a situação”, afirma. Diante do caos, o Sindicato está vigilante sobre as condições de trabalho dos funcionários. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) enviou ofício ao Bradesco solicitando reunião, o quanto antes, para discutir os impactos da incorporação, mas ainda não houve retorno.
Auxílio-doença acidentário
O benefício está previsto no artigo 59 da lei 8213/1991, que prevê que o auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Isto significa que, caso o segurado possua uma incapacidade total e temporária, será devido o referido benefício.
Anuênio
Desconto assistencial é reconhecido como necessário pelos bancários Dos mais de dez mil trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, entre os sindicalizados e não sindicalizados, apenas 22 deles contestaram o pagamento do desconto assistencial relativo à Campanha 2016. O balanço revela o reconhecimento por parte da categoria do necessário trabalho desenvolvido pela entidade. Além do apoio político, o Sindicato precisa ter o aporte financeiro para garantir a defesa do segmento por meio da realização de atos e produção de materiais de comunicação para promoção de ações em todo Estado. Nesse sentido, a Convenção
Coletiva de Trabalho, assinada em outubro, prevê o desconto assistencial no valor de R$ 30,00, em parcela única, para aqueles que não apresentarem oposição. Para a secretária Geral do Sindicato, Sandra Trajano, o baixo número de oposições ao desconto demonstra o reconhecimento da base acerca da importância da entidade na defesa dos direitos da categoria. “Nos últimos anos, o quantitativo de contestações vem caindo. O dado aponta para o aumento da credibilidade na instituição e a elevação da consciência política dos bancários”, avalia. Passada a greve histórica de 31
dias, a luta continua para assegurar demais pautas importantes como a defesa dos bancos públicos, pela Caixa 100% pública, por igualdade de oportunidades, efetivação do plano de cargos e carreiras, combate ao assédio moral e às metas abusivas, entre outras. Atualmente, o Sindicato conta com mais de 6.130 trabalhadores sindicalizados. Para se filiar, só é necessário preencher o formulário de sindicalização disponível no site www.bancariospe.gov.br e enviar ao Sindicato pelo diretor responsável pela área em que o bancário trabalha.
Desde 2009, o Sindicato garantiu na Justiça do Trabalho o direito dos trabalhadores ao recebimento do anuênio, suspenso pelo Governo FHC, por meio da incorporação à folha de pagamento dos bancários do Banco do Brasil. Em 2014, a maioria dos envolvidos recebeu a primeira parcela do acumulado de anuênios de 1998 a 2009 (cerca de 50% do valor total). Desde então, aguardam o recebimento da segunda parcela.
Ação dos Tíquetes
O Sindicato entende que os bancários admitidos nos bancos públicos ou privados até o dia 14 de janeiro de 1991 têm direito a integrar as verbas da cesta básica e do auxílio-refeição à remuneração. Por esse motivo, foi dada entrada em ação conjunta na Justiça.
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Campanha adverte população sobre câncer de próstata
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m pleno Novembro Azul, mês da campanha de combate ao câncer de próstata, a Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Pernambuco faz um alerta aos homens sobre a importância da realização do exame, que ainda é um tabu que precisa ser superado. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) indicam que no biênio 2016-2017, o Brasil registrará cerca de 600 mil novos casos de câncer, sendo o câncer de próstata um dos
mais frequentes. Só neste ano serão 61,2 mil novos casos de câncer de próstata, que resultarão na morte de cerca de 25% dos enfermos. Apesar de não ser possível prevenir a doença, seu diagnóstico precoce é essencial para o tratamento e cura. Hoje em dia, é praticável até mesmo não retirar o tumor, quando ele é classificado de baixo risco e apenas acompanhar sua evolução, o que é chamado de vigilância ativa. Mas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 51% dos
homens nunca se consultaram com um especialista. “Os homens precisam romper as barreiras do preconceito. Hoje já existem novos serviços de diagnósticos, como os exames de sangue e de imagem. Apenas quando se identifica alguma alteração ou quando o homem tem mais de 50 anos, é necessário realizar o exame de toque”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade. O exame de próstata deve ser feito anualmente pelos homens com idade
a partir dos 50 anos. Aqueles que possuem histórico na família ou são da raça negra devem procurar o especialista a partir dos 45 anos. Entre os principais sintomas, que só aparecem nos casos mais avançados, estão a vontade de urinar com urgência, dor óssea e insuficiência renal. Os tratamentos para o câncer da próstata incluem a vigilância ativa, a cirurgia e a radioterapia. Para os casos em que a doença já se disseminou pelo organismo, podem-se utilizar a hormonioterapia e a quimioterapia.
85 anos do Sindicato dos Bancários de Pernambuco No próximo dia 2 de dezembro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco vai comemorar seus 85 anos. A programação conta com uma palestra sobre a atual conjuntura política brasileira proferida pela renomada filósofa Márcia Tiburi. Na ocasião, também será exibido um documentário sobre a trajetória de luta da entidade e oferecido um coquetel aos presentes. O evento começa a partir das 19h, na sede da entidade, localizada na Avenida Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE. Em breve, mais informações.
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Comemoração do primeiro aniversário do Sindicato, outubro de1931