Jornal dos Bancários - ed. 539

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ANO XXIV • Nº 539 • 06 A 20 DE DEZEMBRO DE 2016 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

BB pretende cortar até 18 mil funcionários! O banco faz plano de aposentaria incentivada e reduz estrutura em todas as áreas: 402 agências fechadas, 379 reduzidas a postos de atendimento e 9,3 mil funções extintas Pág. 05

Grandes bancos demitem mais de 10 mil funcionários p. 6

Hasta Siempre, Fidel Castro! p. 5

Futebol: Bradesco é o campeão 2016 dos bancários! p. 8

Sindicato realiza atos em defesa dos funcionários do Bradesco e Itaú p. 6 Funcionários aprovam proposta para solução do deficit da Cassi p. 3

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2 EDITORIAL

Agora é com a gente! Como previsto, o golpe vem se consolidando com as medidas ultraliberais do presidente ilegítimo Michel Temer, que estão batendo na porta dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Agora, chegou a vez dos bancários. O anúncio da reestruturação do Banco do Brasil veio comprovar que essa pedra cantada por nós não era intriga da oposição. Infelizmente, vem mais arrocho por aí. A Caixa Econômica Federal, por esses dias, também deverá apresentar seu desmonte com mais demissões, extinção de cargos e fechamento de agências. E, está em curso o processo de legalização dos serviços terceirizados. Essas reformas apontam para a privatização dos bancos públicos e terceirização da mão de obra dos bancos privados. Contudo, a partida ainda está sendo disputada. Mas, o jogo é no campo do real e a hora é já. Assim sendo, precisamos participar ativamente das discussões nos sindicatos, ocupar as ruas e os poderes estatais. O individualismo meritocrático e o ativismo virtual se mostraram insuficientes para enfrentar a realidade nua e crua de tempos tão sombrios. Vamos à luta. Agora é com a gente! Suzineide Rodrigues Presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

BNB implementa ponto eletrônico

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uncionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Pernambuco, aprovaram o acordo sobre o ponto eletrônico em assembleia realizada na segunda quinzena de novembro, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Em até 90 dias, contados a partir da assinatura do acordo, o banco deverá implementar o ponto eletrônico em todos os seus postos de trabalho. A proposta que foi apreciada pelo funcionalismo é fruto de oito anos de negociações entre a Comissão Nacional de Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (CNFBNB), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e o BNB. O diretor do Sindicato, Fernando Batata, explica que, nesse acordo,

Ponto eletrônico é conquista histórica para funcionalismo do BNB

os 15 minutos de descanso previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estão incluídos na jornada de trabalho diária de seis horas. “Ou seja, garantimos a permanência da jornada diária de 5h45. Até hoje, apenas os trabalhadores do BNB têm esse direito”, destaca Batata.

O ponto eletrônico, além do registro exato da carga horária trabalhada, garante a compensação mensal de horas. “É uma conquista histórica do funcionalismo do BNB, depois tantos anos de negociações”, ratifica o também diretor do Sindicato, Ricardo Vaz.

Caixa ameaça cortar funcionários e fechar agências Após o anúncio de reestruturação do Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) planeja tomar medidas semelhantes: reduzir agências a postos de atendimento, criar um plano de incentivo à aposentadoria e, inclusive, fechar agências que apresentaram resultados considerados insatisfatórios. A Caixa avalia fazer um programa de aposentadoria incentivada ou de demissão voluntária que pode atingir cerca de 11 mil pessoas, além de fechar 100 agências cujos resultados financeiros foram considerados não lucrativos. De acordo com a secretária suplente de Bancos Públicos do Sindicato, Ísis Monteiro, a base está apreensiva frente aos cortes de

funções que atingiram o Banco do Brasil e, possivelmente, também ocorrerão na CEF. “Esse processo de ataque aos bancos públicos, conduzida pela ótica da política neoliberal, vai exigir de nós uma forte mobilização. As entidades representativas dos empregados da Caixa já estão cobrando quais serão os critérios utilizados para determinar se uma agência apresenta resultados satisfatórios ou não”, afirma. A avaliação dos resultados obtidos por agências da CEF não deveria levar em consideração apenas as movimentações financeiras feitas nas unidades. Enquanto banco 100% público, cujo papel social é de extrema relevância, é necessário mensurar o retorno social de cada

agência. Afinal, além dos serviços bancários, os cidadãos buscam na Caixa o acesso a benefícios e direitos como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração Social (PIS) e Bolsa-Família, além dos financiamentos habitacionais para pessoas de baixa renda. “A redução do quadro de funcionários terá, como consequência, a sobrecarga de trabalho para os empregados e a precarização do atendimento, principalmente das demandas sociais”, avalia Isis. O Coletivo da Caixa está realizando visitas sistemáticas nas unidades para dialogar com os bancários sobre as estratégias de enfrentamento ao desmonte dos banco públicos.

EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 539 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares

Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Daniella Almeida, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque, Camila Lima, Jonatas Campos e Wellington Correia Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen | Tempus Comunicação

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DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Brito Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas


3 DIA NACIONAL DE PARALISAÇÃO

Bancários estão na rua contra a precarização do trabalho

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ancários de Pernambuco aderiram ao Dia Nacional de Paralisação e participaram do ato unificado de diversas categorias de trabalhadores, realizado no Centro do Recife, no fim de novembro, contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, a privatização das empresas públicas e a terceirização indiscriminada. Nesse dia, o Sindicato realizou reuniões em 13 agências para dialogar com os bancários sobre os impactos da PEC 55, que propõe o congelamento dos investimentos sociais por 20 anos, além de alertá-los sobre os riscos da privatização dos bancos públicos. As atividades dessas unidades foram paralisadas por duas horas. De acordo com a presidenta do

Bancários encerram Dia Nacional de Paralisação com ato em frente ao BB da Rio Branco

Sindicato, Suzineide Rodrigues, é preciso conscientizar os trabalhadores sobre a necessidade de construção de uma greve geral no país. “Em seis meses, o go-

verno golpista já tomou uma série de medidas para destruir o que conquistamos com muita luta. É precarização, terceirização, privatização. Nesse Dia Nacional

de Paralisação, debatemos sobre os nossos direitos e denunciamos esse governo”, afirma. As atividades específicas dos bancários foram encerradas com um ato de protesto em frente à agência do Banco do Brasil da Avenida Rio Branco, no bairro do Recife. A diretora do Sindicato, Diana Ribeiro, denunciou a falta de diálogo do banco com os empregados para o anúncio da reestruturação. “Os funcionários souberam que haveria o fechamento de agências e a perda de funções pelos jornais. Estão atacando os direitos dos trabalhadores sob o pretexto da crise, mas o país já passou por crises piores e não houve demissão de funcionários públicos”, avalia Diana, que é funcionária do BB.

Funcionários aprovam proposta para solução do deficit da Cassi O corpo social da Caixa de Assistência de Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) aprovou a proposta de solução para o deficit da entidade. Mais de 81% dos votantes disseram “sim” à proposta que foi construída ao longo de dois anos de negociação entre a direção do banco e as instituições representativas dos trabalhadores. Os favoráveis somaram 98.257 votos, e os contrários totalizaram 19.535 votos. Foram 1.684 votos nulos. Para a aprovação da proposta eram necessários dois terços do votos válidos. Ficou estabelecido que, até dezembro de 2019, os associados farão contribuição mensal extraordinária de 1%, e o patrocinador, Banco do Brasil (BB), fará ressarcimentos mensais e extraordinários de R$ 23

milhões em favor da Cassi, correspondente às despesas vinculadas ao Plano de Associados com programas, coberturas especiais e estrutura própria das CliniCassi, mediante convênio específico. De acordo com a diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Andreza Camila Duarte, que é funcionária do BB, o funcionalismo entendeu que a proposta foi a melhor possível. “Pode não ter sido a ideal, mas foi única em que o banco se

comprometeu a injetar dinheiro na Cassi e pagar essa conta junto com a gente”, avaliou. O diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, William Mendes, em artigo publicado em seu blog, ressalta a necessidade de um envolvimento ainda maior das entidades representativas do funcionalismo, após a aprovação da proposta. “Não basta a entrada extraordinária de novos recursos, se não pudermos atuar imediatamente, já a partir

de 2017, na ampliação da cobertura do modelo de atenção integral à saúde e Estratégia Saúde da Família (ESF)”, afirma Mendes. A ideia é ampliar as equipes de saúde da família, médicos de pronto atendimento e o número de cadastrados na ESF. Andreza Camila explica que os planos de saúde que estão sobrevivendo são os que têm redes próprias. “Essa proposta minimizaria os sérios problemas enfrentados pelos associados que moram no interior dos Estados. No Sertão pernambucano, por exemplo, são poucos os médicos e clínicas credenciados ao plano, além disso o valor do ressarcimento da Cassi é pouco significativo. A ampliação da ESF e das CliniCassi em áreas como essas são essenciais”, avalia a diretora.

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Caravana percorre mais de 70 municípios do Interior

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou, em novembro, o último ciclo de viagens ao Interior do Estado. Diretores da entidade visitaram mais 150 agências e 40 postos de atendimento bancário e de autoatendimento, localizados em 78 municípios do Zona da Mata, Agreste e Sertão pernambucanos. A reestruturação do Banco do Brasil (BB) é umas das principais preocupações apresentadas pelos bancários. “O BB pegou os funcionários de surpresa. A visita do Sindicato tem sido muito oportuna para orientar os trabalhadores a respeito dessa reestruturação”, afirma o diretor do Sindicato, Rubens Nadiel. Os problemas enfrentados pela população e pelos bancários em decorrência da insegurança bancária e do número insuficiente de pessoal nas agências também foram pautas de

Falta de funcionários foi pauta das discussões

reuniões. Itens básicos de segurança, como número mínimo de vigilantes, câmeras e portas com detectores de metais, são insuficientes em muitos postos de trabalho. A falta de funcionários, tanto nos bancos públicos como nos privados, é uma constante no Interior. “A situação tornou-se ainda mais difícil após as explosões de caixas eletrônicos, pois algumas agências não foram reabertas. Além disso, a insegurança bancária gera tensão

constante para funcionários e clientes”, afirma o diretor do Sindicato, Flávio Coelho.

Durante as visitas, também foram feitas avaliações da Campanha Nacional dos Bancários 2016 e análises da conjuntura política nacional. “Os colegas se queixaram das metas cada dia mais difíceis de alcançar. Com os cortes nos bancos privados e nos públicos, como está ocorrendo no BB, a situação tende a piorar”, avalia a diretora do Sindicato, Andreza Camila Duarte. Ela destaca que só a mobilização unificada dos trabalhadores é capaz de enfrentar a a adversa conjuntura atual.

Reestruturação do BB é uma das preocupações dos bancários

Sindicato reintegra funcionários O Sindicato dos Bancários de Pernambuco reintegrou mais três bancários demitidos pelo Bradesco e pelo Itaú. Os funcionários que possuem Lesões por Esforço e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/ DORT) nos membros superiores foram dispensados à revelia da lei. Paulo Castro é funcionário do Bradesco há 29 anos. Lotado na agência Dantas Barreto, foi demitido em maio. Já Sérgio Alexandre Pereira, empregado do banco há mais de 30 anos e lotado na agência São Lourenço da Mata, foi despedido em setembro. Nos dois casos, o banco alegou necessidade de redução de quadro, mesmo tendo lucrado R$ 12,7 bilhões nos primeiros nove meses do ano. “O Bradesco tem feito corte

de custos para aferir ainda mais lucro, e o foco principal tem sido os funcionários mais antigos, que têm melhores salários. Trouxeram tanto lucro para o banco e, quando mais precisam, são demitidos”, denuncia o diretor do Sindicato, Ronaldo Cordeiro. Conforme narra o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, na reintegração de Sérgio Pereira, o representante jurídico do banco demonstrou uma postura desrespeitosa com o bancário. “No momento da reintegração, o preposto evitou qualquer contato com o trabalhador, evidenciando como o Bradesco tem tratado o funcionalismo. Não canso de repetir: a prioridade das trabalhadoras e trabalhadores deve ser a saúde. Não se enganem achando que bater as metas é garantia de

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emprego”, alerta. A bancária Elisama Batista trabalha no Itaú há dez anos. Há três anos, ela faz tratamento também da LER/DORT nas mãos, punhos e ombros. Nunca se afastou do trabalho, mesmo tendo indicação médica para isso. Desde março deste ano, a funcionária está lotada numa das agências da Avenida Dantas Barreto. Foi demitida em agosto, sob a alegação de baixa produtividade, mesmo tendo batido as metas individuais. “Esse sistema de metas estabelecido pelo Itaú gera ainda mais pressão sobre o funcionário, pois ele pode ser penalizado até mesmo por aquilo que não está a seu alcance. As metas abusivas são causas corriqueiras do adoecimento bancário”, denuncia o diretor.

Bradesco alegou redução de quadro

Foco são funcionários mais antigos

Sistema de metas gera mais pressão


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BB pretende cortar até 18 mil funcionários

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o fim de novembro, o Banco do Brasil (BB) divulgou uma reestruturação com corte de até 18 mil funcionários, por meio de Plano Extraordinário de Aposentaria Incentivada (PEAI), e redução da estrutura em todas as áreas. Quatrocentas e duas agências serão fechadas, 379 transformadas em postos de atendimento, e 9,3 mil funções serão extintas. O BB lucrou R$ 7,07 bilhões apenas nos primeiros nove meses deste ano, e o número de clientes cresceu em 1,227 milhão, totalizando 64,6 milhões. Ainda assim, sob o comando do governo ilegítimo de Michel Temer, o plano do banco é cortar R$ 750 milhões de investimentos, sendo R$ 450 milhões com a nova estrutura organizacional e R$ 300 milhões com redução de despesas com transporte de valores, segurança e imóveis. Em Pernambuco, 14 unidades serão diretamente atingidas pela medida. As agências de Ponte dos Carvalhos (Cabo de Santo Agostinho), Peixinhos (Olinda), Pina (Recife), Derby (Recife), Shopping RioMar (Recife) terão suas atividades encerradas entre 14 de janeiro e 18 de fevereiro de 2017; e as agências de Escada, Sirinhaém, Frei Migue-

Sindicato reuniu-se com o BB para discutir os impactos da reestruturação

linho, Jataúba, Macaparana, Riacho das Almas, Tuparetama, Vertentes e Vicência serão transformadas em Postos de Atendimento. As agências da avenida Guararapes e do Shopping Boa Vista, ambas no Recife, foram transformadas em escritórios digitais e já tiveram as atividades encerradas no fim de novembro. As adesões ao PEAI podem ser feitas até o dia 9 de dezembro, e os desligamentos estão previstos para ocorrer a partir de 1º de dezembro. Além desses cortes, o BB anunciou a ampliação do público-alvo da jornada de seis horas, estendendo a opção aos assessores de todas unidades. Logo após o anúncio da reestrutu-

ração, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco reuniu-se com representantes da Gestão de Pessoas (Gepes-BB) e da Superintendência do Banco do Brasil, em Pernambuco, para discutir os impactos sobre os funcionários e a população em geral. Em seguida, junto à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Pernambuco do Nordeste (Fetrafi/NE), traçou estratégias para a construção de um movimento nacional em defesa dos trabalhadores. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, afirma que a entidade permanecerá vigilante ao longo de toda execução da reestruturação. “O Sindicato vem acompanhando a

reestruturação para assegurar que esse processo obedeça o que determina a legislação a fim de assegurar os direitos dos trabalhadores e a qualidade do atendimento à população”, afirma. A diretora do Sindicato, Andreza Camila Duarte, que é funcionária do BB, ressalta que o pacote é bem maior do que o apresentado na mídia. “A reestruturação exclui as pessoas que realmente precisam do atendimento no banco, como os aposentados e aqueles que vivem do comércio no Interior. E gera impacto sobre todas as agências do BB, seja com o encerramento das atividades ou a perda de cargos e funções”, adverte.

Comandante e companheiro Fidel Castro,

inspirados em teus sonhos, seguiremos em luta por um mundo justo. A América Latina te reconhece, te admira e jamais perderá teu legado. Venceremos!

Hasta siempre!

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Grandes bancos demitem mais de 10 mil funcionários

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crise que afeta a economia brasileira parece não abalar o setor financeiro. De acordo com a análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os quatro maiores bancos do país – Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF), Itaú e Bradesco - lucraram nos primeiros nove meses deste ano, juntos, R$ 39,5 bilhões. Em contrapartida, cortaram 10.344 postos de trabalho nos últimos 12 meses. Mesmo com lucros exorbitantes, os bancos continuam reduzindo o seu quadro funcional e fechando agências no Brasil. O resultado dessa prática tem sido a sobrecarga de trabalho para os funcionários e, consequentemente, a precarização do atendimento. Apesar de ter obtido R$3,4 bilhões de lucro, a CEF reduziu 2.608 postos de trabalho, o que deixa claro o forte impacto do Programa de Apoio à Aposentadoria (PAA) sobre o quadro de empregados e a intensidade do trabalho no banco.

Da mesma forma, o BB anunciou este mês um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) com foco nos 18 mil aposentáveis, apesar de ter conseguido um lucro de R$ 7,07 bilhões. O Itaú apresentou uma rentabilidade muito acima do que se verifica no sistema financeiro internacional, com um lucro líquido de R$16,3 bilhões. O banco fechou 2.753 postos de trabalho e 207 agências. Outro banco privado, o Bradesco lucrou R$ 12,736 bilhões mantendo excelente rentabilidade de 17,6%. Mas, cortou 4.790 postos de trabalho. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, ressalta que é inaceitável a postura dos bancos com os trabalhadores. “Os bancários são os principais responsáveis pelo lucro dessas instituições. Ainda assim, os bancos não têm o menor escrúpulo de demiti-los, para aferir ainda mais lucro. Só a luta unificada dos trabalhadores pode barrar a ganância dos bancos”, afirma.

Funcionários

Lucro*:

cortados**:

R$16,3bi

2753

R$12,736bi 4790

R$7,07bi

193

R$3,4bi

2608

* (Jan.-Set./2016)

** (Set. 2015-Set. 2016)

Sindicato realiza atos em defesa dos funcionários do Bradesco e Itaú O mês de novembro foi marcado pela realização dos Dias Nacionais de Lutas em defesa dos funcionários do Bradesco e contra as demissões no Itaú. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco reforçou o movimento que ocorreu em todo o país, realizando visitas a 15 agências dos referidos bancos, localizadas na Zona Sul do Recife. Apesar dos lucros exorbitantes em meio à profunda crise econômica que o Brasil atravessa, os bancos privados continuam sem assumir o compromisso com o emprego dos funcionários. O Itaú, nos últimos 12 meses, cortou 2.753 postos de trabalho e fechou 207 agências no Brasil. Enquanto o Bradesco, no mesmo período, cortou 4.790 pos-

tos de trabalho. Além das demissões, a incorporação do HSBC ao Bradesco, em setembro deste ano, resultou em uma série de transtornos para os trabalhadores e clientes. “A transição está sendo traumática, pois as agências estão superlotadas, os funcionários estão sobrecarregados e trabalhando além de seus horários”, explicou o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Adeílton Filho. Os bancários que migraram do HSBC, inclusive, relataram dificuldades na utilização do sistema Bradesco e problemas para contactar os canais de suporte oferecidos pelo banco. Durante as visitas ao Bradesco, foi apresentada uma esquete teatral denunciando a precarização das con-

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Sindicato visitou 15 agências na Zona Sul do Recife

dições de trabalho nas agências. Na oportunidade, a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, dialogou com os trabalhadores sobre a importância de denunciar possíveis casos

de assédio e explorações. “Estamos vigilantes e preparados para receber e encaminhar as denúncias a fim de assegurar os direitos da categoria”, garantiu.


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Terceirização ameaça todas as categorias

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ofensiva para tornar legal a terceirização indiscriminada no Brasil está avançando, mais uma vez. Além do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo de repercussão geral da empresa Celulose Nipo Brasileira (Cenibra) e da votação no Senado do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998 voltou à pauta da Câmara dos Deputados. As consequências desse ataque se mostram muito graves para os bancários e toda a classe trabalhadora. Após o PL 4.302 passar 14 anos sem movimentação, o relator deu parecer favorável à matéria na Comissão Constituição e Justiça, na segunda quinzena de novembro. Esse projeto, já aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado, só depende, agora, da aprovação final da primeira Casa. Além da terceirização ilimitada, o PL 4.302 amplia o trabalho temporário para 12 meses, sem limite de renovação – atualmente, o limite é de três meses, com única renovação pelo mesmo período – e implementa o trabalho intermitente – rea-

Sindicato segue firme na luta contra terceirização

O QUE A TERCEIRIZAÇÃO DAS ATIVIDADES-FIM TRAZ PARA OS TRABALHADORES? Precarização das condições de trabalho; Redução de salários e benefícios; Ampliação de jornadas diárias de trabalho; Aumento dos índices de adoecimento dos trabalhadores; Fragilização da organização sindical.

lizado por hora, dia e mês – também sem limite. O PLC 30 objetiva a liberação da terceirização da atividade-fim, gerando a precarização das condições de trabalho, com subcontratações sem limite de tempo e sem controle. Atualmente, os terceirizados no Brasil ganham cerca de 30% a menos que os demais, têm carga

horária maior e passam menos tempo empregados, segundo o dossiê "Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não fecha", lançado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse projeto também cria a categoria de prestadores de serviços. O

que facilita a transformação dos empregados com carteira assinada em pessoas jurídicas, sem direito a 13º salário, férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Funcionários de bancos, por exemplo, deixariam de integrar a categoria bancária e passariam a compor uma categoria fragmentada com trabalhadores de diversas áreas de atuação. A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, ressalta que os trabalhadores precisam compreender que, se aprovada, a terceirização também vai atingi-los fortemente. “Não haverá garantias para nenhuma categoria. Por isso, precisamos nos juntar aos demais trabalhadores para barrar esse projeto que representa a derrocada dos nossos direitos”, alerta. Quanto ao julgamento no STF, a Cenibra foi condenada a pagar R$ 2 milhões em uma ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho, em 2006, por terceirizar toda a cadeia produtiva. Com a declaração de repercussão geral, o STF não julgará apenas a questão da companhia, mas a legalização da terceirização da atividade-fim em todo país.

Sindicato apoia Chapa 1 para Conselho de Administração da Caixa Para eleição dos representantes dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco apoia a Chapa 1, que tem como candidatos Rita Serrano (titular), coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, e Orency Francisco (suplente). O pleito ocorre de 12 a 16 de dezembro. Também a Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), que é composto pelas Associações de Pessoal da Caixa Econômica Fe-

deral (Apcefs) de todos os estados brasileiros, manifestaram seu apoio à Chapa 1. O comprometimento com os empregados e a Caixa 100% pública, garantia de transparência e fiscalização, com vista à sustentabilidade, e uma governança que respeite a diversidade e a comunicação com os trabalhadores estão entre as principais propostas da Chapa 1. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a Chapa 1 é a melhor opção para o CA. “Seus representantes somam muitas décadas de lutas em defesa dos empregados da Caixa. É preciso eleger um grupo

forte neste momento tão adverso de ameaça de privatização e terceirização do banco”, defende. PERFIL

Suplente na atual gestão, Rita milita em defesa do banco público desde seu ingresso no movimento sindical, nos anos 1990. Também atua como

coordenadora do comitê, que nasceu na luta contra o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555, uma proposição que objetivava a transformação de todas as empresas públicas brasileiras em sociedades anônimas e cujo conteúdo foi modificado graças às ações das entidades representativas dos trabalhadores articuladas com o comitê.

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Futebol: Bradesco campeão 2016 dos bancários!

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radesco é o grande vencedor do 18º Campeonato de Futebol dos Bancários, com um placar de 2x1 contra o Santander, segundo colocado. A final foi disputada no fim de novembro, no clube de campo dos bancários, em Aldeia, Camaragibe. A partida parecia que iria para a prorrogação, mas nos últimos minutos do segundo tempo o Bradesco virou o placar com um pênalti batido por Vital Pessoa. “Chegamos numa final contra um time forte. O campeonato foi muito nivelado, e os jogos disputados. Hoje, conseguimos garantir a vitória”, avalia Vital. Além do título de primeiro colocado, Romero Ramos do Bradesco também levou para casa o troféu “Goleiro Menos Vazado”. No jogo de disputa pela terceira colocação, o Bradesco Servos venceu o Itaú nos pênaltis. O tempo regulamentar foi encerrado com o

Bradesco é campeão em final emocionante

placar de 2x2. Apesar de ter perdido o jogo, o Itaú teve o jogador Daniel Lins premiado como artilheiro do Campeonato, com dez gols marcados. Esta é a quarta vez consecutiva que o jogador recebe esse título. “Estou muito feliz, pois, mesmo não tendo chegado na final, tive um resultado positivo”, afirma Daniel. Segundo o secretário de Cultura, Esportes e Lazer do Sindicato,

Fábio Sales, a realização do Campeonato transcorreu muito bem. “Todos os times estavam ainda mais organizados que nos anos anteriores, o que refletiu em partidas emocionantes. O Sindicato, as equipes e todos os envolvidos estão de parabéns”, comemorou. A presidenta da entidade, Suzineide Rodrigues, participou da entrega das premiações. “O Campeo-

nato já é um evento tradicional do Sindicato. É uma ótima oportunidade para mobilizar os bancários. Devemos sempre valorizar momentos como esse, no qual acima da disputa entre os times está a confraternização da categoria”, afirma. O Banco do Brasil foi premiado com o troféu Fair Play, pois fez um jogo pacífico e não teve nenhum dos seus jogadores expulsos.

Casa cheia no aniversário de 85 anos do Sindicato Mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiros e integrantes dos movimentos sindical e social participaram das comemorações do aniversário de 85 anos de fundação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, realizado no dia 2 de dezembro, na sede da entidade. Entre as entidades presentes, Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste (Fetrafi/NE), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), União Nacional dos Estudantes (UNE), Levante Popular da Juventude e Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Na oportunidade, a filósofa Marcia Tiburi apresentou uma palestra sobre a conjuntura política do país, trazendo reflexões sobre a metodologia do neoliberalismo, o golpe

Bancários e integrantes de movimentos sociais prestigiaram a comemoração

contra a democracia brasileira e o papel dos trabalhadores e trabalhadoras no momento em que a retirada de direitos está posta. “Nós não podemos deixar que as oligarquias, os donos tradicionais do poder, o coronelismo continuem ditando as

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regras no Brasil”, ressaltou Tiburi. Entre as atrações culturais, ocorreram a exibição de um documentário sobre a atuação do Sindicato na Campanha 2016 e a apresentação “Poesia Falada”, do poeta Miró. “O Sindicato sempre esteve

na trincheira, é uma entidade forte e combativa. Esse foi um momento para nós refletirmos sobre o que estamos passando e nos reabastecermos para continuar na luta“, afirmou a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.


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